Pela encarnação Jesus tornou-se filho da raça, para

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Soteriologia
1.
Etimologia
A palavra soteriologia é composta de duas palavras de origem grega ( sotero
=salvação, e logia = estudo tratado).
Assim sendo Soteriologia é a palavra da Teologia Sistemática, que estuda a
doutrina da salvação.
2.
Conceito
A salvação é a manifestação da graça de Deus, através de Jesus Cristo, na vida de
uma pessoa, salvando-a da perdição eterna provocada pelo pecado, quando ela,
arrependida, num ato voluntário de fé aceita e crê em Jesus como seu único,
suficiente e eterno salvador.
Algumas considerações preliminares sobre a doutrina da salvação
 A soberania de Deus em relação ao homem
Deus é soberano sobre todo o universo.
Deus em sua soberania tomou a iniciativa de salvar o homem.
A iniciativa da criação e da redenção foi de Deus.
Esta iniciativa de Deus teve como propósito salvar toda a humanidade.
A soberania de Deus não manifesta apenas a sua vontade, mas também todos
os atributos soberanos de Deus.
A soberania de Deus se expressa em todo seu ser, e não apenas em sua
vontade.
Deus é onisciente, onipresente, onipotente, justiça, santidade, misericórdia e
glória.
Sendo assim, Ele não pode predestinar um para salvação e outro para
condenação.
A sua vontade é que todos sejam salvos Jo 3:16 "Porque Deus tanto amou o
mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça,
mas tenha a vida eterna.
Deus predestinou que aquele que crê será salvo.
Também predestinou que aquele não crê já está condenado Jo 3:18 Quem nele
crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome
do Filho Unigênito de Deus.
Predestinou ainda que só há um meio de salvação At 4:12 Não há salvação em
nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens
pelo qual devamos ser salvos".
 O propósito de Deus em sua relação com o homem
A soberania e a iniciativa de Deus em salvar o homem, não tolhem o privilégio
deste, de procurar, e aceitar a salvação em Cristo Jesus.
Deus deseja que todos sejam salvos ITm 2:4 Que deseja que todos os homens
sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.
- Desde o princípio o propósito de Deus foi de salvar toda a raça e de fazê-la a
sua imagem.
O desejo de Deus sempre foi de abençoar não só a família ou nação, mas toda
a raça humana. Gn 12:2-3 "Farei de você um grande povo, e o abençoarei.
Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.
Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por
meio de você todos os povos da terra serão abençoados".
- Foi com o fim de abençoar a humanidade que Deus escolheu a nação de
Israel
- Lamentavelmente Israel não compreendeu este propósito e por isso
fracassou.
- Mas o grande tesouro confiado a Israel não se perdeu, nem mudou os
planos divinos.
- Hoje todas as nações estão enriquecidas com a revelação de Deus –
precioso tesouro entregue uma vez a Israel Is 49:6 Ele diz: "É coisa pequena
demais para você ser meu servo para restaurar as tribos de Jacó e trazer de volta
aqueles de Israel que eu guardei. Também farei de você uma luz para os gentios,
para que você leve a minha salvação até aos confins da terra". Is 60:21 Então todo
o seu povo será justo, e possuirá a terra para sempre. Ele é o renovo que plantei,
obra das minhas mãos, para manifestação da minha Glória.
- A obra propiciatória de Jesus é a maior revelação do grande propósito de
Deus em salvar toda a humanidade.
- A encarnação e a propiciação de Jesus demonstram a maior prova da
vontade de Deus de salvar a todos.
- Pela encarnação Jesus tornou-se filho da raça, para que sua propiciação
pudesse lançar as bases de uma salvação universal. Mt 28:19-20 Portanto, vão
e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo,ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu
estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".

- O plano de salvação no Novo Testamento é o mesmo que encontramos no
Antigo Testamento que foi dado a Israel. Ef 3:4-13 Ao lerem isso vocês poderão
entender a minha compreensão do mistério de Cristo. Esse mistério não foi dado a
conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito aos
santos apóstolos e profetas de Deus, a saber, que mediante o evangelho os gentios
são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da
promessa em Cristo Jesus. Deste me tornei ministro pelo dom da graça de Deus, a
mim concedida pela operação de seu poder. Embora eu seja o menor dos menores
dentre todos os santos, foi-me concedida esta graça de anunciar aos gentios as
insondáveis riquezas de Cristo e esclarecer a todos a administração deste mistério
que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as
coisas. A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme
sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões
celestiais,
de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor,
por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele.
Portanto, peço-lhes que não se desanimem por causa das minhas tribulações em
seu favor, pois elas são uma glória para vocês.
A liberdade do homem
- Deus criou o homem com livre arbítrio e este legado permanece fazendo
parte da natureza do homem.
- Depois da queda o homem se tronou escravo do pecado, mas sua vontade
permanece livre.

- A liberdade do homem é o seu poder de decisão.
- O homem é livre para decidir suas questões, atos e dirigir seu próprio
destino.
- O homem é livre para decidir e responsável pelos resultados das suas
decisões perante Deus Gn 2:16-17 E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma
livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento
do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá".
- Todos os apelos de Deus ao homem, são feitos a um ser livre Is 55:1-3
"Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e, vocês que não
possuem dinheiro algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e
leite sem dinheiro e sem custo.
Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão e o seu trabalho árduo naquilo que
não satisfaz? Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se
deliciará na mais fina refeição. Dêem ouvidos e venham a mim; ouçam-me, para
que sua alma viva. Farei uma aliança eterna com vocês, minha fidelidade prometida
a Davi. Mt 11:28 "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados,
e eu lhes darei descanso. Lc 9:23 Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser
acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me.
Apc 22:17 O Espírito e a noiva dizem: "Vem!”E todo aquele que ouvir diga:
“Vem!”Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida”. Rm
5:12-18 Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um
homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens,
porque todos pecaram; pois antes de ser dada a lei, o pecado já estava no mundo.
Mas o pecado não é levado em conta quando não existe lei.
Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés, mesmo sobre
aqueles que não cometeram pecado semelhante à transgressão de Adão, o qual
era um tipo daquele que haveria de vir. Entretanto, não há comparação entre a
dádiva e a transgressão. Pois se muitos morreram por causa da transgressão de
um só, muito mais a graça de Deus, isto é, a dádiva pela graça de um só homem,
Jesus Cristo, transbordou para muitos! Não se pode comparar a dádiva de Deus
com a conseqüência do pecado de um só homem: por um pecado veio o
julgamento que trouxe condenação, mas a dádiva decorreu de muitas
transgressões e trouxe justificação.
Se pela transgressão de um só a morte reinou por meio dele, muito mais aqueles
que recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da justiça reinarão
em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo.
Conseqüentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de
todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que
traz vida a todos os homens.
- Pelo o poder de escolha do homem foi que pecado entrou e é pelo mesmo
poder de escolha que terá que sair.
A condição do homem perante Deus
- O homem foi criado com todas as tendências para o bem, mas quando caiu,
perdeu sua justiça original e corrompeu sua própria natureza.
Isso aconteceu com Adão e Eva que representavam a raça humana Rm 5:12
Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo
pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos
pecaram.
A condição do homem é de morto em seus pecados Rm 7:12-13 De fato a lei é
santa, e o mandamento é santo, justo e bom. E então, o que é bom se tornou em
morte para mim? De maneira nenhuma! Mas, para que o pecado se mostrasse
como pecado, ele produziu morte em mim por meio do que era bom, de modo que
por meio do mandamento ele se mostrasse extremamente pecaminoso. Rm 7:24
Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?
Rm 6:23 Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
- O homem natural está morto, mas não quer dizer que deixou existir ou de
agir.
- O homem espiritualmente morto, vive no erro.
- A morte física é a separação entre o corpo e o espírito.
A morte espiritual é separação entre o espírito e Deus At 17:28 ‘Pois nele
vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos poetas de vocês:
‘Também somos descendência dele’.

O trabalho reconciliatório de Jesus
- Deus na pessoa de seu filho unigênito veio ao mundo, tomou o lugar do
homem e sofreu as consequências do pecado; morreu e ressuscitou,
estabelecendo as bases de uma salvação universal. Is 53:4-12 Certamente ele
tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças,
contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido. Mas
ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa
de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas
feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de
nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade
de todos nós. Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um
cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus
tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca. Com julgamento opressivo ele
foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da
terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado. Foi-lhe
dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse
cometido qualquer violência nem houvesse qualquer mentira em sua boca. Contudo
foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o Senhor faça da
vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a
vontade do Senhor prosperará em sua mão. Depois do sofrimento de sua alma, ele
verá a luz e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento meu servo justo justificará a
muitos, e levará a iniqüidade deles. Por isso eu lhe darei uma porção entre os
grandes, e ele dividirá os despojos com os fortes, porquanto ele derramou sua vida
até à morte, e foi contado entre os transgressores. Pois ele carregou o pecado de
muitos, e intercedeu pelos transgressores. Fp 2:6-8 que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se
a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo
encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte,
e morte de cruz! Rm 5:6-11 De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos,
Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente haverá alguém que morra por um justo;
pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer.


a)
b)
c)
d)
Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando
ainda éramos pecadores. Como agora fomos justificados por seu sangue, muito
mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele! Se quando éramos
inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho,
quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! Não
apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo, mediante quem recebemos agora a reconciliação. At 4:10-12 saibam
os senhores e todo o povo de Israel que por meio do nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, a quem os senhores crucificaram, mas a quem Deus ressuscitou dos
mortos, este homem está aí curado diante dos senhores.
Este Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra
angular’.
Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro
nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos".
O Espírito Santo em relação ao indivíduo
- O Espírito Santo foi enviado para continuar a obra de salvação iniciada por
Jesus.
- Jesus consumou a salvação e o Espírito Santo veio efetivar esta salvação
proporcionada por Jesus.
- Nesta obra do Espírito santo, a liberdade do homem é sempre preservada.
Jo 16:8-11 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
Do pecado, porque os homens não crêem em mim;
da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está condenado.
- O Espírito Santo persuade, constrange, conduz o homem, mas sem privá-lo
da sua liberdade.
- O Espírito usa como instrumento para trabalhar na alma do homem a
verdade do evangelho.
O coração do homem precisa ter um depósito das verdades do evangelho
para que o Espírito Santo possa operar.
A verdadeira ideia da salvação
Existem muitas ideias a respeito da salvação:
Aquela que a pessoa não sabe nadar e quando vai se afogar, chega alguém
que à salva da morte.
Temos aqui uma pessoa salva apenas por um ato de uma pessoa boa.
A salvação do indivíduo não tem nada a ver com o seu passado e talvez
nunca influa no seu futuro. A pessoa salva não muda e apenas fica grata a
quem a salvou.
Imaginemos um escravo condenado à morte, mas um homem bondoso
resgata-o e lhe salva a vida.
O resgate colocou a pena no passado, mas não garante nada para o futuro.
Vamos considerar agora um criminoso condenado a pena de morte.
O governador por amor e bondade concede-lhe o perdão.
Esta salvação também estará apontando somente para o passado.
Vejamos agora um condenado que escapou da morte por ter sido substituído
por outra pessoa. Condenado justamente tinha fatalmente que morrer.
Um amigo se oferece para morrer em seu lugar, e ele escapa da morte.
Todas essas hipóteses não representa a verdadeira ideia de salvação em
Jesus.
e) A ideia de Jesus sobre salvação se encontra em Lc 9:24 Pois quem quiser
salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a
salvará. Jo 12:23-25 Jesus respondeu: "Chegou a hora de ser glorificado o Filho do
homem.
Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer,
continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida, a
perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará
para a vida eterna.
A verdadeira ideia de salvação aponta mais para o futuro do que para o
passado.
Esta ideia de salvação considera não o que se passou o que já se foi, mas o
que há de vir, o que há de ser.
É uma ideia que contempla mais aquilo para o que fomos salvos do que
aquilo de que fomos salvos.
A salvação realizada por Jesus aponta mais para um céu cheio de riquezas da
gloria do que para um inferno cheio de horror.
Somos salvos para gozar a vida e não apenas para escapar da morte.
Nossa salvação não é apenas para escaparmos das consequências dos
nossos pecados, mas para sermos semelhantes a Jesus IJo 3:2 Amados,
agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas
sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o
veremos como ele é.
3. A salvação no Antigo e Novo testamento
a) Antigo Testamento – A ideia de salvação estava relacionada com o livramento do
homem de qualquer coisa que representasse perigo de vida para ele.
b) Novo Testamento – A salvação passou a significar basicamente livramento de
todas as formas de pecado e suas consequências.
4. Fundamento da salvação
Por que somos salvos?
Como somos salvos
A salvação está fundamentada em Deus
A salvação pode ser expressa por meio de três elementos oferecidos por Deus:
a) Graça
b) Eleição
c) Chamado
- A graça de Deus
A salvação é obra da graça de Divina manifesta em Cristo (Tt 2:11) Porque a graça
de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.
A graça salvadora foi revelada em Cristo Jesus Jo 1:17 Pois a Lei foi dada por
intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.
(IICo 8:9) Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo
rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se
tornassem ricos.
A graça é a bondade de Deus que concede favor a quem não tem nenhum
merecimento diante Dele.
Somos salvos pela graça de Deus em Cristo, mediante a fé (Ef 2:8-9) Pois vocês
são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;
não por obras, para que ninguém se glorie.
- A Eleição.
1.
2.
Eleição é a escolha que Deus faz de pessoas para salvação
Assunto discutido ao longo da história do cristianismo
Até os dias de hoje não se chegou a um consenso uniforme dos seus conceitos
A discussão acerca da eleição é histórica
Agostinho e Pelágio A controvérsia entre Agostinho e Pelágio teve início no IV século.
Agostinho afirmava que como resultado da queda, o ser humano, no estado
natural, não tem capacidade de vir a Deus sem a intervenção divina.
A vontade das pessoas é escrava do pecado, não é livre com respeito à salvação.
Então, sem uma obra especial de Deus para libertar a vontade humana, ninguém
pode ser salvo.
Esta obra especial é a eleição ou predestinação, isto é, a decisão de Deus de
conceder a graça para algumas pessoas específicas para libertar suas vontades e
criar as condições em que elas poderão confiar em Cristo.
Pelágio por sua vez sustentava que cada pessoa tem sim a capacidade própria de
escolher o bem e o mal, aceitar ou rejeitar a salvação, sem que seja necessário que
Deus tome a iniciativa neste sentido.
João Calvino e Jacó Armínio
No Sínodo de Dort, cidade da Holanda a doutrina de Armínio foi condenada como
herética e os reformadores elaboraram os cinco pontos do calvinismo que tratam do
assunto da salvação, conforme abaixo:
a) Os Cinco Pontos do Calvinismo
- Depravação Total - O pecado incapacitou o ser humano de responder
positivamente aos apelos do Evangelho.
- Eleição Incondicional - Deus, na sua graça infinita, elegeu a Igreja para a
salvação independente de qualquer ato previsto.
- Expiação limitada - Cristo morreu na cruz do Calvário somente pelos eleitos, ou
seja, somente aqueles que são predestinados para a salvação é que serão
eficazmente salvos.
- Graça Irresistível - Todos os eleitos serão, no devido tempo, atraídos pelo
Espírito Santo a Cristo para alcançar a salvação. Nenhum dos escolhidos de Deus
deixará de receber a salvação através de Cristo.
- Perseverança dos Santos - Todos os eleitos perseverarão na fé até o final de
sua jornada aqui neste mundo. Jamais cairão da graça de Deus que os sustenta.
b) Os cinco pontos do Arminianismo
- Vontade livre - O primeiro ponto do arminianismo sustenta que o homem é
dotado de vontade livre.
- Eleição condicional - Arminius ensinava também que a eleição estava baseada
no pré-conhecimento de Deus em relação àquele que deve crer.
- Expiação universal - A morte de Cristo oferece a Deus base para salvar a todos
os homens, contudo, cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a
Cristo.
- A graça pode ser impedida - O arminiano, em seguida, crê que uma vez que
Deus quer que todos os homens sejam salvos, ele envia seu Santo Espírito para
atrair todos os homens a Cristo. Contudo, desde que o homem goza de vontade
livre absoluta, ele pode resistir à vontade de Deus em relação a sua própria vida. A
1.
2.
ordem arminiana sustenta que, primeiro, o homem exerce sua própria vontade e só
depois nasce de novo.
- O homem pode cair da graça - O homem não pode continuar na salvação, a
menos que continue a querer ser salvo, ensinava Arminius.
- O Chamado de Deus
Dois fatores importantes na aceitação da salvação
Pregação do evangelho
Este é o chamado feito ao pecador para aceitar o evangelho das boas novas de
salvação.
Encontramos Deus chamando as pessoas para salvação em muitas passagens
bíblicas:
Ez 33:11 Diga-lhes: ‘Juro pela minha vida, palavra do Soberano Senhor, que não
tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos
seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que iriam
morrer, ó nação de Israel?
Is 55:7 Que o ímpio abandone seu caminho, e o homem mau, os seus
pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para
o nosso Deus, pois ele perdoará de bom grado.
Mt 11:28 Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu
lhes darei descanso.
Mc 16:15 E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as
pessoas.
Rm 8:30 E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também
justificou; aos que justificou, também glorificou.
Apc 22:17 O Espírito e a noiva dizem: "Vem! " E todo aquele que ouvir diga: "Vem!
" Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida.
A pregação do evangelho é meio pelo qual Deus chama o homem ao
arrependimento.
O apostolo Paulo diz:
ICo 1:21,24 Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio
da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da
loucura da pregação. Mas para os que foram chamados, tanto judeus como grego
Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.
Rm 1013-17 porque "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo".
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de
quem não ouviram falar? E como ouvirão se não houver quem pregue?
E como pregarão se não forem enviados? Como está escrito: "Como são belos os
pés dos que anunciam boas novas!" No entanto, nem todos os israelitas aceitaram
as boas novas. Pois Isaías diz: "Senhor, quem creu em nossa mensagem?"
Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida
mediante a palavra de Cristo.
Convicção do pecado
A convicção do pecado vem como resultado do trabalho do Espírito Santo no
coração homem.
O Espírito Santo desperta no homem o conhecimento de sua culpa e o da própria
condenação por causa da incredulidade.
Jo 16:8-11 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
Do pecado, porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o
Pai, e vocês não me verão mais;
e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado.
O convencimento do Espírito Santo envolve e abrange a pessoa em seu todo
O pecador é convencido pelo Espírito Santo de sua falta de fé, e se liberta da raiz
principal de todos os pecados, a incredulidade. Jo 3:18 Quem nele crê não é
condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho
Unigênito de Deus.
O Espírito Santo convence o homem de que a sua justiça não serve e de que a
justiça de Deus pode salvá-lo da condenação. Fp 3:9 E ser encontrado nele, não
tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em
Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.
A convicção que o Espírito produz no coração do homem enche o seu coração de
esperança. Jo 3:17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o
mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.
O processo da salvação
A salvação envolve ação por parte do homem e por parte de Deus.
a) Arrependimento
A vida cristã pode começar de muitas maneiras:
- Mudança na maneira e objeto de adoração ITs 1:9 Pois eles mesmos relatam
de que maneira vocês nos receberam, como se voltaram para Deus, deixando os
ídolos a fim de servir ao Deus vivo e verdadeiro
- Morrendo para o pecado Rm 6:11 Da mesma forma, considerem-se mortos para
o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.
- Deixando o velho homem Ef 4:24 A revestir-se do novo homem, criado para ser
semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.
- Nascendo de novo Jo 3:3 Em resposta, Jesus declarou: "Digo-lhe a verdade:
Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo".
Estas e muitas outras maneiras de iniciar a vida cristã resumem-se em uma
palavra Arrependimento.
Arrependimento foi a Tônica da pregação de João o Batista Mt 3:1-2 Naqueles
dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia.
Ele dizia: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo".
A pregação de Jesus não era diferente Mt 4:17 Daí em diante Jesus começou a
pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".
Os apóstolos mantiveram o mesmo padrão de pregação At 2:38 Pedro
respondeu: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.
O arrependimento envolve a pessoa toda, todo o seu ser, toda a sua personalidade.
O ser humano tem as capacidades de pensar, sentir, querer, consciência e direção
própria.
Vamos considerar os efeitos do arrependimento em cada uma destas capacidades.
O arrependimento intelectual – Mudança na maneira de pensar.
Muda nossa maneira de pensar em Deus.
Muda nossa maneira de pensar em nosso pecado.
Muda nossa maneira de pensar em nossas relações com nosso próximo.
Não muda nosso poder de pensar, e sim o modo de pensar.
A pessoa verdadeiramente arrependida enxerga tudo sob um novo ponto de vista.
A pessoa arrependida não fica mais ou menos inteligente depois que transforma
seu modo de pensar.
A pessoa arrependida condena hoje o que aprovava ontem.
O arrependimento emocional – mudança de certos elementos sentimentais da
personalidade.
A pessoa arrependida dos seus pecados deixa de amar ou apreciar o que antes
amava ou apreciava.
O desejo deixa de fixar-se nas coisas deste mundo para buscar as coisas celestiais.
O arrependimento autêntico sempre muda a maneira de sentir e leva a pessoa
experimentar profunda tristeza, pensar e constrangimento.
A pessoa passa a ter uma visão de quanto Deus é bom, e a reconhecer-se, tão
ruim, ingrato e infiel.
O elemento emocional é sempre preponderante no arrependimento.
A pessoa arrependida chora seus pecados, mas mais a falsa atitude que antes
tinha para com Deus.
A pessoa verdadeiramente arrependida fixa mais os seus olhos em Deus do que
em seus pecados Sl 51:1-4 Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua
grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa
e purifica-me do meu pecado. Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões,
e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu
reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me.
Arrependimento da vontade – Este é o terceiro elemento do arrependimento.
Antes de a pessoa arrepender-se, deseja fazer a própria vontade, quer governar a
si mesma, gosta de andar no seu próprio caminho.
O homem arrependido quer fazer a vontade de Deus deseja ser dirigido por Deus,
sabe que a direção de Deus é o melhor para sua vida.
O arrependimento gera no individuo um novo propósito de vida.
O arrependido decide abandonar o pecado e seguir a Jesus Lc 9:23 Jesus dizia a
todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente
a sua cruz e siga-me.
Nunca devemos confundir o verdadeiro arrependimento com tristeza ou choro.
Pessoas podem ficar tristes e chorar, mas não mudar a maneira de pensar, sentir e
nem quanto a sua vontade.
O arrependimento na consciência – arrependimento atinge a consciência do
indivíduo.
O homem arrependido reconhece sua posição diante de Deus, mas o não
arrependido justifica-se.
O arrependimento e a graça – O arrependimento é o resultado da graça de Deus na
alma do pecador. A bondade de Deus leva o homem ao arrependimento Rm 2:4 Ou
será que você despreza as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, não
reconhecendo que a bondade de Deus o leva ao arrependimento?
b) Fé
A fé ocupa um lugar central na Bíblia, de Genesis ao Apocalipse.
Todas as coisas que existem podem ser classificadas em dois grupos: o que está
dentro do homem, e o que está fora dele. Chamamos de mundo subjetivo tudo que
está dentro do homem e mundo objetivo tudo que está fora do homem.
Estes dois mundos são gigantes e estão recheados de mistérios desconhecidos.
O mundo objetivo compreende o Céu, a terra, Deus e Jesus Cristo e tudo que está
fora do homem.
Tudo o que representa um objeto pertence ao mundo objetivo; e tudo que está em
nós pertence ao mundo subjetivo.
- A fé é o meio pelo qual somos salvos
- Os dois aspectos importantes da fé: O aspecto objetivo e o aspecto subjetivo.
Os aspectos objetivos da fé podem ser ilustrados pelas as atitudes dos soldados de
Saul contra Golias ISm 17:4-8 Um guerreiro chamado Golias, que era de Gate, veio
do acampamento filisteu. Tinha dois metros e noventa centímetros de altura. Ele
usava um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas de bronze que
pesava sessenta quilos; nas pernas usava caneleiras de bronze e tinha um dardo
de bronze pendurado nas costas.
A haste de sua lança era parecida com uma lançadeira de tecelão, e sua ponta de
ferro pesava sete quilos e duzentos gramas. Seu escudeiro ia à frente dele.
Golias parou e gritou às tropas de Israel: “Por que vocês estão se posicionando
para a batalha”? Não sou eu um filisteu, e vocês os servos de Saul? Escolham um
homem para lutar comigo.
A fé subjetiva pode ser ilustrada pela a atitude de Davi ISm 17:45-47 E Davi disse
ao filisteu: "Você vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou
contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a
quem você desafiou. Hoje mesmo o Senhor o entregará nas minhas mãos, e eu o
c)
d)
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f)
g)
matarei e cortarei a sua cabeça. Hoje mesmo darei os cadáveres do exército filisteu
às aves do céu e aos animais selvagens, e toda a terra saberá que há Deus em
Israel. Todos que estão aqui saberão que não é por espada ou por lança que o
Senhor concede vitória; pois a batalha é do Senhor, e ele entregará todos vocês em
nossas mãos".
Conversão
Conversão é a palavra que exprime o ato do pecador, abandonando o pecado, para
seguir a Jesus.
- A conversão inclui arrependimento e fé
- A conversão é uma manifestação da mudança operada pelo Espírito santo na vida
da pessoa.
- Convertido é o indivíduo no qual a graça de Deus já está operando.
- A conversão é resultado da escolha da pessoa em obedecer ao evangelho.
Regeneração
Regeneração é uma mudança, operada pelo Espírito Santo na alma da pessoa, por
meio do evangelho, na qual a disposição moral da pessoa torna-se semelhante a
Cristo.
- Regeneração é uma mudança radical operada pelo Espírito Santo na vida do
homem.
- A verdade do evangelho é o instrumento usado pelo Espírito Santo nesta
operação.
- Regeneração é uma mudança radical na disposição e na natureza moral do
homem.
- Nesta regeneração o homem torna-se moralmente semelhante a Deus.
- Na regeneração o homem une-se a Cristo.
Justificação
Justificação é um ato de Deus, em que Ele declara o pecador regenerado; não
somente livre da condenação, mas também restaurado à graça divina.
- A justificação é um ato declarativo de Deus.
- A condição de justificação é a fé em Jesus.
- O valor da justificação.
- A diferença entre ser justificado e ser justo.
União com Cristo
A união com Cristo é resultado do arrependimento, do abandono do pecado, da
regeneração e da justificação.
- O ensino da união com Cristo
- Cristo, o pão da vida.
- Jesus, a luz da vida.
- Jesus a videira
- Os sete com do Novo Testamento
Santificação
A santificação é uma relação especial com Deus e a realização de um caráter de
acordo com essa relação.
- Nos ensinos de Jesus, a santificação refere-se ao coração da própria pessoa.
- A santificação é o processo pelo qual o crente se torna realmente santo e justo
- O Espírito Santo é que opera a santificação
- A diferença entre ser santificado e ser santo.
h) Preservação
O crente que foi realmente salvo nunca se perderá, naturalmente porque continua a
se arrepender, desenvolve sua fé, continua regenerado, se convertendo a cada dia,
sendo justo e santo.
- A preservação tem para a santificação a mesma relação que a conversão tem
para com a regeneração.
- Jesus disse que ninguém poderia arrebatar as sua ovelha de suas mãos
- Ninguém ou coisa alma poderá nos separar do amor de Cristo
- Deus é poderoso para guardar nosso depósito.
- Deus é poderoso para guardar a nossa salvação que se revelará no último tempo.
i)
Libertação do pecado
- Enquanto aqui na terra, o crente comete pecado.
- Desde o nascimento até a morte o crente tem que lutar, ora alcançando vitórias,
ora sofrendo derrotas, mas o processo da santificação torna-o mais forte, e o
pecado mais fraco.
- Depois da morte física o homem não tem que lutar com a carne.
- O crente logo depois da morte física chega a uma condição de não pecar mais
j) Perfeição
- Perfeição do caráter
- Harmonia dos atos do crente com seu caráter perfeito
k) Glorificação
- O ato final do processo da salvação será a glorificação do crente por Deus
- O que é glorificação?
- Tempo da glorificação
- Propósito da glorificação
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