EXPRESSÃO TRANSIENTE DA PROTEÍNA EspA DE Escherichia coli ENTEROPATOGÊNICA (EPEC) EM Vigna unguiculata (L.) Walp VIA INFECÇÃO COM O VÍRUS DO MOSAICO DO FEIJÃO DE CORDA (CPMV) ENDERSON TADEU DE ASSIS DOS ANJOS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ AGOSTO DE 2007 EXPRESSÃO TRANSIENTE DA PROTEÍNA EspA DE Escherichia coli ENTEROPATOGÊNICA (EPEC) EM Vigna unguiculata (L.) Walp VIA INFECÇÃO COM O VÍRUS DO MOSAICO DO FEIJÃO DE CORDA (CPMV) ENDERSON TADEU DE ASSIS DOS ANJOS Tese apresentada ao Centro de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Biociências e Biotecnologia. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ AGOSTO DE 2007 ii EXPRESSÃO TRANSIENTE DA PROTEÍNA EspA DE Escherichia coli ENTEROPATOGÊNICA (EPEC) EM Vigna unguiculata (L.) Walp VIA INFECÇÃO COM O VÍRUS DO MOSAICO DO FEIJÃO DE CORDA (CPMV) ENDERSON TADEU DE ASSIS DOS ANJOS Tese apresentada ao Centro de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Biociências e Biotecnologia. Aprovada em: ___/___/_____. Comissão Examinadora: _______________________________________________ Dr. Victor Martin Quintana Flores (Doutor em Biotecnologia) – UENF _______________________________________________ Dra. Ana Beatriz Garcia (Doutora em Biologia Molecular) – UENF _______________________________________________ Dr. Alexandre Ribeiro Bello (Doutor em Microbiologia) – UERJ _______________________________________________ Dr. Enrique Medina-Acosta (Doutor em Parasitologia Médica e Molecular) – UENF Orientador iii “Aquele que procura a felicidade se ilude e cai em mil armadilhas, mas aquele que procura a DEUS será encontrado pela felicidade.” (Márcio Mendes, 2006) iv “Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas.” (Darcy Ribeiro) v Dedico a Deus, por todas as bênçãos recebidas todos os dias da minha vida. Aos meus pais, Maria da Penha e Enes José, por terem me proporcionado tal oportunidade, por todo amor, todo carinho, paciência e por terem acreditado, pois sem eles nada seria feito na minha vida. A minha irmã Lúcia Helena e o meu cunhado Marcelo, que mesmo nos piores momentos sempre estiveram do meu lado ajudando e encorajando-me. A Andréia dos Santos, por toda dedicação, compreensão, carinho e amor em todos os momentos. vi AGRADECIMENTOS À Deus por ter me tornado forte o bastante para chegar até aqui e por todas as bênçãos recebidas. À Universidade Estadual do Norte Fluminense - Darcy Ribeiro e ao Centro de Biociências e Biotecnologias, pelo curso oferecido. Ao Laboratório de Biotecnologia (LBT/CBB/UENF) pela oportunidade oferecida. Ao Prof. Dr. Enrique Medina-Acosta pelo trabalho, carinho, dedicação, orientação e pela incansável paciência durante todo o curso. À técnica do LBT, Zila de Macedo, por todo apoio, carinho e trabalho. Aos alunos de Pós-graduação, Lívia Gomes, Gabriela Mesquita, Anna Rosa Barreto, Marcele Ulh e Fabiano Santiliano pelo carinho e companheirismo. Ao Prof. Dr. Victor Martin Quintana Flores, pela seriedade no trabalho e pela orientação. A todos os professores, técnicos e alunos do LBT, por toda a colaboração durante a pesquisa. Aos meus pais, pela compreensão, amor e confiança durante toda a minha vida. A todos os meus grandes amigos, que fazem parte da melhor fase da minha vida. vii SUMÁRIO Lista de figuras ............................................................................................................... XI Lista de tabelas ............................................................................................................ XIII Resumo ........................................................................................................................ XIV Abstract ......................................................................................................................... XV 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................1 1.1. Produção de proteínas recombinantes em plantas ...................................................1 1.2. Vírus do Mosaico do Feijão de Corda .......................................................................6 1.3. Feijão de Corda (V. unguiculata) ............................................................................10 1.4. Escherichia coli enteropatogênica...........................................................................11 1.5. A Proteína EspA......................................................................................................15 2. OBJETIVO DO TRABALHO .......................................................................................17 3. ESTRATÉGIA GERAL ...............................................................................................18 4. MATERIAL E MÉTODOS ...........................................................................................19 4.1. Desenho dos encenadores......................................................................................19 4.2. Amplificação de espA pela técnica da PCR ............................................................19 4.3. Purificação de espA ...............................................................................................20 4.4. Clonagens ...............................................................................................................20 4.5. Preparo de células DH5-α competentes..................................................................21 4.6. Digestão das construções pGem-T easy/espA e pBinPS2NT2AGFP com as enzimas de restrição Apa I e Stu I..................................................................................21 4.7. Clonagem no vetor pBINPS2NT2A .........................................................................22 4.8. Conjugação triparental ............................................................................................23 4.9. Infiltração de folhas de Vignia unguiculata e Nicotiana benthamiana......................24 4.10. Agroinfecção de folhas de Vignia unguiculata e Nicotiana benthamiana ..............25 4.11. Análise da expressão de proteína EspA recombinante .........................................26 viii 4.12. Extração de RNA total ...........................................................................................27 4.13. RT PCR .................................................................................................................28 4.14. Purificação de vírus quiméricos.............................................................................28 5. RESULTADOS ...........................................................................................................30 6. DISCUSSÃO ..............................................................................................................59 7. CONCLUSÕES ..........................................................................................................64 8. BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................65 9. ANEXOS ....................................................................................................................76 9.1. Códon de uso ..........................................................................................................76 9.1.1. Códon de uso de EPEC .......................................................................................76 9.1.2. Códon de uso de CPMV.......................................................................................78 ix Lista de Figuras Figura 1: Infecção para expressão não transgênica.........................................................4 Figura 2: Capsídeo viral de CPMV quiméricos.................................................................6 Figura 3: Esquema demonstrativo do genoma do CPMV ................................................7 Figura 4: Sintomas de Feijão de Corda infectado com CMPV .........................................8 Figura 5: Esquema demonstrativo da construção pBinPS2NT2AGFP.............................9 Figura 6: Aderência Íntima e Difusa de EPEC................................................................12 Figura 7: Esquema demonstrativo da infecção por EPEC .............................................13 Figura 8: Esquema demonstrativo do TTSS de EPEC...................................................15 Figura 9: Esquema demonstrativo do dessecador .........................................................25 Figura 10: Folhas de Feijão de Corda agroinfiltradas.....................................................25 Figura 11: Amplificação por PCR ...................................................................................31 Figura 12: EspA purificada .............................................................................................32 Figura 13: Construção recombinante pGem-T-easy/EspA .............................................33 Figura 14: Digestão da construção pGem-T-easy/EspA ................................................34 Figura 15: Digestão da construção pBinPS2NT2AGFP .................................................35 Figura 16: EspA e pBinPS2NT2A purificadas ................................................................36 Figura 17: Construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA (E. coli)...............................37 Figura 18: PCR para confirmar a construção pBinPS2NT2A/EspA................................38 Figura 19: Construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA (A. tumefacines).................39 Figura 20: PCR para confirmar a construção pBinPS2NT2A/EspA................................40 Figura 21: Seqüência de EspA de rEPEC ......................................................................41 Figura 22: Estratégia de seqüenciamento purificados....................................................41 Figura 23: Seqüenciamento utilizado o iniciador 1 .........................................................43 Figura 24: Sequenciamento utilizado o iniciador 2 .........................................................44 Figura 25: Imunobloting de extratos de folhas agroinfectadas .......................................47 x Figura 26: Folhas de Feijão de Corda infiltradas com o clone pTU13B .........................48 Figura 27: Feijão de Corda após 20 dias da agroinfecção com pTU13B .......................49 Figura 28: Folhas de Feijão de Corda infectado com os clones SINT e NSI/GFP .........50 Figura 29: Imunobloting de extratos de folhas agroinfiltradas e agroinfectadas.............51 Figura 30: Imunobloting de extratos de folhas agroinfectadas .......................................52 Figura 31: Imunobloting de extratos de folhas agroinfectadas .......................................53 Figura 32: Ensaio de ELISA utilizando soros de coelho imune anti CPMV e EspA........54 Figura 33: RNA total de folhas de Feijão de Corda Agroinfectado .................................55 Figura 34: RT PCR.........................................................................................................56 Figura 35: RT PCR.........................................................................................................57 Figura 36: Imunobloting de vírus quiméricos purificados ...............................................58 xi Lista de Tabelas Tabela 1: Vantagens da produção de vacinas em plantas transgênicas..........................3 Tabela 2: Vantagens de diferentes sistemas de expressão em plantas...........................5 Tabela 3: Vantagens de diferentes sistemas de expressão em plantas.........................45 xii RESUMO A metodologia de produção de proteínas recombinantes em plantas oferece muitas vantagens em comparação a outros sistemas de expressão. A expressão não transgênica, utilizando vetores virais, é ainda mais vantajosa devido à praticidade e aos baixos custos de produção em comparação à transgênese. O Vírus do Mosaico do Feijão de Corda (CPMV), com um genoma RNA bipartido (RNA-1, RNA-2), tem sido modificado para ser utilizado como uma eficiente alternativa de expressão não transgênica em plantas. A expressão de proteína heteróloga em plantas infectadas é transiente, porém a acumulação de vírus no citoplasma da célula hospedeira resulta em altos níveis de produção. A infecção com CPMV engenheirados é também um bom modelo de trabalho para o desenvolvimento de vacinas, pois o vírus é um adjuvante da resposta imune contra o antígeno de interesse. A proteína EspA é um importante fator de virulência de Escherichia coli enteropatogênica (EPEC), constituindo a subunidade principal da agulha do sistema de secreção do tipo III. Acredita-se que um imunoprofilático focado em EspA seria capaz de interferir no processo de infecção por EPEC. No presente trabalho, a seqüência de DNA para a proteína EspA foi clonada no vetor de expressão pBinPSNT2A (baseado no RNA-2 do CPMV). As construções recombinantes pBinPSNT2A/ESPA e pBINPSINT (baseada no RNA-1) foram utilizadas para transformar Agrobacterium tumefaciens e essa para infectar plantas de Feijão de Corda. A expressão de EspA e de proteínas virais foi monitorada por ELISA e Western Blotting, utilizando soros anti-EspA e antiCPMV produzidos em coelhos e um soro de paciente pediátrico. Plantas de Feijão de Corda agroinfectadas com as construções recombinantes desenvolveram os sintomas característicos da infecção por CPMV, produziram vírus quiméricos e produziram a proteína EspA recombinante, embora em baixos níveis. A proteína EspA recombinante foi também detectada em extratos de partículas virais quiméricas purificadas. Análises comparativas de RT-PCR utilizando RNA total extraído de folhas de plantas infectadas e não infectadas permitiram concluir que os baixos níveis de expressão podem ser devido ao silenciamento pós-transcricional. Palavras chave: Agrobacterium tumefaciens, CPMV, EspA, expressão transiente; expressão não transgênica, Feijão de Corda, partículas virais quiméricas. xiii ABSTRACT The methodology of production of recombinant proteins in plants offers many advantages as compared with to other expression systems. The non-transgenic expression, using viral vectors, is even more advantageous due to practicality and lower production costs as compared with transgenesis. The cowpea mosaic virus (CPMV), with a bipartite RNA genome (RNA-1 and RNA-2), has been modified to be used as an efficient alternative of non-transgenic expression in plants. The expression of heterologous protein in infected plants is transient, yet the accumulation of virus in the cytoplasm of the host cell results in high levels of production. The infection of plants with engineered CPMV is also a good working model for the development of vaccines, given the fact that the virus is an adjuvant of the immune response against the antigen of interest. The EspA protein is an important virulence factor of enteropathogenic Escherichia coli (EPEC), constituting the main protein subunit of the needle of the type III secretion system. It is expected that an immunoprophylactic centered at EspA would be capable of interfering with the infection process of EPEC. In the present work, the DNA sequence for the EspA protein was cloned in the expression vector pBinPSNT2A (based on the CPMV RNA2). The recombinant constructs pBinPSNT2A/ESPA and pBINPSINT (based on the CPMV RNA-1) were used to transform Agrobacterium tumefaciens and this used to infect cowpea plants. The expression of EspA and viral proteins was monitored by ELISA ad western blotting using anti-EspA and anti-CPMV sera produced in rabbits and a serum from a pediatric patient. Cowpea plants agroinfected developed symptoms characteristics of CPMV infection, produced chimeric virus and recombinant EspA protein, albeit at low levels. The recombinant EspA protein was also detected in extracts of purified virus particles. Comparative RT-PCR analyses using total RNA extracted from leaves of infected and non-infected cowpea plants allowed the conclusion that that the lower levels of expression may be due to posttranscriptional silencing. Keywords: Agrobacterium tumefaciens, CPMV, EspA, transient expression, nontransgenic expression, cowpea, chimeric virus particles. xiv 1 1. Introdução 1.1. Produção de proteínas recombinantes em plantas O uso de plantas como biofábricas de proteínas com utilidade farmacêutica ou industrial tem crescido muito nos últimos anos (Gleba et al, 2007); isso por que a produção de proteínas recombinantes em plantas possui muitas vantagens e pode ser uma alternativa mais viável do que sistemas de fermentação microbiana. As principais vantagens da produção de proteínas recombinantes em plantas são: a possibilidade de produção em larga escala; facilidade de armazenamento da proteína produzida (ex: produção em sementes); o tecido vegetal pode ser comestível, o que pode dispensar purificação da proteína recombinante; dispensa ou diminui o uso de fermentadores, de laboratórios de produção e meios de cultura. Todas estas vantagens diminuem os custos de produção fazendo com que os sistemas de produção de proteínas recombinantes em plantas sejam financeiramente mais vantajosos se comparados os sistemas de fermentação (Warzecha e Mason, 2003; Tacket, 2005). A utilização de plantas como biorreatores favorece o desenvolvimento e produção de vacinas (Wakmsley et al, 2003); alem disso, muitas proteínas de mamíferos que não podem ser produzidas em bactérias, devido às modificações pós transcricionais requeridas por estas proteínas para serem biologicamente ativas, podem ser produzidas em plantas, pois os mecanismos de modificação pós transcricionais de mamíferos e plantas são semelhantes (Mason, 2002; Wagner et al, 2004; Cañizares et al, 2005). Estas vantagens tornam a expressão de proteínas recombinantes em plantas muito atrativa (Warzecha e Mason, 2003). Atualmente existem basicamente dois sistemas de expressão de proteínas recombinantes em plantas: a transgênese e a expressão por transformação não estável (Lomonossoff, 2001). A transgênese consiste na introdução de uma seqüência gênica exógena de maneira estável no genoma (nuclear ou organelar) da planta. No caso de uma transformação nuclear a seqüência gênica exógena pode ser herdada pela prole. A transformação pode ser feita utilizando vetores virais, bacterianos ou através da tecnologia de bombardeamento de partículas 2 (biobalística) (Paul, 1998). A maioria das proteínas recombinantes produzidas em plantas até o momento foi produzida por transgênese (Gleba et al, 2007). A tabela 1 sumariza as vantagens e desvantagens de alguns sistemas de expressão transgênicos visando à produção de vacinas (Warzecha e Mason, 2003). A expressão por transformação não estável pode ser uma alternativa mais eficiente do que a transgênese (Gleba et al, 2007). A expressão por transformação não estável é a introdução de uma seqüência gênica na célula vegetal de maneira não permanente utilizando vetores virais ou bacterianos; a expressão utilizando vetores virais atinge elevados níveis de proteína heteróloga (Kapila et al, 1997; Lomonossoff, 2001; Gleba et al, 2007). A seqüência gênica exógena não é inserida no genoma da planta e por isso não é herdado pela prole, o que pode constituir uma vantagem em relação à transgênese, considerando o interesse ambiental (Warzecha e Mason, 2003; Wagner et al, 2004; Gleba, 2007). A expressão por transformação não estável pode ser obtida por meio da infecção de folhas da plantas utilizando DNA nu (DNA infeccioso) ou Agrobacterium tumefaciens transconjugante. A utilização de A. tumefaciens produz melhores resultados que a infecção utilizando DNA nu (Gleba, et al, 2007) (figura 1). A agroinfecção baseada em vetores virais para a expressão transiente de proteína heterólogas é muito eficiente; a expressão da proteína recombinante pode alcançar até 90% da área foliar do vegetal (Figura 1) (Kapila et al, 1997; Gleba et al, 2007). 3 Tabela 1: Vantagens e desvantagens da produção de vacinas em plantas transgênicas (Adaptado de Warzecha e Mason, 2003). Planta Tabaco Vantagens Eficiente sistema de transformação. Material abundante para caracterização da proteína. Desvantagens Alcalóides tóxicos que não permite a administração oral. Potencial de cruzamento no campo. Batata Eficiente sistema de transformação. Podem ser consumidos crus. Disponibilidade de promotores específicos. Produção de microtubérculo para rápido ensaio. Propagação clonal e baixo potencial e cruzamento no campo. Processamento industrial do tubérculo bem estabelecido. Não palatável na forma crua; o cozimento causa a desnaturação das proteínas (indesejável para vacinas). Tomate Sistema de transformação relativamente eficiente. O fruto pode ser consumido cru. Disponibilidade de promotores específicos. Possibilidade de cruzamento para juntar genes antigênicos. Cultura em grande escala bem estabelecida. Processamento industrial do fruto bem estabelecido. Eficiente sistema de transformação. Alto conteúdo de proteínas nas folhas. As folhas são consumidas cruas. Sistema ideal para produção de vacinas animais. Baixo conteúdo de proteína. A acidez do fruto pode ser incompatível com alguns antígenos. Não há sistema de expressão “in vitro”. Tecnologia de produção bem estabelecida. Alto conteúdo de proteínas nas sementes. Facilidade de estocagem. Apropriado para vacina animal. Processamento industrial das sementes bem estabelecido. Sistemas de transformação ineficientes. O uso humano requer cozimento; indesejável para vacinas. Possibilidade de cruzamento no campo. Amplamente cultivada em paises subdesenvolvidos, onde as vacinas são necessárias. Consumido na forma crua. Propagação clonal; baixa possibilidade de cruzamento no campo. Facilidade de cultivo e abundância de frutos. Ineficiente sistema de transformação. Expressão gênica e promotores específicos pouco conhecidos. Requer grandes áreas para o cultivo. Alfafa Legumes Cereais Banana e Possibilidade de cruzamento no campo. Sistema radicular profundo; problemático para limpeza do campo. 4 A B C D Figura 1. Ilustração representativa do processo de infecção para expressão transiente. A: Inoculação da suspensão de A. tumefaciens ou DNA infeccioso em uma ou mais folhas da planta. B, C e D: Os vírus quiméricos (representados em verde) produzidos se espalham pelo tecido vegetal levando a produção da proteína recombinante. A utilização de A. tumefaciens produz melhores resultados que a utilização de DNA infeccioso (adaptado de Gleba, Y. et al, 2007). A utilização de vetores virais para a produção de proteínas recombinantes em sistemas de expressão não transgênica é uma tecnologia que permite a análise da produção da proteína recombinante em um curto espaço de tempo, se comparado a transgênese. Isso é possível por que na transgênese os passos iniciais de transformação, cultivo celular, produção dos calos, regeneração das plantas, obtenção de prole de cruzamentos para identificar as amostras positivas e interessantes na transgênese são muito demorados e dispendiosos em relação à expressão transiente (Gopinath, 2000; Mechtcheriakova, 2005). Na expressão transiente a planta adulta é infectada e passa a produzir a proteína de interesse, sendo que o nível de expressão da proteína recombinante é elevado se comparada a outras tecnologias de expressão de proteínas heterólogas em plantas (Warzecha e Mason, 2003). A tabela 2 sumariza as principais vantagens e desvantagens da expressão estável e não estável. 5 Tabela 2: Comparação entre diferentes sistemas de expressão em plantas (Warzecha e Mason, 2003). Transformação Nuclear Transformação Organelar Expressão Transiente Muitas espécies Muito limitada Muitas espécies Tipo de herança Mendeliana Materna Não Tempo de desenvolvimento Alta Muito alto Baixo Baixo/moderado Alta Alta Realizável Pouco realizável Não Alta Alta Moderada Eucariótico Procariótico - Sim Não conhecido Não Médio Baixo Alto Possível Possível Pouco possível Aplicabilidade Nível de Expressão Expressão direcionada (ex: frutos, raízes). Produção em Larga Escala Processamento da proteína Silenciamento do Transgene Interesse ambiental Expressão de múltiplos transgenes 6 Dois sistemas de expressão de proteínas em plantas utilizando vetores virais têm sido descritos. O primeiro sistema, chamado de sistema de primeira geração, utiliza vetores virais para a expressão de peptídeos no capsídeo viral; neste caso a seqüência gênica que codifica o peptídeo é inserida dentro da seqüência que codifica as proteínas do capsídeo viral. Devido a limitações do sistema é possível apenas a clonagem de pequenas seqüências gênicas. O segundo sistema, chamado de sistema de segunda geração, utiliza vetores virais para expressão de polipeptídeos; neste caso o polipeptídeo heterólogo não faz parte do capsídeo viral, mas se acumula no tecido vegetal (Figura 2) (Bunbenhein, 1990; Porta, 1996; Gopinath, 2000; Lomonossoff, 2001; Liu e Lomonossoff, 2002; Gleba, Y. et al 2007). A B Figura 2. Ilustração representativa do capsídeo viral de CPMV quiméricos. A: CPMV quimérico para a expressão de peptídeos. O peptídeo heterólogo é expresso no capsídeo viral (representado em amarelo). B: CPMV quimérico para a expressão de polipeptídeos. O polipeptídeo heterólogo não faz parte do capsídeo viral. 1.2. Vírus do Mosaico do Feijão de Corda O Vírus do Mosaico do Feijão-de-Corda (CPMV) é um membro da Família dos Comovirus; possui um genoma bipartido formado por dois RNA fita simples, RNA-1 e RNA-2, que são encapsulados separadamente. O RNA-1 (5889 nu), com tamanho de 5,9 Kb, codifica as proteínas necessárias para a replicação do genoma viral; o RNA-2 (3481 nu), com tamanho de 3,6 Kb, codifica as proteínas do capsídeo e as 7 proteínas de movimento (Figura 3). O CPMV possui o caprídeo icosaédrico, com 2024 nm de diâmetro, formado por 60 cópias de cada proteína grande (L; 42 kDa) e de cada proteína pequena (S; 24 kDa) (Gopinath, 2000; Manchester e Singh, 2006). Figura 3. Esquema demonstrativo do genoma do CPMV. O RNA1 codifica 5 proteínas (32 kDa, 54 kDa, 24 kDa, 87 kDa) e a proteína VpG. O RNA-2 codifica uma proteína de fusão (58 kDa / 48 kDa) e duas proteínas L (“large”) e S (“small”) que formam o capsídio viral clivagem (Modificado de Gopinath et al., 2000). Vigna unguiculata (Feijão de Corda), Nicotiana tabacum, Nicotiana benthamiana, dentre outras espécies vegetais, são sucessíveis a infecção por CPMV. Contudo os sintomas da infecção variam entre espécies. Os principais sintomas da infecção por CPMV em Feijão de Corda (V. unguiculata) são: manchas amareladas nas folhas do vegetal, formando um padrão de mosaico; e má formação foliar (Lomonossoff, 2001) (Figura 4). 8 Figura 4. Sintomas de Feijão de Corda infectado com CMPV. A: Má formação foliar observado nas folhas superiores. B: Padrão de mosaico característico de infecção por CMPV (A: Environmental Research Institute, USA; B: Mesquita et al, 2006). Os vetores naturais de CPMV são insetos (Ootheca mutabilis, Paraluperodes quaternus, Nematocerus acerbus, Ceratoma variegata, C. ruficornis, C. trifurcata, Diabrotica balteata, D. undecimpunctata howardi, D. virgifera, Acalymma vittatum; Coleóptera). CPMV também pode ser transmitido por inoculação mecânica, ou raramente através de sementes (apenas 1-5%). CPMV tem alta habilidade para infectar plantas e o processo de infecção tem alto rendimento de proteínas virais (1-2gr/ Kg de folha); o vírus é termoestável e a purificação viral é simples (Gopinath et al, 2000). O CPMV tem sido muito usado como plataforma de nanopartículas multivalentes de peptídeos e pode ser utilizado como suporte para o desenvolvimento de vacinas e terapias antivirais (Lewis, et al, 2006). A estabilidade em pH ácido e temperatura de até 60º C, a resistência a solventes orgânicos, o tamanho e a facilidade de manipulação genética faz com que o CPMV tenha grande potencial para o desenvolvimento de vacinas orais. Quando plantas infectadas ou vírus purificados são administrados oralmente em camundongos, estes são absorvidos e podem ser encontrados no sangue e em vários tecidos. As placas de Peyer têm um papel ativo na internalização e apresentação de CPMV ao sistema imunológico (Rae et al, 2005). 9 Lewis e colaboradores (2006) demonstraram que CMPV fluorescente pode ser usado como sonda para a visualização “in vivo” da vascularização e do fluxo sanguíneo em camundongos e aves; também demonstraram que CPMV podem ser utilizados no monitoramento da vascularização de tumores humanos mediados por fibrosarcomas, sugerindo um enorme potencial de utilização em sistemas in vivo. O uso do CPMV como sistema de expressão de proteínas heterólogas foi possível a partir do desenvolvimento de vetores de cDNAs (DNA complementar) infecciosos baseados no genoma deste vírus. A construção utilizada para esse fim, pBinPS2NT2AGFP (Figura 5) (Gopinath, 2000; Liu e Lomonossoff, 2002) foi obtida a partir do plasmídeo vetor pBINplus de Agrobacterium tumefaciens, que é derivado do vetor binário pBIN19 (van Engelen, 1995). O plasmídeo pBinPS2NT2AGFP possui o cDNA do RNA-2 de CPMV após a extremidade 3’ do promotor 35S do vírus do mosaico da couve-flor (CaMV - cauliflower mosaic vírus), e é seguido da seqüência para o peptídeo catalítico 2A do vírus da febre aftosa (FMDV - foot-andmouth disease vírus), pela região que codifica para a proteína GFP (Green Fluorescent Protein) e pelo terminador Nos (A. tumefaciens). Apa I Pac I 35s RNA-2 2A Stu I Asc I GFP Nos PBINPS2NT2AGFP Figura 5. Esquema demonstrativo da construção pBinPS2NT2AGFP. 35S: promotor de CaMV; RNA2: cDNA do RNA2 do CPMV; 2 A: peptídeo catalítico do FMDV; GFP: região que codifica a proteína verde florescente; NOS: terminador. A região de clonagem é flanqueada pelos sítios de restrição para as enzimas Apa I e Stu I o que possibilita a clonagem dirigida de outras seqüências heterólogas por substituição da seqüência GFP. 10 Após infecção com dois clones transformados de Agrobacterium tumefaciens transconjugante com as construções pBINPS2NT2AGFP e pBINPS1NT (cDNA do RNA-2 e cDNA do RNA-1, respectivamente) o genoma viral passa a ser transcrito, traduzido e replicado, formando partículas virais quiméricas viáveis e também a proteína recombinante GFP. A proteína recombinante é produzida como uma proteína de fusão que é posteriormente clivada e liberada pelo peptídeo catalítico 2A. A proteína recombinante resultante possui um resíduo de prolina a mais como produto de clivagem de 2A. A migração célula – célula do vírus ocorre por meio de plasmodesmas (Gopinath et al, 2000). A clivagem ineficiente de 2A leva a produção de proteína uma de fusão, conformada pelas proteínas S e GFP (S-2A-GFP). Assim, as partículas virais quiméricas produzidas possuem cerca de 1/6 da proteína S na forma de proteína de fusão, ou seja, cada partícula viral possui cerca de 10 cópias da proteína recombinante produzida (Gopinath et al, 2000). Após sete passagens tem sido observado que o vírus tem sua habilidade de infecção diminuída ou retorna o seu genótipo selvagem devido à ocorrência de recombinação homóloga (Gopinath et al, 2000). Esta habilidade de retornar ao genótipo selvagem pode ser considerado uma vantagem em relação ao risco de dispersão do vírus quimérico para o meio ambiente, ou pode ser considerado uma desvantagem, devido ao fato de haver necessidade de constante produção de vírus quiméricos. 1.3. Feijão de Corda (V. unguiculata) O Feijão de Corda (Vigna unguiculata) é originário da África, mas é amplamente distribuído na América Latina, sudeste da Ásia e sul dos Estados Unidos, sendo largamente utilizado como ração animal e para alimentação humana; as sementes e as folhas podem ser consumidas como alimento (Kabas, 2007). O cultivo de feijão de corda aumentou muito nos últimos 25 anos; apenas a produção norte americana chegou a ser de aproximadamente 1,5 milhão de hectares (Kabas, 2007). 11 O Feijão de Corda possui tecidos ricos em proteínas e sais minerais (Giami, 2005; Iqbal, 2006; Kabas et al, 2007), mas carece de alguns aminoácidos essenciais, tais como a metionina (Rivas-Veja et al 2, 006). As sementes e as folhas constituem parte do cardápio alimentar de muitos povos do continente africano e asiático (Langyintuo, 2004). Extratos de Feijão de Corda têm alta ação antioxidante (74,3%-84,6%); esta ação antioxidante é devido à presença de ácidos fenólicos presentes no tecido vegetal (Siddhuraju e Becker, 2007). Por ter seus tecidos ricos em proteínas o Feijão de Corda torna-se um bom modelo de expressão de proteínas recombinantes em plantas. O fato de servir extensivamente com base alimentar torna o Feijão de Corda atrativo para a produção de vacinas orais, pois permite o consumo do vegetal integral, não havendo necessidade de purificação da proteína (Bunbenhein, 1990; Barrett, 1990). 1.4. Escherichia coli enteropatogênica As Escherichia coli enteropatogênicas colonizam o epitélio intestinal e representam um importante grupo de microrganismos patogênicos entéricos, sendo a maior causa de doenças diarréicas de origem bacteriana em crianças em países subdesenvolvidos (Nataro, 1998; Fagundes-Neto, 2004; Zhu, 2005). E. coli patogênicas são classificadas de acordo com a histopatologia e os sintomas que causam no paciente em: enterohemorrágicas (EHEC); enteroagregativas (EAEC); enteropatogênica (EPEC); enterotoxigênica (ETEC); enteroinvasiva (EIEC). As E. coli patogênicas podem ainda serem agrupadas em sorotipos devido à presença de antígenos marcadores. Assim, existem 13 sorotipos de ETEC, 9 sorotipos de EPEC, 6 sorotipos de EHEC, 8 sorotipos de EAEC e 11 sorotipos de EIEC (Nataro, 1998). EPEC podem ainda serem agrupadas em típicas e atípicas. EPEC típicas possuem todos os genes necessários para o estabelecimento de lesões A/E (attaching and effacing), produzem aderência localizada e são associadas a casos 12 de doenças diarréicas em crianças. EPEC atípicas não possuem o operon BFP; a ausência do operon BFP impossibilita estas cepas a produzirem aderência localizada sendo, portanto, menos associadas a doenças diarréicas (figura 6) (Rodrigues, 1996; Ritchie et al, 2003). A B Figura 6. Microscopia eletrônica de varredura. A: Aderência difusa produzida por EPEC atípica. B: Aderência localizada produzida por EPEC típica. Reproduzido com permissão do Dr. Brett Finlay, University of British Columbia, Canadá e do Dr. Michael Donnenberg, Universidade de Maryland, EUA (http://www.finlaylab.msl.ubc.ca/research_projects/E.coli.html). A transmissão de EPEC é oral fecal, com a contaminação ocorrendo por meio de mãos sujas, alimentos e água contaminada. Alguns estudos sugerem que a contaminação pode ser por aerossol (Rogers, 1951). A infecção por EPEC é caracterizada pela a formação de lesão A/E e ocorrência de diarréia aquosa; as proteínas BfpA, EspB, EspD, EspA, intimina e Tir (receptor de intimina), são os principais fatores de virulência (Kapper, 1998). Estudos realizados no Brasil indicam que a maior freqüência de EPEC atípica está associada à diminuição dos casos de doenças diarréicas, enquanto que a maior freqüência de EPEC típica está associada ao aumento dos casos de doenças diarréicas (Trabulsi, 2002). 13 EPEC colonizam o epitélio intestinal formando microcolônias levando a perda das microvilosidades intestinais e a ocorrência de diarréia aquosa (Savkovic et al, 1996; Ramirez, 2005), vômito e febre (Rothbaum, 1982). Constituem uma das principais causas de mortalidade infantil em países subdesenvolvidos (Chen, 2004; Kühne, 2004; Barreto, 2006). Os principais fatores de risco são idade abaixo 2 anos de idade, saneamento básico precário e sistema imune comprometido (Fernandes, 2002; Kühne, 2004; Franzolin, 2005). O processo infeccioso por EPEC pode ser dividido em três estágios funcionais: aderência localizada, translocação de sinais e aderência íntima (Figura 7) (Nataro, 1998). No início do processo infeccioso ocorre aderência localizada mediada por uma estrutura chamada feixe de pili; o feixe de pili é uma estrutura bacteriana, cuja principal unidade formadora é a proteína BfpA. O feixe de pili está envolvido na interação bactéria-bactéria, na interação não íntima entre bactéria e enterócito, na formação de microcolônias e na adesão celular (Cleary, 2004). (b) Sinalização independente de intimina (a) Aderência inicial (c) Sinalização dependente de intimina Células epiteliais Epiteliais Figura 7. Esquema demonstrativo da infecção por EPEC. (a) Aderência inicial, mediada pelo feixe de pili. (b) Translocação de fatores de virulência (EspB, EspD e Tir), mediado pelos filamentos de EspA. (c) Ligação íntima, dependente da ligação Tir-Intimina; recrutamento do citoesqueleto (modificado de DeVinney, 1999). e formação de pedestal 14 A formação de pedestal e a perda das microvilosidades intestinais caracterizam as lesões A/E; estas lesões são características, mas não exclusivas, de infecções por EPEC. A infecção por EPEC também é caracterizada pela formação de microcolônias (Clarke, 2002; Campellone e Leong, 2003). EPEC possuem ainda uma sofisticada estrutura multiprotêica chamada de Sistema de Secreção Tipo III (TTSS), que é comum às bactérias gram negativas (Hueck, 1998; Elliot et al, 1998; Frankel, et al, 1998; Daniell, 2003). O TTSS, localizado na membrana da bactéria, é responsável pela translocação de proteínas bacterianas, fundamentais para o processo de colonização, para o citoplasma da célula hospedeira e para o ambiente (Rosenshine et al, 1992; Vallance, 2000). A aderência localizada possibilita a translocação de diversos fatores de virulência (proteínas EspB, EspD e Tir) para o citoplasma da células hospedeira A translocação dos fatores de virulência ocorre por meio dos filamentos de EspA (Cleary, 2004). Os filamentos de EspA, formados pela proteína EspA, se projetam da membrana bacteriana, formando um prolongamento do TTSS (figura 8) (Daniell, 2003). 15 Citosol bacteriano Membrana interna “Complexo agulha” Membrana externa “agulha” EscF Filamento de EspA Translocação de proteínas. Poro de translocação. Membrana celular Tir translocado Citoplasma da célula Proteínas translocadas Figura 8. Esquema demonstrativo do TTSS de EPEC. O TTSS compreende a estrutura chamada “Needle complex” e os filamentos de EspA (adaptado de Chen and Frankel, 2004). 1.5. A Proteína EspA EspA é uma proteína de 25 kDa que é secretada pelo TTSS formando os filamentos de EspA. Os filamentos de EspA possuem comprimento variado dependendo da espécie da bactéria, e mesmo em uma mesma bactéria apresentam tamanhos variados, e possuem um diâmetro de 120 Ǻ (Daniell, 2003). A função primária dos filamentos de EspA é formar um “canal” de comunicação entre o citosol da bactéria e o citoplasma da célula hospedeira, mas tem sido proposta atualmente a função de adesina para estes filamentos devido ao fato de interagirem com a célula hospedeira nos estágios iniciais de formação de A/E (Abe et al, 1998; Cleary, 2004). 16 A proteína EspA possui as regiões C-terminal e N-terminal conservadas em diferentes sorotipos de EPEC e EHEC, mas possuem uma região central hipervariável. EspA de EPEC de coelho possui 88.5% de similaridade com EspA EPEC O127 (Abe et al, 1997). A região central hipervariável é uma região dominante, antigênica, e é uma região exposta da proteína; esta região tem a capacidade de receber pequenos peptídeos sem alterar a capacidade de formar homopolímeros de EspA (Crepin, 2005). Anticorpos produzidos em coelhos contra EspA de O157: H7 recombinante reconhecem EspA dos sorotipos O157 (mutante para o gene eae) e O111, sugerindo a possibilidade de desenvolvimento de Kits de diagnósticos (Kühne et al, 2004). La Ragione e colaboradores (2006) demonstraram pela primeira vez que anticorpos anti-EspA recombinantes são capazes de bloquear a formação de lesões A/E de E. coli O157: H7 in vitro. Os estudos que utilizam EspA como alvo de uma possível imunoterapia contra EPEC se baseiam na produção de EPEC mutante para espA. EPEC mutante para espA são utilizadas com o objetivo de desenvolver uma resposta imune protetora contra EPEC. Zhu e colaboradores (2005) produziram EPEC mutantes para ler (regulador global do lócus de subversão do enterócito) e constataram que estes mutantes têm a capacidade de infecção diminuída. Amaral e colaboradores (2007) demonstraram que a imunização de coelhos com EspA recombinante induz a produção de anticorpos anti EspA, e que soros policlonais pediátricos reconhecem EspA recombinante. Sendo a proteína EspA um importante fator de virulência para o estabelecimento do fenótipo A/E tanto para EPEC como para EHEC, a proteína EspA é um indicador de virulência e pode ser utilizada como alvo para estratégias de combate a infecção (Kühner, 2004). Anticorpos policlonais contra EspA são capazes de diminuir significantemente a interação entre a bactéria e o enterócito, o que pode tornar viável o desenvolvimento de uma vacina contra EPEC (Kühner, 2004). 17 2. Objetivo Expressão transiente da proteína EspA de EPEC em plantas de Feijão de Corda, utilizando como vetor o Vírus do Mosaico do Feijão de Corda (CPMV). 3. Estratégia Geral A seqüência espA que codifica para a proteína EspA foi amplificada pela técnica da PCR utilizando iniciadores específicos. O produto da amplificação foi clonado no vetor pGem-T easy (Promega®). Após a clonagem, espA com as extremidades coesivas necessárias para a clonagem no vetor pBinPS2NT2A, foi obtida pela digestão da construção pGem-T/EspA com as enzimas de restrição Apa I e Stu I. pBinPS2NT2A, com as extremidades coesivas para a clonagem de espA, foi obtida pela digestão da construção pBinPS2NT2AGFP com as enzimas de construção Apa I e Stu I. O produto da ligação de espA e do vetor pBinPS2NT2A foi usado para transformar células de E. coli DH5α competentes. Agrobacterium tumefaciens foram transformadas utilizando a técnica de transformação triparental. Os clones de A. tumefaciens transconjugante foram utilizados para infiltrar folhas de Vigna unguiculata e Nicotiana benthamiana a fim de se avaliar a expressão de espA. Plantas de V. unguiculata e N. benthamiana foram agroinfectadas com as construções recombinantes pBinPS2NT2A/EspA e pBinPSINT para avaliação da expressão transiente de EspA e produção de partículas virais quiméricas. Folhas de plantas agroinfectadas foram coletadas para a análise da produção da proteína EspA recombinante e para a produção de CPMV quiméricos. Análise da produção de EspA e CPMV quiméricos foi feita por meio das técnicas de ELISA e Western Blotting utilizando extrato total de folhas de plantas infectadas e o soro de coelho anti CPMV selvagem, soro de coelho anti EspA; e soro de um paciente pediátrico. 18 4. Material e métodos 4.1. Desenho dos Iniciadores Iniciadores específicos foram desenhados para a seqüência gênica que codifica a proteína EspA. As informações sobre a seqüência de espA de EPEC foram obtidas no GenBank (numero de acesso AF 200363). Os iniciadores foram desenhados de modo que a seqüência amplificada possuísse sítios de restrição para as enzimas Apa I e Stu I, fundamentais para a clonagem na construção pBinPS2NT2AGFP (esquema abaixo). Iniciador 1. Apa I/EspA. -------------------EspA-------------5’- AACCTTgggCCCATggATACATCAACTgCAACA-3’ Apa I Iniciador 2. Stu I/EspA. -------------------EspA----------------5’- AAA Agg CCT Tgg gTT ATT TAC CAA ggg ATA TTg C 3’ Stu I 4.2. Amplificação de espA pela técnica da PCR A seqüência espA que codifica a proteína EspA foi amplificada a partir DNA genômico extraído de E. coli enteropatogênica (cepa B171) sorotipo O111:NM (Riley et al, 1990). As condições de PCR utilizadas para uma reação final de 25 µL foram: 50 ng de DNA alvo; 1X tampão de reação (Biotools®); 1 mM dNTP (Biotools®); 50 pmoles de cada iniciador; 2 mM MgCl2; 1 µL Taq DNA polimerase (Biotools®). Para o ensaio de PCR, foi utilizado o seguinte programa: no primeiro estágio foi realizado 1 ciclo com temperatura 95 oC por 5 minutos; no segundo estágio foram realizados 30 ciclos com temperaturas 94 oC por 1 minuto, 49 oC 2,5 minutos, 72 oC 19 2,5 minutos, e no terceiro estágio foi realizado 1 ciclo com temperatura 72 oC 15 minutos. A visualização do produto de amplificação de espA foi realizada utilizando gel de agarose 0,8% com brometo de etídio (Sambrook, 1989). 4.3. Purificação de espA A região amplificada (espA) foi purificada do gel de agarose 0,8% com brometo de etídio utilizando o Kit de extração de DNA Concert Rapid Gel Extraction System, GIBCO BRL®, Life Technologies, conforme as especificações do fabricante. 4.4. Clonagens A região amplificada foi clonada no vetor de clonagem pGem-T easy (Promega®), conforme as especificações do fabricante. Para a reação de ligação em um volume final de 10 µL foi utilizado: 50 ng de vetor; 8,4 ng de espA; 3 unidades de T4 DNA ligase (Promega®); 1X tampão de reação. O vetor pGem-T easy (3015 pb) possui extremidades coesivas com apenas um resíduo de Timina em cada extremidade; esta característica permite a ligação do produto de PCR, pois a enzima Taq DNA polimerase introduz de maneira não específica um resíduo de Adenina nas extremidades de todos os fragmentos amplificados. Portanto, é possível clonar a seqüência amplificada no vetor. Além disso, o sítio de clonagem deste vetor se encontra inserido dentro de uma seqüência que codifica para a enzima β-galactosidase. Esta enzima é capaz de hidrolisar a ligação glicosídica da galactose. Por tanto, se houver a ligação da região amplificada no sítio de clonagem, a seqüência que codifica para a enzima β-galactosidase ser interrompida e a bactéria transformada com essa construção não é capaz de degradar a galactose. Usando X-Gal, um análogo da galactose, é possível identificar os clones que estão produzindo, ou não, a enzima β-galactosidase; isso porque o produto da hidrolise do X-Gal gera uma coloração azul. Assim colônias de bactérias 20 que produzem a enzima β-galactosidase adquirem a coloração azul, ao passo que colônias que não produzem a enzima (portanto transformadas com a construção recombinante pGem-T/EspA) não adquirem a coloração azul. O produto da ligação foi utilizado para transformar células de E. coli DH5α (Invitrogen®) competentes (cessão 4.6) utilizando o método de choque térmico (Sambrook, 1989). As células transformadas foram cultivadas em 5 mL de meio LB sólido (10 g/L triptona; 10 g/L NaCl; 5 g/L extrato de levedura; 15 g/L agar; 8 mg/L XGal; 20 µM IPTG) contendo 50 µg/mL de Ampicilina e cultivadas por 12 horas a 370 em estufa (Sambrook, 1989). A confirmação dos clones foi feita através de digestão do DNA plasmidial com as enzimas de restrição Apa I e Stu I (Promega®) e pela técnica da PCR (cessão 4.3). 4.5. Preparo de células DH5-α competentes E. coli DH5-α foram cultivadas a 37º C em Erlenmeyer contendo 50 mL de meio LB líquido (10 g/L triptona; 10 g/L NaCl; 5 g/L extrato de levedura) até alcançar a DO600nm= 0,5 - 0,7 e foram posteriormente centrifugadas a 4 ºC a 2.060 x g durante 5 minutos; o meio foi descartado e o sedimento foi dissolvido em 25 mL de solução CaCl2 50 mM gelado e colocado em gelo durante 20 min. Essa mistura foi centrifugada a 4ºC a 2.060 x g durante 5 minutos, o sedimento foi dissolvido em 3,5 mL de 15% glicerol/ CaCl2 50 mM; alíquotas de 100 µL foram congeladas em nitrogênio líquido e, posteriormente, estocados a -70ºC. 4.6. Digestão das construções pGem-T easy/espA e pBinPS2NT2AGFP com as enzimas de restrição Apa I e Stu I A construção recombinante pGem-T easy/EspA foi digerida com as enzimas de restrição Apa I e Stu I (Promega®), a fim de produzir EspA com as extremidades coesivas necessárias para a clonagem no vetor pBinPS2NT2A. Na reação de digestão da construção pGem-T easy/EspA, seguindo as especificações do fabricante, foi utilizado: pGem-T easy/EspA - 3 µg; BSA – 0,2 µL; 21 enzima Apa I (Promega®) - 3 unidades; enzima Stu I (Promega®) – 3 unidades; tampão de reação (H) 1X (Promega®). A digestão da construção pGem-T easy/EspA gerou um fragmento de 579 pb, correspondente a região que codifica a proteína EspA, e um fragmento de aproximadamente 3000 pb, correspondente ao vetor pGem-T easy (Promega®). Na reação de digestão da construção recombinante pBinPS2NT2AGFP, seguindo as especificações do fabricante, foi utilizado: pBinPS2NT2AGFP - 3 µg; BSA – 0,2 µL; enzima Apa I (Promega®) - 3 unidades; enzima Stu I (Progema®) - 3 unidades; tampão de reação (H) 1X (Promega®). A digestão da construção pBinPS2NT2AGFP gerou um fragmento de aproximadamente 900 pb, que corresponde região que codifica a proteína GFP, e um fragmento de aproximadamente 18000 pb, correspondente ao vetor pBinPS2NT2A (Liu e Lomonossoff, 2002). 4.7. Clonagem no vetor pBINPS2NT2A A ligação de espA com extremidades coesivas Apa I e Stu I no vetor pBinPS2NT2A, também com extremidades coesivas Apa I e Stu I, foi realiza utilizando a enzima T4 DNA ligase (Promega®), segundo as especificações do fabricante. O experimento foi feito em diferentes proporções de espA: vetor (1:1; 2:1; 3:1). Para a reação de ligação (relação inserto: vetor = 1:1) em um volume final de 10 µL, foram utilizados: 60 ng de do vetor pBinPS2NT2A; 2 ng de espA; 1X tampão de reação; 3 unidades de enzima T4 DNA ligase (Promega®). Os produtos da ligação foram utilizados para transformar células E. coli DH5α competentes (cessão 4.6) utilizando choque térmico (Sambrook, 1989). As células transformadas foram cultivadas em meio LB sólido (10 g triptona/L; 10 g NaCl/L; 5 g extrato de levedura/L; 15 g/L agar) contendo 50 µg/mL de Kanamicina e por 12 22 horas a 370 em estufa (Sambrook, 1989). A confirmação dos clones foi feita por digestão com enzimas de restrição e pela técnica da PCR (cessão 4.3). 4.8. Conjugação triparental A transformação de células de Agrobacterium tumefaciens, cepa LBA4404 (PGV3850+RIFr), foi feita utilizando a técnica de conjugação triparental. O protocolo de conjugação triparental utilizado para neste trabalho foi: Agrobacterium tumefaciens cepa LBA4404 ((PGV3850+RIFr) foi cultivada em 5 mL de meio YEP (peptona 10 g/L; sacarose 1 g/L; extrato de levedura 5 g/L; MgSO4 – 7 H2O 0,5 g/L) contendo 100 µg/mL de Rifampicina por 48 horas a 28oC (Sambrook, 1989). Células de E. coli Helper foram cultivadas em 5 mL de meio LB (cessão 4.5) por 24 horas a 37oC. Células de E. coli DH5α transformadas com a construção recombinante pBinPS2NT2A/ESPA foram cultivadas em 5 mL de meio LB (cessão 4.5) contendo 50 µg/mL de Kanamicina por 24 horas a 370C em estufa. Após o cultivo inicial, 100 µL da cultura de Agrobacterium tumefaciens cepa LBA4404 ((PGV3850+RIFr) foram cultivados em 1 mL de meio YEP, sem antibiótico, por 4 horas a 28oC; 100 µL da cultura de E. coli Helper foram cultivados em 5 mL de meio LB, sem antibiótico, por 4 horas a 37oC; e 100 µL da cultura de E. coli transformada com a construção recombinante pBinPS2NT2A/ESPA foram cultivadas em 5 mL de meio LB, sem antibiótico, por 4 horas a 37oC. Após o termino do segundo cultivo, 100 µL de cada cultura do segundo cultivo (Agrobacterium tumefaciens; E. coli Helper; e E. coli transformada com a construção recombinante pBinPS2NT2A/ESPA) foram cultivadas em um mesmo tubo, sem agitação, por 3 horas a 28oC. Após o cultivo, a cultura mista foi incubada em meio YEP sólido (peptona 10 g/L; sacarose 1 g/L; extrato de levedura 5 g/L; MgSO4 – 7 H2O 0,5 g/L; agar 15 g/L) contendo 100 µg/mL de Rifampicina e 50 µg/mL de Kanamicina por 48 horas a 28oC (Sambrook, 1989). A confirmação dos clones transformantes (Agrobacterium tumefaciens transconjugantes com a construção recombinante pBinPS2NT2A/ESPA) foi feita pela técnica da PCR (cessão 4.3). O seqüenciamento parcial da construção recombinante pBinPS2NT2A/ESPA, para confirmar a construção recombinante foi realizado, por encomenda, pela Genemed Synthesis, Califórnia, EUA. 23 4.9. Infiltração de folhas de Vigna unguiculata e Nicotiana benthamiana Para avaliar a produção da proteína recombinante EspA em um curto espaço de tempo foi realizado uma agroinfiltração. A agroinfiltração consiste na infiltração a vácuo de folhas utilizando um clone de A. tumefaciens transformado com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA. Para isso, o clone pTU 13B foi cultivado em meio YEB (5g/L extrato de carne; 1g/L de triptona; 1g/L de extrato de levedura; 5g/L de sacarose; 2 mM MgSO4; pH7. 4) contendo 100 µg/mL de Rifampicina e 50 µg/mL de Kanamicina a 28o C, até atingir uma DO600nm = 1,0. O cultivo foi centrifugado a 5.000 g por 30 minutos a 4oC. O sedimento de células foi cultivado em 200 mL de meio indutor (Meio YEB; 10mM MÊS [ácido 2-{morpholino} etano sulfônico]; 20 µM acetosiringona [3’-5’- dimetoxi-4-hidroxiacetofenona]; 2 mM MgSO4 pH 5.6) a 28º C, até atingir uma DO600nm= 0,8. Após este período a cultura foi centrifugada a 5.000 g por 10 minutos. O sedimento de células foi dissolvido e cultivado em 100 mL de meio MMA (Sais MS; 10 mM MÊS; 20g/L sacarose; 200 µM acetosiringona; pH 5.6) até atingir a DO600nm = 2,4 e posteriormente cultivada por 2 horas a 22º C sem agitação. Após este período a cultura foi transferida para um recipiente estéril e incubada com folhas de Vigna unguiculata e Nicotiana benthamiana (as folhas a serem infiltradas foram previamente feridas com o auxilio de uma ponteira de pipeta automática); foram utilizadas 5 folhas para cada 100 mL de cultura. Com as folhas submersas na cultura foi aplicado vácuo de 0,1 a 1 mbar por 20 minutos utilizando uma bomba de vácuo e um dessecador (figura 9). Após este período o vácuo foi cessado rapidamente e as folhas infiltradas foram lavadas com água destilada. As folhas infiltradas foram colocadas em bandejas forradas com papel filtro umedecido, com a parte adaxial voltada para cima, e incubadas a 25º C sob um fotoperíodo de 16 horas por 60 horas (Vaquero-Martin, comunicação pessoal) (figura 10). 24 Bomba de vácuo Dessecador Recipiente contendo cultura e folhas. Figura 9. Esquema demonstrativo do dessecador e da bomba de vácuo utilizados para a Agroinfiltração de folhas Vignia unguiculata e Nicotiana benthamiana. Figura 10. Folhas de Feijão de Corda agroinfiltradas com o clone pTU13B. Foram feitos riscos na superfície foliar para facilitar a agroinfiltração. 4.10. Agroinfecção de folhas de Vigna unguiculata e Nicotiana benthamiana A agroinfecção consiste na infecção de plantas utilizando dois clones: o clone de A. tumefaciens transformado com a seqüência a ser expressa clonada no vetor pBINPS2NT2A, e o clone SINT (A. tumefaciens transformada com a construção recombinante pBINPSINT; esta construção também é derivada do vetor binário pBINplus e possui o cDNA do RNA I do CPMV). No processo de agroinfecção, uma cultura mista com os dois clones é utilizada para infectar folhas de Feijão de Corda com o auxilio de uma seringa (sem agulha); foram infectadas duas folhas por planta com aproximadamente 10 dias de plantio. A ocorrência de uma dupla infecção faz 25 com que eventualmente uma célula vegetal receba as duas construções recombinantes (baseada no RNA1 e no RNA2 do CPMV); a transcrição e tradução das construções recombinantes pela maquinaria celular levam a imediata formação de partículas virais viáveis e a proteína recombinante. Os vírus quiméricos passam então a se replicar no tecido vegetal levando, conseqüentemente, à produção da proteína recombinante. Os sintomas da infecção aparecem aproximadamente 8 dias após a agroinfecção e a proteína recombinante se acumula do citosol da célula vegetal (Gopinath, 2000). O clone pTU13B e o clone SINT [Agrobacterium tumefaciens transformadas com a construção pBINP1NT (cDNA do RNA-1 do CPMV)], foram cultivados a 28º C em 50 mL meio LB (cessão 4.5) contendo 50 µg/mL de Kanamicina até atingir uma DO600nm = 1,0. As culturas foram centrifugadas a 5000 g por 30 minutos a 4 º C e os sedimentos de células foram dissolvidos e cultivados em 200 mL de meio indutor (cessão 4.10) a 28º C até atingirem uma DO600nm = 0,6. As culturas foram então centrifugadas a 5000 g por 30 minutos a 4 º C e os sedimentos foram dissolvidos e cultivados em 100 mL meio MMA (cessão 4.10) até atingirem uma DO600nm = 2,4. Volumes iguais das duas culturas foram misturados e incubados a 22º C por 2 horas a temperatura ambiente. Folhas de Vigna unguiculata com aproximadamente 10 dias, e folhas de N. benthamiana, foram infiltradas com aproximadamente 50 µL da cultura mista; a inoculação na região adaxial (foi utilizado duas folhas por planta) foi realizada com o auxilio de uma seringa (sem agulha). As folhas foram observadas diariamente até o aparecimento dos sinais de infecção (Liu e Lomonossoff, 2002). 4.11. Análise da expressão de proteína EspA recombinante Após o período de incubação (72 horas para as folhas infiltradas e 20 dias para as folhas infectadas), as folhas foram pesadas e maceradas em nitrogênio líquido. Para cada grama de folha macerada foi acrescentado 1 mL de tampão ESB (75 mM Tris-HCl pH 6,8; 9M uréia; 4,5% (w/v) SDS; 7,5% (v/v) β-mercaptoetanol; 5nM PMSF). O extrato total foi fervido por 10 minutos em banho-maria e centrifugado a 11.000 x g por 5 minutos. O precipitado foi descartado e o restante foi transferido para tubos limpos e armazenados a – 20oC (Lomonossoff e Vaquero-Martin, comunicação pessoal). Alternativamente, folhas infectadas ou infiltradas foram 26 maceradas em nitrogênio líquido com o auxílio de um pistilo; para cada 0, 5 gramas de macerado foi adicionado 100 µL de tampão fosfato 100 mM pH 7,0; foi adicionado coquetel de inibidores de proteases (2,5 µg/mL Cistatina; 100 µg/mL TLCK; 0,5 µg/mL Leupeptina; 1 µM EDTA; 500 µM PMSF; e 250 µg/mL E-64); o macerado foi centrifugado a 10.000g por 10 minutos, sendo o precipitado descartado e o sobrenadante coletado. A análise da expressão de EspA foi feita em gel de acrilamida SDS PAGE 12% (Laemmli, 1970) utilizando extratos totais das folhas infectadas, e por testes de imuno detecção Elisa e Western Blotting (Towbin, 1979). O teste de ELISA foi realizado utilizando soro de coelho anti EspA recombinante (Amaral et al, 2007), soro de um paciente pediátrico, e soro de coelho anti CPMV, na diluição inicial de 1/500. O teste de Western Blotting foi realizado utilizando soro de coelho anti EspA recombinante (Amaral et al, 2007) e soro de coelho anti CPMV, na diluição de 1/5.000. 4.12. Extração de RNA total Todas as soluções utilizadas na extração de RNA total de folhas foram preparadas em água tratadas com DEPC. Folhas de plantas infectadas foram maceradas em nitrogênio líquido com o auxilio de um almofariz. Para cada 0,1 grama de tecido macerado foi adicionado 1 mL de Trizol (Invitrogen®); a solução resultante foi agitada vigorosamente por 5 min e centrifugada a 12.000 x g por 10 min a 8ºC. O precipitado foi descartado e o restante foi incubado por 5 min a temperatura ambiente. Foi adicional 200 mL de clorofórmio e misturado vigorosamente por 15 segundos. A solução resultante foi incubada por 3 minutos a temperatura ambiente e centrifugada a 12.000 x g por 15 minutos a 8ºC. A fase aquosa (superior) foi coletada e foram adicionados 250 µL de isopropanol e 50 µL de solução salina (0,8M citrato de sódio; 1,5M NaCl); a solução resultante foi incubada por 10 minutos. Posteriormente a solução foi centrifugada a 12.000 x g por 10 minutos a 8ºC, o precipitado (RNA total) foi reservado e o restante foi descartado. Ao RNA total foi adicionado com 1 mL de etanol 75% (75% de etanol; 25% de água destilada); a solução foi agitada vigorosamente e centrifugada a 7.500 x g por 5 27 minutos a 8ºC. O precipitado foi reservado, secado na estufa a 30ºC e dissolvido 30 µL em água. A visualização do produto da extração foi feita em gel de agarose 0,8% com brometo de etídio. 4.13. RT - PCR Todas as soluções utilizadas no ensaio de RT – PCR foram preparadas em água tratada com DEPC. Para cada reação de RT PCR foram utilizados: aproximadamente 3, 5 µg de RNA total; 30 unidades de AMV Transcriptase Reserva (Invitrogen®); 1x de tampão de reação; 4 picomoles de iniciador (reverso de EspA); 0,5 mM dNTP; 0,5 µL de RNAse out (Invitrogen®); água para um volume final de 50 µL. Como controles negativos foram utilizados RNA total de plantas não infectadas; e ensaio utilizando RNA de folhas infectadas sem a enzima AMV Transcriptase Reserva (Invitrogen®). A visualização dos produtos da reação foi feita em gel de agarose 0,8% com brometo de etídio. 4.14. Purificação de vírus quiméricos Folhas de plantas infectadas foram maceradas em tampão fosfato 100 mM (25 gramas de folhas para 50mL tampão), o macerado foi filtrado em tecido muceline e o filtrado foi centrifugado a 15.000 x g por 20 minutos a 4ºC. A fase aquosa foi reservada e ao precipitado foi adicionado 12,5 mL de tampão fosfato 100 mM que foi centrifugado a 15.000 x g por 20 minutos a 4ºC. As fases aquosas da 1º e da 2º centrifugação foram combinadas e foi adicionado 35 mL de solução colorofórmiobutanol (razão 1:1); a solução resultante foi agitada por 1 minuto e centrifugada a 5.000 x g por 5 minutos a 4ºC. O precipitado foi descartado e á fase aquosa foi adicionado 0,25% (volume:volume) de solução PEG; a solução resultante foi incubada a 4ºC por 1 hora com agitação constante. Após o período de incubação a solução foi centrifugada a 10.000 x g por 15 minutos a 4ºC, a fase aquosa foi descartada e ao precipitado foi acrescentado 7 mL de tampão fosfato 10 mM. A solução resultante foi centrifugada a 15. 000 x g por 15 minutos a 4ºC e a fase aquosa foi reservada; ao precipitado foi adicionado 2 mL de tampão fosfato 10 mM e a solução resultante foi centrifugada a 15.000 x g por 15 minutos a 4ºC; a fase 28 aquosa foi reservada. As fases aquosas da 1º e da 2º centrifugação foram combinadas e centrifugadas a 36.000 x g por 2 ½ horas a 4ºC. A fase aquosa foi descartada e ao precipitado foram adicionados 100 µL de tampão fosfato 100 mM; a solução resultante foi centrifugada a 12.000 x g por 1 minuto a 4ºC. O precipitado foi descartado e a fase aquosa foi adicionada 0,3% (volume:volume) de azida sódica. 29 5. Resultados Após o desenho de iniciadores específicos foram iniciadas varias tentativas de amplificação da seqüência que codifica a proteína EspA. Durante as tentativas foram variados a quantidade de Cloreto de Magnésio, iniciadores e dNTPs a fim de se identificar a melhor condição de PCR para amplificação da seqüência de interesse. Após várias tentativas mal sucedidas de amplificação, conseguiu-se amplificar a seqüência que codifica a proteína EspA de EPEC. As condições ideais de amplificação por PCR estão listadas em materiais e métodos (cessão 4.3). Na figura 11 pode ser observado o produto da amplificação por PCR, correspondente a região que codifica a proteína EspA, com tamanho de 579 pb. O produto da amplificação foi purificado do gel utilizando o Kit de Extração de DNA Concert Rapid Gel Extraction System, GIBCO BRL®, Life Technologies, seguindo as especificações do fabricante. A confirmação da purificação da região espA amplificada foi realizada utilizando eletroforese em gel de agarose. A figura 12 mostra a região que codifica a proteína EspA (amplificada por PCR) purificada. 30 500 pb 579 pb M A1 A2 A3 A4 B1 B2 B3 B4 C1 C2 C3 C4 D1 D2 D3 D4 H I J C- C+ Figura 11. Gel de agarose 0,8% tratado com Brometo de Etídio. M: marcado de DNA lamdba Hind III; A, B, C, D, H, I, J: amostras em diferentes condições de PCR (quadro 1); C-: controle negativo (água); C+: controle positivo (DNA genômico EAF+). O fragmento de 579 pb indicado corresponde a região espA. O fragmento de 500 pb indicado corresponde ao marcador λ Hind III (Promega®) utilizado. Quadro 1: Condições de reação das amostras da figura 11. Amostras Condições de amplificação A1, B1, C1 e D1 0,2 mM dNTP; 100 pmol iniciadores A2, B2, C2 e D2 0,2 mM dNTP; 50 pmol iniciadores A3, B3, C3 e D3 0,1mM dNTP; 100 pmol iniciadores A4, B4, C4 e D4 0,1 mM dNTP; 50 pmol iniciadores H, I, J, C- e C+ 0,2 mM dNTP; 100 pmol iniciadores A1, A2, A3 e A4 2 mM Mg2Cl B1, B2, B3 e B4 2,5 mM Mg2Cl C1, C2, C3 e C4 3 mM Mg2Cl D1, D2, D3 e D4 3,5 mM Mg2Cl H, I e J 2 mM Mg2Cl 31 500pb 579pb M A1 A2 Figura 12. Gel de agarose 0,8% tratado com Brometo de Etídio. M: marcador de DNA Lambda Hind; A1 e A2 produtos da amplificação por PCR purificados. A região amplificada foi utilizada para clonagem no vetor de comercial pGem-T easy (Promega®). O produto da ligação foi utilizado para transformar células DH5α (cessão 4.5) e o produto da transformação foi cultivado em meio LB sólido (cessão 4.5) Após o período de incubação verificou-se o crescimento de colônias com coloração azul e colônias sem esta coloração (colônias azuis: não transformadas com a construção recombinante pGem-T-easy/EspA; colônias brancas: transformadas com a construção recombinante). Um total de 11 colônias transformadas foram retiradas da placa e cultivadas em meio LB líquido (cessão 4.5); após o período de incubação o DNA plasmidial dos clones transformantes foi extrato utilizando o método de TENS (Sambrook, 1989). Como pode ser observado na figura 13, as colônias obtidas da transformação de Escherichia coli DH5α competentes com o produto da ligação pGem T-easy + EspA possuem um fragmento de DNA plasmidial com mobilidade eletroforética correspondente ao esperado da construção recombinante pGem-T-easy/EspA. 32 3600 pb DNA plasmidial M A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 Figura 13. Gel de Agarose 0,8% tratado com brometo de etídio. M: marcador DNA Lambda Hind III. A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10 e A11: diferentes amostras de DNA extraído de 11 diferentes colônias transformadas com a construção recombinante pGem-T-easy/EspA. O fragmento de 3600 pb indicado corresponde ao marcador utilizado. A confirmação da construção recombinante foi realizada por PCR, utilizando iniciadores específicos, e digestão com as enzimas de restrição Apa I e Stu I. Após a identificação das colônias transformadas com a construção recombinante pGem-Teasy/EspA, foi escolhido um clone (clone A1), que passou a ser chamado de pTU14, e o DNA plasmidial deste clone foi digerido com as enzimas de Restrição Apa I e Stu I (cessão 4.7) para se obter a região que codifica a proteína EspA com as extremidades coesivas necessárias para a clonagem no verto de expressão pBINS2NT2A. A digestão da construção recombinante pGem-T-easy/EspA obtida a partir do clone pTU14 gerou um fragmento de aproximadamente 3000 pb, correspondente ao vetor de clonagem pGem-T-easy, e um fragmento de 579 pb, correspondente região que codifica a proteína EspA (figura 14). 33 pGEM - T EspA 500pd M A1 A1 A1 Figura 14. Gel de Agarose 0,8% tratado com brometo de etídio. M: marcador DNA Lambda Hind III. A1: construção recombinante pGem-T-easy/EspA (clone pTU 14) digerida com as enzimas de restrição Apa I e Stu I. Após a digestão da construção recombinante pGem-T-easy/EspA, espA foi purificado do gel utilizando o Kit de extração de DNA (GIBCO BRL®) (cessão 4.4). Simultaneamente foi realizada a digestão da construção recombinante pBinPS2NT2A/GFP utilizando enzimas de restrição ApA I e Stu I (Promega®) (cessão 4.7) para obter o vetor pBinPS2NT2A com as extremidades coesivas necessárias para a ligação. A digestão gerou um fragmento de aproximadamente 19000 pb, correspondente ao vetor pBinPS2NT2A, e um fragmento de aproximadamente 900 pb, correspondente a região que codifica a proteína GFP (figura 15). 34 Figura 15. Gel de Agarose 0,8% tratado com brometo de etídio. M: marcador DNA Lambda Hind III (Promega®). D1: construção recombinante pBinPS2NT2AGFP digerida com enzimas de restrição Apa I e Stu I. O fragmento de 19000 pb indicado corresponde ao vetor pBinPS2NT2A digerido; o fragmento de 900 pb indicado corresponde à região de codifica a proteína GFP; o fragmento de 23000 pb indicado corresponde ao marcador utilizado. A imagem corresponde a partes relevantes de um mesmo gel. Após a digestão da construção recombinante pBinPS2NT2AGFP, o vetor pBinPS2NT2A foi purificado do gel utilizando o protocolo de purificação com papel (Dretzen e Ballarde, 1981; Danner, 1982). Na figura 16 pode ser observado os produtos da purificação EspA e pBINPS2NT2A. 35 19000 pb 23000 pb 579 pb 500 pb M Vetor espA Figura 16. Gel de Agarose 0,8% tratado com brometo de etídio. M: marcado de DNA Lambda Hind III. Vetor: vetor pBinPS2NT2A digerido com enzimas Apa I e Stu I; EspA: espA digerido com enzimas Apa I e Stu I. O fragmento de 19000 pb indicado corresponde ao vetor de expressão pBinPS2NT2A digerido com enzimas Apa I e Stu I. O fragmento de 579 pb indicado corresponde à região que codifica a proteína EspA digerida com as enzimas Apa I e Stu I. Os fragmentos de 23000 pb e 500 pb indicados correspondem ao marcador utilizado. Após a purificação de espA e pBinPS2NT2A, digeridos com as enzimas de restrição Apa I e Stu I, foi realizada a ligação das duas construções (cessão 4.8). O produto da ligação foi utilizado para transformar Escherichia coli DH5α (cessão 4.6) por choque térmico (Sambrook, 1989), e o produto da transformação foi cultivado em meio LB sólido (cessão 4.8). Após o período de incubação, foram identificadas 13 colônias. Estas colônias foram incubadas em meio LB líquido (cessão 4.8). Após o período de incubação, foi realizada a extração do DNA plasmidial das 13 colônias, pelo método de TENS (Sambrook, 1989). Como pode ser observado na figura 17, todas as 13 colônias analisadas possuem DNA plasmidial com mobilidade eletroforética correspondente ao esperado para construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA. 36 23000 pb DNA plasmidial M A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 Figura 17. Gel de Agarose 0,8% tratado com brometo de etídio. M: marcador DNA Lambda Hind III. A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10, A11, A12 e A 13: DNA plasmidial extraído de construção diferentes colônias recombinante transformadas com pBinPS2NT2A/EspA. a Os fragmentos, com aproximadamente 19000 pb, indicados correspondem ao DNA plasmidial extraído das 13 colônias transformadas com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA. O fragmento de 23000 pb indicado corresponde ao marcador utilizado. A confirmação dos 13 clones de E. coli transformados com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA foi realizada por PCR (cessão 4.3). Como pode ser observado na figura 18, todos as 13 clones transformados com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA foram amplificadas pela da técnica da PCR (cessão 4.3) utilizando iniciadores específicos. 37 23000pb espA 500pb M A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 C+ C- Figura 18. Gel de Agarose 0,8 % tratado com brometo de etídio. M: marcador DNA Lambda Hind III. A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10, A11, A12, A13: produtos de amplificação por PCR a partir de DNA plasmidial dos 13 clones transformados com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA. C+: controle positivo (DNA EAF+); C-: controle negativo. EspA indica a região codifica a proteína EspA amplificada pela técnica da PCR utilizando DNA plasmidial extraído dos 13 diferentes clones transformados com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA. Os fragmentos de 23000 pb e 500 pb indicados correspondem ao marcador utilizado. Após a confirmação dos 13 clones transformados com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA, células de Agrobacterium tumefaciens foram transformadas com a construção de interesse. Para a transformação de Agrobacterium tumefaciens foi selecionado apenas um clone (clone A6) que passou a ser chamado de pTU13. A transformação de A. tumefaciens foi feita utilizando a técnica da conjugação triparental (cessão 4.9). Após o período de incubação, 10 colônias foram selecionadas e retiradas da placa e cultivadas em meio YEP líquido (cessão 4.9) contento 100mg/mL de Rifampicina e 50mg/mL de Kanamicina. Como pode ser observado na figura 19, alguns clones (A1, A2, A4 e A10) de A. tumefaciens transconjugantes com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA 38 possuem DNA plasmidial com mobilidade eletroforética esperada para a construção recombinante pBINPS2NT2A/espA. O fato de alguns clones não apresentarem o DNA plasmidial esperado pode ser devido ao fato da baixa eficiência de extração de DNA plasmidial A. tumefaciens. 23000pb DNA plasmidial M A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 Figura 19. Gel de Agarose 0,8 % tratado com Brometo de Etídio. M: marcador DNA Lambda Hind III. A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10 correspondem a diferentes clones de A. tumefaciens transformados com a construção pBinPS2NT2A/EspA. O DNA plasmidial indicado corresponde o DNA plasmidial extraído de diferentes clones de A. tumefaciens transconjugante. O fragmento de 23.000 pb indica corresponde ao marcador utilizado. A confirmação dos clones de A. tumefaciens transformadas com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA foi feita utilizando a técnica da PCR (cessão 4.3). Como pode ser observado na figura 20, foi possível amplificar em alguns clones a região que codifica a proteína EspA utilizando DNA plasmidial extraído de A. tumefaciens transconjugante transformada com a construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA. A não amplificação de todas as amostras pode ser devido à baixa quantidade do DNA utilizado como molde ou a existência de colônias não transformadas (figura 19). 39 espA 500 pb M A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 C1 C2 C3 EspA Figura 20. Gel de Agarose 0,8 % tratado com brometo de etídio. M: marcador DNA Lambda Hind. A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8 são amostras de DNA de diferentes clones de A. tumefaciens transformados com a construção pBinPS2NT2A/EspA. C1: controle negativo da reação; C2: controle negativo (pBinPS2NT2A/GFP). C3: controle positivo (DNA EAF+). EspA: EspA purificado. EspA indica o produção da amplificação (região que codifica a proteína EspA), de 579 pb. O fragmento 500 pb indicado corresponde ao marcador utilizado. Após a confirmação dos clones de A. tumefaciens transconjugantes para construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA, foi escolhido apenas um clone (clone A5) para dar continuidade ao trabalho. Este clone passou a ser chamado de pTU13B. A seqüência da região codante espA contida nas construções deste trabalho corresponde àquela de EPEC de origem humana, cepa B171, sorotipo O111:NM (figura 21) (Amaral, 2007). Essa seqüência é 100% de homóloga à região espA de EPEC isolada de coelhos (rEPEC) (Amaral, 2007). 40 Iniciador 2 5’ATGGATACATCAACTGCAACATCAGTTGCTAGTGCGAACGCGAGTACTTCGACATCGACA GTCTATGACTTAGGCAGTATGTCGAAAGACGAAGTAGTTCAGCTATTTAATAAAGTCGGTGT Iniciador 1 TTTTCAGGCTGCGCTTCTCATGTTTGCCTATATGTATCAGGCACAAAGCGATCTGTCGATTG CAAAGTTTGCTGATATGAATGAGGCATCTAAGGAGTCAACCACAGCCCAAAAAATGGCTAAT CTTGTGGATGCTAAAATTGCTGATGTTCAGAGTAGTTCTGACAAGAATAAGAAAGCCAAACT TCCTCAAGAAGTGATTGACTATATAAATGATCCTCGCAATGACATTACAGTAAGTGGTATTA GCGATCTAAATGCTGAATTAGGCGCTGGTGATTTGCAAACGGTGAAGGCCGCTATTTCGGCC AAATCGAATAACTTGACCACGGTAGTGAATAATAGCCAGCTTGAAATACAGCAAATGTCAAA TACGTTAAACCTATTAACGAGTGCACGTTCTGATATTCAGTCACTGCAATACAGAACTATTT CAGCAATATCCCTTGGTAAATAA 3’ Figura 21. Seqüência de EspA de rEPEC. Sequenciamento realizado sob encomenda pela Genemed Synthesis, Califórnia, EUA (adaptado de Amaral et al, 2007). O seqüenciamento parcial da construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA foi realizado utilizando dois iniciadores específicos para a região espA, indicados na figura 21. A estratégia de seqüenciamento foi montada de modo a verificar a clonagem de espA na construção pBinPS2NT2A (figura 22). Apa I Stu I Iniciador 2 RNA -2 2A espA Nos Iniciador 1 PBINPS2NT2A/EspA Figura 22. Esquema demonstrativo da estratégia de sequenciamento da construção recombinante pBINPS2NT2A/ EspA. 41 Por meio do seqüenciamento parcial utilizando o iniciador 1 foi possível identificar uma parte da seqüência de espA (32 a 91 nu), a seqüência de FMDV (correspondente ao peptídeo catalítico 2A) (121 a 176 nu), a seqüência do CPMV (204 a 744) e o sítio de restrição Apa I (figura 23). Por meio do seqüenciamento parcial utilizando o iniciador 2 foi possível identificar uma parte da seqüência de espA (17 a 512 nu), a seqüência do CPMV (513 a 1183 nu), e o sítio de restrição Stu I (AGGCT) (figura 24). 42 Seqüência de espA (32 – 91nt). Seqüência de FMDV (121 – 176nt). Seqüência de CPMV (204 – 744nt). Sítio da enzima de restrição Apa I – CCCGGG. CGTACTTAAGCCGGCGGGTGACGTCATCTTCTCTTTCGACCTACTGCCTAAGTCAAAGACTG Apa I GCCATGTCCAAATACCCCCGTTCCCCCTAACAACTGATGTTGCAGTTGATTTTTCCCTGGGC CCAGGGTTGGACTCAACGTCCCCTGCTAACTTAAGTAGGGCAAAGTTTAAAAACTGTTTTGC CGGGCCTGCAACAATAACAGTGGGTCCAACCATAACCCTACCCTTGGAGCGTTCAATATCCC GAAACCTAAACTTTAAAAACGGGGGAATTTCCGTTGACAGGGGAAATGGGGGCATCAGGATT TTGCCGGCAACCCTGAAATTAGGATCCAAGCCCATGTTGACCCCAAATTGGTGTTTTTGTCT GGGATTGGTAACAACCCCTTCAAAAAACCCGGGGGTCTGATTGGCCCATGGGCTTTCGGCAA ATTCAAATCCCCTTTTCGGCCCTATGAAATCAAAAAAAAAATTCAACATGGCAAAACCCGGT TGGGAAATCCCAAATGGCCCCCCATCAAAACTTTCCGGGGTCATGGACTGGCCCAGGTAAAC AAAAACTTGGCCCTCCCAATCTGCTTTTTTGACCCCCGCACCCCTAACAATAAGTTGAACAT GAATAATTCCCAAATTCCAAGCAGCAGTACCCAAGAAATTCATAATTGGAGGATTAAAAATG GGCCTTTTCCAATTGGCATCCCCAAAAGGAATTATTTTGCCCTTGATTAAATCAAAAATTAC GCTTGGACGTCCTAAAAAGGGACAGGGGGAATTTAAACTATTAAAAGAGGGCTATACCCTTT GAAGGTTCCACAAAAAAAGGGCCTTGGGCTTAAACTCCCAACAAGCGGGAACCTTCATACCC GGATAGAAACTATACCAAAATTCTTAAGGCAACAACTTGACCCAAAATAAAAACCCCGAAAA TTGACCTGTGTACTCAAGAAAAATGCAATAAGTAGGACACCCTTCTCTTAAGGGGGTCTCGG GTTACTTTGTGTAACAACGTACAAAAATTCTGTAGGAAAAAACATAACATCTTTTCCCCACA CTCGAAGATGCACATTCTGGAGGAGAAGCTCTGAATAAGCCCAGGAGCAATCGTGAGATTAC GCAGGCTGGTGAGTGAAGTAGTATACGTACGAGTCGTATA Figura 23. Sequenciamento parcial da construção recombinante pBINPS2NT2A/ EspA utilizado o iniciador 1. 43 Seqüência de espA (17-512 nu) - 72% de homologia com espA. Seqüência do vetor pBINPS2NT2A (513-1183 nu) Sítio da enzima de restrição Stu I – AGGCCT. GAACTAGGCTAGGCCGAGAAGAAGTTATTCCGCCATTTAAATAAATCCGGGGTCCTCCAGGT TGCCCTTCCCAGGTTGGCCTATAGGATTCAGGACCAAACCATCCGGCCAATGGCAAAGTTGG CGGATATAAAGGAGGCATCTAAGGATCCACCCCCACCCCAAAAAAGGGTTAACCTGGGGAAG GCTAAATTGGCGAAGGTCCAAAGAATTCCGAACAAAAATAAAAAACCCAACCTCCCCCAAAA ATGGATGGACTTTTTAATGGACCCCCCCATGGCCTTTCCAGAAAGGGGATTTACCAATCTAA TGGCTAAATTAGGCCCGGGGGATTTGCAACCGGGAAAGGCCCTTTTTCCGGCCAATTCAAAT AACTGGCCCCCGGAAGGGAATAATACCCACTTGGAAATACACCAAAGGTCAAATCCTTTAAA CCTATTACCAAGGGCCCTTCCGGATATCCATCCCCGGCATTCCAAACTTTTTTCGGCAATTT Stu I CCCTGGGAAAATACCCCAAGGCCTTAACCTCGGGTTCCTTTAATTTTCCTTTATTTGAAAT TTCCGGTTTTCCGGGGTGCTTTCTTTTGTTGGGGGAGGGGTTTTCTGTGCTCAAAGGGGGTT AATTTATGGTAATTTAATTCCTTGGGGACCCCCGGTTAACAAGGCCTCCCCTCCACCAAGGA CCCAAAAAAATTTTAATTTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAGAACCGGAAATCCGATTTCAACT TTTTCACCTGGCGAACCGTCCAAACCTTTGGGGAAAAAAGGTTTCTTAAAATTGAATCCGGT TGCGGGGCCTGGGAAGGTTATCCTAAAAATTTTCTGTGGATTTCGGTAAGCATGTAAAAATT TAACTTGTAATGGCTGAACTTTTTTTTGGGTGGGGTTTTTAGATTTAGAGCCCGGAATTAAC CATTTATACCCAATAAAAAACAAATATAGCGCGCAAACTAGATAATTTACCCGCGCGGTGTC ACCTAGTGTACTAGACTCTAAGTTTCAAGCTTGGGGCGCCGCTTACGTTATTATGGTCTAGC TGTTCCTCGTGTGAATGTATACCGCTCCAATTCGACAACATCACGACCGCAGACTAAGTTGT ATACCCGTCGCTGCATCATGAGTAGTCATACTAGCTCACTATTGATGTGCTCAGTCACTTCT GCTGGA Figura 24. Seqüenciamento parcial da construção recombinante pBINPS2NT2A/ EspA utilizado o iniciador 2. 44 Portanto, o seqüenciamento parcial da construção recombinante pBinPS2NT2A/EspA utilizando os iniciadores 1 e 2, obtida a partir do clone pTU13B, confirmou a clonagem. Após a confirmação do clone pTU13B por PCR e por seqüenciamento parcial, este clone foi utilizado para realizar experimentos de agroinfiltração e agroinfecção (cessão 5.3.9) de folhas V. unguiculata (Feijão de Corda) e N. benthamiana. Para estes experimentos foram utilizadas as construções recombinantes constantes da tabela 3. Tabela 3: Construções recombinantes utilizadas. Construção pBINPS2NT2A Características gerais Construção recombinante baseada no cDNA do RNA 2 do CPMV e derivada do plasmídeo pBINplus de A. tumefaciens. Referência Gopinath, 2000; Liu e Lomonossoff, 2002. pBINPS2NT2A/ GFP Construção recombinante obtida a partir da clonagem da seqüência para a proteína GFP (Green Fluorescent Protein) no vetor pBINPS2NT2A Gopinath, 2000; Liu e Lomonossoff, 2002. pBINPS2NT2A/ EspA Construção recombinante obtida a partir da clonagem da seqüência para a proteína EspA (proteína translocada A de EPEC) no vetor pBINPS2NT2A. Este trabalho. pBINPS2NT2A/ EspB Construção recombinante obtida a partir da clonagem da seqüência para a proteína EspB (proteína translocada B de EPEC) no vetor pBINPS2NT2A. Mesquita, 2006. pBINPSINT Construção recombinante baseada no cDNA do RNA 1 do CPMV e derivada do plasmídeo pBINplus de A. tumefaciens. Gopinath, 2000; Liu e Lomonossoff, 2002. PCP1 Construção recombinante baseada no plasmídeo pUC 18 (Dessens e Lomonossoff, 1993) e no RNA 1 do CPMV. Dessens e Lomonossoff, 1993. 45 No primeiro experimento de agroinfecção realizado (cessão 4.11) foi utilizado o DNA plasmidial PCP1, digerido com a enzima de restrição Mlu I (Mittmann, 2004), em substituição do clone SINT (A. tumefaciens transformada com a construção recombinante pBINPSINT). O DNA PCP1 (Dessens e Lomonossoff, 1993) é um DNA infeccioso baseado no cDNA do RNA1 do CPMV que pode ser utilizado para transformar plantas de Feijão de Corda. Em outro experimento alternativo, foi utilizado CPMV selvagem como alternativa a utilização do clone SINT. Assim, foram realizados seis diferentes experimentos de agroinfecção utilizando os clones pTU13B, A4-4 (transformado com a construção recombinante pBINPS2NT2A/EspB; EspB – proteína translocada B de EPEC) (Mesquita, 2006) e, NSI/GFP (transformado com a construção recombinante pBINPS2NT2A/GFP) (Gopinath, 2000; Liu e Lomonossoff, 2002). Segue abaixo a relação de experimentos realizados: Experimento 1: Agroinfecção de Feijão de corda e N. benthamiana utilizando o clone pTU13B e DNA linear PCP1. Experimento 2: Agroinfecção de N. benthamiana utilizando o clone NSI/GFP e DNA linear PCP1. Experimento 3: Agroinfecção de N. benthamiana utilizando o clone A 4-4 e DNA linear PCP1. Experimento 4: Agroinfecção de N. benthamiana utilizando o clone pTU13B e CPMV selvagem. Experimento 5: Agroinfecção de N. benthamiana utilizando o clone NSI/GFP e CPMV selvagem. Experimento 6: Agroinfecção de N. benthamiana utilizando o clone A 4-4 e CPMV selvagem. 46 Após 20 dias de infecção foram observados os sintomas característicos de infecção por CPMV; os extratos foliares foram então coletados e analisados por Imunoblotting utilizando soro de coelho imune anti CPMV (soro R20) para detectar a produção de proteínas virais. Como pode ser observado na figura 25, utilizando soro imune anti CPMV foi possível detectar proteínas virais em extratos de V. unguiculata e N. benthamiana infectados com diferentes construções recombinantes. L S E1 0 E9 E8 E7 E6 E5 E4 E3 E2 E1 Figura 25. Imunoblotting utilizando diferentes extratos de plantas infectadas com construções recombinantes incubados com soro de coelho anti CPMV (soro R20). E1: V. unguiculata infectada com pTU13B e DNA PCP1; E2: N. benthamiana infectada com pTU13 B e CPMV; E3: N. benthamiana infectada com pTU13B e DNA PCP1; E4: N. benthamiana infectada com A4-4 e CPMV; E5: N. benthamiana infectada com A4-4 e DNA PCP1; E6: N. benthamiana infectada com NSI/GFP e CPMV; E7: N. benthamiana infectada com NSI/GFP e DNA PCP1; E8: Controle positivo (CPMV WT purificado); E9: Controle negativo – extrato de V. unguiculata não infectada; E10: Controle negativo – extrato de N. benthamiana não infectada. 47 Com este experimento foi possível demonstrar que a infecção de V. unguiculata e N. benthamiana com diferentes clones (pTU 13B; NSI/GFP; e A 4-4) e DNA linear PCP1, ou CMPV selvagem, leva a formação de partículas virais. Para os experimentos utilizando DNA linear PCP1 espera-se a produção de uma população homogênea de vírus quiméricos; para os experimentos utilizando CPMV WT esperam-se a produção de uma população mista de vírus (vírus quiméricos e vírus selvagem). A não detecção de proteínas virais em todos os extratos pode ser devido ao fato de que o vírus não se distribui de maneira uniforme pelos tecidos vegetais. Após a verificação de que agroinfecção levam a formação de proteínas virais foi realizado a agroinfiltração (cessão 4.10) de folhas de Feijão de Corda. Após a agroinfiltração as folhas de Feijão de Corda foram colocadas em uma bandeja forrada com papel filtro umedecido e incubada por 72 horas sob um foto-período de 16 horas em sala de vegetação (figura 26). Figura 26. Folhas de Feijão de Corda infiltradas com o clone pTU13B. Após o período de incubação das folhas infiltradas, foi obtido o extrato total (cessão 4.12) para a análise da produção de proteínas virais e EspA. Folhas de Feijão de Corda, com aproximadamente 10 dias de plantio, foram agroinfectadas (cessão 4.11) com os clones pTU13B e SINT. Após 7-8 dias de agroinfecção pode ser observado os primeiros sintomas característicos da infecção por CPMV; os sintomas tornam-se mais visíveis após 20 dias de infecção. 48 Como pode ser observado na figura 27, plantas de Feijão de Corda após 20 dias da agroinfecção desenvolveram sintomas característicos da infecção por CPMV. A B C Figura 27. Feijão de Corda após 20 dias da agroinfecção com os clones pTU13B e S1NT. A, B, C: diferentes plantas agroinfectadas demonstrando o padrão de mosaico, e má formação foliar, característico da infecção por CPMV. Após a observação dos primeiros sintomas da infecção por CPMV folhas de plantas infectadas foram coletos e o extrato total foi obtido, a fim de analisar a produção de proteínas virais e da proteína EspA. Os extratos das folhas de Feijão de Corda agroinfiltradas também foram utilizados para infectar novas plantas (1o passagem). Plantas de Feijão de Corda infectadas com extratos totais de folhas de Feijão de Corda agroinfectadas com as construções recombinantes desenvolveram sintomas de infecção por CPMV após 7-8 dias após a infecção; tornam mais visíveis após 20 dias de infecção. A partir do 20º dia de infecção observou a diminuição dos sintomas da infecção em todas as plantas infectadas (Liu e Lomonossoff, 2002). A agroinfecção de plantas de Feijão de Corda utilizando o clone NSI/GFP (transformado com a construção recombinante pBINPS2NT2A/GFP). Este ensaio foi realizado para se obter a rápida verificação da produção da proteína recombinante (Isso é possível por que a proteína GFP tem propriedades florescentes quando exposta à luz ultravioleta). 49 Como pode ser observado na figura 28, a agroinfecção de plantas de Feijão de Corda com os clones SINT e NSI/GFP leva formação de folhas com propriedades florescentes quando exposta à luz ultravioleta, indicando a produção da proteína GFP). F1 F2 F3 F4 A F1 F5 F2 F3 F4 F5 B Figura 28. Folhas de Feijão de Corda após 20 dias de agroinfecção com os clones SINT e NSI/GFP. A: visualização sob luz branca; B: Visualização sob luz ultravioleta. F1, F3 e F5: folhas agroinfectadas; F2 e F4: folhas não infectadas. A florescência em F1, F3 e F5 indicam a produção da proteína recombinante GFP. Folhas de Feijão de Corda agroinfiltradas com o clone pTU13B e agroinfectadas com os clones pTU13B e SINT foram analisadas para verificar a produção de proteínas virais utilizando soro de coelho imune anti CPMV (soro R20) pela técnica de Western Blotting. Como pode ser observado na figura 29, foi possível demonstrar que folhas de Feijão de Corda agroinfiltradas e agroinfectadas produzem proteínas virais (proteínas L e S). 50 L S FN FI1 FI2 FN Figura 29. Western Blotting de extratos foliares de Feijão de Corda utilizando soro de coelho imune anti CPMV (soro R20) (diluição 1/5000). FN: Folhas de Feijão não infectadas; FI1: Folhas de Feijão infectadas; FI2: Folhas de Feijão Agroinfectadas. Este experimento utilizando o extrato total das folhas (cessão 4.12) e soro de coelho imune anti CPMV evidencia a presença das proteínas virais L e S no tecido vegetal, sugerindo a produção proteínas virais (agroinfiltração) e de partículas virais (agroinfecção). A agroinfiltração não leva a formação de partículas virais devido ao fato que o RNA1 ser essencial na replicação viral (Gopinath, 2000). Neste caso, ocorre apenas a transcrição e tradução das proteínas codificadas pelo RNA2; estas proteínas se acumulam no citoplasma da célula hospedeira sem formar partículas virais. Como pode ser observado na figura 30, foi possível detectar por Western Blotting a produção das proteínas virais L e S em extrato total de folhas de Feijão de Corda agroinfectadas com os clones pTU13B e SINT, utilizando soro de coelho anti CPMV; não foi possível a detecção da produção da proteína EspA, utilizando soro de coelho anti EspA (figura 31). 51 L S A1 A2 A3 A4 Figura 30. Western Blotting utilizando extrato total de folhas de Feijão de Corda e soro de coelho imune anti CPMV (diluição 1/5.000). A1, A2, A3 e A4: Extrato total de folhas de Feijão de Corda após 20 dias de agroinfecção com os clones pTU13B e SINT. A1: Extração utilizando Tampão ESB (cessão 4.12); A2: Extração utilizando Tampão fosfato 100 mM pH 7,0 (cessão 4.12); A3: Extração utilizando Tampão de corrida 2x (Tris base pH 6.8; 2,3% SDS; 0,1% azul de bromofenol; 10% glicerol; 50 µL de βmercaptoetanol/mL); A4: Extração utilizando Tampão ESB (cessão 4.12) e precipitado com TCA (Ácido Tricloro acético) 10%. 52 EspA EspA A1 A2 A3 Figura 31. Western Blotting de folhas de Feijão de Corda utilizando soro de coelho imune anti EspA (diluição 1/5.000). EspA: controle positivo (proteína EspA recombinante); A1, A2, A3: Extrato total de folhas de Feijão de Corda após 20 dias de agroinfecção com os clones pTU13B e SINT. A1: Extração utilizando Tampão ESB (cessão 4.12); A2: Extração utilizando Tampão fosfato 100 mM pH 7,0 (cessão 4.12); A3: Extração utilizando Tampão de corrida 2x (Tris base pH 6.8; 2,3% SDS; 0,1% azul de bromofenol; mercaptoetanol/mL). 10% glicerol; 50 µL de β- 53 Contudo, foi possível detectar a produção da proteína EspA por ELISA (Towbin, 1979), utilizando soro de coelho inume anti EspA (diluição 1/500) (figura 32). 2,5 OD (490 nm) 2 1,5 Lisado teste Planta não infectada 1 Controle Positivo 0,5 0 anti CPMV anti EspA soro de paciente Figura 32. Ensaio de ELISA utilizando soros de coelho imune anti CPMV e EspA, e soro de um paciente pediátrico. Extrato teste: extrato de Feijão de Corda agroinfectada com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/EspA e pBINPSINT; controle negativo: extrato de Feijão de Corda não infectado; controle negativo: proteína EspA purificada, ou CPMV purificado. A detecção de EspA recombinante em extratos de folha de Feijão de Corda infectados apenas por ELISA deve-se ao fato de que esta técnica é mais sensível que a técnica de Western Blotting. A detecção das proteínas virais e não detecção da proteína EspA por Western Blotting sugere a ocorrência de silenciamento gênico. Para analisar a ocorrência de silenciamento gênico foi obtido RNA total de folhas de Feijão de Corda e Nicotiana benthamiana. A extração de RNA total de folhas de Feijão de Corda, infectadas e não infectadas, foi realizada com TRIZOL fabricante. ® (Invitrogen), seguindo as especificações do 54 Na figura 33 pode ser observado o perfil eletroforético do RNA total extraído. RNA Ribossômico A1 A2 A3 A4 A5 A6 C Figura 33. Gel de Agarose 0,8 % com brometo de etídio. A1, A2, A3, A4: RNA total de folhas de Feijão de Corda agroinfectadas. A5 e A6: RNA total de folhas de Feijão de Corda não agroinfectadas. C: RNA total controle (1,2 µg). O RNA total foi utilizado para realizar ensaios de RT - PCR, utilizando iniciador específico para amplificação da seqüência espA (cessão 4.2, iniciador 2), o que revelou a presença de mRNA de EspA em todas as folhas de plantas de Feijão de Corda agroinfectadas com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/EspA e pBINPSINT (figura 34). 55 EspA 500p M A1 A2 A4 B1 B2 B4 C1 C2 C4 D1 D2 D4 E1 E2 E4 C+ C- Figura 34. Gel de agarose 0.8% com brometo de etídio. Produtos da reação de RT PCR utilizando 5 µg de RNA total extraído de Folhas de Feijão de Corda agroinfectadas. M: Marcador Lambda Hind III; A, B, C, D e E: amostras de RNA total de diferentes folhas de Feijão de Corda agroinfectadas utilizadas. C+: controle positivo da reação de PCR (DNA EAF+); C-: controle negativo da reação de PCR. As amostras 1, 2, 3 e 4 correspondem a 1, 2, 3 e 4 µL da reação de RT PCR utilizados na reação de PCR, respectivamente. Como demonstrado na figura 35, por meio da técnica de RT PCR, utilizando iniciador específico para amplificação da seqüência espA (cessão 4.2 e RNA total, iniciador 2), foi possível detectar a presença de mRNA de EspA em folhas de Feijão de Corda agroinfectadas e em folhas de Nicotiana benthamiana agroinfiltradas com o clone pTU13B. Também foi possível determinar a ausência de mRNA de EspA em folhas de Feijão não infectadas. 56 500p espA M A2 A4 A- B2 B4 B- C2 C4 C- D2 D4 D- E2 E4 E- C+ C- Figura 35. Gel de agarose 0,8% com brometo de etídio. Produtos do ensaio de RT - PCR utilizando RNA total de folhas de plantas agroinfectadas. M: marcador Lambda Hind III; Amostras utilizadas - A: RNA total de folha de Feijão de Corda agroinfectadas com os clones pTU13B e SINT; B: RNA total de folhas Nicotiana Benthamiana agroinfiltrada com o clone pTU13B; C: RNA total de folha de Feijão de Corda infectado com extratos de folhas agroinfectadas; D: RNA total de folha de Feijão de Corda não infectados; E: RNA total de folha de Feijão de Corda agroinfiltrado. C+: controle positivo da reação de PCR (DNA EAF+). C-: controle negativo da reação de PCR. As amostras A -, B -, C -, D - e E - são os controles da reação de RT - PCR (sem enzima transcriptase reversa) das amostras A, B, C, D e E respectivamente. Não foi possível detectar a presença de mRNA de EspA em folhas de Feijão de Corda infectado com extratos de folhas agroinfectadas (1º passagem), o que sugere a ausência de vírus quiméricos (dados não mostrados). A analise por Western Blotting, utilizando soro de coelho anti EspA (figura 36.A) e soro de coelho anti CPMV (figura 36.B), de partículas virais quiméricas purificadas a partir de folhas de feijão de Corda agroinfectadas com os clones pTU13B e SINT, revelou a presença da proteína EspA e de proteína virais. 57 L 42 kDa S 24 kDa EspA 21 kDa A EspA A1 A2 B CPMV A1 A2 Figura 36. A: Montagem de partes relevantes de um mesmo ensaio de Western Blotting utilizando CPMV quimérico purificado e soro de coelho inume anti EspA (diluição 1/5000). EspA: proteína EspA purificada; A1 e A2: CPMV quiméricos purificados. B: Western Blotting utilizando CPMV quimérico purificado e soro de coelho inume anti CPMV (diluição 1/5000). CPMV: CPMV purificado (controle positivo); A1 e A2: CPMV quiméricos purificados. Este ensaio demonstra que a agroinfecção de folhas de feijão de Corda com os clones pTU13B e SINT leva a formação de partículas virais viáveis. Após a agroinfecção há a formação e propagação de partículas virais quiméricas pelo tecido vegetal. 58 6. Discussão Este trabalho buscou a expressão transiente de EspA em plantas de Feijão de Corda visando o desenvolvimento de imunoterápico, e o desenvolvimento e implementação da tecnologia de expressão transiente no Laboratório de Biotecnologia. Para isso a seqüência que codifica a proteína EspA de EPEC foi amplificada pela técnica da PCR; posteriormente a seqüência espA foi digerida com as enzimas de restrição Apa I e Stu I, e foi clonada no vetor de expressão pBINPS2NT2A. A clonagem de seqüência espA no vetor pBINPS2NT2A foi dificultada devido a tamanho de aproximadamente 19.000pb do vetor pBINPS2NT2A. As dificuldades da ligação e a baixa eficiência da transformação de E. coli com a construção recombinante pBINPS2NT2A/EspA, justificam a obtenção de poucos clones transformantes. Durante os ensaios de agroinfiltração e agroinfecção, utilizando A. tumefaciens transformada com a construção recombinante pBINPS2NT2A/EspA, foi observado que a eficiência do processo mostrou ser muito depende da acidez do meio utilizado (pH 5,6), da concentração celular utilizada (DO600nm = 2,4), do vácuo aplicado (100 mbar) (no caso da agroinfiltração), e da concentração de acetosiringona (200 µM) (dados não mostrados). Qualquer variação nestas condições levou a ineficiência do processo (Kapila et al, 1997). Todas as plantas de Feijão de Corda agroinfectadas com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/EspA e pBINPSINT desenvolveram os primeiros sintomas característicos da infecção por CMPV após 8 dias de infecção; a progressão dos sintomas ocorreu até, aproximadamente, 20 dias; após este período observou-se uma diminuição dos sintomas da infecção. A diminuição nos sintomas da infecção está relacionada a uma possível resposta antiviral desenvolvida pela planta (Liu et al, 2004). Segundo Liu e Lomosossoff (2002), plantas agroinfectadas individualmente com as construções recombinantes baseadas no RNA1 ou no RNA2 não desenvolvem os sintomas da infecção por CPMV e não levam a produção de partículas virais, e 100% das plantas infectadas com as duas construções simultaneamente desenvolvem os sintomas da infecção e levam a produção de partículas virais quiméricas viáveis (Gopinath et al, 2000). 59 Segundo Liu e Lomosossoff (2004), o RNA 2 de CPMV codifica um supressor de silenciamento gênico o que possibilita o sucesso da infecção viral; após 20 dias de infecção há apenas a diminuição, e não a eliminação, da infecção. Baseado nestes dados, após 20 dias de infecção as folhas das plantas infectadas foram coletas e congeladas a -20º C. A estocagem das folhas infectadas sob refrigeração possibilita a manutenção do tecido vegetal infectado, onde os vírus permanecem viáveis por até 1 ano. Plantas de Feijão de Corda infectadas com extratos (1º passagem dos vírus quiméricos produzidos) de folhas agroinfectadas (20 dias após a agroinfecção) desenvolveram sintomas característicos da infecção por CPMV após 8 dias de infecção. Esta observação sugere que a agroinfecção utilizando os clones pBINPS2NT2A/ EspA e pBINPSINT leva a formação de partículas virais viáveis que podem ser facilmente disseminadas para outras plantas. Também foi observado que plantas infectadas com extratos de folhas inferiores desenvolvem os sintomas de infecção, e plantas infectadas com extratos de folhas superiores não desenvolvem, ou desenvolvem tardiamente, os sintomas de infecção por CPMV, sugerindo uma maior carga viral nas folhas inferiores (sintomas de mosaico) do que nas folhas superiores (sintomas de má formação foliar) (dados não mostrados). Contudo, por RT - PCR utilizando iniciadores específicos, não foi possível detectar a presença de mRNA de EspA em extratos foliares destas plantas (dados não mostrados). Esta observação sugere a perda da seqüência espA durante a replicação viral, ocasionando a formação de partículas virais tipo selvagem. A perda da seqüência clonada durante o processo de replicação viral pode ser devido à ocorrência de recombinação homóloga (Gopinath et al, 2000). Foi possível demonstrar, por meio técnica de Western Blotting e ELISA utilizando extratos totais de folhas e soro de coelho imune anti CMPV, que a agroinfiltração e a agroinfecção de Feijão de Corda levam a produção das proteínas virais L e S e a formação de partículas virais viáveis, respectivamente. A agroinfecção utilizando a construção recombinante pBINPSINT não leva a formação de partículas virais por que para que ocorra a replicação viral é necessário a presença do RNA 1 e do RNA 2 (Gopinath et al, 2000). 60 A produção da proteína recombinante EspA não pode ser detectada por meio da técnica de Western Blotting em extratos foliares, utilizando soro de coelho anti EspA. A detecção da proteína recombinante EspA em extratos de plantas infectadas com a construção recombinante pBINPS2NT2A/EspA só foi possível pela técnica de ELISA, utilizando soro de coelho imune anti EspA (diluição 1/500); esta observação sugere uma baixa expressão da proteína EspA. Também foi possível detectar a produção da proteína EspA por meio da técnica de ELISA utilizando soro um de paciente pediátrico com histórico de diarréia (diluição 1/500). Esta observação sugere que apesar do baixo nível de expressão, a proteína EspA recombinante produzida em plantas possui propriedades imunogênicas. Segundo Gopinath e colaboradores (2000) a proporção na produção de proteína recombinante e proteínas virais neste sistema de expressão é 1:1, o que não foi observado neste trabalho. A diferença na proporção da proteína EspA e proteínas virais produzidas levantou a possibilidade da ocorrência de silenciamento gênico. Considerando que a produção de proteínas virais não foi afeta foi proposto inicialmente a ocorrência de silenciamento apenas da seqüência espA. Análise de RT PCR, utilizando iniciador específico para espA e extratos totais de folhas de Feijão de Corda e N. benthamiana infectadas com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/EspA e pBINPSINT, revelou a presença do mRNA que codifica a proteína EspA. O presença de mRNA de EspA detectada tanto em folhas de Feijão de Corda agroinfectadas como em folhas de N. Benthamiana agroinfiltradas, sugere a ocorrência replicação viral (o que leva a amplificação da seqüência EspA clonada no tecido vegetal). A detecção de mRNA para EspA de RNA total de plantas infectadas, no ensaio de RT PCR em que não foi utilizado a enzima Transcriptase Reversa (controle negativo do ensaio de RT PCR), e juntamente com a observação de que não foi possível detectar mRNA em plantas não infectadas, sugere a presença de DNA como intermediário no processo de replicação viral. Não foi possível obter maiores detalhes do processo de replicação do CPMV na literatura. 61 A detecção de mRNA para EspA no tecido vegetal de plantas agroinfiltradas e agroinfectadas descarta a possibilidade de ocorrência de silenciamento em nível de transcrição. Esta observação levantou a possibilidade de silenciamento pós transcricional. A análise do “códon de uso” de EPEC (anexo 9.1.1) e CPMV (anexo 9.1.2) relevou diferenças significativas na utilização de “códons de uso” destes dois organismos. A diferença de utilização nos “códons de uso” e os baixos níveis de expressão de espA sugerem a tradução ineficiente do mRNA de EspA, o que por sua vez explica os baixos níveis de expressão detectados. Comprovada esta observação, uma possibilidade de contornar este problema e obter maior nível de expressão de espA e adaptar a seqüência clonada ao padrão de códon de uso do organismo hospedeiro (Feijão de Corda). Devido a baixa expressão da proteína recombinante EspA, foi realizado um ensaio de agroinfecção de plantas de Feijão de Corda utilizando os clones de A. tumefaciens transformadas com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/GFP e pBINPSINT. Este ensaio teve o objetivo de verificar a eficiência da técnica de agroinfecção. Foi observado que folhas de plantas de feijão infectadas com as construções pBINPS2NT2A/GFP e pBINPSINT possuem propriedades florescentes quando expostas a luz ultravioleta, o que sugere a produção da proteína recombinante GFP. Este ensaio demonstra que a técnica de agroinfecção é viável e, levanta novamente a questão da interferência da utilização de “códons de uso” como responsável pela baixa produção de EspA. A análise por Western Blotting de partículas virais quiméricas, purificadas a partir folhas de Feijão de Corda agroinfectadas com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/EspA e pBINPSINT, utilizando soro de coelho imune anti EspA revelou a presença da proteína recombinante EspA. Esta observação sugere a ocorrência de clivagem ineficiente do peptídeo catalítico 2A, levando a produção de uma proteína de fusão (S-2A-EspA). Esta observação levanta a possibilidade de que a proteína EspA recombinante faça parte do capsídeo viral na forma de proteína de fusão (Gopinath et al, 2000). Assim, espera-se que 1/6 das proteínas S que formam o capsídeo viral estejam na forma de S-2A-EspA, ou seja, cada partícula viral 62 quimérica terá cerca de 10 cópias de S-2A-EspA no capsídeo viral (Gopinath et al, 2000). A confirmação de que a proteína EspA recombinante faz parte do capsídeo viral, na forma de proteína de fusão, pode ser um fator determinante no desenvolvimento de imunoterápicos baseados nesta técnica, pois as partículas virais possuem propriedades imunológicas e estimulam o sistema imune aumentando a antigenicidade do antígeno (Liu et al 2005; Rae et al 2005). Faz-se necessário, portanto, a imunização de coelhos utilizando partículas virais quiméricas a fim de se analisar a produção de anticorpos anti CPMV. 63 7. Conclusões Plantas de Feijão de Corda agroinfectadas com as construções recombinantes pBINPS2NT2A/EspA e pBINPSINT desenvolvem sintomas característicos da infecção por CPMV, produziram partículas virais e expressaram a proteína EspA foi a níveis detectáveis por ELISA. As partículas virais quiméricas purificadas contêm proteína EspA recombinante. Os baixos níveis de expressão de EspA, em relação as proteínas virais, podem ser explicados pela ocorrência de silenciamento gênico pós transcricional, devido a diferenças no padrão de utilização de códons. Não foi possível observar os níveis de expressão descritos na literatura para outras proteínas. Esta diferença pode ser devido à origem bacteriana da proteína recombinante. 64 8. Bibliografia Abe, A., Kenny, B., Stein, M., Finlay, B. B. (1997) Characterization of two virulence proteins secreted by rabbit enteropathogenic Escherichia coli, EspA and EspB, whose maximal expression is sensitive to host body temperature. Infect Immun. 65(9):3547-55. Abe, A., Heczko, U., Hegele, R.G., Finlay, B. B. (1998) Two enteropathogenic Escherichia coli type III secreted proteins, EspA and EspB, are virulence factors. J Exp Med. 16; 188 (10):1907-16. Amaral, L. G. 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Códon de Uso de EPEC Aminoácido Ala Ala Ala Ala Códon GCG GCA GCT GCC Número 11.00 18.00 15.00 9.00 /1000 28.87 47.24 39.37 23.62 Razão 0.21 0.34 0.28 0.17 Cys Cys TGT TGC 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Asp Asp Glu Glu GAT GAC GAG GAA 12.00 2.00 9.00 8.00 31.50 5.25 23.62 21.00 0.86 0.14 0.53 0.47 Phe Phe TTT TTC 7.00 0.00 18.37 0.00 1. 00 0.00 Gly Gly Gly Gly GGG GGA GGT GGC 4.00 3.00 9.00 8.00 10.50 7.87 23.62 21.00 0.17 0.13 0.38 0.33 His His CAT CAC 0.00 1. 00 0.00 2.62 0.00 1. 00 Ile Ile Ile ATA ATT ATC 2.00 10.00 3.00 5.25 26.25 7.87 0.13 0.67 0.20 Lys Lys AAG AAA 5.00 16.00 13.12 41.99 0.24 0.76 Leu Leu Leu Leu Leu Leu TTG TTA CTG CTA CTT CTC 3.00 9.00 14.00 0.00 4.00 2.00 7.87 23.62 36.75 0.00 10.50 5.25 0.09 0.28 0.44 0.00 0.13 0.06 Met ATG 10.00 26.25 1.00 Asn Asn AAT AAC 12.00 10.00 31.50 26.25 0.55 0.45 Pro Pro Pro Pro CCG CCA CCT CCC 3.00 4.00 3.00 1. 00 7.87 10.50 7.87 2.62 0.27 0.36 0.27 0.09 GIn GIn CAG CAA 15.00 9.00 39.37 23.62 0.63 0.38 Arg Arg Arg Arg Arg Arg AGG AGA CGG CGA CGT CGC 2.00 0.00 0.00 5.00 2.00 1. 00 5.25 0.00 0.00 13.12 5.25 2.62 0.20 0.00 0.00 0.50 0.20 0.10 76 Ser Ser Ser Ser Ser Ser AGT AGC TCG TCA TCT TCC 11.00 8.00 0.00 8.00 13.00 5.00 28.87 21.00 0.00 21. 00 34.12 13.12 0.24 0.18 0.00 0.18 0.29 0.11 Thr Thr Thr Thr ACG ACA ACT ACC 8.00 7.00 8.00 4.00 21.00 18.37 21.00 10.50 0.30 0.26 0.30 0.15 VaI VaI VaI VaI GTG GTA GTT GTC 6.00 7.00 19.00 6.00 15.75 18.37 49.87 15.75 0.16 0.18 0.50 0.16 Trp Tyr Tyr TGG TAT TAC TGA TAG TAA 3.00 3.00 3.00 0.00 0.00 1. 00 7.87 7.87 7.87 0.00 0.00 2.62 1. 00 0.50 0.50 0.00 0.00 1. 00 End End End 77 9.1.2. Códon de uso de CPMV Aminoácido Ala Ala Ala Ala Códon GCG GCA GCT GCC Número 1.00 2.00 10.00 5.00 /1000 4.67 9.36 46.73 23.36 Razão 0.06 0.11 0.56 0.28 Cys Cys TGT TGC 3.00 0.00 14.02 0.00 1.00 0.00 Asp Asp GAT GAC 8.00 3.00 37.38 14.02 0.73 0.27 Glu Glu GAG GAA 1.00 7.00 4.67 32.71 0.13 0.88 Phe Phe TTT TTC 11.00 3.00 51.40 14.02 0.79 0.21 Gly Gly Gly Gly GGG GGA GGT GGC 1.00 4.00 5..00 2.00 4.67 18.69 23.36 9.35 0.08 0.33 0.42 0.17 His His CAT CAC 1.00 2.00 4.67 9.35 0.33 0.67 Ile Ile Ile ATA ATT ATC 4.00 4.00 4.00 18.69 18.69 18.69 0.33 0.33 0.33 Lys Lys AAG AAA 2.00 3.00 9.35 14.02 0.40 0.60 Leu Leu Leu Leu Leu Leu TTG TTA CTG CTA CTT CTC 2.00 3.00 3.00 0.00 2.00 0.00 9.35 14.02 14.02 0.00 9.35 0.00 0.20 0.30 0.30 0.00 0.20 0.00 Met ATG 7.00 32.71 1.00 Asn Asn AAT AAC 10.00 4.00 46.73 18.69 0.71 0.29 Pro Pro Pro CCG CCA CCT 2.00 7.00 8.00 9.35 32.71 37.38 0.11 0.37 0.42 GIn GIn CAG CAA 3.00 5.00 14.02 23.36 0.38 0.63 Arg Arg Arg Arg Arg Arg AGG AGA CGG CGA CGT CGC 3.00 2.00 2.00 0.00 2.00 3.00 14.02 9.35 9.35 0.00 9.35 14.02 0.25 0.17 0.17 0.00 0.17 0.24 Ser Ser Ser Ser Ser Ser AGT AGC TCG TCA TCT TCC 2.00 4.00 0.00 4.00 3.00 2.00 9.35 18.69 0.00 18.69 14.02 9.35 0.13 0.27 0.00 0.27 0.20 0.13 78 Thr Thr Thr Thr ACG ACA ACT ACC 2.00 2.00 8.00 3.00 9.35 9.35 37.38 14.02 0.13 0.13 0.53 0.20 VaI VaI VaI VaI GTG GTA GTT GTC 2.00 1.00 10.00 4.00 9.35 4.67 46.73 18.69 0.12 0.06 0.59 0.24 Trp Trp Trp TGG TAT TAC 5.00 4.00 1.00 23.36 18.69 4.67 1.00 0.80 0.20 End End End TGA TAG TAA 0.00 0.00 1.00 0.00 0.00 4.67 0.00 0.00 1.00