O Verdadeiro Culto a Deus Texto: Mq 6:3- 8; Ml 1:6-14 Semana após semana nos arrumamos para vir a igreja. Falamos constantemente sobre a necessidade de vir aos cultos; sentimos falta de pessoas no culto; reclamamos sua ausência tentando-as convencer da necessidade de estarem no culto. E na maioria das vezes fazemos todo esforço para estarmos no culto sem ao menos refletir no motivo real de todo o nosso esforço. Alguns, com uma mentalidade católica romana, acreditam que com isso estão ganhando pontos com Deus, que, como pensam alguns, ficou muito satisfeito comigo pelo simples fato de eu ter vindo ao culto. (embora eu tenha dormido a maioria do tempo; ficado de fora outro tempo; conversado outro tempo; viajado nas asas das minhas necessidade outro tempo... a por ai vai.) Existe duas coisas primárias e essenciais na vida daquele que quer apresentar um verdadeiro culto. 1- Entender o que significa “culto”; ou “cultuar.” 2- Saber a quem estamos cultuando. Vamos começar com a definição de “culto”- “forma pelo qual se presta homenagem a uma divindade; amor intenso; adoração. Ao passo que “ cultuar”- “adorar.” Eu gosto de trazer os significados para que você entenda que o que vamos refletir hoje não é de opinião pessoal minha, mas o resultado de um estudo equilibrado, através das Escrituras Sagradas. A outra coisa que precisamos saber é a quem estamos cultuando. Em quem pensamos prestar uma homenagem? Em quem pensamos agradar? Cultuar não é atividade religiosa. Em Mq 6, o povo está cheio de atividades religiosas, mas sem vida, sem paixão. Estão oferecendo uma atividade, mas não estão cultuando. Estão apresentando uma atividade enquanto estão enfadados de Deus. Não é oferecer sacrifico. Mq 6:6,7. Quando Deus os acusa de prestar um culto sem vida, eles perguntam: “que o Senhor quer mais? Quantos holocaustos o Senhor quer? Diga, e nós apresentaremos!” A resposta de Deus é inesperada: Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus? Miquéias 6:8 1 Nenhum ato de justiça, nenhum sacrifício ou qualquer outra coisa pode ser oferecida como um culto a Deus, se nós não andamos com Deus. O povo de Deus é convidado a adorar a Deus, cultuar a Deus com a motivação certa e com a vida certa. Do contrário, os meios com o qual podemos prestar um culto a Deus podem se tornar meios de não cultuar a Deus. No entanto, como disse um escritor moderno: “em nossos dias a adoração verdadeira está ficando cada vez mais rara, pois o culto deixou de ser cristocêntrico e está cada vez mais humanizado.” Mas infelizmente essa não é uma questão apenas dos nossos dias. Em toda a história da humanidade o homem que foi criado para ser um adorador, para glorificar a Deus e cultuá-lo, tem deturpado o verdadeiro culto a Deus. Malaquias é último profeta do Antigo Testamento antes que a voz da profecia se cale num silêncio de quatrocentos 400 anos. E o que diz esse último mensageiro? Qual é a mensagem final? Qual é a palavra de despedida? Malaquias faz uma urgente e apaixonada convocação ao povo de Deus para arrepender-se e voltar-se para o Senhor. ( nunca houve um avivamento sem o povo de Deus confessar seus pecados e se arrependerem) Na verdade, a mensagem de Malaquias é uma denúncia contra o pecado e o formalismo. Os tempos mudaram, mas o coração do homem não. Os problemas que a igreja contemporânea enfrenta são praticamente os mesmos. Daí, a mensagem de Malaquias ser atualíssima e oportuna para a igreja hoje. Nesses versículos, Malaquias apresenta ao povo a insatisfação de Deus em relação ao culto que eles apresentavam. O povo dizia honrar a Deus, mas não tinham qualquer respeito pelas suas leis. Diziam amar a Deus, mas não expressavam nenhuma gratidão por tudo que Ele tinha feito por eles. Diziam cultuar a Deus, mas profanavam o templo com os seus pecados. O objetivo principal do homem é glorificar a Deus. Por isso, o culto é a essência da vida cristã. Adoração vem antes de missão, pois Deus vem antes do homem. Exatamente o culto foi deturpado e Deus desonrado. Um culto onde as necessidades das pessoas estão acima da adoração, não agrada a Deus. 2 O povo era mais articulado na bajulação aos homens públicos do que na adoração a Deus. Eles não tinham coragem de ofertar ao governador o que estavam trazendo para a Casa de Deus. Eles honravam mais aos homens do que a Deus. Às vezes, ainda hoje, temos mais reverência diante dos homens do que diante de Deus: no falar, no vestir, no agir, na postura. O principal alvo do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nEle eternamente. Para essa finalidade fomos criados. Para isso Jesus morreu e ressuscitou. À medida que o culto concentra-se no homem, em vez de Deus, suscita-se a noção falsa de que Deus é um simples espectador que acompanha nossa atividade, como um avô que se diverte com as brincadeiras de seus netos. Se vamos cultuar a Deus, Ele exige como deve ser adorado. 1- CULTUAR A DEUS EXIGE ADORAÇÃO VERDADEIRA E SINCERIDADE DE CORAÇÃO O que é então a verdadeira adoração? 1- Adorar Significa Render-se E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos...Malaquias 1:6 Exige rendição. Entrega da nossa vontade... do nosso eu. O N. T. destaca a palavra "adorar" (proskuneō e suas cognatas - 58 vezes), entre cinco mil termos relacionados com o culto. Originalmente significava "beijar". Esse termo significa: "Reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade; colocome à sua inteira disposição". É inútil é o culto que desconhece Aquele a quem devemos submissão e lealdade. Indiferente aos Seus mandamentos, nossa adoração não terá sentido; será uma falsa adoração, mesmo que os atos sejam perfeitos e bons. . 2- Adorar Requer Atos de Reverência Adoração requer uma reverente preocupação com o que agrada a Deus. Sem o incentivo do amor por Deus, o culto não passa de palha, pura "casca", isento de qualquer valor. “Cultuar a Deus exige temor ao seu nome” A essência da adoração cristã é mais ou menos definida em Hb 12.28s., como um modo de vida que agrada a Deus e que é sustentado tanto por gratidão como por um sério sentimento de responsabilidade. 3 Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; Hebreus 12:28 Se nossa adoração não incentiva os membros da comunidade cristã a reconhecerem a dignidade de Deus e do Cordeiro (Ap 5.9,12), ela falha em principio A Velha Aliança, apresentada ao Povo Eleito pela mediação de Moisés, frisou o temor de Deus (cf. Hb 12,18-21). A Nova Aliança não anula o princípio de reverência (cf.2 Co 7.1; 1 Pe 1.17). andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, 1 Pedro 1:17 3- Adorar Significa Servir Hebreus diz que somente os que "têm graça" (Hb.12.28) podem agradar a Deus pelo seu "serviço", oferecendo culto com reverência e santo temor. "serviço religioso", para descrever o corpo entregue a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12.1). 2- CULTUAR A DEUS EXIGE VIDA PESSOAL E MORAL RETA. Ofereceis sobre o meu altar pão imundo . Malaquias 1:7 O povo tinha se corrompido doutrinária e moralmente. Eles faziam o contrário do que a Bíblia ensinava. A teologia estava divorciada da vida: chamavam Deus de Pai e Senhor, mas não O honravam nem O respeitavam como tal. Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre. Salmos 93:5 As falsas doutrinas começam nos seminários, descem aos púlpitos e daí matam as igrejas. O desvio da teologia desemboca no desvio moral: O liberalismo, o sincretismo e a ortodoxia morta desembocam em vida relaxada! Os ritos sagrados sem santidade de vida são insuficientes para apresentar um verdadeiro culto a Deus. Para alguns, isso se torna um “álibe” da desobediência, pois oferecem para ocultar seus pecados. Fazem a coisa certa de maneira errada e com a motivação errada. 3- CULTUAR A DEUS EXIGE OBEDIÊNCIA. O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Lc 6:46 4 Adorar implica em peneirar nossos valores. Em nosso mundo evangélico, repleto de reuniões, estudos bíblicos, bons livros, música sacra, mensagens, conferências, retiros, deveria se esperar que os cristãos refletissem o efeito destas atividades em vidas caracterizadas pela santidade. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Gl 6:7 Deus não se engana. Nem conseguiremos enganá-lo com as nossas atividades religiosas. Elas não ocultam nosso pecado, nem disfarça a nossa impureza. Deus requer obediência e não sacrifícios. Impedimentos a Adoraçao Verdadeira 1- O Obstáculo da Rotina E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! Malaquias 1:13 Com muita facilidade a rotina pode caracterizar os cultos. Aquilo que atraía e empolgava no início da vida cristã passa a ser um hábito irrefletido, um caminho percorrido automaticamente, de maneira que a sua utilidade se perde. E Deus pergunta: “com que eu te enfadei?” Mq 6:3 "A minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer" (Is 1.14). Quem se acostuma com Deus será condenado a causar-Lhe cansaço. Para que a adoração mantenha a sua legitimidade, o adorador precisa estar disposto a pensar, a mudar os hábitos estéreis, e revitalizar o "resto que estava para morrer" (Ap 3.2). 2- O Mundanismo No seu sentido mais abrangente, quer dizer tudo que compõe a vida independente de Deus. Podem ser os prazeres pessoas, coisas, lugares, planos, desejos e pensamentos. Trata-se daquele "mundo" que Deus nos proíbe de amar, porque seria um amor incomparável ao "amor do Pai" (1 Jo 2.15) Torna-se claro que o mundo estimula o desejo de possuir, dominar e impressionar. Mas, a soberba e a adoração são tão contrárias entre si como são o Espírito e a carne (Gl 5.17). Orgulhar-se da aparência, da voz com que se canta louvores, da mensagem ou da eloqüência, através da qual se pretende transmitir a palavra viva de Deus, é um sentimento indigno de todo culto oferecido a Deus. Basta dizer que tudo o que chama atenção a si mesmo, seja na área de arquitetura ou no pastorado, exala um cheiro forte de mundanismo 5 Quando prestamos culto genuíno ao Senhor, declaramos nosso desprendimento do mundo. 3- O Desinteresse e a Ingratidão Entretenimento e diversão tornaram-se gêmeos bem-vindos aos lares não só dos nãocristãos, mas dos cristãos também. E a maioria de nós perdemos o desinteresse pelos valores eternos. Divertimento não deve ser confundido com adoração, a não ser que Deus seja o personagem central, dominante e transformador. O segredo é procurar cortar o que desvia a atenção e esfria a alegria no Senhor. Tudo o que Deus quer para Seus filhos é bom, não podre. 4- A Preguiça e a Negligência "Antes que venham os dias maus... nos quais dirás: Não tenho neles prazer" (Ec 12.1). A desgraça de muitas igrejas é evidente. Há mais zelo entre comunistas ateus e mais fanatismo entre adeptos de seitas heréticas do que entre os membros do Corpo vivo de Cristo. Quem não tem zelo também não tem o amor de Deus. A vida cristã não consiste apenas em esperar a última trombeta ou morrer. A negligência no culto que devemos oferecer não danifica a comunhão apenas para o indivíduo ocioso. Isto afeta negativamente a todos. Os novos aprendem dos mais velhos, que "não faz mal chegar tarde, abandonar o culto de oração, ou dar uma escapadela no fim de semana". "A adoração transforma o adorador na imagem do deus diante do qual ele se curva". Esta conseqüência precisa ser cuidadosamente focalizada. Se alguém fizer do dinheiro o seu deus, logo essa pessoa se tornará um ganancioso insaciável e desprezará as pessoas, a Deus em nome do lucro. Se alguém fizer do seu bem estar o seu deus, ela facilmente trocará o culto por uma praia, um shopping, uma diversão qualquer. A Bíblia será substituída por livros de beleza, autoajuda e bem estar. Tudo que ela tem empregará em coisas que para ela lhe trarão satisfação e não demora muito para se tornar fútil. "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro.”Mt 6:24 Pois mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra, ( como de fato há muitos "deuses" e muitos "senhores" ), para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos. 1 Coríntios 8:5,6 6 Qualquer que seja o deus que cultuamos, dele aprenderemos como viver. A maneira como uma igreja adora reflete a teologia da comunidade. Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante dAquele que se encontra assentado no trono. Adorarão ao que vive... proclamando: "Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder..." (Ap 4.11). 7