História da África I - Faed

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Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências Humanas e da Educação – FAED
PLANO DE ENSINO
DEPARTAMENTO:
CURSO:
DISCIPLINA:
CARGA HORÁRIA:
PROFESSOR(A):
ANO/SEMESTRE:
História
FASE:
História
TURNO:
História da África I
CRÉDITOS:
72 h/a
Claudia Mortari Malavota ([email protected])
2013/1
4ª
Noturno
04
1 EMENTA
As civilizações africanas entre os séculos XVI e XIX. O impacto da colonização européia e a escravidão
moderna. A presença das culturas islâmicas. A partilha do continente africano.
2 HORÁRIO DAS AULAS (OPCIONAL)
DIA DA SEMANA
Segunda-feira
Quarta-feira
HORÁRIO
20h:50min – 22h30min
20h:00min – 21:40min
CRÉDITOS
02
02
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar algumas características das diversas sociedades africanas, especificamente aquelas pertencentes a
chamada África Sul Saariana, entre os séculos XVI e XIX. O objetivo é compreender o dinamismo dessas
sociedades nas suas formas de organização, no que há de comum e de específico entre elas, nas suas
determinações e dinâmicas internas e nas relações estabelecidas entre os povos africanos e os de fora do
continente.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Discutir a construção do conhecimento historiográfico acerca da história de África(s) objetivando apontar
caminhos para constituição de um olhar que, a partir do estudo de aspectos concernentes as diversas
sociedades africanas, evidencie as suas histórias e visões de mundo afastada de estereótipos e de preconceitos.
- Apontar as características da historiografia africana e africanista visando compreender seus contextos
históricos de produção e as mudanças de abordagens.
- Estudar os processos de organização das sociedades africanas, especificamente aquelas pertencentes a
região sul saariana, entre os séculos XVI e XIX, suas diversidades e complexidades objetivando construir uma
visão crítica acerca dos seus processos de permanências e de mudanças.
- Compreender as formas de escravidão que existiram nas Áfricas visando problematizar as suas características.
- Apontar as características do sistema de fornecimento de escravos africanos para o tráfico atlântico visando
compreender que este foi o elemento que motivou transformações fundamentais nas sociedades, dentro e fora
do continente, que se envolveram com ele.
- Problematizar o processo de construção de novas configurações de identidades no interior do continente a
partir da influência do tráfico atlântico e, também, no Novo Mundo, com a diáspora imposta pelo tráfico de
africanos escravizados.
- Estudar o contexto da segunda metade do século XIX nas Áfricas a partir do processo de disputas européias
visando compreender as causas internas e externas da ocupação colonial e o processo de Partilha do continente
com ênfase na perspectiva africana.
- Construir a concepção da relevância do estudo de África(s) para uma melhor compreensão da própria história
brasileira visando a apropriação por parte dos(as) acadêmicos(as) do seu compromisso com uma prática
pedagógica e de pesquisa que evidencie, problematize e valorize a história de África(s) e dos africanos.
4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução aos estudos africanos
1.1. Porque estudar História de África? Relações Brasil e África e as leis educacionais.
1.2. A invenção “da África”: a historiografia africana e africanista.
1.3. Repensando as Áfricas: diversidade, dinamismo e movimento.
1.4. Formas africanas de lidar com o passado: oralidade, mitos, ritos, tradições.
2. As civilizações africanas entre os séculos XVI e XIX: formas de organização socioeconômica e política
e aspectos da sua cultura.
2.1. Os estados sudaneses ao redor do Saara
2.2. A Costa do Ouro: entre o Sael e o Atlântico
2.3. O Benin e o Delta do Níger
2.4. A África Centro-Ocidental: o Congo e Angola
2.5. A costa oriental da África: a Zambézia
3. O Impacto da colonização européia e a escravidão moderna
3.1. A escravidão em África
3.2. O tráfico atlântico: a África das feitorias e encraves costeiros.
4. A partilha do continente africano no final do século XIX: dominação e resistência.
4.1. A partilha européia e a conquista da África: a Conferência de Berlin.
4.2. A perspectiva africana da partilha
4.3. A nova fisionomia do continente
5 METODOLOGIA
Aulas expositivas-dialogadas.
Leitura e discussão de textos.
Análise de fontes históricas em grupos.
Utilização de imagens, mapas, filmes e fontes históricas.
Atividade orientada.
Visita de estudos.
6 CRONOGRAMA DAS AULAS (OPCIONAL)
MÊS
DIAS
7 AVALIAÇÃO
ATIVIDADE
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Seminário – em grupo. Consta de: Leitura, problematização, domínio do conteúdo,
apresentação (1ª nota), trabalho escrito (2ª apresentação e organização da apresentação oral.
nota) e perguntas para debate (3ª nota).
Articulação com as discussões realizadas na disciplina.
Entrega do texto escrito.
Prova 1. (com consulta, individual).
Conteúdo e análise crítica, argumentação, apropriação
das leituras realizadas e dos debates feitos em sala.
Utilização da norma culta na redação. Originalidade na
escrita do texto. Pontualidade na entrega.
Prova 2. (com consulta, individual).
Conteúdo e análise crítica, argumentação, apropriação
das leituras realizadas e dos debates feitos em sala.
Utilização da norma culta na redação. Originalidade na
escrita do texto. Pontualidade na entrega.
Participação (relativa a discussão em sala A nota de participação está vinculada a efetiva
dos textos da Unidade II. Serão porpostas contribuição nas discussões dos textos da disciplina (a
questões para debate).
partir de questões propostas), assiduidade, frequencia.
PESO
30
30
30
10
8 BIBLIOGRAFIA (Sujeita a alterações ao longo do semestre)
1. BÁSICA
APPIAH, Kwame Anthony. Ilusões de raça. In: Na Casa De Meu Pai. A África na Filosofia da Cultura. Rio de
Janeiro: Contraponto, 1997.
BARRY, Boubacar. Reflexões sobre os discursos históricos das tradições orais em Senegâmbia. In: BARRY,
Boubacar. Senegâmbia: o desafio de uma história regional. Salvador, SEPHIS, s/d, pp. 5-34
HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO (coord.). História Geral da África I. Metodologia e pré-história da
África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982, pp.181-218.
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita a história contemporânea. Belo Horizonte: Selo Negro,
2005.
KI-ZERBO, J., BOUBOU, Hama. Lugar da história na sociedade africana. In: In: KI-ZERBO (coord.). História
Geral da África I. Metodologia e pré-história da África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982, pp. 61-71.
LOVEJOY, Paul e. A escravidão na África. Uma história e suas transformações. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2002.
M’BOKOLO, Elikia. África negra. História e civilizações. Salvador/São Paulo: EDUFBA/Casa das Áfricas, 2009.
MEILLASOOUX, Claude. Antropologia da escravidão. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1995.
PRATT, Maire Louise. Ciência, consciência planetária e interiores. In: Os Olhos do Império: relatos de viagem e
transculturação. Bauru/São Paulo: EDUSC, 1999.
SERRANO, Carlos, WALDMAN, Maurício. Memória D’África. A temática africana na sala de aula. São Paulo:
Cortez, 2007.
SILVA, Alberto da Costa e. A manilha e o libambo. A África e a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira/Fundação Biblioteca Nacional, 2002.
SOUZA, Marina de Mello e. Catolicismo e comércio na região do Congo e de Angola, séculos XVI e XVII, em
Nas rotas do império, organizadores: João Fragoso, Manolo Florentino e outros. Ilha de Vitória, EDUFES, 2006,
pp.279-297.
THORNTON, John. A África e os africanos na formação do Mundo Atlântico, 1400-1800. Rio de Janeiro: Editora
Capus, 2003.
VANSINA, J, A tradição oral e sua metodologia. In: KI-ZERBO (coord.). História Geral da África I. Metodologia e
pré-história da África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982, pp. 157-179.
2. COMPLEMENTAR
ALENCASTRO, Luis Felipe de. O trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico sul, São Paulo, Comapnhia
das Letras, 2000.
BLACKBURN, Robin. A construção do escravismo no Novo Mundo. Do barroco ao moderno, 1492-1800. Rio de
Janeiro, Record, 2003.
CONRAD, Robert. Tumbeiros. São Paulo: Tumbeiros, 1987.
CURTIN, Philip D. Tendências recentes das pesquisas históricas africanas e contribuição à história em geral, em
História Geral da África I. Metodologia e Pré-História da África, coordenação Joseph Ki-Zerbo. São Paulo,
Editora Ática/UNESCO, 1980, pp 73-89.
DAVIS, David Brion. O problema da escravidão na cultura ocidental. Tradução de Wanda Caldeira Brant. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
FERREIRA, Roquinaldo. Dinâmica do comércio intracolonial: geribitas, panos asiáticos e guerras no tráfico
angolano de escravos (século XVIII), em O antigo regime nos trópicos. A dinâmica imperial portuguesa (séculos
XVI-XVIII), organizadores João Fragoso, Maria Fernanda Bicalho e Maria de Fátima Gouvêa. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 2001, Cap 11, pp 339-378.
FLORENTINO, Manolo Garcia. Em Costas Negras: Uma História do Tráfico Atlântico de Escravos entre a África
e o Rio de Janeiro (sécs. XVIII e XIX). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1996.
ILIFFE, John. Os Africanos: história de um continente. Lisboa: Terramar, 1999.
KI-ZERBO, J. História da África Negra. Volume I. Lisboa: Europa-América, 1991.
LAW, Robin. A carreira de Francisco Félix de Souza na África Ocidental (1800-1849), em Topoi 2, março de
2001, IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro: 7Letras, pp.9-39.
MACKENZIE, J. M. A partilha da África 1880-1900. São Paulo: Ática, 1994.
MILLER, Joseph C. África central durante a era do comércio de escravizados, de 1490 a 1850, em Diáspora
negra no Brasil, org. Linda M. Heywood, São Paulo: Editora Contexto, 2008.
NETO, Edgard Ferreira. "História e Etnia". In: CARDOSO, Ciro Flamarion, VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios
da História. Ensaios de Teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
ROLAND, Oliver. A experiência africana: da pré-história aos dias atuais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
SILVA, Alberto da Costa e. Os primeiros anos de Francisco Félix de Souza na costa dos escravos, em África 2223, Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, São Paulo, 1999/2000/2001, pp.9-23.
SILVA, Alberto da Costa e. Francisco Félix de Souza, mercador de escravos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira:
EdUERJ, 2004.
SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico - a África no Brasil e o Brasil na África. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2003.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo, Ática, 2ª edição, 2008.
VAINFAS, Ronaldo; SOUZA, Marina de Mello e. Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da
conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV-XVIII. Tempo. Revista do Departamento de História da
UFF, Rio de Janeiro: 7Letras, v.3, n.6, p.95-118, dez. 1998. (disponível on line)
WESSELING, H. L. Dividir para dominar. A partilha da África 1880-1914. Rio de Janeiro: UFRJ / Revan, 1998.
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