Planejamento Urbano e Regional MORTALIDADE

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MORTALIDADE DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS:UM ESTUDO DO SEGMENTO
EMPRESARIAL COM MAIOR REPRESENTATIVIDADE NO ÍNDICE DE EMPRESAS
EXTINTAS NO MUNICÍPIO DE AUGUSTINÓPOLIS – TO
Gisele Leite Padilha1, Marilsa Rodrigues de Sá Tadeucci, 2 Monica Franchi Carniello3
1
FABIC/UNITAU/ Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional. [email protected]
UNITAU/ Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional, Rua Expedicionário Ernesto Pereira,
225,Taubaté-SP, [email protected], [email protected]
2,3
Resumo- A análise em torno da mortalidade das micro e pequenas empresas têm despertado a atenção de
diversos estudiosos, e da própria sociedade, devido as suas implicações junto ao mercado de trabalho e à
estrutura produtiva brasileira. Devido o grau de importância que essas empresas representam para o
desenvolvimento socioeconômico das regiões e do país, este artigo buscou identificar o ramo de atividade
empresarial com maior representatividade no índice de empresas que encerraram suas atividades no
município de Augustinópolis – TO. Constitui-se uma pesquisa documental, de caráter exploratório, com
base no relatório de empresas extintas, extraído do banco de dados da JUCETINS – Junta Comercial do
Tocantins, a partir de uma análise dos últimos cinco anos, como uma causa a ser considerada relevante,
diante dos cenários não favoráveis ao desenvolvimento socioeconômico do município. Verificou-se com
esta pesquisa que o segmento comercial predomina entre o número de empresas extintas no município
estudado, entre os anos de 2006 a julho de 2011.
Palavras-chave: Mortalidade empresarial; Micro e pequenas empresas. Desenvolvimento socioeconômico.
Área do Conhecimento: Gestão e Desenvolvimento Regional
Introdução
As micro e pequenas empresas (MPEs) são as
principais bases de sustentação da economia
nacional e sua sobrevivência é de fundamental
importância para o desenvolvimento econômico
das regiões e do país. Segundo o Sebrae (2006),
as MPES representam 98% do total dos
estabelecimentos do Brasil.
O alto índice de mortalidade empresarial tem
sido um dos fatores mais preocupantes para a
economia do Brasil, tendo em vista que são as
MPEs que concentram o maior número de
empregos
diretos
e
indiretos
do
país,
independentemente de ser comércio, indústria ou
serviço. Segundo o Sebrae (2010), em SP, a
proporção de empresas que são fechadas nos
primeiros anos de vida é bem representativo,
sendo 27% no primeiro ano; 37% no segundo ano;
46% no terceiro ano; 50% no quarto ano e 58% no
quinto ano de existência. Apesar desses dados
refletirem a realidade do Estado de São Paulo,
essa elevada taxa de mortalidade tende a se
reproduzir em outras regiões, conforme Figura 1.
Figura 1 - Taxa de mortalidade de empresas de
2 anos, para empresas constituídas em 2006, por
regiões do país.
Fonte: Sebrae, 2011
Nota: as empresas constituídas em 2006 foram verificadas
nas bases de 2007, 2008 e 2009
A Região Norte, na qual está localizado o
Estado de Tocantins, foco desse estudo, a taxa de
mortalidade das empresas é de 34%, a maior do
país. O Estado de Tocantins, isoladamente, possui
uma taxa de mortalidade de 30%, um pouco
inferior à taxa da região.
A Tabela 1 apresenta a taxa de sobrevivência
de empresas conforme setor e região. Verifica-se
que na Região Norte a maior taxa de
sobrevivência é do setor comercial.
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XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
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Tabela 1 - Taxa de sobrevivência de empresas
de 2 anos, para empresas constituídas em 2006,
por regiões e setores
Fonte: Sebrae, 2011
Nota: as empresas constituídas em 2006 foram verificadas
nas bases de 2007, 2008 e 2009
A partir desse cenário nacional e regional, esse
trabalho visa identificar como se comporta o
fenômeno da taxa de mortalidade das empresas
em escala local, especificamente no município de
Augustinópolis - TO, partindo da premissa que tal
diagnóstica faz-se relevante para fundamentar
movimentos de planejamento do desenvolvimento
local. Torna-se primordial a obtenção de
informações que identifiquem qual o ramo de
atividade empresarial que concentra a maior taxa
de mortalidade precoce e dessa forma identificar
qual dentre os fatores supracitados estão em
conformidade com a não mais existência dessas
empresas, para que com isso venha ser possível
aplicar estudos que possam diminuir o
considerável número de MPEs que encerram suas
atividades em curto prazo.
Este trabalho objetiva identificar, com base no
banco de dados da JUCETINS – Junta Comercial
do Tocantins, o segmento empresarial mais
representativo entre o índice de empresas extintas
no município de Augustinópolis – TO, propor uma
reflexão acerca das possíveis hipóteses que
contribuem para o desaparecimento prematuro de
boa parcela dessas empresas; enfatizar o papel
dos órgãos públicos e privados no processo de
otimização do sucesso empresarial e destacar a
importância e a contribuição de todo esse contexto
para a permanência dessas empresas no
mercado.
Metodologia
Para Lakatos e Marconi (2009), o método é um
conjunto de atividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia, permite
alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões na pesquisa.
Conforme Lakatos e Marconi (2009), a
pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao estudo e com a
finalidade de colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que já foi dito sobre determinado
assunto.
Já a pesquisa documental, para Lakatos e
Marconi (2009), se caracteriza pela fonte de coleta
de dados que está restrita a documentos
constituindo o que se denomina de fontes
primárias. Estas podem ser feitas no momento em
que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.
Para Oliveira (2003), a pesquisa qualitativa
facilita descrever a complexidade de problemas e
hipóteses, bem como analisar a interação entre as
variáveis, compreender e classificar determinados
processos sociais, oferecer contribuições no
processo de mudanças, criação ou formação de
opiniões de determinados grupos.
De acordo com Soares (2003), a pesquisa
quantitativa está relacionada à quantificação de
dados obtidos mediante pesquisa.
O levantamento dos dados foi procedido
através de pesquisa documental, por meio de um
relatório de situação cadastral, fornecido pela
Junta Comercial do Tocantins – JUCETINS,
referente às micros e pequenas empresas
situadas no município de Augustinópolis – TO, que
encerraram suas atividades no período de janeiro
de 2006 a julho de 2011, com o intuito de destacar
a atividade econômica que sofreu maior impacto
entre o índice de empresas extintas no município
de Augustinópolis – TO.
Com o intuito de recolher o máximo de
informações acerca da temática, este estudo
tomou como base a pesquisa bibliográfica,
subsidiada em livros, artigos e trabalhos
científicos.
Realizou-se esta pesquisa a fim de possibilitar
estudos mais aprofundados acerca desta
problemática.
Resultados e Discussão
Com base na análise dos dados fornecidos
pela Junta Comercial do Tocantins, 526 empresas
foram constituídas no município de Augustinópolis
– TO, entre janeiro de 2006 a julho de 2011. Entre
elas, 26 empresas, correspondente a um
percentual de 4,94%, foram extintas e 72 (setenta
e duas) canceladas, equivalente a um percentual
de 13,69%. Conforme reza o art. 60 da lei 8.934
de 1994, ou seja, a firma individual ou a sociedade
que não proceder a qualquer arquivamento no
período de dez anos consecutivos deverá
comunicar à junta comercial que deseja manter-se
em funcionamento. Em outras palavras, se não
houver a comunicação por parte do empresário, a
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Junta Comercial, efetua o cancelamento do
registro. Verifica-se que a porcentagem de
empresas extintas é menor do que a taxa de
mortalidade estadual.
Entre as 26 empresas extintas, 16 delas são de
segmento comercial, o que atinge um percentual
de 61,64%. Muito embora este estudo não tenha
se aprofundado acerca da problemática e em
virtude
dos
documentos
analisados
não
declararem a razão de fechamento destas
empresas, este número pode ser atribuído a
diversas hipóteses, entre elas, o fato deste
segmento constituir um dos setores econômicos
com maior participação relativa da parcela
empresarial e por ser considerado ponto forte da
economia da região do Bico do Papagaio. Ou
mesmo, por questões ambientais, ou aquelas
relacionadas a fatores internos e externos, como:
falta de planejamento, falhas gerenciais, falta de
capital de giro, carga tributária elevada, má
localização da empresa, entre outros fatores que
contribuem para o fechamento das MPE’s.
O município de Augustinópolis-TO possui uma
economia mista que se baseia no comércio,
agropecuária, indústria e artesanato, sendo o
comércio sua principal atividade, representando a
maior participação do PIB do município. Com um
PIB de R$ 64.908 mil reais e PIB per capita de R$
4.386 mil reais, segundo dados do IBGE (2009).
As micro e pequenas empresas comerciais
contribuem de forma relevante para a geração de
postos de trabalho e renda, subsidiando, assim, a
definição dos instrumentos necessários ao
fomento de suas atividades.
Diante disso, percebe-se o significativo valor
econômico que estas empresas proporcionam ao
município, e o encerramento deste segmento
empresarial
reflete
no
crescimento
e
desenvolvimento do município e da região como
um todo, o que nos faz refletir acerca do problema,
com o intuito de fazer um alerta aos órgãos
públicos a criarem medidas de apoio e incentivo a
esses pequenos empreendimentos, que muito
contribuem para o crescimento econômico
regional. E ainda propor estudos mais detalhados
acerca da temática abordada, para que sejam
identificadas as reais causas de extinção dessas
empresas.
Conclusão
Conforme Sebrae, (2006) nota-se que as micro
e pequenas empresas representam a maior
parcela de empresas constituídas no país, sendo
de grande relevância a análise e o estudo dos
fatores que contribuem para o fechamento dessas
empresas, devido sua importância social e
econômica.
Com base na análise dos dados obtidos na
pesquisa documental, identificou-se o segmento
comercial como a mola mestre da economia do
município de Augustinópolis-TO.
Observou-se também que, o segmento
comercial predomina entre o número de empresas
extintas no município estudado, entre janeiro de
2006 a julho de 2011.
É oportuno salientar, que não se pode atribuir a
um único fator a causa do fechamento das
empresas aqui analisadas.
Cabe ressaltar, que muitas hipóteses
contribuem para o encerramento das MPE’s do
ramo do comercio no município de Augustinópolis
– TO, entre elas, pode-se citar o fato deste
segmento imperar entre as empresas constituídas,
durante o período analisado; falhas gerenciais,
inadimplência/maus pagadores; falta de capital de
giro; carga tributária elevada e a má localização,
que à medida que se acumulam, elevam
substancialmente as chances do negócio ser
malsucedido.
Portanto, identificou-se como sendo de
fundamental importância a implementação de
políticas de apoio às micro e pequenas empresas,
por parte da gestão municipal e estadual, bem
como de instituições que prestam esse tipo de
serviço, como o SEBRAE e associações
comerciais, o que resulta em benefícios imediatos
para o desenvolvimento socioeconômico local.
Neste sentido, torna-se de fundamental
importância a realização de estudos aprofundados
acerca do tema abordado, através de uma
pesquisa de campo para identificar os motivos
apontados pelos empresários como razões para o
fracasso.
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