Belarus Visão Geral A República de Belarus, também conhecida como Bielo-Rússia ou Rússia Branca devido as extensões de areia branca em seu território. É um país do noroeste da Europa que fazia parte da antiga União Soviética. Seu território é essencialmente plano. O norte, porém, é dominado por suaves colinas orientadas de leste para oeste que não ultrapassam os 350 metros de altitude. Esse conjunto separa as bacias hidrográficas dos rios Onieper e Oaugava (ou Ovina Ocidental). No sul, na região denominada Polésia, ou pântanos Pinsk, predominam as áreas inundadas, que cobrem mais de 20% do território do país. Outros 30% são ocupados por florestas: no norte. as principais variedades são pinheiros, abetos e bétulas; no sul, carvalhos, olmos e faias. Belovezhskaya Pushcha é a última floresta original da Europa. Localizada na fronteira entre Belarus e Polônia, o parque que abriga a porção central da floresta é patrimônio universal da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Belovezhskaya Pushcha foi conservada durante séculos porque foi usada por reis poloneses e czares russos como campo de caça. Praticamente toda a Europa Ocidental já foi coberta por uma gigantesca floresta semelhante. Hoje, nenhuma floresta do continente é original, ou seja, todas foram alteradas após séculos de exploração humana e ação da natureza. Esta floresta é a exceção, com uma área de 120 mil hectares de mata virgem. Com árvores de mais de 50 metros de altura e carvalhos de até 600 anos, além de troncos cobertos de musgo espalhados pelo solo, a floresta é um importante ponto turístico. A reserva guarda um dos mais importantes habitats de pássaros do continente, com cerca de 230 espécies. Mas o animal-símbolo de Belovezhskaya Pushcha é o bisão europeu, dado como extinto em 1919 e reintroduzido no parque em 1929. A água é um dos elementos fundamentais da paisagem de Belarus. O país possui mais de 4 mil lagos, tanto de origem glaciar como artificial. A rede de rios também é densa, irrigando fartamente as terras e conferindo à paisagem uma típica tonalidade verde. Os principais cursos de água são o Daugava, no norte; o Nioman ou Nemunas, no oeste: e o Dnieper e seus afluentes (Bereziná, Soz e Pripiat), no leste, centro e sul. Por sua latitude e por não possuir saída para o mar, Belarus tem clima continental, com invernos muito rigorosos e verões frescos e úmidos. As precipitações são moderadas. Economia Com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 63,3 bilhões, a principal atividade econômica de Belarus é a indústria, cujo destaque é a fabricação de veículos, motores, produtos químicos e petroquímicos, derivados da madeira e bens de consumo. Quase toda a energia de que o país necessita é obtida de suas grandes reservas de turfa. A moeda da Belarus é o rublo bielo-russo. A agricultura foi seriamente abalada pela explosão da central nuclear de Chemobyl, na vizinha Ucrânia, em 1986: após o incidente, um quinto das terras aráveis do país ficou inutilizado. Nas áreas restantes, cultivam-se cereais, beterraba açucareira e batata. Quanto à pecuária, o principal rebanho é o bovino. População A maioria da população de 9,4 milhões de habitantes é pertence ao grupo étnico dos bielorussos (78%), ou russos brancos, que descendem dos eslavos orientais. Os russos (13,5%) são a principal minoria, seguidos por poloneses, ucranianos e judeus. O cristianismo (70,1%) é o credo dominante, onde a Igreja Ortodoxa (52,3%) é a maioria. Mais de um quarto da população, porém, não possui religião e é atéia (29,3%). Os católicos formam o terceiro grupo mais representativo. Quanto aos idiomas, são oficiais bielorusso e o russo, que guardam muitas semelhanças entre si. A capital, a cidade de Minsk, é um modelo do planejamento urbano soviético, com ruas largas e prédios grandiosos. Aspectos da História O aparecimento de Belarus remonta aos principados eslavos que se estabelecem na região entre os séculos VI e VIII. Eles se submetem, em meados do século IX, à cidade-Estado de Kiev, que dá origem à Rússia. Nos séculos seguintes, o território é invadido por tártaros da Mongólia, lituanos e poloneses. No século XVIII é anexado ao Império Russo e, em 1922, torna-se república soviética. Mais de 2 milhões de pessoas morrem durante a ocupação nazista, entre 1941 e 1944. Com o fim da II Guerra Mundial, o país incorpora territórios de população bielo-russa pertencentes à Polônia. Nos anos 1980, Belarus é reduto da resistência comunista às reformas democratizantes do presidente soviético Mikhail Gorbatchov. Em agosto de 1991, a independência é proclamada, e o país integra a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Em 1994 é eleito presidente o populista Aleksandr Lukachenko, que defende a união com a Federação Russa. Ele convoca, no fim de 1996, um referendo que estende seu mandato até 2001 e aumenta seus poderes. Em 1997, Belarus e Federação Russa ratificam tratado que prevê a unificação das políticas externa, econômica e militar. No ano seguinte, a cotação do rublo bielo-russo cai pela metade, e a crise que se instala força o racionamento de alimentos. Atualidade Lukachenko reelege-se em 2001. Em 2003, Syarhey Sidorski é nomeado primeiro-ministro. Nas eleições de 2004, o governo conquista todas as cadeiras da Casa dos Representantes, e um referendo autoriza Lukachenko a concorrer a um terceiro mandato em 2006. Os dois resultados das eleições são condenados por observadores internacionais. Em 2005, o pais é listado pelo governo dos Estados Unidos (EUA) como um dos "postos avançados da tirania". Nas eleições de março de 2006, Lukachenko é novamente reeleito, com 83% dos votos. Observadores internacionais, que haviam sido expulsos pelo governo, denunciam fraudes, e milhares de manifestantes protestam nas ruas de Minsk exigindo novas eleições. Os atos são violentamente reprimidos, com centenas de manifestantes presos. A União Europeia (UE) e os Estados Unidos rejeitam o resultado da eleição. Em abril, a UE proíbe a entrada de autoridades bielo-russas, incluindo Lukachenko, no território do bloco. Em maio, os EUA adotam sanção semelhante. Entre maio e junho, UE e EUA congelam os fundos que Lukachenko e altos funcionários do governo têm em bancos europeus e norte-americanos. Em 2006, a Federação Russa ameaça pôr fim, a partir de 2007, às tarifas amigáveis cobradas pelo gás exportado para Belarus. Seria uma maneira de pressionar a nação a vender sua rede de gasodutos aos russos, que a utilizam para exportar o produto à Europa Ocidental. Após meses de tensão, em que os russos chegam a cortar a distribuição de gás, os países chegam a um acordo em janeiro de 2007. Em outubro de 2007, o governo permite uma manifestação pró-União Europeia, o que é visto como um sinal de aproximação com o bloco. Apesar de ter dez diplomatas expulsos de Belarus em março de 2008, em setembro os Estados Unidos dão sinais de aproximação ao suspender algumas sanções econômicas contra o país, que em agosto liberta presos políticos, entre eles Aleksandr Kozulin, líder da oposição. No entanto, as eleições legislativas de setembro são marcadas novamente por fraude. Nenhum candidato da oposição é eleito, e UE e EUA não reconhecem o resultado. Em outubro, a UE lidera a visita de oficiais do governo bielo-russo aos países do bloco, a fim de acelerar a reforma política. Em julho de 2010, Belarus assina acordo para a criação de uma união aduaneira com Rússia e Cazaquistão. Em dezembro, 30 mil pessoas protestam em Minsk contra o resultado da eleição presidencial, que garante a Lukachenko o quarto mandato consecutivo, com 80% dos votos. As manifestações são violentamente reprimidas. Nos meses seguintes, alguns dos principais membros da oposição são condenados à prisão. Em 2011, a crise econômica se agrava. Em outubro, o país assina acordo de livre-comércio com a Rússia e outras seis nações da CEI. Belarus assina acordo para receber o gás russo a um valor 60% mais baixo. Em troca, os russos assumem o controle de parte dos gasodutos bielorussos. Só em abril de 2012 o tratado é aprovado pelo parlamento. Em abril de 2013, a Rússia anuncia a criação se um sistema de defesa antiaérea em Belarus a partir de 2015. A medida seria uma retaliação aos planos dos EUA de instalar um escudo antimíssil na Europa. COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE: Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. Atlas National Geografic, livros: 04 - Europa II e 07 - Ásia I. São Paulo: Ed. Abril, 2008. AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais, 32ª Ed.Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995. VESENTINI & VLACH. Geografia Crítica, vol 4. São Paulo: Ática, 2005. http//www.wikipedia.org