ECG - PERC UFC

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INTERPRETAÇÃO
DE ECG
L U C A S S I LV E I R A D O N A S C I M E N T O
ANAMNESE + EXAME FÍSICO
• Paciente masculino de 50 anos com queixa de palpitações taquicárdicas há 2 anos,
com frequência aproximada de 1 episódio semanal desde então, com início e término
súbitos, sem dor torácica, dispnéia ou síncope, vem ao pronto-socorro com a mesma
queixa, iniciada há 1 hora.
• Ao exame físico: paciente em bom estado geral, FC = 150, PA = 110 x 80 mmHg,
Sat02 = 96% (AA), MV+ bilateralmente sem ruídos adventícios, extremidades quentes,
com pulsos cheios e simétricos, sem edemas.
• Assistir ao vídeo: ‘Vídeo para ECG – 01.06.16’
DIAGNÓSTICO
ELETROCARDIOGRÁFICO
Q UA L A S UA H I P Ó T E S E ?
DIAGNÓSTICO
ELETROCARDIOGRÁFICO
• Taquiarritmia com QRS estreito;
• Intervalo RR regular;
• Onda P de difícil visualização:
– Possibilidade de P estar no segmento ST ?
DIAGNÓSTIC OS
DIFERENC IAIS
Q UA I S S Ã O O S M A I S P R O V Á V E I S ?
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Taquicardia Atrioventricular (TAV);
• Taquicardia Atrial;
• Taquicardia por Reentrada Nodal (TRN);
• Flutter Atrial;
• Taquicardia Juncional.
DIAGNÓSTIC O
DEFINITIVO
JÁ TEMOS IDEIA DO REAL PROBLEMA?
TAQUICARDIA POR REENTRADA
NODAL
• TSV mais comum em adultos;
• Teoria da dupla condução nodal:
– Condução rápida com período refratário longo;
– Condução lenta com período refratário curto.
DUPLA VIA DE CONDUÇÃO NODAL
• A – Condução do estímulo atrial para os ventrículos pela via rápida (note o intervalo
PR de 0,16);
• B – Condução do estímulo pela via lenta (intervalo PR 0,24);
• C – O estímulo conduzido pela via lenta para os ventrículos (condução anterógrada e
intervalo PR 0,28) e pela via rápida para os átrios (condução retrógrada) pela
reentrada nodal (formando onda p negativa no ECG de superfície)
• D – O mecanismo da taquicardia por reentrada nodal - desta vez o estímulo que
"sobe" pela via rápida despolariza a via lenta e perpetua a reentrada do circuito.
Geralmente o desencadeante da taquiarritmia é uma extrasístole atrial que encontra
a via rápida em periodo refratário absoluto (isto é - não conduz o impulso / não gera
potencial de ação) e a via lenta em período refratário relativo (causando lentificação
na condução do impulso).
TIPOS DE TRN
• TRN TÍPICA (80% DOS CASOS)
– LENTA – RÁPIDA
• TRN ATÍPICA (<20% DOS CASOS)
– RÁPIDA – LENTA: O estímulo que despolariza os ventrículos (via
anterógrada) desce pela via rápida e o que despolariza os átrios pela via
lenta (via retrógrada). O intervalo RP fica longo e a onda P fica longe do
QRS. Geralmente o desencadeante da taquiarritmia é uma extrasístole
ventricular.
– LENTA – LENTA: Tanto a condução anterógrada com retrógrada ocorrem
por vias lentas, por isto a FC da TRN costuma ser lenta (por volta de 100
bpm) e pode ser confundida com taquicardia juncional pelo
eletrocardiograma.
TIPOS DE TRN
• TRN TÍPICA (80% DOS CASOS)
– LENTA – RÁPIDA:
O estímulo que despolariza os ventrículos desce pela via lenta e o estímulo
atrial pela via rápida. Por esta fisiologia a onda P acaba ficando muito próxima
ao QRS - assim o intervalo RP fica curto e a onda ou fica "escondida" dentro
do QRS (pela maior voltagem) ou aparece ao término deste - formando as
ondas "pseudo S" nas derivações inferiores ( D2/D3 e aVF) e "pseudo
R''em V1. A afirmação de que a S nas derivações inferiores e a R em V1 são a
onda p retrógrada portanto "pseudo-ondas" só pode ser feita com base na
comparação com o ECG de base em ritmo sinusal e na maioria dos casos
não são visualizadas (isto é - por mais que o ECG da crise sugira um pseudo
S e pseudo R você só terá certeza após reversão da arritmia e realização de
outro ECG.
VÍDEO
QUE SINAL É ESSE?
SINAL DE
FROGGING
SINAL DE FROGGING
• Este sinal advém da contração atrial contra uma válvula tricúspide fechada formando
ondas a em canhão que são visíveis nas veias jugulares do paciente (pulsações
jugulares);
• No atendimento ambulatorial de pacientes com TSV prévia revertida em PS, a
caracterização na anamnese de episódios de "frogging" sugere que a taquicardia seja
uma taquicardia por reentrada nodal (muitas vezes estes pacientes passam em
consulta sem o ECG da crise);
• A visualização do "frogging" por alguém é ainda mais específico do que a queixa pelo
paciente de palpitações no pescoço, aumentando em 7 vezes o odds ratio da
taquicardia ser uma TRN típica.
TEST CHARACTERISTICS OF NECK FULLNESS AND
WITNESSED NECK PULSATIONS IN THE DIAGNOSIS
OF TYPICAL AV NODAL REENTRANT TACHYCARDIA
TRATAMENTO
O Q U E VO C Ê FA R I A ?
MANOBRA VAGAL
A manobra acaba pode terminar a taquiarritmia pois o
aumento do tônus vagal causa uma lentificação da velocidade
de condução no nó atriventricular, causando um bloqueio na
condução anterógrada e término da arritmia.
E se não reverter?
"QUE O TEU
TRABALHO
SEJA
P E R F E I TO
PA R A Q U E ,
MESMO
D E P O I S DA
T UA M O RT E ,
ELE
PERMANEÇA"
ADENOSINA (6-12-12)
• Bloqueio cardíaco transitório do nó atrioventricular (NAV).
• As complicações mais comuns associadas ao seu uso são: dispneia, dor torácica, flush
cutâneo. Além da sensação de morte iminente.
LEITURAS RECOMENDADAS
• 2015 ACC/AHA/HRS Guideline for the Management of Adult Patients
With Supraventricular Tachycardia: A Report of the American College of
Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice
Guidelines and the Heart Rhythm Society
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26409259)
• Supraventricular Tachycardia
(http://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMcp051145)
• Atrioventricular Nodal Reentrant Tachycardia
(http://circ.ahajournals.org/content/122/8/831.full.pdf+html)
• Test Characteristics of Neck Fullness and Witnessed Neck Pulsations in the
Diagnosis of Typical AV Nodal Reentrant Tachycardia
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3200305/pdf/nihms319317.pdf)
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