REGULAÇÃO GÊNICA DA INTERAÇÃO DE FUNGOS - Esalq

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REGULAÇÃO GÊNICA DA INTERAÇÃO DE FUNGOS MUTUALISTAS E A
PLANTA HOSPEDEIRA
Aluna: Maria Beatriz Calderan Rodrigues
Orientadora: Aline Aparecida Pizzirani-Kleiner
O número estimado de espécies de fungos é de 1,5 milhões, mas o
número de espécies descritas até hoje é de aproximadamente 70 mil
(Hawksworth & Rossman, 1997), das quais, aproximadamente dois terços
estabelecem íntimas relações com outros organismos vivos, tais como
parasíticas, comensalísticas ou mutualísticas (Barbieri & Carvalho, 2001).
Atualmente,
sabe-se
que
todas
espécies
de
plantas
são
potenciais
hospedeiros para diversos fungos. Relações simbióticas entre fungos e
plantas são amplamente encontradas na natureza, e resultam em interações
que variam de mutualismos a parasitismos (Kogel et al., 2006). Dependendo
do balanço dessas interações, os fungos são descritos como patógenos
(relação desbalanceada onde o fungo causa doença) ou mutualistas (relação
balanceada, em que os fungos estabelecem algum tipo de simbiose com a
planta, tais como a micorrízica, a endofítica e a epifítica) (Kogel et al., 2006).
Tanto
fungos
como
as
plantas
sofrem
inúmeras
modificações
morfológicas e fisiológicas durante o desenvolvimento da interação. Isso se
deve principalmente a um complexo e refinado mecanismo de regulação
gênica. Considerando-se que dentre os aproximadamente 100.000 genes
presentes nos organismos superiores cerca de apenas 15% são realmente
expressos em uma única célula (Liang & Pardee, 1992), é bastante provável
que os produtos de genes vegetais ou fúngicos modulados durante a
interação
(induzidos
ou
suprimidos)
tenham
papel
essencial
na
sua
regulação. Sendo assim, dados da literatura têm mostrado a existência de
genes específicos para cada tipo de interação e também a presença de genes
conservados entre interações patogênicas e simbióticas (Schulz & Boyle,
2005; Güimil et al., 2005).
Inúmeros trabalhos têm sido realizados mostrando a importância do
conhecimento destes genes, tanto expressos diferencialmente entre o tipo de
interação (em especial com ação no próprio fungo) (Ditt, 1997), como
interferindo e modulando genes nas plantas hospedeiras (Rodriguez; Redman
& Kim, 2007).
De modo geral, essas interações ainda precisam ser bastante
estudadas e avaliadas a fim de um melhor entendimento da sua dinâmica e
desenvolvimento.
Referências Bibliográficas
Barbieri, R. & Carvalho, I.F. (2001). Coevolução de plantas e fungos
patogênicos. Revista Brasileira de Agrociência 7, 79-83.
Güimil, S.; Chang, H.S.; Zhu, T.; Sesma, A.; Osbourn, A.; Roux, C.;
Ioannidis, V.; Oakeley, E.J.; Docquier, M.; Descombes, P.; Briggs, S.P.;
Paszkowski, U. (2005). Comparative transcriptomics of rice reveals an
ancient pattern of response to microbial colonization. Proceedings of the
National Academy of Sciences of USA 102, 8066-8070.
Hawksworth, D.L. & Rossman, A.Y. (1997). Where are all the undescribed
fungi? Phytopathology 87, 888–891.
Kogel, K-H.; Franken, P.; Hückelhoven, R. (2006). Endophyte or parasite –
what decides? Current Opinion in Plant Biology 9, 358–363.
Liang, P. & Pardee, A.B. (1992). Differential display of eukaryotic messenger
RNA by means of the polymerase chain reaction. Science 257, 967-971.
Rodriguez, R.; Redman, R. & Kim, Y.O. Conferring stress tolerance and yield
enhancement to crops via symbiosis as a strategy for diminishing regulatory
processes. Entomological Research, Seoul, v. 37, p. A73, 2007.
Schulz, B. & Boyle, C. (2005). The endophytic continuum. Mycological
Research 109, 661–686.
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