A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO EXTRACURRICULAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA AO ADULTO NA VISÃO DE ACADÊMICOS DE GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM – RELATO DE EXPERIÊNCIA Carla, Souza1; Sabrina, Gonçalves Aguiar Soares2; Silviamar, Camponogara3 RESUMO A formação de profissionais enfermeiros requer um ensino de qualidade, que lhe confira competência na realização de atividades assistenciais, gerenciais, de ensino e pesquisa. Este estudo consiste em um relato de experiência de discentes que desenvolveram atividades extracurriculares em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de um Hospital Universitário, no período de novembro de 2010 a janeiro de 2011. A experiência possibilitou a efetiva inter-relação entre teoria e prática, assim como, evidenciar o importante papel desenvolvido pelo enfermeiro nesse setor. DESCRITORES OU PALAVRAS CHAVE: Unidade de tratamento intensivo; alunos de enfermagem; bolsas e estágios; ensino de enfermagem. INTRODUÇÃO A Unidade de Terapia Intensiva é o local onde é realizado o cuidado intensivo a pacientes em estado crítico, que necessitam de cuidados individualizados e monitorização constante, exigindo, assim, uma equipe multidisciplinar especializada e tecnologia adequada para a manutenção da vida. É justamente por esse universo tecnológico e extremamente complexo que essa unidade desperta certa ansiedade e medo por parte dos discentes da graduação, principalmente, quando se dá o início das aulas práticas. Por outro lado, este campo de práticas também aguça a curiosidade e estimula a busca por conhecimento. A unidade de terapia intensiva, como ambiente para o ensino de enfermagem aos pacientes críticos, desperta muito interesse por parte dos alunos, por ser uma unidade que apresenta a possibilidade de várias práticas de enfermagem básicas e específicas, pela sua complexidade e pelo aparato tecnológico como recurso para sobrevida dos doentes internados, e por consequência disso, favorece também o aprendizado nesse campo¹. O trabalho em UTI, dada sua complexidade, requer que o enfermeiro esteja preparado para, a qualquer momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. Dessa forma, o papel do enfermeiro na UTI consiste em cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas, de forma integrada e contínua juntamente com os membros da equipe de saúde. Esse cuidado inclui obter a história do paciente, fazer exame físico, planejar e executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde, realizar a Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) e orientando, quando possível, os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas. Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente, analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão. 1 Apresentadora. Acadêmica do sexto semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem. E-mail: [email protected] Telefone: 55 91595577 2 Acadêmica do oitavo semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem. Email: [email protected] 3 Orientadora. Doutora. Enfermeira. Profa Adjunto do Dep. de Enfermagem/UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem. E-mail: [email protected]. 1 Além disso, necessita ter conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente. Para tal, o preparo adequado do profissional é imprescindível para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado nesta unidade. Esse preparo inicia desde a graduação de enfermagem com a complementação da aprendizagem através de estágios extracurriculares aonde se faz necessária a associação teórico-prática no processo de aprendizagem. DESENVOLVIMENTO Através de aulas de graduação do 5° semestre de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e vivência de 90 horas de treinamento para bolsa de assistência hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), no período de novembro de 2010 a janeiro de 2011, sob orientação da Prof. Dra. em Enfermagem Silviamar Camponogara, observou-se que a UTI sendo um serviço de internação para pacientes críticos, requer atenção médica e de enfermagem permanente, com dotação própria de pessoal técnico e profissional especializado, com equipamentos específicos e outras tecnologias destinadas ao diagnóstico e ao tratamento dos pacientes internados em UTI. Neste período foi reconhecido o papel do enfermeiro em campo de terapia intensiva, onde o enfermeiro deve ter um conhecimento vasto que vai desde a administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos, entremeando o campo de gerenciamento do trabalho em equipe multidisciplinar, atividades estas que integram a rotina de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele dominado. Considera-se assim que os conhecimentos podem ser construídos pelo enfermeiro por meio de estudos acadêmicos e no dia-a-dia, nos desafios que a realidade concede. O saber teórico é transformado em prática assistencial e este processo determinará as percepções e interpretações favorecendo o enfrentamento de problemas do cotidiano. Essas premissas nos levam a compreender que a prática poderá fortalecer este conhecimento e favorecer o desenvolvimento de competências que podem facilitar o processo de tomada de decisão, promover a comunicação e melhorar o trabalho em equipe. Assim, o ensino teórico-prático na formação do enfermeiro, permite com que ele possa utilizar o local de prática para refletir e aprender. Ao desenvolver o estágio extracurricular foi possível conhecer e vivenciar a rotina da unidade com mais intensidade, além de poder realizar funções delegadas aos enfermeiros, executar alguns procedimentos técnicos de enfermagem, interagir com pacientes e profissionais da equipe, colocando em prática conceitos aprendidos em aulas teóricas tanto da parte assistencial quanto da administrativa, bem como sobre os direitos assegurados ao paciente e ao profissional de UTI. Ao executar os procedimentos técnicos de enfermagem na unidade foi possível aperfeiçoar destreza manual e habilidades técnicas de acordo com a demanda do campo de atuação, fazendo dessa experiência complementação para a formação profissional e pessoal no que se refere à convivência com a equipe e conhecimentos adquiridos ao longo desse tempo. As atividades de estágio são de suma importância para a formação profissional e por isso devem ser realizadas da maneira mais organizada, sistematizada e efetiva possível, uma vez que o estágio é um processo pedagógico de formação profissional que tenta criar um elo entre a formação teórico-científica e a realidade do meio, fazendo com que o estudante estabeleça correlações entre o referencial teórico e as situações do cotidiano. É o momento de vincular a teoria à prática, possibilitando a aplicação de conceitos abstratos em situações concretas³. 2 Nessa vivência foi possível unir a teoria com a prática no que se refere à importância do cuidado integral aos pacientes que se encontram ali devido a estado grave de saúde, bem como a assistência humanizada tratando e cuidando não somente a enfermidade, mas o paciente como um todo, realizando educação em saúde, observando sempre seu contexto de vida, realizando orientações aos familiares também, com linguagem clara e objetiva, de maneira a manter o ambiente acolhedor nessa hora critica da vida dessas pessoas. A relevância da base teórica foi essencial nesses momentos, já que é necessário ter dominância de todo conteúdo para conseguir colocá-lo em prática no campo de atuação e fazer um trabalho diferencial daquele modelo mecanicista conforme exige os princípios do SUS. Dessa forma, deve haver um propósito em assegurar a qualidade da formação acadêmica em enfermagem, vez que cuidar de seres humanos requer profissionais capacitados para a realização das mais simples às mais complexas atividades, como no contexto da UTI³. CONCLUSÃO Na formação de profissionais de enfermagem deve-se ser estimulada a prática de estágios extracurriculares, sendo através desse que ocorre a união dos conteúdos teóricos à prática vivenciada no campo, favorecendo assim o espírito crítico do estudante. A execução de vivências em campos de interesse do graduando favorece uma oportunidade de (re) construção de conceitos, posturas e soluções diante da realidade que se apresenta no cotidiano do profissional enfermeiro no intuito de melhorar o processo de trabalho da enfermagem e, consequentemente assegurar uma assistência de qualidade junto à população. Acreditamos que o caminho para a autonomia do exercício da enfermagem se fará com o domínio do conhecimento do seu campo, bem como da sua prática e a utilização destes para o cuidado em saúde. Por isso, reconhecemos a importância da vivência em UTI, pois foi possível fazer reflexões acerca da nossa prática no campo e conseguimos externar a contribuição para nosso aprendizado, pautado em conhecimentos previamente discutidos e socializados em aulas teóricas da graduação. Acreditamos que esta vivência é primordial e extremamente válida para a consolidação dos conhecimentos necessários para um bom desempenho e, portanto, para formação profissional, juntamente com uma boa base teórica. REFERÊNCIAS 1. Guedes GF, Ohara CVS, Silva GTR. Processo de ensinar e aprender em UTI: um estudo fenomenológico. Rev. bras. enferm. 2008; 61(6). 2. Rodrigues J. Aulas Práticas de Enfermagem em UTI: Construção de Conceitos. Cogitare Enfermagem 2006. 3. Nascimento MS. Oficinas Pedagógicas: Construindo Estratégias Para A Ação Docente – Relato De Experiência. Rev.Saúde.Com 2007; 3(1):85-95. 3 THE IMPORTANCE OF EXTRACURRICULAR INTERSHIP IN AN INTENSIVE CARE UNIT FOR ADULTS THROUGH NURSING UNDERGRAUATED STUDENTS VIEW Carla, Souza3; Sabrina, Gonçalves Aguiar Soares4; Silviamar, Camponogara5 ABSTRACT Nursing education requires an excellent teaching that assures the Professional accomplishes activities that involve nursing care, management, teaching and researching successfully. This study consists in an undergrad students experience report about extracurricular activities in an Intensive Care Unit (ICU), in a teaching hospital, through November 2010 and January 2011. The experience enabled the effective inter-relationship between theory and practice as well as highlights the importance of nursing role in this unit. KEY WORDS: Intensive Care Unit; Nursing students; scholarships and internships; nursing education. INTRODICTION The Intensive Care Unit is the venue for intensive care to critically ill patients Who need individualized care and Constant monitoring, thus requiring a multidisciplinary team and appropriated technology for the maintenance of life. Because of this extremelly complex technological universe that this unit awakens some anxiety and fear on undergrad students, especially, when pratical classes begin. Moreover, this practice field also sharpens curiosity and encourages the search for knowlegde. The Intensive Care Unit, as a teaching environment for nursing care in critically ill patients, arouses much interest from the students, because it’s a unit that presents the possibility of several basic and specific nursing practices, for its complexity and the technological apparatus as resource for ICU patients survival, and by consequence also encourages learning in this field¹. Working in ICU, given its complexity, requires that nurses be prepared, at any time, to take care of patients with significant hemodynamic changes, which require specific knowledge and great ability of making decisions and implement them in time. This way, the nursing role in ICU consists in taking care of individuals in different severe situations, in an integrated and continuous form with the other health team members. This care includes obtaining the patient’s history, Esse cuidado inclui obter a história do paciente, physical examination, to plan and execute treatment, advising and teaching the health mantainance, planejar e executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde, perform the Nursing Care System (NCS) and guide, when possible, the sick for a continuity of treatment and measures. For this, the ICU nurse needs to think critically, analyzing the problems and finding solutions to them, always ensuring their practice within the ethical and bioethical principles of the profession. 3 Presenter. Acadêmica do sexto semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem. E-mail: [email protected] Telefone: 55 91595577 4 Acadêmica do oitavo semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem. Email: [email protected] 5 Orientadora. Doutora. Enfermeira. Prof a Adjunto do Dep. de Enfermagem/UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem. E-mail: [email protected]. 4 Also, there’s a need to scientific, practical and technical knowledge, to make quick and concrete decisions, giving security to the entire team and especially lowering the risks that threaten the patient’s life. For this, the Professional adequate preparation is essential for a successful care with quality in this unit. This preparation starts from the nursing degree with the completion of learning through internships where it is necessary to association theory and practice in the learning process. DEVELOPMENT Through the undergraduated classes in 5th semester of nursing in Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) and experience of 90 hours of training for hospital assistance scholarship in the Intensive Care Unit for Adults in Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), through November 2010 and January 2011, under guidance of a professor with doctorate in Nursing Silviamar Camponogara, noted that ICU as a service for critically ill patients Who require permanent medical and nursing attention, with own endowment of skilled technical and professional staff, with specific equipment and other technologies for diagnosis and treatment of ICU patients. In this period, the nurse role was recognized in intensive care Field, in which nurse needs to have a vast knowledge that goes from administration and effects of drugs to the operation and adequacy of equipment, interweaving the field of multidisciplinary teamwork management, activities that integrate the nurse routine in this unit should be dominated. It is considered that knowledge can be built by nurses through academic studies and in the daily routine, though challenges that reality concedes. The theoretical knowledge is transformed into health care practice and this process will determinate the perceptions and interpretations promoting coping with everyday issues. These assumptions lead us to understand that the practice may strengthen this knowledge and encourage developing skills that can facilitate the decision-making process, promote communication and improve teamwork. Thus, the theoretical- practical training of nurses, allows him/her to use the practice scenery to reflect and learn. Through the development of extracurricular internship, it was possible to know and experience the unit routine with more intensity, and to perform some technical nursing procedures, to interact with patients and staff, putting into practice the concepts learned in lectures, both on assistance and management parts, as well as on the rights assured to ICU patients and professionals. When performing the technical nursing procedures in the unit was possible to improve manual dexterity and technical skills in accordance with the demand of the field, making it an experience to complement the professional and personal development in regard to coexistence with the staff and knowledge acquired during that time. Internship activities are of paramount importance to the professional development and therefore they should performed in the most organized, systematic and effective way as possible, once that internship is a pedagogical process of training that attempts to create a link between theoretical-science and social reality, causing the student establish correlations between the theoretical and everyday situations. It’s the moment to link theory and practice, enabling the application of abstract concepts to concrete situations ³. In this experience, it was possible to unite theory with practice in regard to the importance of comprehensive care to patients who are there because of critical health condition, and the humanized treating and caring for not only the disease but the patient as a whole, making health education, always observing the context of his/her life, performing guidance to the families as well, with a clear and an objective speech in order to keep a warm environment during this critical period of their lives. The relevance of the theoretical base was essential in these moments, since it is necessary to have dominance 5 of all subject to be able to put it into practice in the field and do a differential job from that mechanistic model as required by the principles of the NHS. Thus, there must be a purpose to ensure the quality of academic education in nursing as caring for humans requires trained professionals to perform the simple to more complex activities, such as in the context of ICU³. CONCLUSION The practice internships must be encouraged in training of nursing professionals, through it, the union of theoretical concepts to practice experienced in the field occur, thereby fostering the student's critical thinking. The implementation of experiences in fields of interest of the student favors an opportunity to (re) construct concepts, positions and solutions before the reality that presents itself in the daily nurse routine in order to improve the process of nursing work and thus ensure a quality care to the population. We believe that the way to the autonomy of nursing practice will be done through the domain of knowledge in its field, as well as its practice and use to health care. That’s why we recognize the importance of experiencing the ICU, because it was possible to reflect about our field practice and we could extern the contribution to our learning, based on knowledge previously discussed and socialized in undergrad lectures. We believe this experience is essential and extremely valid to the consolidation of needed knowledge to a good development and, therefore, a professional training, along with a sound theoretical foundation. REFERENCES 1. Guedes GF, Ohara CVS, Silva GTR. Processo de ensinar e aprender em UTI: um estudo fenomenológico. Rev. bras. enferm. 2008; 61(6). 2. Rodrigues J. Aulas Práticas de Enfermagem em UTI: Construção de Conceitos. Cogitare Enfermagem 2006. 3. Nascimento MS. Oficinas Pedagógicas: Construindo Estratégias Para A Ação Docente – Relato De Experiência. Rev.Saúde.Com 2007; 3(1):85-95. 6