Homilia da Celebração de Coroação de Nossa Senhora do Sagrado Coração – 27/05/06 Meus irmãos e minhas irmãs, Quando a imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração estava entrando eu fiquei pensando em algo que é muito comum na nossa vida, e nestes momentos antes de iniciarmos a celebração, com uma família que estava ali no pátio, nós até brincávamos sobre esta situação que vou dizer: A casa da nossa avó, casa da nossa mãe, é lugar de profunda experiência, de profunda convivência onde nós, quando estamos reunidos num domingo, por exemplo, não temos muito que dar explicações a não ser conviver; e só ali do quarto pra cozinha, da varanda pra sala, no quintal, e juntos fazer acontecer a experiência de unidade e de comunhão. Estar na casa da mamãe. Talvez seja essa a experiência que, como pastor desta comunidade, eu mais desejo neste dia de hoje, que uma vez que estamos reunidos ao redor da mãe, possamos também sem muito ter o que dizer, sem muito ter o que pensar, não interessa, interessa somente o sentimento comum de adultos, crianças, jovens, adolescentes, aqueles que convivem todo dia, aqueles que convivem apenas algumas horas ou alguns momentos durante o ano, mas em todos estejamos juntos para poder experimentar do mesmo carinho, da mesma presença e nos enriquecermos numa convivência que nos faz ser família. É isto que é celebrar a madroeira, é enriquecermos numa experiência que possa fazer desta comunidade não apenas uma produtora de serviços apostólicos, nós não somos um supermercado. Mas que nós possamos ter os sentimentos mais comuns na vida humana: ternura, carinho, humanidade, silêncio, solidariedade, fraternidade, tudo aquilo que nós, desde pequenos, aprendemos com a mamãe, com a vovó, na família. Que isso possa ser a experiência sensível que nos reúne ao redor de Nossa Senhora do Sagrado Coração e tomando uma consciência de filhos de Igreja atuante, de Paróquia viva, nós possamos experimentar da vida desta mulher, do quanto ela experimentou da vida do seu filho Jesus aqueles sentimentos que são próprios do coração de quem ama. Por isso ela se chama Nossa Senhora do Sagrado Coração, porque a sua função na Igreja e na família cristã não é outra senão fazer com que eu, com que você, com que todos nós aprendamos do coração de seu filho Jesus. Eu me lembro de uma música que sempre me foi tão cara; música do nosso ex-arcebispo Dom Carlos Alberto Navarro, que era poeta, musicista também, uma música tão bonita que diz: “Sendo normal no lar, Deus quer também na igreja uma figura de mulher que nos faça cristãos, Maria Virgem Mãe somos seus filhos e somos irmãos”. Como era em casa, a presença da mãe que une, que gera comunhão, que apazigua, que acolhe, que é capaz de somente repreender na ternura e que assim, neste gesto, faz a família se tornar verdadeiramente família com vocação própria e de presença no mundo. Peçamos a Nossa Senhora do Sagrado Coração, neste momento que pra mim é muito forte, pela primeira vez celebrando com vocês a madroeira desta comunidade, ela que é a madroeira nossa, dos Missionários do Sagrado Coração, que nós juntos possamos fazer acontecer uma única súplica nesta noite: súplica do interceder de Maria. Que nós aprendamos a crescer como família e para sermos família todo mundo precisa crescer na compreensão de dar-se, de colaborar, de participar, de se fazer presente, de se envolver para que ninguém se perca e para que todos se sintam bem presentes no coração da Mãe para que assim Ela também possa nos conduzir ao coração do Filho que é aberto a todos. Nossa Senhora do Sagrado Coração, Mãe da família desta comunidade! Rogai por nós! Amém.