UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA ANDRÉ LUIZ DE SOUZA E SOUZA MAPEAMENTO GEOLÓGICO E ANÁLISE ESTRUTURAL DO AFLORAMENTO DA PRAIA DO HOSPITAL ESPANHOL, SALVADOR, BAHIA. Salvador 2010 ANDRÉ LUIZ DE SOUZA E SOUZA MAPEAMENTO GEOLÓGICO E ANÁLISE ESTRUTURAL DO AFLORAMENTO DA PRAIA DO HOSPITAL ESPANHOL, SALVADOR, BAHIA. Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador(a): Prof(a). Profª. Drª. Simone Cerqueira Pereira Cruz. Co-orientador(a): Msc. Jailma dos Santos Souza Salvador 2010 2 TERMO DE APROVAÇÃO ANDRÉ LUIZ DE SOUZA E SOUZA MAPEAMENTO GEOLÓGICO E ANÁLISE ESTRUTURAL DO AFLORAMENTO DA PRAIA DO HOSPITAL ESPANHOL, SALVADOR, BAHIA. Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: Profa. Dra. Simone Cerqueira Pereira Cruz – Orientadora Doutora em Geologia Estrutural e Tectônica Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto Universidade Federal da Bahia Reginaldo Alves dos Santos Geólogo Serviço Geológico do Brasil Profa. Dra. Ângela Beatriz de Menezes Leal Doutora em Petrologia Universidade de São Paulo Universidade Federal da Bahia Geólogo Éder Medeiros Universidade Federal do Mato Grosso Mestrando em Petrologia, Metalogênese e Exploração Mineral Universidade Federal da Bahia Salvador, 29 de Dezembro de 2010 3 AGRADECIMENTOS Gostaria muito de agradecer aos meus pais, principalmente à minha mãe, pois, nós temos uma relação muito especial de ajuda, apoio, companheirismo, cumplicidade. Obrigado por tudo mãe, desde a época que eu era da escola, sempre foi assim, ao meu lado me apoiando em tudo, tornando-me muito mais forte do que os meus inimigos poderiam imaginar. A todos meus parentes, ai vai pai, irmã, tias e tios, a minha querida madrinha, primos e primas, isso tudo é pra vocês. Agradeço do fundo do meu coração à minha orientadora maravilhosa, Simone, por ser super esforçada e dedicada. Por me ensinar o valor do esforço, por me motivar a sempre seguir em frente com a cabeça erguida. Ao grupo de pesquisa que me acolheu, NGB. Sem este apoio o projeto não seria viabilizado. Muito obrigado a minha amiga de curso e atual co-orientadora Jailma, aos professores Johildo, Ângela, Amalvina, Geraldo Marcelo e César. Aos demais professores que participaram do processo da minha formação profissional como geólogo. Posso citar: Osmário, Haroldo Sá, Facelúcia, Iracema, Wilson, Vilton, Silvania, Simone (novamente), Reginaldo, Marcão, Flávio, Lourdes, Ângela (novamente), Telésforo, Aroldo Misi e Johildo (novamente). Aos meus amigos, companheiros de estudo, viagem, campos, trabalhos, entre eles cito: Lucas Philadelpho, Tiago Ximenes, Leonardo Aquino, Cristiano Müller, Caroline Santos, Luis Eduardo, Carlos Libório, João Bosco, André Oliveira, Vinícius “xalalá”, Zilda Pena, Andressa, Luciano, Alex “seu mickey”, Marcos Dias, Davidson “coroa”, Janaína, Fernandinha, Wilson Lopez, Lusandra, Mileno, Juliana, Marina, Mariana Cayres, Carlos Vitor, Felipe Dilon, Guiga, Zé gotinha, Lucas Nery, Lila Queiroz, Ramon “mosntro”, Nara, Carlinha, Linda, Eduardo Abraão, Deraldo, Danilo “show”, Danilão, Izadora, Diego Veras, Eduardo “chapa”, Rafael “caçador”, Bruno “metaformica”, Bruno “mad max”, Julio “gagau”, João Paulo, Luan “sequela”, Kim, Jaime, Pedro “smeagol”, Israel, Esdras Varjão, Josemar, Valter, Alberto, Eliane e todos da CBPM. Não posso de deixar de agradecer aos meus amigos fora da faculdade, que me mostraram que o mundo lá fora não é apenas academicismo, e que temos condições de fazer, viver e conversar sobre assuntos dos mais variados possíveis. A toda turma que eu conheci durante minha vida seja na vizinhança, na escola ou nos esportes radicais. Por terem me mostrado com que cair não é o problema, o problema é não se levantar, e eu cito os meus amigos de anos e atuais, Renato Leitão, Alexandre, Shiguemi, Chico, João Paulo ”Zé pera”, família Raquel Stockler, Pedro Stockler, Adriano, Jan, Bérgson, Aila, Carlos Bruno, Yuri, Isabel, Bráulio, Leonardo, Laís, Milane, Willian, Mario Molesini, “Jubileu”, Mauro, “Tchelo”, Francisco Sales, Alan, Paulão, Yan, Fabiano “geléia”, Fabiano “xaruto”, Rafael, Tarcio, Danilo Sales, Danilo Morais, Eric Morais, Vinicius, Luquinhas, Adam, Luisinho, Gabriel, Gogói, Paulinha, Keu, Vitinho, Slash, Junior e Tio Chico. Com carinho especial a Caroena. Valeu! Eu peço desculpa para todos aqueles que participaram do meu processo evolutivo, e mesmo assim não estiveram nesta listagem, pois é muito difícil lembrar-se de todos os nomes num momento como este. 4 Agora, por último eu agradeço a Deus, por permitir-me agradecer a todas essas pessoas. Esse trabalho é dedicado aos meus avôs paternos e maternos Paulo Nestor, Judi Matos, Byron Gonçalves e Inês Bezerra, e a minha tia Gracinha falecidos durante a confecção dessa monografia, desejo sinceramente que vocês sempre estejem com Deus. Paz eterna. 5 “Os loucos são normais e os normais são loucos com a mente limitada”. 6 Aliado Rossi, cantor da banda Pavilhão Nove RESUMO Na orla da cidade de Salvador, Bahia, afloram rochas do Cinturão Metamórfico paleoproterozóico Salvador-Esplanada, com trend preferencial segundo NE-SW. A escassez de estudos de mapeamento de detalhe envolvendo esse cinturão motivou este projeto, que visa levantar dados geológicos sobre a sua evolução tectônica através do mapeamento na escala 1:300. A área de trabalho é um amplo lajedo em frente do Hospital Espanhol, na praia da Barra, entre o Forte de Santa Maria e o Farol da Barra, com uma variedade de rochas e estruturas deformacionais. O mapeamento levado a efeito permitiu identificar rochas granulíticas, como tonalito granulítico, granada monzogranito milonítico e granulito alumino-magnesiano. Além dessas unidades, foram também identificados duas gerações de diques, sendo uma geração de rocha félsica, que corresponde a sienogranito não deformado, e uma outra geração de rocha máfica, representado por diabásio. Sedimentos neogênicos representados por conglomerados com cimento carbonático e areias inconsolidadas completam o cenário litológico. O registro estrutural levantado permitiu identificar um conjunto de estruturas dúcteis associadas com a fase Dn de deformação, que foi subdividida em três estágios evolutivos. O primeiro, Dn’, foi responsável pela geração da foliação Sn’, pela paralelização dessa estrutura com a foliação Sn-1 e pela formação do bandamento gnáissico. Dobras isoclinais, sem raiz e com plano axial paralelizado com a foliação Sn’ foram nucleadas. Além da foliação Sn’, lineação de estiramento (Lxn’), lineação mineral (Lmn’), boudins e duplex foram nucleados nesse estágio de deformação. A vergência geral do movimento é de NE para SW. A progressão da deformação Dn’ levou a nucleação de dobras suaves a abertas com envoltória simétrica durante o estágio Dn”. Em condições tardi Dn’’ houve a instalação dos diques félsicos, intrusivos nos granulitos. Em seguida, zonas de cisalhamento rúptil-dúctil foram nucleadas (estágio Dn’”) (Fase Dn+1?). Diques máficos foram colocados possivelmente relacionado com extensão neoproterozóica. Truncando os diques um conjunto de zonas de cisalhamento rúpteis e fraturas foram desenvolvidas (Dn+2?), com orientação preferencial segundo N120°-N130°. 7 Possivelmente, essa última fase deformacional está associada com a abertura da Bacia do Recôncavo e do Oceano Atlântico Sul. Palavras-chave: Cinturão metamórfico Paleoproterozóico; registro estrutural; boudin, duplex. 8 ABSTRACT On the shore of a sea in the city of Salvador, Bahia, Metamorphic Belt rocks of Paleoproterozoic Salvador-Esplanade, trending NE-SW preferred the second. The scarcity of studies involving mapping detail that belt motivated this project, which aims to collect data on their geological tectonic evolution by mapping at 1:300 scale. The working area in the pavement in front of the Spanish Hospital in Barra Beach, between Fort and the Santa Maria Barra Lighthouse. The mapping carried out identified granulitic rocks, among them are the granulitic tonalite, mylonitic monzogranite garnet and aluminum-magnesium granulite. Besides these units there are still two generations of dikes, and a generation that corresponds to felsic syenogranite not deformed and another generation comprise mafic dikes, represented by diabase. Completing this scenario lithologic Neogene sediments represented by conglomerates with carbonate cement and unconsolidated sands. Registration structural allowed to subdivide it into three distinct stages. The first, Dn ', was responsible for generating the foliation Sn', the parallelization of this structure with the Sn-1 foliation and the formation of banded gneiss. Folds isoclinal, rootless and paralleled with the axial plane foliation Sn 'were nucleated. Besides the Sn foliation ', stretching lineation (LXn'), mineral lineation (LMN '), boudins and duplex were nucleated at this stage of deformation. The convergence of the general movement is from NE to SW. Progression of deformation Dn led to nucleation of the folds are open with symmetric envelope during stage Dn. Under tardi Dn''was the installation of the felsic dykes. Then, shear zones were brittleductile nucleated (stage Dn ') (Phase 1 Dn?). Mafic dikes were placed possibly related to Neoproterozoic extension. Truncating the levees a set of shear zones and brittle fractures were developed (Dn 2?), With the second preferred orientation N120 °-N130 °. Possibly, this last phase deformation is associated with the opening of the Reconcavo Basin and the South Atlantic Ocean. Keywords: Paleoproterozoic metamorphic belt; structural record, boudin, duplex. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1.1. Mapas de Situação e localização da área de trabalho. Fonte: Base da CEI. .................................................................................................................. 22 Figura 1.2. Mapa rodoviário do Estado da Bahia. Fonte: DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) 2002. ................................................ 23 Figura 1.3. Mapa geotectônico do Estado da Bahia. Com detalhe da geologia regional da área de trabalho. ............................................................................ 23 Figura 2.1. Mapa geológico simplificado do Cráton do São Francisco (Fonte: Alkmim 2004). ................................................................................................... 27 Figura 2.2 – Mapa geológico simplificado do segmento do orógeno paleoproterozóico exposto na porção norte do Cráton do São Francisco. ........................................................................................................................... 29 Figura 2.3 – Mapas tectônico e bouguer do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá. ........................................................................................................................... 33 Figura 2.4 – Corresponde aos blocos crustais arqueanos que durante o processo de colisão obliqua. ............................................................................................ 35 Figura 2.5 – Os blocos crustais arqueanos Jequié e Serrinha que foram amalgamados ao bloco Gavião durante a transição do Rhyaciano e Orosiriano. ............................................................................................................................35 Figura 2.6 – Mapa geológico simplificado da parte oeste do Alto de Salvador. 37 Figura 2.7 – Esquema tridimensional das estruturas impressas pelas fases tectônicas que afetaram o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá na área estudada, com indicação da orientação das superfícies e lineações minerais, em rede estereográfica igual área, Schmidt-Lambert, no hemisfério inferior. ................ 39 Figura 3.1 – Classificação modal para as amostras do tonalito granulítico. ..... 44 Figura 3.2 – Classificação modal para as amostras do granada monzogranito milonítico. .......................................................................................................... 51 Figura 3.3 – Classificação modal para as amostras do dique básico. .............. 63 Figura 4.1 – Mapa geológico simplificado da parte nordeste do Estado da Bahia com a localização da área de pesquisa. ........................................................... 69 10 Figura 4.2 – Diagrama estereográfico sinóptico dos pólos da foliação Sn’ nas rochas granuliticas. ........................................................................................... 72 Figura 4.3 – Diagrama estereográfico sinóptico da lineação de estiamento Lxn’ nas rochas granuliticas. ........................................................................................... 76 Figura 4.4 – Diagrama estereográfico sinóptico da distribuição das fraturas nas rochas granuliticas. ........................................................................................... 76 Figura 4.5- Modelo deformacional para a área de trabalho. ............................. 80 11 LISTA DE FOTOGRAFIAS Fotografia 3.1 – Aspecto macroscópico do tonalito granodiorito...................... 41 Fotografia 3.2 – Aspecto macroscópico do tonalito granodiorito. .................... 41 Fotografia 3.3 – Vista panorâmica do sienogranito milonitizado, ao centro, em contato com tonalito granulítico, a oeste, e com o dique de diabásio a leste. . 50 Fotografia 3.4 – Detalhe do sienogranito milonitizado com granada, a oeste faz contato com dique de diabásio. ....................................................................... 50 Fotografia 3.5 – Vista panorâmica do granulito alumino-magnesiano, ao leste, em contato com dique de diabásio. ....................................................................... 56 Fotografia 3.6 – Detalhe do granulito alumino-magnesiano, ao leste, em contato com dique de diabásio. .................................................................................... 56 Fotografia 3.7 - Dique félsico ocupando fraturas no tonalito granulito. ............ 61 Fotografia 3.8 - Dique de diabásio. Fotografia em planta,visada para W. ....... 62 Fotografia 3.9 - Dique de diabásio. .................................................................. 62 Fotografia 3.10 – Lentes conglomeráticas. ...................................................... 66 Fotografia 3.11 – Camada de areia recobrindo as rochas cristalinas do afloramento. ..................................................................................................... 66 Fotografia 4.1 Visão geral da foliação Sn’ marcada pela unidade tonalito granulito. .......................................................................................................................... 68 Fotografia 4.2 Detalhe da foliação Sn’ nas rochas granulíticas. ...................... 68 Fotografia 4.3- Boudin simétrico envolvendo níveis pegmatíticos e sienogranito deformado. ....................................................................................................... 70 Fotografia 4.4- Boudin simétrico envolvendo rocha máfica. ............................ 70 Fotografia 4.5 - Dobras de boudinagem em granulitos. ................................... 71 Fotografia 4.6 - Dobras intrafolias associadas com a foliação Sn-1 no granulito. ........................................................................................................................... 71 Fotografia 4.7- Estrutura simoidal do tipo Duplex desenvolvido em rochas granulíticas. ....................................................................................................... 71 Fotografia 4.8 - Lineação de estiramento mineral (Lxn’) em granulitos. Fotografia em planta, não possui indicação do norte. ........................................................ 72 12 Fotografia 4.9 - Lineação de estiramento mineral (Lxn’) em granulitos. .......... 72 Fotografia 4.10- Vista planorâmica da dobra aberta da fase Dn” em granulitos. .......................................................................................................................... 73 Fotografia 4.11 Detalhe da dobra aberta da fase Dn” em granulitos. .............. 73 Fotografia 4.12 – Dobra parasítica em Z da da fase Dn” em granulitos. ......... 73 Fotografia 4.13- Vista panorâmica dos diques félsicos truncando os granulitos. Fotografia em planta, visada para norte. ......................................................... 74 Fotografia 4.14 Detalhe dos diques félsicos truncando os granulitos. Fotografia em planta, visada para norte. ................................................................................ 74 Fotografia 4.15 Vista panorâmica dos diques máficos truncando os granulitos. ......................................................................................................................... 75 Fotografia 4.16 - Fraturas desenvolvidas em granulitos. ................................ 75 Fotografia 4.17 – Diques máficos e félsicos intrusivos no granulito. ............... 78 Fotografia 4.18- Fraturas em dique máfico. .................................................... 78 13 LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS Fotomicrografia 3.1 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mimerquita (mq) e mesopertita (Mp) nos tonalitos granulíticos. .................................................... 42 Fotomicrografia 3.2 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mimerquita (Mmq) e mesopertita (Mp) nos tonalitos granulíticos. .................................................... 42 Fotomicrografia 3. 3 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. ...................................... 43 Fotomicrografia 3.4 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. ...................................... 43 Fotomicrografia 3.5 – Detalhe anterior com plagioclásio (Pl), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. ............................................................. 45 Fotomicrografia 3.6 – Arcabouço granoblástico de plagioclásio (Pl) e quartzo (Qtz) nos tonalitos granulíticos. ................................................................................. 45 Fotomicrografia 3.7 - Aglomerado de hiperstenio (Hy) e matriz rica em plagioclásio (Pl) nos tonalitos granulíticos. .......................................................................... 46 Fotomicrografia 3.8 - Aglomerado de hiperstenio (Hy) e matriz rica em plagioclásio (Pl) nos tonalitos granulíticos. .......................................................................... 46 Fotomicrografia 3.9 - Plagioclásio (Pl), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. ........................................................................................ 47 Fotomicrografia 3.10 - Plagioclásio (Pl), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. ........................................................................................ 47 Fotomicrografia 3.11 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Mp), apatita (Ap), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. .................... 48 Fotomicrografia 3.12 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Mp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. ........................................ 48 Fotomicrografia 3.13 - Associação de diopsidio (Di) e microclina (Mi) com biotita (Bt). Notar o contato interlobado entre a microclina e a biotita. ........................ 48 Fotomicrografia 3.14 - Associação de diopsidio (Di) e microclina (Mi) com biotita (Bt). Notar o contato interlobado entre a microclina e a biotita. ........................ 48 14 Fotomicrografia 3.15: Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp) no granada monzogranito milonitizado. ........ 52 Fotomicrografia 3.16: Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp) no granada monzogranito milonitizado. ........ 52 Fotomicrografia 3.17 – Apregado granoblástico de mesopertita (Msp), quartzo (Qtz) e mimerquita (Mmq) no granada monzogranito milonitizado. ................. 53 Fotomicrografia 3.18 - Plagioclásio (Pl) mergulhado em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) no granada monzogranito milonitizado. ............................... 53 Fotomicrografia 3.19: - Exemplar de granada (Grt) no monzogranito com matriz milonítica constituída por agregados de grãos poligonais de plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e microclina (Mi) . ....................................................................... 54 Fotomicrografia 3.20: - Exemplar de granada (Grt) no monzogranito com matriz milonítica constituída por agregados de grãos poligonais de plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e microclina (Mi) . ....................................................................... 54 Fotomicrografia 3.21 – Exemplar de zircão (Zr) reliquiar em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) no granada monzogranito milonitizado. ................... 55 Fotomicrografia 3.22: Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp) no granada monzogranito milonitizado. ......... 55 Fotomicrografia 3.23 – Porfiroblastos de granada (Grt) com inclusões de cordierita (Cd), imerso em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ....................................................................................... 57 Fotomicrografia 3.24 – Porfiroblastos de granada (Grt) com inclusões de cordierita (Cd), imerso em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ....................................................................................... 57 Fotomicrografia 3.25 – Porfiroblástos de granada (Grt) e matriz com aglomerados de cordierita e clinopiroxênio (Cpx), além de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ...................................................................... 57 Fotomicrografia 3.26 – Porfiroblástos de granada (Grt) e matriz com aglomerados de cordierita e clinopiroxênio (Cpx), além de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ...................................................................... 57 15 Fotomicrografia 3.27 – Textura nematoblástica marcada por cristais de clinopiroxênio (Cpx) alinhados com a foliação, além de silimanita (Sil) idioblástica e pórfiro de granada (Grt) matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ........................................................................................ 59 Fotomicrografia 3.28 – Textura nematoblástica marcada por cristais de clinopiroxênio (Cpx) alinhados com a foliação, além de silimanita (Sil) idioblástica e pórfiro de granada (Grt) matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ........................................................................................ 59 Fotomicrografia 3.29 – Exemplar de biotita (Bt) retrometamórfica em contato com cristais de granada (Grt) e silimanita (Sil), imersos em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ..................................... 60 Fotomicrografia 3.30 – Exemplar de biotita (Bt) retrometamórfica em contato com cristais de granada (Grt) e silimanita (Sil) imersos em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ..................................... 60 Fotomicrografia 3.31 – Detalhe da Silimanita (Sil) inclusa em granada (Grt) porfiroblástica imersa em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ......................................................................... 60 Fotomicrografia 3.32 – Detalhe da Silimanita (Sil) inclusa em granada (Grt) porfiroblástica imersa em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. ......................................................................... 60 Fotomicrografia 3.33 - Cristais euédricos de diopsídio (Di) e plagioclásio (Pl) e cristais subédricos de mineral opaco (Mo). Observa-se a presença da textura subofítica e intergranular. .................................................................................. 64 Fotomicrografia 3.34 - Cristais euédricos de diopsídio (Di) e plagioclásio (Pl) e cristais subédricos de mineral opaco (Mo). Observa-se a presença da textura subofítica e intergranular. .................................................................................. 64 Fotomicrografia 3.35 - Cristais euédricos de diopsídio (Di) e plagioclásio (Pl). Observa-se a presença da textura subofítica e intergranular. .......................... 65 Fotomicrografia 3.36 - Cristais euédricos de diopsídio (Di) e plagioclásio (Pl). Observa-se a presença da textura subofítica e intergranular. .......................... 65 16 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 – Composição mineralógica para amostras descritas do tonalito granulítico. ........................................................................................................ 44 Tabela 3.2 - Composição mineralógica do sienogranito milonítico. ................. 51 Tabela 3.3 - Composição mineralógica do diabásio. ....................................... 64 17 LISTA DE ANEXOS ANEXO 1. Mapa de Geológico do Lajedo Hospital Espanhol...........................98 ANEXO 2. Ficha de descrição Petrografica AN – 1 .........................................98 ANEXO 3. Ficha de descrição Petrografica AN – 2 .........................................104 ANEXO 4. Ficha de descrição Petrografica AN – 3 .........................................108 ANEXO 2. Ficha de descrição Petrografica AN – 4 .........................................113 ANEXO 3. Ficha de descrição Petrografica AN – 5 .........................................119 ANEXO 4. Ficha de descrição Petrografica AN – 6 ........................................ 123 ANEXO 2. Ficha de descrição Petrografica AN – 7 ........................................ 126 ANEXO 3. Ficha de descrição Petrografica AN – 8 ........................................ 132 ANEXO 4. Ficha de descrição Petrografica SG – 24B.................................... 136 18 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS. ....................................................................................... 4 RESUMO. ......................................................................................................... 7 ABSTRACT. ...................................................................................................... 9 LISTA DE FIGURAS. ........................................................................................ 10 LISTA DE FOTOGRAFIAS. .............................................................................. 12 LISTA DE FOTOMICROGRAFIA. .................................................................... 14 LISTA DE TABELAS. ....................................................................................... 17 LISTA DE ANEXOS. ........................................................................................ 18 1. INTRODUÇÃO. ........................................................................................... 21 1.1 Contextualização e Apresentação do Problema. ............................... 21 1.2 ... Localização da Área de Trabalho. ...................................................... 22 1.3 .... Objetivos. ........................................................................................... 24 1.4 ....Justificativa. ........................................................................................ 24 1.5 .... Método de Trabalho. .......................................................................... 24 2. .GEOLOGIA REGIONAL. ............................................................................. 26 2.1 Introdução. ........................................................................................ 26 2.2 As Principais Unidades Tectônicas da Porção Setentrional do Cráton do São Francisco. ................................................................................................. 26 2.3 Evolução Paleoproterozóica do Setor Setentrional do Cráton do São Francisco. .......................................................................................................... 34 2.4 Arcabouço Estrutural da Cidade de Salvador. ....................................... 36 3.GEOLOGIA LOCAL. ....................................................................................... 41 3.1 Geologia Local e Petrografia. ............................................................ 41 3.1.1 Tonalito Granulítico com Enclaves Máficos. .................................... 41 3.1.2 Monzo-sienogranito milonitizado. .................................................... 49 3.1.3 Granulito Alumino-magnesiano. ...................................................... 55 3.1.4 Sienogranito não deformado. .......................................................... 60 3.1.5 Diques máficos. ............................................................................... 61 19 3.1.6 Ortoconglomerado de praia. ............................................................ 65 3.1.7 Areia de praia. .................................................................................. 65 3.2 Metamorfismo ........................................................................................... 66 4. ANÁLISE ESTRUTURAL. ............................................................................. 67 4.1 Estruturas Deformacionais Identificadas. ................................................. 67 4.2 Granulitos Tonalíticos e Rochas Associadas. .......................................... 67 4.2.1 Diques Máficos e Félsicos. ................................................................ 77 4.3 Fases Deformacionais Identificadas e Evolução Deformacional. ............. 78 5. Conclusões. ................................................................................................... 82 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA. .................................................................. 84 20 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO O Cráton do São Francisco é uma unidade tectônica que foi consolidada durante a orogenia paleoproterozóica e hospeda grande diversidade de terrenos arqueanos e paleoproterozóicos, sendo recoberto por rochas metassedimentares com magmatismo máfico associado, formados durante o Meso e Neoproterozóico (e.g. Almeida 1977, Barbosa & Dominguez 1996, Teixeira et al. 2000, Silva et al. 2000, Bastos Leal et al. 2003; Barbosa & Sabaté 2004, Noce et al. 2005). Na sua porção norte, no estado da Bahia, a orogenia paleoproterozóica envolveu os blocos crustais Gavião, Jequié, Serrinha e culminou com a formação do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Esse orógeno pode ser subdividido no Cinturão Salvador-Esplanada, com orientação Geral N045o, e no Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá, com orientação geral segundo NS. A área de trabalho encontra-se inserida no Cinturão Salvador-Esplanada uma unidade tectônica ainda pouco conhecida do ponto de vista geológico. 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA O Cinturão Salvador-Esplanada constitui um dos compartimentos menos estudados do Cráton do São Francisco e aflora ao longo da Costa Atlântica do Estado da Bahia. Em Salvador vários afloramentos podem ser identificados e descritos, com rico acervo de estruturas. Embora alguns trabalhos venham sendo publicados (Cruz 2005, Corrêa-Gomes et al. 2005, Souza, 2008, Oliveira, 2010) ainda existem muitas dúvidas quanto à evolução tectônica do Cinturão Salvador-Esplanda. As principais questões são: existe alguma relação genética entre o cinturão Salvador-Esplanada e o cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá? Ou a sua origem está relacionado com o retrabalhamento do bloco Serrinha? Para contribuir com o estudo sobre o tema escolheu-se um laboratório natural que localiza-se na cidade de Salvador. Na área de pesquisa afloram rochas granulíticas e diques de rochas máficas e félsicas, cuja história evolutiva ainda é pouco conhecida. Desta forma, para o afloramento estudado algumas questões foram levantadas: qual a sua constituição litológica? Qual o arcarbouço estrutural? Qual a polaridade estrutural das fases identificadas? 21 Responder a essas questões significa dar um passo muito significativo no entendimento da evolução regional do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá e, em especial, colaborar para o entendimento do significado tectônico do Cinturão SalvadorEsplanada. 1.2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO A área de trabalho localiza-se na cidade de Salvador (Figura 1.1e 1.2), na praia em frente ao Hospital Espanhol. Trata-se de um afloramento com 11.527 m2. Devido ao afloramento ser um lajedo na praia, as atividades de campo estiveram sob a influência direta da variação da maré, sendo preferível realizar essas atividades durante a semana da maré de sizígia. Figura 1.1 Situação e localização da área de trabalho. Fonte: Base da CEI e DNIT (2002). 22 Área de trabalho Figura 1.2: Mapa rodoviário do estado da Bahia, com limites municipais. FDS 38° 44° 8° 8° 11ºS Aracaju FRPT BRASIL FRP FS 48° 12° SALVADOR FB FB OC EA NO Cinturões de dobramentos e cavalgamentos Coberturas fanerozóicas Coberturas neoproterozóicas BELO HORIZONTE 20° 48° Bacia Sedimentar do Recôncavo-Tucano-Jatobá (BSR) Neo-Mesoproterozóico Rochas Metassedimentares da Faixa de Dobramentos Sergipana (FDS) Coberturas mesoproterozóicas Arqueano/Paleoproterozóico Embasamento arqueano-paleoproterozóico Rochas metamórficas de alto e médio graus do Orógeno ItabunaSalvador-Curaçá (OISC) e da Faixa Salvador-Esplanda (FSE). Regiões, sistemas e cinturões de dobras FA do Ciclo Brasiliano (750-450 Ma) FR Coberturas Sedimentares FS E Limites entre blocos Limites do Cráton N 12ºS Mesozóico O 40° BSR IC 16° ÂN T FA AT L BRASÍLIA OISC Ocea no At lântic o Legenda Terciário-Quartenário Salvador FA- Faixa Araçuaí, FR - Faixa Ribeira, FBFaixa Brasília, FRP- Faixa Rio Preto, FRPT Faixa Rch. Pontal e FS- Faixa Sergipana N Área de estudo 0km 39º 75km 38º Área de estudo 37º Figura 1.3 Mapa geotectônico do Cráton do São Francisco. Com detalhe da geologia regional da área de trabalho. 23 13ºS 1.3. OBJETIVOS O principal objetivo dessa monografia é realizar o mapeamento geológico do afloramento da Praia do Hospital Espanhol, na escala 1: 300. Como objetivos específicos, tem-se: (i) realizar um estudo petrográfico das unidades aflorantes. (ii) executar o levantamento estrutural multiescalar; (iii) elaborar um modelo de evolução deformacional contemplando os elementos estruturais obtidos. 1.4. JUSTIFICATIVA O Cinturão Salvador-Esplanada (Barbosa & Domingues 1996) representa um dos componentes do Orógeno Itabuna Salvador-Curaçá. Apesar do amplo conhecimento a cerca dos demais constituites desse Orógeno, a saber, os blocos Gavião, Jequié, Serrinha, assim como o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá, pouco ou nada se sabe a cerca da constituição litológica e arcabouço estrutural do Cinturão Salvador-Esplanada. Nele, as rochas encontram-se metamorfisadas e polideformadas, tendo como característica mais interessante o seu trend NE-SW, discordante ao trend NS do orógeno. Entretanto, pouco ou nada se sabe a cerca do significado das deformações e dos aspectos genéticos relacionados com as rochas que o constitui. Este trabalho vem somar esforços para o estudo da evolução tectônica da porção NE do Cráton do São Francisco e representa uma importante oportunidade de desenvolver pesquisa científica de relevante interesse na cidade de Salvador, com baixo custo de aquisição de dados. 1.5. MÉTODO DE TRABALHO Para atingir os objetivos propostos, foram realizadas as seguintes atividades: a) Trabalhos Preliminares: nessa etapa foram desenvolvidas as seguintes atividades: (i) levantamento de informações disponíveis na literatura sobre a geologia da região, especialmente sobre o Cinturão Salvador-Esplanada; ii) interpretação de fotos aéreas e imagens de satélite visando a confecção de um mapa base geológico 24 preliminar com a identificação e localização dos lineamentos estruturais do afloramento estudado. b) Trabalhos de Campo: os trabalhos de campo totalizaram 41 dias e foram desenvolvidos objetivando caracterizar as principais litologias da região e suas relações de contato, bem como identificar feições estruturais associadas às deformações rúpteis e dúcteis da área. Amostras de rocha foram coletadas utilizando o martelo geológico, tendo sido cadastradas com números e devidamente georeferenciadas. Os dados estruturais foram realizados utilizando a bússola geológica Brunton, tendo sido adotado o método clássico da análise estrutural com determinação do posicionamento das estruturas identificadas. Os dados foram obtidos utilizando a regra da mão direita. c) Estudos Petrográficos: durante essa atividade foi realizada a identificação dos minerais constituintes, assim como a descrição de suas relações texturais nos diferentes tipos de rochas. Foram descritas um total de 9 laminas delgadas utilizando o microscópio petrográfico binocular com luz transmitida no laboratório de petrografia do IGEO-UFBA. As rochas metamórficas e deformadas foram cortadas segundo o plano XZ do elipsóide de deformação finita, tendo utilizado a foliação principal e a lineação de estiramento como principais referências. Os dados modais obtidos foram inseridos em diagramas específicos visando determinar o nome da rocha. d) Tratamento dos dados estruturais: os dados obtidos em campo foram organizados em tabela Excell e levados para o programa Stereonet (for Windows) visando construir os diagramas estereográficos. e) Integração de Resultados: os resultados da pesquisa foram integrados através de elaboração da monografia de final de curso. 25 CAPÍTULO 2 – GEOLOGIA REGIONAL 2.1. INTRODUÇÃO A área da pesquisa encontra-se na porção leste do Estado da Bahia, mais precisamente na cidade de Salvador. Ela está inserida na entidade tectônica conhecida como Cráton do São Francisco, estando localizada na porção nordeste deste cráton. O Cráton do São Francisco foi definido por Almeida (1977) como uma porção continental que foi consolidada no Paleoproterozóico, cujo substrato não foi afetado pelas deformações Brasilianas, durante a Neoproterozóico. Atualmente, discute-se o limite do Cráton na sua porção meridional, especialmente na posição de interação entre o Aulacógeno Paramirim e o Orógeno Araçuaí (Cruz & Alkmim 2006) (Figura 2.1). Esta unidade tectônica compreende grande parte dos terrenos metamórficos do Estado da Bahia com idade maior do que 1.8 Ga e inclui porções dos estados de Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e Sergipe. Também é possível reconhecer, além do substrato mais antigo do que 1.8 Ga, um conjunto de rochas metassedimentares de idade pré-cambriana, que estão alojados no Aulacógeno Paramirim. Neste contexto podem ser reconhecidos o Supergrupo Espinhaço, São Francisco e unidades sedimentares fanerozóicas (Figura 2.1). Em seus limites, Almeida (1977, 1981) reconheceram os orógenos Brasília, a sul e oeste, Rio Preto, a noroeste, Riacho do Pontal, a norte, Sergipana, a nordeste e Araçuaí, a sudeste. 2.2 AS PRINCIPAIS UNIDADES TECTÔNICAS DA PORÇÃO SETENTRIONAL DO CRÁTON DO SÃO FRANCISCO A parte norte do Cráton do São Francisco, aflorante no Estado da Bahia, possui litotipos metamórficos de alto grau, polideformados, que se estendem desde a região de Ilhéus-Itabuna ao sul, até a região de Curaçá ao norte, e apresenta preservadas as raízes do orógeno paleoproterozóico (Alkmim 2004). Este orógeno é o resultado do processo de colagem e acresção continental envolvendo quatro segmentos litotectônicos principais, quais sejam: os blocos 26 Gavião, Serrinha, Jequié e o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaça (Barbosa & Domingues 1996; Teixeira et al. 2000; Barbosa & Sabaté 2001; 2004) (Figura 2.2). De acordo com esses autores, as rochas constituintes do embasamento do cráton em foco possuem idades superiores a 1,8 Ga, em sua maioria idades arqueana e neste contexto, famílias de plútons com idades e filiação química distintas podem ser identificados. Afloramento estudado Figura 2.1 – Mapa geológico simplificado do Cráton do São Francisco (Fonte: Alkmim 2004) . Segundo Hartman & Delgado (2001) o Bloco Gavião encontra-se em sua maior parte encoberto por depósitos plataformais paleo a neoproterozóicos dos supergrupos Espinhaço e São Francisco. Esse bloco ocorre na parte WSW da porção setentrional do cráton em foco e corresponde a um núcleo arqueano cujas bordas foram retrabalhadas pela orogenia paleoproterozóica. Ele é constituído essencialmente por ortognaisses tonalítico-trondhjemítico-granodioríticos (TTG) e seqüências supracrustais, algumas do tipo greenstone belts. A edificação deste bloco teve início no Paleoarqueano, com plutonismo TTG juvenil representado 27 pelos domos de Sete Voltas, Boa Vista/Mata Grande e Bernarda, com idades entre 3,40-3,33 Ga (Nutman & Cordani, 1992; Pinto, 1996), e pelo Complexo Mairi, datado entre 3,4 Ga (Mougeot, 1996) e 3,04 Ga (Peaucat et al., 2002). Seguiramse dois novos eventos plutônicos: um entre 3,24 e 3,16 Ga (Pinto, 1996), relacionado à acresção juvenil com contaminação crustal, e outro, no intervalo 2,82,6 Ga, caracterizado por migmatização e pela colocação de corpos granitóides intrusivos. As associações do tipo greenstone belts do Bloco Gavião reportam-se: (i) ao Paleoarqueano, assinalado em dacitos da seqüência Mundo Novo, de 3,3 Ga (Peucat et al., 2002) e em metassubvulcânicas da seqüência ContendasMirante, de 3,36 Ga (Marinho, 1991); (ii) ao intervalo do Meso-Neoarqueano, registrado nos greenstone belts de Umburanas, Brumado, Ibitira-Ubiraçaba e Guajeru Essas rochas estão metamorfisadas na fácies anfibolito (Martin et al. 1991; Marinho 1991; Santos Pinto 1996; Cunha et al. 1996; Basto Leal 1998; Barbosa & Sabaté 2003, 2004, Barbosa et al. 2001). 28 Bloco Gavião Bloco Jequié Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá Greenstone belts arqueanos Terrenos Supracrustais Paleoproterozóico Granitóides Paleoproterozóico Supracrustais Meso-Neoproterozóico Figura 2.2 – Mapa geológico simplificado do segmento do orógeno paleoproterozóico exposto na porção norte do Cráton do São Francisco. Os blocos arqueanos Serrinha e Jequié (provavelmente microcontinentes), juntamente com o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (arco magmático) foram amalgamados ao bloco arqueano maior do Gavião na transição entre os períodos Rhyaciano e Orosiriano (Fonte: Modificado de Alkmim 2004). Ainda relacionado ao Bloco Gavião, granitóides intrusivos paleoproterozóicos integram o cenário regional. Na serra de Jacobina, no limite do bloco em foco, tem-se a presença de leucogranitos peraluminosos e granito a duas micas (Rudowskky, 1989). Na região compreendida entre as cidades de 29 Brumado, Boquira e Guanambi uma série de corpos de granitóides siderianos e orosirianos foram descritos por Arcanjo et al. (2000), Bastos Leal et al. (2000), Leal et al. (2005), Guimarães et al. (2005). Por sua vez, o Bloco Jequié ocorre na parte SE do Cráton do São Francisco, sendo composto por ortognaisses-migmatíticos de 3,1-2,9 Ga (U/Pb, Rb-Sr, Pb/Pb) com enclaves de supracrutais (enclaves básicos e migmátitos Ubaira e Jequié) (Wilson 1987; Marinho 1991; Marinho et al. 1994) e afetado por intrusões múltiplas graníticas a granodioriticas de alto e baixo Ti (Granitos/Granodioritos de Maracás, Laje e Mutuípe) que correspondem atualmente a corpos charnoquiticos a charnoenderbiticos de 2,8-2,7 Ga (Alibert & Barbosa 1992; Fornari & Barbosa 1994). Estas intrusões eventualmente apresentam megaenclaves dos ortognaisses-migmatitícos. Todas essas unidades serviram de embasamento para seqüências supracrustais, de natureza vulcânica ou sedimentar química e clástica, caracterizadas por basaltos e andesitos basálticos, cherts, formações ferríferas bandadas, grafititos e kinzigitos (Barbosa et al. 2003). O Bloco Jequié sofreu intensa deformação e metamorfismo na fácies granulito em 2,1 Ga. O Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá, possui interpretações evolutivas na parte sul do orógeno e é chamada de Cinturão Itabuna-Salvador. Já a porção norte deste orógeno é chamada de Cinturão Salvador-Curaçá. O Cinturão Itabuna-Salvador ocorre na porção ocidental do Cráton do São Francisco e possui um trend geral de N-S. Esse bloco possui como constituintes dominantes pelo menos quatro gerações de tonalitos e trondhjemitos sendo que três são arqueanas com idades entre 2,7-2,5 Ga e uma é paleoproterozóica sincolisional de idade 2,1 Ga. Estes grupos são interpretados como resultado de fusão da crosta (Barbosa & Peucat 2003). Faixas de rochas metassedimentares constituídas por quartzito com granada, gnaisses alumino-magnesianos com safirina, grafititos e formações manganesíferas (Teixeira 1997) ocorrem intercalados com os tonalitos. A origem dessas rochas é interpretada como um arco magmático, com arco de ilha, bacias de retro-arco e zonas de subducção (Figueiredo 1989) desenvolvidos na virada do Neoarqueano para o 30 Paleoproterozóico (~2,6 Ga). No cinturão também podem ser encontradas rochas shoshoníticas de 2,4 Ga (Barbosa 1990; Ledru et al. 1996). Durante a colisão paleoproterozóica, todos os constituintes foram deformados e metamorfisados na fácies granulito. O Cinturão Salvador–Curaçá (Santos & Souza 1983) representa um prisma de acrescimento crustal, que bordeja os blocos Gavião, Jequié e Serrinha (Fig. II.2). Esse cinturão é constituído por rochas da suíte tonalítica–trondhjemítica– granodiorítica (Complexo Caraíba) com imbricações de rochas supracrustais (Complexo Ipirá) contendo mobilizados anatéticos e granitóides diversos, sendo que, todo o conjunto é limitado, no seu bordo ocidental, por uma suíte de rochas máficas–ultramáficas denominada de Suíte São José do Jacuípe (Melo 1991, Loureiro 1991, Sampaio, 1992 orgs.). Todas as unidades litológicas do cinturão estão reequilibradas na fácies anfibolito alto/granulito (Melo et al. 1995). A presença de idades de 2,7 Ga, obtidas por método U–Pb (SHRIMP) em zircão (Silva et al. 1997), tem sido relacionada a processos de subducção/geração de protólitos tonalíticos–trondhjemíticos em ambientes de arco de ilhas (Barbosa 1997, Barbosa & Sabaté 2000). Idades de 2,08 Ga obtidas pelo método U–Pb (SHRIMP) em zircões (Silva et al. 1997) atestam que sua evolução é relacionada ao Ciclo Transamazônico. Na cidade de Salvador, na Bahia, até Buquim, em Sergipe, o cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá sofre uma inflexão para NE e possui orientação N45º. Neste setor foi individualizado por Barbosa (1996) o Cinturão Salvador-Esplanada. A região de Salvador está inserida neste contexto, que apresenta rochas gnaissificadas orto e paraderivados, equilibradas em condições de fácies granulito e retrometamorfisadas no fácies anfibolito (Cruz 2005; Souza 2008, Souza 2009). Estas rochas estão cortadas por diques máficos e graníticos. A área próxima à Esplanada, Oliveira-Júnior (1990) registrou a ocorrência de granodioritos e granitos alcalinos, ortognaisses de natureza calcialcalina, anfibolitos de origem gabróica e natureza toleíitica. Sato (1988) obteve isocrônas Rb-Sr na região de Esplanada de idades paleoproterozóicas. Estudos mais recentes realizados por Silva et al. (2002) sugerem que o Cinturão Salvador-Esplanada representa o 31 compartimento leste do Bloco Serrinha, descrito a seguir, que foi amalgamado ao Cráton do Congo durante o Paleoproterozóico. Granodioritos leucocráticos na região de Aporá foram datados pelo método 207 Pb/206Pb, tendo sido obtida a idade de 2,9 Ga, que foi interpretada como idade mínima de cristalização para essas rochas. O Bloco Serrinha ocorre na parte NE do Cráton do São Francisco e possui substrato formado por granitos e tonalitos gnaissificados e migmatizados, cujas idades ficam entre 3,1 e 2,8 Ga (Gaal et al. 1987; Oliveira et al. 1999; Melo et al. 2000; Rios et al. 2002). Em ortognaisses Rios et al. (2002) encontrou um xenocristal de zircão que foi datado em 3,6 Ga indicado que o plutonismo 3,1-2,8 foi intrusivo em crosta mais antiga. Este bloco foi metamorfisado na fácie anfibolito e suas rochas são cobertas por seqüências paleoproterozóicas do greenstone belt do Rio Itapicuru e Capim, as quais foram depositadas em bacias de retro-arco (Silva 1996). Ao que tudo indica, os blocos Gavião, Jequié e Serrinha constituem terrenos participantes de uma história acrescionária do orógeno paleoproterozóico e assim os interpretam Barbosa & Sabaté (2001; 2004). De acordo com Figueiredo (1989), Teixeira & Figueiredo (1991), Ledru et al. (1994); Teixeira et al. (2000), Barbosa & Sabaté (2004), o orógeno em questão foi edificado por volta de 2,0 Ga a partir de uma convergência entre duas massas continentais representadas pelos blocos do Gavião e do Gabão, este último hoje parte do Cráton do Congo. Essa colisão teve caráter oblíquo e está registrada por empurrões e dobras vergentes para WNW, às quais se superimpõem estruturas de um regime transpressional sinistral (Alves da Silva et al. 1993; Ledru et al. 1997; Barbosa & Sabaté 2001). 32 Figura 2.3 – Mapa geológico simplificado da parte nordeste do Estado da Bahia com a localização da área de pesquisa. Fonte: Barbosa et al. (2005). Outra unidade regional é o rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá, que representa um ramo abortado do sistema de riftes que deu origem ao Atlântico Sul (Magnavita 1992; Milani & Thomaz Filho 2000). Com uma largura média de cerca de 80 km, estende-se por cerca de 400 km na direção N-S, dos quais mais da metade ficam no interior do cráton. Esse rifte é constituído por uma associação de semi-grabens, as sub-bacias do Recôncavo, Tucano e Jatobá, cujas falhas de borda não 33 alinhadas, alternam-se entre o leste e o oeste (Magnavita 1992; Aragão & Peraro 1994) (Figura 2.3). O preenchimento do rifte, cuja espessura máxima chega a 11.000 m, compreende três megasseqüências, pré, sin, e pós-rifte, que caracterizam os seus estágios evolutivos principais (Milani & Thomaz Filho 2000; Silva et al 2000). A sucessão pré-rifte é constituída por sedimentos lacustres, fluviais e eólicos, de idade neojurássica a eo-cretácica. A fase rifte teve inicio no Berriasino (135-130 Ma) e perdurou até o Aptiano (114-108 Ma). De acordo com Milani & Thomaz Filho (2000), neste período desenvolveu-se um grande sistema de lago alimentado por correntes de densidade “turbides” e, mais tarde, um sistema de deltas gilbertianos, que passam a sistemas fluviais. Próximo às falhas de borda dos semi-grabens depositaram-se grandes espessuras de conglomerados. Durante o pós-rifte, o preenchimento da calha prosseguiu com a deposição de cascalhos e areias fluviais em discordância com as unidades inferiores. 2.3. EVOLUÇÃO PALEOPROTEROZÓICA DO SETOR SETENTRIONAL DO CRÁTON DO SÃO FRANCISCO No setor setentrional do Cráton do São Francisco a colisão paleoproterozóica ocorreu com a movimentação de quatro placas, denominadas de Gavião, Jequié, Serrinha e Itabuna Salvador-Curaça (Barbosa & Sabaté, 2002). De acordo com esses autores, a colisão ocorreu com orientação segundo NW-SE, cujo principais elementos estruturais são falhas de empurrão regionais e zonas transcorrentes tardias (Barbosa & Sabaté, 2002). Estas zonas apresentam uma cinemática geralmente sinistral segundo Alves da Silva & Barbosa (1997 apud Barbosa & Sabaté, 2002) (Figuras 2.4 e 2.5). 34 Figura 2.4 – Corresponde aos blocos crustais arqueanos que durante o processo de colisão obliqua (Modificado de Barbosa & Sabaté, 2002). Figura 2.5 – Representa os blocos crustais arqueanos Jequié e Serrinha provavelmente microcontinentes que juntamente com o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (arco magmático) foram amalgamados pelo bloco Gavião durante a transição do Rhyaciano e Orosiriano (Modificado por Barbosa & Sabaté, 2002). 35 Na porção norte do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, a aproximação do Bloco Serrinha em direção ao Bloco Gavião foi responsável por um importante encurtamento crustal segundo E-W. 2.4. ARCABOUÇO ESTRUTURAL DA CIDADE DE SALVADOR Conforme citada anteriormente, a cidade de Salvador está inserida no Cinturão Salvador-Esplanada e sua geologia regional pode ser subdividida em três domínios: a Bacia Sedimentar do Recôncavo, a Margem Continental Atlântica e o Alto de Salvador (Barbosa et al. 2005). O alto de Salvador (Figura 2.8) está entre os dois domínios já citados e corresponde a um horst, tendo seu limite ocidental marcado pela Falha de Salvador e seu limite oriental é feito pela Falha Iguatemi (Figura 2.8). Neste setor, afloram (i) granulitos alumino-magnesianos, granulitos básicos, e (ii) tonalitos granulíticos e charnoenderbiticos com enclaves de metapiroxenito e metagabro (Barbosa et al. 2005). Vale ressaltar que as cotas topográficas no Alto de Salvador têm em média 60 metros, enquanto na Margem Atlântica as altitudes dificilmente superam os 30 metros (Barbosa et al. 2005). 36 Figura 2.6 – Mapa geológico simplificado da cidade de Salvador. Fonte Souza (2009). AS – Alto de Salvador; BR – Bacia do Recôncavo; MC – Margem Continental Atlântica. 37 Estudos realizados por Barbosa et al. (2005), Corrêa-Gomes et al. (2005) e Cruz (2005) sugerem que pelo menos três fases deformacionais dúcteis foram registradas na parte oeste do Alto de Salvador. A hierarquia elaborada por aqueles autores foi a seguinte (Figura 2.9): a) a primeira fase (Dn+1) deformou uma foliação/bandamento pré-existente (Sn) nucleando dobras recumbentes de superfícies axiais (S n+1) e eixos subhorizontais, esses últimos caracterizados por lineações de estiramento mineral dip-slip; b) a segunda fase (Dn+2) dobrou as superfícies anteriores e, como é interpretada a partir da evolução progressiva do evento (D n+1), gerou zonas em high strain, dobras isoclinais a apertadas de direção N30º a N90º, com superfícies axiais sub-verticais (Sn+2) e eixos/lineação de baixo caimento. Essas últimas lineações são de estiramento strike-slip, porém localmente, pode estar inclinadas devido a algum evento de torção. A esta mesma fase se associa uma transpressão de cinemática ora sinistral ora dextral que, ao dobrar isoclinalmente a superfície anterior (Sn+1) desenvolveu faixas com cinemática alternadas; c) a terceira fase (Dn+2’) de caráter menos penetrativo, é marcada por zonas de cisalhamento transcorrente, sub-verticais e sub-paralelas às superfícies axiais de (Sn+2), com lineação de estiramento mineral strike-slip que, localmente, pode evoluir até transposição das estruturas anteriores. As principais dificuldades na interpretação local das deformações dúcteis correspondem (i) a alternância de deformações contínuas, homogêneas e heterogêneas que pode mudar a importância de uma fase em relação à outra e (ii) a alternância de faixas high strain – low strain de uma fase comparada a outra, o que resulta ora na completa transposição ora na preservação de estruturas mais antigas. 38 Figura 2.7 – Esquema tridimensional das estruturas impressas pelas fases tectônicas que afetaram o Alto de Salvador, com indicação da orientação das superfícies e lineações minerais, em rede estereográfica igual área, Schmidt-Lambert, no hemisfério inferior. As setas nos grandes círculos indicam a movimentação do bloco ausente (missing block) de cada fase, ou sub-fase, tectônica. (Fonte: Adaptado de Corrêa-Gomes et al. 2005). Quanto às deformações rúpteis, inúmeras falhas e fraturas cortam os granulitos de Salvador (Corrêa-Gomes et al., 2005, Barbosa et al., 2005). Cinco conjuntos principais de fraturas podem ser reconhecidos e que, em ordem decrescente compreendem os de direção (i) N60º - N90º, onde penetraram os diques máficos metamórficos e metamonzo-sienogranitico, e subparalelo a Falha da Barra; (ii) N40º - N70º, onde por muitas vezes se alojaram monzosienogranitos; (iii) N120º - N160º, que alojaram diques máficos não metamórficos; (iv) N30º e N40º, cujos representantes mais importantes são as falhas de Salvador e Iguatemi, respectivamente (Barbosa et al., 2005) e, (v) de direções N130º N140º, paralelo às falhas transferentes da Bacia do Recôncavo. Ao estudar as paragêneses minerais e o metamorfismo dos granulitos do Farol da Barra, Fujimori (1988) interpreta que essas rochas foram submetidas a três condições de pressão e temperatura, a primeira em torno de 7,5 – 9 kbar e 840 – 900ºC; a segunda entre 3 kbar e 750ºC e a terceira entre 6 – 7 kbar e 525 – 550ºC. Fujimori (1988) admite que as duas primeiras correspondem a 39 metamorfismo de pressão intermediária (Green & Ringwood, 1967) seguida de retrometamorfismo. A terceira foi relacionada a metamorfismo superimposto. Dados radiométricos da área estudada são escassos e a maioria se restringe aos diques máficos indeformados. D’ Agrella Filho et al., (1989) (Ar40/Ar39), Renne et al., (1990) (Ar40/Ar39) e Heaman (1991) (Pb207/Pb206), obtiveram idade dos diques entre 0,92 Ga e 1,1 Ga. Já as rochas da fácies granulito foram datadas por Silva et al., (1997) pelo método SHRIMP em zircões de granulitos tonalíticos e obtiveram idade de 2561±7 Ma considerada como cristalização magmática e 2089±11 Ma, interpretada como do metamorfismo. 40 CAPÍTULO 3 – GEOLOGIA LOCAL 3.1 GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA Na área mapeada foi possível identificar sete unidades litológicas, quais sejam: tonalito granulítico com enclaves máficos, granada monzogranito milonitizado, granulitos alumino-magnesiano, além de diques de sienogranito e máficos (dolerito), bem como conglomerado e areia inconsolidada (Apêndice 1). 3.1.1 TONALITO GRANULÍTICO COM ENCLAVES MÁFICOS Essas rochas ocorrem contribuindo com 85% da área cartografada (Apêndice 1), distribuídas em todos os setores do mapa. As rochas estão moderadamente a fracamente alteradas, além de encontrar-se coberta por organismos marinhos bentônicos, o que dificultou bastante a sua identificação em campo. A cor da rocha sã é cinza esverdeado, quando alterada fica cinza esbranquiçado (fotos 3.1 e 3.2). A granulometria é fina e ocorre anisotrópica. Nesta unidade é possível identificar dobras intrafoliais, foliação milonítica, lineação de estiramento mineral, boudins e duplex. Além disso, dobras, zonas de cisalhamento, falhas e fraturas compõem o arcabouço estrutural. Fotografia 3.1 – Aspecto macroscópico do Fotografia 3.2 – Aspecto macroscópico do tonalito tonalito granulítico. Fotografia em planta, norte granulítico. Fotografia em planta, norte indicado pela indicado pela ponta da caneta. ponta da bússola. O estudo petrográfico dos tonalitos granulíticos demonstrou a presença de microestrutura ígnea reliquiar do protólito ígneo, denominada de mimerquita 41 (Fotomicrografia 3.1 e 3.2). Por sua vez, microestruturas deformacionais, que são sintectônicas à principal fase de deformação, foram identificadas, quais sejam: Mp Mp Qtz Qtz Mmq Qtz Mq Pl Pl Mp 0,15mm 0,15mm Fotomicrografia 3.1 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), Fotomicrografia 3.2 - Plagioclásio (Pl), quartzo mimerquita (Mq) e mesopertita (Mp) nos tonalitos (Qtz), mimerquita (Mmq) e mesopertita (Mp) nos granulíticos. Nicóis cruzados. tonalitos granulíticos. Nicóis cruzados. (i) granoblástica poligonal, marcada por contatos retilíneos em forma de mosaico entre os grãos de andesina e de hiperstênio (Fotomicrografia 3.3 e 3.4). (ii) reação, revelada pela presença de diopsídio no centro do cristal e hiperstênio (?) na borda, bem como a presença de contatos lobados entre a hiperstênio (?) e o mineral opaco. (iii) pseudopoiquilítica, com o quartzo incluso em andesina; (iv) nematoblástica revelada pela orientação preferencial da hiperstênio e do diopsídio; (v) lepidoblástica representada pela orientação preferencial da biotita. (vi) núcleo-manto, porfiroclastica e milonítica revelada pela presença de grãos poligonais de andesina entorno de porfiroclastos. 42 Mo Mo Pl. Pl Di Hy Di Hy Qtz Qtz Hy Hy 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3. 3 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), Fotomicrografia 3.4 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos nos tonalitos granulíticos. Luz plana. tonalitos granulíticos. Nicóis cruzados. Com relação aos aspectos modais, o estudo petrográfico demonstrou a presença de 35% a 50% de andesina, 7% a 23% de hiperstênio, 0% a 12% de diopsídio, 15% a 25% de quartzo, 5% a 15% de biotita e 2% a 5% de minerais opacos, 0% a 3% de apatita e zircão ocorre como traço (tabela 3.1), podendo ser classificada como tonalito granulítico (Figura 3.1). An-1 Pl – 35% + 5% + 0% = 40% Mi – 2% = 2% Qtz – 17% = 17% 43 MINERAIS AMOSTRA AN-1 AN-3 Plagiclásio Quartzo Hiperstênio Diopsídio Biotita Minerais Opacos Antipertita Mesopertita Microclina Apatita Zircão TOTAL 35 17 18 10 40 15 7 30 1 2 0 5 <1 traço traço 100 TIPO LITOLÓGICO 5 5 5 0 2 3 traço 100 PORCENTAGEM AN-4 AN-5 40 20 15 10 5 3 3 2 0 2 traço 100 45 25 8 0 15 3 0 2 0 2 0 100 AN-6 50 25 7 0 5 3 10 0 0 0 traço 100 Tonalito Tonalito Tonalito Tonalito Tonalito Granulítico Granulítico Granulítico Granulítico Granulítico Tabela 3.1 – Composição mineralógica para amostras descritas do tonalito granulítico. Diagrama QAP Q 1 - álcali-feldspato sienito quartzolito 2 - monzodiorito monzogabro granitóide rico em quartzo -fe ld . g al c granodiorito to monzogranito ali sienogranito to n ran i to 3 - diorito, gabro q-alc-feld sienito A 1 quartzosienito sienito quartzomonzonito monzonito q-monzodiorito q-monzogabro 2 q-diorito q-gabro q-anortosito 3 P Figura 3.1 – Classificação modal para as amostras do tonalito granuliítico plotadas no diagrama de rochas plutônicas de Streinkeisen (1976). 44 O plagioclásio foi identificado como andesina (An 45-48%) e corresponde a cerca de 35% do volume modal, é incolor em luz plana e o relevo é baixo. Apresenta-se granular, subidioblástica, como granulometria variando entre 0,28mm a 0,90mm. A alguns grãos revelaram a presença de antipertita. Os contatos são lobados com mimerquita, mineral opaco e quartzo, reto com quartzo, biotita, Opx (hiperstênio), Cpx (diopsídio) e apatita e suturado com a biotita (Fotomicrografia 3.3 e 3.4). Esse mineral marca a foliação, sendo revelada pela orientação dos grãos estirados. As lamelas de geminação encontram-se deformadas, gerando kinkbands e extinção ondulante (Fotomicrografia 3.5). Em alguns domínios pode ser observado o desenvolvimento de fraturas (Fotomicrografia 3.6). Esse mineral encontra-se associado com quartzo, Opx, Cpx, biotita, minerais opacos e apatita. Sua extinção é moderada a fortemente ondulante. Possivelmente são minerais ígneos que foram re-equilibrados no fácies granulito, com recristalização sin-tectônica à formação da foliação da rocha. Pl. Mo Fps Qtz Qtz Pl. 0,15mm Bt 0,15mm Fotomicrografia 3.5 – Plagioclásio (Pl), biotita (Bt) Fotomicrografia 3.6 – Arcabouço granoblástico de e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. plagioclásio (Pl) e Nesta foto notar kinkbands no plagioclásio.Foto granulíticos. Bt- Biotita. Foto em nicóis cruzados. quartzo (Qtz) nos tonalitos em nicóis cruzados. Quartzo perfaz cerca de 15 a 25% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, podendo também ocorrer alongado segundo a foliação e vermiforme, neste caso quanto associada com a mimerquita. Quanto à cristalinidade apresenta-se xenoblástico. O tamanho do mineral varia com a forma 45 de ocorrência, sendo os cristais vermiformes, com tamanho 0,02mm a 0,15mm, os cristais granulares com tamanho 0,2mm a 0,72mm e os alongados segundo a foliação com eixo maior variando de 1,0mm a 2,00mm. Os exemplares alongados também marcam a foliação da rocha. Os contatos com a mimerquita (Fotomicrografias 3.1 e 3.2), mineral opaco, andesina são lobados quando granulares, retilíneos nos demais casos, quando o cristal está estirado. Possui extinção moderada a fortemente ondulante. Possivelmente são minerais ígneos e restos de reações metamórficas que foram re-equilibrados no fácies granulito, com recristalização sin a tardi tectônica à formação da foliação da rocha. O hiperstênio compreende cerca de 18% a 20% do volume amostrado, em geral, em aglomerados com o Cpx. Ocorre incolor em luz plana e com relevo alto. Apresenta-se tabular a granular, subidioblástico a xenoblástico, com tamanho variando entre 0,15mm a 0,65mm. Seus contatos são retos com diopsídio, andesina e biotita, lobado com mineral opaco e quartzo e irregular com a biotita. Os grãos encontram-se bastante fraturados (Fotomicrografias 3.3 e 3.4). Aglomerados desse mineral apresentam-se orientados preferencialmente segundo a foliação da rocha (Fotomicrografias 3.7 e 3.8). Possivelmente, representa um mineral gerado pelo metamorfismo e a sua formação é sintectônica à principal fase de deformação e que foi responsável pela formação da foliação. Pl. Pl. Hy Hy Qtz Qtz 0,75mm 0,75mm Fotomicrografia 3.7 - Aglomerado de hiperstenio (Hy) Fotomicrografia 3.8 - Aglomerado de hiperstenio (Hy) e matriz rica em plagioclásio (Pl) dos granulitos e matriz rica em plagioclásio (Pl) dos granulitos tonalíticos. Luz plana. tonalíticos. Nicois cruzados. 46 O diopsídio corresponde a cerca de 10% a 12% do volume da rocha, isolado ou em aglomerados orientados segundo a foliação da rocha. Ocorre incolor, com seu relevo alto. É granular, subidioblástico a xenoblástico. A granulometria varia de 0,15mm a 0,60mm. Seus contatos são retos com o Opx, plagioclásio e biotita, lobado com o quartzo e mineral opaco. Os cristais encontram-se intensamente fraturados. Também nesse caso, possivelmente, representa um mineral gerado pelo metamorfismo e a sua formação é sintectônica à principal fase de deformação. A biotita ocorre na lâmina numa proporção de 5% a 7%, geralmente associada com os piroxênios e/ou mineral opaco (Fotomicrografias 3.9 e 3.10). Apresenta forte pleocroísmo variando entre castanho e castanho avermelhado e seu relevo é alto. Apresenta-se placóide, com grãos subidioblásticos (Fotomicrografias 3.11 e 3.12). A granulometria varia entre 0,30mm a 1,20mm. A biotita possui contatos retos com minerais opacos, andesina, Opx, Cpx e biotita; irregular com quartzo, andesina (Fotomicrografias 3.13 e 3.14) e lobado com quartzo, andesina e opaco. Observa-se extinção olho de pássaro. Possivelmente, é um mineral tardi-tectônico à formação da foliação. Pl Pl. Mo Mo Bt Bt 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3.9 - Plagioclásio (Pl), biotita (Bt) e Fotomicrografia 3.10 - Plagioclásio (Pl), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. em nicóis cruzados. 47 Mo Qtz Mo Ap Qtz Bt Ap Pl Pl. Mp Mp 0,15mm Bt 0,15mm Fotomicrografia 3.11 - Plagioclásio (Pl), quartzo Fotomicrografia 3.12 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), (Qtz), mesopertita (Mp), apatita (Ap), biotita (Bt) e mesopertita (Mp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. em luz plana. Bt Bt. Di. Di Mi Mi. 0,15mm 0,15mm Fotomicrografia 3.13 - Associação de diopsidio (Di) e Fotomicrografia 3.14 - Associação de diopsidio (Di) e microclina (Mi) com biotita (Bt). Notar o contato microclina (Mi) com biotita (Bt). Notar o contato interlobado entre a microclina e a biotita. Luz plana. interlobado entre a microclina e a biotita. Nicóis cruzados. A apatita distribui-se na lâmina entre 1% e 3%. Apresenta-se incolor com relevo moderado. Ocorre prismática e seus grãos são idiomórficos. O tamanho dos cristais varia entre 0,05mm e 0,30mm. Seus contatos são retos e ocorre na matriz da rocha (Fotomicrografias 3.11 e 3.12). 48 O zircão ocorre na cor cinza em luz plana, com relevo muito alto. Ocorre na forma prismática, idioblástico (idiomórfico?). A granulometria varia de 0,07mm a 0,2mm. Faz contato reto com mineral opaco e interlobado com a andesina. Possui zoneamento composicional. Os minerais opacos ocorrem na lâmina numa proporção de 3% a 5%, em geral associados com os minerais máficos. Ocorrem granulares, subidioblásticos (Fotomicrografias 3.11 e 3.12). A granulometria varia de 0,02mm a 0,67mm. Seus contatos são retos com a biotita e apatita, irregular e lobado com o Opx, Cpx e plagioclásio. Possivelmente, o seu crescimento é tardi-tectônico à formação da foliação. Como paragênese ígnea reliquiar tem-se a apatita e zircão, além da andesina e quartzo. A paragênese progressiva metamórfica é composta por quartzo, mesopertita, andesina, hiperstênio, diopsídio, sugerindo condições de fácies granulito. 3.1.2 GRANADA MONZOGRANITO MILONITIZADO Essas rochas ocorrem como boudins intercalados com o tonalito granulítico na porção norte e centro da área mapeada (Apêndice 1), correspondendo a 5 % da área cartografada. Ocorrem moderada a pouco alterada. Sua cor é rósea, possui granulometria fina, sendo anisotrópicos. As principais estruturas deformacionais observadas nessa unidade foram foliação milonítica, lineação de estiramento mineral, zonas de cisalhamento, falhas e fraturas (Fotografia 3.3 e 3.4). Ao microscópio foram encontradas microestruturas sintectônicas à principal fase deformacional e que culminaram com a formação de uma foliação deformacional (vide capitulo 4), quais sejam: (i) ribbon – marcada pela presença de fitas de quartzo e de mesopertita, possivelmente gerado pelo estiramento desses minerais (Fotomicrografia 3.5); (ii) granoblástica poligonal – revelada pela presença de agregados poligonais de quartzo e feldspatos; 49 (iii) milonítica, núcleo manto e porfiroclástica, reveladas pela presença de grãos poligonais de mesopertita envolvendo porfiroclasto; (iv) reação, marcada pelo contato interlobado entre a biotita e o mineral opaco e entre esses minerais e a granada. Nessas rochas foram encontrados grãos de granada que possivelmente representam xenocristais de porfiroblastos do protólito metassedimentar. No afloramento enclaves máficos foram observados. Em geral essas rochas encontram-se boudinadas formando um bandamento composicional. Não foram confeccionadas lâminas dessa unidade, que ocorre com cor cinza escuro e com granulometria fina. Níveis descontínuos de pegmatitos também foram encontrados concordantes com a foliação. Fotografia 3.3 – Vista panorâmica do granada monzogranito milonitizado. Ao centro, em contato com tonalito granulítico, a oeste, e com o dique de diabásio a leste. Fotografia em planta, ponta do martelo apontado para o norte. Fotografia 3.4 – Detalhe do granada monzogranito milonitizado. A leste faz contato com dique de diabásio. Foto em planta, o cabo do martelo aponta para o norte. O estudo petrográfico revelou a presença de 30% a 35% de quartzo, 45% a 47% de mesopertita, 3% a 5% de albita, 5% a 6% de granada, 7 % de microclina, 2 a 5% de biotita, 3% de mineral opaco, 3% de apatita e zircão ocorre como traço (Tabela 3.2). A composição modal encontrada permite classificá-la como granada monzogranito (Figura 3.2). Em função da presença da foliação milonítica, adiciona-se o termo milonítico à rocha. 50 PORCENTAGEM AN-2 AN-7 47 45 30 35 7 7 6 5 5 3 2 5 3 traço <1 0 traço traço 100 100 granada monzogranito milonítico MINERAIS AMOSTRA Mesopertita Quartzo Microclina Granada Albita Biotita Minerais Opacos Muscovita Zircão TOTAL TIPO LITOLÓGICO Tabela 3.2 - Composição mineralógica do granada monzogranito milonítico. Diagrama QAP Q 1 - álcali-feldspato sienito quartzolito 2 - monzodiorito monzogabro granitóide rico em quartzo -fe ld . g al c granodiorito to monzogranito ali sienogranito to n ran i to 3 - diorito, gabro q-alc-feld sienito A 1 quartzosienito sienito quartzomonzonito monzonito q-monzodiorito q-monzogabro 2 q-diorito q-gabro q-anortosito 3 P Figura 3.2 – Classificação modal para as amostras do monzogranito miloniítico plotadas no diagrama de rochas plutônicas de Streinkeisen (1976). A mesopertita representa cerca de 45% do volume amostrado. Apresentase incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre na forma tabular e granular, subidioblástica e xenoblástica (Fotomicrografias 3.15, 3.16 e 3.21). O tamanho dos cristais varia entre 0,3mm a 0,7mm nos cristais granulares e 1,0mm a 2,5mm nos tabulares. Os contatos são retos quando estirado e lobados quando em contato 51 com a granada, biotita e mineral opaco. Possuem inclusões de quartzo amebóide (mimerquitas) (Fotomicrografia 3.17), extinção ondulante e fraturas. Possivelmente são minerais ígneos recristalizados durante a deformação e o metamorfismo. O quartzo distribui-se na lâmina numa proporção de 35%. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, subidioblástico a xenoblástico, com grãos alongados segundo a foliação principal (Fotomicrografias 3.15, 3.16 e 3.22). O tamanho do grão varia de acordo com a forma de ocorrência. Nos exemplares granulares varia entre 0,03mm a 0,07mm, enquanto que nos grãos alongados desenvolvem duas famílias: (i) com tamanho variando entre 0,1mm a 0,6mm, (ii) com tamanho variando entre 1,0mm a 2,5mm. O contato quartzo-quartzo é reto quando estirado, lobado quando granular. A sua deformação é caracterizada pela presença de grãos alongados com forte extinção ondulante. Representa um mineral recristalizado no metamorfismo, sintectônico à formação da foliação. Qtz. Qtz. Qtz Mp Mp 0,75mm 0,75mm Fotomicrografia 3.15: Ribbons de quartzo (Qtz) e Fotomicrografia 3.16: Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix matrix rica mesopertita em aglomerados (Mp) milonitizado. Luz plana. no poligonais de Monzo-sienogranito rica mesopertita em (Mp) aglomerados no poligonais de Monzo-sienogranito milonitizado. Nicóis cruzados. A microclina ocorre em 7% da lâmina, Incolor em luz plana e com relevo baixo. Apresenta-se granular, xenoblástica a subidioblástica. O tamanho médio dos cristais é 0,37mm. Ocorre como porfiroclasto ou formando agregados de grãos poligonais de grãos recristalizados sintectonicamente à foliação. Seus 52 contatos são retos poligonais com o quartzo, andesina e mesopertita, lobado com quartzo residual, mimerquitas, irregular com biotita. Também nesse caso, possivelmente são minerais ígneos recristalizados durante a deformação e o metamorfismo. A almandina ocorre na lâmina aproximadamente em 7% do volume, incolor a cinza claro em luz plana e relevo alto. Ocorre na forma granular e sua cristalinidade é idioblástica a subidioblástica (fotomicrografia 3.19 e 3.20). O tamanho dos cristais varia de 0,3mm a 1,5mm. Alguns grãos ocorrem orientados segundo a foliação da rocha. A natureza dos seus contatos é do tipo lobado com a mesopertita, andesina e quartzo, reto com a biotita e mineral opaco. Exibe muitas fraturas e possivelmente trata-se de xenocristal do protólito. Qtz Qtz Mmq Pl Mp 0,15mm 0,3mm Fotomicrografia 3.17 – Apregado granoblástico de Fotomicrografia 3.18 - Plagioclásio (Pl) mergulhado em mesopertita (Msp), quartzo (Qtz) e mimerquita (Mmq) matriz de quartzo (Qtz) e luz plana. cruzados. mesopertita (Mp) nicóis A albita corresponde a cerca de 3% a 5% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo, tem birrefrigência variando entre 0,009 a 0,011. Ocorre granular, xenoblástica, formando agregados de grãos poligonais (fotomicrografia 3.18). O tamanho dos grãos varia entre 0,2mm a 0,6mm. A sua relação com a foliação é sintectônica formando agregados poligonais. A natureza dos seus contatos é reto com quartzo, mesopertita a irregular com a granada. Exibe lamelas deformadas e extinção ondulante. 53 Qtz + Pl + Mi Qtz + Pl + Mi Grt Grn Qtz + Pl + Mi Qtz + Pl + Mi 0,75mm 0,75mm Fotomicrografia 3.19: - Exemplar de granada (Grt) Fotomicrografia 3.20: - Exemplar de granada (Grt) no no por granada monzogranito milonítico e por agregados de agregados de grãos poligonais de plagioclásio (Pl), grãos poligonais de plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e quartzo (Qtz) e microclina (Mi) . Luz plana. microclina (Mi) . Nicóis cruzados. granada monzogranito milonítico e A biotita distribui-se na lâmina por cerca de 5%. Apresenta pleocroísmo variando entre castanho e vermelho em luz plana, seu relevo é alto. Ocorre placóide, subidioblástica. O tamanho dos cristais varia de 0,1mm a 0,3mm, sua relação com a foliação é tardi tectônica e orientam-se nos aglomerados lenticulares de minerais máficos. A natureza dos seus contatos é reto com o mineral opaco e com a almandina, irregular com a mesopertita. Encontra-se dobrada no contato com a granada, e possui extinção olho de pássaro. Possivelmente é um mineral tardi-tectônico à foliação da rocha. Os minerais opacos ocorrem como grãos xenoblásticos na matriz da rocha, com tamanho variando entre 0,2 e 0,6mm. O zircão ocorre em baixa quantidade na rocha, como mineral traço. Demonstra-se incolor em luz plana, relevo muito alto. Possui birrefrigência 0,060. Ocorre na forma prismática, subidiomórfica (subidioblástico ?) (Fotomicrografia 3.21). O tamanho dos cristais varia entre 0,02mm a 0,08mm. A natureza de seus contatos é reto a lobado com a albita, e mineral opaco. Encontra-se zonado. Possivelmente é um mineral ígneo recristalizado no metamorfismo. 54 Mp Zr Qtz Qtz Mp 0,15mm 0,75mm Fotomicrografia 3.21 – Exemplar de zircão (Zr) reliquiar Fotomicrografia 3.22: Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) no rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp) no granada monzogranito milonítico. Foto em nicóis granada monzogranito milonítico. Nicóis cruzados. cruzados. 3.1.3 GRANULITOS ALUMINO-MAGNESIANOS Essas rochas ocorrem como lentes boudinadas intercalada com o granulito tonalítico na porção centro da área mapeada (Apêndice 1), correspondendo a menos do que 1% da área cartografada. Elas estão moderadamente alteradas pelo intemperismo. Sua cor é cinza, possuem porfiroblástos de granada envolto em matriz fina, sendo anisotrópicos. As principais estruturas deformacionais observadas nessa unidade foram a foliação milonítica, a lineação de estiramento mineral, falhas e fraturas (Fotografia 3.5 e 3.6). 55 Fotografia 3.5 – Vista panorâmica dos granulitos alumino-magnesianos, ao leste, em contato com dique de diabásio. Fotografia em planta, ponta da bússola apontado para o norte. Fotografia 3.6 – Detalhe dos granulitos alumino-magnesianos, ao leste, em contato com dique de diabásio. Fotografia em planta, ponta da bússola apontado para o norte. Ao microscópio foram encontradas microestruturas sintectônicas à principal fase deformacional e que levaram à formação de uma foliação milonítica (vide capitulo 4), quais sejam: (i) granoblástica poligonal – marcada pela presença de agregados poligonais de quartzo e mesopertita (Fotomicrografia 3.23, 3.24, 3.25 e 3.26); (ii) porfiroblástica revelada pela presença de grãos centrimétricos de granada envolto em matriz milimétrica de mesopertita e quartzo (Fotomicrografia 3.23, 3.24, 3.25 e 3.26); (iii) reação marcada pelo contato interlobado entre a biotita e o mineral opaco e entre esses minerais e a granada; (iv) nematoblástica revelada pela orientação preferencial do clinopiroxênio (Fotomicrografia 3.27 e 3.28); (v) Poiquiloblástica assinalada pela inclusão de quartzo, silimanita e cordierita em granada (Fotomicragrafia 3.23, 3.24, 3.25 e 3.26). 56 Cd Cd Cpx Cpx Grt Mp + Qtz Grt 0,75mm Mp + Qtz 0,75mm Fotomicrografia 3.23 – Porfiroblastos de granada (Grt) Fotomicrografia 3.24 – Porfiroblastos de granada (Grt) com inclusões de cordierita (Cd), imerso em matriz de com inclusões de cordierita (Cd), imerso em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino- alumino-magnesianos. Luz plana. magnesianos. Nicóis cruzados. Cpx + Cd Cpx + Cd Grt Grt Qtz + Mp Qtz + Mp 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3.25 – Porfiroblástos de granada (Grt) Fotomicrografia 3.26 – Porfiroblástos de granada (Grt) e e matriz com aglomerados de cordierita e clinopiroxênio matriz com aglomerados de cordierita e clinopiroxênio (Cpx), além de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos (Cpx), além de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. Luz plana. granulitos alumino-magnesianos. Nicóis cruzados. O estudo petrográfico revelou a presença de 35% de mesopertita, 20% de quartzo, 15% de granada, 10% de cordierita, 7 % de clinopiroxênio, 5% de plagioclásio, 5% de silimanita, 2 % de biotita, 1% de mineral opaco. A mesopertita corresponde a cerca de 35% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. É granular, subidioblástica e o tamanho 57 granulométrico varia de 1,0mm a 3,0mm. Suas lamelas encontram-se subparalela com a foliação. Os contatos entre mesopertitas são retos a lobados. O quartzo ocupa aproximadamente 20% da lâmina. Aparece na cor cinza esverdeado em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, subidioblástico. Sua granulometria varia de 1,0mm a 3,0mm. Os contatos são retos a lobado. A almandina corresponde a cerca de 15% da lâmina, apresenta-se incolor em luz plana com relevo alto. É granular, subidioblástica, com granulometria variando entre 1,0mm a 6,0mm. Encontra-se fraturada e possui inclusões de quartzo, silimanita e cordierita. Os contatos são retos a lobado (Fotomicrografia 3.27 e 3.28). A cordierita ocupa aproximadamente 10% da lâmina. Aparece na cor cinza em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, xenoblástica. Sua granulometria varia de 0,5mm a 2,5mm. Os contatos são retos a lobado com os demais minerais da rocha. Possui geminação polisintética e ocorre associada com a silimanita em agregados (Fotomicrografia 3.27, 3.28, 3.31 e 3.32). O clinopiroxênio corresponde a cerca de 7% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana com relevo alto. Ocorre granular, subidioblástico. Apresenta fraturas e geralmente associa-se com a granada. A granulometria varia entre 1,0mm a 2,0mm. Suas lamelas encontram-se subparalela com a foliação. Os contatos são retos a lobados com os minerais da rocha (Fotomicrografia 3.27, 3.28). 58 Sil Sil Cpx Cpx Grt Grt Qtz + Mp 0,3mm 0,3mm Qtz + Mp Fotomicrografia 3.27 – Textura nematoblástica marcada Fotomicrografia 3.28 – Textura nematoblástica marcada por cristais de clinopiroxênio (Cpx) alinhados com a por cristais de clinopiroxênio (Cpx) alinhados com a foliação, idioblástica, foliação, além de silimanita (Sil) idioblástica, porfiroblasto porfiroblasto de granada (Grt), matriz de quartzo (Qtz) e de granada (Grt), matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. (Mp) nos granulitos alumino-magnesiano. Nicóis cruzados. além de silimanita (Sil) Luz plana. O plagioclásio ocupa aproximadamente 5% da lâmina. Aparece incolor em luz plana com relevo baixo. Ocorre na forma granular, xenoblástico. Quase sempre é antipertítico, apresenta textura mimerquitica no contato com cristais de quartzo. Sua granulometria média é aproximadamente 1,0mm. Os contatos são retos a lobados. A silimanita corresponde a cerca de 5% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana com relevo alto. Ocorre tabular e subidioblástica. A granulometria varia entre 0,5mm a 1,0mm. Associa-se com a biotita, cordierita e granada. Os contatos com os demais minerais da rocha são retos (Fotomicrografia 3.27 e 3.28). A biotita perfaz 2% da lâmina. Aparece na cor castanho em luz plana, com relevo alto. Ocorre granular, subidioblástica. A granulometria varia entre 0,02mm a 0,15mm. Faz contato reto e lobado com a granada, mineral opaco, quartzo e mesopertita (Fotomicrografia 3.29 e 3.30). Os minerais opacos compreendem 1% da lâmina. Ocorre na forma granular, idioblástico. Sua granulometria varia de 0,01mm a 0,4mm. Os contatos são retos com a biotita. 59 Grt Sil Bt Sil Bt Grt Qtz Qtz Mp Mp 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3.29 – Exemplar de biotita (Bt) em Fotomicrografia 3.30 – Exemplar de biotita (Bt) em contato contato com cristais de granada (Grt) e silimanita (Sil), com cristais de granada (Grt) e silimanita (Sil) imersos em imersos em matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos nos granulitos alumino-magnesianos. Luz plana. alumino-magnesianos. Nicóis cruzados. Mp Mp Sil Sil Qtz Qtz Grt Grt 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3.31 – Detalhe da Silimanita (Sil) Fotomicrografia 3.32 – Detalhe da Silimanita (Sil) inclusa inclusa em granada (Grt) porfiroblástica imersa em em granada (Grt) porfiroblástica imersa em matriz de matriz de quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino- granulitos alumino-magnesianos. Luz plana. magnesianos. Nicóis cruzados. 3.1.4 DIQUES DE SIENOGRANITO Os diques de sienogranitos ocorrem preenchendo fraturas na direção N020 (Fotografia 3.7), que truncam as rochas granulíticas. Os corpos mapeados dessa unidade são tabulares, discordantes à foliação principal da encaixante e ocorrem restritos à porção sudeste do mapa (Apêndice 1). Representam cerca de 1% da área mapeada, porém a existência de outros corpos de menor tamanho não foram 60 cartografados em virtude da escala de trabalho. Essa unidade possui cor rósea e está pouco alterada. A rocha é holocristalina, isotrópica e apresenta granulometria média a grossa, às vezes pegmatoidal. Ela ocorre como corpos subverticais, com espessura variando de 0,05m a 0,40m. Como mesoestrutura ígnea tem-se a porfirítica marcada pela presença de pórfiros de feldspato potássico com 1cm a 2cm imerso em matriz de granulação média e inequigranular. Neste trabalho não foi realizado lâminas dessa unidade, porém Souza (2008) encontrou a seguinte proporção mineral: 65% de microclina, 30% de quartzo e 5% de biotita. Fotografia 3.7 - Dique félsico ocupando fraturas no tonalito granulito. Fotografia em planta, norte indicado pela ponta da bússola. 3.1.5 DIQUES MÁFICOS Esta unidade ocorre como diques tabulares truncando as unidades anteriormente citadas. Os diques ocorrem nas bordas leste e oeste do lajedo estudado, correspondendo a 2% da área mapeada, os corpos ocorrem orientados na direção variando entre N305°-N335°, com mergulho vertical (Fotografias 3.6 e 3.7). Dois corpos foram cartografados na área de trabalho. O primeiro se localiza próximo ao muro da balaustrada que tem na frente da praia do Hospital Espanhol e possui largura de afloramento variando entre 1,00m a 1,80m, sempre 61 acompanhando o muro. O outro dique apresenta menor espessura, que varia entre 0,10m a 0,40m (Fotografias 3.8 e 3.9). Fotografia 3.8 - Dique de rocha máfica. Fotografia 3.9 - Dique de rocha máfica. Fotografia em planta,visada para W. Fotografia em planta, visada para W. O norte é indicado pela ponta da bússola. A rocha possui cor preta, é melanocrática, holocristalina e isotrópica. A granulação é fina, afanítica. Como microestruturas ígneas tem-se a integranular, revelada pela presença de grãos de piroxênio entre ripas de plagioclásio. Além disso, apresenta cristais euédricos e subédricos característicos da microestrutura hipidiomórfica, holocristalina (Fotomicrografias 3.23, 3.24, 3.25 e 3.26). Apenas uma amostra foi estudada petrograficamente, permitindo identificar os seguintes minerais: 45% de labradorita (An 54%), 35% de diopsídio, 10% de ortopiroxênio (enstatita), 7% de mineral opaco, 3% de biotita. Essa proporção permite classificá-la como gabronorito (Figura 3.3). 62 Pl o No rit o r Gab Gabronorito Rochas Ultramáficas Opx Cpx Figura 3.3 – Classificação modal para as amostras do dique básico plotadas no diagrama de rochas máficas Pl-Opx-Cpx de Streinkeisen (1967). O plagioclásio foi identificado como labradorita (An 54%), que corresponde a cerca de 45% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre tabular, ripiforme, euédrico (Fotomicrografias 3.25 e 3.26). A granulométria varia entre 0,1mm a 1,5mm. Os contatos são retos com o diopsídio e irregular com mineral opaco e biotita. Apresenta fraturas. O diopsídio ocupa aproximadamente 35% da lâmina. Aparece na cor cinza esverdeado em luz plana, com relevo elevado. Ocorre granular a prismático, variando de subédrico a euédrico. Sua granulometria varia de 0,2mm a 1,0mm (Fotomicrografias 3.33 e 3.34). Não possui orientação preferencial (Fotomicrografia 3.35 e 3.36). Os contatos são retos com o hiperstênio e com a labradorita, irregular com mineral opaco e biotita. Apresenta fraturas. O hiperstênio ocupa aproximadamente 10% da lâmina. Aparece na cor cinza esverdeado em luz plana, com relevo elevado. Ocorre granular a prismático, variando de subédrico a euédrico. Sua granulometria varia de 0,2mm a 0,6mm (Fotomicrografias 3.33 e 3.34). Não possui orientação preferencial (Fotomicrografia 3.35 e 3.36). Os contatos são retos com o diopsídio e com a labradorita, irregular com mineral opaco e biotita. Apresenta fraturas. 63 O mineral opaco compreende 7% da lâmina. Ocorre granular, subédrico e anédrico. A granulometria varia de 0,01mm a 0,4mm. Os contatos são retos com a biotita e irregular com diopsídio, hiperstênio e labradorita. A biotita perfaz 3% da lâmina. Aparece na cor castanho em luz plana, placóide, subédrica. A granulometria varia entre 0,02mm a 0,15mm. Faz contato reto com o mineral opaco, irregular com labradorita, hiperstênio e diopsídio. MINERAIS AMOSTRA PORCENTAGEM AN-8 Labradorita An54 Diopsídio Hiperstênio Minerais Opacos Biotita TOTAL 45 35 10 7 3 100 TIPO Gabronorito LITOLÓGICO Tabela 3.3 - Composição mineralógica do diabásio. Pl Mo Mo Pl Di Di 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3.33 - Cristais euédricos de diopsídio (Di) Fotomicrografia 3.34 - Cristais euédricos de e plagioclásio (Pl) e cristais subédricos de mineral opaco diopsídio (Di) e plagioclásio (Pl) e cristais (Mo). Observa-se a presença da textura subofítica e subédricos de mineral opaco (Mo). Observa-se intergranular. Luz plana. a presença da textura subofítica e intergranular. Nicóis cruzados. 64 Plag Mo Mo Plag Cpx Cpx 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 3.35 - Cristais euédricos de diopsídio Fotomicrografia 3.36 - Cristais euédricos de (Di) e plagioclásio (Pl). Observa-se a presença da diopsídio (Di) e plagioclásio (Pl). Observa-se a textura subofítica e intergranular. Luz plana. presença da textura subofítica e intergranular. Nicóis cruzados. 3.1.6 CONGLOMERADO DE PRAIA Esta unidade ocorre em cerca de 3% na forma lenticular, discordante, recobrindo partes localizadas do lajedo, em contato brusco (Fotografias 3.10 e 3.11). O arcabouço do conglomerado é suportado pelos clastos (ortoconglomerado) composto por seixos, grânulos, matacões e blocos geralmente subarredondados de rochas do embasamento, principalmente o tonalito granulítico. O cimento desta unidade é de natureza calcária, mas pode-se observar restos de conchas, além de calcarenito algal. Deve ser de idade quaternária. 3.1.7 AREIA DE PRAIA Está unidade ocorre em cerca de 5% da área mapeada com forma lenticular, em camadas inconsolidadas preenchendo as partes rebaixadas do afloramento (Fotografia 3.9). A sua representatividade varia durante o ano de acordo com os regimes de onda e maré. Correspondem a fragmentos tamanho areia, contendo como constituintes predominantes os grãos de quartzo, fragmentos de restos orgânicos como algas halimeda, restos de conchas, 65 espinhos de ouriço, etc. além de constituintes menores como grãos de quartzo, ilmenita, monazita e zircão. Fotografia 3.10 – Lentes conglomeráticas. O Fotografia 3.11 – Camada de areia recobrindo norte está indicado pela ponta da bússola. as rochas cristalinas do afloramento. Fotografia Fotografia em planta. em planta, visada para W. 3.2 METAMORFISMO Nos tonalitos granulíticos, a presença de lamelas na andesina dobradas (Fotomicrografia 3.4), além dos contatos retos entre a hiperstênio, andesina e diopsídio sugerem condições deformações extremas, com temperaturas variando de 800°C a 900°C e pressões de 2 a 4 P(Kbar)a com profundidade de 8Km a 10km (Fujimore 1976). A presença de biotita vermelha sugere equilíbrios em fácies granulito, retrometamórficas, mas na pode qual também os estar relacionada minerais opacos com possivelmente condições estariam relacionados. Abaixo, tem-se algumas possíveis reações metamórficas apresentadas por De Waard (1965) para a formação de granada em condições de fácies granulito para rochas pelíticas. {biotita + silimanita + quartzo} = {almandina + k feldspato + H 2O} {biotita + quatzo} = {hiperstênio + almandina +k feldspato + H2O} 66 CAPÍTULO 4 – ANÁLISE ESTRUTURAL 4.1 ESTRUTURAS DEFORMACIONAIS IDENTIFICADAS A feição estrutural predominante na área estudada é representada por uma foliação milonítica, que ocorre paralelizada ao bandamento gnáissico, com orientação preferencial NE-SW e mergulhos, em geral, para NW. Essa foliação encontra-se dobrada e cortada por um enxame de diques máficos e félsicos, bem como truncada por zonas de cisalhamento rúptil-dúcteis e fraturas. A seguir serão descritas as estruturas associadas com os litotipos identificados em campo e descritos no capítulo 3 dessa monografia. 4.2 TONALITO GRANULÍTICOS COM ENCLAVES MÁFICOS E ROCHAS ASSOCIADAS Nessa seção serão descritas as estruturas deformacionais associadas com os tonalitos granulíticos com enclaves máficos, granada monzogranito milonítico e granulitos alumino-magnesiano. Associada com essas rochas, em campo foi identificada uma estrutura planar, penetrativa, que foi denominada de Sn’ (Fotos 4.1 e 4.2) e classificada como do tipo foliação milonítica. Essa classificação levou em consideração a presença de porfiroclastos de feldspatos imersos em uma matriz mais fina, denotando sinais de recristalização tectônica durante a geração dessa estrutura. Dessa forma, a foliação Sn’ representa o plano XY do elipsóide de deformação finita de uma superfície de cisalhamento. Segundo Paschier & Trow (2007), essa estrutura também pode ser classificada como espaçada e contínua. A foliação Sn’ (Fotos 4.1 e 4.2) é marcada pela orientação do quartzo, piroxênio, biotita e plagioclásio. Associado à Sn’ um proeminente bandamento composicional gnáissico é observado, sendo este marcado pela alternância de: (i) tonalito granulíticos; (ii) granada monzogranitos miloníticos; (iii) granulitos aluminomagnesianos; (iv) níveis pegmatóides; (v) enclaves máficos. O espaçamento entre os níveis varia entre 0,5mm a 1,0cm sendo, portanto, classificada como uma rocha 67 mesobandada. Entretanto, um bandamento milimétrico também pode ser encontrado, mas em menor proporção. A figura 4.2 apresenta o diagrama estereográfico isopolar para a foliação Sn’. Nesse diagrama o plano máximo da foliação posiciona-se em N217/34NW. Neste gráfico nota-se que o pólo da foliação se distribui preferencialmente no 4° quadrante, com alguma distribuição no primeiro quadrante. Deste modo é possível interpretar que a foliação milonitica possui uma distribuição que reflete a presença das dobras cartografadas e apresentadas no apêndice 1. Sn’ Fotografia 4.1 – Visão geral da foliação Sn’ no tonalito granulítico. Fotografia em perfil, o norte é indicado pela bússola. Fotografia 4.2 – Detalhe da foliação Sn’ no tonalito granulítico. Fotografia em planta, o norte é indicado pela ponta da bússola. 68 Afloramento do Hospital Espanhol Sn' Máximo: N127/56 Plano Máximo: N 217/34 NW Lb calculada: 32° p/ 295 N = 474 Figura 4.1 – Diagrama estereográfico sinóptico dos pólos da foliação Sn’ nas rochas granuliticas. Hemisfério inferior, N= Numero de medidas. Associado com a foliação Sn’ estruturas como boudins e dobras intrafoliais e sem raiz podem ser observadas, assim como estruturas do tipo duplex. Os boudins na área são formados por granada monzogranito miloníticos e por enclaves máficos, que foram deformados e metamorfisados na fácies granulito, e uma foliação externa que se desenvolve no tonalito granulítico (Fotos 4.3 a 4.5). Dobras de boudinagem podem ser observadas associadas com essas estruturas (Figura 4.5). O desenvolvimento dos boudins está relacionado com o contraste de competência entre as rochas que compõem o bandamento gnáissico. As dobras intrafoliais envolvem uma foliação mais antiga, denominada de Sn-1 (Foto 4.6) e, em geral, apresentam-se sem raiz. Os duplex (Foto 4.7) correspondem, originalmente, a um sistema de falhas de empurrão (thrust), de baixo ângulo, com um plano de empurrão principal no teto e outro no assoalho, apresentando um conjunto de falhas de empurrão menores imbricadas, todas com mesma vergências e que duplicam camadas ou fatias (horses ou cavalos de falha). No 69 afloramento estudado essas estruturas não estão mais posicionados subhorizontalmente, mas a geometria sigmoidal permite identificar essa estrutura associada com a Sn’. Fotografia 4.3- Boudin simétrico envolvendo níveis pegmatíticos e sienogranito deformado. Fotografia em planta, o norte é indicado pela bússola. Fotografia 4.4- Boudin simétrico envolvendo rocha máfica. Fotografia em planta, o norte é indicado pela bússola. . Associada com a foliação Sn’ pode ser observada uma linha estrutural construída (Fotos 4.8 e 4.9), que pode ser classificada como estiramento mineral (Lxn’) segundo os critérios de Paschier & Trouw (2007). Os minerais que marcam essa estrutura são quartzo, plagioclásio e K-feldspato. O piroxênio também orienta-se paralelamente à Lxn’, constituindo uma lineação mineral (Lm’) marcada pela orientação de forma desse mineral. A figura 4.3 apresenta o diagrama máximo da Lxn’//Lmn’, que orienta-se preferencialmente segundo 07° p/ 037°, com variações em 02 p/ 218°. 70 Foto 4.5 - Dobras de boudinagem no tonalito granulíticos. Fotografia em planta. A escala aponta para o norte. Foto 4.6 - Dobras intrafolias associadas com a foliação Sn-1 no tonalito granulítico. Fotografia em seção, o norte é indicado pela bússola. Foto 4.7- Estrutura simoidal do tipo Duplex desenvolvido em rochas granulíticas. Fotografia em perfil, o norte é indicado pela ponta da marreta. O exercício de tentar recolocar o duplex em sua posição prevista para sistemas tectônicos tangenciais, somando-se a assimetria encontrada nessas estruturas e a direção geral da lineação de estiramento mineral, permite interpretar que a geração da foliação Sn’, e de suas estruturas associadas, está relacionada com um transporte de massa com sentido de NNE para SSW. 71 Foto 4.8 - Lineação de estiramento mineral (Lxn’) nos granada monzogranito miloníticos. Fotografia em planta, não possui indicação do norte. Foto 4.9 - Lineação de estiramento mineral (Lxn’) nos granadas monzogranito milonítico. Figura 4.2 – Diagrama estereográfico sinóptico da lineação de estiamento Lxn’ nas rochas granuliticas. Hemisfério inferior, N= Numero de medidas. Em mapa e a partir dos diagramas estereográficos da foliação Sn’ (Figura 4.2) e da lineação de estiramento/ mineral (Figura 4.3) pode ser verificado que essas estruturas estão dobradas pela fase Dn’’. As dobras não desenvolvem foliação plano axial e de acordo com Van Der Pluijm & Marshak (2007) são do tipo 72 suaves a cerrada, com charneira arredondada e simétrica, com parasíticas em S e Z (Fotos 4.10 a 4.12). Foto 4.10 – Vista planorâmica da dobra aberta da fase Dn” no tonalito granulítico. Fotografia em planta com visada para oeste. Foto 4.11 – Detalhe da dobra aberta da fase Dn” no tonalito granulítico. Fotografia em planta com visada para oeste. Foto 4.12 – Dobra aberta, parasítica da fase Dn” no tonalito granulítico. A linha de charneira (Lbn”) foi calculada na figura 4.2 em 32° p/295°. Em mapa é possível observar fechamento periclinal de uma estrutura antiformal (Apêndice 1). A partir da comparação entre as figuras 4.2 e 4.3 pode-se verificar que a charneira das dobras posiciona-se aproximadamente ortogonal à lineação de estiramento mineral. Como o plano axial dessas dobras é vertical e a charneira 73 possui caimento de 32°, utilizando-se o diagrama proposto por Van Der Pluijm & Marshak (2007) essa rocha foi classificada como inclinada com caimento. Truncando as estruturas anteriormente descritas, foram encontrados dique félsicos (Fotos 4.13 e 4.14) e diques máficos (Fotos 4.15 e 4.16), que apresentam orientação respectivamente de N130°-N310° com mergulho de 80º e N315/85° NE. Esses corpos truncam a estruturas dúcteis anteriormente relatadas. Os diques máficos ou félsicos são tabulares e os félsicos apresentam teminações pontiagudas e escalanodas. Foto 4.13- Vista panorâmica dos diques félsicos truncando os tonalito granulíticos. Fotografia em planta, visada para norte. Foto 4.14 Detalhe dos diques félsicos truncando os tonalito granulíticos. Fotografia em planta, visada para norte. Um conjunto de zonas de cisalhamento dúctil-rúpteis a rúpteis podem ser encontradas truncando os tonalito granulíticos e as rochas associadas (Fotos 4.17). Essas estruturas são anastomosadas com espessura máxima de 5 cm. Nelas, a trama não apresenta assimetria que permita deduzir o movimento relativo entre as paredes. Nos domínios dúctil-rúpteis dessas zonas pode ser encontrada uma foliação milonítica que leva à reorientação total da foliação Sn’. A lineação de estiramento mineral não foi observada em nenhuma das zonas identificadas. Nos domínios rúpteis podem ser encontrados cataclasitos e brechas. Os fragmentos são fortemente angulosos, com alta variação granulométrica. O diagrama da figura 4.4 mostra a distribuição espacial dessas zonas de cisalhamento e nesse 74 diagrama é possível verificar a ampla variação na orientação dessas estruturas com máximo em N 015/80 SE. Foto 4.15 Vista panorâmica dos diques máficos truncando as granada monzogranito milonítico. Fotografia em planta, o norte é indicado pela ponta da marreta. Fraturas indiscriminadas podem ser observadas na área de trabalho (Foto 4.18), tendo sido realizado um total de 4.727 medidas referentes aos planos de fraturas. Foto 4.16 - Fraturas desenvolvidas nos tonalito granulíticos. Fotografia em planta, o norte é indicado pela bússola. A partir dos dados coletados, as orientações preferenciais foram: (i) N120°N130° com 705 medidas (14,9%); (ii) N000°-N010° com 591 medidas (12,5%); (iii) 75 N110°-N120° com 445 medidas (9,4%); (iv) N010°-N020° com 383 medidas (8,1%); e (v) N090°-N100° com 374 medidas (7,9%). No diagrama da figura 4.4. pode ser verificado que os planos de fratura são de alto ângulo de mergulho. Alvo Lajedo Espanhol - SSA/BA Falhas e Fraturas Máximo: N215°/06° Plano Máximo: N305°/84°NW N = 4727 2% 4% 6% 8% 10 % 12 % Lower hemisphere - 310 73 K= 100.00 Sigma= 47.270 Figura 4.3 – Diagrama estereográfico sinóptico da distribuição das fraturas nas rochas granuliticas. Hemisfério inferior, N= Numero de medidas. N= 4727 Peak= 13.39 Afloramento do Hospital Espanhol Fraturas Máximo:06° p/ 215° Plano Máximo: N 305° / 84° NW N = 4727 Lower hemisphere - 310 73 N= 4727 Figura 4.4 – Diagrama estereográfico de rosetas da distribuição das fraturas nas rochas granuliticas. Hemisfério inferior, N= Numero de medidas. 76 Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Corrêa-Gomes et al. (2005) e Barbosa et al. (2005). De acordo com os resultados obtidos nessa pesquisa pode-se verificar que a família de fraturas entre N120°-N130° é subparalela ao sistema de falhas de transferência de Mata-Catú, na Bacia do Recôncavo. A família de fraturas entre N010°-N020° corresponde à mesma orientação dos diques félsicos, que por sua vez coincide com estruturas lineares de estiramento mineral (Lxn’). Além disso, este sistema de fraturas é subparalela com a Falha de Salvador. Por sua vez, a família de fraturas entre N090°-N100° coincide com a orientação da linha de charneira das dobras (Lbn’’). Além disso, este sistema de fraturas é subparalelo com a Falha da Barra. Relações semelhantes a essa foram encontradas por Corrêa-Gomes et al. (2005), Barbosa et al. (2005), Souza (2008) e Abrahão (2009). 4.2.1 DIQUES MÁFICOS E FÉLSICOS Como mencionado anteriormente, na área estudada foram encontrados diques máficos e félsicos que cortam os granulitos (Fotos 4.13 a 4.15), com orientação variando entre N305-335º/90. Existem relações de truncamento que sugerem que os diques mais antigos são os félsicos, pois eles são truncados pelos corpos máficos (Foto 4.19). Na área mapeada essas rochas apresentam-se como corpos tabulares com espessura aproximadamente constante, chegando a 1,80m (Apêndice 1). Os diques, máficos e félsicos, são truncados por zonas de cisalhamentos dúctil-rúpteis a rúpteis, com formação de foliação e cataclasitos, respectivamente. As zonas dúctil-rúteis são estreitas, anastomosada e a lineação de estiramento escassa. As fraturas são planares e descontínuas. Falhas também são observadas e em poucos casos foram observados indicadores de movimento e estes estão relacionados com deslocamento lateral (off-sets) de diques. Nesse sentido, uma falha com orientação N010º/90° e uma outra com orientação N110°/90 com movimentos sinistral e destral, respectivamente, foram encontradas truncando os diques. 77 Foto 4.17 – Diques máficos e félsicos intrusivos no granulito. Notar que o sique felsico é truncado pelo corpo tabular máfico. Fotografia em planta, visada para norte. 4.3. FASES DEFORMACIONAIS Foto 4.18- Fraturas em dique máfico. Fotografia em perfil, o norte é indicado pelo martelo. IDENTIFICADAS E EVOLUÇÃO DEFORMACIONAL A partir do levantamento estrutural realizado foi possível reconhecer três fases deformacionais distintas (Figura 4.5). A primeira delas, denominada de Dn-1, de natureza dúctil, foi responsável para geração de uma foliação Sn-1 que associa-se com um bandamento composicional e pode ser observada em dobras intrafoliais da fase seguinte, Dn. A fase Dn foi a principal responsável pela estruturação finita da área de estudo, sendo de natureza dúctil, dúctil-rúptil a rúptil. O registro estrutural permitiu subdividi-la em três estágios distintos. O primeiro, Dn’, foi responsável pela geração da foliação Sn’, pela paralelização dessa estrutura com a foliação Sn-1 e pela formação do bandamento gnáissico. Dobras isoclinais, sem raiz e com plano axial paralelizado com a foliação Sn’ foram nucleadas. Além da foliação Sn’, lineação de estiramento (Lxn’), lineação mineral (Lmn’), boudins e duplex foram formados nesse estágio de deformação. A vergência geral do movimento é de NE para SW. A progressão da deformação Dn levou a nucleação de dobras suaves a abertas com envoltória simétrica durante o estágio Dn”. Em condições tardi Dn’’ 78 houve a instalação dos diques félsicos. Em seguida, zonas de cisalhamento rúptildúctil foram nucleadas (estágio Dn’”) (Fase Dn+1?). Diques máficos foram colocados e, de acordo com Correa-Gomes et al. (1996) a sua colocação está relacionada com uma extensão neoproterozóica. Entretanto, esses diques apresentam orientação compatível com os campos de tensão relacionados com a fase Dn que regionalmente variaria entre NNE-SSW (Estágios Dn’ e Dn”) e NNWSSE (Estágios tardi Dn” e Dn’”). Logo, a colocação dessas rochas também pode estar relacionado com o magmatismo paleoproterozóico. Truncando esses diques um conjunto de zonas de cisalhamento rúpteis e fraturas foi desenvolvidas com orientação preferencial segundo N120°-N130°. Possivelmente, essa última fase deformacional está associada com a abertura da Bacia do Recôncavo e do Oceano Atlântico Sul. A direção principal das estruturas rúpteis é paralela com a orientação da lineação de chaneira das dobras da fase Dn", aos passo que a direção secundária é subparalela a lineação de estiramento mineral (Lxn'). Sendo assim, as estruturas lineares podem ter controlado a distribuição das estruturas rúpteis, o que foi também sugerido por Abrahão (2009). A figura 4.5 apresenta a síntese da evolução deformacional da área de trabalho, demonstrando a tensão máxima regional segundo, aproximadamente, NS, nesse setor do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, ou seja, para o Cinturão Salvador-Esplanada. 79 Figura 4.5- Modelo deformacional para a área de trabalho com a posição das estruturas em seção (a) e em mapa (b). 80 Possivelmente, a fase Dn pode ser correlacionada com a fase D1 de Barbosa & Sabaté (2002) e está relacionada com as deformações tangenciais da evolução do Orógeno Itabuna Salvador-Curaçá. Entretanto, assumindo que os duplex estão associados com uma tectônica tangencial, o campo de tensão regional interpretado à luz das estruturas identificadas estaria associado com sigma 1 (σ1) dirigido de NNE para SSW, diferentemente do que foi proposto por aqueles autores para o Orógeno Salvador-Curaçá, que seria de NW para SE. 81 CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES A partir do que foi apresentado, pode-se concluir que: a) Na área de trabalho pode-se distinguir sete unidades mapeáveis, sendo elas: (i) granulito tonalítico; (ii) granada monzogranito milonitizado; (iii) granulito alumino-magnesiano; rochas magmáticas de natureza discordante (iv) sienogranito não deformado; (v) gabronorito; além de depósitos sedimentares consolidados, (vi) conglomerados de praia e depósitos sedimentares inconsolidados, (vii) areia de praia. b) As paragêneses metamórficas encontradas nas lâminas caracterizam o metamorfismo como progressivo do fácies granulito através da ocorrência de associação mineralógica do tipo hiperstênio + diopsídio + plagioclásio nos granulitos tonalíticos; granada + mesopertita + quartzo no monzogranito milonitizado e cordierita + granada + silimanita nos granulitos aluminomagnesiano. A paragênese que caracteriza o metamorfismo retrógrado foi marcada pela biotita + mineral opaco + quartzo. Essas associações sugerem que essas rochas estiveram sujeitas a um ambiente com condições metamórficas de alto grau com temperaturas que variaram de 800°C a 900°C, pressões que variaram de 2 a 4(Kbar), e profundidade por volta dos 8 km (Fujimori, 1988). c) A partir das informações que foram apresentados pode-se concluir que as unidades referentes ao embasamento cristalino foram condicionadas a uma história evolutiva polifásica, com etapas deformacionais progressivas. Assim o levantamento estrutural reconheceu três fases deformacionais distintas que originaram superfícies deformacionais dúcteis. A primeira fase Dn-1, de natureza dúctil, foi responsável para geração de uma foliação Sn-1 que associa-se com um bandamento composicional e pode ser observada em dobras intrafoliais da fase seguinte, Dn. A segunda fase Dn ocorreu durante a compressão paleoproterozóica e foi a principal responsável pela estruturação finita da área de estudo, sendo de natureza dúctil, dúctil-rúptil a rúptil. O registro estrutural permitiu subdividi-la em três estágios distintos. O primeiro, Dn’, foi responsável pela geração da foliação Sn’//Sn-1 e pela formação do bandamento gnáissico. Dobras isoclinais, lineação de estiramento (Lxn’), lineação mineral (Lmn’), boudins e duplex foram nucleados 82 nesse estágio de deformação. A vergência geral do movimento é de NE para SW. O estágio Dn’’ é resultado da progressão da deformação Dn que levou a nucleação de dobras suaves a abertas com envoltória simétrica. Em condições tardi Dn’’ houve a instalação dos diques félsicos. O estágio Dn’’’ ocorreu em seguida, nucleando zonas de cisalhamento rúptil-dúctil. d) Possivelmente, a fase Dn pode ser correlacionada com a fase D1 de Barbosa & Sabaté (2002) e está relacionada com as deformações tangenciais da evolução do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Entretanto, assumindo que os duplex estão associados com uma tectônica tangencial, porém nesse caso o campo regional de tensão principal posiciona-se segundo NNE-SSW, com vergência para SSW. e) Diques máficos truncam todas as estruturas anteriormente nucleadas. Possivelmente esses corpos estão relacionados com e extensão neoproterozóica. f) O episódio final da evolução geológica está relacionado com um conjunto de zonas de cisalhamento rúpteis e fraturas que truncam os diques máficos. Possivelmente, estas estruturas estão relacionadas com a abertura da Bacia do Recôncavo e do Oceano Atlântico Sul. 83 6 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABRAHÃO FILHO, E.A. 2009. Mapeamento Multi-escalar de Estruturas da Área de Influência da Porção Sul da Falha de Salvador, Bahia. Trabalho de Graduação. UFBA. Salvador. 2009. p. 59. ALIBERT, C. & BARBOSA, J.S.F. 1992. Âges U-Pb déterminés à la “SHRIMP” sur des zircons du Complex de Jequié, Craton du São Francisco, Bahia, Brésil. In: Réun. Sci. Terre, Toulouse, France, 14:4. ALKIMIN, F.F. 2004; O que faz de um Cráton um Cráton? O Cráton do São Francisco e as Revelações Almeidianas ao delimitá-lo. In: MANTESSO-NETO, V., BARTORELLI, A., CARNEIRO, C.D.R., BRITO NEVES, B.B. (orgs); Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo, Beca. 2004. Cap. 1, p.16-35. ALMEIDA, F.F.M., 1977. O Cráton do São Francisco. Rev. Bras. Geoc. 7, pp. 349-364. ALMEIDA, F.F.M.; HASUI, Y., NEVES, B.B.B., FUCK, R.A. Brazilian structural provinces: an introduction. Earth Sciences Review, v. 17, p. 1-29, 1981. ALMEIDA, F.F.M., BRITO NEVES B. B., CARNEIRO C.D.R., 2000. The Origin and Evolution of the South American Platform. Ear. Sci. Rev. p. 49. ALVES DA SILVA, F.C., CHAUVET, A., FAURE, M., 1993. Early Protherozoic orogeny (Transamazonian) and syntectonic granite emplacement in the Rio Itapicuru greenstone belt, Bahia, Brazil. Comptes Rendus de l’Academie dês Sciences. Paris II, v: 316 p. 1139-1146. 84 ARAGÃO, M.A.N.F., & PERARO, A.A., 1994. Elementos estruturais do rift Tucano/Jatobá: Boletim do terceiro simpósio do Cretáceo do Brasil, UNESP – Campus de Rio Claro/SP, p161-165. ARCANJO, J.B., MARQUES-MARTINS, A.A., LOUREIRO, H.S.C., VARELA, P.H.L. 2000. Projeto vale do Paramirim, escala 1:100.000. Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, CD-ROOM. BARBOSA, J.S.F. 1990. The Granulites of the Jequié complex and Atlantic mobile belt, southern Bahia, Brazil – Na expression of Archean-Proterozoic plate convergênce. In: VIELZEUF D. & VIDAL PH. (Ed.). Granulites and crustal evolution. Dorbrecht, Kluwer, p.: 195-221. BARBOSA, J.S.F., 1996. O Embasamento Arqueano e Proterozóico Inferior do Estado da Bahia. In: BARBOSA, J.S.F. & DOMINGUEZ, J.M.L (Cords) Geologia da Bahia: Texto Explicativo para o Mapa Geológico ao Milionésimo. Salvador: Secretário da Indústria, Comércio e Mineração. Superintendência de Geologia e Recursos Minerais. Salvador. p.65-83. BARBOSA, J.S.F., 1997. Síntese do Conhecimento Sobre a Evolução Geotectônica das Rochas Metamórficas Arqueanas e Paleoproterozóicas do Embasamento so Cráton do São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências. V. 27 (3 – suplemento), p. 241-256. BARBOSA, J.S.F., CORRÊA-GOMES, L.C., MARINHO, M.M., ALVES DA SILVA, F.C. 2003. Geologia do Segmento Sul do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Ver. Brás. Geoc. 33(suplemento):33-47. 85 BARBOSA, J.S.F., CORRÊA-GOMES, L.C., DOMINGUEZ, J.M.L., CRUZ, S.A.S & SOUZA, J.S. 2005. Petrografia e Litogeoquímica das Rochas da Parte Oeste do Alto de Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências. V. 35 (4 – suplemento), p. 9-22. BARBOSA, J.S.F. & DOMINGUES, J.M.L. (Eds.) 1996. Texto Explicativo para o Mapa Geológico ao Milionésio. SICM/SGM, Salvador, (Edição Especial), 400 pp. BARBOSA, J.S.F. & MORAES, A.M.V., 1994. Rochas de Alto Grau Metamórfico das Regiões de Itagiba e Boa Nova: Uma Expressão da Deformação Arqueana no Sul da Bahia. In.: Congres. Bras. Geologia, 38, Balneário Camboriu, SC. SBG, Bol. de Resumos Expandidos, 2: 114-116. BARBOSA, J.S.F. & PEUCAT, J.J., 2003. Idades Pb/PB dos grupos de tonalitos/trondhjemitos do Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá. BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P., MARINHO, M.M., 2001. O Cráton do São Francisco um pequeno resumo do seu embasamento. In: WORKSHOP SOBRE O ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR-CURAÇÁ, 1, Salvador, SBG. p. 11. BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P., LEITE, C.M.M. 2001. Os quatro blocos arqueanos do embasamento do Cráton do São Francisco na Bahia e a colisão no paleoproterozóico. In: SBG/NNE, Simpósio Nacional de Estudos Tectônicos, 8, Anais, p. 131-133. BARBOSA, J.S.F. & SABATÉ, P. 2002. Geological feature and the paleoproterozoic of four archean crustal segments of the São Francisco Craton, Bahia, Brazil. A syntesis. An. Acad. Bras. Cienc., 2: 343-359. 86 BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P. 2003. Colagem Paleoproterozóica de Placas Arqueanas no Cráton do São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências. V. 33 (1 – suplemento), p. 7-14. BARBOSA, J.S.F. & SABATÉ, P., 2004. Archean and Paleoproterozoic crust of the São Francisco Cráton, Bahia, Brazil: geodynamic features. Prec. Res., 133:1-27. BARBOSA, J.S.F. & SOUZA, J.S. 2007.Geologia da Cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Relatório e anexos, CNPq/IG-UFBA, Salvador - BA, 69 p. BASTOS LEAL, L.R. 1998. Geocronologia U/Pb (Shrimp), 207 Pb/206Pb, Rb-Sr, Sm-Nd e K-Ar dos Terrenos Granito-Greenstone do Bloco do Gavião: Implicações para Evolução arquena e proterozóica do Cráton do São Francisco, Brasil. Tese de Doutoramento, Instituto de Geociências, Universidade Estado de São Paulo, 178p. BASTOS LEAL, L. R. B., TEIXEIRA, W., CUNHA, J. C., LEAL, A. B. M., MACAMBIRA, M. J. B., ROSA, M. L. S. 2000. Isotopic signatures of paleoproterozoic granitoids of the Gavião block and implications for the evolution of the São Francisco craton, Bahia, Brazil. Revista Brasileira de Geociências, 30: 066-069. BASTOS LEAL, L.R.; CUNHA, J.C. ; CORDANI, U.G.; TEIXEIRA, W.; NUTMAN, A. P.; MENEZES LEAL, A.B.; MACAMBIRA, M.J.B., 2003. SHRIMP U-Pb, 207Pb/206Pb zircon dating and Nd isotopic signature of the Umburanas greenstone belt, Northern São Francisco Craton, Brazil. J. of South American Earth Sciences, 15, p.775-785. 87 CORRÊA-GOMES, L.C. 1992. Diques máficos: Uma reflexão teórica sobre o tema e o seu uso na entendimento prático da geodinâmica fissural. Dissertação de Mestrado, IG/UFBA, 196 pp. CORRÊA-GOMES, L.C.; TANNER DE OLIVEIRA, M.A.F.; MOTTA, A.C.; CRUZ, M.J.M. 1996. Província de diques máficos do Estado da Bahia. Convênio SICM-UFBa-SGM-PPPG-Fapex, 144 pp. CORRÊA-GOMES, L.C., DOMINGUES, J.M.L., BARBOSA, J.S.F., SILVA, I.C. DA PINTO, M.V. 2005. Relações entre Orógenos, Zonas de Cisalhamento, Quebra Continental e Deformações 3-D. A História Tectônica da Bacia Sedimentar de Almada, Bahia. Rev. Bras. Geoc., Volume 35(4-Suplemento): 105-115. CRUZ, S.A.S. 2005. Caracterização Petrográfica, Petroquímica, e Estrutural do Embasamento Cristalino da Cidade de Salvador-Bahia/Porção Oeste. Trabalho Final de Graduação. IGEO-UFBA. Salvador-BA. CRUZ, S. C. P. & ALKMIM, F. F. 2006. The tectonic interaction between the Paramirim Aulacogen and the Araçuaí Belt, São Francisco Craton region, Eastern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 1: 151-173. CUNHA, J. C., BASTOS LEAL, L. R., FRÓES, R. J. B., TEIXEIRA, W., MACAMBIRA, M. J. B. 1996. Idade dos greenstone belts e dos terrenos TTG’s associados da região de Brumado, centro oeste do Cráton do São Francisco (Bahia-Brasil). In: SBG, Congresso Brasileiro de Geologia, 39, Anais, p. 67-70. D’ AGRELLA FILHO, M.S., PACCA, I.G., ONSTOT, T.C., RENNE, P. R., TEIXEIRA, W. 1989. O estado atual da cooperação USP/Princeton University. Resultados paleomagnéticos e geocronológicos em diques máficos das 88 regiões de Salvador, Olivença e Uauá, Cráton do São Francisco. In: Workshop Diques Máficos Precambrianos do Brasil, São Paulo, Bol. Esp., pp. 22-28. DE WAARD.D. 1965. The occurence of garnet in the granulite-faciesterrane of the Adirondack highlands. J. Petrol.,6(l):\65-\9l. DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, 2002. Mapa Rodoviário do Estado da Bahia. FIGUEIREDO, M.C.H., 1989. Geochimical evolution of eastern Bahia, Brazil: A problable Early Proterozoic subduction-related magmatic arc. J. South Am. Earth Sci. 2: 131-145. FORNARI, A. & BARBOSA, J.S.F., 1994. Litogeoquímica do Batólito Enderbítico Charnockítica da Região de Mutuípe-Bahia. Rev. Bras. Geoc. 24(1):13-21. FUJIMORI, S. 1968. Granulitos e Charnokitos de Salvador (BA). Anais Acad. Bras. Ciências., 40:181-202. FUJIMORI, S. 1988. Condições de P-T de formação dos granulitos do Farol da Barra, Salvador, Bahia, Brasil. Rev. Bras. Geoc., 18:339-344. FUJIMORI, S. & ALLARD, G.O. 1966. Ocorrência de Safirina em Salvador, Bahia. Bol. Soc. Bras. Geol., 15:67-81. GAAL, G, TEIXEIRA, J.B.G., D’EL REY SILVA, L.J.H., SILVA, M DA G.D.A., 1987. Early Proterozoic crustal evollutions and metallogenesis. Northwestern Bahia, Brazil. In: I ISGAM – Inter. Symp. Granites Assoc. Mineralizations, Salvador, (Palestra). 89 GREEN, D.H. & RINGWOOD, A.E. 1967. An experimental investigation of the gabbro to eclogite transformation and its petrological applications. Geochem. Cosmochem. Acta., 31:767-833. GUIMARÃES, J. T., TEIXEIRA, L. R., SILVA, M. G. MARTINS, A. A. M., FILHO, E. L. A., LOUREIRO, H. S. C., ARCANJO, J.B., DALTON DE SOUZA, J., NEVES, J. P., MASCARENHAS, J. F., MELO, R. C., BENTO, R. V. 2005. Datações U-Pb em rochas magmáticas intrusivas no Complexo Paramirim e no Rifte Espinhaço: Uma contribuição ao estudo da Evolução Geocronológica da Chapada Diamantina. In: SBG/BA-SE, Simpósio do Cráton do São Francisco, Salvador, Anais de Resumos Expandidos, 159-161. GUIMARÃES, B.M., Herança de Estruturas do Embasamento em Bacias Sedimentares Tectônicas Investigadas com Uso de Imagens Georreferenciadas e Dados de Campo Bacia do Recôncavo Sul e Camamu – Bahia/Brasil. Trabalho de Graduação. UFBA. Salvador. 2007. p. 69. HARTMANN, L.A. & DELGADO, I.M. 2001. Cratons and orogenic belts of the Brazilian Shield and their contained gold deposits. Mineralium Deposita. Vol. 36, p. 207-217. HEAMAN, L., 1991. U-Pb dating of giant radiating dyke swarms: potencial for global correlations of mafic events. In: Intern Symp. On Mafic Dykes, São Paulo, Brasil, Ext. Abst., p. 7-9. LEDRU, P., COCHERIE, A., BARBOSA, J.S.F., JOHAN, V., ONSTOT, T., 1994. Ages Du metamorphism granulitique dans Le Craton Du São Francisco (Brésil): implications sur la nature de l’orogene tranzamazonien. Comptes Rendus Academie de Sciences Paris. Serie II t.318, p. 251-257. 90 LEDRU, M.P.; BRAGA, P.I.S; SOUBIÈS, F.; MARTIN, L.; SUGUIO, K. & TURCQ, B. 1996. The Last 50,000 years in the neotropics (Southern Brazil): evolution of vegetation and climate. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 123:239-259. LEDRU P., MILESI J.P., JOHAN V., SABATE P. AND MALUSKI H., 1997. Foreland basins and gold-bearing conglomerates : a new model for the Jacobina Basin (São Francisco Province, Brazil). Precambrian Res. 86:155176. LEITE, C.M.M., A Evolução Geodinâmica da Orogênese Paleoproterozóica nas Regiões de Capim Grosso – Jacobina e Pintadas – Mundo Novo (Bahia, Brasil): Metamorfismo, anatexia crustal e tectônica. Tese de Doutoramento. UFBA. Salvador. 2002. p. 414. LOUREIRO H.S.C. (org.) 1991. Mundo Novo, folha SC.24-Y-D-IV: estado da Bahia. Brasília, DNPM, 177 p. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. pp. 10. MAGNAVITA L.P. 1992. Geometry and kinematics of the Recôncavo-TucanoJatobá rift, NE, Brazil. Oxford: University of Oxford, 493 pp. Tese (Doutorado). MARINHO M.M., SABATÉ P., BARBOSA J.S.F. 1994. (a) The ContendasMirante Vulcano-Sedimentary belt. In.; M.C.H. FIGUEIREDO & A.J. PEDREIRA (Eds.) Petrological and geochronologic evolution of the oldest segments of the São Francisco Cráton, Brazil. Bol. IC-USP. 17:73-96. MARINHO, M. M. 1991. Lê sequence Volcano-Sedimentaire de Contendas Mirante et la Bordure Ocidentale du Bloc de Jequié (Craton du São Francisco, Brésil): um example de transition Archeen-Proterozoic. Doctor of Philosophy Thesis, Universidade de Clemont-Ferrand, 257p 91 MARTIN, H., PEUCAT, J. J., SABATÉ, P., CUNHA, J. C. 1991. Um segment de croûte continentale d’Age archéean ancien (3.5 millards d’années): lê massif de Sete Voltas (Bahia, Brésil). C.R. Acad. Sci. Phis., 313: 531-538. MELO R.C. (org.) 1991. Pintadas, folha SC.24-Y-D-V: estado da Bahia. Brasília, CPRM, 173 p. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. pp. 10. MELO R.C., LOUREIRO H.S.C., PEREIRA L.H.M. (orgs.) 1995. Serrinha, folha SC.24-Y-D: estado da Bahia. Brasília, CPRM, 80 p. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. pp. 15. MELO E.F., XAVIER R.P., MCNAUGHTON N.J., FLETCHER I., HAGEMANN S., LACERDA C.M.M., OLIVEIRA E.P., 2000. Age constraints of felsic intrusions, metamorphism, deformation and gold mineralization in the paleoproterozoic Rio Itapicuru greenstone belt, NE Bahia State, Brazil. In: Int. Geol. Congr. 31 Abstr. Vol., Special Symposium 18.4 – Stable and Radiogenic Isotopes in Metallogenesis, CD-ROM. MENEZES LEAL, A. B., BASTOS LEAL, L. R., CUNHA, J. C., TEIXEIRA, W. 2005. Características geoquímicas dos granitóides transamazônicos no Bloco Gavião, Craton São Francisco, Bahia, Brasil. Geochim. Brasil., 19: 8-21. MILANI E.J., THOMAS FILHO A.T., NIZUZAKI A.M.P., CESERO P., 2000. Rifiting and magmatism associated with the south America and Africa break up. Rev. Bras. Geoc., 30(1):17-19 MILANI E.J. & THOMAZ FILHO A. 2000. Sedimentary basins of the South America. In: U.G Cordani, E.J. Milani, A. Thomaz Filho, D.A. Campos (eds.) 92 Tectonic Evolution of South America. Rio de Janeiro, ed. Esp. XXXI International Geological Congress, Rio de Janeiro- Brasil, p. 389-449. MOUGEOT R. 1996. Étude de la limite Archéen–Protérozoique et des mineralisations Au, U associées: Exemples des régions de Jacobina (Etat de Bahia, Brésil) et de Carajás (Etat de Pará, Brésil). Université Montepellier II, Montpellier, França. Thèse Doctorat. 301 p. NOCE, C. M.; ZUCCHETI, M.; BALTAZAR, O. F.; ARMSTRONG, R.; DANTAS, E.; RENGER, F. E.; LOBATO, L. M. 2005. Age of felsic volcanism and the role of ancient continental crust in the evolution of the neoarchean Rio das Velhas Greenstone belt (quadrilátero ferrífero, Brazil): U-Pb zircon dating of volcaniclast graywackes. Precambrian Research, Amsterdam, v. 141, p. 67-82. NUNES, N.S.V., MELO, R.C., Região Central do Cinturão Bahia Oriental: Geologia e Recursos Minerais. Série Arquivos Abertos; 26. Salvador: CBPM, 2007. p. 60. NUTMAN, A.P.; CORDANI, U.G.; 1993. SHIRIMP U-Pb zircon geochronology of Archean granitoids from the Contendas-Mirante area of the São Francisco Craton, Bahia, Brazil. Precambrian Research, v. 63, p. 179-188. OLIVEIRA, E.P., LAFON, J.M., SOUZA, Z.S., 1999. Archean-proterozoic transition in the Uauá Block, NE São Francisco Craton, Brazil:U-Pb, Pb-Pb and Nd isotope constraints. In: SBG, SNET, 7, Lençóis, Bahia, Anais, 1: 38-40. OLIVEIRA-JÚNIOR T.R. 1990. Geologia do extremo nordeste do Cráton do São Francisco, Bahia. Dissertação de Mestrado, IG/UFBA, 126 pp. PADILHA A.V.; MELO, R.C.; PEREIRA, L.H.M.; SAMPAIO, A.R.; LOUREIRO, H.S.C.; TEIXEIRA, L.R.; MOTTA, A.C. 1990. Orógeno da região centro- 93 nordeste do Estado da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36., Natal: SBG, p. 346. PADILHA, A.V.; MELO, R. C. 1991. Estruturas e tectônica. In: MELO R. C. (org.) Pintadas - Folha SC.24-Y-D-V, Estado da Bahia. Brasília: CPRM (Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil). pp. 15. PEUCAT, J.J.; MASCARENHAS, J.F.; BARBOSA J.S.; SOUZA, F.S.; MARINHO, M.M.; FANNING, C.M.; LEITE, C.M.M. 2002. 3.3 Ga SHIRIMP U_Pb zircon age of a felsic metavolcanic rock from the Mundo Novo greenstone belt in the São Francisco craton, Bahia (NE Brazil). Journal South American Earth Sciences, v. 15, p. 363-373. RENNE P.R., ONSTOTT T.C., D’AGRELLA FILHO M.S., PACCA I.G., TEIXEIRA W., 1990. Ar40/Ar39 dating of 1.0-1.1 Ga Magnetizations from the São Francisco and Kalahari Cratons: Tectonic Implications for Pan-African and Brasilian Mobile Belts. Earth and Plan. Scien. Letters, 101:349-366. RIOS D.C., 2002. Granitogênese no Núcleo Serrinha, Bahia, Brasil : Geocronologia e Litogeoquímica. Inst. de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Bahia, Tese de Doutoramento, 233 pp. RUDOWSKI, L. 1989. Pétrologie et géochimie des granites transamazoniens de Campo Formoso et Carnaíba (Bahia, Brésil) et des phlogopites à émeraude associées. Univ. Paris VI, Tese de Doutorado, 291p. pp. 8. SABATÉ, P.; MARINHO, M. M.; VIDAL, P.; VACHETTE, M. C. (1990) The 2-Ga peraluminous magmatism of the Jacobina-Contendas Mirante Belts (BahiaBrazil): geologic and isotopic constraints on the sources. Chemical Geology, v. 83, p. 325-338. 94 SABATÉ P., PEUCAT J-J., MELO R. C., PEREIRA L. H. 1994. Datação Pbevaporação de monozircão em ortognaisse do Complexo Caraíba: expressão do acrescimento crustal transamazônico do Cinturão Salvador-Curaçá (Cráton do São Francisco, Bahia, Brasil) In: SBG, Cong. Bras. Geol., 38., Camboriú, Resumos Expandidos, 1:219. SAMPAIO A.R. (org.) 1992. Gavião, folha SC.24-Y-D-II: estado da Bahia. Brasília, DNPM, 164 p. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. pp. 10. SANTOS, R.A.; SOUZA, J.D. 1985. Projeto mapas metalogenéticos e de previsão de recursos minerais: Serrinha, folha SC.24-Y-D. Brasília: DNPM/CPRM. 12 p. Escala 1:250.000. SANTOS-PINTO, M. A. 1996. Le recyclage de la croúte continentale archéenne: Exemple du bloc du Gavião – Bahia, Bresil. Doctor of Philosophy Thesis, Geociences Rennes. 193p. SATO, K. 1998. Evolução Crustal da Plataforma Sul Americana, com base na geoquímica isotópica Sm-Nd. Tese de Doutoramento, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, 297p. SILVA M.G. da., 1996. Sequências metassedimentares, vulcanossedimentares e Greenstone Belts do Arqueno e Proterozóico Inferior. In: J.S.F. BARBOSA & J.M.L. DOMINGUEZ (Eds.), Geologia da Bahia: Texto Explicativo para o Mapa Geológico ao Milionésimo, SICM/SGM Salvador. Spec Publ., 85-102. SILVA LC, MCNAUGHTON NJ, MELO RC AND FLETCHER IR. 1997. U-Pb SHRIMP ages in the Itabuna-Caraíba TTG hight-grade Complex: the first window beyond the Paleoproterozoic overprint of the eastern Jequié Craton, 95 NE Brazil. In: ISGAM – International Symposium on Granites and Associated Mineralization, Salvador, Abstracts, SBG, v.1: 282-283. SILVA, M.G.; COELHO, C.E.S.; TEIXEIRA, J.B.G.; ALVES DA SILVA, F.C.; SILVA, R.A.; SOUZA, J.A.B. 2001. The Itapicuru greenstone belt, Bahia, Brazzil: geologic evolution and review of gold mineralization. Mineralium deposita, v. 36, p. 345-357. SILVA, L.C., ARMSTRONG, R., DELGADO I.M., PIMENTEL M., ARCANJO J. B., MELO R.C., TEIXEIRA, L.R., JOST H., FILHO J.M.C. & PEREIRA L.H.M. Reavaliação da Evolução Geológica em Terrenos Pré-Cambrianos Brasileiros com Base em Novos Dados U-Pb SHRIMP, Parte I: Limite Centro-Oriental do Cráton São Francisco na Bahia(*). Revista Brasileira de Geociências. 2002. V. 32 (4 – suplemento), p. 501-512. SOUZA, J.S., Mapeamento Geológico da Área do Farol da Barra, Salvador – Bahia, Brasil. Trabalho de Graduação, IGEO-UFBA: Salvador. 2008. p. 68. SOUZA, J.S., Petrografia e Litogeoquímica dos Granulitos Ortoderivados da Cidade de Salvador – Bahia. Dissertação de Mestrado, IGEO-UFBA: Salvador. 2009. p. 63. TEIXEIRA, W. & FIGUEIREDO, M.C.H. 1991. An outline of Early Proterozoic crustal evolution in the São Francisco Craton, Brazil: a review. Prec. Res., 53(1/2):1-22. TEIXEIRA L.R. 1997. O complexo Caraíba e a Suíte São José do Jacuípe no Cinturão Salvador-Curaçá (Bahia-Brasil): Petrologia, Geoquímica e Potencial Metalogenético. Ph.D. Thesis. Federal da Bahia University, 201 pp. 96 TEIXEIRA, W., SABATÉ, P., BARBOSA, J.S.F., NOCE, C.M., CARNEIRO, M.A., 2000. Archean and Paleoproterozoic Tectonic evolution of the São Francisco Craton, Brazil. In: U.G. CORDANI, E.J. MILANI, A. THOMAS FILHO, D.A. CAMPOS. (Eds.), Tectonic Evolution of the South America. In: Int. Geol. Congr. 31, Rio de janeiro, Brazil, 101-137. VAN DER PLUIJM, B. A. MARSHAK, S. 2007. Earth Structure: An Introduction to Structural Geology and Tectonics WILSON N. 1987. Combined Sm-Nd, Pb/Pb and RbSr geochronology and isotope geochemistry in polymetamorphic precambrian terrains: examples from Brazil and Channel Island, U.K..Oxford University. U.K., Dissertação de Mestrado, s/p. 97 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude An-1 Nº do Ponto 1 Longitude 550693 Nome da Folha Geográfica 8561912 Salvador Referências do Ponto Dobra, foliação boudinada, 1ª. Escada. Tipo Litológico Nome do Corpo Metamórfico Tonalito granulítico 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Amostra de cor cinza escuro. Anisotrópica, equigranular, fanerítica fina, estrutura gnáissica. Composição mineralógica de plagioclásio, quartzo, piroxênio e biotita. A amostra apresenta uma foliação espaçada composicional bandada. 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS Andesina (An 45-48) MINERAIS % 35 % Minerais Opacos 5 3 Antipertita 5 Apatita Quartzo 17 Microclina 2 Opx (hiperstênio) Cpx (Diopsidio ?) Biotita 18 10 5 Epidoto tr Zircão Titanita tr 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Rocha anisotrópica com microestrutura equigranular, granoblástica poligonal, marcada por contatos retilíneos em forma de mosaico e junções tríplices entre os grãos de quartzo e da andesina; pseudopoquilítica, sugerida pela disposição de diopsídio no centro do cristal e opx na borda e inclusões de quartzo na andesina, na biotita e no piroxênio; reação regressiva, sugerida pelo contato lobado a amebóides entre o opx e o mineral opaco. Pode-se observar kinkbands desenvolvida no plagioclásio e na biotita. Além dessas, apresenta textura nematoblástica marcada pela orientação preferencial do opx e do diopsídio nos agregados de minerais máficos, e lepidoblástica representada pela orientação preferencial da biotita. Também foi observada a deformação da geminação do plagioclásio com feições pontiagudas e a presença de mimerquita. Foi possível observar que alguns minerais marcam a foliação da rocha, entre eles pode-se citar os aglomerados de minerais máficos como Opx (hiperstênio), Cpx (diopsídio), mineral opaco, biotita, além de minerais félsicos como o plagioclásio e quartzo que também ocorrem alongados. Andesina (An 45-48) corresponde a cerca de 35% da matriz, é incolor em luz plana e o relevo é baixo. Apresenta-se granular, subidioblástica, como granulometria variando entre 0,28mm a 0,78mm. Os contatos são lobados com a mimerquita e mineral opaco e quartzo residual, reto com quartzo, biotita, Opx (hiperstênio), Cpx (diopsidio) e apatita, suturado com a biotita. Esse mineral marca a foliação, sendo revelada pela orientação de forma dos grãos. As lamelas de geminação encontram-se deformadas, gerando kinkbands e extinção ondulante. Em alguns domínios pode ser observado o desenvolvimento de fraturas e alguns grãos revelaram a presença de antipertita. Esse mineral encontra-se associado com quartzo, Opx, Cpx, biotita, minerais opacos e apatita. Extinção é moderada a fortemente ondulante. Possivelmente são minerais ígneos que foram reequilibrados no fácies granulito, com recristalização sin-tectonica à formação da foliação da 98 rocha. Quartzo: perfaz cerca de 17% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, podendo também ocorrer alongado segundo a foliação e vermiforme, neste caso quanto associada com a mimerquita. Quanto à cristalinidade apresenta-se subidioblástico. O tamanho do mineral varia com a forma de ocorrência, sendo os cristais vermiforme, com tamanho 0,02mm a 0,15mm, os cristais granulares com tamanho 0,2mm a 0,72mm, e os alongados segundo a foliação com eixo maior variando de 1,0mm a 2,00mm. Os exemplares alongados também marcam a foliação da rocha. Os contatos com a mimerquita, opaco, andesina é lobado quando granular, retilíneo nos demais casos, quando o cristal está estirado. Possui extinção moderada a fortemente ondulante. Possivelmente são minerais ígneos e restos de reações metamórficas que foram re-equilibrados no fácies granulito, com recristalização sin a tardi tectônica à formação da foliação da rocha. Hiperstênio: compreende cerca de 18% a 20% do volume amostrado, em geral, em aglomerados com o Cpx. Ocorre incolor em luz plana e com relevo alto. Apresentam-se granular, subidioblástico a idioblástico com tamanho variando entre 0,15mm a 0,65mm. Seus contatos são retos com diopsídio, andesina e biotita, lobado com mineral opaco e quartzo e irregular com a biotita. Os grãos encontram-se bastante fraturados. Aglomerados desse mineral apresenta-se orientado preferencialmente segundo a foliação da rocha. Possivelmente, representa um mineral gerado pelo metamorfismo e a sua formação é sintectônica à principal fase de deformação da rocha e que foi responsável pela formação da foliação. Diopsídio: corresponde a cerca de 10% a 12% do volume da rocha, isolado ou em aglomerados orientados segundo a foliação da rocha. Ocorre incolor, com seu relevo alto. É granular, subidioblástico a xenoblástico. A granulometria varia de 0,15mm a 0,60mm. Seus contatos são retos com o Opx, plagioclásio e biotita, lobado com o quartzo e mineral opaco. Os cristais encontram-se intensamente fraturados. Também nesse caso, possivelmente, representa um mineral gerado pelo metamorfismo e a sua formação é sintectônica à principal fase de deformação da rocha e que foi responsável pela formação da foliação. Biotita: ocorre na lâmina numa proporção de 5% a 7%, geralmente associada com os piroxênios e/ou mineral opaco. Apresenta forte pleocroísmo variando entre castanho e vermelho, seu relevo é alto. Apresenta-se placóide, com grãos subidioblásticos. A granulometria varia entre 0,30mm a 1,20mm. A biotita possui contatos retos com minerais opacos, andesina, Opx, Cpx e biotita; irregular com quartzo, andesina e lobado com quartzo, andesina e opaco. Observa-se extinção olho de pássaro. Possivelmente, é um mineral tardi-tectônico à formação da foliação. Minerais opacos: ocorrem na lâmina numa proporção de 3% a 5%, em geral associado com os minerais máficos. Ocorre granular, subidioblásticos. A granulometria varia de 0,02mm a 0,67mm. Seus contatos são retos com a biotita e apatita, irregular e lobado com o Opx, Cpx e plagioclásio. Possivelmente, o seu crescimento é tardi-tectônico à formação da foliação. Apatita: distribui-se na lâmina entre 1% e 3%. Apresenta-se incolor e relevo moderado. Ocorre prismática e seus grãos são idiomórficos. O tamanho dos cristais varia entre 0,05mm e 0,30mm. Seus contatos são sempre do tipo reto, e bordeja os minerais opacos, quartzo e andesina. Não demonstra deformação. Epidoto: apresenta-se como um mineral traço. Possui relevo elevado. Ocorre como grãos xenoblásticos, geralmente associado aos piroxênios. O tamanho dos seus cristais não supera 0,3mm. Seus contatos são lobados. Possivelmente, este mineral é retrometamórfico. Zircão: ocorre na cor cinza em luz plana, com relevo muito alto. Possui birrefrigência anômala em torno de 0,6. Ocorre na forma prismática, idioblástico (idiomórfico?). A granulometria varia de 0,07mm a 0,2mm. Faz contato reto com mineral opaco e interlobado com a andesina. Possui 99 zoneamento metamórfico. Titanita: Aparece na lâmina como um mineral traço. Possui relevo alto, e birrefrigência anômala. Apresenta-se na forma xenoblástica. Seus contatos são lobados. A granulometria média é cerca de 0,5mm. Deve ser um mineral reliquiar da paragênese ígnea. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Metamorffismo de alto grau/ fácies granulito 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Plagioclásio, Opx (Hiperstênio?), CPx (Diopsidio?), Quartzo, Zircão, Titanita, Apatita 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Mineral Opaco, Biotita, Epidoto 8 - NOME DA ROCHA Tonalito granulítico 9 - FOTOMICROGRAFIAS Mo Pl Mo Fps Fps Pl. Qtz Bt Qtz 0,3mm Fotomicrografia 1 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), Kfeldspato (Kfs), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Nesta foto notar kinkbands no plagioclásio. Foto em nicóis cruzados. 0,15mm Fotomicrografia 2 – Detalhe anterior com plagioclásio (Pl), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Nesta foto notar kinkbands no plagioclásio. Foto em nicóis cruzados. 100 Msp Qtz Qtz Mm q Pl. Pl Bt 0,15mm 0,15mm .Fotomicrografia 3 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mimerquita (Mm) e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Fotomicrografia 4 – Arcabouço granoblástico de plagioclásio (Pl) e quartzo (Qtz) nos tonalitos granulíticos. Bt- Biotita. Foto em nicóis cruzados. Hy Hy Qtz Mo Qtz Pl Mo Pl 0,3mm .Fotomicrografia 5 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,75mm Fotomicrografia 6 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 101 Qtz Msp Pl Apt Qtz Pl. Qtz Mm q Pl Hy 0,3mm Fotomicrografia 7 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), apatita (Apt) e hiperstênio (Hy) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Mo Msp 0,3mm Fotomicrografia 8 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mimerquita (Mm) e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Mo Apt Bt Apt Pl Qtz Bt Pl Msp Msp 0,3mm Fotomicrografia 9 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 10 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 102 Mo Mo Pl. Pl Di Di Hy Hy Qtz Qtz Hy Hy 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 11 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Fotomicrografia 12 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Pl Pl Bt Bt Msp Mo Msp Qtz Mo Qtz Bt Bt 0,3mm Fotomicrografia 13 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 14 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 103 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude An-2 Nº do Ponto 4 Longitude 550684 Nome da Folha Geográfica 8561964 Salvador Referências do Ponto Lajedo amostrado tem cor laranja, fica ao lado do dique máfico, entre as escadas. Tipo Litológico Nome do Corpo Granitóide granada monzogranito milonítico 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Rocha anisotrópica, com cor castanha rosada, anisotrópica, com porfiros de feldspatos. Essa rocha possui granulação fina a média, com mesoestrutura gnaissica. 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS Mesopertita MINERAIS % 45 % Mineral opaco 3 tr <1 Quartzo 30 Zircão Microclina 7 Muscovita Albita 5 Almandina Biotita 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 6 2 A lâmina apresenta microestruturas: equigranular na matriz com ribbons de quartzo; mesopertita; granoblástica interlobada nos agregados mesopertitícos, a granoblástica poligonal; porfíroclástica com xenocristais de granada fraturados, e mesopertitas e microclina recristalizada ; de reação, marcada pelo intercrescimento da biotita, mineral opaco, mesopertita e microclina, assim como pela substituição do plagioclásio pela muscovita; kinkband associada com a microclina. O bandamento é marcado pela alternância de níveis ricos em quartzo e níveis ricos em mesopertita. Quartzo: distribui-se na lâmina numa proporção de 45%. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, subidioblástico a xenoblástico, com grãos alongados segundo a foliação principal. O tamanho do grão varia de acordo com a forma de ocorrência. Nos exemplares granulares varia entre 0,03mm a 0,07mm, enquanto que nos grãos alongados desenvolvem duas famílias: (i) com tamanho variando entre 0,1mm a 0,6mm, (ii) com tamanho variando entre 1,0mm a 2,5mm. O contato quartzo-quartzo é reto quando estirado, lobado quando granular. A sua deformação é caracterizada pela presença de grãos alongados com forte extinção ondulante. Representa um mineral recristalizado no metamorfismo, sintectônico à formação da foliação. Mesopertita: representa cerca de 30% do volume amostrado. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre na forma tabular e granular, subidioblástico e xenoblástico. O tamanho dos cristais varia entre 0,3mm a 0,7mm nos cristais granulares e 1,0mm a 2,5mm nos tabulares. Os contatos são retos quando estirado e lobados quando em contato com a granada, biotita e mineral opaco. Possuem inclusões de quartzo amebóide (mimerquitas ?), extinção ondulante e fraturas. Possivelmente são minerais ígneos recristalizados durante a deformação e o metamorfismo. 104 Microclina: ocorre em 7% da lâmina, Incolor em luz plana e com relevo baixo. Ocorre granular, xenoblástica a subidioblástica. O tamanho médio dos cristais é 0,37mm. Ocorre como porfirclasto ou formando agregados de grãos poligonais de grãos recristalizados sintectonicamente à foliação. Seus contatos são retos poligonais com o quartzo, andesina e mesopertita, lobado com quartzo residual, mimerquitas, irregular com biotita. Também nesse caso, possivelmente são minerais ígneos recristalizados durante a deformação e o metamorfismo. Albita: corresponde a cerca de 3% a 5% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo, tem birrefrigência variando entre 0,009 a 0,011. Ocorre na forma granular, xenoblástica, formando agregados de grãos poligonais. O tamanho dos cristais varia entre 0,2mm a 0,6mm, a sua relação com a foliação é sintectônica marcada por contatos poligonais, orienta-se pela variação granulométrica. A natureza dos seus contatos é reto com quartzo, mesopertita a irregular com a granada. Exibe lamelas deformadas e extinção ondulante. Almandina: ocorre na lâmina aproximadamente em 7%. Demonstra-se incolor a cinza claro em luz plana e relevo alto. Ocorre na forma granular e sua cristalinidade é idioblástica a subidioblástica. O tamanho dos cristais varia de 0,3mm a 1,5mm. Alguns grãos ocorrem orientados segundo a foliação da rocha. A natureza dos seus contatos é do tipo lobado com a mesopertita, andesina e quartzo, reto com a biotita e mineral opaco. Exibe muitas fraturas e possivelmente trata-se de xenocristal do protólito. Biotita: distribui-se na lâmina por cerca de 5%. Apresenta pleocroísmo variando entre castanho e vermelho em luz plana, seu relevo é alto. Ocorre placóide, subidioblástica. O tamanho dos cristais varia de 0,1mm a 0,3mm, sua relação com a foliação é tardi tectônica e orientam-se nos aglomerados lenticulares de minerais máficos. A natureza dos seus contatos é reto com mineral opaco e almandina, irregular com a mesopertita. Encontra-se dobrada no contato com a granada, e possui extinção olho de pássaro. Possivelmente é um mineral tardi-tectônico. Mineral opaco: ocorre como grãos xenoblásticos na matriz da rocha, com tamanho variando entre 0,2 e 0,6mm. Zircão: ocorre em baixa quantidade na rocha, como mineral traço. Demonstra-se incolor em luz plana, relevo muito alto. Ocorre na forma prismática, subidiomórfico (Subidioblástico?). O tamanho dos cristais varia entre 0,02mm a 0,08mm. A natureza de seus contatos é reto a lobado com a albita, e mineral opaco. Encontra-se zonado. Possivelmente é um mineral ígneo recristalizado no metamorfismo. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Metamorfismo de alto grau/ fácies granulito 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Quartzo, mesopertita, microclina, albita, granada 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA mineral opaco, biotita 8 - NOME DA ROCHA Granada Monzogranito Milonítico 105 9 - FOTOMICROGRAFIAS Bt Bt Mo Mo Grd Grd Qtz Qtz 0,15mm .Fotomicrografia 15 - Granada (Grd), biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em luz plana. 0,15mm Fotomicrografia 16 - Granada (Grd), biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Msp Zr Msp Qtz 0,15mm Fotomicrografia 17 - Quartzo (Qtz), zircão (Zr) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 0,75mm Fotomicrografia 18 - Quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 106 Qtz Qtz Mm q Pl Msp 0,3mm .Fotomicrografia 19 – Apregado granoblástico de mesopertita (Msp), quartzo (Qtz) e mimerquita (Mmq) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em luz plana. 0,3mm .Fotomicrografia 20 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Msp Qtz Qtz Msp 0,75mm Fotomicrografia 21 – Ribbons de quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranito miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 107 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude An-3 Longitude 550684 Nº do Ponto Nome da Folha Geográfica 8561926 Salvador Referências do Ponto 3 Em frente da 1ª. Escada, boudin. Tipo Litológico Nome do Corpo Tonalito Granulito tonalítico 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Amostra isotrópica, de cor cinza escuro, equigranular, fanerítica fina, textura granular. Composição mineralógica de plagioclásio, quartzo, piroxênio e biotita. A amostra não apresenta uma foliação definida. Tzo, 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS MINERAIS % % Quartzo 15 Ortopiroxênio (hiperstênio?) 7 Diopsídio 30 Apatita TR Mineral Opaco 2 Zircão TR Biotita 1 Microclina <1 Plagioclásio Mesopertita 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 40 5 Ocorrem textura equigranular, granoblástica poligonal, associado com o plagioclásio, mesopertita e quartzo. marcada por contatos reilíneos em forma de mosaico em mesopertira, microclina e quartzo. Além disso, textura de reações progressivas, com diopsídio no centro do cristal e opx na borda. Textura de reação regresiva com contatos lobados entre o Opx e o mineral opaco e entre a biotita, o Opx e Cpx. Textura pseudopoiquilítica, com presença de biotita no Opx e Cpx. Podese observar kinkbands em plagioclásio e na biotita. Além dessas, apresenta textura nematoblástica, marcada pela orientção do hiperstênio e do diopsídio nos agregados de minerais máficos, e lepidoblástica, representada pela orientação da biotita. E como microestrutura foi observada a deformação de geminação e mimerquita. Foi possível observar que alguns minerais marcam a foliação da rocha, entre eles pode-se citar os aglomerados de minerais máficos como hiperstênio, diopsídio, mineral opaco, biotita, além de minerais félsicos como o plagioclásio e quartzo que pode estar alongados. Hiperstênio: incolor a cinza pálido, levemente rosado, granular, subidioblástico; com orientação preferencial e associado com o Cpx. Ocorre isolado ou em agregados alongados. A granulometria varia entre 0,15mm a 0,7mm. Relação com a foliação: sintectônica; contatos retos, irregular, lobado. Ocorre como grãos poligonais sugerindo processo de recristalização sintectonica à foliação deformacional. Diopsídio: distribui-se na lâmina numa proporção de 25%. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo alto. Ocorre na forma granular, formando agregados poligonais, é subidioblástico a xenoblástico. Sua granulometria varia entre 0,12mm a 0,54mm. Ocorre orientado preferencialmente em aglomerados lenticulares e frequentemente associado com o Opx. Os contatos são do tipo reto com a andesina, Opx, lobado com mineral opaco, quartzo e biotita. Encontra-se intensamente fraturado. 108 Plagioclásio: ocorre numa proporção de 40%. Demonstra-se incolor em luz plana e relevo baixo. Apresenta-se na forma granular, xenoblástico, em agregados pologonais ou formando mimerquitas. Sua granulometria varia de 0,3mm a 0,9mm. Faz contato reto com o Opx, diopsídio, mesopertita e quartzo, interlobado com mineral opaco, irregular com a biotita. Encontra-se em agregados poligonais, possui extinção ondulante, é fraturado e associa-se com a biotita, quartzo e apatita. Representa um mineral ígneo recristalizado durante a deformação e metamorfimo. Quartzo: perfaz cerca de 20% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, formando agregados poligonais, alongado e vermiforme, associado com mimerquitas. É xenoblástico e sua granulometria varia de acordo com a forma de ocorrência: vermiformes 0,02mm a 0,05mm, granular 0,3mm a 0,6mm e alongado 0,9mm a 1,3mm. Faz contato reto com a apatita, biotita, mineral opaco, interlobado com andesina, diopsídio, Opx. É possível observar extinção ondulante. Esse mineral recristaliza-se durante a geração da foliação. Mesopertita: distribui-se em cerca de 3% na lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre na forma granular e xenoblática. Sua granulometria média é 0,45mm. Faz contato reto com Opx, diopsídio, andesina, curvo com mineral opaco, irregular com biotita. Apresenta lamelas deformadas e extinção ondulante. Representa um mineral ígneo recristalizado durante a deformação e metamorfimo. Biotita: ocorre na lâmina em cerca de 3%. Apresenta-se com pleocroísmo entre castanho e vermelho, em luz plana, e relevo alto. Ocorre placóide, subidioblástica e associa-se ao Opx e Cpx. Sua granulometria varia entre 0,07mm a 0,45mm. Faz contato reto com mineral opaco, interlobado a irregular com demais minerais. Apresenta estruturas em kink e possivelmente seu crescimento é sintectonico à foliação. Mineral opaco: ocupa cerca de 5% da lâmina. Ocorre na forma granular e é subidioblástico. A granulometria varia de 0,03mm a 0,7mm. Ocorre associado com os minerais máficos, nos agregados lenticulares. Faz contato reto com a biotita, lobado com os demais minerais. Não apresenta deformações. Apatita: ocorre na lâmina numa proporção de 3% a 5%. Apresenta-se incolor em luz plana, e relevo moderado. é prismática, em grãos idiomórfico. Seu tamanho varia de 0,05mm a 0,32mm. Seus contatos são retos com mineral opaco e quartzo, lobado com diopsídio, reto com plagioclásio. Não possuem deformação. Possivelmente é um mineral ígneo. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Metamorfismo de alto grau. Fácies granulito. 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Andesina, enstatia, diopsídio, mesopertita, apatita e zircão. 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Quartzo, mineral opaco, biotita. 8 - NOME DA ROCHA Tonalito granulítico 109 9 - FOTOMICROGRAFIAS Qtz Mo Mo Di Di Qtz Apt Apt Bt Pl Bt Pl Di Mo 0,3mm Fotomicrografia 22 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), apatita (Apt), diopsídio (Di), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Di Mo 0,3mm Fotomicrografia 23 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), apatita (Apt), diopsídio (Di), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Bt Bt Mo Mo Qtz Qtz Pl Qtz Pl Di Di 0,3mm .Fotomicrografia 24 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), diopsídio (Di), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 25 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), diopsídio (Di), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Di Di Qtz Qtz Mm q Msp Mm q Bt Bt Msp Pl Pl 0,3mm Fotomicrografia 26 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp), diopsídio (Di), mimerquita (Mmq) e biotita (Bt) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 27 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp), diopsídio (Di), mimerquita (Mmq) e biotita (Bt) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 110 Mo Mo Hy Hy Qtz Qtz Pl Pl Di Di 0,3mm .Fotomicrografia 28 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 29 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Di Di Bt Bt Hy Pl Di Pl Hy Mo Mo Pl Pl 0,3mm .Fotomicrografia 30 - Plagioclásio (Pl), biotita (Bt), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Di 0,3mm Fotomicrografia 31 - Plagioclásio (Pl), biotita (Bt), hiperstênio (Hy), epídoto (Epd) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Pl Qtz Pl Mo Di Mo Di Di 0,3mm .Fotomicrografia 32 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Di 0,3mm Fotomicrografia 33 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 111 Hy Hy Mo Mo Di Apt Pl Pl Qtz Di Apt Qtz 0,3cm .Fotomicrografia 34 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 35 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 112 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude An-4 Nº do Ponto P-6 Longitude 550625 Nome da Folha Geográfica 8561984 Salvador Referências do Ponto Próximo da segunda escada. Tipo Litológico Nome do Corpo 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Amostra de cor cinza escuro. Anisotrópica, equigranular, fanerítica fina, mesoestrutura gnáissica. Composição mineralógica: plagioclásio, quartzo, piroxênio e biotita. A amostra apresenta uma foliação espaçada composicional bandada 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS MINERAIS % Andesina 40 Quartzo 20 Mesopertita 2 Biotita Mineral opaco 5 3 % Apatita 2 Zircão tr 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Como microestruturas tem-se a equigranular, granoblástica poligonal, marcada por grãos de andesina, mesopertita e quartzo com contatos reilíneos, em forma de mosaico. Possui textura de reações progressivas sugerida pela relação de diopsídio no centro do cristal e opx na borda, bem como pelos contatos lobados entre o Opx e o mineral opaco. Textura pseudopoiquilítica pela presença de inclusões de biotita no piroxênio. Pode-se observar kinkbands em plagioclásio. Além dessas, apresenta microestrutura nematoblástica marcada pela orientação do opx e do diopsídio nos agregados de minerais máficos, lepidoblástica representada pela orientação da biotita. A microestrutura mimerquítica também foi encontrada. Foi possível observar que alguns minerais marcam a foliação da rocha, entre eles pode-se citar os aglomerados de minerais máficos como hiperrstênio, diopsídio, mineral opaco, biotita, além de minerais félsicos como o plagioclásio e quartzo que pode estar alongados. Andesina: corresponde aproximadamente a 40% da lâmina como grãos poligonais ou formando a mimerquita. Demonstra-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, xenoblástica. Sua granulometria varia de 0,05mm a 0,45mm. Faz contato reto com piroxênio, mesopertita, interlobado com mineral opaco, quartzo, irregular com a biotita, sugerindo relação de reação metamórfica com aquele mineral. Quartzo: encontra-se cerca de 20% da lâmina. Aparece incolor em luz plana, relevo baixo. Apresenta-se como agregado de grãos poligonais, como grãos alongados ou associado com a mimerquita. A granulometria varia de acordo com a forma dos cristais, desde vermiforme 0,02mm a 0,1mm, a granular 0,45mm a 0,6mm, e alongado tabular 1,0mm a 2,5mm. Em geral, a orientação preferencial é revelada pelo estiramento dos grãos. Faz contato interlobado com a 113 maioria dos minerais. É possível observar extinção moderadamente ondulante. Esse mineral recristaliza-se durante a geração da foliação. Mesopertita: ocorre aproximadamente em 2%. Apresenta-se incolor em luz plana, relevo baixo. Ocorre granular e xenoblática. Sua granulometria média é 0,5mm. Faz contato reto com piroxênio e andesina, curvo com mineral opaco, quartzo, irregular com biotita. É possível observar deformação de lamelas e extinção ondulante. Representa um mineral ígneo recristalizado durante a deformação e metamorfimo. Biotita: distribui-se na lâmina numa proporção de 5%. Possui pleocroísmo castanho a vermelho em luz plana, com relevo é alto. Ocorre na forma placóide, subidioblástica associada com o minerais máficos. Sua granulometria varia de 0,1mm a 0,55mm. Faz contato reto com mineral opaco, irregular com a andesina. Encontra-se dobrada e apresenta extinção olho de pássaro. Possivelmente o seu crescimento é tardi-tectônico à foliação. Mineral opaco: corresponde a cerca de 3%. Ocorre granular, subidioblástico. A granulometria varia entre 0,05mm e 0,6mm. Faz contato reto com a biotita, quartzo e apatita, lobado com andesina e piroxênio. Possivelmente é um mineral tardi-tectônico à foliação, associando-se com os minerais máficos. Apatita: corresponde de 1% a 2%, apresenta-se incolor em luz plana, com relevo moderado. Ocorre prismática, idiomórfica. Sua granulometria varia de 0,07 a 0,33mm. Associa-se com os minerais máficos lenticulares em agregados lenticulares. Faz contato reto com quartzo, mineral opaco e andesina. Possivelmente é um mineral ígneo. Zircão: ocorre na cor cinza em luz plana, com relevo muito alto. Possui birrefrigência anômala ejm torno de 0,66. Ocorre na forma prismática, idioblástico (idiomórfico?). A granulometria varia de 0,06mm a 0,1mm. Faz contato reto com mineral opaco e interlobado com a andesina. Possui zoneamento metamórfico. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Metamorfismo de alto grau. Pertence ao fácies granulito. 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA andesina, mesopertita e quartzo, zircão. 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Mineral opaco, biotita, quartzo, apatita, 8 - NOME DA ROCHA Tonalito granulítico 114 9 – FOTOMICROGRAFIAS Bt Bt Mo Pl Mo Pl Qtz Qtz Mo Mo Bt Msp Bt Qtz 0,75mm Fotomicrografia 36 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,75mm Msp Fotomicrografia 37 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Pl Pl Bt Pl Bt Mo 0,3mm Fotomicrografia 38 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Qtz Qtz Pl Mo Hy Qtz Qtz Pl Hy Qtz 0,3mm Fotomicrografia 39 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), Biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Qtz Pl Qtz Pl Pl Bt 0,3mm Fotomicrografia 40 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e Biotita (Bt) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Bt 0,3mm Fotomicrografia 41 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e biotita (Bt) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 115 Qtz Qtz Pl Pl Pl Pl Qtz Msp Qtz Msp Mm q 0,3mm Fotomicrografia 42 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp) e mimerquita (Mmq) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Mm q 0,3mm Fotomicrografia 43 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mesopertita (Msp) e mimerquita (Mmq) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Hy Hy Qtz Mo Pl Pl Qtz Pl Pl Bt Mo Mo Hy 0,3mm Pl Hy Fotomicrografia 45 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Hy Bt Mo Pl Bt 0,3mm Fotomicrografia 44 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Hy Pl Mo Pl Pl Bt Mo Pl Hy Hy Qtz Qtz 0,3mm Fotomicrografia 46 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 47 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), hiperstênio (Hy), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 116 Qtz Msp Msp Pl Pl 0,3mm Qtz Pl Qtz Zrc Pl Pl 0,3mm Fotomicrografia 48 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), zircão (Zrc) e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Qtz Zrc Pl Fotomicrografia 49 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), zircão (Zrc) e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Qtz Pl Pl Zrc Zrc Pl Pl 0,15mm Fotomicrografia 50 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e zircão (Zrc) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Pl Pl 0,15mm Fotomicrografia 51 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e zircão (Zrc) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Bt Qtz Bt Qtz Pl Pl Zrc 0,75mm Zrc Pl Fotomicrografia 52 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e zircão (Zrc) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,75mm Pl Fotomicrografia 53 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e zircão (Zrc) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 117 Pl Pl Bt Bt Mo Qtz Qtz Mo Pl Mo Pl 0,3mm Fotomicrografia 54 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Pl Pl 0,3mm Fotomicrografia 55 – Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 118 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 – DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude An-5 Longitude 550646 Nº do Ponto Nome da Folha Geográfica 8562014 Salvador Referências do Ponto P-7 No extremo norte da foto, duplex. Tipo Litológico Nome do Corpo gnaisse 2 – CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Amostra de cor cinza escuro, anisotrópica, equigranular, fanerítica fina, mesoestrutura gnáissica. Composição mineralógica: plagioclásio, quartzo, piroxênio e biotita. A amostra apresenta uma foliação espaçada composicional bandada. 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS MINERAIS % Plagioclásio 45 Quartzo 25 Mesopertita 2 Biotita Mineral opaco 5 3 % Apatita 2 Zircão tr 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Possui microestrutura equigranular, granoblástica, porfiroclástica, núcleo-manto e milonítica. Além disso, ribbons de quartzo, com espessura variando de 0,03mm a 0,5mm e comprimento variando de 2,0mm a 4,0mm podem ser encontrados. A foliação é marcada pela orientação preferencial da mesopertita, dos ribbons de quartzo agregados lenticulares de máficos e minerais opacos. Plagioclásio: corresponde aproximadamente a 45% da lâmina. Ocorre incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre granular, xenoblástico, em agregados de grãos poligonais ou associado com a mimerquita. A granulometria varia entre 0,05mm a 0,45mm. Faz contato reto com piroxênio e, mesopertita, interlobado com mineral opaco, quartzo e biotita. Encontra-se com lamelas deformada, possui fraturas e extinção ondulante. Representa um mineral ígneo recristalizado durante a deformação e metamorfimo. Quartzo: encontra-se em cerca de 25% da lâmina, incolor em luz plana, com relevo baixo. Ocorre granular, em agregados poligonais, alongado e vermicular, associado com a mimerquita. Em todos os casos é xenoblástico. A granulometria varia de acordo com a forma de ocorrência: vermiforme 0,02mm a 0,1mm, granular 0,45mm a 0,6mm. Faz contato interlobado com a maioria dos minerais. È possível observar a presença da extinção moderadamente ondulante. Esse mineral recristaliza-se durante a geração da foliação. Mesopertita: ocorre aproximadamente em 2%. Apresenta-se incolor em luz plana, com relevo baixo. Ocorre granular, xenoblática. A granulometria média é 0,5mm. Faz contato reto com piroxênio e andesina, curvo com mineral opaco, quartzo, irregular com biotita. É possível observar deformação de lamelas e extinção ondulante. Representa um mineral ígneo recristalizado durante a deformação e metamorfimo. Biotita: distribui-se na lâmina numa proporção de 5%. Apresenta-se com pleocroísmo variando 119 entre castanho e vermerlho em luz plana, com relevo médio. Ocorre placóide, subidioblástica. Sua granulometria varia de 0,1mm a 0,55mm. Associa-se com os minerais máficos e agregados lenticulares. Faz contato reto com mineral opaco, irregular com a andesina. Encontra-se dobrada e apresenta extinção olho de pássaro. O crescimento é tardi-tectônico. Mineral opaco: corresponde a cerca de 3%. Ocorre granular, subidioblástico ou formando grãos alongados segundo a foliação. Sua granulometria varia entre 0,05mm e 0,6mm. Orienta-se preferencialmente com minerais máficos lenticulares. Faz contato reto com a biotita, quartzo e apatita, lobado, com andesina e piroxênio. Não apresenta deformações e possivelmente é um mineral tarditectonico. Apatita: presente como constituinte menor, corresponde de 1% a 2%. Apresenta-se incolor em luz plana, e relevo moderado. Ocorre prismática, idiomórfica. A granulometria varia entre 0,07 a 0,33mm. Faz contato reto com quartzo, mineral opaco e andesina. Trata-se de um mineral ígneo Zircão: aparece na cor cinza em luz plana, com relevo muito alto. Possui birrefrigência anômala 0,66. Ocorre prismático, idioblástico (idiomórfico ?). A granulometria varia entre 0,06mm e 0,1mm. Possui zoneamento. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Metamorfismo de alto grau. Pertence ao fácies granulito. 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Quartzo, plagioclásio, mesopertita, apatita, zircão 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA mineral opaco, biotita. 8 - NOME DA ROCHA Tonalito granulítico 9 - FOTOMICROGRAFIAS Qtz Qtz Pl Pl Pl Pl Pl Pl Qtz Qtz Qtz Qtz Mo 0,75mm Fotomicrografia 56 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,75mm Mo Fotomicrografia 57 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 120 Msp Msp Pl Pl Qtz Qtz Pl Qtz Qtz Pl Pl 0,3mm Fotomicrografia 58 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Pl 0,3mm Fotomicrografia 59 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Qtz Mo Pl Px Pl Mo Px Px Zrc Zrc Qtz Qtz Pl 0,15mm Fotomicrografia 60 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), zircão (Zrc) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Pl 0,15mm Fotomicrografia 61 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), zircão (Zrc) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Pl Pl Qtz Zrc Pl Qtz Pl Zrc Pl Mo 0,3mm Fotomicrografia 62 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Pl 0,3mm Mo Fotomicrografia 63 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), zircão (Zrc) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 121 Pl Pl Mo Msp Mo Bt Qtz Msp Bt Qtz Px Px 0,3mm Fotomicrografia 64 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), piroxênio (Px), mesopertita (Msp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 65 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), piroxênio (Px), mesopertita (Msp), biotita (Bt) e mineral opaco (Mo) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. Pl Msp Qtz Pl Mm q Pl Qtz Qtz Pl 0,75mm Fotomicrografia 66 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mimerquita (Mmq) e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em luz plana. Qtz Mm Msp q Pl Pl 0,75mm Fotomicrografia 67 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), mimerquite (Mmq) e mesopertita (Msp) nos tonalitos granulíticos. Foto em nicóis cruzados. 122 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude AN-6 Nº do Ponto P-6 Longitude 550693 Nome da Folha Geográfica 8561908 Salvador Referências do Ponto Segunda escada. Dobra cerrada, lajedo com conglomerado Tipo Litológico Nome do Corpo 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Po Amostra com tom cinza claro a bege, intemperizada. Possui macroestrutura gnáissica com bandamento milimétricos. É cortada por micro veio pegmatítico. 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS MINERAIS % Mesopertita 60 Ortopiroxênio 7 Quartzo 25 Biotita 5 Mineral opaco Apatita 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 3 Tr % Zircão tr As principais texturas descritas nesta lâmina foram a equigranular, mimerquita, granoblástica, marcada por agregado granular de plagioclásio e mesopertita. Também se observa ribbons de quartzo e andesina. A foliação é marcada pelo alinhamento do quartzo, plagioclásio, piroxênio e biotita. Mesopertita: corresponde a cerca de 60% da matriz, é incolor em luz plana e o relevo é baixo. Apresenta-se granular, subidioblástica, como granulometria variando entre 0,3mm a 0,9mm. Os contatos são lobados com o mineral opaco e quartzo, biotita, Opx (hiperstênio?), Cpx (diopsidio?) e apatita, suturado com a biotita. Esse mineral marca a foliação, sendo revelada pela orientação de forma dos grãos. Esse mineral encontra-se associado com quartzo, biotita, minerais opacos e apatita. A extinção é moderada a fortemente ondulante. Possivelmente são minerais ígneos que foram re-equilibrados no fácies granulito, com recristalização sin-tectonica à formação da foliação da rocha. Ortopiroxênio: ocorre na lâmina em cerca de 7%. Apresenta-se na cor laranja em luz plana, relevo alto. Ocorre na forma granular e xenoblástica a subidioblástica. Sua granulometria varia de 0,05mm a 0,45mm e apresenta-se associado com a biotita. Faz contato reto com andesina, irregular e lobado com demais minerais. É possível observar fraturas. O seu crescimento é sintectonico à foliação deformacional. Quartzo: encontra-se em cerca de 18% da lâmina. Aparece incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre na forma granular, alongado e vermicular, associado com mimerquita, xenoblástico. Sua granulometria varia de acordo com a forma dos cristais, vermiforme 0,02mm a 0,07mm, granular 0,25mm a 0,8mm, e tabular 1,0mm a 2,5mm. Faz contato interlobado com a maioria dos minerais. É possível observar extinção moderadamente ondulante. Esse mineral recristaliza-se durante a geração da foliação. 123 Biotita: distribui-se na lâmina numa proporção de 5%. Demonstra-se nas cores castanho avermelhado a castanho claro em luz plana. Ocorre placóide, subidioblástica. Sua granulometria varia de 0,02mm a 0,35mm. Orienta-se segundo a foliação da rocha, associada com o Opx em agregados lenticulares. Faz contato reto com mineral opaco, irregular com a andesina. Encontrase dobrada e apresenta extinção olho de pássaro. Mineral opaco: corresponde a cerca de 3%. Ocorre granular, subidioblástico. A granulometria varia entre 0,02mm e 0,25mm e ocorre associado com os minerais máficos em agregados lenticulares. Faz contato reto com a biotita, quartzo e apatita, lobado, com andesina e piroxênio. Não possui deformações. Apatita: presente como constituinte menor, corresponde de 1% a 2%. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo moderado. Ocorre granular e prismática, idiomórfica. Sua granulometria varia de 0,07 a 0,33 mm. Faz contato reto com quartzo, mineral opaco e andesina. Trata-se de um mineral ígneo. Zircão: ocorre com acessório. Aparece na cor castanha em luz plana e relevo muito alto. Ocorre prismático, idioblástico. Sua granulometria varia de 0,06mm a 0,1mm. Faz contato reto com mineral opaco e interlobado com a andesina. Possui zoneamento. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Metamorfismo de alto grau. Fácie Granulito. 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Piroxênio, andesina, quartzo 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Quartzo, mineral opaco, biotita. 8 - NOME DA ROCHA Tonalito granulítico 9 - FOTOMICROGRAFIAS Mp Mp Qtz Opx Opx Bt MP + Qtz 0,75mm Fotomicrografia 68 – Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp), além de ortppiroxênio (Opx) e biotita (Bt) no Granulito Tonalítico. Foto em nicóis cruzados. Mp + Qtz Qtz Bt 0,75mm Fotomicrografia 69 – Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp), além de ortppiroxênio (Opx) e biotita (Bt) no Granulito Tonalítico. Nicóis cruzados. 124 Grt Grt Bt Qtz Bt Qtz Mp 0,75mm Fotomicrografia 70 – Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp), além de granada (Grt) e biotita (Bt) no Granulito Tonalítico. Foto em nicóis cruzados. Mp 0,75mm Fotomicrografia 71 – Ribbons de quartzo (Qtz) e matrix rica em aglomerados poligonais de mesopertita (Mp), além de granada (Grt) e biotita (Bt) no Granulito Tonalítico. Nicóis cruzados. 125 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica AN-7 Nº do Ponto Referências do Ponto P-5 Tipo Litológico Nome do Corpo 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Amostra anisotrópica, com tons predominantes castanho claro. Apresenta bandamento composicional milimétrico marcado pela alternância de quartzo estirado com K-feldspato. Também é possível observar lentes de minerais máficos e pequenas granadas. 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS MINERAIS % Mesopertita 45 Quartzo 35 Microclina 7 Albita Almandina Biotita 3 5 5 % Zircão tr 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA A lâmina possui extraordinários registros de estiramentos em cristais de quartzo e de mesopertita, formando a microestrutura ribbon. Além disso, possui microestrutura milonítica, graboblástica poligonal nos agregados mesopertitícos e associado com o quartzo, e porfiroclástica. Também possui textura de reação sugerido pelo contato amebóide entre biotita, mineral opaco e mesopertita. Mimerquitas foram observadas. Mesopertita: representa cerca de 45%. Demonstra-se incolor em luz plana e relevo baixo. Ocorre como porfiroclasto tabular ou formando agregados poligonais granulares, sendo respectivamente subidioblástico e xenoblástico. O tamanho dos cristais varia entre 0,3mm a 0,7mm nos cristais granulares e 1,0mm a 2,5mm nos tabulares. Seus contatos são retos com granada, biotita e mineral opaco. Em alguns grãos foi possível verificar a presença de mimerquitas. A extinção ondulante moderada e tem-se a presença de fraturas. Quartzo: distribui-se na lâmina numa proporção de 35%. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. É granular e ocorre subidioblástico a xenoblástico. Seu tamanho é polimodal e varia de 0,03mm a 0,07mm, de 0,1mm a 0,6mm, assim como, 1,0mm a 2,5mm. Seus contatos são retos quando estirados, lobados quando granulares. Sua deformação é caracterizada por estiramentos proeminentes e extinção ondulante. Esse mineral recristaliza-se durante a geração da foliação. Microclina: ocorre em 7% da lâmina, incolor em luz plana com relevo baixo, em porfiroclastos ou em agregados de grãos poligonais. Ocorre xenoblástica a subidioblástica. O tamanho médio dos cristais é 0,37mm. Seus contatos são retos poligonais com o quartzo, andesina e mesopertita e irregular com biotita. Albita: corresponde a cerca de 3% a 5% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo 126 baixo. Ocorre granular, xenoblástica. O tamanho dos cristais varia entre 0,2mm a 0,6mm. A natureza dos seus contatos é reto com quartzo, mesopertita a irregular com a granada. Exibe lamelas deformadas e extinção ondulante. Representa um mineral ígneo recristalizado durante a deformação e metamorfimo. Almandina: ocorre na lâmina aproximadamente em 7%. Apresenta-se incolor a cinza pálido em luz plana e relevo alto. Ocorre na forma granular e é subidioblástica, podendo ocorrer orientada segundo a foliação deformacional. O tamanho dos cristais varia de 0,3mm a 1,5mm. A natureza dos seus contatos é do tipo lobado com a mesopertita, andesina e quartzo, reto com a biotita e mineral opaco. Exibe muitas fraturas. Trata-se de um xenocristal do protólito sedimentar. Biotita: distribui-se na lâmina por cerca de 5%. Apresenta pleocroísmo entre castanho e castanho avermelhado, em luz plana. Ocorre placóide, subidioblástico. O tamanho dos cristais varia de 0,1mm a 0,3mm e orientam-se nos aglomerados lenticulares de minerais máficos. A natureza dos seus contatos é reto com mineral opaco e almandina, irregular com a mesopertita. Encontra-se dobrada no contato com a granada e possui extinção olho de pássaro. Trata-se de um xenocristal do protólito sedimentar. Zircão: ocorre incolor em luz plana, relevo muito alto. É granular, subidioblástica. O tamanho dos cristais varia entre 0,02mm a 0,08mm. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Graus alto, Fácies Granulito 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Quartzo, mesopertita, granada, microclina, albita, zircão 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Não se aplica 8 - NOME DA ROCHA Granada Monzogranito Milonítico 9 - FOTOMICROGRAFIAS Qtz Qtz Qtz Grn Grt Grn Msp Grt Qtz Msp Bt 0,75mm Fotomicrografia 72 - Granada (Grt), biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Bt 0,75mm Fotomicrografia 73 - Granada (Grt), biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 127 Bt Bt Qtz Qtz Grt Grt Msp Msp Grt Grt Qtz 0,75mm Fotomicrografia 74 - Granada (Grt), biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Qtz 0,75mm Fotomicrografia 75 - Granada (Grt), biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mineral opaco (Mo) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Msp Msp Qtz Qtz Msp Msp Qtz 0,3mm Fotomicrografia 76 - Quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Qtz 0,3mm Fotomicrografia 77 - Quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Msp Msp Qtz Qtz 0,3mm Fotomicrografia 78- Quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Msp Qtz Msp 0,3mm Fotomicrografia 79 - Quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 128 Qtz Qtz Bt Bt Bt Bt Qtz Qtz 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 80 - Biotita (Bt) e quartzo (Qtz) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Fotomicrografia 81 - Biotita (Bt) e quartzo (Qtz) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Qtz Msp Msp Qtz Msp Qtz Bt Msp Bt 0,75mm Fotomicrografia 82 - Biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Msp 0,75mm Fotomicrografia 83 - Biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Bt Bt Qtz Msp Msp Msp Msp Qtz 0,75mm Fotomicrografia 84 - Biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Qtz Msp Qtz 0,75mm Fotomicrografia 85 - Biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 129 Msp Msp Bt Bt Qtz Msp Qtz Msp 0,3mm Fotomicrografia 86 - Biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 87 - Biotita (Bt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Msp Msp Pl Pl Msp Msp Qtz Qtz 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 88 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Qtz Fotomicrografia 89 - Plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Qtz Qtz Grt Grt Msp Msp Msp 0,3mm Fotomicrografia 90 - Granada (Grt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. Msp 0,3mm Fotomicrografia 91 - Granada (Grt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 130 Msp Msp Qtz Qtz Msp Msp Grt Qtz Grt Qtz 0,3mm Fotomicrografia 92 - Granada (Grt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 93 - Granada (Grt), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. Qtz Qtz Msp Msp Mo Mo Msp Msp 0,3mm Fotomicrografia 94 – Mineral opaco (Mo), quartzo (Qtz) e mesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 95 – Mineral opaco (Mo), quartzo (Qtz) e miesopertita (Msp) nos granada monzogranitos miloníticos. Foto em nicóis cruzados. 131 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica An-8 Nº do Ponto Referências do Ponto Tipo Litológico Nome do Corpo 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS Amostra melanocrática, afanitica, isotrópica. Apresenta vesículas. 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS % Labradorita An54 45 Diopsídio 45 Mineral opaco 7 Biotita 3 MINERAIS % 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Rocha melanocrática, holocristalina. Apresenta cristais euédricos e subédricos característica da textura hipidiomórfica. Seus cristais estão articulados formando uma orientação preferêncial. O arranjo é do tipo subofítico e intergranular. Labradorita (An 54): corresponde a cerca de 45% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Sua forma é tabular, ripforme, euédrico. Tamanho granulométrico varia de 0,1mm a 1,5mm. Não possui foliação. Os contatos são retos com o diopsídio e irregular com mineral opaco e biotita. Apresenta fraturas. Diopsídio: ocupa aproximadamente 45% da lâmina. Aparece na cor cinza esverdeado em luz plana, com relevo elevado. Ocorre na forma granular a prismática, variando de subédricos a euédrico. Sua granulometria varia de 0,2mm a 1,0mm. Não possui orientação preferencial. Os contatos são retos com o diopsídio e com a labradorita, irregular com mineral opaco e biotita. Apresenta fraturas. Mineral opaco: compreende 7% da lâmina. Ocorre granular, subédrico e anédrico. A granulometria varia de 0,01mm a 0,4mm. Os contatos são retos com a biotita e irregular com diopsídio, enstatita e labradorita. Biotita: perfaz 3% da lâmina. Aparece na cor castanho em luz plana. Ocorre placóide, subédrica. Sua granulometria varia de 0,02mm a 0,15mm. Faz contato reto com mineral opaco, irregular com labradorita, enstatita e diopsídio. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Não se aplica 132 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Não se aplica 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Não se aplica 8 - NOME DA ROCHA Gabronorito 9 - FOTOMICROGRAFIAS Pl Pl Di Mo Mo Pl Pl Di Di Di Mo Pl Di Mo Di Pl 0,3mm Fotomicrografia 96 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 97 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. Pl Pl Di Di Mo Pl Mo Pl Pl Pl Di Di 0,3mm Fotomicrografia 98 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. 0,3mm Fotomicrografia 99 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. 133 Pl Pl Mo Mo Di Di Di Pl Di Pl 0,3mm Fotomicrografia 100 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. Di Mo Pl 0,3mm Fotomicrografia 101 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. Mo Di Mo Pl Mo Di Di Pl Pl 0,3mm Fotomicrografia 102 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. Fotomicrografia 103 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. Pl Pl Mo Mo Di Di Di Pl Pl Di Di Di Pl 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 104 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. Pl 0,3mm Fotomicrografia 105 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. 134 Di Di Pl Di Mo Pl Di Mo Pl Pl Mo Mo 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 106 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. Fotomicrografia 107 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. Mo Mo Di Pl Di Di Di Mo Pl Mo Pl Pl 0,75mm 0,75mm Fotomicrografia 108 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. Fotomicrografia 109 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. Pl Pl Mo Di Pl Di Mo Mo 0,75mm Fotomicrografia 110 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em luz plana. Di Pl Mo 0,75mm Fotomicrografia 111 - Plagioclásio (Pl), diopsídio (Di) e mineral opaco (Mo) nos diques máficos. Foto em nicóis cruzados. 135 Ficha de Descrição PETROGRÁFICA 1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO o N de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica SG-24B Nº do Ponto Referências do Ponto Tipo Litológico Nome do Corpo 2 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS 3 - ANÁLISE MODAL MINERAIS MINERAIS % % Silimanita 5 20 Biotita 2 Granada 10 Mineral opaco 1 Clinopiroxênio 7 Cordierita Plagioclásio 4 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 15 5 Mesopertita 35 Quartzo A textura marcante é equigranular, com porfitoblástos localizados de granada, também se faz presente à textura granoblástica poligonal, marcada por contatos reilíneos de quartzo e mesopertita em forma de mosaico. Possui textura de reação regresiva com contatos lobados entre a granada e a biotita. Textura pseudopoiquilítica, com o quartzo residual, sendo englobado na estrutura da granada. Além dessas, apresenta textura nematoblástica marcada pela orientação do cpx e da cordierita nos agregados de minerais máficos. Foi possível observar que alguns minerais marcam a foliação da rocha, entre eles pode-se citar os aglomerados de minerais máficos como cpx, cordierita, mineral opaco, biotita, além de, minerais félsicos como a mesopertita e o quartzo que podem estar alongados. Mesopertita: corresponde a cerca de 35% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana e relevo baixo. Sua forma é granular, subidioblástico. Tamanho granulométrico varia de 1,0mm a 3,0mm. Suas lamelas encontram-se subparalela com a foliação. Os contatos são retos a lobado. Quartzo: ocupa aproximadamente 20% da lâmina. Aparece na cor cinza esverdeado em luz plana, e relevo baixo. Ocorre na forma granular, subidioblástico. Sua granulometria varia de 1,0mm a 3,0mm. Não possui foliação. Os contatos são retos a lobado. Granada: corresponde a cerca de 10% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana, e relevo alto. Sua forma é granular, subidioblástico. Tamanho granulométrico varia de 1,0mm a 6,0mm. Encontra-se fraturada, e possui inclusões de quartzo, silimanita e cordierita. Os contatos são retos a lobado. Cordierita: ocupa aproximadamente 15% da lâmina. Aparece na cor cinza em luz plana, e relevo elevado. Ocorre na forma granular, xenoblástica. Sua granulometria varia de 0,5mm a 2,5mm. Os contatos são retos a lobado. Possui lamelas, ocorre associado com a silimanita em agregados lenticulares. 136 Clinopiroxênio: corresponde a cerca de 7% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana, e relevo alto. Sua forma é granular, subidioblástico. Apresentam fraturas e geralmente associa-se com a granada Tamanho granulométrico varia de 1,0mm a 2,0mm. Suas lamelas encontram-se subparalela com a foliação. Os contatos são retos a lobado. Plagioclásio: ocupa aproximadamente 5% da lâmina. Aparece na incolor em luz plana, e relevo baixo. Ocorre na forma granular, xenoblástico. Quase sempre antipertítico, apresenta textura mimerquitica no contato com cristais de quartzo. Sua granulometria média é aproximadamente 1,0mm. Os contatos são retos a lobado. Silimanita: corresponde a cerca de 5% da lâmina. Apresenta-se incolor em luz plana, e relevo alto. Sua forma é tabular, subidioblástico. Tamanho granulométrico varia de 0,5mm a 1,0mm. Associa-se com a biotita, cordierita e granada. Os contatos são retos. Biotita: perfaz 2% da lâmina. Aparece na cor castanho em luz plana, e relevo alto. Ocorre na forma granular, subidioblástica. Sua granulometria varia de 0,02mm a 0,15mm. Faz contato reto e lobado com a granada, mineral opaco, quartzo e mesopertita. Mineral opaco: compreende 1% da lâmina. Ocorre na forma granular, idioblástico. Sua granulometria varia de 0,01mm a 0,4mm. Os contatos são reto com a biotita. 5 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA Fácies Granulito 6– PARAGÊNESE METAMÓRFICA PROGRESSIVA Mesopertita, Quartzo, Plagioclásio, Granada, Clinopiroxênio, Cordierita, Silimanita 7 – PARAGÊNESE METAMÓRFICA REGRESSIVA Biotita, Mineral opaco 8 - NOME DA ROCHA Granulito Alumino-magnesiano 9 - FOTOMICROGRAFIAS Cd Cd Cpx Cpx Grt Mp + Qtz Grt 0,75mm Fotomicrografia 112 – Exemplo de granada (Grt), cordierita (Cd), clinopiroxênio (Cpx) em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. Foto em luz plano. Mp + Qtz 0,75mm Fotomicrografia 113 - Exemplo de granada (Grt), cordierita (Cd), clinopiroxênio (Cpx) em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. Nicóis cruzados. 137 Mp Mp Cd Cd Qtz Qtz Cd Cd Grt Grt 0,3mm Fotomicrografia 114 – Exemplo de granada (Grt), cordierita (Cd) em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos.. Foto em luz plano. 0,3mm Fotomicrografia 115 - Exemplo de granada (Grt), cordierita (Cd) em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. Nicóis cruzados. Mp Grt Bt Cd Grt Mo Qtz Cd Bt Mo 0,3mm Fotomicrografia 116 – Exemplo de granada (Grt), cordierita (Cd), silimanita (Sil), biotita (Bt), mineral opaco (Mo) em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. Foto em luz plano. Mp 0,3mm Fotomicrografia 117 - Exemplo de granada (Grt), cordierita (Cd), silimanita (Sil), biotita (Bt), mineral opaco (Mo) em matriz de Quartzo (Qtz) e mesopertita (Mp) nos granulitos alumino-magnesianos. Nicóis cruzados. 138