LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – 3º TRIMESTRE 2014. LIÇÃO 7. A FÉ SE

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LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – 3º TRIMESTRE 2014.
LIÇÃO 7.
A FÉ SE MANIFESTA EM OBRAS.
SUBSÍDIO.
INTRODUÇÃO
I – DIANTE DO NECESSITADO, A NOSSA FÉ SEM OBRAS É MORTA (Tg 2.1417)
II – EXEMPLOS VETEROTESTAMENTÁRIOS DE FÉ COM OBRAS (Tg 2.18-25)
III – A METÁFORA DO CORPO SEM O ESPÍRITO PARA EXEMPLIFICAR A FÉ
SEM OBRAS (Tg 2.26)
CONCLUSÃO
A NATUREZA DA SALVAÇÃO EVIDENCIADA ATRAVÉS DAS OBRAS.
TIAGO 2.22.
Entre os ensinamentos apresentados na epístola de Tiago, encontramos
aquele que diz respeito à fé evidenciada por meio das obras (Tg 2.14,22). Tal
afirmativa, parte do princípio de que somos salvos para servir integralmente a Deus.
Pois a nossa fé não consiste somente em discurso, e sim, na prática do que cremos
(vv.15-20). Assim, a salvação proclamada por Cristo trouxe significativa influência
sobre a nossa maneira de pensar e viver. De modo que já não andamos mais de
acordo com os rudimentos deste mundo em uma vida desregrada e distante de
Deus. Mas como afirma o apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo
não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé
do Filho de Deus” (Gl 2.20). Da mesma forma, desejamos viver agradavelmente
diante ao Senhor. Por isso, a prática da justiça não deve ser estranha aos que
experimentaram o novo nascimento, antes, deve ser um hábito que sucede
espontaneamente. A nova vida em Cristo é abundante “em frutos de justiça”, uma
vez que os crentes abdicaram das práticas ilícitas que antes dominavam a sua
consciência e agora vivem de forma harmoniosa com a vontade de Deus. A lição
desta semana nos levará a refletir sobre as obras de justiça decorrentes da fé que
são evidências daquilo que cremos. Nesse ensinamento, o professor deverá levar a
classe a pensar sobre a essência desta fé que regenera e nos torna testemunhas
fiéis de Cristo neste mundo. Há uma razão pela qual isso é possível e Deus deseja
que esta verdade seja realidade na vida de seus filhos.
A natureza da Salvação
Em primeiro lugar, é importante ressaltarmos que a base da salvação está na
justificação pela fé (cf. Rm 3.24-26; Ef 2.8). À medida que cremos no sacrifício de
Cristo na cruz do Calvário, somos justificados da culpa do pecado conforme afirma o
apóstolo Paulo: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso
Senhor Jesus Cristo; pelo qual temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos
firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1,2). Assim, a morte
vicária de Cristo no Gólgota é a causa da nossa redenção, de maneira que já não
somos mais “devedores a carne” (Rm 8.12), pois “a nossa culpa foi expiada” (cf.
3.25). De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, “o termo justificação vem do
grego dikaiosis que se refere ao julgamento judicial. Não significa tornar reto ou
santo, mas anunciar um veredicto favorável, declarar ser justo. Este significado é
patente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (heb. tronco hiphil de sadaq,
‘declarar justo’; gr. dikaioo, ‘vindicar, inocentar, pronunciar e tratar como justo’). O
ato de ‘justificar’ é contrastado com o ato de ‘condenar’ (cf. Dt 25.1; 1 Rs 8.32; Pv
17.15; Rm 8.33); e assim como condenar é o meio de tornar alguém ímpio, justificar
é o meio de tornar alguém justo” (CPAD, 2010, p.1123). Desse modo, a natureza da
nossa salvação está no fato de que somos justificados de toda culpa dos pecados
cometidos sob a paciência de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.25). Há
exemplo de Abraão, que “creu em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça” (cf. Gn
15.6), os crentes também encontram a justificação diante de Deus por meio da
justiça de Cristo, imputada aos que creem em seu sacrifício sobre a cruz. Com
efeito, a salvação muda o estado do homem que antes era de condenação,
transformando-o em “filho de Deus”, para uma vida de paz e comunhão com o
Criador (cf. Rm 5.1; 8.1).
Uma nova maneira de viver
Assim, o Evangelho do Reino anunciado por Jesus consiste na prática da
misericórdia, da justiça e do amor ao próximo (Mt 4.17; 23.23). Com isso, os que
recebem as “boas novas” de bom grado, experimentam a liberdade da graça que
não os deixa permanecer sob o domínio do pecado (cf. Rm 6.17-22). Este mesmo
evangelho, Paulo trata como “o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê” (Rm 1.16). O apóstolo dos gentios confirma esta prerrogativa também aos
coríntios: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Do mesmo modo, Tiago assegura
que o ato redentor de Cristo, trouxe regeneração ao entendimento do homem, que
outrora estava entenebrecido por conta do pecado (cf. Tg 1.18). Pela graça divina,
as obras ilícitas cometidas no tempo da ignorância, converteram-se em frutos de
justiça para glória de Deus (At 17.30). Pois a nova vida debaixo da graça transforma
o pecador em nova criatura, cujos valores e modo de pensar são opostos aos
rudimentos deste mundo, onde predominam a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida (cf. 1 Jo 2.16). Logo, os que são
justificados do pecado, estão livres da condenação eterna, visto que passaram da
morte para a vida e, por isso, devem manter uma conduta em santificação e honra
diante de Deus (Jo 5.24; 1 Ts 4.4). É importante ressaltar também, que a vida cristã
não é “uma escravidão para outra vez estarmos em temor” (Rm 8.15), porquanto,
não estamos mais debaixo da servidão do pecado (Rm 6.14,22). Apesar disso, há
muitos que, por falta de conhecimento da Palavra, ainda se submetem aos
rudimentos deste mundo e precisam ser libertos do legalismo que domina o coração
(cf. Fl 3.19). A vida em Cristo considera que o Reino de Deus tem a primazia e que
todas as outras coisas são provisões divinas decorrentes da obediência e confiança
em Deus (Mt 6.31-33). Portanto, sendo gerados de novo, convém que os crentes
mantenham a conduta coerente com a Palavra, de maneira que as suas obras
manifestem o testemunho de Cristo ao mundo (cf. Tg 1.18).
A influência da salvação produz obras de justiça
Da mesma maneira, o apóstolo Paulo continua a discorrer que “a salvação é
pela graça, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das
obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). Vemos aqui que estas obras se
referem à jactância do cumprimento da Lei mosaica que era impotente para justificar
o homem do pecado. A intenção da Lei era somente trazer à humanidade a
consciência da transgressão para que o homem reconhecesse que não poderia
justificar-se por conta própria diante de Deus. Assim, não somos salvos pelas obras,
mas para a prática de boas obras. Porquanto, “somos criados em Cristo Jesus para
as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (v.10). No
Comentário Bíblico Novo Testamento de Matthew Henry: Atos a Apocalipse, o autor
pondera da seguinte forma, o que muitos chamam de contradição, os relatos de
Paulo e Tiago referente à “fé e obras”: “Quando Paulo diz que ‘...o homem é
justificado pela fé, sem as obras da lei’ (Rm 3.28), ele claramente fala de um outro
tipo de obras do que Tiago tem em mente. Paulo fala em obras realizadas em
obediência à lei de Moisés, e antes de o homens abraçarem a fé evangélica. E ele
estava lidando com aqueles que se valorizavam tanto por conta das obras que
rejeitavam o evangelho (como Romanos 10 declara expressamente no início); mas
Tiago fala de obras realizadas em obediência ao evangelho, e como efeito e frutos
apropriados e necessários a sólida fé em Cristo Jesus. Ambos estão interessados
em exaltar a fé do evangelho, como aquele que somente pode nos salvar e justificar;
mas Paulo o exalta ao mostrar a insuficiência de quaisquer obras da lei antes da fé,
ou em oposição à doutrina da justificação por Jesus. Tiago exalta a mesma fé ao
mostrar quais as realizações e os produtos genuínos e necessários dela”. (CPAD,
2010, p.835). Portanto, é por meio da graça divina que os crentes cumprem a justiça
de Deus, não por conta própria, mas por meio de uma fé dependente da ação do
Espírito Santo em suas vidas (Rm 7. 21-25; 8.14).
Considerações finais
Assim, podemos concluir que a obra de salvação realizada no Calvário
influencia significativamente em nossa maneira de viver e de pensar. A partir do
momento que entendemos nitidamente em que consiste a natureza da salvação,
reconhecemos que, por mais corretos que sejamos aos olhos dos homens, somente
a graça manifestada em Cristo tem o poder de nos justificar e apresentar santos
perante Deus. Com efeito, as obras de justiça que praticamos são evidências
daquilo que cremos. Por esta causa, Tiago afirma que “uma fé sem obras é morta
em si mesma” (cf. Tg 2.17), pois se torna necessário que esta fé testemunhe diante
dos homens a sua veracidade por meio das obras de justiça. Logo, não é
simplesmente pelo falar, e sim, pela conduta que testemunhamos as verdades
encontradas no evangelho. E somente os que são verdadeiramente regenerados
pela verdade demonstrarão a justiça em seus feitos, pois experimentaram o novo
nascimento (cf. Jo 3.5; Tg 1.18). Considerando tais afirmativas, importa que nesta
lição o professor observe o assunto principal que nos fala a respeito das obras como
evidências contundentes da fé; debata com a classe em relação à importância de
como as obras caracterizam a nossa identidade cristã diante do mundo, porquanto,
“somos feituras de Deus, criados em Cristo Jesus para a prática de boas obras” (cf.
Ef 2.10).
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.
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