Cadeiras infantis para automóveis

CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO
Cadeiras
infantis para
automóveis
O JEITO CERTO DE USAR
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POR DR. RICARDO A. TEIXEIRA
habitual recomendação de segurança
para as crianças dentro do carro é a
de que até um ano de idade de idade, ou
9-13 kg, elas devem andar em cadeirinhas
voltadas para o vidro traseiro, e a partir de
um ano de idade as cadeirinhas já podem ser
voltadas para o vidro dianteiro. Entretanto,
há várias evidências de que as crianças ficam
mais protegidas dentro do carro em cadeirinhas
voltadas para o vidro traseiro até pelo menos
os quatro anos de idade. Um documento
recém-publicado pelo British Medical Journal
chama a atenção para a necessidade imediata
de mudança das atuais recomendações.
olha para o vidro traseiro, mesmo após um ano
Será que realmente funcionamos em outro ritmo
de idade, vão desde estudos experimentais até
em dias mais frios?
estatísticas de acidentes com crianças nos EUA
e na Europa.
A cabeça dos bebês e crianças pré-escolares é
relativamente maior que a do adulto quando
E isso tudo é novidade? Na Suécia, 75% das
se leva em conta a proporção para o peso
crianças com menos de três anos de idade
corporal. Esse fator, associado à imaturidade
andam de carro olhando para o vidro traseiro.
das estruturas da coluna cervical, fazem com
A Academia Americana de Pediatria recomenda
que essas crianças sejam mais vulneráveis
desde o ano de 2002 que as crianças só devem
a lesões da medula espinhal caso sofram um
abandonar cadeiras voltadas pra o vidro
acidente, especialmente se estiverem voltadas
traseiro quando ultrapassarem o limite de peso
para o vidro dianteiro. As evidências de maior
recomendado ou quando a altura da cabeça
segurança das cadeirinhas em que a criança
ultrapassar a altura do banco dianteiro.
CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO
A conscientização dos pais é uma das peças- chave
com esses dados.
para mudanças de atitude e nesse processo, os
médicos têm muito a ajudar. É comum os pais
Jun 2009
terem a percepção de que voltar a cadeira
para a frente do carro é um sinal de progresso
no desenvolvimento dos filhos. É importante
também que os fabricantes das cadeiras infantis
façam sua parte disponibilizando no mercado
cadeiras apropriadas e instruções de instalação
precisas. Não faz muito tempo que o Inmetro
avaliou seis diferentes cadeiras disponíveis
no mercado brasileiro e todas as seis tinham
alguma inconformidade, seja por não serem
aprovadas no teste mais crítico de todos que é o
ensaio de impacto (capacidade da cadeira reter
a criança em caso de freada violenta), seja por
não atenderem às normas mínimas de instrução
de instalação e utilização.
Quanto à legislação, o Código de Trânsito
Brasileiro só exigia que as crianças andassem
no banco de trás (Artigo 64), e não fazia menção
ao uso de cadeiras infantis. Em 2008, foi
publicada a resolução 277 do Contran que insere
a obrigatoriedade da cadeira infantil, mas quem
desrespeitar a regra só será multado após o ano
de 2010. Entretanto, a resolução orienta o uso
da cadeirinha voltada para a frente.
Já é bem reconhecido, que em caso de acidente,
as cadeiras reduzem o risco de lesão moderada
ou grave em 78% quando voltadas para a frente
do carro e 93% quando voltadas para trás.
Espera-se que a legislação seja mais coerente
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