QUAL A DIFERENÇA ENTRE SUA MEMÓRIA E A MEMÓRIA DE QUEM VIVEU NA ANTIGÜIDADE? Antes da prática da escrita, todo o processo de transferência de conhecimentos era basicamente oral. Logo, os povos daquela época necessitavam utilizar a capacidade de memorização para transmitir conhecimentos e garantir a unidade política, econômica, social e religiosa. Será que esses povos antigos eram mais capazes do que o atual? Que razão explicaria tanta capacidade mnemônica naquelas pessoas? A nosso ver, a resposta é bem simples. Atualmente, o uso da escrita, de agendas e de outras facilidades tecnológicas criou em nós a “preguiça” de pensar, a acomodação, que faz com que não utilizemos nossa memória, para resgatar as informações, e que fiquemos inseguros quando sem recursos externos para nos auxiliar na tarefa de lembrar. Acreditamos que para resgatar algo da memória é necessário muito esforço. Ora, sabemos que resgatamos algo da lembrança com facilidade quando fazemos associações e, quanto a isso, pode ser oferecido um grande número de exemplos: odores de perfumes associados a quem conhecemos; músicas associadas a uma determinada época de nossa vida etc. E falando em associação, não raro associamos determinadas situações que acabam por nos atrapalhar. Por que será que em momentos de prova você fica nervoso? Porque você associou prova a nervosismo, reproduzindo na memória a fórmula que tem a seguinte composição: prova=medo=insegurança=nervosismo=desaprovação. Ah! Nisso temos muito boa memória e aliás, esta é uma associação muito eficaz em causar prejuízos, já que por conta do sentimento medo (emoção), criamos uma impressão neurológica que quanto mais se repete, mais se reforça. Entretanto, podemos aprender a usar esta capacidade a nosso favor. Na maioria das vezes, reproduzimos situações compatíveis com o que pensamos. Quanto mais você repetir que tem uma memória ruim, pior ela ficará. O cérebro do ser humano foi criado para aprender. Memorizar é um processo natural, mesmo sem querer memorizamos. Um bom exemplo é o seguinte: “uma vez Flamengo, Flamengo até morrer”. Quantos de vocês se dedicaram a memorizar isso? Até quem nunca foi flamengo é capaz de se lembrar dessa frase. A partir de agora, o tempo que você gastava para repetir que não conseguia lembrar, que a sua memória era fraca e blá, blá, blá, use para repetir “a cada dia eu tenho a certeza de que minha memória fica cada vez melhor”. Se você não acredita nisso, repita pelo menos por uma questão de praticidade, afinal, ao invés de gastar seu tempo com o que você não quer, por que não o empregar naquilo que você deseja? Use sua inteligência a seu favor e o seu tempo em seu benefício. Assim como os povos antigos tinham uma boa memória, você também é capaz de ter. Basta um pouco mais de confiança na sua capacidade, usando a sua emoção para imprimir sensações resgatadas de momentos em que você teve um “ataque de boa memória”, nem que seja daquela vez em que você lembrou o nome daquela pessoa na qual estava interessado(a). Intensifique esta sensação ao máximo e a associe a qualquer coisa que gostaria de lembrar fazendo, assim, um link. É claro que existem várias técnicas, porém aqui estamos focando somente uma associada ao emocional. A idéia é demonstrar que aquilo que você faz de maneira a prejudicá-lo pode ser feito de modo a ajudá-lo. Lembre-se disso e “boas práticas”. Dra. Nanci Azevedo Cavaco www.academiadocerebro.com.br [email protected]