Domínio 1

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Capítulo 3
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3 - GEOLOGIA LOCAL
A área mapeada neste trabalho foi dividida em três domínios com base em
estruturas observadas no campo, na imagem de satélite e nas diferenças
petrográficas notadas em amostras de mão e em secções delgadas, conforme a
terminologia de Hassuí & Mioto (1992). Foram definidos como domínio 1
representando a porção extrema sudoeste sendo constituída de rochas graníticas
gnaissificadas do Granito Gnaisse Santa Helena (GGSH). O domínio 2 destaca-se
como uma extensa faixa de cisalhamento alongada segundo a direção N55-60W,
representada por rochas do primeiro domínio (GGSH), e do domínio 3 além de
pequenas ocorrências de corpos de rochas básicas alongados segundo o trend
preferencial deste domínio. O domínio 3 representa mais de 50% da totalidade da
área mapeada, apresentando rochas gnáissicas que possuem variação lateral em
sua composição notadas a nível macroscópico onde ocorrem rochas de
composição gabróica, tonalítica e granodioritica. Este domínio é marcado ainda,
por intrusão de rocha granítica em sua maioria não deformadas, demonstrando
foliação incipiente nas proximidades de seu contato com a rocha encaixante. No
extremo norte desta área ocorrem coberturas recentes, oriundas das ações
intempéricas a que foram submetidas as rochas do Grupo Parecis, os quais
possuem localmente morros testemunhos de até 150 m de espessura,
distribuídos na região mapeada (fig. 3.1).
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Capítulo 3
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Figura 3.1 - Mapa de pontos amostrados na área em estudo.
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Capítulo 3
------------------------------------------------------------------------------------------------------------Domínio 1
O primeiro domínio e representado por Granito Gnaisse Santa Helena
localizado na porção sudoeste da área mapeada. Estas rochas apresentam
freqüentemente bandamento definido por concentrações de minerais máficos
representados basicamente por biotita e subordinadamente anfibólios e minerais
félsicos como o quartzo e K-feldspato que são os mais comuns. Em geral as
rochas deste domínio apresentam coloração rosa avermelhado podendo
encontrar porções acinzentadas a cinza esbranquiçado, apresentam ainda
granulação média a grossa apresentando veios pegmatíticos compostos de
quartzo e K-feldspato (fig. 3.2) Neste domínio foi confeccionada uma lamina para
analise petrográfica em escala microscópica (ponto 01) onde os minerais mais
comuns observados foram o microclínio, quartzo, plagioclásio, ortoclásio e biotita.
O microclínio possui extinção ondulante e por vezes encontra-se estirados,
podendo estar sericitizados e fraturados. O ortoclásio ocorre em grãos menores
se comparados com o microclínio, os minerais de quartzo apresentam forte
extinção ondulante ocorrendo grãos estirados como nos microclínios e
apresentam ainda texturas de recristalização indicada por presença de junções
poligonais. O plagioclásio apresenta-se como grãos idiomórficos com freqüente
intercrescimento mirmerquítico onde na maioria demonstra avançado processo de
saussuritização, apresenta ainda nas porções mais deformadas, clástos estirados
com contornos irregulares ou fragmentados.
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Capítulo 3
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Figura 3.2 - Rochas do Terreno Santa Helena. A – afloramento do granito gnaisse com veio de
quartzo paralelo a foliação. B – amostra de mão do granito-gnaisse.
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Capítulo 3
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Domínio 2
O segundo domínio define uma extensa faixa cisalhada com variação
lateral quanto ao seu grau de deformação, englobando o Granito Gnaisse Santa
Helena (GGSH), Gnaisses Taquarussu (GT) e corpos alongados de rochas
básicas, representadas por basaltos e anfibolitos além de basalto porfirítico
indeformado. Sobrepostos, ocorrem localizadamente morro testemunho de rocha
sedimentar representante do Grupo Parecis com arenitos friáveis amarelos e
avermelhados e estruturas de estratificação plano-paralela observados de forma
discordante às rochas do embasamento (fig. 3.3). Próximo à Fazenda Salto
Grande, no extremo nordeste da faixa, ocorre rocha anfibolítica com bandamento
composicional (máfico/félsico) paralelo a foliação, dobradas e demonstrando
concentrações de granadas em zonas de charneiras principalmente nas bandas
félsicas, além de rochas xistosas compostas de quartzo, mica e granadas
orientadas segundo plano de foliação milonítica. O segundo domínio engloba
variados tipos petrográficos, sendo eles, os Gnaisses do 1º e 3º domínios além de
rochas anfibolíticas e basaltos porfiríticos apresentando intensa deformação
variando lateralmente, sendo que, de forma bem localizada no extremo NW desta
faixa, ocorre basalto porfirítico desprovido de deformação aparente.
Neste domínio foram elaboradas seções delgadas de rocha milonítica e
anfibolitos os quais apresentam composta basicamente de quartzo intercalados
com mica branca e ou biotita marcando uma foliação milonítica com padrão
anastomosado que varia de acordo com o grau de deformação, sendo menos
intensa à medida que aproxima das bordas dessa faixa (Granito Gnaisse Santa
Helena Milonitizado) e por vezes granadas presentes nos milonitos oriundos dos
ganisses do terreno Jauru (gnaisse Taquarussu) e anfibolitos bandados, por
vezes
dobrados
concentrando
esses
minerais
nas
bandas
félsicas
preferencialmente em zonas de charneiras observados na sede da Fazenda Salto
Grande. Os anfibolitos encontrados tanto no domínio dois quanto no domínio três
sugerem sua origem a partir de metamorfismo de rochas básicas, ultrabásicas e
biotita-hornblenda granito, de forma mais geral possuem basicamente anfibólios,
sendo hornblenda e ou actinolita, plagioclásio geralmente alterado, talco em
algumas amostras sugerindo origem de rocha ultrabásica e por vezes alguns
minerais de quartzo, sendo ainda, o espinelio o principal mineral acessório. A
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Capítulo 3
------------------------------------------------------------------------------------------------------------textura mais comum observada nos anfibolitos e lepdonematoblástica e a sua
relação de contato com a rocha encaixante sugerem defini-los como xenólitos de
rochas básico-ultrabásico intrudidos no granito e deformados posteriormente.
Figura 3.3 - Foto de amostras de mão com diferentes litótipos observados no segundo domínio.
(A), Basalto foliado, (B), Rocha milonítica com mineral felsico boudinado. (C), Estiramento mineral
e (D),augens-gnaisses indicando movimento destral.
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Capítulo 3
------------------------------------------------------------------------------------------------------------Domínio 3
Este domínio representa cerca de 50 % da totalidade da área mapeada na
porção norte. As rochas gnáissicas mostram variação composicional com gabros,
tonalitos e granodioritos, localmente intrudidas por granito fino, além de corpos de
anfibolitos deformados distribuídos pela área. Sobrepostos a estas unidades
ocorrem de forma restrita, coberturas recentes como produto de alteração das
rochas do Grupo Parecis, as quais afloram apenas no domínio 2.
As rochas gnáissicas Taquarussu representam a maior porção do domínio
três (75 % de sua área). Sua composição apresenta variações na quantidade de
plagioclásio, quartzo e K-feldspato definindo litologias desde gabro, tonalito até
granodiorito. O bandamento composicional entre minerais máficos e félsicos,
conferem a rocha uma estrutura gnáissica (Fig. 3.4). Em alguns pontos são
notados veios de quartzo e pegmatíticos compostos de quartzo e K-feldspato
boudinados paralelos à foliação que estão por vezes dobrados. Essas rochas
possuem coloração cinza esbraquiçado a cinza escuro, por vezes branca rosada
a rosa escuro, granulometria variando de média a grossa, com minerais estirados
definindo uma lineação preferencial. Em alguns locais os minerais félsicos estão
rotacionados indicando movimento sinistral. As rochas anfibolíticas têm como
composição básica: anfibólio (hornblenda e/ou actinolita), plagioclásio (geralmente
alterados), talco (presentes em alguns anfibolitos gerados de rochas ultrabásicas)
e o quartzo (apresentando textura em sua maioria lepdonematoblásticas). O
espinélio representa o principal mineral acessório encontrado.
Na área mapeada, as rochas anfibolíticas foram geradas a partir de
metamorfismo de rochas básicas, ultrabásicas e biotita hornblenda-granito, que
sugerem comportamento referente a xenólitos baseados na relação de contato
com as encaixantes.
Os granitos Lucialva em análise macroscópica são basicamente compostos
por minerais de quartzo, microclínio, plagioclásio, biotita e magnetita. São rochas
intrudidas no gnaisse Taquarussu (Fig. 3.5 A,B e C) e por vezes próximo ao
contato apresentam uma foliação incipiente. A análise microscópica realizada em
uma amostra do ponto nove, localizado na zona de contato com o gnaisse,
distingue-se em textura holocristalina com granulação média, xenomórfico e
predominantemente granoblástico a lepto-granoblástico. Os minerais que o
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Capítulo 3
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xadrez e a biotita marrom mostrando pleocroísmo acentuado como máfico
principal. Em sua proporção a rocha apresenta em escala decrescente o
predomínio de quartzo nos quais alguns pontos mostram processos de
recristalização, seguido de microclínio,e em menor proporção plagioclásio, que
encontram-se em processo de alteração para mica branca. Em alguns locais
observa-se
textura
magmática
representada
por
intercrescimento
gráfico
demonstrando o baixo grau de transformação metamórfica, haja vista a
preservação deste tipo de textura primária, porém o metamorfismo é evidenciado
pela marcante foliação a qual confere à rocha estrutura gnáissica.
Figura 3.4 - Foto de afloramento do granito gnaisse Taquarussu (terceiro domínio).
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Capítulo 3
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Figura 3.5 - Fotos do contato entre o gnaisse Taquarussu e granito Lucialva. A – Amostra de mão,
B – afloramento.
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