Análise de Séries Temporais de Pacientes com HIV/AIDS Internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), da Região Metropolitana de Belém, Estado do Pará Gilzibene Marques da Silva ¹ Adrilayne dos Reis Araújo ² Galafre Guttemberg da Costa Filho ¹ ¹ Curso de pós Graduação Lato Sensu em Bioestatística ² Instituto de Ciências Exatas e Naturais Universidade Federal do Pará, Belém, Brasil Resumo Este estudo tem como objetivo comparar os modelos de Holt-Winters e decomposição aditivo e multiplicativo e verificar qual deles se adequou melhor aos dados. Para tanto utilizou-se a técnica estatística denominada Análise de Séries Temporais. O trabalho apresentará uma abordagem dos pacientes com HIV do Hospital Universitário João de Barros Barreto, uma contextualização e conceitos da análise de séries temporais, suas principais características. Após aplicação dos modelos automáticos de séries temporais, o modelo que melhor se ajustou a série, foi o de decomposição sazonal aditivo com um erro percentual absoluto médio de 19,83%. Palavras-chave: Análise de Séries Temporais; HIV; AIDS; HUJBB. 1. Introdução No Final da década de 80 e início dos anos 90 a epidemia de AIDS assume um perfil diferente daquele de sua descoberta, no qual a maioria dos casos ocorriam por transmissão sexual, especialmente entre homossexuais do gênero masculino e por transmissão sanguínea, na maioria das vezes por transfusão de sangue e hemoderivados e uso de drogas injetáveis. A epidemia do vírus HIV completou no ano 2000, vinte anos. Segundo Rouquayrol (2003) e inúmeras pesquisas realizadas, revelam que a transmissão heterossexual passou a ser a principal via de transmissão do HIV, a qual vem apresentando maior tendência de crescimento em anos recentes, acompanhada de expressiva participação das mulheres na dinâmica da epidemia e de um importante percentual de casos por transmissão materno-infantil. Observa-se, ainda, nos últimos anos, uma constante transformação que atinge, principalmente, segmentos populacionais de classes menos favorecidas. Essa transformação vem em um desigual processo de interiorização, com maiores ritmos de crescimento em municípios pequenos, com menos de 50 mil habitantes. Além disso, vale ressaltar que hoje o HIV está chegando à cidades onde sua presença ainda não havia sido registrada. Haja vista que a pauperização da epidemia, que tendo início nos estratos sociais de maior instrução, atualmente cresce entre as pessoas de menor grau de escolaridade. 2. Metodologia 2.1. A Técnica Estatística Análise de Séries Temporais A técnica estatística Análise de Séries Temporais possui basicamente dois enfoques utilizados, sendo que em ambos, o objetivo é construir modelos para as séries de dados. A análise é feita no domínio do tempo e os modelos podem ser paramétricos e não-paramétricos. Esses incluem a descrição e entendimento do mecanismo gerador da série, a previsão de valores futuros e o controle ótimo de um sistema. Em séries temporais a ordem dos dados é crucial, diferente por exemplo, dos modelos de regressão que a ordem das observações é irrelevante para a análise. 2.1.1. Objetivos da Análise de Séries Temporais Segundo Morettin e Toloi (2004) uma série temporal Z ( t1 ), K , Z ( t n ) observada nos instantes t1 , K , t n , pode ser utilizada para • Investigar o mecanismo gerador da série temporal; • Fazer previsões de valores futuros da série; sendo que as previsões podem ser a curto e longo prazo; • Descrever apenas o comportamento da série, neste caso a construção de histogramas e diagramas de dispersão, entre outros, podem ser ferramentas úteis; • Verificar a existência de tendências, ciclos e variações sazonais; • Procurar periodicidades relevantes nos dados; neste caso, a análise espectral, pode ser de grande utilidade. 2.1.2. Estacionariedade Para Morettin e Toloi (2004) uma série é estacionária quando se desenvolve no tempo aleatoriamente em torno de uma média constante, refletindo alguma forma de equilíbrio estável. Porém, na prática a maioria das séries apresentam alguma forma de não-estacionariedade. 2.1.3. Teste de Normalidade O Teste de normalidade é utilizado para observar o comportamento da série de dados em estudo, ou seja, determina se os dados seguem uma distribuição normal. Para isso existem diversos testes e vários métodos, sendo que para esse estudo, particularmente, utilizou-se o gráfico de probabilidade normal e o teste de AndersonDarling. O Teste de Anderson-Darling verifica se a distribuição se ajusta aos dados e para isso a menor estatística tem o melhor ajuste para os dados. Usa-se o nível descritivo calculado a partir da estatística de Anderson-Darling para testar se os dados vêm da distribuição em estudo. A hipótese de nulidade só é rejeitada se o teste fornecer valor inferior ao nível de significância adotado, ou seja, se p < α , os dados não seguem uma distribuição normal. O cálculo é ponderado com pesos maiores na cauda da distribuição. As hipóteses a serem testadas são dadas por H0: Os dados seguem distribuição de probabilidade normal; versus H1: Os dados não seguem distribuição de probabilidade normal, onde a estatística teste para tomada de decisão é dada por n (2i − 1) (2.1) A 2 = −n − ∑ ln[F ( xi ) + ln(1 − F ( x n +1−i ))] n i =1 em que F é a função de distribuição acumulada da distribuição específica, n é o tamanho amostral e xi , i = 1, K , n representam os dados ordenados (Stephens, 1974). 2.1.4. Modelos para Séries Temporais Para Makridakis (1998) uma série temporal é uma sequência de valores de uma variável observada em intervalos de tempo igualmente espaçados. Morettin e Toloi (2004) dizem que os modelos utilizados para descrever séries temporais são processos estocásticos, isto é, processos controlados por leis probabilísticas. 2.1.5. Método de Decomposição Para Morettin e Toloi (2004) um modelo de decomposição consiste em descrever Zt como uma soma de três componentes não-observáveis, (2.2) Z t = T t + St + at , onde Tt e St representam a tendência e a sazonalidade, respectivamente, enquanto at é uma componente aleatória, de média zero e variância constante σ a2 . Neste estudo serão estudados o modelo aditivo Zt = Tt + St + at adequado quando St não depende de Tt e o modelo multiplicativo Zt = Tt . St . at adequado quando as amplitudes sazonais variam com a tendência. 2.1.6 Alisamento Exponencial de Holt-Winters (HW) Para Morettin e Toloi (2004) existem dois tipos de procedimentos, na qual o método de HW considera o fator sazonal Ft como sendo multiplicativo ou como sendo aditivo, cuja utilização depende das características da série considerada. Tais procedimentos são baseados em três equações com constantes de suavização diferentes, que são associadas a cada uma das componentes do padrão da série: nível, tendência e sazonalidade. a) Série Sazonal Multiplicativa Considere uma série sazonal qualquer com período s. A variante mais usual do método de Holt-Winters considera o fator sazonal Ft como sendo multiplicativo, enquanto a tendência permanece aditiva, isto é, Z t = Ft × Tt + at , t = 1,…, N. (2.3) b) Série Sazonal Aditiva O procedimento apresentado não Seção 3.3.7, (Item.a) pode ser modificado para tratar com situações onde o fator sazonal é aditivo com Z t = Ft + Tt + at . (2.4) 2.1.7. Previsões do Modelo de Holt-Winters As previsões dos valores futuros da série para os dois procedimentos são dadas por a) Previsões no Modelo Multiplicativo ∧ _ ∧ _ ∧ ∧ Z t (h) = ( Z t + hT t ) F t + h− s ), h = 1,2..., s, ∧ (2.5) ∧ Z t (h) = (Z t + hT t ) F t + h − 2 s ), h = s + 1,...,2s, (2.6) São feitas as atualizações das previsões quando temos uma nova observação Zt +1 , E assim temos a nova previsão para a observação ∧ Z Z _ ∧ ∧ _ ∧ ∧ Zt+h que será (h − 1) = ( Z t +1 + (h − 1) T t −1 ) F t +1+ h − s , h = 1,2,..., s + 1, t ∧ t (h − 1) = ( Z t +1 + (h − 1) T t −1 ) F t +1+ h −2 s , h = s + 2,...,2 s + 1. (2.7) (2.8) b) Previsões no Modelo Aditivo Nesse modelo as equações são modificadas para ∧ F ∧ Z ∧ t +1 = D( Z t +1 − Z t +1 ) + (1 − D) F t − s , ∧ t +1 _ (2.9) ∧ = A( Z t +1 − F t +1− s ) + (1 − A)( Z t + T t ), (2.10) As atualizações são feitas e a nova previsão para o valor Zt +h será ∧ ∧ _ ∧ Z t (h − 1) = ( Z t +1 + (h − 1)T t −1 ) F t +1+h−s , h = 1,2,..., s + 1, (2.11) e ∧ _ ∧ ∧ Z t +1 (h − 1) = (Z t +1 + (h − 1)T t −1 ) F t +1+ h−2 s , h = s + 2,...,2s + 1. (2.12) 3. Aplicação Nesta parte do artigo apresentam-se os resultados obtidos a partir da aplicação em dados de pacientes portadores do vírus HIV do HUJBB, na Região Metropolitana de Belém, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007, da técnica estatísticas, Análise de Séries Temporais. 3.1. Teste de Normalidade A Figura 3.1 mostra os resultados do teste de normalidade fornecidos pelo método de Anderson-Darling para a série de pacientes que tiveram alta com o diagnóstico de HIV/AIDS onde o nível descritivo é maior que o α adotado de 5%, portanto não se pode rejeitar a hipótese de que os dados seguem uma distribuição normal. 99,9 Mean StDev N AD P-Value 99 95 18,54 6,387 96 0,438 0,289 Percentual 90 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 0,1 0 10 20 30 Pacientes com o diagnóstico de HIV/AIDS 40 Figura 3.1 Gráfico de Probabilidade Normal e Teste de Normalidade de AndersonDarling para a série de pacientes que tiveram alta com o diagnóstico de HIV no HUJBB, no Período de Janeiro de 2000 e Dezembro de 2007, na Região Metropolitana de Belém do Pará. 3.2. Modelo de Decomposição Aditivo Para verificar a existência de características importantes, como tendência, sazonalidade e não-estacionariedade. Fenômenos estes que podem estar presente em todo o período, então plotou-se o gráfico da série em estudo, pois para análise de qualquer série temporal, é essencial que, primeiramente seja feito um gráfico assim como esse na figura 3.2, item (a) que apresenta a série original dos pacientes que tiveram alta com o diagnóstico de HIV/AIDS na região metropolitana de Belém. A fim de obter uma visão geral do seu comportamento, como pode ser observado na mesma a presença de tendência, sazonalidade e não-estacionalidade na série. Continuando, observa-se, que há uma flutuação considerável na série, que pode estar sendo causada por movimentos sazonais. A série apresenta um aumento cada vez mais acentuado, sinalizando a presença da componente tendência. Estes indícios revelam uma nãoestacionariedade na série. Além disso, a Figura 3.2 mostra o gráfico da série após a aplicação do modelo de decomposição aditiva, apresentando o comportamento da série dos pacientes que tiveram alta com o diagnóstico de HIV/AIDS no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. O gráfico (b) mostra a série em estudo sem a componente de tendência, ou seja, os dados aparentemente não ser influenciados pela componente de tendência. O gráfico (c) A série em estudo apresenta-se sem a componente de sazonalidade, e percebe-se que houve uma suavização na mesma, ou seja, os dados são influenciados pela componente de sazonalidade. O gráfico (d) A série em estudo apresenta-se sem as componentes de tendência e sazonalidade, pois houve suavização da série em estudo. a) b) 40 10 Dados Dados 30 20 5 0 -5 10 -10 1 19 38 57 Observações 76 95 c) 1 19 38 57 Observações 76 95 1 19 38 57 Observações 76 95 d) 40 10 Dados Dados 30 20 5 0 -5 10 -10 1 19 38 57 Observações 76 95 Figura 3.2: Decomposição aditiva da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. A Figura 3.3, observa-se o comportamento original e o ajustado da série em torno da reta média de tendência. Com base no modelo estimado de decomposição e dos valores de tendência da série, podemos notar que a variação está flutuando em torno de uma inclinação positiva, ou seja, o número de pacientes com o Vírus HIV no HUJBB tende a aumentar no decorrer do tempo. Onde pode-se verificar um ajuste na variação dos valores observados e uma leve tendência nos valores de previsão feita para os próximos 12 meses. Portanto, prevê-se um leve aumento do número de pacientes com o vírus HIV no HUJBB na Região metropolitana de Belém-Pará, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. O modelo obteve um erro percentual absoluto médio previsto (MAPE) de 19,83%. 40 Variable A ctual Fits Trend Forecasts 35 A ccuracy Measures MA PE 19,8332 MA D 3,2530 MSD 16,6585 Pacientes 30 25 20 15 10 5 1 11 22 33 44 55 66 Observações 77 88 99 Figura 3.3: Decomposição Aditiva e Linha de Tendência da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. A equação do modelo de decomposição aditivo é dada por Zt = Tt + Ft + at, (3.1) onde Zt é a série em estudo, Tt é a componente de tendência, Ft a componente de sazonalidade, at é o erro. O modelo de Decomposição aditivo para previsão foi calculado através da componente de tendência como polinômio de grau um, ou seja, estimou-se um modelo linear, gerando uma equação de tendência com determinados parâmetros na qual se pode observar um crescimento no número de pacientes com AIDS. A reta obtida foi, Zt = 10,5067 + 0,165670*t. (3.2) 3.3. Modelo de Decomposição Multiplicativo A Figura 3.4 mostra o gráfico da série após a aplicação do modelo de decomposição Multiplicativo, apresentando a série dos pacientes que tiveram alta com o diagnóstico de HIV/AIDS no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. Na qual podemos observar que o gráfico (a) apresenta a série original dos pacientes que tiveram alta com o diagnóstico de HIV na região metropolitana de Belém. O gráfico (b) mostra a série em estudo sem a componente de tendência e isso mostra que os dados sofrem influencia da componente de tendência. O gráfico (c) apresenta a série em estudo sem a componente de sazonalidade, nela observamos que houve uma suavização, ou seja, os dados são influenciados pela componente de sazonalidade. O gráfico (d) mostra a série em estudo sem as componentes de tendência e sazonalidade. Neste caso persebemos que os dados somente foram influenciados pela componente de sazonalidade devido a suavização da série em estudo. a) b) 40 10 5 Dados Dados 30 20 0 -5 10 -10 1 19 38 57 O bser v açôes 76 95 c) 19 38 57 O bser vaçôes 76 95 1 19 38 57 O bser vaçôes 76 95 d) 40 10 30 5 Dados Dados 1 20 0 -5 10 -10 1 19 38 57 O bser v açôes 76 95 Figura 3.4: Decomposição Multiplicativa da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. Na Figura 3.5, observa-se o comportamento original, o ajustado e uma previsão da série em questão. Com base no modelo estimado de decomposição e dos valores de tendência da série, podemos notar que a variação está próxima, flutuando em torno da reta média de tendência formando uma inclinação positiva. Então prevê-se um leve aumento do número de pacientes com o vírus HIV/AIDS no HUJBB na Região metropolitana de Belém-Pa, no ano de 2008. O modelo obteve um erro percentual absoluto médio previsto (MAPE) de 20,28%. 40 Variab le A c tu al F its Tren d F o rec asts 35 A c c u racy M easu res MA PE 20.2768 MA D 3.3198 MSD 17.0564 Pacientes 30 25 20 15 10 5 1 11 22 33 44 55 66 Observ a çõe s 77 88 99 Figura 3.5: Decomposição Multiplicativa e Linha de Tendência da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. A equação do modelo de decomposição multiplicativo é dada por Zt = Tt*Ft+at, (3.3) onde Zt, Tf, Ft e at têm o mesmo significado do modelo de decomposição aditivo, porém o modelo de decomposição multiplicativa gera uma equação com parâmetros diferentes. Zt = 10,3975 + 0,168939*t, (3.4) 3.4. Alisamento Exponencial de Holt-Winters (HW) Os dados da série em estudo apresentam presença de tendência e sazonalidade apropriado para utilização do método de Holt Winters. Sendo que outros métodos podem ser utilizados para previsões como é o caso de medias móveis simples (MMS), suavização exponencial simples (SES), suavização exponencial de holt (SEH). Neste caso ele é mais indicado quando a série apresenta tendência. Assim, a presença de sazonalidade na série não permite a utilização de métodos mais simples. Na suavização exponencial de Holt- Winters existem três equações e dois procedimentos. Sendo que a primeira possui constantes de suavização diferentes a cada componente da série, nível, tendência e sazonalidade e a segunda de pendendo das características que a série possui. Sendo que a sazonalidade pode possuir efeito aditivo e multiplicativo. a) Modelo Aditivo A Figura 3.6 observa-se o comportamento original, o ajustado e uma previsão da série em estudo do método exponencial aditivo de Holt- Winters, na qual observa-se que a variação está próxima da reta média de tendência formando uma inclinação positiva. Então prevê-se um leve aumento do número de pacientes com o vírus HIV/AIDS no HUJBB na Região metropolitana de Belém-Pará, no ano de 2008. 40 V ar iab le A c tu al F its F o r ec asts 95,0% P I 30 S m o o th in g C o n stan ts A lp h a (lev el) 0,1 G am m a (tr en d ) 0,2 D elta (seaso n al) 0,1 Pacientes 50 A c c u r ac y M easu res MA PE 22,2066 MAD 3,5741 MSD 19,7138 20 10 0 1 11 22 33 44 55 66 Obs e r v a ç õ e s 77 88 99 Figura 3.6 Modelo exponencial de Holt-Winters Aditivo da Série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. A Tabela 3.1 Mostra os valores das constantes de alisamento do modelo Exponencial de Holt-Winters aditivo para o nível, tendência e sazonalidade aplicado a série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB - 2000 a 2007. Os valores das constantes foram atribuídos através da tentativa. Foi utilizado como referência o padrão do MINITAB, que admite valores iniciais para as constantes de 0,2.Tendo como principio básico o erro percentual absoluto médio, determinamos as constantes de suavização até chegar no melhor modelo, ou seja, aquele que obteve o menor MAPE é o melhor modelo. Tabela 3.1 Constantes de Alisamento da série de pacientes como vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007 – Holt- Winters Aditivo. Constante de Alisamento Alfa (nível) Gama (tendência) Delta (sazonalidade) Valor 0,1 0,2 0,1 Tabela 3.2 Medidas de Acurácia do modelo da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007 – Holt- Winters Aditivo. Medidas de Acurácia EPAM DAM DPM Valor 22,2066 3,5741 19,7138 A Tabela 3.2 mostra os valores das medidas de acurácia da série dos pacientes que receberam alta com o diagnóstico HIV no HUJBB - 2000 a 2007 – Holt- Winters Aditivo. O valor do erro percentual absoluto médio (EPAM) é de 22,21%, do desvio absoluto médio (DAM) é de 3,57% e o desvio percentual médio (DPM) é de 19,71%. b) Modelo multiplicativo Neste modelo, consideramos o fator Ft como sendo multiplicativo, porém a tendência permanece aditiva. Conservando os aspectos e características do modelo aditivo. A Figura 3.7 observa-se o comportamento original, o ajustado e uma previsão da série em estudo do método exponencial multiplicativo de Holt-Winters, na qual observa-se que a variação está próxima da reta média de tendência formando uma inclinação positiva. Então prevê-se um leve aumento do número de pacientes com o vírus HIV no HUJBB na Região metropolitana de Belém-Pa, no ano de 2008. Variab le A ctual F its F o recasts 95,0% P I 50 Pacientes com HIV 40 30 Smo o thing C o nstants A lp ha (lev el) 0,1 Gamma (trend ) 0,2 Delta (seaso nal) 0,1 20 A ccuracy M easu res MA PE 22,3958 MA D 3,6143 M SD 20,1725 10 0 1 11 22 33 44 55 66 Observações 77 88 99 Figura 3.7 Modelo exponencial de Holt-Winters Multiplicativo da Série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de janeiro de 2000 a Dezembro de 2007. A Tabela 3.3 mostra os mesmos valores das constantes obtidos no modelo aditivo com relação ao nível, tendência e sazonalidade aplicadas Série do número de pacientes com HIV/ AIDS, no modelo exponencial multiplicativo de Holt-Winters. Na qual foram desenvolvidos pelo mesmo procedimento do modelo aditivo de HoltWinters. Tabela 3.3 Constantes de Alisamento da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007 – Holt- Winters Multiplicativo. Constante de Alisamento Alfa (nível) Gama (tendência) Delta (sazonalidade) Valor 0,1 0,2 0,1 Tabela 3.4 Medidas de Acurácia do modelo da série de pacientes com o vírus HIV no HUJBB, no período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2007 – Holt- Winters Multiplicativo. Medidas de Acurácia Valor EPAM 22,3958 DAM 3,6143 DPM 20,1725 A Tabela 3.4 Mostra os valores das medidas de acurácia da série de pacientes que receberam alta com o diagnóstico HIV no HUJBB - 2000 a 2007 – Holt- Winters Multiplicativo. O valor do erro percentual absoluto médio (EPAM) é de 22,39%, do desvio absoluto médio (DAM) é de 3,61% e o desvio percentual médio (DPM) é de 20,17%. Tabela 3.5 Mostra um comparativo Entre os Modelos desenvolvidos para a série de pacientes com HIV no HUJBB, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Baseando-se no MAPE. Pode-se perceber que entre os modelos de HW e decomposição aditivo e multiplicativo, o melhor modelo é o aditivo nos dois casos, porém, o de Decomposição possui um Erro Percentual Absoluto Médio menor que os outros que é de 19,83% . Então o melhor modelo que representa a série em estudo é o de decomposição aditivo. Tabela 3.5 Comparativo Entre os Modelos desenvolvidos para a série de pacientes com HIV no HUJBB, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Medidas MAPE MAD MSD Decomposição Aditivo Decomposição Multiplicativo H.W. Aditivo H.W. Multiplicativo 19,8332 20,2768 22,2066 22,3958 3,253 3,3198 3,5741 3,6143 16,6585 17,0564 19,7138 20,1725 4. Conclusão Vale a pena ressaltar que o HIV, de acordo com o estudo feito no domínio do tempo, as possíveis previsões para o próximo ano com relação a doença são preocupantes. Pois, a mesma tende a aumentar continuamente no decorrer do tempo. Sendo o modelo que melhor representa a série em estudo é o de decomposição aditivo, pois foi o que apresentou menor erro percentual absoluto médio entre os modelos comparados. Mesmo tendo o planejamento em saúde pública, estes agravos ainda representam preocupação no cenário epidemiológico, os quais requerem atenção dos gestores de programas eficientes para seus controles nas populações, pois é necessário sensibilizar os profissionais de saúde para realizarem as notificações dessa doença de forma oportuna e com qualidade. O conhecimento precoce do Vírus HIV é fundamental para garantir a implementação de medidas de controle em tempo oportuno. 5. Referências BUSSAB, W.O.; PEDRO, A.M. Estatística Básica. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2004. DR.SHIRLEY DE CAMPOS Disponível em: http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/19636. Acesso em: 11 dez.2008. MAKRIDAKIS, S.G. Forescasting: Methods and Aplications. 3th edition, Jonh Wiley & Sons, 1998. MINITAB BRASIL R.B. D’Augostino e M.A. Stephens, Eds. (1986). Goodness-of-Fit Techniques. Marcel Dekker. Disponível em: http://www.minitabbrasil.com.br/faq/ls_faq.asp?cod_faq=112. Acesso em: 11 dez.2008. MORETTIN, P.A. Ondas e Ondaletas: Da análise de Fourier à Análise de ondaletas. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999. MORETTIN, P.A; TOLOI, C.M. Séries Temporais. 2. ed. São Paulo Editora Atual, 2004. MOORE, D.S. A Estatística Básica e sua Prática. Rio de Janeiro. Editora L.T.C, 2000. MINISTÉRIO DA SAÚDE Disponível em: http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS3B1DE647PTBRIE.htm. Acesso em 11 set. 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE Disponível em: www.who.int. Acesso em: 11 dez.2008. PROGRAMA NACIONAL DE DST E AIDS, MINISTÉRIO DA SAÚDE Disponível em: www.aids.gov.br. Acesso em 11 dez. 2008. ROUQUAYROL, M.Z.; Almeida Filho, N. Epidemiologia e Saúde. 6a ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. SOARES, Francisco. HIVIDA. 2. e.d. Belém: Gráfica e Editora Alves, 2001. STEPHENS, M.A. Asyntotic results for goodness of fit statistics with unkown parameters. Annals of statistics, v.4, p.357-369, 1976.