ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 137 - ( ) Anuário da Produção Acadêmica Docente EAD1 COMO PRÁTICA DE INTERAÇÃO ENTRE A PESSOA E O AMBIENTE Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 Érik Luca de Mello Universidade Anhanguera - Uniderp / Centro Universitário Anhanguera unidade Leme [email protected] Rafael Aroni Universidade Anhanguera - Uniderp / Centro Universitário Anhanguera unidade Leme [email protected] André Gustavo Mazzini Bufon Universidade Anhanguera - Uniderp / Centro Universitário Anhanguera unidade Leme [email protected] RESUMO Faz-se uma reflexão a partir de diferentes áreas do saber voltadas para o exercício de aprender a aprender o mundo simbólico e o conhecer a partir de interações culturais com mídias contemporâneas. Está dividido em três seções, a saber: introdução a partir da visão behaviorista radical e o exercício da Ciência do Comportamento, mas não exclusivamente; busca-se aproximação das contribuições da vertente do Interacionismo Simbólico, com destaque no interesse etnográfico intersubjetivo, qual seja, mapear as situações contingentes de interação em educação a distância. Para tanto propõe-se neste estudo inicial a revisão bibliográfica do conceito interação nesta modalidade de ensino. Em uma seção final faz-se uma junção do que foi exposto nas seções iniciais e reflexões a respeito dos comportamentos envolvidos na produção de conhecimento com novas tecnologias. Palavras-Chave: interação; comportamento simbólico; ambiente virtual de aprendizagem. ABSTRACT This paper presents a contribution from different areas of knowledge devoted to the pursuit of learning to learn the symbolic world and learn from cultural interactions with contemporary media. It is divided into three sections, namely: introduction from the radical behaviorist view and the exercise of Behavior Science, but not exclusively, we try to approach the part of the contributions of symbolic interactionism, focusing on intersubjective ethnographic interest, namely. Mapping the contingent situations of interaction in distance education. For that we propose in this initial study to review the concept of interaction from experience in this type of education. In a final section it is a junction that has been exposed in the initial sections and reflections about the behavior of producing knowledge with new technologies. Keywords: interaction; symbolic behavior; virtual learning environment. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico Recebido em: 3/5/2011 Avaliado em: 2/6/2011 Publicação: 9 de agosto de 2011 1 Atenta-se para a abreviação do termo “Educação a distância” – EaD: E, de Educação, D de Distância. Diferentes estilos ocorrem no uso ou não do “a” na sigla, onde “a” é preposição. Nas siglas se abrevia com a letra inicial (maiúscula) os nomes, adjetivos e não preposições. Não é incomum encontrar autores que abreviam simplesmente “ED”. No presente texto se adotou a sigla “EaD”. 137 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 138 - ( ) 138 EAD como prática de interação entre a pessoa e o ambiente 1. INTRODUÇÃO Conhecer é uma das habilidades do ser humano que o caracterizam como tal. Ao longo de uma história evolutiva o homem extrapolou o conhecimento adquirido, via senso comum, que resolveu seus problemas de rotina (KÖCH, 2000), como também desenvolveu comportamentos mais sofisticados, como conhecimento religioso, artístico, filosófico e científico. A complexidade de tais comportamentos, para alguns autores, pode ser entendida como fruto do comportamento simbólico (DEACON, 1997; DIAMOND, 2010; TOMASELLO, 1998)2. Com o advento das tecnologias digitais, em especial o computador pessoal e a rede de comunicação de alcance mundial (www3), novas interações foram formadas, mutatis mutandis novas maneiras de interagir e conhecer também. Uma parte importante do conhecer com as novas tecnologias é conhecer à distância nas relações educacionais, mais do que isso, é conhecer de forma mais autônoma, com menor ênfase na pessoa do professor e maior ênfase em processos de aprendizagem do aluno. Essa maneira de reelaborar as novas formas de ensino não são inéditas. Em outros tempos o ensino à distância ocorria por cartas, rádio ou episódios televisivos (DIAS; LEITE, 2010, p.13-14). A noção de que aprender depende do comportamento do aluno também não é nova, estava proposta no chamado no Sistema Personalizado de Ensino (adaptação do inglês Personalized System of Instruction), que no século passado foi muito popular. Conforme Todorov, Moreira e Martone (2009, p. 289): Implantado na Universidade de Brasília em 1964, foi amplamente utilizado, principalmente nos anos 70. Em 1979 havia cerca de 5.000 cursos conhecidos baseados no PSI, um periódico específico para o assunto (Journal of Personalized Instruction) e, de 1973 a 1979, manteve-se em funcionamento o Center for Personalized Instruction na Georgetown University (...) A EaD apresenta-se como novo momento da cultura que desenvolve comportamento simbólico e obriga novas reflexões sobre práticas educativas. O presente texto é um exercício dessa reflexão. 2. INTERAÇÃO SOB A ÓTICA DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO O comportamento simbólico é aquele fruto de relações entre eventos, entre estímulos que poderão em algum momento ter a mesma função. Estar diante de um cachorro e nomeá-lo 2 Tem-se claro que os autores referenciados como autoridades sobre o comportamento simbólico são de escolas teóricas e defendem argumentos a partir de pontos de vista distintos. Tais diferenças não poderão ser aqui discutidas, pois fogem ao escopo do texto. 3 O World Wide Web foi inventado em 1990, pelo inglês Timothy John Berners-Lee, no “Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire” (CERN) que, em português significa “Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear”, localizado na Suíça. Disponível em: <http://www.gandaiabr.net/2008/07/o-que-significa-www.html>. Acesso em: 01 maio 2011. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 139 - ( ) Érik Luca de Mello, Rafael Aroni, André Gustavo Mazzini Bufon 139 como tal (momento 1); ouvir a palavra “dog” e relacionar com a palavra cachorro (momento 2); estar diante de cachorro e nomeá-lo como dog (momento 3), são condições para um comportamento simbólico ser gerado. Assim, comportar-se de maneira simbólica, com base nesse raciocínio é saber que o animal cachorro, o nome que damos a ele (a palavra substantiva cachorro) e “dog” são a mesma coisa no plano simbólico. Aprender como fruto das relações dos três momentos é aprender relações entre eventos (estímulos) ou, entendê-los como equivalentes. O conhecimento sobre o que vem a ser cachorro ocorre de várias maneiras, mas com um procedimento comum: combinar (emparelhar) eventos/estímulos que a pessoa entenderá como objetos, símbolos equivalentes4. Falar sobre comportamento simbólico em um artigo sobre Educação a distância (EaD) é condição de começo de uma reflexão. Entende-se que uma parte importante do conhecer é o conhecer aprendendo. Aprender supõe-se um trabalho, um exercício de interações que podem ser da pessoa sozinha e o meio físico, como quando uma criança dá os primeiros passos e, em conjunção com mudanças cognitivas e musculares desloca-se de um ponto a outro no ambiente, cambaleando-se, cai, levanta, e isso se repete uma quantidade de vezes suficiente para, em pouco tempo5, a criança ser vista como apta e com habilidade de andar. Essa criança vive, provavelmente, em uma comunidade, com pessoas ao redor que estão acompanhando os seus passos iniciais. Essa platéia ora chama a atenção da criança solicitando que venha na direção de um adulto, ora a recoloca de pé após uma queda, de modo que soma-se às condições musculares e cognitivas do andar, as condições sociais. O papel de quem está acompanhando o desenvolvimento da criança é fundamental. Ao pertencer a um grupo, essa criança emite os primeiros sons e produz risadas e admiração, é tomada no colo para ser apresentada ao mundo, como observador, mas também como quem age neste mundo, altera-o é alterado pelo mesmo. Nesse processo de interação com o mundo físico e social tem-se uma quantidade grande de características envolvidas do aprendiz, a saber, apoio ou abandono, nutrição e desnutrição, valorização de pequenas mudanças ou não, punição dos erros ou não. A esse mosaico de possibilidades do que está envolvido no aprender, têm-se pessoas conhecedoras do mundo, com mais ou menos habilidades para nele viver. 4 Há uma grande produção de conhecimento que embasa o que está por trás da lógica exposta nesse parágrafo. Em especial trabalhos com cuidados experimentais que estudam situações em laboratório, para melhor entender fenômenos comportamentais complexos (ver por exemplo: Sidman e Tailby (1982) “Conditional discrimination vs. matching-to-sample: An expansion of the testing paradigm” e Dahás et al. (2010) “Formação de classes funcionais em cães domésticos (Canis familiaris): uma abordagem da aquisição de comportamento pré-simbólico”. O primeiro trabalho foi feito com humanos e o segundo com cães. Este último para efeito de produção de dados em situações controladas de laboratório, para possível extrapolação de conhecimento em situações naturais (fora do laboratório), prática comum na ciência moderna. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 140 - ( ) 140 EAD como prática de interação entre a pessoa e o ambiente Uma possibilidade de interpretação e análise do aprender e ensinar é a partir da visão behaviorista radical. Com essa visão do desenvolvimento entende-se que o conhecer o mundo é fazer algo a depender das circunstâncias em que se aprende (SKINNER, 1974/1995). Circunstâncias que, como acima exposto, podem se referir ao que está ocorrendo dentro da pessoa, bem como fora. Skinner, de modo geral em sua obra defenderá e apostará que o conhecer é determinado por fatores externos a pessoa que aprende (SKINNER, 1953/20036; 1968/1972; 1969/1980), mas não exclusivamente (SKINNER, 1989/1991b). Daí a importância da preparação de um ambiente planejado na educação. Planejar as condições é identificar e qualificar a condição do aprendiz, quando inicia seus conhecimentos para determinado assunto/habilidade, e programar situações que o levem a apresentar um conjunto de ações que chamamos de competências que ele poderá apresentar após exercício de estudo. Contudo, o planejamento por si é apenas uma parte do processo de ensinoaprendizagem. O percorrer etapas passo-a-passo e estar atento a cada etapa, por parte de quem ensina, é importante também. Mas, respeitando os princípios skinnerianos de ensino, é importante após a emissão de ações (ou conjunto de ações), promover consequências. De modo que, se quando o aprendiz apresenta o que é esperado, suas ações são valorizadas e isso poderá fortalecer tal aprendizagem. Mas, quando o aprendiz não emite o que se espera, nada deve ser feito ou, melhor, se indica que não é aquela a ação esperada. Entretanto, é aqui que muito da relação professor-aluno se caracteriza como a que aponta ao sucesso ou ao fracasso do aprendiz. Se quando o aprendiz não apresenta a resposta esperada ele é punido (o que é muito comum), o comportamento de aprender, de se dispor ao estudo pode perder força, popularmente diz-se que a pessoa perde interesse. A quantidade de ações que o aprendiz apresenta das atividades pedagógicas planejadas, importa na qualidade do que ele aprende. A quantidade de consequências - que é emitida pelo professor - às atividades feitas pelo aprendiz também importa, bem como o quanto as consequências estão próximas temporalmente dessas atividades. Diz-se que quanto mais próximo do erro ou acerto da tarefa a consequência é liberada – em forma de comentário, elogio, nota ou semelhantes – mais profícua será a qualidade do aprender. O nome dado para a relação entre o que faz a pessoa e o que ocorre como consequência no trabalho de pesquisa de Skinner e outros7 é “contingência8”. 5 Considera-se aqui uma criança com desenvolvimento típico, o que não se aplica para situações em que a criança apresenta algum atraso no desenvolvimento, para a qual a atenção e assistência de quem acompanha esse outro tipo de desenvolvimento é de outra qualidade. 6 Ver capítulo 26 “Educação”, seção 5 – Agências controladoras - do livro “Ciência e Comportamento Humano” (Skinner 1953/2003). 7 “Outros” foi o termo escolhido pelos autores deste texto que engloba uma quantidade de estudiosos de uma área de conhecimento científico que Skinner chamou de Análise do Comportamento. Pode-se dizer que essa área nasce com um Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 141 - ( ) Érik Luca de Mello, Rafael Aroni, André Gustavo Mazzini Bufon 141 As relações de contingência estão aí, no dia-a-dia. O ato da criança sugar o bico do seio da mãe produz como consequência a sensação tátil do seio, bem como leite. As relações de contingência são estabelecidas em situações nas quais uma ação produz uma consequência. O “uma” aqui é indicação de razão no sentido aritmético: um “oi” produz um “olá, tudo bem?”. Um movimento de sugar produz liberação de leite. Mas nem sempre isso acontece. É comum se dizer um “olá” e não produzir outro “olá” como consequência. Nem sempre que a criança suga o bico do peito este proverá leite. Em muitos casos a relação pode ser de mais de uma ação para uma consequência ou uma ação para muitas consequências. As relações matemáticas e funcionais de vários tipos de atividades entre organismos simples como ratos e pombos, bem como estudantes em situações controladas em laboratório foram muito estudadas por Ferster e Skinner (1957). O trabalho destes autores inaugura uma enorme produção de conhecimento do comportamento de conhecer em situação de laboratório que permite generalizar informações para outras situações, como as situações em clínica, empresa e ambiente escolar. As relações em que se faz algo e se produz consequência ajudam a formular o como as pessoas conhecem e se relacionam no mundo. Aqui se aponta a relação entre aprendiz e o mundo digital a partir do exposto até o momento. É a relação entre o que o aprendiz faz diante do aparato digital e as consequências de tais ações que o presente artigo se propõe a refletir. A situação na qual o leitor alfabetizado passa os olhos nas letras deste texto (ação), produz a leitura para si (consequência). Essa leitura também produz entendimento (outra consequência) a depender do quanto o leitor está habituado a ler o assunto aqui exposto. A ação de digitar no momento de produzir um texto produz como consequência as letras na tela. O ato de falar com alguém, na maior parte das relações produz, como consequência, a fala do interlocutor, e a essa relação intitulamos de conversa. livro de Skinner intitulado “O comportamento dos organismos – uma análise experimental, de 1938/1991a, contudo uma versão sistematizada do que pretendia Skinner está exposta em dois outros livros, “Princípios de Psicologia – Um texto sistemático na ciência do comportamento” (KELLER; SCHOENFELD, 1950/1972) e “Ciência e Comportamento Humano” (SKINNER, 1953/2003). Um resumo de como a Análise do Comportamento se formou e produz conhecimento no Brasil está apresentado no artigo de Todorov e Hanna (2010). 8 O termo contingência no dicionário eletrônico Houaiss (2010), como entrada número 4 (rubrica filosófica) apresenta: “Caráter do que ocorre de maneira eventual, circunstancial, sem necessidade, pois poderia ter acontecido de maneira diferente ou, simplesmente, não ter se efetuado”. O que difere do termo técnico usado na literatura de Análise do Comportamento, conforme de Souza (1997/2001) e Todorov e Hanna (2010), que consideram contingência uma relação de dependência entre eventos, descrita por anunciados do tipo “se...então”. Há que se mencionar que tal perspectiva se aproxima do conceito de “zona de desenvolvimento proximal” de Vigotsky (1978 apud et al. FINO, 2001, p. 8), para outra etapa do desenvolvimento psicossocial, a qual seria a diferença entre a área de capacidade efetiva e o nível de desenvolvimento potencial: “Para Vygotsky, o desenvolvimento consiste num processo de aprendizagem do uso das ferramentas Intelectuais, através da interação social com outros mais experimentados no uso dessas ferramentas (PALINCSA; BROWN; CAMPIONE, 1993, p. 8, grifos nossos). Uma dessas ferramentas é a linguagem. A essa luz, a interação social mais efectiva é aquela na qual ocorre a resolução de um problema em conjunto, sob a orientação do participante mais apto a utilizar as ferramentas intelectuais adequadas”. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 142 - ( ) 142 EAD como prática de interação entre a pessoa e o ambiente No exercício de aprendizagem estabelecido nas condições de EaD muitos são os atos os quais relações de contingência estão presentes. O ato de clicar um local virtual (ícone, link) na tela do computador produz como consequência algum efeito visual (alteração na tela ou janela), mudança do documento aberto e assim por diante. Essa interação é parte de uma relação complexa, uma rede de contingências. A contingência é caracterizada por outras contingências, a saber: o aprendiz dependeu de saber se relacionar com o computador em um histórico de aprendizagem que o permite explorar o mundo virtual; deve estar matriculado em um curso a distância, alocado em uma turma; a máquina deve estar ligada na fonte de energia, ligada com configurações mínimas de hard e softwares e conectada à rede de internet; o ambiente virtual deve estar pronto e alimentado previamente pelos professores e tutores responsáveis pela disciplina (curso) de modo que, quando o aprendiz viver contingências diante da máquina e o ambiente virtual de aprendizagem (AVA), tais contingências funcionem de um modo a manter o alunos operando. A expressão “operando” tem sentido amplo de “operar”, manusear, explorar, mudar o ambiente no qual se insere e ser atingido pelas mudanças promovidas na interação pessoa-ambiente (SKINNER, 1953/2003). O ensino a distância se pauta neste complexo de relações e as tecnologias são parte do processo de ensino-aprendizagem. Em outras palavras, tecnologia não é suficiente, mas é condição situacional para aprender a aprender. A concepção de “aprender” no presente artigo é interacionista. Não se perde de vista outras possibilidades de estudo sobre aprendizagem, bem como a importância de processos básicos da aprendizagem (percepção, atenção, memória, linguagem, processamento de informação, criatividade, recepção) como fatores importantes no aprender e no ensinar9. 3. A INTERAÇÃO10 NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Na abordagem clássica da educação, é comum associarmos a perspectiva construtivista de Piaget (LEITE, 1994) na qual é a partir da interação entre o sujeito e o meio, ou entre o 9 Conforme indicam os manuais de psicologia cognitiva e neurofisiologia de Brandão (1995), Gazzaniga e Heatherton (2005), Kolb e Whishaw (2002), Stenberg (2008) ou periódicos como Psychological Review (http://www.apa.org/pubs/journals/rev/index.aspx), Developmental Review (http://www.sciencedirect.com/science/journal/02732297 ) e Cognition (http://www.elsevier.com/wps/find/journaldescription.cws_home/505626/description), para citar alguns. Acesso em 01 de mai. de 2011. 10 O conceito interação e mediação são recentes no campo acadêmico brasileiro, e como aponta a reportagem, merecem serem investigados a partir da experiências de ensino a distância no cenário brasileiro. “Educação a distância requer estudo sobre interação e mediação”, Portal Unicamp, Reportagem 20/08/2009 disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2009/08/20/educacao-a-distancia-requer-estudo-sobre-interacao-emediacao, acessado em 10 abr. 2011. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 143 - ( ) Érik Luca de Mello, Rafael Aroni, André Gustavo Mazzini Bufon 143 sujeito e o objeto e ou entre os sujeitos envolvidos, que se dá a construção do conhecimento, ou seja, é através da interação que o sujeito opera na realidade a fim de transformá-la e compreendê-la, pelo processo cognitivo de reelaboração simbólica. O aspecto construtivista no quadro da teoria de Piaget está direta e necessariamente ligado à atividade do sujeito. Desde os primeiros trabalhos piagetianos sobre o desenvolvimento infantil, no período sensório-motor, por exemplo, nota-se a hipótese de um sujeito que explora ativamente o meio, que participa ativamente da criação do espaço, tempo, causalidade e objeto permanente. (...) Falar em atividade do sujeito remete a um outro postulado de base do construtivismo, que considera o conhecimento não como uma simples cópia ou uma absorção do real, mas como uma reelaboração, na qual intervêm o objeto e o sujeito com os seus esquemas de assimilação, suas estruturas etc. Em outras palavras, o conhecimento se constrói através das interações sujeito-objeto (LEITE, 1994, p. 3, destaques nossos) Nesta perspectiva pode se acrescentar a contribuição de Vigotsky (1984) que sustenta a importância da interação, pela linguagem e pela ação do sujeito, no contexto de experiência social. Apresentadas estas referências clássicas para o entendimento do desenvolvimento pedagógico, volta-se a análise da interação na modalidade a distância, para o ensino superior. Para definição de ensino a distância, toma-se um conceito mais amplo, para além daqueles focados meramente nos instrumentos tecnológicos de mediação das redes virtuais, quais sejam, computadores e programas. Para Moraes (2010), tem-se que para EaD: Deve-se encarar o termo como algo mais abrangente que engloba diversas maneiras de organizar as atividades de ensino e aprendizagem, incluindo as diferentes formas de estimular e assistir o estudo independente, a autoinstrução. (p.17). Derivada desta percepção crítica, outras indagações incidem justamente nas formas como são estabelecidas as relações de ensino-aprendizagem e a possibilidade da descaracterização da educação como processo de interação social, nesta modalidade mediatizada por novas tecnologias na EaD. Isto porque, nos processos educativos tradicionais se têm como molde o contato pessoal, no desenvolvimento de suas práticas formativas, as quais pressupõem interações situacionais presenciais e sincrônicas. Por outro lado, a estrutura da EaD, embora extravase os limites físicos e temporais da instituição de ensino, não pode ser entendida como isenta de relações interpessoais. Para caracterizar as particularidades próprias destas relações, busca-se revisar o conceito de interação, no contexto desta prática de ensino. As duas contribuições revisadas remetem a situação de aproximação dos sujeitos em se relacionarem com ferramentas tecnológicas para construção do conhecimento. Desta forma, será feito um breve excurso nas definições para interação, neste contexto educacional, pelas seguintes autoras: Jensen (1998) e Thurmond e Wambach (2004). Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 144 - ( ) 144 EAD como prática de interação entre a pessoa e o ambiente A autora Jensen (1998) propõe a análise de quatro situações possíveis de interação dos sujeitos alunos no ambiente a distância, as quais de forma complementar buscou-se caracterizar e problematizar com as experiências de tutoria. As possíveis formas de interação são: 1 – Interagir com o instrutor/tutor: A característica particular deste tipo são as formas de interação que se dão entre estes dois sujeitos, pelos diversos tipos de canais de comunicação síncrona ou assíncrona. Nela o prioritário é dominar códigos que possibilitem o engajamento face a face sem, contudo, não tornar a comunicação incompreensível para o aluno, através da linguagem muito formal, mas ao mesmo tempo não perder a capacidade de estabelecer a distinção na comunicação, algo que promova o envolvimento dos alunos, e os façam reconhecer a particularidade intersubjetiva do instrutor ou tutor. 2 – Interagir com o conteúdo: A forma de apresentação do conteúdo é significativa para motivar e inspirar os alunos a reelaborarem outros significados para estes mesmos conteúdos, de forma a promover a contextualização deste pacote de conhecimento disponibilizado. Ele deve permitir uma polissemia de interpretação criativa do aluno. Neste ponto, a interação com os tutores é fundamental para construção de exemplos ilustrativos formativos. O papel do feedback neste processo deve ser investigado, tanto na reelaboração do instrutor/tutor, quando na decodificação e resignificação do aluno para estas mensagens. 3 – Interagir com as tecnologias: É fundamental que os aparatos tecnológicos sofisticados ajudem ao invés de atrapalhar no processo educativo. Oficinas formativas de inclusão à linguagem tecnológica são imprescindíveis. 4 – Interagir entre alunos: As conversas em sala de aula sempre foram fundamentais para o processo de socialização do conhecimento escolar e de formação da identidade de pertencimento a um grupo de educandos. Os recursos das redes sociais são bons aparatos para incutir e cristalizar o sentimento de amizade e cumplicidade, bem como socializar estilos e estratégias de estudo entre os alunos. A concepção assíncrona destes recursos de atualização de identidade são fundamentais para os contextos de flexibilidade do tempo e espaço, com alunos a distância. Cabe investigar as formas como os alunos partilham entre si de “estratégias diferenciadas” (PERRENOUD, 2000) de aprender a aprender. Em outras palavras, cabe ao tutor estabelecer um mapeamento etnográfico, de estratégias para acompanhar o desenvolvimento intelectual individual de cada aluno, em diários e/ou arquivamento dos feedbacks que sirvam como material para acompanhar a evolução no desenvolvimento de aprendizagem dos alunos. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 145 - ( ) Érik Luca de Mello, Rafael Aroni, André Gustavo Mazzini Bufon 145 Para as outras duas autoras, Thurmond e Wambach (2004), a proposta está em revisar o conceito de interação, ao mesmo tempo em que se busca criar parâmetros para avaliar a eficácia desta concepção, aplicados a educação a distância. Destaca-se do estudo os elementos para se pensar uma metodologia que modele a interação e que estabeleça critérios metodológicos, para analisar componentes desta interação, também entendidos nas quatro situações acima apresentadas. Assim, a autora sugere pensar em sete princípios de boas práticas em educação a distância, os quais também estão contemplados nas quatro situações de interação já citadas. Assim, tem-se que: […] these practices include: encouraging faculty/students contact, developing reciprocity and cooperation, engaging in active learning, providing quick feedback, emphasizing the amount of time dedicated to a task, communication high expectations, and respecting diversity11 (THURMOND; WAMBACH, 2004) A partir destes sete princípios as autoras propõem o agrupamento dos alunos em estilos diferenciados de interação para o aprendizado. Neste sentido, é possível se pensar em um modelo para analisar fontes diferenciadas de aprendizagem nos ambientes virtuais, e suas possíveis implicações na reprodução de desigualdades na aprendizagem, a partir da perspectiva do modelo de etnografia intersubjetiva (PRUS, 1996), a qual pode ser modelada para análise do comportamento de um grupo que busca se constituir enquanto um coletivo que produz conhecimento e relações identitárias de pertencimento a uma comunidade virtual de ensino e aprendizagem. Prus (1996, p. 145-162) propõe seis pontos na agenda de investigação etnográfica intersubjetiva, as quais são citados de forma breve a seguir: 1 - Adquirir Perspectivas: Representar a versão da realidade ou ponto de vista do outro pesquisado. Compreender como o aluno está cognitivamente visualizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem e a representação que o aluno tem dos agentes envolvidos no processo de ensino. 2 - Elaborar Identidade: Acessar a imagem (Self) que o outro faz de si mesmo. Capacidade reflexiva das pessoas se verem como objeto nas relações em que estão inseridas para reforçar associações ou rompê-las. Estar Envolvido: 3 - Promover etapas de envolvimento e afastamento: internalizar perspectivas do outro com vistas a reatualizar as imagens que os alunos fazem de si próprios e dos agentes educacionais. 11 Essas práticas incluem: encorajar o contato entre estudantes, desenvolver a reciprocidadade e cooperação, promover a aprendizagem ativa, prover um feedback rápido, enfatizar a quantidade de tempo dedicado à tarefa, manter os alunos motivados e respeitar a diversidade. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 146 - ( ) 146 EAD como prática de interação entre a pessoa e o ambiente 4 - Realizando Atividades: As atividades em que o pesquisador se envolve tem profundas implicações para a subsequente identidade que os pesquisado irão atribuir a ele e, por conseguinte as possibilidades de participar em outras dimensões do cotidiano. 5 - Experimentando relacionamentos: Estar disponível para promover encontros generalizados. 6 - Formar e coordenar associações: Lidar com objetivo de obter a cooperação entre os membros de um grupo humano pesquisado, e elaborar estratégias para aqueles que não estão correspondendo reciprocamente às atividades elaboradas ou são incapazes de se envolver numa relação de pesquisa sobre ensino e aprendizagem. 4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINAR E APRENDER NA EAD Skinner (1953/2003, p. 443) quando discute o poder do ambiente nas ações das pessoas apresenta o termo controle12 da educação no comportamento. Sobre o controle educacional ele diz: “Quando os reforços educacionais tornam-se contingentes às propriedades topográficas ou intensivas do comportamento, chama-se o resultado de habilidade”. Ao utilizar sistemas multimidiáticos é imprescindível um cuidado com relação à contextualização de cada realidade no sentido de evitar a sobrecarga cognitiva, que poderá inclusive desorientar o usuário. É também indissociável a necessidade de capacitação dos docentes e técnicos que irão atuar com os novos instrumentos. Em suma, é preciso manter o senso crítico e a percepção criativa alerta para poder compreender as mudanças no processo comunicacional advindas com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e buscar uma implantação coerente da tecnologia como mediadora multimidiática do conhecimento. De modo geral, para ensinar utilizando a mídia os professores precisam exercer uma variedade de habilidades diferentes: alguns podem atuar como planejadores de curso, outros como desenhistas instrucionais, ainda existem os especialistas técnicos, os escritores ou editores, entre outros. Entretanto, diante das múltiplas funções dadas ao professor, para muitas das quais ele inclusive não foi preparado, uma das competências mais importantes e indispensáveis ao professor será saber midiatizar. Midiatizar não é 12 É importante destacar que a palavra “controle” tem conotações dúbias, muitas vezes maléficas. Na concepção skinneriana ela designa apenas que condições anteriores na história da pessoa a levam a fazer determinadas ações. No contexto do presente texto, se diz as condições nas quais são programadas e geridas as contingências educacionais dão condições, dicas (ou não) à ação do aprendiz. E, como visto no texto, as consequências garantirão sucesso ou fracasso da habilidade aprendida. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 147 - ( ) Érik Luca de Mello, Rafael Aroni, André Gustavo Mazzini Bufon 147 uma competência totalmente nova para o docente, a novidade está na quantidade de mídias disponíveis atualmente. O professor precisa compreender que as TIC são instrumentos utilizados para a criação, transmissão e armazenamento de informações, mas ainda falta transformar a informação em conhecimento. Para o professor auxiliar na construção do conhecimento, precisará estabelecer uma interlocução constante com o aprendiz através de mídias que permitam a comunicação dialogal entre as partes. Afinal, como se pode observar, a educação sempre foi e continua a ser um processo complexo que utiliza meios de comunicação para complementar ou apoiar a ação do docente em sua interação com os estudantes e estes com as demandas educacionais. Na educação presencial, o quadro negro e o giz, o quadro branco e seu pincel, o livro, entre outros, são instrumentos pedagógicos que intermedeiam a ponte entre o conhecimento e o aluno. Na EaD, a interação com o professor passa a ser indireta, por isso torna-se necessária a utilização de uma combinação de suportes técnicos de comunicação (HACK, 2006), a saber: um ambiente virtual de aprendizagem, um tutor presencial, um tutor a distância e material virtual que funcione com as características materiais (de hardware) e digitais (software) em sincronia, bem como servidores e redes de conexão em proporções convergentes. Conclui-se que produzir conhecimento a partir das novas tecnologias que sustentam a EaD, a partir de interação, cooperação e compartilhamento apresenta-se como novo paradigma acadêmico. Não ocorre sem um processo comportamental no qual a pessoa ou um grupo que age no meio, produz consequências e essas alteram o próprio meio em um processo de aprendizagem. 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Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 148 - ( ) 148 EAD como prática de interação entre a pessoa e o ambiente DIAS, R.A.; LEITE, L.S. Educação a Distância: da legislação ao pedagógico. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2010, 128p. DIAMOND, J. O terceiro chimpanzé. Rio de Janeiro/RJ: Editora Record, 2010, 432p. FERSTER, C.B.; SKINNER, B.F. Schedules of reinforcement. New York/NY: Appleton-Century, 1991, 739p. (Original publicado em 1957). GAZZANIGA, M.S.; HEATHERTON, T.F. Ciência Psicológica – Mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre/RS: ArtMed, 2005, 624p. JENSEN, L. Interaction in Distance Education. Arizona/EUA: Arizona State University, 1998. Disponível em: <http://mmcisaac.faculty.asu.edu/disted/week2/7focuslj.html>. Acesso em: 23 mar. 2011. KELLER, F.S.; SCHOENFELD, W. Princípios de Psicologia – Um texto sistemático na ciência do comportamento. 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Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 149 - ( ) Érik Luca de Mello, Rafael Aroni, André Gustavo Mazzini Bufon 149 Érik Luca de Mello Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (SP) (UFSCar-1999) e mestrado em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC SP-2002). Ministrou aulas nas instituições: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (MS) (2007-2008), na Faculdade Objetivo de Rio Verde (GO) (2004-2007) e Universidade de Rio Verde (GO) (20022006). Atualmente é professor na Universidade Anhanguera - Uniderp (2010-), professor nas Faculdades Integradas Einstein de Limera (2009-). Cursa doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Comportamento e Cognição da UFScar (2009-) e tem como foco de estudo o desenvolvimento do modelo causal no Behaviorismo Radical influenciado pelo darwinismo. Rafael Aroni Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2007). Atualmente é professor tutor a distancia da Universidade Anhanguera Uniderp. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, atuando principalmente nos seguintes temas: ordem patriarcal de gênero, migração, memória e família camponesa. André Gustavo Mazzini Bufon Possui graduação em Engenharia de Agrimensura pela Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Pirassununga (1999), mestrado em Gestão Integrada de Recursos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002), doutorado em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2006) e pós-doutorado em Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2010). Atualmente é professor doutor do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, professor doutor da Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Pirassununga, professor doutor da Universidade Anhanguera de Pirassununga, professor doutor da Faculdade de Tecnologia INED, professor doutor da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, professor doutor da Faculdade ASSER de Rio Claro, professor tutor a distância da Universidade Anhanguera - Uniderp de Leme, e professor doutor da Pós-Graduação do Centro de Estudos Ambientais - CEA - UNESP de Rio Claro. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária, Engenharia de Agrimensura, Meio Ambiente e Engenharia de Segurança do Trabalho, com atuando principalmente nos seguintes temas: batimetria, vida útil de reservatório, represa e impacto ambiental. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. 4, Nº. 8, Ano 2010 • p. 137-149 ANUDO_n8_miolo.pdf 25/01/2012 17:36:00 - 150 - ( )