Nossa Senhora do Sagrado Coração

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Nossa Senhora do Sagrado Coração
(Issondun - França)
(1855)
Em 1854, dois jovens sacerdotes, os padres Chevalier e Mangenest, coadjutores
da paróquia de Issondun, na diocese de Bourges (França), pensavam em fundar uma
obra missionária para propagar no Berry, infestado pelo materialismo e indiferentismo,
a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que consideravam o meio mais eficaz
para salvar aquelas almas esquecidas de seus destinos eternos.
Precisavam, porém, de recursos, e esses lhes faltavam completamente, por isso
se dirigem a Maria Santíssima, certos de que ela não deixaria faltar os meios
necessários à obra planejada, se esta fosse do seu agrado.
Começaram, então, uma novena que ia terminar no dia 8 de dezembro de
1854, dia memorável em que o Papa Pio IX devia proclamar o dogma da Imaculada
Conceição, esperando que Nossa Senhora, em troca da glória com que o mundo
católico ia coroá-la, concedesse à terra favores especiais. E estavam convencidos os
dois sacerdotes de que, se fossem atendidos, o favorável despacho de suas súplicas
seria uma prova de que Deus concordara com seus planos.
Não foi vã sua confiança: no último dia da novena, isto é, no próprio dia da
proclamação do dogma da Imaculada Conceição, eis que se lhe apresenta um
homem, entregando-lhes, em nome de um benfeitor que desejava conservar o
anonimato, uma quantia importante destinada à fundação de uma obra missionária.
Era a resposta a suas súplicas!
Eles tinham prometido tomar o nome de Missionários do Sagrado Coração de
Jesus, e honrar Nossa Senhora de um modo todo especial, e, tendo sido tão
bondosamente atendidos, trataram de pôr mãos à obra. Procuraram, então, e
acharam uma casa modesta na qual se alojaram alguns meses depois, e desde
então se intitulam oficialmente Missionários do Sagrado Coração de Jesus.
Faltava-lhes cumprir a segunda parte da promessa, e o Pe. Chevalier, chefe da
pequena comunidade, dela não se esquecia.
Desde 1855, tendo recebido a idéia do título Nossa Senhora do Sagrado
Coração, pensava nesse título freqüentemente, sem falar dele a ninguém: a idéia
devia amadurecer no estudo, na meditação e em fervorosas orações.
Quando julgou chegado o tempo de honrar a Santíssima Virgem com um novo
título, logo depois de aprovado pela igreja, abriu o coração a seus colegas, no ano
de 1859.
Um dia, estando os missionários no recreio, depois do jantar, de repente o Pe.
Chevalier, após ter estado em silêncio durante algum tempo, pergunta-lhes: “Sob
que invocação colocaremos o altar da Virgem em nosso novo santuário?” Referia-se
à atual basílica de Issondun, a qual devia substituir a antiga capelinha, que
ameaçava cair.
Cada um propôs um título, conforme o que lhes ocorria pelo pensamento.
“Não, não”, disse sorrindo o Pe. Chevalier. “Em nossa futura igreja, o altar de
Maria será dedicado a Nossa Senhora do Sagrado Coração”.
“Nossa Senhora do Sagrado Coração?!” dizem alguns, “mas isso é uma
inovação, e em matéria de devoção não convém inovar.”
“Inovação?” disse o Pe. Chevalier, “que seja, mas nem tanto como julgais”.
E, visivelmente comovido, explicou a seus colegas o motivo por que tinha
escolhido esse título, relembrando depois as importantes graças que a nascente
comunidade recebera da Santíssima Virgem, e terminando com estas palavras:
“Estou convencido de que nossa boa Mãe quer ser invocada e honrada sob este
novo título, em nosso futuro santuário. Dedicar-lhe-emos, portanto, um altar sob esta
invocação. Deste modo, por ela e com ela glorificaremos o Sagrado Coração de
Jesus,e propagaremos seu culto e seu amor. Iremos ao Sagrado Coração de Jesus
por Maria, sua Mãe. Ad Jesum per Mariam”.
Em 1859, o Pe. Júlio Chevalier, fundador dos Missionários do Sagrado Coração de
Jesus, criou, portanto, o título Nossa Senhora do Sagrado Coração.
A imagem representativa consiste em Maria sustentando o Menino Jesus no
braço esquerdo, e com a mão direita segura-lhe o coração. Jesus indica-lhe sua Mãe
para dizer que ela é tesoureira de seu Sagrado Coração, e que, para obtermos as
graças que ele encerra é necessário dirigimo-nos a Maria.
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