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TRADUCCIÓN Y ADAPTACIÓN DEL PROYECTO DE DEPRESIVOS Y ANTI-SOCIAL MILLON III
INVENTARIO CLÍNICO MULTIAXIAL EN BRASIL
TRADUCCIÓN Y ADAPTACIÓN DEL PROYECTO DE DEPRESIVOS Y ANTI-SOCIAL
MILLON III INVENTARIO CLÍNICO MULTIAXIAL EN BRASIL
Heloísa Karmelina Carvalho de Sousa; Hannia Roberta Rodrigues Paiva da Rocha; Andressa Moreira
Hazboun; Candida de Souza, João Carlos Alchieri
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Brasil
[email protected]
Inventario Clínico Multiaxial de Millon - III, Traducción y adaptación, Trastorno de la personalidad,
Escala de depresión y de contra-social
Millon Clinical Multiaxial Inventory – III, Translation and adaptation, Personality disorders,
Depressive and anti-social scales
RESUMEN:
El Inventario Clínico Multiaxial de Millon - III consta de 175 frases con dos opciones: Verdadero o
falso que evaluar 14 tipos de personalidad y 10 síndromes clínicos. Las escalas que se trabajó en
esta obra son la Depresión, cuando los objetivos de la evaluación fueron los culpables, el desprecio,
el pesimismo, la tristeza y mal genio, y el anti-social, que se refiere a las personas que actúen con
un grado de rechazo superior a habitual, con sujeción al control y la dominación. Principal objetivo
de este estudio para comprobar las condiciones de la traducción y adaptación de las escalas de
antisocial y depresivo del MCMI-III para el idioma Inglés, así como investigar y analizar los cambios
involucrados en la escala original a los resultados obtenidos en la validez y la adaptación Brasil.
Hasta la fecha, 500 casos fueron evaluados, los participantes de entre 18 y 85 años, hombres y
mujeres, con residencia y domicilio en Natal / RN. Basado en datos obtenidos fueron elaborados con
procedimientos de análisis de la estadística descriptiva a partir del análisis de los temas, la
frecuencia de las respuestas a la validez de las escalas. Con este fin, se utilizó el Paquete Estadístico
para
Ciencias
Sociales
Pérez.
RESUMO:
O Millon Clinical Multiaxial Inventory – III é constituído por 175 sentenças com duas alternativas:
verdadeiro ou falso que avaliam 14 tipos de personalidades e 10 síndromes clínicas. As escalas a
serem trabalhadas nesse trabalho são a Depressiva, em que os aspectos avaliados são a culpa,
desprezo, pessimismo, tristeza e mau-humor ; e a Anti-social, que está relacionada a indivíduos que
atuam com grau de rejeição, maior que o habitual, de serem submetidos a controle e dominação.
Esse estudo tem como principais objetivos verificar as condições de tradução e adaptação das
escalas Anti-social e Depressiva do MCMI-III para a língua portuguesa, bem como investigar e
analisar as modificações envolvidas na escala original em relação aos resultados obtidos na validade
e adaptação para o Brasil. Até o momento, foram avaliados 500 casos, de participantes com idades
de 18 a 85 anos, dos sexos feminino e masculino, residentes e domiciliados em Natal/RN. Com base
nos dados obtidos foram elaborados procedimentos de análise com a estatística descritiva, desde a
análise dos itens, da freqüência das respostas, até a validade das escalas. Para tanto, foi utilizado o
Statistical Package for the Social Sciences Pérez
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TRADUCCIÓN Y ADAPTACIÓN DEL PROYECTO DE DEPRESIVOS Y ANTI-SOCIAL MILLON III
INVENTARIO CLÍNICO MULTIAXIAL EN BRASIL
Palavras-chave: Millon Clinical Multiaxial Inventory – III, tradução e adaptação, transtorno de
personalidade, escala depressiva e escala anti-social
ABSTRACT:
The Millon Clinical Multiaxial Inventory - III is constituted by 175 sentences with two alternatives:
true or false. It evaluates 14 types of personalities and 10 clinical syndromes. The scales aboarded
in this paper are the Depressive one, which evaluates aspects as the guilt, disdain, pessimism,
sadness and bad-mood; and the Anti-social one, that it is related with individuals that act with
rejection degree, greater that the habitual one, to be submitted to the control and domination. This
study has as main objectives to verify the conditions of translation and adaptation of the Antisocial
and Depressive scales of the MCMI-III to the Portuguese language, as well as investigating and
analyzing the involved modifications in the original scale in relation to the results gotten in the
validity and adaptation to Brazil. Until now, 500 cases had been evaluated, with participants who
ages between 18 and 85 years, of the female and male genres, resident in Natal/RN. On the basis of
the gotten data had been elaborated procedures of analysis with the descriptive statistics, as the
analysis of the item, the frequency of the answers, the validity of the scales. For such objective, the
Statistical Package used will be the Social Sciences Perez.
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TRADUCCIÓN Y ADAPTACIÓN DEL PROYECTO DE DEPRESIVOS Y ANTI-SOCIAL MILLON III
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Introdução
Sobre a personalidade
Para Millon et al. (1), a personalidade se define como um padrão complexo de características
psicológicas intrínseco ao indivíduo, que se apresentam automaticamente em quase todas as áreas
da atividade psicológica. Embora atualmente coexistam outros modelos teóricos, vale salientar a
urgência de uma proposição integradora em relação aos variados aspectos de diversas teorias, cuja
ênfase possa ter a elaboração de uma gênese que contemple ao máximo o desenvolvimento
humano. O protótipo teórico de personalidade defendido por Theodere Millon (6; 7; 4), juntamente
com os instrumentos por ele construídos visam caracterizar e analisar transtornos e psicopatologias.
Para melhor entendimento da teoria da personalidade proposta por Millon, é preciso definir
alguns conceitos que estarão presentes ao longo deste estudo. Millon (1) considera o termo
“critérios diagnósticos” como um conjunto de sintomas que precisam estar presentes para que se
possa definir um diagnóstico; são as características que os profissionais utilizam para classificar o
indivíduo dentro de uma categoria clínica.
Já
o
significado
do
termo
“estilo
de
personalidade”
origina-se
das
manifestações
comportamentais que configuram uma maneira sistematizada de atuar, para fortalecer, ao longo
das experiências de vida do indivíduo, uma maneira própria de relação entre este e a realidade (1).
A proposta de Millon defende a idéia de personalidade como estilo de funcionamento
adaptativo que um organismo exibe em seus relacionamentos nos variados contextos de expressão.
A teoria toma diversos modelos teóricos de disciplinas complementares ao campo da Psicologia, o
que fundamenta a noção de ser humano integrado pelos subsistemas biológico, psicológico, social e
cultural, em interação constante. Assim sendo, essa teoria sobre estilos de personalidade pode ser
caracterizada a partir de uma perspectiva sistematizadora dos conhecimentos até agora obtidos
pela Psicologia da Personalidade (2).
Para este estudo, entende-se como manifestação patológica da personalidade os chamados
transtornos de personalidade, características de déficits na autonomia, na tendência a se ajustar
com eficiência ao meio sociocultural, na habilidade de colocar em prática seus potenciais e no senso
subjetivo de satisfação. Os transtornos de personalidade pressupõem discordantes estilos de
funcionamento mal adaptados referentes a desequilíbrios, conflitos ou deficiências na capacidade de
um indivíduo em se associar aos ambientes em que está inserido (1).
Uma vez definidos os conceitos de personalidade normal e patológica é preciso salientar a
importância de se apresentar os princípios que norteiam tal teoria proposta por Millon. Tais
princípios fundamentam-se
em
necessidades (tarefas)
evolutivas que permeiam
todos os
indivíduos: a existência, ou seja, buscar o prazer/evitar a dor; a adaptação, que também pode ser
considerada pelo binômio ativa/ passiva; a resposta, também vista como importância do eu/ dos
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outros; e, finalmente, a abstração, isto é, a possibilidade de sentir e pensar. Cada área se junta
com uma polaridade ou bipolaridade, possibilitando o funcionamento do sistema, e é esse sistema
que fundamenta o método de classificação da personalidade na Teoria de Millon (12). Desta forma,
Millon elaborou diversos instrumentos para operacionalizar sua teoria, indicados para avaliar tanto
os aspectos adaptados quanto desadaptados da personalidade, tanto de adultos como de
adolescentes. Entre esses instrumentos está o Millon Clinical Multiaxial Inventory – III (MCMI-III),
inventário que serve como base para o presente estudo.
1.2Millon Clinical Multiaxial Inventory
O teste Millon Clinical Multiaxial Inventory- III (MCMI-III) passou por três atualizações desde
que foi criado, em 1977, e a terceira versão é a mais moderna e atualizada (6).
O MCMI, em todas as suas versões, se distingue de outros inventários principalmente pela
sua fundamentação teórica, estrutura multiaxial, esquema de validação, bem como a brevidade em
que se faz a sua aplicação e a análise e interpretação de seus dados. Cada edição do inventário
procurou manter um número total de itens suficientemente pequenos para motivar a sua utilização
nos mais variados tipos de diagnóstico e de tratamento, porém grande o bastante para proporcionar
a análise de um amplo quadro de comportamentos clinicamente relevantes. O teste, com os 175
itens de sua última edição, é consideravelmente menor do que outros instrumentos internacionais
utilizados para avaliação da personalidade patológica. Sua administração dura em média 20 a 30
minutos, tornando a sua aplicação relativamente simples e fácil, bem como minimizando a
resistência do paciente e evitando a sua fadiga (8).
O Millon Clinical Multiaxial Inventory – III (MCMI – III) é constituído por 175 questões nas
quais o paciente pode optar por responder entre verdadeiro (V) ou falso (F). Tais questões avaliam
14 tipos de personalidades e 10 síndromes clinicas. O instrumento é padronizado para pessoas a
partir de 18 anos e que estejam recebendo tratamento psicológico ou passando por processo de
avaliação, não devendo ser aplicado com indivíduos saudáveis, sob o risco de distorção dos
resultados. É um teste muito usado para detectar desordens de personalidade e algumas síndromes
clinicas (7). A aplicação pode ser tanto individual quanto em grupo, para tanto se faz necessário o
uso de lápis e papel. O aplicador deverá estar ciente dos procedimentos que envolvem a
administração do instrumento e explicar a importância do teste para a saúde do sujeito, explanando
sobre a necessidade de apresentação da resposta mais sincera possível; também deve ser
informado sobre o retorno do resultado (6).
O MCMI-III é constituído por itens distribuídos em 28 escalas que mensuram aspectos
específicos no teste. As quatro primeiras escalas são: a Escala de Validade (validity), a Escala de
Divulgação (disclosure), a Escala de Desejabilidade Social (desirability) e a Escala de Valorização
Negativa (debasement). Essas escalas podem ser analisadas em separado ou inter-relacionadas.
Somente as escalas de Validade e Divulgação podem invalidar o instrumento (7). O inventário
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também se propõe a avaliar outras escalas, que se referem aos tipos de desordens de
personalidade e podem ser divididas em Escalas de Transtornos Moderados da Personalidade,
Escalas de Transtornos Severos da Personalidade, Escalas de Transtornos Clínicos Moderados e
Escalas de Transtornos Clínicos Severos. No quadro dos transtornos moderados da personalidade
estão as Escalas de Personalidade Esquizóide, Evitativa, Depressiva, Dependente, Histriônica,
Narcisista, Anti-social, Agressiva (sádica), Compulsiva, Negativista e Autodestrutiva (6).
Tendo um conhecimento acerca do panorama geral que constitui o MCMI-III, bem como da
Teoria da Personalidade de Millon, e considerando grande a complexidade e extensão do MCMI-III,
foram escolhidas duas das escalas supracitadas para um maior embasamento e investigação nesse
estudo, quais sejam: a Escala de Personalidade Depressiva e a Escala de Personalidade Anti-social.
A personalidade Depressiva
Estudos mostram que as características de personalidade podem tanto contribuir para a
manutenção da saúde e do bem-estar subjetivo quanto influenciar o desencadeamento de sintomas
depressivos (9). Assim, a depressão maior se constitui como uma das demandas mais freqüentes
de
internação
psiquiátrica
(17),
tendo
como
principais
características
um
padrão
de
comportamentos que diz respeito à grande tristeza e sentimento de vazio intenso. As pessoas que
possuem esse tipo de transtorno geralmente sentem que as coisas agradáveis de antes não mais
são interessantes, assim como executar os passatempos preferidos ou ficar perto das pessoas que
mais gostam passa a ser um fardo. Sentimentos como apatia, cansaço e fadiga são cada vez mais
comuns no cotidiano, os movimentos físicos e processos mentais parecem andar em câmera lenta e
se concentrar em qualquer atividade se torna praticamente impossível. Os problemas que antes
eram simples de resolver, agora parecem sem solução, a insônia, bem como o sono excessivo
passam a fazer parte da rotina, o ganho ou a perda peso também são características muito comuns.
Esses indivíduos geralmente se consideram impotentes e inúteis, culpando-se exacerbadamente por
qualquer evento que tenha ocorrido de acordo com suas expectativas (1).
Porém, para algumas pessoas a depressão é muito mais que os sintomas supramencionados.
Apesar de sentimentos de tristeza e culpa, esse estado emocional é conseqüência de um padrão de
personalidade
com
características
duradouras
e
intensas.
Essas
pessoas
podem
estar
verdadeiramente deprimidas, todavia, a sua depressão é conseqüência de uma forma peculiar de
pensar, sentir e perceber de uma personalidade depressiva (1).
A personalidade depressiva pode conter variações quando apresenta características de outros
transtornos de personalidade. Da combinação da personalidade depressiva com a negativista resulta
o subtipo depressivo mal-humorado, em que o indivíduo se queixa constantemente e sofre de
irritabilidade crônica. Com a junção dos padrões depressivo e histriônico ou narcisista, origina-se o
depressivo. Para esse tipo de depressivo o sofrimento é algo nobre; já o subtipo depressivo
desqualificador é de caráter depressivo-masoquista, as pessoas que apresentam essa variação
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sentem a necessidade de descarregar seus sentimentos de culpa de maneira autopunitiva. O
depressivo mórbido, por sua vez, é originado da combinação da junção dos padrões depressivo e
dependente; nestes, o principal sintoma é sentimento de tristeza e abatimento. O depressivo
inquieto é a associação entre as personalidades depressiva e evitativa, sua principal característica é
angústia e agitação (9).
No que tange aos traços básicos que compõem a personalidade depressiva, estes são
semelhantes em outros padrões de personalidade. As personalidades esquizóide, evitativa e
depressiva são padrões que se caracterizam por serem socialmente isolados e não experienciam
prazer. Os esquizóides não conseguem experimentar qualquer emoção, não tendo noção de
sentimentos de felicidade, ansiedade ou tristeza. Em contrapartida, os depressivos se sentem
profundamente angustiados, e, apesar de sua tristeza, têm plena consciência do que é felicidade.
Os depressivos e evitativos, por sua vez, sentem vergonha exacerbada e sempre se fixam em seus
próprios fracassos, todavia, os indivíduos que possuem padrão de personalidade evitativa desejam
relacionar-se, enquanto os depressivos se isolam porque não possuem energia suficiente para
interações sociais. Os masoquistas e depressivos compartilham o sentimento de descontentamento
permanente, porém, enquanto os depressivos se caracterizam por ausência de esperança e por
isolamento social, os masoquistas, mesmo que claramente infelizes, criam, exageram e manipulam
suas desgraças e padecimentos. O negativista se assemelha com o depressivo pelo seu pessimismo
e sentimento de desgraça pessoal e a sensação de ser desvalorizado, a diferença entre eles se
encontra no fato de o pessimismo e o descontentamento dos depressivos serem
mais
generalizados, enquanto que o dos negativistas consideram tudo para si. A personalidade borderline
se aproxima da depressiva na medida em que os seus estados de disforia e depressão se
assemelham, porém, enquanto as emoções de um indivíduo que possui transtorno de personalidade
borderline são instáveis,as emoções de um depressivo são estáveis e passivas (1).
A partir dos critérios diagnósticos descritos no DSM-IV, pode-se observar uma versão menos
grave das características da personalidade depressiva, em um intervalo de normalidade. Há uma
linha tênue entre a normalidade e a patologia na depressão. O indivíduo com transtorno depressivo
está sempre criticando a si mesmo, com sentimentos de inutilidade, baixa auto-estima e tendência
a se preocupar com problemas relativamente pequenos, tende sempre a se sentir culpado ou
arrependido de algo. Em contrapartida, a pessoa que possui apenas o estilo de personalidade
depressiva, mas não apresenta o transtorno, é consciente dos aspectos positivos e negativos de si
mesmo, porém tende a se concentrar nos aspectos negativos, e é obcecado por seus fracassos,
menosprezando suas vitórias (1).
A Personalidade Anti-social
O transtorno de personalidade anti-social é caracterizado por uma insensibilidade aos
sentimentos alheios (4). As pessoas portadoras desse tipo de transtorno sentem grande
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necessidade de provar sua superioridade perante os demais, bem como de serem independentes, já
que sentem extrema desconfiança de que outras pessoas possam feri-las ou humilhá-las (9).
Popularmente, essa patologia é vista como um misto de loucura e maldade, pois algumas vezes os
atos cometidos pelas pessoas que possuem esse tipo de transtorno são incompreensíveis pelo
restante da população e considerados moralmente repugnantes (1). Quando se observa grau de
insensibilidade elevado, a pessoa apresenta uma acentuada indiferença afetiva, o que pode
acarretar em conduta criminosa recorrente (4). Porém, apesar de todo esse estigma envolto sobre
os anti-sociais, apenas um pequeno subgrupo entra diretamente em conflito com a lei, sendo que
outro subgrupo é composto por pessoas muito eficientes em esconder as pistas deixadas por suas
ações. Já os indivíduos com traços anti-sociais normais são elogiados em seu meio social pela sua
capacidade de agir com racionalidade e de burlar as regras quando acham necessário. Entre esses
dois extremos – a adaptação normal e o abuso de vidas humanas – existem vários outros
subgrupos, onde as características do transtorno são mais ou menos evidentes (1). O estilo de
personalidade anti-social apresenta vários subtipos, quais sejam: o que defende a sua reputação, o
ganancioso, aquele que se arrisca, o nômade e o malévolo.
O subtipo anti-social ganancioso corresponde a pessoas que consideram que foram privadas
tanto de apoio emocional, quanto de recompensas materiais. A inveja e o desejo de ser
recompensado pelos transtornos ocorridos em sua vida são os sentimentos que movem essas
pessoas. O subtipo anti-social que defende a sua reputação diz respeito as pessoas que anseiam por
potencializar ou defender a sua posição social e a sua reputação. As pessoas que se encaixam nesse
perfil sentem uma extrema necessidade de que os outros acreditem que são invencíveis e
formidáveis. O subtipo que se arrisca, por sua vez, caracteriza os indivíduos que parecem não ter
medo e se mantêm impassíveis diante de experiências que seriam extremamente perigosas ou
ameaçadoras para outras pessoas.
O subtipo nômade abarca pessoas que desejam fugir da
sociedade na qual se sentem depreciadas, isoladas e/ou abandonadas. Por último, o anti-social
malévolo se refere a sujeitos que são vingativos e hostis, desconfiam de todos e antecipam uma
traição e os danos que isso pode lhe causar, razão que os faz adquirir “sangue frio” e um desejo
intenso de vingança pelos maus tratos recebidos na realidade ou em sua fantasia quando eram
crianças (9).
Assim como a Personalidade Depressiva, a Personalidade Anti-social possui características que
são compartilhadas com outros transtornos de personalidade. O estilo de Personalidade Anti-social e
o Paranóide dividem diversas características. As pessoas que possuem algum desses transtornos
tendem a ser hipersensíveis e acabam por interpretar comentários inocentes como grandes ofensas,
além disso, encontram motivos malévolos nas ações dos outros como forma de justificar sua
hostilidade. Porém, enquanto os anti-sociais se mostram indiferentes diante da possibilidade de
serem castigados, os paranóides são desconfiados e hipervigilantes.
As
personalidades
Anti-social,
Histriônica,
e
Borderline
correspondem
a
indivíduos
-7-
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manipuladores e impulsivos que tendem a agir com exagero em determinadas situações, porém as
razões que levam a essa de conduta diferem de um transtorno para outro. Nos anti-sociais a
manipulação se manifesta na necessidade de dominação e de demonstração de poder. As
personalidades Borderline, por sua vez, utilizam da manipulação para conseguir apoio e atenção dos
outros. Já os histriônicos se manifestam buscando se tornar o centro das atenções.
A personalidade sádica também apresenta as suas similaridades com a anti-social, já que
ambas rompem com as normas sociais prejudicando os demais. Todavia, os anti-sociais não são
necessariamente sádicos, se ferem ou prejudicam outrem é unicamente no intuito de conseguir
cumprir os seus próprios desejos, ao contrário dos sádicos que sentem prazer em ver alguém sofrer
(1).
Os critérios do DSM-IV para o diagnóstico do transtorno de personalidade anti-social são:
padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, ou seja, fracasso em se adaptar
às regras sociais com relação a condutas legais; propensão para enganar, mentir, usar nomes falsos
ou lesar outrem no intuito de obter vantagens pessoais ou prazer; fracasso ou impulsividade ao
planejar atividades futuras; irritabilidade e agressividade exacerbada; desrespeito irresponsável
pela
segurança,
tanto
própria
quanto
de
outras
pessoas;
irresponsabilidade
consistente,
caracterizada por fracasso frequente em manter conduta laboral consistente, bem como em honrar
obrigações
financeiras;
ausência
de
remorso
vista
como
indiferença
e/ou
racionalização,
prejudicando alguém (3).
Amostra
Planeja-se a avaliação de, no mínimo, 1750 sujeitos com idades de 18 a 85 anos, dos sexos
feminino e masculino, residentes e domiciliados em Natal/RN e cujos níveis de escolaridade abarcam
o ensino fundamental, ensino médio e superior. A amostra será dividida entre as pessoas sem
necessidades de atendimento psicológico-psiquiátrico ambulatorial e pessoas com necessidade de
atendimento psicológico-psiquiátrico ambulatorial. O primeiro grupo será abordado nas salas de
espera das clínicas-escola de Psicologia das instituições privadas de ensino superior de Natal/RN –
Universidade Potiguar (UNP), Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte
(FARN) e Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN (Facex). Para compor esse grupo
também serão abordados usuários da clínica-escola Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Serão entrevistados nessas instituições os
familiares e/ou acompanhantes de pacientes clínicos, com o intuito de caracterizar uma estreita
correspondência com a amostra do segundo grupo. Os pacientes que fazem uso das clínicas-escola
também serão abordados desde que estejam em tratamento psicológico por, no máximo, duas
semanas, devido às variáveis que esse tratamento possa representar nas respostas. Os pacientes
com necessidade de atendimento clínico ambulatorial, por sua vez, serão abordados nos Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de Natal/RN.
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Além do MCMI-III já traduzido e em fase de adaptação, outros recursos são utilizados no
sentido de serem pareados com os resultados do mesmo, são eles o Questionário de Saúde Geral –
QSG (20), e os diagnósticos elaborados pelo CAPS de Natal nos quais os pesquisadores tiveram
acesso.
Procedimentos
Foram realizadas traduções preliminares dos itens por meio do uso de profissionais sem
qualquer experiência em Psicologia. Os itens traduzidos para o português foram apresentados, em
forma de estudo-piloto, a grupos variados de pessoas com níveis diferentes de escolaridade e
experiência em leitura, para aferir o grau de compreensão semântica dos itens do inventário, de
acordo com os procedimentos recomendados por Pasquali (10). Uma vez obtida a versão em
português, os itens do MCMI-III foram submetidos a um profissional de língua portuguesa para
checagem e avaliação da adaptação gramática e semântica das sentenças, em que foram revisadas
as imperfeições tanto na apresentação como na clareza dos itens. Concluída a revisão, os
procedimentos de versão (back-translation) para a língua inglesa foram executados, pelo mesmo
serviço, por mesmo profissional especializado usado anteriormente, no intuito de garantir a
fidedignidade das versões.
Depois foram realizados contatos com instituições para servirem como local de abordagem
dos participantes e coleta dos dados. Concomitantemente à coleta, está sendo construído um banco
de resultados e elaborado um aplicativo de avaliação e correção informatizado (em forma de
planilha eletrônica) com o objetivo de auxiliar na análise dos resultados das escalas, uma vez que
estas, dadas as características do instrumento, são constituídas de diversas pontuações e valores
para os itens, tornando inviável o seu uso no formato tradicional em papel.
O projeto para a realização do presente estudo foi enviado para o comitê de ética em
pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL. Após autorização do comitê, um estudo
piloto vem sendo feito no SEPA da UFRN desde o mês de junho de 2009, e nos CAPS desde agosto
de 2009. A fase de coleta nas clínicas-escola das instituições privadas está agendada para o início de
outubro do mesmo ano.
Para auxiliar na coleta dos dados foram recrutados alunos da graduação do curso de Psicologia da
UFRN, que foram devidamente treinados para a correta administração dos instrumentos usados na
pesquisa. Com esse grupo, são realizadas reuniões semanais para supervisão das aplicações e
discussão de aspectos teóricos da pesquisa. Além disso, reuniões com a finalidade de dar suporte e
supervisão dos dados coletados são feitas toda semana.
Análise de dados e resultados
Com base nos dados obtidos durante a fase de campo, serão elaborados procedimentos de
análise com a estatística descritiva (médias e desvios), da análise dos itens, análise da freqüência
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das respostas, a validade das escalas, bem como a avaliação dos resultados em relação aos grupos
clínicos e não clínicos, considerando as diversas variáveis psicossociais abarcadas no questionário
sócio-demográfico contido nas folhas de respostas do MCMI-III (idade, sexo, escolaridade, estado
civil, local de residência, tipos de alterações de personalidade, uso ou não de álcool ou drogas
ilícitas, e se já fez tratamento psicológico ou se já recebeu indicação para tal).
Para análise dos dados coletados será utilizado o Statistical Package for the Social Sciences SPSS, versão 17.0, para as verificações mais gerais dos resultados (11) e, caso necessário,
programas específicos (12) como o Micro Fact e o Test Fact, na análise fatorial dicotômica,
provavelmente em outras instituições como a Universidade São Francisco (Laboratório de Avaliação
Psicológica e Educacional - LIAPE - USF), ou também o Laboratório de Medidas Psicológicas da UnB,
em Brasília, DF.
Referências Bibliográficas
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Fundations. In Millon, T., Grossman, S., Millon, C., Meagher, S., Ramntah, R. Personality Disorders
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7 Craig J. Millon Clinical Multiaxial Inventory – III. En: Strack S, org. Essentials of Millon Inventories
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Goldberg: Manual técnico QSG (adaptação brasileira). São Paulo: Casa do Psicólogo;1996.
11 Pasquali, L. Psicometria – Teoria dos testes na Psicologia e na educação. 1ª Ed. Petrópolis:
Editora Vozes;2003.
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-1011º Congreso Virtual de Psiquiatría. Interpsiquis 2010
www.interpsiquis.com - Febrero-Marzo 2010
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