Rio, 16 de novembro de 2010 A palestra do presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, durante a Futurecom 2010. FUTURECOM Futurecom 2010: "Conectar o Brasil e os diversos brasis" é a mensagem de Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi – II Na manhã de 27 de outubro último – segundo dia do congresso –, o auditório Brasil da Futurecom contou com apresentações key notes da Portugal Telecom (Zeinal Bava), Vivo (Roberto Lima), Siemens Enterprise (Hamid Akhavan) e Oi (Luiz Eduardo Falco). Falco é presidente da Oi e diretor da TELEBRASIL, do SINDITELEBRASIL e da FEBRATEL. Veja, aqui, a palestra proferida por ele durante o evento. "Conectar o Brasil e os diversos brasis", com suas oportunidades e problemas, foi o recado básico de Luiz Eduardo Falco Pires Corrêa, em palestra, com auditório cheio, proferida durante a Futurecom 2010, um evento-chave de telecomunicações – feira e congresso – na América Latina. Nos telões do auditório Brasil – o maior dentre os sete da conferência – estava a frase "As sociedades conectadas influenciando a vida e mudando o comportamento das pessoas". Com velocidade "aeronáutica" – Luiz Eduardo Falco é engenheiro pelo ITA (turma de 1982) e ex-executivo da TAM (1986-2001) – interrogou dialeticamente o palestrante: "Sociedade? De que sociedade estamos falando? Sim, porque há os brasis de muitas faces". Serviço de telecomunicações é sinônimo de infraestrutura. A Oi apresentou dados. Sua telefonia, coletiva e individual, cobre 100% das Regiões I e II, onde detém concessão. Vai fechar 2010 com 100% de municípios, nestas regiões, dotados de backhaul e banda larga. A Oi tem cabos submarinos (Globenet), redes de fibras ópticas e "hub" de satélites em cinco estados. Suas comunicações móveis cobrem mais de 80% da população em todo o Brasil. As escolhas da Oi A Oi fez escolhas, disse Luiz Eduardo Falco. São 44 mil escolas com milhões de crianças conectadas à Internet. A telefonia fixa (STFC) cobre 34 mil localidades. Há 5 mil municípios providos com backhaul e banda larga e 12 mil torres de rede móvel 3G. Os 2 milhões de habitantes de Manaus vão, em breve, ganhar fibra óptica (deverá utilizar a Eletronet). Os postos de fronteiras – o Brasil tem 16 mil quilômetros de fronteiras terrestres – estão todos conectados. "Tem Oi até no Polo Sul", observou um exuberante conferencista. A Oi desde 2006 está na estação Antártica Comandante Ferraz. Em São Paulo, onde a empresa foi uma "nova entrante", foram alcançados 17 a 18% de market share celular, ressalta o executivo. Imagens podem valer mais que mil palavras. O Brasil de muitas faces (e muitos contrastes) apareceu nos telões no atendimento diferenciado à saúde; na Rio-Santos multifaixas e no caminhão atolado na Transamazônica; na favela não urbanizada e no condomínio de luxo; na aridez lunar nordestina e nos campos verdejantes do Sul. "É preciso enfrentar desafios com bom humor, com liberdade, com convergência e com conexão para todos", observou o presidente da Oi. Os contrastes socioeconômicos dos estados brasileiros podem ser mapeados. Há três tipos de situação: estados de menor e de maior concentração de renda (respectivamente, Nordeste e Sul/Sudeste) e de alta dispersão geográfica (Amazônia e Centro-Oeste). O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano do Plano de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) coloca o Brasil em 73º ou 75º lugares, dentre 169 países, uma situação pouco brilhante, ainda que se discuta a metodologia utilizada. O novo Brasil conectado Os hábitos da comunicação no Brasil estão mudando. Brasileiro vê menos televisão. Só 57% dos domicílios (já foram 66%) possuem TV ligada no horário nobre. A tiragem diária dos jornais tradicionais caiu; em dez anos, de 1,2 mihão para 942 mil exemplares/dia. Enquanto isso, o total de celulares no País mais que decuplicou em uma década; de 18 milhões para 191 milhões e com as pessoas utilizando mais e mais serviços. Fenômeno semelhante ocorreu na Internet no Brasil. Pulou de 6 milhões para mais de 60 milhões de pessoas que usam a grande rede de computadores regularmente. Brasileiro é campeão de navegação na Web, hoje, com 26 horas e 15 minutos mensais (19 horas e 24 minutos, em 2006). Neste quesito, somos melhores que Reino Unido, França, Alemanha, Japão, Espanha e EUA. "O desafio é como fazer um Brasil ainda mais conectado, utilizando a alavanca da infraestrutura que já existe", afirmou Luiz Eduardo Falco. Obviamente, existem ainda grandes desafios que os analistas da Oi posicionaram em três dimensões: a geografia do País, a baixa renda de parte da população e a oferta de novos produtos. Crescer a geografia equivale evoluir de uma demanda concentrada para uma demanda dispersa. Crescer o número de usuários é incorporar cliente de baixa renda ao feliz clube dos que tem renda média e alta. Crescer a oferta e os produtos é viabilizar novas aplicações. Telefone público, celular pré-pago e agora banda larga são expressões indicativas da inventividade do setor de telecomunicações. "Mas, também, além da inventividade, é preciso haver retorno nos investimentos, que são altos", marcou posição o executivo da Oi. E o quadro estratégico que a operadora montou se completa com as envoltórias regulatória e governamental. Ao comentar sobre assimetria regulatória, confidenciou Luiz Eduardo Falco: "ainda não consegui entender a razão pela qual as concessionárias não podem transmitir conteúdo na banda larga. Essa proibição ocorre tanto nas áreas servidas quanto nas que não são servidas pela TV a cabo!". Velhas barreiras, novas interrogações Existem velhas barreiras para a consecução do "Brasil conectado" e novas interrogações. "No Brasil, a ultrabanda larga é 20 Mbit/s. Porém, acima de 10 Mbit/s você vai fazer o que com os bits restantes?", interrogou o palestrante, despertando risos da plateia. O IPTV (não é Web TV) poderia viabilizar investimentos. Sobre tributação, o recado de Falco foi breve: "em relação à banda larga, tem que liberar o tributo e não taxar". Como também foi incisiva a observação sobre o Projeto de Lei nº 116 (ex-PL 29), que cria novas regras para o mercado de TV por assinatura: "vamos aprovar logo esse projeto que está segurando o investimento". Em relação ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), observou o executivo que é preciso utilizar da lógica econômica e aplicar os fundos que existem para implementá-lo. Soluções práticas A Oi prometeu adotar novas tecnologias para que "tudo e todos fiquem cada vez mais conectados". Tudo e todos, no caso, significando coisas tão diversificadas quanto a TV digital de alta definição (está chegando o 3D), a fibra na casa do usuário (FTTH fiber to the home), a evolução do celular banda larga (Long Term Evolution) e os dispositivos pessoais convergentes e inteligentes, cujos fornecedores literalmente se "digladiam" para dominar o mercado. O plano estratégico montado pela Oi conduziu a soluções práticas. No âmbito da expansão geográfica, a ampliação da cobertura se valerá da sinergia entre os ativos de tecnologias celular 2G e 3G e da ampliação da banda larga fixa e móvel. Nas novas ofertas de produtos, estarão na mira da Oi o IPTV (internet protocol TV) e a ultrabanda larga. Para absorver os usuários de baixa renda, a ideia da Oi é oferecer a "banda larga popular" – leia-se preços populares – e novos planos de TV por assinatura. Como não há milagres, a banda larga popular passa pela desoneração (tributação) do serviço e pela viabilização da logística dos modems. "Os investimentos da Oi irão atrás da demanda, mas será preservada a capacidade de geração de renda para financiar novos investimentos necessários", afirmou objetivamente o presidente da Oi. (JCF) Congresso de Governança de TI Dias 22 e 23 de novembro Brasília (DF) Ideti < /SPAN> O TELEBRASIL Em Foco - Notícias é uma realização da equipe de jornalismo da TELEBRASIL. Tel.: (21) 2244-9494; fax (21) 2542-4092; e-mail: [email protected] É permitida a reprodução de qualquer parte do conteúdo desta publicação, desde que citada fonte (autor, data e veículo). Caso você não deseje receber o TELEBRASIL Em Foco, por favor clique aqui.