RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

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APROVADO EM
31-01-2012
INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Citalopram Genedec 10 mg comprimidos revestidos por película
Citalopram Genedec 20 mg comprimidos revestidos por película
Citalopram Genedec 40 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película de Citalopram Genedec contém 10 mg, 20 mg ou
40 mg de citalopram, sob a forma de bromidrato de citalopram (12,49 mg, 24,99 mg ou
49,98 mg, respetivamente), como substância ativa.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Citalopram Genedec está indicado:
- No tratamento da depressão e prevenção da recaída/recorrência.
- No tratamento da perturbação de pânico, com ou sem fobia dos grandes espaços.
4.2 Posologia e modo de administração
Citalopram Genedec destina-se a administração por via oral.
Citalopram Genedec pode ser tomado em qualquer altura do dia, independentemente das
refeições.
Adultos:
Tratamento da depressão
Citalopram Genedec deve ser administrado como uma dose oral única de 20 mg/dia.
Dependendo da resposta individual do doente, a dose pode ser aumentada até um máximo de
40 mg/dia.
De um modo geral, a melhoria dos doentes inicia-se após uma semana de tratamento; no
entanto, pode só tornar-se evidente após a segunda semana. Tal como com todos os
medicamentos antidepressivos, a dose deve ser revista e ajustada, se necessário, nas 3-4
primeiras semanas de tratamento e, posteriormente, dependendo da resposta individual do
doente e da gravidade da depressão.
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Tratamento da perturbação de pânico
É recomendada para a primeira semana de tratamento uma dose oral única de 10 mg, antes de
se aumentar a dose para 20 mg/dia.
Dependendo da resposta individual do doente, a dose pode ser aumentada até um máximo de
40 mg/dia.
É recomendado iniciar o tratamento com uma dose mais baixa de modo a minimizar os
sintomas de ansiedade intensificada que geralmente se observam em indivíduos com esta
doença.
Idosos (> 65 anos de idade):
Para doentes idosos, a dose deve ser reduzida para metade da dose recomendada, ou seja,
entre 10-20 mg/dia. A dose máxima recomendada para os idosos é de 20 mg/dia.
Crianças e adolescentes (< 18 anos de idade):
A utilização de citalopram em crianças não é recomendada uma vez que a eficácia e
segurança do fármaco nesta população ainda não foram estabelecidas (ver secção 4.4).
Doentes com insuficiência renal:
Não é necessário o ajuste da dose em doentes com insuficiência renal ligeira a moderada. Não
há informação disponível no tratamento de doentes com insuficiência renal grave (depuração
da creatinina < 20 ml/min).
Doentes com insuficiência hepática:
Em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado, é recomendada para as duas
primeiras semanas de tratamento uma dose inicial de 10 mg/dia.
Dependendo da resposta individual do doente, a dose pode ser aumentada até um máximo de
20 mg/dia. Recomendam-se precauções especiais na titulação da dose em doentes com função
hepática gravemente comprometida (ver secção 5.2).
Metabolizadores lentos do CYP2C19:
É recomendada uma dose inicial de 10 mg/dia durante as primeiras duas semanas de
tratamento. Dependendo da resposta individual do doente, a dose pode ser aumentada até um
máximo de 20 mg/dia (ver secção 5.2).
Duração do tratamento
O efeito antidepressivo observa-se normalmente após 2 a 4 semanas de tratamento. O
tratamento com antidepressivos é sintomático e, como tal, tem de ser continuado durante um
intervalo de tempo apropriado, normalmente até 6 meses após remissão, de modo a prevenir
uma recaída. Em doentes com depressão unipolar recorrente, a terapêutica de manutenção
poderá ter de ser mantida por alguns anos, de modo a prevenir novos episódios.
A máxima eficácia do citalopram no tratamento da perturbação de pânico é atingida após
cerca de 3 meses, sendo a resposta mantida durante o tratamento continuado.
Quando for necessário parar o tratamento, deverá ser considerada a redução gradual da dose
(ver secção 4.8).
Sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento com ISRS
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A descontinuação abrupta do tratamento deve ser evitada. Quando o tratamento de citalopram
é interrompido a dose deve ser gradualmente diminuída durante um período de pelo menos
uma a duas semanas, de forma a reduzir o risco de sintomas de privação (ver secção 4.4 e
secção 4.8). Se no decurso de uma diminuição da dose ou da descontinuação do tratamento
ocorrerem sintomas intoleráveis deverá ser avaliada a necessidade de retomar a dose
anteriormente prescrita. Subsequentemente, o médico poderá continuar com a reduzir a dose
mas de uma forma mais gradual.
4.3 Contraindicações
Citalopram Genedec está contraindicado em caso de:
- Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
- Tratamento concomitante com IMAOs (inibidores da monoaminoxidase), incluindo a
selegilina (inibidor seletivo da MAO-B) em doses acima de 10 mg/dia (ver secção 4.5).
- Doentes com prolongamento do intervalo QT conhecido ou síndrome do QT longo
congénito.
- Utilização concomitante com outros medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo
QT.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Advertências
O citalopram não deve ser administrado conjuntamente com IMAOs, incluindo selegilina
(inibidor seletivo da MAO-B) em doses diárias acima de 10 mg (ver secção 4.3 e secção 4.5).
Prolongamento do intervalo QT
O citalopram demonstrou causar prolongamento do intervalo QT dependente da dose.
Foram notificados, na fase de pós-comercialização, casos de prolongamento do intervalo QT
e arritmia ventricular, incluindo torsades de pointes, maioritariamente em doentes do sexo
feminino, doentes com hipocaliemia ou doentes com prolongamento pré-existente do
intervalo QT ou outras doenças cardíacas (ver secções 4.3, 4.5, 4.9 e 5.1).
Recomenda-se particular precaução no caso de doentes com bradicardia significativa, enfarte
agudo do miocárdio recente ou insuficiência cardíaca descompensada.
Distúrbios eletrolíticos como hipocaliemia e hipomagnesiemia aumentam o risco de arritmias
malignas e devem ser corrigidos antes do início do tratamento com citalopram.
Deve ser ponderada a realização de um ECG antes de se iniciar o tratamento com citalopram
em doentes com doença cardíaca estável.
Se ocorrer algum sinal de arritmia cardíaca durante o tratamento, este deve ser descontinuado
e deve ser realizado um ECG.
Precauções
Suicídio/ideação suicida/agravamento da situação clínica
A depressão está associada ao aumento do risco de ideação suicida, autoagressividade e
suicídio (pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio). O risco prevalece até
que ocorra remissão significativa dos sintomas. Como durante as primeiras semanas ou mais
de tratamento pode não se verificar qualquer melhoria, os doentes deverão ter uma vigilância
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mais rigorosa até que essa melhoria ocorra. De acordo com a prática clínica, em geral o risco
de suicídio pode aumentar nas fases iniciais da recuperação.
Outros distúrbios psiquiátricos para os quais Citalopram Genedec é prescrito podem estar
igualmente associados ao aumento do risco de ideação/comportamentos relacionados com o
suicídio. Adicionalmente, estas situações podem ser comórbidas com os distúrbios
depressivos major. Consequentemente, no tratamento de doentes com outros distúrbios
psiquiátricos deverão ser tomadas as mesmas precauções que aquando da terapêutica de
doentes com distúrbios depressivos major.
Os doentes com história de pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio, que
apresentem um grau significativo destes sintomas antes do início do tratamento, apresentam
também um maior risco de ideação suicida ou de tentativa de suicídio, devendo por este
motivo ser cuidadosamente monitorizados durante o tratamento. Uma meta-análise de estudos
clínicos controlados com placebo em adultos com distúrbios psiquiátricos demonstrou um
aumento do risco de comportamentos relacionados com o suicídio em doentes com menos de
25 anos a tomar antidepressivos comparativamente aos doentes a tomar placebo. A
terapêutica medicamentosa deverá ser acompanhada de uma monitorização rigorosa em
particular nos doentes de maior risco especialmente na fase inicial do tratamento ou na
sequência de alterações posológicas.
Os doentes, e os seus prestadores de cuidados de saúde, devem ser alertados para a
necessidade de monitorização, relativamente a qualquer agravamento da sua situação clínica,
pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio e para procurar assistência médica
imediatamente caso estes ocorram.
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
Citalopram Genedec não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes com
idade inferior a 18 anos. Foram observados com maior frequência comportamentos
relacionados com o suicídio (tentativa de suicídio e ideação suicida) e hostilidade
(predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera) em ensaios clínicos com
crianças e adolescentes que se encontravam a tomar antidepressivos, em comparação com os
que se encontravam a tomar placebo. Se, não obstante, com base na necessidade clínica, a
decisão de tratamento for tomada, o doente deve ser rigorosamente monitorizado em relação
ao aparecimento de sintomas suicidas. Não estão disponíveis dados de segurança a longo
prazo em crianças e adolescentes no que se refere ao crescimento, à maturação e ao
desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Diabetes
Tal como descrito para outros psicotrópicos, o citalopram pode modificar a resposta à insulina
e à glucose, havendo a necessidade de um ajuste na terapêutica antidiabética em doentes
diabéticos; adicionalmente, a doença depressiva por si só pode afetar o equilíbrio glicémico
dos doentes.
Convulsões
As convulsões são um risco potencial com os fármacos antidepressivos.
Embora experiências em animais tenham demonstrado que o citalopram não apresenta
potencial epileptogénico, este, tal como os outros antidepressivos, deve ser utilizado com
precaução em doentes com história de convulsões.
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Citalopram deve ser evitado em doentes com epilepsia instável e os doentes com epilepsia
controlada devem ser cuidadosamente monitorizados. Citalopram deve ser descontinuado se
houver um aumento da frequência das convulsões.
TEC (terapia electroconvulsiva)
A experiência clínica de administração concomitante de ISRS e TEC é limitada, como tal, é
recomendada precaução.
Mania
Citalopram deve ser utilizado com precaução em doentes com história de mania/hipomania.
Em doentes com perturbação maníaco-depressiva pode ocorrer uma ativação da fase maníaca.
Citalopram deve ser descontinuado em qualquer doente que entre na fase maníaca.
Hemorragia
Foram notificados casos de hemorragia, por vezes graves, associados com a utilização de
inibidores da recaptação da serotonina (paroxetina, fluvoxamina, fluoxetina, citalopram,
sertralina, nefazodona, venlafaxina e clomipramina). Recomenda-se precaução na
administração concomitante com anticoagulantes, fármacos que tenham efeito na função
plaquetária (ex. anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ácido acetilsalicílico e ticlopidina)
ou outros fármacos que possam aumentar o risco de hemorragia. Recomenda-se igualmente
precaução na utilização destes fármacos em doentes com alterações hemorrágicas.
Acatisia/Agitação psicomotora
A utilização dos ISRSs/IRNSs tem sido associada ao desenvolvimento de acatisia,
caracterizada por agitação e uma necessidade subjetiva e desagradável de mover-se
frequentemente, acompanhada de incapacidade de se sentar ou permanecer em repouso. Esta
situação é mais frequente nas primeiras semanas de tratamento. Nos doentes que desenvolvam
estes sintomas o aumento da dose pode ser prejudicial.
Ansiedade paradoxal
Alguns doentes com perturbações de pânico podem experimentar sintomas de ansiedade
intensificada no início do tratamento com antidepressivos. A reação paradoxal normalmente
subsiste durante duas semanas no decurso do tratamento continuado. É recomendada uma
dose inicial baixa, de modo a reduzir a probabilidade de um efeito ansiogénico paradoxal (ver
secção 4.2).
Hiponatremia
Foi notificada hiponatremia como reação adversa rara na utilização de ISRSs, provavelmente
devido à secreção inapropriada de hormona antidiurética (SIADH). Particularmente os
doentes idosos parecem constituir um grupo de risco.
Síndrome serotoninérgica
Raramente foi notificada a ocorrência de “síndrome serotoninérgica” em doentes a tomar
ISRSs. A combinação de sintomas, possivelmente incluindo agitação, confusão, tremor,
mioclonia e hipertermia, pode indicar o desenvolvimento desta condição (ver secção 4.3 e
secção 4.5).
Erva de S. João (hipericão)
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A incidência dos efeitos secundários de citalopram pode aumentar durante a utilização
concomitante de produtos naturais ou preparação à base de extratos vegetais que possuam na
sua composição Hypericum perforatum (erva de S. João, hipericão).
Titulação da dose
No início do tratamento, podem ocorrer insónias e agitação. A titulação da dose pode tornarse útil.
Fenótipos
Investigações in vivo revelaram que o metabolismo do citalopram apresenta polimorfismos
dos tipos da oxidação da esparteína/debrisoquina (CYP2D6) e da hidroxilação da mefenitoína
(CYP2C19) sem significado clínico. Não é necessária portanto dosagem individual baseada
nestes fenótipos.
Para o tratamento de doentes idosos e doentes com insuficiência renal e hepática ver secção
4.2.
Sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento com ISRS
Os sintomas de privação são comuns quando o tratamento é descontinuado, especialmente se
a descontinuação é feita de forma abrupta (ver secção 4.8).
Aproximadamente 40% dos doentes tratados com citalopram experienciaram, pelo menos, um
evento adverso durante a descontinuação do tratamento.
O risco de ocorrência de sintomas de privação está dependente de vários fatores, incluindo a
duração e a dose do tratamento e a taxa de redução da dose.
As reações de privação notificadas mais frequentemente foram tonturas, alterações sensoriais
(incluindo parestesias), perturbações do sono (incluindo insónia e sonhos intensos), agitação
ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremores e cefaleia. Geralmente estes sintomas são de
intensidade ligeira a moderada, contudo em alguns doentes podem ser de intensidade mais
grave. Normalmente, estes sintomas ocorrem durante os primeiros dias de descontinuação do
tratamento, mas foram raramente notificados nos casos em que os doentes falharam
inadvertidamente uma dose.
Em geral, estes sintomas são autolimitados e normalmente resolvem-se dentro de duas
semanas, embora em alguns indivíduos possam prolongar-se (2 a 3 meses ou mais).
Aconselha-se portanto que o citalopram deve ser descontinuado gradualmente durante um
período de algumas semanas ou meses, de acordo com as necessidades do doente (ver
"Sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento com ISRS" na
secção 4.2).
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Associações contraindicadas (ver secção 4.3):
A administração simultânea de citalopram com IMAOs (não seletivos, bem como seletivos A
(moclobemida)) pode causar “síndrome serotoninérgica”.
Tal como outros ISRSs, o citalopram não deve ser administrado a doentes tratados com
inibidores da monoaminoxidase, com exceção da selegilina em doses de até 10 mg/dia. O
tratamento com citalopram pode ser instituído 14 dias após a descontinuação de IMAOs não
seletivos e um mínimo de um dia após descontinuação da moclobemida. O tratamento com
IMAO pode ser introduzido 7 dias após a descontinuação do citalopram.
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Prolongamento do intervalo QT
Não foram efetuados estudos de interação farmacocinéticos ou farmacodinâmicos entre o
citalopram e outros medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT, mas não pode
ser excluído um efeito aditivo. Deste modo, a administração concomitante de citalopram e
medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT, como antiarrítmicos das classes IA e
III, antipsicóticos (ex.: derivados das fenotiazinas, pimozida, haloperidol), antidepressivos
tricíclicos, alguns agentes antimicrobianos (esparfloxacina, moxifloxacina, eritromicina IV,
pentamidina, antimaláricos com especial atenção para a halofantrina), alguns antihistamínicos (astemizol, mizolastina), entre outros, está contraindicada.
Precauções para utilização:
A biotransformação de citalopram em desmetilcitalopram é mediada pelas isoenzimas do
sistema citocromo P450 CYP2C19 (aproximadamente 60%), CYP3A4 (aproximadamente
30%) e CYP2D6 (aproximadamente 10%). O citalopram e o desmetilcitalopram são
inibidores negligenciáveis do CYP2C9, CYP2E1 e CYP3A4, e são somente inibidores fracos
do CYP1A2, CYP2C19 e CYP2D6, quando comparados com outros ISRSs estabelecidos
como inibidores significativos. Em consequência, o citalopram em doses terapêuticas não vai
previsivelmente inibir o metabolismo de fármacos mediado pelo citocromo P450.
Álcool
A administração de citalopram e álcool não é aconselhável. No entanto, os estudos clínicos
não revelam nenhuma interação farmacodinâmica ou farmacocinética quando o citalopram é
administrado simultaneamente com álcool.
Fármacos serotoninérgicos
A coadministração de citalopram com fármacos serotoninérgicos (por ex., sumatriptano,
tramadol) pode potenciar os efeitos associados aos recetores 5-HT. Não pode ser excluída
uma interação farmacodinâmica, pelo que se recomenda precaução na coadministração.
Lítio e triptofano
Não existe qualquer interação farmacocinética entre o lítio e o citalopram. No entanto, foram
relatados casos de potenciação de efeitos quando os ISRS foram administrados
concomitantemente com lítio e com triptofano. Recomenda-se precaução no tratamento com
estes fármacos e citalopram.
Metoprolol
Um estudo de interação farmacocinética/farmacodinâmica com a administração concomitante
de citalopram e metoprolol revelou uma duplicação das concentrações de metoprolol, embora
o seu efeito na pressão sanguínea e batimento cardíaco, em voluntários saudáveis, não tenha
aumentado de forma estatisticamente significativa.
Cimetidina
A cimetidina (um potente inibidor do CYP 2D6, 3A4 e 1A2) causou um aumento moderado
dos níveis médios de citalopram em steady state. É recomendada precaução quando se
administra citalopram em associações com cimetidina. Pode ser necessário um ajuste da dose.
Fármacos que prolongam o intervalo QT
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É necessária precaução para a utilização concomitante de fármacos que prolonguem o
intervalo QT ou fármacos que induzem hipocaliemia/hipomagnesemia uma vez que estes, tal
como o citalopram, também prolongam o intervalo QT.
Fármacos que reduzem o limiar das convulsões
Os ISRSs podem reduzir o limiar das convulsões. Aconselha-se precaução na utilização
concomitante com outros fármacos que possam também eles reduzir o limiar das convulsões
(ex. antidepressivos (tricíclicos, ISRSs), neurolépticos (fenotiazinas, tioxantenos e
butiroferonas), mefloquina, bupropiona e tramadol).
Selegilina
Um estudo de interação farmacocinética/farmacodinâmica com a administração concomitante
de citalopram (20 mg/dia) e selegilina (10 mg/dia) (inibidor seletivo da MAO-B) demonstrou
não haver interações clínicas relevantes.
TEC (terapia electroconvulsiva)
Não existem estudos clínicos que estabeleçam os riscos ou benefícios da utilização
combinada de terapêutica electroconvulsiva (TEC) e citalopram.
Aumento de risco de hemorragia na administração concomitante de bromidrato de citalopram
com anticoagulantes, fármacos com efeito na coagulação plaquetária (ex. anti-inflamatórios
não esteroides (AINEs), ácido acetilsalicílico e ticlopidina) ou outros fármacos que possam
aumentar o risco de hemorragia (ver secção 4.4).
Ter em consideração
Estudos de interação farmacocinética revelaram que durante o tratamento com citalopram só
foi indicada uma pequena inibição da oxigenase esparteína (CYP2D6), enquanto a oxigenase
de mefenitoína (CYP2C19) não foi influenciada pelo tratamento com citalopram.
Levopromazina e imipramina
Estudos de interação farmacocinética foram efetuados com a levomepromazina (protótipo de
fenotiazinas) e a imipramina (protótipo de antidepressivo tricíclico). Não foram encontradas
interações farmacocinéticas de importância clínica.
Varfarina
Um estudo de interação da varfarina e citalopram revelou que é pouco provável que o
citalopram tenha algum efeito na farmacocinética e farmacodinâmica da varfarina.
Digoxina
Num estudo de interação farmacocinética o citalopram não originou quaisquer alterações na
farmacocinética da digoxina.
Carbamazepina
Um estudo de interação multidose de carbamazepina e citalopram revelou que é pouco
provável que o citalopram tenha algum efeito na farmacocinética da carbamazepina e no seu
metabolito carbamazepina-epóxido.
Clozapina
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INFARMED
O citalopram não origina alterações significativas nos níveis plasmáticos de clozapina durante
a coadministração.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Existem dados limitados relativamente ao uso de citalopram em mulheres grávidas. Estudos
efetuados em ratos revelaram efeitos teratogénicos com doses elevadas que provocaram
toxicidade materna (ver secção 5.3). O risco potencial para o ser humano é desconhecido.
Citalopram só deve ser utilizado durante a gravidez se for considerado claramente necessário.
Foram descritos casos de sintomas de privação em recém-nascidos após utilização de ISRSs
no final da gravidez. Os neonatos deverão ser observados se a utilização de citalopram pela
mãe se prolongar por estádios mais tardios da gravidez. Durante a gravidez deverá evitar-se a
descontinuação brusca de citalopram.
Os seguintes sintomas podem ocorrer nos neonatos após utilização pela mãe de ISRS/IRNS
em estádios mais tardios da gravidez: perturbações respiratórias, cianose, apneia, convulsões,
instabilidade da temperatura, dificuldades na alimentação, vómitos, hipoglicemia, hipertonia,
hipotonia, hiper-reflexia, tremores, nervosismo, irritabilidade, letargia, choro contínuo,
sonolência e dificuldade em dormir. Estes efeitos podem ser devidos a efeitos
serotoninérgicos ou sintomas de privação. Na maioria das vezes as complicações começam
imediatamente ou logo (< 24 horas) após o parto.
Dados epidemiológicos sugerem que a utilização de inibidores seletivos da recaptação da
serotonina (ISRS) durante a gravidez, em especial na parte final, pode aumentar o risco de
hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido (HPPN). O risco observado foi de
aproximadamente 5 casos por 1 000 gravidezes. Na população em geral ocorrem um a dois
casos de HPPN por 1 000 gravidezes.
Amamentação
Existe informação de excreção de citalopram pelo leite materno, embora se desconheça o
risco para a criança. É recomendada precaução.
Apesar dos dados serem escassos, estima-se que no leite materno seja excretada cerca de 5%
(mg/kg) da dose ingerida.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
O citalopram não afeta a função intelectual, nem o desempenho psicomotor. No entanto, é de
esperar que nos doentes a fazer medicação psicotrópica ocorra alguma diminuição da atenção
geral e concentração, quer devido à doença em si, quer à medicação, ou a ambas,
recomendando-se precaução no que respeita à sua capacidade para conduzir um veículo e
operar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
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INFARMED
Os efeitos adversos observados com citalopram são em geral moderados e transitórios. São
mais frequentes durante a primeira ou segunda semana de tratamento e atenuam-se
subsequentemente.
Ensaios clínicos
Em ensaios em dupla ocultação, controlados com placebo, as reações adversas mais comuns,
associadas à utilização de citalopram (n = 1083), que não foram observadas com igual
incidência em doentes tratados com placebo (n = 486) foram: náuseas, boca seca, sonolência,
aumento da sudorese, tremor, diarreia e alterações da ejaculação. A incidência de cada reação
adversa medicamentosa comparativamente com o placebo é baixa (< 10%).
Em ensaios clínicos comparativos, em dupla ocultação, com antidepressivos tri e tetra-cíclicos
(ATTCs) a incidência de 10 reações adversas foi estatisticamente significativa e superior nos
ATTCs (n = 389) (boca seca, aumento da sudorese, obstipação, tremor, tonturas, sonolência,
acomodação anormal, hipotensão postural, palpitações, alterações do paladar) quando
comparada com o citalopram (n = 682). Para as reações náuseas e alterações da ejaculação a
incidência foi superior e estatisticamente significativa para o citalopram quando comparado
com os ATTCs.
Nos ensaios comparativos versus outros ISRSs não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos.
Reações adversas decorrentes do tratamento e notificadas durante os ensaios clínicos
(n = 3107):
É importante realçar que, embora os eventos notificados tenham ocorrido durante o
tratamento com citalopram, podem não ter sido necessariamente causados por ele.
Muito Frequentes (≥ 1/10)
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Doenças do sistema nervoso
Perturbações do foro psiquiátrico
Doenças gastrointestinais
Perturbações gerais e alterações no local de
administração
Frequentes (≥ 1/100, < 1/10)
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Afeções musculoesqueléticas e dos tecidos
conjuntivos
Doenças do sistema nervoso
Afeções oculares
Perturbações do foro psiquiátrico
Aumento da sudorese (13%)
Cefaleias (21%), tremor (12%)
Sonolência (17%), insónia (16%)
Boca seca (20%), náuseas (20%), obstipação
(11%)
Astenia (11%)
Rash (3,4%), prurido (1,8%)
Mialgia (1,1%)
Tonturas (8%), parestesias (3,8%),
perturbações extrapiramidais (2,8%),
alterações do paladar (1,2%)
Visão anormal
Nervosismo (6%), ansiedade (5%),
concentração diminuída (5%), agitação
(4,8%), sonhos anormais (3,6%), diminuição
da libido (3,0%), apatia (2,3%), anorexia
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INFARMED
Doenças gastrointestinais
Doenças do metabolismo e da nutrição
Vasculopatias
Doenças cardíacas
Doenças respiratórias, torácicas e do
mediastino
Doenças renais e urinárias
Doenças dos órgãos genitais e da mama
Perturbações gerais e alterações no local de
administração
Pouco Frequentes (≥ 1/1000, < 1/10)
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Doenças do sistema nervoso
Afeções do ouvido e do labirinto
Perturbações do foro psiquiátrico
Afeções hepáticas
Doenças cardíacas
Doenças respiratórias, torácicas e do
mediastino
Doenças dos órgãos genitais e da mama
Perturbações gerais e alterações no local de
administração
(2,2%), confusão (1,1%), bocejar (1,0%)
Diarreia (8%), vómitos (3,9%), dor
abdominal (2,9%), dispepsia (2,7%),
aumento da salivação (1,2%), flatulência
(1,0%)
Diminuição de peso (4,2%), aumento de peso
(3,5%)
Hipotensão postural (5%)
Palpitações (5%), taquicardia (3,4%)
Rinite (2,1%)
Perturbações da micção (7%)
Homens: perturbações da ejaculação (4,9%),
impotência (3,1%)
Mulheres: perturbações menstruais (3,3%)
Síndrome febril (2,3%), fadiga (2,1%)
Reações de fotossensibilidade (0,4%)
Convulsões (0,1%)
Tinitus (0,4%)
Euforia (0,9%), reação agressiva (0,5%)
Aumento enzimas hepáticas (0,6%)
Bradicardia (0,5%)
Tosse (0,7%), dispneia (0,5%)
Mulheres: anorgasmia feminina (0,9%)
Reação alérgica (0,2%), síncope (0,1%)
Raros (≥ 1/10000, < 1/1000): Agitação psicomotora/acatisia (ver secção 4.4)
Frequência desconhecida (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)
Perturbações do foro psiquiátrico
Ideação/comportamento suicida
Doenças cardíacas
Arritmias ventriculares incluindo torsades de
pointes
Foram notificados casos de prolongamento do intervalo QT e arritmia ventricular, incluindo
torsades de pointes, maioritariamente em doentes do sexo feminino, doentes com
hipocaliemia ou doentes com prolongamento pré-existente do intervalo QT ou outras doenças
cardíacas (ver secções 4.3, 4.4, 4.5, 4.9 e 5.1).
Foram notificados casos de ideação/comportamento suicida durante o tratamento com
citalopram ou imediatamente após a sua descontinuação (ver secção 4.4).
Efeitos de classe
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31-01-2012
INFARMED
Dados epidemiológicos, sobretudo de estudos conduzidos em doentes com idade igual ou
acima de 50 anos, evidenciam um risco aumentado de fraturas ósseas em doentes a tomar
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e antidepressivos tricíclicos. O
mecanismo subjacente a este risco é ainda desconhecido.
Sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento com ISRS
A interrupção de ISRS/INRS (especialmente quando é feita de forma abrupta) está
frequentemente associada a sintomas de privação. Foram notificadas tonturas, alterações
sensoriais (incluindo parestesias e sensação de choques elétricos), perturbações do sono
(incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor,
confusão, sudação, cefaleias, diarreia, palpitações, instabilidade emocional, irritabilidade e
distúrbios visuais. Geralmente estes sintomas são de intensidade ligeira a moderada e são
autolimitados, contudo em alguns doentes podem ser graves e/ou prolongados. É aconselhável
que, quando o tratamento com citlopram deixar de ser necessário, se proceda à sua
descontinuação de forma gradual através da titulação de doses (ver secção 4.2 e secção 4.4).
Tal como em outros ISRSs, foram notificados durante o tratamento com citalopram alguns
casos de hiponatremia. Eram todos doentes idosos e maioritariamente mulheres.
Ocorreram muito poucos casos de síndrome serotoninérgica; em cerca de metade deles,
suspeitou-se de interação com lítio.
Foram notificados casos raros de manifestações hemorrágicas, tais como equimoses,
hemorragias ginecológicas, gastrointestinais e outras hemorragias cutâneas ou das mucosas.
4.9 Sobredosagem
O citalopram é administrado a doentes com risco potencial de suicídio, tendo sido recebidas
algumas notificações de tentativa de suicídio. Faltam com alguma frequência detalhes no que
respeita à dose ou combinações com outros fármacos e/ou álcool.
Sintomas
Sonolência, coma, letargia, convulsões, alterações ao nível ECG (ex. prolongamento do
intervalo QT), arritmia auricular e ventricular, náuseas, vómitos, transpiração, cianose,
hiperventilação. As características da síndrome de serotonina podem ocorrer, principalmente
quando outros fármacos são coingeridos.
Tratamento
Não se conhece antídoto específico para o citalopram. O tratamento deve ser sintomático e de
suporte. Deve considerar-se a administração de carvão ativado, um laxante osmótico (tal
como sulfato de sódio) e uma lavagem gástrica. Se o doente ficar inconsciente deve ser
entubado. É aconselhável efetuar-se um ECG em caso de sobredosagem em doentes com
insuficiência cardíaca congestiva e/ou bradiarritmias, em doentes a fazer tratamento
concomitante com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT, ou em doentes
com metabolismo alterado, como por exemplo em caso de disfunção hepática. As convulsões
podem ser tratadas com diazepam. Complexos QRS muito alargados podem ser normalizados
pela perfusão de cloreto de sódio hipertónico.
Um doente adulto sobreviveu a uma intoxicação de 5200 mg de citalopram.
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5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.9.3 – Sistema Nervoso Central. Psicofármacos. Antidepressores.
Código ATC: N06AB04
Estudos bioquímicos e do comportamento revelaram que o citalopram é um inibidor potente
da recaptação da serotonina (5-HT). A tolerância à inibição de 5-HT não é induzida pelo
tratamento a longo prazo com citalopram.
O citalopram é o Inibidor Seletivo da Recaptação da Serotonina (ISRS) mais seletivo que se
encontra descrito, sem, ou com efeito mínimo, na recaptação da noradrenalina (NA),
dopamina (DA) e ácido gama-amino-butírico (GABA).
Em contraste com muitos antidepressivos tricíclicos e alguns dos novos ISRS, o citalopram
não tem, ou tem muito pouca, afinidade para as séries de recetores incluindo os recetores 5HT1, 5-HT2, DA D1 e D2, adrenorrecetores α1, α2 e β, recetores histamina H1, recetores
muscarínicos colinérgicos, recetores da benzodiazepina e opiáceos. Uma série de testes
funcionais in vitro em órgãos isolados, bem como testes funcionais in vivo confirmaram a
falta de afinidade para estes recetores. Esta ausência de efeito nos recetores poderá explicar
porque razão o citalopram produz menos efeitos secundários tradicionais tais como boca seca,
distúrbios da bexiga e do intestino grosso, visão turva, sedação, cardiotoxicidade e hipotensão
ortostática.
A supressão do sono REM (Rapid Eye Movement) é considerada como um indicador de
atividade antidepressiva. Tal como os antidepressivos tricíclicos, outros ISRS e IMAOs, o
citalopram suprime o sono REM e aumenta o sono profundo de ondas lentas.
Apesar do citalopram não se ligar a recetores opiáceos, ele potencia o efeito antinociceptivo
dos analgésicos opiáceos normalmente utilizados.
Os metabolitos principais do citalopram são todos ISRSs, embora os seus ratios de potência e
seletividade sejam inferiores aos do citalopram. No entanto, os ratios de seletividade dos
metabolitos são superiores a muitos dos novos ISRS. Os metabolitos não contribuem para o
efeito antidepressivo geral.
O citalopram em seres humanos não afeta as funções cognitivas (função intelectual) nem o
desempenho psicomotor, e não apresenta quaisquer propriedades sedativas, quer isolado, quer
em combinação com álcool.
O citalopram não reduziu a produção de saliva num estudo de dose única em voluntários
humanos, e em nenhum dos estudos realizados em voluntários sãos apresentou uma influência
significativa nos parâmetros cardiovasculares. O citalopram não apresentou efeitos nos níveis
séricos de hormona do crescimento. O citalopram, tal como outros ISRSs, pode aumentar os
níveis plasmáticos de prolactina, como efeito secundário da estimulação de prolactina pela
serotonina, não revelando qualquer importância clínica.
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Os resultados de um estudo controlado por placebo, com dupla ocultação, levado a cabo em
indivíduos saudáveis, evidenciaram uma alteração do intervalo QTc de base (correção de
Fredericia) de 7,5 mseg (90% IC 5,9-9,1 mseg) com uma dose diária de 20 mg e de 16,7 mseg
(90% IC 15,0-18,4 mseg) com a dose diária de 60 mg (ver secções 4.3, 4.4, 4.5, 4.8 e 4.9).
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção: a absorção é quase completa e independente da ingestão de alimentos (Tmax
médio de 3 horas). A biodisponibilidade oral é de cerca de 80%.
Distribuição: o volume aparente de distribuição (Vd)β é de cerca de 12 a 17 l/kg. A ligação às
proteínas plasmáticas é inferior a 80% para o citalopram e para os seus metabolitos principais.
Biotransformação: o citalopram é metabolizado a desmetilcitalopram, didesmetilcitalopram,
N-óxido-citalopram ativos e a um metabolito inativo derivado do ácido propiónico
desaminado. Todos os metabolitos ativos são também ISRSs, embora mais fracos que o
composto inicial. O citalopram inalterado é o composto mais frequente no plasma. As
concentrações de desmetilcitalopram e didesmetilcitalopram são normalmente 30-50% a 510% da concentração de citalopram, respetivamente. A biotransformação de citalopram a
desmetilcitalopram é mediada pelo CYP2C19 (aproximadamente 60%), CYP3A4
(aproximadamente 30%) e CYP2D6 (aproximadamente 10%).
Eliminação: o tempo de semivida de eliminação (T1/2β) é cerca de um dia e meio, sendo a
depuração sistémica plasmática de citalopram (Cls) cerca de 0,3-0,4 l/min e a depuração
plasmática oral (Cloral) cerca de 0,4 l/min.
O citalopram é principalmente excretado pelo fígado (85%), sendo o restante (15%) excretado
pelos rins; 12-23% da dose diária é excretada na urina como citalopram inalterado. A
depuração hepática (residual) é de cerca de 0,3 l/min e a depuração renal de cerca de 0,050,08 l/min.
Linearidade: A cinética é linear. Os níveis plasmáticos no estado estacionário são atingidos
após 1 a 2 semanas. As concentrações médias de 300 nmol/l (165-405 nmol/l) são atingidas
com uma dose diária de 40 mg. Não existe uma relação clara entre os níveis plasmáticos de
citalopram e a resposta terapêutica ou efeitos secundários.
Farmacocinética em grupos especiais de doentes
Doentes idosos (> 65 anos): Foi demonstrado em doentes idosos que estes apresentam tempos
de semivida superiores (1,5 a 3,75 dias) e valores diminuídos de depuração (0,08-0,3 l/min)
devido a valores inferiores de metabolismo. Os valores no estado estacionário nos doentes
idosos foram cerca de duas vezes superiores aos dos doentes mais novos tratados com a
mesma dose.
Doentes com alteração da função hepática: O citalopram é eliminado mais lentamente em
doentes com a função hepática diminuída. Nesta situação, para uma determinada dose
administrada, o tempo de semivida do citalopram é cerca de duas vezes superior, e a sua
concentração no estado estacionário será cerca de duas vezes superior à dos doentes com
função hepática normal.
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INFARMED
Doentes com alteração da função renal: O citalopram é eliminado mais lentamente em
doentes com uma insuficiência ligeira a moderada da função renal, sem qualquer impacto
importante na farmacocinética de citalopram. Neste momento não existe informação
disponível no tratamento de doentes com insuficiência renal grave (depuração de creatinina
< 20 ml/min).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Toxicidade aguda
O citalopram apresenta baixa toxicidade aguda.
Toxicidade crónica
Em estudos de toxicidade crónica não foram encontrados dados preocupantes para o uso
terapêutico de citalopram.
Estudos de reprodução
Com base nos dados de estudos de toxicidade de reprodução (segmento I, II e III),
aparentemente não existem motivos para precauções especiais na utilização de citalopram em
mulheres em idade fértil. O citalopram é excretado no leite em concentrações baixas.
Estudos de embriotoxicidade em ratos, com doses de 56 mg/kg/dia que causam toxicidade
materna, revelaram anomalias ósseas na região da coluna vertebral e costelas. O nível
plasmático materno era de 2-3 vezes a concentração terapêutica no homem. Em ratos, o
citalopram não apresentou nenhum efeito na fertilidade, gravidez e desenvolvimento pósnatal, embora tenha diminuído o peso das crias à nascença. O citalopram e os seus
metabolitos atingem concentrações fetais 10-15 vezes superiores aos níveis plasmáticos
maternos.
A experiência clínica em mulheres grávidas e durante o aleitamento é limitada.
Potencial mutagénico e carcinogénico
O citalopram não apresenta potencial mutagénico e carcinogénico.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo:
Manitol (E421)
Celulose microcristalina
Sílica coloidal anidra
Estearato de magnésio
Revestimento:
Hipromelose
Dióxido de titânio (E171) (Cl 77891)
Macrogol 6000
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6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
4 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens de 10, 30 ou 60 comprimidos revestidos por película, acondicionados em blisters
de PVC/PVDC e folha de alumínio termossoldados.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Genedec – Medicamentos Genéricos, Lda.
Rua Sebastião e Silva, n.º 56
2745-838 Massamá
Telefone: 21 4389160
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 5449392 - 10 comprimidos revestidos por película, 10 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5449491 - 30 comprimidos revestidos por película, 10 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5449590 - 60 comprimidos revestidos por película, 10 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5449699 - 10 comprimidos revestidos por película, 20 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5449798 - 30 comprimidos revestidos por película, 20 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5449897 - 60 comprimidos revestidos por película, 20 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
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Nº de registo: 5449996 - 10 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5450093 - 30 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
Nº de registo: 5450192 - 60 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PVDC - Alumínio
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 6 de junho de 2005
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
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