HEREDITARIEDADE E MEIO Como são as pessoas e o que as faz serem assim? - As pessoas são muito variadas; - Cada ser humano resulta de um ovo inicial composto de um conjunto de genes fornecidos, em partes iguais, por ambos os genitores. - Somos, portanto um conjunto de traços que vêm vindos de uma cadeia de nossos antepassados: cor da pele, dos olhos, altura, etc.; - Diferem quanto ao tamanho, religião, sexo, idade, inteligência e educação; - Diferem ainda quanto às características sociais, econômicas e morais. - A individualidade é o resultado de características biológicas ou herdadas (hereditárias) e é ainda influenciada pelo meio ambiente onde vivem; - Na realidade o que faz uma pessoa ser aquilo que é, resulta da combinação dos fatores herdados e do seu meio ambiente. Características herdadas: - Fatores relacionados com a aparência física são geralmente considerados herdados. 1- A não ser que haja trauma cefálico ou doença, o intelecto e a altura são determinados biologicamente; 2-A não ser que haja tratamento medicamentoso, a cor da pele também é predeterminada; 3-A não ser que haja ferimento ou operação plástica, a forma do nariz e orelhas é predeterminada (herda-se, enfim, a maioria dos caracteres relacionados à aparência). Características ambientais: - O meio ambiente abrange muitas influências; - O meio químico pré-natal: drogas, nutrição e hormônios; - O meio pós-natal: oxigênio durante o parto, nutrição (amamentação), ambiente familiar. - As experiências sensoriais constantes: os eventos processados pelos sentidos inevitáveis a qualquer indivíduo como sons de vozes humanas, contato físico com as pessoas, etc. (Todos passam por essas experiências). - As experiências sensoriais variáveis: eventos processados pelos sentidos e que diferem de um animal para outro da mesma espécie, dependendo das circunstâncias particulares de cada indivíduo. Nem todos passam por essas experiências. - O argumento a favor da influência ambiental na formação da personalidade: 1. Estudo desenvolvido com gêmeos idênticos, que são criados em lugares diferentes por diferentes pessoas. 2. Podem ser encontradas diferenças quanto à estatura e seus Q.I., conceito social, pessoal e metas de trabalho. 3. O meio ambiente desempenha importante papel nessa diferenciação. A hereditariedade e o meio interagem continuamente, influenciando o desenvolvimento; A hereditariedade programa as potencialidades humanas das pessoas, o meio faz essas potencialidades se desenvolverem ou não, para mais ou para menos. Não é relevante a discussão a respeito se a hereditariedade ou o meio é mais significativo, pois ambos são absolutamente essenciais. PERSONALIDADE 1- ORIGEM DO TERMO Origina-se da palavra latina “persona”, nome dado à máscara que os atores do teatro antigo usavam para representar seus papéis. 2- CONCEITO É a referência a um atributo ou característica da pessoa, que causa alguma impressão nos outros. 3- O QUE OS PSICÓLOGOS ENTENDEM POR PERSONALIDADE? Gordon Allport (estudo) Listou 50 definições diferentes da palavra e, depois de estudá-las, classificou-as em categorias gerais. Este estudo permitiu identificar a existência de idéias fundamentais comuns a respeito da personalidade: - Princípio da globalidade: Os vários traços e características, os vários sistemas, cognitivo, afetivo e de comportamento são integrados e fundidos. Elementos inatos, adquiridos, orgânicos e sociais estão incluídos no conceito de personalidade. Personalidade é tudo o que somos. - Princípio social: A personalidade consiste nos hábitos e características adquiridas em resultado das interações sociais, que promovem ao ajustamento do individuo ao meio social. - Princípio da dinamicidade: Os vários elementos interagem, combinando-se e produzindo efeitos novos e originais. A personalidade é sempre capaz de receber novas influências, adaptar-se a novas circunstâncias. - Princípio da individualidade: A personalidade é sempre uma realidade individual, que marca e distingue um ser do outro. Há sempre uma dimensão peculiar da personalidade. Cada um de nós é único no mundo. Então a personalidade é o conjunto de todos os aspectos próprios do indivíduo pelos quais se distingue dos outros. Assim, em Psicologia, entende-se por personalidade o conjunto total de características próprias do individuo que integradas, estabelecem a forma pela qual ele reage costumeiramente ao meio. 4- A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE A personalidade de um indivíduo desenvolve-se a partir de fatores genéticos e ambientais. Os fatores genéticos exercem sua influencia através da estrutura orgânica e do processo de maturação. Os fatores ambientais incluem tanto o meio físico como o social e começam a influenciar a formação da personalidade já na vida intra-uterina. 4.1 – Personalidade e hereditariedade. Hereditariedade é a transmissão de caracteres dos pais aos seus descendentes através dos genes. Assim, como a hereditariedade influencia na personalidade? Sua influencia se dá de forma indireta, através das estruturas orgânicas pelas quais respondemos aos estímulos. Para se compreender melhor a influencia da hereditariedade, é útil distinguir entre hereditariedade da espécie e hereditariedade individual. Hereditariedade da espécie: caracteriza todos os membros de uma espécie. Certas possibilidades e limitações do comportamento já são estabelecidas aqui pelas diferentes estruturas orgânicas herdadas. Ex: as estruturas orgânicas diferentes é que possibilitam ao pássaro voar a ao homem a falar e não possibilitam o vice-versa. A maturação é o processo fisiológico pelo qual a hereditariedade atua durante toda a vida, determinando mudanças na estrutura do corpo. Em conseqüência também ocorreram mudanças no comportamento. A hereditariedade da espécie determina, ainda, que espécies diferentes tenham diferentes comportamentos instintivos ou não aprendidos. Hereditariedade individual: é a que, excetuando-se a influência do ambiente, faz um indivíduo ser diferente de outro da mesma espécie. Conceito de ambiente físico e social: o ambiente físico se refere às influencias da nutrição, temperatura, altitude e o ambiente social são as relações interpessoais. Pode-se, portanto, incluir sob o rótulo “ambiente”, um número enorme, de fatores que influenciam na formação da personalidade. Entre eles estão: a situação pré-natal, as experiências infantis, a constelação familiar, as relações entre pais e filhos, as variadas influencias culturais e institucionais. 5 - TIPOS DE ESTUDOS SOBRE A QUESTÃO HEREDITARIEDADE E MEIO – AMBIENTE. Apenas pela observação de um comportamento de uma pessoa, não é possível responder a origem do comportamento (inato ou aprendido). Para isso, muitos estudos foram elaborados. Ex: - investigação de árvores genealogias familiares; - Crianças selvagens; - Cruzamento seletivo de animais (maior ou menor inteligência, agressividade e emotividade). - gêmeos idênticos. Emoção e motivação Em psicologia, motivação é a força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de um organismo; Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção,e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta; A motivação é baseada em emoções; Emoção, numa definição mais geral, é um impulso neural que move um organismo para a ação. É um estado psico-fisiológico. Especificamente, pela busca por experiências emocionais positivas e por evitar as negativas, onde positivo e negativo são definidos pelo estado individual do cérebro, e não por normas sociais: Ex:uma pessoa pode ser direcionada até à auto-mutilação ou à violência caso o seu cérebro esteja condicionado a criar uma reação positiva a essas ações. Nossas ações são causadas poe duas especies de forças: as fisiológicas (sede, fome, fadiga, etc.) e as sociais (desejo de agradar às pessoas). Tipos de motivação Necessidades orgânicas - O tipo de motivação mais fácil de se analisar, ao menos superficialmente, é aquele baseado em necessidades fisiológicas óbvias: Incluem a fome, sede e escapar da dor. Outras motivações biológicas - No próximo nível, estão as motivações que têm uma base biológica óbvia, mas que não são requeridas para a sobrevivência imediata do organismo: - O sexo, cuidado com a prole e agressão: as bases fisiológicas dessas motivações são similares em humanos e em outros animais, mas as complexidades sociais são maiores em humanos. Ex: sexo e animais (insetos). No início do Século XX, acreditava-se que as motivações como desejo por sexo ou agressão tinham um componente homeostático – isto é, elas se acumulam com o tempo caso não sejam descarregadas. -No entanto, as análises biológicas mais bem-informadas das décadas recentes desmentem essa noção, dizendo que tais motivações são situacionais, aparecendo quando elas são (ou parecem ser) necessárias, e desaparecendo sem maiores consequências quando a ocasião para elas passa. Objetivos secundários Essas importantes necessidades biológicas tendem a gerar emoções mais poderosas, dando origem a motivações mais poderosas. Isso é descrito no modelo de “hierarquia de necessidades”. - Uma distinção pode ser feita entre a motivação direta e a indireta: - Na motivação direta, a ação satisfaz a necessidade, e na motivação indireta, a ação satisfaz um objetivo intermediário, que por sua vez pode direcionar na satisfação de uma necessidade. Ex: em ambientes de trabalho, dinheiro é tipicamente visto como uma poderosa motivação indireta, enquanto satisfação com o trabalho e um ambiente social agradável são motivações mais diretas. - No entanto, esse exemplo mostra claramente que um fator motivacional indireto (dinheiro) em direção a um importante objetivo (ter comida, roupas, etc) pode muito bem ser mais poderosa do que uma motivação direta provida por um ambiente agradável. Classificação dos motivos (William I. Thomas) - Desejo de segurança: > Este é o motivo que nos leva a atender as nossas necessidades fisicas, trabalhar, tratar da saúde, adquirir propriedades. - Desejo de resposta: > O ser humano procura por contatos sociais e sexuais. Temos necessidade de estar relacionados com pessoas cujos sentimentos, ideias, modo de pensartenham afinidade com os nossos. - Desejo de aprovação social: > Este motivo nos leva a praticar atos que tenham a aprovação do nosso grupo social. - Desejo de novas experiências: > Procuramos quebrar a rotina de nossas vidas, temos prazer na aventura, em variar as nossas experiências, em fugir da monotonia. Classificação dos motivos (Abraham Maslow) - Motivos inferiores e superiores: - Primeiro, temos os motivos fisiológicos (fome e sede); - Segundo, temos os motivos de segurança (medo); - Terceiro, os motivos do amor; - Quarto, os motivos da estima; - Quinto, os motivos da auto-realização. - Quanto mais baixo for o motivo, mais crucial ele é para a sobrevivência; - A hierarquia refere-se também a ordem de aparecimento dos motivos no desemvolvimento do indiovduo: > Os motivos fisiológicos aparecem primeiro, os de auto-estima mais tarde, e a auto-realização mais tarde ainda; > Os motivos superiores não aparecem enquanto os que lhe ficam abixo não forem satisfeitos. Ex: pessoas esfomeadas ariscam a vida para conseguir alimento. Só as pessoas bem alimentadas podem se dar ao luxo de estarem seguras e a salvo. Ex: apesar dos motivos do amor serem muito fortes, se uma pessoa estiver com medo, ela pode evitar relações com outra pessoa. Frustração dos motivos Chame-se de frustração a impossibilidade de satisfazer um motivo. - Frustração e a agressividade; - Quando frustrados, manifestamos agressividade através de nossas ações, palavras, entonação de voz (coomportamento). - A agressão pode ser dirigida ao agente frustrador ou pode se transferir a um substituto deste. Ex: criança frustrada em casa, mostra-se agressiva na escola. Ex: marido frustrado no trabalho, mostra-se agressivo com a esposa e ou com os filhos. - Estudo com crianças (regressão): Força relativa dos motivos (um estudo com ratos) - Objetivo: medir a força relativa dos impulsos no comportamento de ratos. - Um rato, impulsionado pela fome, sede ou algum outro estímulo, é colocado em uma das extremidades da caixa. - Na outra xetremidade está o alimento (ou outro estímulo); - Entre o animal e o estímulo há uma passagem estreita em cujo soalho há uma grade elétrica que quando tocada, dá um choque. - Quanto mais forte for o estímulo mais choques ele levará; - O cientista permitia que o rato tivesse acesso por alguns instantes ao estímulo e depois o retirava IMPULSO INCENTIVO NÚMERO DE TRAVESSIAS MATERIAL SEDE FOME SEXO EXPLORATÓRIO FILHOTES ÁGUA ALIMENTO PARCEIRO LUGAR NOVO 22,4 20,4 18.2 13,8 6 INCENTIVOS Conceito: - Nossos motivos estão sempre dentro de nós, embora como que adormecidos; - Há fatores temporários que têm o poder de fazer com que eles se manifestem; - Chamamos incentivos aos fatores externos que têm o poder de despertar um motivo; - O motivo, portanto. É uma força interna, faz parte da nossa personalidade; - O incentivo é um fator externo capaz de despertar um motivo. Ex: grupos de crianças resolvendo problemas de multiplicação (incentivos: chocolate e elogios) Ex: gratificação por aumento de produção - Incentivos financeiros nem sempre são mais fortes que outros fatores. Ex: trabalhos desagradáveis. Fundamentos sociológicos do comportamento O homem, assim como outros animais, vive associado a outros indivíduos da sua espécie. Homem isolado é uma ficção. Quem pretende estudar e compreender o comportamento, não pode deixar de considerar o ambiente social em que ele ocorre. A Psicologia social é o ramo da psicologia que estuda os comportamentos resultantes da interação entre os indivíduos. Entende-se por interação social o processo que se dá entre dois ou mais indivíduos, em que a ação de um deles é, ao mesmo tempo, resposta a outro indivíduo e estimulo para ações deste, ou, em outras palavras, as ações de um são, simultaneamente, um resultado e uma causa das ações do outro. Estes comportamentos, chamados de interpessoais, ou sociais, pode-se dar de muitas formas diferentes. Por exemplo, podem ser movimentos físicos, um abraço, uma expressão facial, ou podem ser palavras proferidas oralmente ou escritas. Sendo assim, é fácil verificar que praticamente todos os comportamentos humanos são resultantes da convivência com os demais. Por isso, muitos estudiosos insistem que, na verdade, toda psicologia é Psicologia Social. O comportamento social do indivíduo Numa tentativa de estruturar o vasto campo de interesses da Psicologia Social, estudiosos dividem-no em dois níveis, o do Indivíduo e o do grupo. Há estudos em Psicologia Social que se interessam pelo comportamento social individual, como é o caso dos estudos sobre processos de socialização, percepção social e atitudes sociais. Outros buscam compreender processos basicamente grupais como o desempenho de papéis, liderança, investigando as influênciais do grupo sobre o indivíduo e vice-versa. Socialização Chama-se de socialização o processo pelo qual o indivíduo adquire os padrões de comportamento que são habituais e aceitáveis nos seus grupos sociais. Este processo de aprender a ser um membro de uma família, de uma comunidade, de um grupo maior, começa na infância e perdura por toda a vida, fazendo com que as pessoas atuem, sintam e pensem de forma muito semelhante aos demais com quem convivem. A influência da cultura (conhecimentos, maneiras características de pensar e sentir, hábitos, metas, idéias) da sociedade em que vive um indivíduo é enorme na formação da sua personalidade. Assim, a cultura do meio social de u indivíduo influencia marcadamente suas características de personalidade, seus motivos, atitudes e valores. As prescrições culturais são ensinadas à criança, inicialmente, pela família. A família se constitui no maior agente socializante, isto é, as experiências da criança na família, particularmente com a mãe, são da maior importância para determinar seu comportamento em relação aos outros. É a mãe, em geral que satisfaz as necessidades básicas da criança, alimentando-a, aquecendo-a, livrando-a de dores, etc. No caso das primeiras interações com a mãe serem gratificantes, a criança passará a confiar nela e, por generalização, a confiar nos outros; se ocorrer o contrario, isto é, se a criança não puder contar com a mãe sempre que houver uma necessidade a ser satisfeita ou se a mãe não suprir satisfatoriamente suas necessidades, desenvolver-se-á um sentimento de desconfiança que será generalizado aos outros. De maneira geral, pais tolerantes que recompensam e encorajam a conduta independente e a curiosidade, terão filhos mais ativos, confiantes em si mesmos, com desejos de domínio sobre o meio. Em contraste, os pais que restringem a atividade exploratória e liberdade de movimentos de seus filhos, ou para superprotegê-los ou apenas para conseguir manter o controle sobre eles, terão filhos submissos, retraídos nas situações sociais e sem confiança em si próprios. Percepção social Chama-se percepção social ao processo pelo qual formamos impressões a respeito de outra pessoa ou grupo de pessoas. Resumidamente, nós todos temos a tendência de fazer julgamentos bastante complexos a respeito dos outros, com base em bem poucas informações. As primeiras impressões determinam em muito o nosso comportamento em relação às pessoas e têm probabilidade de se tornarem estáveis, talvez pela tendência dos seres humanos de corresponderem as expectativas a seu respeito. Experimento Atitudes Entende-se por atitude a maneira, em geral organizada e coerente de pensar, sentir e reagir a um determinado objeto que pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, uma questão social, um acontecimento, etc. As atitudes têm três componentes: - Um componente cognitivo: formado pelos pensamentos e crenças a respeito do objeto; - Um componente afetivo: sentimentos de atração ou repulsão em relação a ele; - Um componente comportamental: reação da pessoa em relação ao objeto da atitude. Na ausência de qualquer um destes componentes, ou na ausência de um objeto, não se pode falar legitimamente em atitude. É preciso notar, no entanto, que destes três componentes, apenas um é observável diretamente: o comportamento. Temos atitude a quase tudo, exceto em relação a dois tipos de objeto: os que não conhecemos e os que são de pouca ou nenhuma importância para nós. O comportamento do grupo Grupo O que é um grupo? Um conjunto de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significamente importante em comum. Interesses, crenças tarefas, características pessoais e outras coisas podem ser este “algo em comum”. Para que o conjunto de pessoas possa ser chamado de grupo, é preciso que atenda, ao mesmo tempo, aos três critérios: estar em contato, considerarem-se mutuamente como membros de um grupo e ter algo importante e comum. Grupo primário: é aquele que além de satisfazer os critérios de grupo, caracteriza-se pela existência de laços afetivos íntimos e pessoais unindo seus membros. Em geral é pequeno, face a face, com comportamento interpessoal informal, espontâneo e os fins comuns não precisam, necessariamente, estar explícitos ou fora da própria convivência grupal (a família). A importância dos grupos primários reside principalmente no fato de se constituírem na fonte básica de aprendizagem de atitudes e da formação total da personalidade. Grupo secundário: as relações são mais formais e impessoais, o grupo não é um fim em si mesmo, mas um meio para que seus componentes atinjam fins externos ao grupo. No momento em que o grupo deixar de ser um instrumento útil para que estes fins sejam atingidos, ela se dissolverá. Posição Dentro de cada grupo ou instituição, cada membro possui uma posição, um status e um papel. De maneira geral, a posição é definida pelo conjunto de direitos e deveres do indivíduo no grupo. Há no grupo familiar, por exemplo, a posição de pai, cujos deveres são prover o sustento da família, dar aos filhos formação geral, etc. E tem direito como o de ser obedecido, respeitado e outros. Ainda na família, há a posição de mãe e de filho. Status È conceito relacionado com o de posição, tanto que alguns autores usam-no como sinônimos. Pode-se estabelecer uma diferença entre eles dizendo que status se refere mais ao valor diferencial de cada posição dentro do grupo. A importância atribuída à cada posição é indicada por símbolos de status, tanto nas sociedades mais desenvolvidas como nas primitivas e mesmos nas sociedades animais. Papel Pode ser entendido como o comportamento esperado da pessoa que ocupa determinada posição com determinado status. O papel existe independentemente do indivíduo que o desempenha. O desempenho do papel faz muito pela relativa uniformidade e coerência da maioria dos processos sociais. Liderança De maneira geral, entendem-se por liderança à influencia que certos membros de um grupo exercem sobre outros. Durante muito tempo tratou-se a liderança como uma característica individual e, por isso, um debate interessante era a questão da liderança inata x aprendida. Hoje esta questão não tem mais sentido, já que ninguém é líder, mas apenas atua como líder. Em outras palavras, só existe um líder, se existir um grupo e uma pessoa será líder de u grupo apenas enquanto o grupo assim o quiser enquanto ela auxiliar o grupo a atingir os seus objetivos. Líder autocrático: é aquele que determina toda a atividade do grupo, é o que acredita que, pelo simples fato de ser investido de autoridade, todos lhe obedecerão, independente da justiça ou injustiça, acerto ou desacerto, viabilidade ou não de suas determinações. Líder “laissez-faire”: é o que faculta ao grupo completa liberdade de ação e, na verdade, não atua como líder. Líder democrático: é o que dirige um grupo com o apoio e colaboração espontânea e consciente de seus membros, interpretando e sintetizando o pensamento e os anseios do grupo. NOÇÕES DE PSICOPATOLOGIA O comportamento normal e o patológico (anormal / doença mental) A divisão entre o normal e o patológico é tênue, entretanto, a normalidade possui 3 características importantes: a flexibilidade, a alegria e a auto-estima. A flexibilidade para o novo, para a mudança, para uma nova maneira de ser, não querer ser o dono da verdade são traços de normalidade. Na patologia ocorre à rigidez, no sentido de que a pessoa acha que sabe tudo, não aceita o novo. A rigidez é um traço patológico. A alegria é característica de pessoas sãs e a melancolia de pessoas doentes. Essa alegria pode ser psíquica e/ou corporal. Na pessoa deprimida falta a alegria. O distúrbio mental ocorre em todas as sociedades, embora os sintomas variem conforme a cultura. Normalmente, a personalidade de qualquer doente mental mostra sinais de inadaptação e excesso de algum comportamento. É importante frisar que para ser patológico, o comportamento deve ser uma constante na vida da pessoa. Um comportamento que é considerado anormal em uma sociedade pode ser aceitável em outra, pode ocorrer inclusive que, numa mesma sociedade, certas formas de comportamento sejam aceitáveis para uma geração, mas não para as seguintes. Toda doença mental e seus sintomas se desenvolvem a partir das interações da personalidade da pessoa com uma ou mais tensões. A tensão pode ser "interna" como resultado de alterações orgânicas e psicológicas no organismo ou "externa". Como as classificações dos transtornos mentais são complexas, salientaremos as 3 principais estruturas dentro da psicopatologia, que são: a neurose, a psicose e a perversão. Neurose A pessoa neurótica reconhece que está doente, embora não possa associar seus sintomas com um conflito emocional óbvio. Ele permanece em contato com a realidade. Pode continuar a adaptar-se socialmente porque a pessoa neurótica não gosta da realidade que vive, mas se adapta a ela da sua maneira. O neurótico sofre de reminiscências, quer dizer, o que ele passou no passado, ele sofre no presente, atualiza no presente, o que significa um sofrimento inútil. Como exemplos de distúrbios neuróticos temos a: Neurose obsessivo-compulsiva Neurose histérica Neurose fóbica / síndrome do pânico Neurose hipocondríaca 1) Neurose obsessivo-compulsiva A pessoa com personalidade obsessiva é excessivamente asseada, pontual e de confiança. Ela costuma conferir tudo o que faz muitas vezes (rituais). Não gosta de mudança e fica contrariada com qualquer alteração em sua rotina. Tem atividades compulsivas, como por exemplo: gastar dinheiro demais ou ser muito avarento, comer demais e ser obeso, ser muito organizado no sentido de ser perfeccionista. Gosta de sentir que tem o completo controle de si mesmo e de seu mundo. Mantém suas emoções sob controle e raramente perde a calma. Seu senso de humor é limitado. Parece que precisa controlar completamente seu meio ambiente ou então não fazer nenhuma tentativa neste sentido, nenhum meiotermo é possível. Possui a moral muito rígida principalmente com relação a regras e horários. Tem medo exagerado que pode chegar a uma paranóia. É muito bom para os outros, mas pensa pouco em si mesmo, sendo às vezes auto-agressivo e possuindo auto-exigência (perfeccionismo). Sacrifica-se pelos outros. Tudo tem que ter sacrifício, tem que complicar as coisas mais simples. 2) Neurose histérica A pessoa com personalidade histérica é diferente. Ela precisa sentir que é o centro das atenções. Um pequeno desprezo será encarado como um insulto mortal, uma palavra impensada tornar-se-á uma declaração de amor ou prova de que não é mais amada. É perfeccionista no sentido estético pois gosta de se sentir bonito para seduzir as pessoas. É um bom "ator", faz "teatro" em várias situações para dar a visão que está tudo bem. É muito bom consigo mesmo, pensando mais em si do que nos outros, não sacrifica pelos outros por isso se permite viver mais. É decidido, seguro de si. Pacientes assim nunca são monótonos. Não é de estranhar a possibilidade de que as personalidades histéricas e obsessivas sejam atraídas umas pelas outras! 3) Neurose fóbica / Síndrome do Pânico Uma das principais angústias do homem é o medo de ficar só, o medo da solidão. O que significa estar só? Para ser só a pessoa tem que entrar em contato consigo mesma, ser independente e para isso ela deve ter uma boa auto-estima e saber lidar com os próprios sentimentos. A neurose fóbica se caracteriza pelo medo excessivo e evitação de algum objeto normalmente inofensivo. A Síndrome do Pânico tem vários sintomas físicos quanto psicológicos. Eis alguns exemplos: Físicos: palpitações, taquicardia, falta de ar, tremores, dormência no corpo, sudorese, tontura, medo de perder o controle, medo de ficar louco, medo de morrer (medo do coração parar), etc. Psicológicos: sensação de vazio, sensação de desamparo, medo de ficar sozinho, culpa pelo fracasso, fragilidade, perda da identidade, baixa resistência à frustração, medo da morte, necessidade da mentira, vira escrava do próprio medo, etc. 4) Neurose hipocondríaca Caracteriza-se pela preocupação com doenças imaginárias e outros sintomas corporais. EXEMPLOS DE FILMES SOBRE NEUROSE: "O Príncipe das Marés" "Melhor é impossível" "Dormindo com o Inimigo" Psicose O psicótico tem maior comprometimento psíquico. É o verdadeiro doente mental. A pessoa psicótica tem sua personalidade inteiramente distorcida pela doença. Aceita seus sintomas como reais e a partir deles passa a reconstruir seu ambiente, recriando um mundo que somente ele pode reconhecer, tem delírios e alucinações diversas (distúrbios de percepção). O psicótico não aceita a realidade, por isso cria uma nova realidade para viver. Torna-se incapaz de continuar seu trabalho ou até mesmo de viver com a família porque seu senso de autopreservação fica seriamente perturbado. A vida do psicótico é um eterno drama. O que fica do mundo para ele é a hostilidade. Para se chegar à psicose, a sua história de vida foi muito horrível, a hostilidade foi a marca que mais ficou para ele e o que mantêm seu psiquismo vivo são os delírios e as alucinações. Possui dificuldades afetivas, sexuais e nos seus relacionamentos. Acha que não precisa das outras pessoas porque ele delira e cria uma pessoa que seja ideal para ele. É muito instável de humor, são anti-sociais e possuem uma inteligência média para superior porque ele tem um "jogo psíquico" que não se encontra nas outras estruturas. Eles querem ter certeza de tudo e serem os donos da verdade. Quando essa certeza é atingida, o psicótico se defende com o autoritarismo e agressividade. Usa de palavras que por serem francas demais podem magoar alguém e isso ocorre porque ele não tem noção de limites, não tem noção do outro. Os pacientes psicóticos são os mais difícies de tratar, pois têm um ressentimento em relação à pessoa que cuida dele, devido à autoridade que essa pessoa representa. São persuasivos e manipuladores, porém podem ser amáveis e racionais. A melhor atitude a adotar é manter uma firmeza amistosa. 1) Esquizofrenia A etimologia da palavra esquizofrenia vem de Esquizo = cisão e Frenia = personalidade. Esquizofrenia é a dupla personalidade ou personalidade múltipla. A pessoa com personalidade esquizóide é tímida, acanhada e "fechada". É emocionalmente fria, incapaz de se relacionar e formar amizades profundas. Frequentemente é excêntrica em seus hábitos e leva uma vida própria, à parte das outras pessoas. É também característica dos esquizofrênicos possuírem: comportamentos bizarros ou estranhos; o isolamento, pois têm dificuldade de socialização; dificuldades sexuais como a dificuldade de ereção tendo satisfação pela masturbação ou pela humilhação, agressão e mágoa a pessoa com quem está tendo relações sexuais. Faz muitas generalizações, como por exemplo: "Todos os homens não prestam", "Todas as mulheres traem". É irônico, debochado, busca um ponto fraco da pessoa para atacar. É rígido, de pouca brincadeira e quando brinca é através da ironia. 2) Paranóia A paranóia está incluída na esquizofrenia. A pessoa com personalidade paranóide é desconfiada de todos e o delírio mais constante é o delírio de perseguição. Ela é sensível e também lhe falta senso de humor. Tem uma idéia superior de suas próprias habilidades, sendo difícil trabalhar com ela, pois é rígida e inadaptável. Tem poucos amigos. 3) Psicose maníaco-depressiva (PMD) A pessoa com PMD vive episódios de depressão com mania, ou seja, períodos de abatimento e desinteresse e outros de alegria contagiante e superatividade. Riscos a suicídio. EXEMPLOS DE FILMES SOBRE PSICOSE: "Psicose I, II, III e IV". Perversão ou Psicopatia O perverso tem o objetivo de manipular o outro. Vive transgredindo normas e valores, como por exemplo, a corrupção. Acha que ele é o melhor, que no mundo só há idiotas e por isso ele nunca vai ser pego nas suas transgressões. Geralmente, o prazer dele está não no ato errado em si, mas fazendo o errado, ou seja, transgredir, já lhe causa prazer. 1) Sadomasoquismo Sente prazer pela violência sexual. 2) Exibicionismo Os exibicionistas são capazes de ereção e orgasmo quando se expõem a uma mulher desconhecida e amedrontada. 3) Voyeurismo Os espreitadores ou voyeur masturbam-se até o orgasmo enquanto observam uma mulher/homem desconhecida se despir. O indivíduo pode também fazer um telefone obsceno e atingir o orgasmo enquanto fala com uma mulher desconhecida. 4) Fetichismo Algumas pessoas são atraídas por objetos e não por seres humanos. São os fetichistas e o objeto de seu desejo sexual chama-se fetiche. Os fetiches mais comuns são roupas femininas, especialmente roupa íntima, sapatos, cabelos, seda, etc. Um fetichista pode ser capaz de ter relação sexual e atingir o clímax, desde que possa fantasiar seu fetiche. EXEMPLOS DE FILMES SOBRE PERVERSÃO: "As duas faces de um crime" Identificação de idéias suicidas nos pacientes: Quando a pessoa está doente há elementos tanto de angústia como de medo, que se manifestam das mais variadas formas e geralmente iguais àqueles que aprenderam a enfrentar durante os perigos da vida. Há pacientes que expressam verbalmente seus temores, outros negam sua existência; alguns reagem com hostilidade, outros choram, e assim por diante. O profissional de saúde tendo conhecimento de que a reação de uma pessoa é geralmente resultado de experiências anteriores, deverá identificar suas necessidades, respostas à doença e tratamento e conservar a identidade pessoal do paciente chamandoo pelo nome. A identificação e aceitação de seus hábitos e atitudes e esforço para ajudálo a adaptar-se a situações que colocam em perigo sua saúde contribuirão para que conserve sua identidade e mostrando-lhe, dessa forma, que o respeita como pessoa, fator essencial para que a segurança e a confiança dele sejam reforçadas.