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Estudo do Livro de Atos
ESTUDO DO LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
J. DIAS
AUTOR
De acordo com a Igreja Primitiva, Lucas foi o autor do livro de Atos. Desse
modo, esse livro constitui uma sequência do Evangelho de Lucas. As evidências
intrínsecas do próprio livro de Atos confirmam autoria de Lucas. O autor inicia
sua obra citando um “primeiro livro”, o que é considerado pelos estudiosos
como uma indicação sobre a primeira parte do mesmo documento histórico,
preparado objetivamente para um destinatário específico, chamado Teófilo.
O mais antigo dos testemunhos externos aparece no Cânon Muratório (170
d.C.) no qual se acha a declaração categórica de que Lucas foi tanto o autor do
terceiro evangelho quanto do livro de Atos dos Apóstolos.
Dentro da própria obra, existem indícios quanto a identidade do autor.
Vocabulário e estilo são extremamente parecidos em ambos os livros. Apesar
de não mencionar seu nome no livro, o autor se denuncia em algumas
passagens ao empregar o pronome da primeira pessoa do plural (nós)
incluindo-se dessa forma em algumas partes das viagens como companheiro
do apóstolo Paulo (16.10-15; 20.5; 21.18; 27.1-20; 28.2 e 11.16).
Eusébio de Cesaréia narra em sua História Eclesiástica: “O Evangelho ele atesta
ter composto conforme lhe transmitiram as que foram desde o início
testemunhas oculares e ministros da Palavra e aos quais seguiu desde o
começo (Lc 1.2-3) e os Atos dos Apóstolos, que não redigiu de acordo com o
que ouviu, mas ao invés com o que viu com os próprios olhos”.
QUEM ERA LUCAS
Nascido em Antioquia, médico de profissão (Cl 4.14), viveu por muitos anos
em companhia do apóstolo Paulo, inclusive no final da vida do apóstolo, Lucas
é um de seus companheiros que não o deixou sozinho (2 Tm 4.11).
Lucas era um gentio com educação formal como demonstra o estilo e o alto
nível do grego utilizado tanto no evangelho de Lucas quanto no livro de Atos.
Em algumas ocasiões a linguagem grega empregada chega a ser
completamente clássica. A abordagem metódica do autor à escrita e o
interesse pela pesquisa revelam traços de uma pessoa educada e de
treinamento superior.
DATA DE COMPOSIÇÃO DO LIVRO
Duas datas são possíveis para a composição desse livro:
1 - Por volta de 63 d.C., pouco depois do último acontecimento registrado.
2 - Perto de 70 d.C. ou ainda mais tarde.
TEMA
O nascimento e a expansão da Igreja Cristã. O livro de Atos fornece um relato
completo e preciso de como o cristianismo foi fundado, organizado e como os
problemas surgidos foram resolvidos. Pode-se afirmar que este Livro é o relato
do ministério de Cristo continuado por seus servos. Atos é o elo entre os
ensinos de Cristo e a prática cristã. Isso o torna o livro central do Novo
Testamento. Até a posição em que ele foi colocado é significativo, entre os
Evangelhos e as Epístolas.
A IGREJA EM JERUSALÉM
As primeiras experiências dos discípulos de Jesus em Jerusalém revelam muita
coisa acerca da Igreja Primitiva. O livro de Atos mostra com que zelo esses
cristãos divulgaram as notícias a respeito de Jesus.
O livro inicia-se numa colina próxima a Jerusalém, onde Jesus estava prestes a
ascender ao céu. Ele disse aos discípulos: “... ao descer sobre vós o Espírito
Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a
Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (1.8). Esse era o plano de Jesus
para evangelizar o mundo.
Poucos dias mais tarde os discípulos substituíram Judas, que havia se matado
depois de trair a Jesus. Escolheram Matias para completar o grupo dos doze.
Então o Cristo ressurreto deu à Igreja seu Espírito Santo, que capacitou os
cristãos a cumprirem a tarefa de âmbito mundial (1.8).
Pedro falou à igreja e ao povo presente em Jerusalém no dia de Pentecoste,
revelando a importância de Cristo como Senhor da salvação (2.14-40). O
Espírito Santo revestiu a Igreja de poder para operar sinais e maravilhas que
confirmavam a veracidade dessa mensagem (2.43). Especialmente
significativo foi à cura de um paralítico que pedia esmolas na porta do templo
(3.1-10), o que colocou os apóstolos em conflito com as autoridades judaicas.
A Igreja mantinha estreita comunhão entre seus membros. Compartilhavam
as refeições em seus lares; também adoravam juntos e repartiam os seus bens
(2.44-46; 4.32-34).
À medida que a Igreja continuava a crescer, as autoridades governamentais e
religiosas começaram a perseguir abertamente os cristãos. Pedro foi preso,
mas um anjo o libertou. Os apóstolos foram convocados perante as
autoridades, estas lhes deram ordens de parar com a pregação a respeito de
Jesus (5.17-29). Os cristãos, porém, recusaram-se a obedecer; continuaram
pregando, muito embora as autoridades religiosas os espancassem e os
laçassem
na
prisão
diversas
vezes.
A Igreja crescia com tanta rapidez que os apóstolos precisaram de auxílio em
algumas questões práticas de administração eclesiástica, principalmente no
atendimento às viúvas. Para a execução desta tarefa ordenaram sete
diáconos.
A IGREJA NA JUDÉIA
A segunda fase do crescimento da Igreja começou com uma violenta
perseguição dos cristãos em Jerusalém. Quase todos os crentes fugiram da
cidade (At 8.1). Mas por onde quer que fossem, davam testemunho, e o
Espírito Santo usava esse testemunho a fim de conquistar outras pessoas para
Cristo (A8.3...). Por exemplo, um dos sete auxiliares, chamado Filipe,
conversou com um diplomata etíope; esse homem tornou-se cristão e levou
as boas novas para sua pátria (8.26-39).
O ministério de Pedro, foi especialmente marcado por milagres. Em Lida ele
curou um homem chamado Enéias (9.32-35). Em Jope, Deus o usou para
ressuscitar Dorcas (9.36-42). Por fim, recebeu de Deus uma visão que o
convocava para Cesaréia, onde apresentou o Evangelho aos gentios (10.9-48).
A CONVERSÃO DE PAULO
A Bíblia descreve a conversão de Saulo de Tarso. Antes de converter-se, Saulo
perseguia a Igreja. Ele obteve cartas das autoridades judaicas em Jerusalém
que o autorizava a ir a Damasco efetuar a prisão dos cristãos ali e matá-los. No
caminho, Cristo derrubou-o por terra e o desafiou. Saulo rendeu-se e assim
começou uma nova vida na qual ele devia usar seu nome romano, Paulo em
lugar de Saulo, o nome judaico. Paulo cheio do Espírito Santo começou a
pregar a respeito de Jesus na sinagoga judaica, e os dirigentes judeus o
expulsaram de Damasco. Algum tempo depois (Gl 1.17-2.2), ele foi para
Jerusalém, onde estabeleceu uma relação com os apóstolos.
A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
O restante do livro de Atos descreve a expansão da Igreja por intermédio do
Apóstolo Paulo. Barnabé o levou para Antioquia (11.19-26). Aí o Espírito Santo
chamou a Barnabé e a Paulo para serem missionários, e a Igreja os ordenou
para essa tarefa (13.1-3). Eles começaram pregando numa sinagoga judaica.
Por conseguinte, a igreja primitiva constituía-se, antes de tudo, de convertidos
dentre os judeus e de pessoas "tementes a Deus" (gentios que adoravam com
os judeus). Na primeira viagem houve um dramático confronto com o diabo
quando Deus usou a Paulo para derrotar o mágico (feiticeiro) Elimas (13.6-12).
O jovem João Marcos acompanhava a Paulo e a Barnabé, mas, de Perge,
resolveu voltar a Jerusalém, fato que causou grande desapontamento a Paulo
(15.38). No sermão que Paulo proferiu na sinagoga em Antioquia da Pisídia
(13.16-41) ele faz um resumo da história da redenção, acentuando seu
cumprimento em Jesus. Ele declarou: crer em Cristo é o único meio de
libertar-se do pecado e da morte (At 13.38,39).
Em Listra, judeus hostis instigaram as multidões de sorte que Paulo foi
apedrejado e dado por morto (14.8-19). A viagem terminou com Paulo e
Barnabé voltando a Antioquia, onde relataram tudo quanto Deus havia feito
por intermédio deles, e como a fé se espalhara entre os gentios (14.26-28).
O CONCÍLIO DE JERUSALÉM
Mais tarde, surgiu na Igreja uma séria contenda. Alguns cristãos
argumentavam que os gentios convertidos tinham de observar as leis do
Antigo Testamento, de modo especial a da circuncisão . O problema foi levado
perante o Concílio de Jerusalém. Deus dirigiu esse Concílio para declarar que
os gentios não tinham de guardar a Lei a fim de serem salvos. Mas instruíram
aos novos convertidos que se abstivessem de comer coisas sacrificadas aos
ídolos, sangue e animais sufocados (15.1-29). O concílio enviou uma carta a
Antioquia; a igreja leu-a e à aceitou com sendo a vontade de Deus.
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
Não demorou muito, Paulo resolveu visitar todas as igrejas que ele e Barnabé
haviam estabelecido na primeira viagem missionária. E assim teve início a
segunda viagem missionária (15.40-41), desta vez em companhia de Silas.
Observe-se, especialmente, a visão que Deus deu a Paulo em Trôade,
convocando-os para a Macedônia (16.9-10). Na Macedônia eles conduziram à
fé pessoas "tementes a Deus" (gentios que criam em Deus) e também judeus.
Um dia os missionários defrontaram-se com uma jovem escrava possuída do
demônio. Seus donos auferiam lucro da capacidade que tinha a jovem de
adivinhar. Paulo expulsou os demônios da jovem, e ela perdeu seus poderes,
por isso seus senhores prenderam-nos (16.19-24). Na prisão, Paulo e Silas
pregaram ao carcereiro. Foram libertados de manhã e se dirigiram para
Tessalônica, onde muitos se converteram sob seu ministério. A seguir foram
para Beréia, onde também alcançaram grande êxito (17.10-12). Em Atenas,
Paulo pregou um grande sermão aos filósofos na colina de Marte. A próxima
parada foi Corinto, onde Paulo e seus amigos permaneceram por um ano e
meio. Daqui voltaram para Antioquia, passando por Jerusalém (18.18-22).
Todo esse tempo, Paulo e seus companheiros continuaram a pregar nas
sinagogas, e enfrentaram a oposição de alguns judeus que rejeitaram o
Evangelho
(18.12-17).
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
A terceira viagem missionária abrangeu muitas das mesmas cidades que Paulo
havia visitado na segunda. Ele fez, também, uma rápida visita às igreja da
Galácia e da Frígia (18.23).
Em Éfeso ele batizou doze dos discípulos que haviam aceitado a Cristo, os
quais receberam o Espírito Santo (19.1-7). Durante quase dois anos ele pregou
na escola de Tirano (19.9-10).
De Éfeso, ele foi para a Macedônia e, finalmente, voltou a Filipos. Depois de
uma breve estada nesta cidade, ele viajou para Trôade, onde um jovem
chamado Êutico pegou no sono durante o longo sermão de Paulo e caiu de
uma janela do terceiro andar, sendo dado por morto. Deus operou por meio
de Paulo para trazer Êutico de volta à vida (20.7-12). Dali os missionários foram
para Cesaréia, passando por Mileto. Em Cesaréia o profeta Ágabo predisse o
perigo que aguardava a Paulo em Jerusalém.
PAULO É PRESO E ENVIADO PARA ROMA
A Bíblia registra um belo discurso que ele fez em defesa de sua fé, logo
após ser preso e quase morto pela multidão (22.1-21). Finalmente, as
autoridades conseguiram enviá-lo para Roma a fim de ser julgado. Na viagem
o navio que o transportava naufragou na ilha de Malta. Nesta ilha Paulo foi
picado por uma víbora, mas não sofreu dano algum (28.7-8). Depois de passar
três meses em Malta, ele e seus guardas navegaram para Roma.
O Livro de Atos encerra com as atividades de Paulo em Roma. Lemos que ele
pregou aos principais judeus (28.17-20). Durante dois anos morou numa casa
alugada, continuando a pregar às pessoas que o visitavam (28.30-31).
ESBOÇO DE ATOS
I. ATOS 1-5 – A igreja primitiva em Jerusalém
1. O prefácio literário: 1.1-5
2. Narrativas preparatórias para o Pentecostes: 1.6-26
3. Pentecostes: cap. 2
4. Pregando o evangelho em Jerusalém: caps. 3 a 5
II. ATOS 6.1-13.33 – Os helenistas e o início da missão aos gentios
1. A escolha dos sete: 6.1-7
2. A história de Estevão: 6.8-8.3
3. A missão em Samaria: 8.4-40
4. O interlúdio paulino: 9.1-31
5. Pedro trabalha nas cidades costeiras: 9.32-11.18
6. Os helenistas chegam a Antioquia: 11.19-30
7. Término das narrativas em Jerusalém: cap. 12
8. A igreja de Antioquia envia os primeiros missionários à diáspora: 13.1-3
III. ATOS 13.4-15.30 – A primeira missão paulina e suas consequências
1. A primeira viagem missionária: 13.4-14.28
2. O Concílio de Jerusalém: 15.1-35
IV. ATOS 15.36-21.16 – A missão grega de Paulo
1. A primeira missão paulina em território grego: 15.36-18.22
2. A segunda missão paulina em território grego: 18.23-21.16
V. ATOS 21.17-28.31 – A estrada para Roma
1. Em Jerusalém: 21.17-23.25
2. Em Cesaréia: 24.1-26.32
3. A viagem para Roma: 27.1-28.16
4. Paulo em Roma: 28.17-31
FONTES:
Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Crstã
Bíblia de Estudos NVI – Editora Vida.
Bíblia Thompson – Editora Vida.
Estudo Panorâmico da Bíblia – Editora Vida.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – CPAD.
Módulo de Teologia FTB – Editora Betesda.
Módulo de Teologia do ICQ – Editora Quadrangular.
História Eclesiástica – Eusébio de Cesaréia – Editora Paulos
O Mundo do Novo Testamento – Editora Vida
www.santovivo.net
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