III CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA FORENSE II JORNADA LATIONOAMERICANA DE GENÉTICA FORENSE 10 a 13 de maio de 2011 • PUCRS • Porto Alegre • RS • Brasil Desenvolvimento de kit molecular empregado na identificação da carne de capivara e sua aplicação De Julio, M.1,2; Medaglia, A.2,3; Rocha, BG.1,2; Matheucci, EJR1,2,3* QGene - Quantum Biotecnologia Indústria e Comércio Ltda., São Carlos, SP1.Universidade Federal de São Carlos, SP2. DNA Consult Genética e Biotecnologia Ltda., São Carlos, SP3 *E-mail: [email protected] Palavras-chave: Capivara, Forense, PCR, Hidrochaeris hidrochaeris A capivara é o maior roedor do mundo e está distribuída pelas Américas Central e do Sul. É um animal de grande interesse econômico por possuir uma carne saborosa e de alto teor protéico. Com essas vantagens, a capivara é alvo de caçadores, apesar de sua caça ser proibida no Brasil. Ela é facilmente confundida com a carne de porco, o que dificulta a fiscalização pela polícia florestal e em alguns restaurantes que servem carne de capivara ilegalmente. Nos dois casos, quando a carne é confiscada, os responsáveis pelo crime dizem que a carne é de porco, retardando o cumprimento da lei. Um método efetivo para identificação desta carne é importante tanto para combater a caça predatória da capivara, como para proteger os direitos dos consumidores. Com isso, o objetivo do trabalho foi identificar a carne de capivara usando oligonucleotídeos alelo-específicos através da PCR (Polymerase Chain Reaction) e diferenciá-la em relação a outros tipos de carne. Para a realização deste trabalho, oligonucleotídeos foram construídos usando uma sequência de genes de TTH1, GHR e rRNA 12S dos seguintes animais: capivara (Hidrochaeris hidrochaeris), javali (Sus scrofa), boi (Bos indicus), cavalo (Equus cabalus), paca (Agouti paca) e cutia (Dasyprocta agouti). As sequências foram alinhadas usando o software Multalin e os oligonucleotídeos com a extremidade 3´OH perfeitamente alinhados com a sequência de capivara foram utilizados. O DNA de capivara, javali, boi, cavalo, paca e cutia foram extraídos a partir de fragmentos de carne usando tratamento com Proteinase K, purificação com fenol-clorofórmio e precipitação com etanol absoluto. Após a extração, os DNAs foram amplificados por meio da técnica de PCR e os produtos desta amplificação foram analisados em gel de agarose 1.5% corado com brometo de etídeo. Os oligonucleotídeos utilizados mostraram-se altamente específicos e eficientes na amplificação do DNA. Adicionalmente, o marcador ZFX/ZFY foi usado como controle interno da reação. Esses oligonucleotídeos geraram fragmentos de 220, 290 e 330pb para TTH1, 12S e GHR, respectivamente. Embora o DNA de vários animais tenha sido testado, a principal distinção foi entre capivara e porco, considerando a semelhança entre os tipos de carne e carcaça. Assim, a metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser usada para diferenciar a carne desses dois animais contribuindo para estudos ecológicos, para combater a caça predatória da capivara, o comércio ilegal da carne e a comercialização da carne de capivara como sendo de porco. 30