PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas Departamento de Genética Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - SP http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php REGULAÇÃO GÊNICA DA INTERAÇÃO DE FUNGOS MUTUALISTAS E A PLANTA HOSPEDEIRA Aluna: Maria Beatriz Calderan Rodrigues Orientadora: Aline Aparecida Pizzirani-Kleiner O número estimado de espécies de fungos é de 1,5 milhões, mas o número de espécies descritas até hoje é de aproximadamente 70 mil (Hawksworth & Rossman, 1997), das quais, aproximadamente dois terços estabelecem íntimas relações com outros organismos vivos, tais como parasíticas, comensalísticas ou mutualísticas (Barbieri & Carvalho, 2001). Atualmente, sabe-se que todas espécies de plantas são potenciais hospedeiros para diversos fungos. Relações simbióticas entre fungos e plantas são amplamente encontradas na natureza, e resultam em interações que variam de mutualismos a parasitismos (Kogel et al., 2006). Dependendo do balanço dessas interações, os fungos são descritos como patógenos (relação desbalanceada onde o fungo causa doença) ou mutualistas (relação balanceada, em que os fungos estabelecem algum tipo de simbiose com a planta, tais como a micorrízica, a endofítica e a epifítica) (Kogel et al., 2006). Tanto fungos como as plantas sofrem inúmeras modificações morfológicas e fisiológicas durante o desenvolvimento da interação. Isso se deve principalmente a um complexo e refinado mecanismo de regulação gênica. Considerando-se que dentre os aproximadamente 100.000 genes presentes nos organismos superiores cerca de apenas 15% são realmente expressos em uma única célula (Liang & Pardee, 1992), é bastante provável que os produtos de genes vegetais ou fúngicos modulados durante a interação (induzidos ou suprimidos) tenham papel essencial na sua regulação. Sendo assim, dados da literatura têm mostrado a existência de genes específicos para cada tipo de interação e também a presença de genes conservados entre interações patogênicas e simbióticas (Schulz & Boyle, 2005; Güimil et al., 2005). Inúmeros trabalhos têm sido realizados mostrando a importância do conhecimento destes genes, tanto expressos diferencialmente entre o tipo de interação (em especial com ação no próprio fungo) (Ditt, 1997), como interferindo e modulando genes nas plantas hospedeiras (Rodriguez; Redman & Kim, 2007). De modo geral, essas interações ainda precisam ser bastante estudadas e avaliadas a fim de um melhor entendimento da sua dinâmica e desenvolvimento. Referências Bibliográficas Barbieri, R. & Carvalho, I.F. (2001). Coevolução de plantas e fungos patogênicos. Revista Brasileira de Agrociência 7, 79-83. Güimil, S.; Chang, H.S.; Zhu, T.; Sesma, A.; Osbourn, A.; Roux, C.; Ioannidis, V.; Oakeley, E.J.; Docquier, M.; Descombes, P.; Briggs, S.P.; Paszkowski, U. (2005). Comparative transcriptomics of rice reveals an ancient pattern of response to microbial colonization. Proceedings of the National Academy of Sciences of USA 102, 8066-8070. Hawksworth, D.L. & Rossman, A.Y. (1997). Where are all the undescribed fungi? Phytopathology 87, 888–891. Kogel, K-H.; Franken, P.; Hückelhoven, R. (2006). Endophyte or parasite – what decides? Current Opinion in Plant Biology 9, 358–363. Liang, P. & Pardee, A.B. (1992). Differential display of eukaryotic messenger RNA by means of the polymerase chain reaction. Science 257, 967-971. Rodriguez, R.; Redman, R. & Kim, Y.O. Conferring stress tolerance and yield enhancement to crops via symbiosis as a strategy for diminishing regulatory processes. Entomological Research, Seoul, v. 37, p. A73, 2007. Schulz, B. & Boyle, C. (2005). The endophytic continuum. Mycological Research 109, 661–686.