As Percepções dos Acadêmicos do Curso de Licenciatura

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As Percepções dos Acadêmicos do Curso de Licenciatura em
Matemática da UEG/Iporá em relação a Investigação Matemática com o
Software Geogebra, desenvolvidas no Estágio Supervisionado no ano de
2014
Claudimary Moreira Silva Oliveira1
GD7 – Formação de Professores que Ensinam Matemática
Resumo: Este trabalho é parte integrante de uma pesquisa em andamento do Mestrado Profissional em
Educação, Ciências e Matemática do Instituto Federal de Goiás, Câmpus Jataí que tem com como objetivo
analisar as percepções dos acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática da UEG, Câmpus de Iporá,
relacionadas a metodologia de Investigação Matemática com o Geogebra, construídas no Estágio
Supervisionado de 2014. Para tanto, durante o Estágio planejou-se atividades de Investigação Matemática
para serem feitas com o Geogebra que foram desenvolvidas em duas escolas públicas de Iporá. Nas aulas
experimentais, se baseando principalmente na observação de situações da sala de aula, selecionando e
analisando um conjunto de acontecimentos relacionados aos momentos da introdução do assunto, da
investigação e da discussão dos resultados, os estagiários avaliam as atividades investigativas analisando se
houve envolvimento e se os alunos tiveram a oportunidade de experimentar, levantar conjecturas, discutir,
formular respostas, formalizar e generalizar e provar conceitos matemáticos. Com a análise produzirão
relatos de experiência ou artigos científicos contendo o desenvolvimento das atividades, as suas próprias
percepções e aprendizagens construídas. As produções, juntamente com as anotações do pesquisador, serão
objetos de análise desta pesquisa. Por se tratar de uma pesquisa de mestrado profissionalizante teremos um
produto, que será um Caderno Pedagógico online que tornará pública a pesquisa realizada, que é significativa
por representar uma forma diferenciada de trabalhar o estágio como pesquisa e possibilitará influenciar no
ensino de matemática de Iporá e de outras localidades por ser uma forma inovadora de ensinar matemática.
Palavras-chave: Formação Docente. Investigação Matemática. Geogebra.
Introdução
Este trabalho é parte integrante de uma pesquisa em andamento do Mestrado Profissional
em Educação, Ciências e Matemática do Instituto Federal de Goiás, Câmpus Jataí que se
desenvolve desde o segundo semestre de 2013 com a participação dos acadêmicos do
Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Goiás - UEG, Câmpus
Iporá.
O objetivo é analisar as percepções dos acadêmicos do curso de Licenciatura em
Matemática da UEG, Câmpus Iporá, sobre utilização da metodologia de Investigação
Matemática com o software Geogebra, construídas durante o Estágio Supervisionado no
ano de 2014. Outros objetivos são desenvolver o estágio com pesquisa, contribuir na
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Instituto Federal de Goiás Câmpus de Jataí, e-mail: [email protected], orientador: Duelci
Aparecido de Freitas Vaz
formação dos futuros professores para o uso adequado do software educacional Geogebra,
criar um Caderno Pedagógico online com informações sobre o projeto.
Para tanto, durante o Estágio Supervisionado planejou-se atividades de Investigação
Matemática para serem feitas com o Geogebra que foram desenvolvidas em duas escolas
públicas de Iporá. Nas aulas experimentais, se baseando principalmente na observação de
situações das salas de aula, selecionando e analisando um conjunto de acontecimentos
relacionados aos momentos da introdução do assunto, da investigação e da discussão dos
resultados, os estagiários avaliam as atividades investigativas. Analisam se houve
envolvimento e se os alunos tiveram a oportunidade de experimentar, levantar conjecturas,
discutir, formular respostas, formalizar e generalizar e provar conceitos matemáticos. Com
a análise produzirão relatos de experiência ou artigos científicos contendo o
desenvolvimento das atividades, as suas próprias percepções e aprendizagens construídas.
Assim a pesquisa possibilita aos acadêmicos a oportunidade para refletir sobre o ensino de
Matemática, sobre a metodologia de Investigação Matemática, sobre o uso dos softwares
educacionais, em especial do Geogebra, como recursos de ensino e aprendizagem por meio
da vivência das suas primeiras experiências na sala de aula em um contexto desafiador.
O produto será um caderno pedagógico online para tornar público todas as sequências
pedagógicas, bem como a avaliação do software e análise das atividades desenvolvidas
com Investigação Matemática em sala de aula. Isto possibilitará a inserção da pesquisa no
meio educacional de Iporá e região tendo ainda a possibilidade de contribuir em realidades
escolares de outras localidades do país se considerado o alcance da internet.
Desta forma os resultados da pesquisa poderão contribuir efetivamente na melhoria do
Estágio não só do Curso de Licenciatura em Matemática da UEG Câmpus de Iporá como
também de outras Universidades que tenham foco na formação de professores e as
atividades experimentais poderão servir como material de consulta para os professores em
formação e em serviço, que poderão dar continuidade a ela ou usar as discussões realizadas
para aprofundar na reflexão sobre o ensino e aprendizagem de matemática.
Referencial Teórico
O Estágio Supervisionado é um momento importante da formação dos futuros
profissionais. Nos cursos de formação de professores conforme Buriolla (1999 apud
PIMENTA e LIMA, 2008), o estágio é o local onde a identidade profissional é criada,
retorna-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica. A
Universidade deve assumir seu papel para garantir que o Estágio possa contemplar todas as
suas funções. Segundo Pimenta e Lima (2008, p. 41), “A universidade é por excelência o
espaço formativo da docência, uma vez que não é simples formar para o exercício da
docência de qualidade e a pesquisa é o único caminho metodológico para esta formação.”
Há uma predominância de uma visão técnica do Estágio como se ele não dependesse das
outras áreas de formação e esta concepção deve ser superada visto que o estágio não deve
ser apenas uma atividade prática. O Estágio segundo Pimenta e Lima,
[...] não é atividade prática, mas teórica, instrumentalizadora da práxis docente,
entendida esta como atividade de transformação da realidade. Nesse sentido, o
estágio curricular é atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e
intervenção na realidade, esta, sim, objeto da práxis. Ou seja, é no contexto da
sala de aula, da escola, do sistema de ensino e da sociedade que a práxis se dá.
(2008, p. 45).
Neste sentido o Estágio deve proporcionar a articulação dos saberes e práticas e constituise em um grande desafio, oportunizar e estimular ao acadêmico a produção de saberes.
Para que o Estágio aconteça efetivamente é necessário superar as barreiras da falta de
articulação entre as áreas do conhecimento. Torna-se necessário então, formar uma
concepção de estágio em que o futuro professor, forme sua identidade de professor por
meio da pesquisa que proporcione reflexões sobre acontecimentos e ações que os auxiliem
na compreensão da realidade da escola em toda a sua complexidade. Essa análise deve
acontecer por meio das atividades nas escolas, mas em um sentido bem mais amplo do que
somente o espaço escolar. Deverá envolver todos os aspectos da profissão, toda a
complexidade do trabalho pedagógico e construção da identidade do professor.
Na realidade complexa da escola na atualidade, dentre elas, aquelas que os estagiários vão
atuar, os recursos tecnológicos como, por exemplo, os computadores e os softwares
educacionais, fazem parte do cotidiano do professor representando recursos podem ser
significativos no processo de ensino o que torna necessário que professores saibam
explorá-los da melhor forma possível tendo-os como aliados que contribuam para uma
aprendizagem por meio da participação ativa dos alunos, vivenciando as situações e
problema, refletindo sobre elas e tomando atitudes diante dos fatos. Segundo Borba e
Penteado,
desta forma, busca-se superar práticas antigas com a chegada desse novo ator
informático. Tal prática está também em harmonia com uma visão de construção
de conhecimento que privilegia o processo e não o produto-resultado em sala de
aula, e com uma postura epstemológica que entende o conhecimento como tendo
sempre um componente que depende do sujeito. (2012, p. 46).
Segundo Valente (1999, p. 19) “A questão da formação do professor mostra-se de
fundamental importância no processo de introdução da informática na educação, exigindo
soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentam os cursos de formação”. Isto
porque neste processo é necessário que se proporcione ao aluno situações em sala de aula
que tenha como base a ação, a descoberta e redescoberta, a reflexão e a comunicação de
forma conectada com a realidade para que fora da escola e com uso dos conhecimentos ali
construídos, os alunos sejam capazes de encontrar novas estratégias para novos problemas
encontrados cotidianamente. Para Valente (1999, p. 24), [...] o computador pode enriquecer
ambientes de aprendizagem onde o aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, tem
chance de construir o seu conhecimento.
De acordo com Gravina e Santarosa (1998), os computadores e os softwares educativos
podem contribuir para facilitar a compreensão dos conteúdos estudados nos livros
ajudando os estudantes do ensino fundamental a visualizar e entender conceitos de
geometria plana, geometria espacial e trigonometria e analisar gráficos por meio das várias
possibilidades que oferecem, no entanto lembram que,
no contexto da Matemática, a aprendizagem nesta perspectiva depende de ações
que caracterizam o ‘fazer Matemática’: experimentar, interpretar, visualizar,
induzir, conjeturar, abstrair, generalizar e enfim demonstrar. É o aluno agindo,
diferentemente de seu papel passivo frente a uma apresentação formal do
conhecimento, baseada essencialmente na transmissão ordenada de ‘fatos’,
geralmente na forma de definições e propriedades. (1998, p. 1).
Segundo Lévy (1999, p. 40), "Quanto mais ativamente uma pessoa participar da aquisição
de um conhecimento, mais ela irá integrar e reter aquilo que aprender." Desta forma na
hora da escolha deve-se analisar se o software propicia um ambiente interativo para que os
alunos reflitam sobre suas ações construindo assim seus próprios conceitos e descobertas.
Segundo Vaz (2012, p. 40), os bons softwares educacionais e dentre eles o Geogebra, "[...]
se enquadram na categoria da geometria dinâmica, livre, permitindo uma boa
interatividade, possibilitando trabalhar teoremas, construção de conceitos, testar hipóteses
e fazer releituras importantes de conteúdos matemáticos." Assim como Vaz, outros
pesquisadores da área de Educação Matemática como Nobrega (2010), Bortolossi (2012)
consideram o Geogebra um bom instrumento didático que devido o número de recursos e
especialidades apresentadas pode ser usado para a formação de conceitos e definições
matemáticas tendo como ponto de partida uma investigação em que o aluno vai
construindo seus conhecimentos com a mediação do professor. Para ambos, é entendido
como, software pedagógico e/ou educacional, quando os alunos ao utilizá-lo em atividade
mediada , são levados a reflexão contribuindo para a construção de novos conhecimentos.
Aprendizado este, que ocorre não mais por audição ou visão passiva, mas sim por
descoberta, construção e investigação. Neste aspecto é importante salientar a importância
de termos critérios científicos na hora de escolher softwares para fins educacionais. Nesta
perspectiva este, pode se tornar um bom recurso de ensino em aulas investigativas por dar
oportunidade de interação do aluno como o software, possibilitando-o experimentar,
conjecturar, formalizar e generalizar o saber matemático. A ênfase estará no fazer do aluno
ou ao como acontece cada uma das etapas da aprendizagem, conjecturar experimentar e
formalizar o saber matemático.
Pensando especificamente no ensino de matemática com uso do Geogebra numa
perspectiva investigativa como se propõe neste trabalho torna-se necessário a compreensão
da Investigação Matemática como metodologia de ensino.
Nesta pesquisa o termo Investigação Matemática caracteriza a metodologia de ensino de
matemática estruturada nas fases de formulação de problemas, realização de teste e
formulação de conjecturas, à argumentação, formalização e generalização dos conceitos
matemáticos. Assim está de acordo com a proposta por Ponte, Brocardo e Oliveira (2006) e
Vaz (2012) e Alro e Skovsmose (2006), Gravina e Santarosa (1998), para quem, o
processo de investigação estrutura-se na vivência de fases bem determinadas que podem
ser identificadas em momentos específicos ou podem acontecer simultaneamente durante o
processo investigativo. Para que a ação investigativa aconteça primeiramente torna-se
necessário o reconhecimento da situação e a sua exploração inicial. Desta exploração
preliminar é que surgirão as questões ou a questão de investigação. Definido o problema, a
próxima fase é a de levantamento hipótese e formulação das conjecturas que poderão ser
refinadas, confirmadas ou negadas na fase seguinte que é a fase da experimentação e
realização de testes. Após, a experimentação se realiza a argumentação e a demonstração
que pode confirmar ou não as conjecturas formuladas. Durante a fase da experimentação a
questão problema inicial poderá se resolver ou não, podendo surgir novas perguntas que
poderão dar novos rumos a investigação inicial procurando sempre conhecer quais as
razões dos acontecimentos vivenciados nos testes e experimentos. Logo, conforme
afirmam estes autores, numa Investigação Matemática é possível prever como irá começar,
contudo não é possível prover como irá terminar.
Quando se ensina por meio da investigação o aluno incentiva-se o aluno a buscar por si
mesmos as respostas para as questões problemas ao contrário de esperarem respostas
prontas. Segundo Alro e Skovsmose (2006, p. 127 e 128), em uma investigação "Não há
respostas prontas, conhecimentos de antemão, para os problemas. Elas surgem através de
um processo compartilhado de curiosa investigação e reflexão coletiva, com o propósito de
obter conhecimento."Sendo um processo coletivo que segue a direção da curiosidade que
se baseia na de troca de ideias e experiências e testes a "Imprevisibilidade significa o
desafio de experimentar novas possibilidades. [...]. Id. (p. 128).
Por esta proposta pedagógica o professor sai da sua zona de conforto, os caminhos são
imprevisíveis e o ponto de chegada também. Para Alro e Skovsmose,
tanto o professor quanto os alunos podem ser acometidos por dúvidas quando
chegam a trabalhar num cenário de investigação, sem a proteção de “regras” de
funcionamento bem conhecidas do paradigma do exercício. Assim, deixar o
paradigma do exercício significa também deixar uma zona de conforto e entrar
numa zona de risco. (2006, p. 58).
Numa aula investigativa, ao considerar que a construção do conhecimento deverá
acontecer pela ação do próprio aluno ou de uma coletividade ali estabelecida, junto aos
seus pares, se torna importante compreender que o raciocínio lógico-matemático, não pode
ser ensinado, e depende da estrutura de conhecimento de quem aprende sendo que
construção da aprendizagem exige uma interação necessária entre o aluno que quer
conhecer e o objeto à ser conhecido. Para Alro e Skovsmose (2006, p. 59), os alunos, "[...]
devem ser convidados para um cenário de investigação, a fim de se tornarem condutores e
participantes ativos do processo de investigação”. O aluno é o sujeito que, ativo e a partir
da ação, constrói suas representações de mundo interagindo com o objeto do
conhecimento.
O envolvimento do aluno é condição necessária para o sucesso de uma aula investigativa.
Nesta ideia todo pensamento se origina na ação e ao ensinar, o aluno deve ser considerado
não como ser que assimila passivamente o conteúdo, mas sim, que reconstrói os
conhecimentos já existentes dando novos e diferentes significados a estes, transformandoos em novos conhecimentos. Para Ponte, Brocardo e Oliveira,
[...] o envolvimento ativo do aluno é uma condição fundamental da
aprendizagem. O aluno aprende quando mobiliza os seus recursos cognitivos e
afetivos com vista a atingir um objetivo. Este é, precisamente, um dos aspectos
fortes das investigações. Ao requerer a participação do aluno na formulação das
questões a estudar, esta atividade tende a favorecer o seu envolvimento na
aprendizagem. (2013, p. 23).
Assim é necessária uma filosofia de trabalho na qual o aluno ativo, constrói o seu próprio
saber, está relacionada à prática escolar e ao processo de construção de novos conhecimentos
e maneiras de pensar mediante a exploração e a manipulação ativa de objetos e ideias, tanto
abstratas como concretas, e explicam a aprendizagem através das trocas que o indivíduo
realiza com o meio. É importante que o aluno seja visto como um ser pensante e ao professor
cabe o papel de numa perspectiva formativa procurar fazer com que os alunos vão se
aperfeiçoando nas descobertas e avançando cognitivamente para a formação de novos
conceitos e a compreensão dos conteúdos.
Enfim neste pensamento exige-se no trabalho pedagógico maior competência e capacidade
para criar situações em sala de aula que sejam problematizadoras para provocar o raciocínio
e a reflexão. Como diz Lorenzato (2010, p. 15), "No passado, professor era sinônimo de
autoridade, fora e dentro da sala de aula. Por isso, muitos professores davam suas aulas como
se fossem donos da verdade, cabendo aos seus alunos apenas ouvirem e obedecerem". Hoje é
preciso que o professor tenha capacidade para aceitar que o centro do ensino aprendizagem
não está mais em si mesmo e que os alunos aprendem pela interação com os colegas e com
próprio professor que passa a ter como competência maior a capacidade e competência para
O professor deve aceitar que o centro do ensino não está mais em si mesmo exigindo maior
competência e capacidade para criar situações em sala de aula que sejam
problematizadoras para provocar o raciocínio e a reflexão. Cabe-lhe agora, a função de
mediador entre o aluno e as situações pedagógicas criadas. Assim
esta pesquisa dá
importância em especial ao papel professor de Matemática levando em conta a necessidade
de mudança na forma de atuar e sua maneira de ensinar que ainda persiste nas escolas e
considerando que é necessário substituição das aulas apegadas à transmissão de conteúdos
e informações, por aulas que possibilitem a investigação, a busca e a pesquisa.
Metodologia de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa de cunho interpretativo porque considerase que os pesquisadores estarão lidando com questões importantes relacionadas aos
softwares educativos de matemática, à Investigação Matemática como metodologia de
ensino e sobre como usá-los pedagogicamente refletindo sobre o papel do professor
mediador buscando percepções e entendimento sobre a natureza geral em relação ao ensino
de Matemática numa perspectiva de que o conhecimento pode ser construído pela própria
ação do aluno.
Tanto o software Geogebra quanto a metodologia de Investigação Matemática em sala de
aula são inicialmente desconhecidos dos acadêmicos. O espaço de reflexão-ação será
criado pela proposta de aulas que propiciem a interação entre o aluno e o software quando
os estagiários participarão juntamente como o pesquisador na realização de aulas teste, na
coleta de dados e na analise dos resultados de tais atividades.
Neste processo os futuros professores serão formados pelas suas próprias atuações e ainda
poderão contribuir para mudanças de práticas pedagógicas dos professores parceiros.
Assim também, estará acontecendo a formação dos acadêmicos estagiários para o uso do
computador como recurso de aprendizagem por meio das suas própria ações enquanto
participantes da pesquisa.
Os estagiários sob orientação permanente do pesquisador participarão de todas as etapas da
pesquisa e serão colaboradores em todo o processo até a análise final, buscando nas suas
próprias ações construir as suas próprias formações como professores. Assim, no decorrer
da pesquisa os futuros professores vão se tornando capazes de problematizar, analisar e
compreender suas próprias práticas produzindo significados e conhecimentos que irão
contribuir para o crescimento pessoal e profissional possibilitando a transformação de
práticas escolares e mudança nas concepções dos alunos em relação à matemática.
A análise das percepções construídas pelos acadêmicos, que é o objetivo principal desta
pesquisa, acontecerá pela análise dos trabalhos finais de estágio que estão sendo
produzidos pelos estagiário e pelo diário de bordo do pesquisador no decorrer das
atividades coletivas de elaboração, aplicação e análises das atividades desenvolvidas na
escola que proponha a interação entre o aluno e o software Geogebra, pelo uso da
metodologia de Investigação Matemática que tenha com características o ato de investigar
dando ao aluno oportunidade para experimentar, conjecturar, formalizar e generalizar o
saber matemático. As partes dos artigos analisadas serão principalmente as discussões dos
resultados e as considerações finais, que estarão transcritas na íntegra em um capítulo da
dissertação sendo preservados autorias e co-autorias.
Atividades já realizadas
Desde o segundo semestre de 2013, formou-se um grupo de pesquisa na UEG Iporá
composto de sete futuros professores, acadêmicos do Curso de Licenciatura em
Matemática da UEG Unidade de Iporá. Os participantes do grupo se encontram
periodicamente para a realização de estudos e pesquisas e planejamento de atividades
previstas, realização de estudos relacionados ao tema e à problemática, realização de
Estudos e Seminários sobre sob a orientação do pesquisador sobre o uso do computador
como recurso de ensino e aprendizagem com ênfase nos Softwares Educacionais e sobre a
Investigação Matemática como metodologia de ensino proposta por Ponte, Brocado e
Oliveira (2013) e possibilidades de aplicação em atividades para serem desenvolvidas
usando Softwares Educacionais.
Já foram planejadas as atividades pedagógicas de Investigação Matemática em sala de
aulas para as aulas experimentais com o Software Geogebra nos encontros do Estágio
Supervisionado. Tais atividades foram pensadas e elaboradas coletivamente pelo grupo de
estudo sob a orientação do pesquisador.
As aulas experimentais com um grupo de alunos de duas escolas públicas da cidade de
Iporá Goiás aconteceram sob a minha orientação e supervisão como pesquisadora durante
o Estágio Supervisionado dos acadêmicos do 4º ano de forma que eles puderam construir
suas primeiras experiências na sala de aula em um contexto desafiador na formação como
futuros professores pela agregação das experiências desta pesquisa aos conteúdos teóricos
do curso e pela reflexão sobre o processo de ensino.
Para a análise das experiências em sala de aula utiliza-se metodologia qualitativa que se
baseia principalmente na observação de situações da sala de aula em que as atividades
investigativas se realizaram. Diante das circunstâncias, foram selecionadas e analisadas um
conjunto de acontecimentos relacionados aos momentos da introdução do assunto, da
investigação e da discussão dos resultados.
As aulas foram conduzidas pelos pesquisadores estagiários acompanhados da professora
orientadora de estágio. Durante a realização das aulas os dados foram coletados por meio
da observação direta e a descrição destas observações em fichas de acompanhamento em
que foram registradas as falas, as produções, as construções dos alunos e as descobertas e
situações inesperadas que aconteceram nas atividades realizadas. Também foram levadas
em consideração as anotações dos alunos, da análise das atividades desenvolvidas durante
as aulas e da participação individual e coletiva durante a construção e execução do jogo.
A análise das aulas aconteceu conjuntamente no grupo de estudo sob a minha coordenação
e farão parte do trabalho final produzido pelos estagiários está em construção. As analises
dos dados coletados tiveram como objetivo avaliar a metodologia de Investigação
Matemática com o software educacional Geogebra. Foram avaliadas as situações em que
os alunos desenvolveram as atividades investigativas analisando se houve envolvimento e
se tiveram a oportunidade de experimentar, levantar conjecturas, discutir, formular
respostas, formalizar e generalizar e provar conceitos matemáticos.
Se encontram em construção, os relatos de experiência dos estagiários. O artigos finais
produzidos serão parte da redação da dissertação preservados autorias e co-autorias e se
tornarão objetos de pesquisa em relação as percepções construídas. As análises se darão
com ênfase nas discussões dos resultados e das considerações finais para identificar as
percepções construídas em relação ao software Geogebra e ao uso da investigação
matemática em sala de aula.
Está em processo de criação o um caderno pedagógico que será disponibilizado na internet
para divulgação das experiências.
A investigação das percepções construídas pelos acadêmicos acontecerão pela análise dos
trabalhos finais de estágio produzidos pelos alunos e pelo diário de bordo do pesquisador
no decorrer das atividades coletivas de elaboração, aplicação e análises das atividades
desenvolvidas.
Alguns resultados antecipados e não previstos
Os acadêmicos estagiários do 4º ano do Curso de Licenciatura em Matemática da
Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus de Iporá, se tornaram ministrantes de
oficinas nos grupos os grupos de estudos (Somando Ideias) regionais de formação dos
professores regentes de Matemática do Ensino Médio das cidades de Aragarças, Piranhas e
Caiapônia (Caiapônia, Doverlândia e Palestina). O tema em debate foi "O uso software
Geogebra como recurso de aprendizagem em atividades de Investigação Matemática de
acordo com a proposta investigativa de Ponte, Brocado e Oliveira.
Este trabalho representou uma parceria entre o Estágio Supervisionado do Curso de
Licenciatura em Matemática da UEG/Iporá e o pólo da Escola de Formação do NTE/Iporá
que está promovendo junto as regionais de Iporá e Piranhas os Grupos de Estudos com
professores de matemática do Ensino Médio. Envolveu também o Instituto Federal de
Goiás Câmpus de Jataí. Esta ação obteve boa divulgação conforme pode ser observado nos
endereços: <http://www.oestegoiano.com.br/noticias/educacao/estagiarios-de-matematicada-ueg-atuam-na-formacao-de-professores>
e
<http://www.ipora.ueg.br/noticia/17302_estagiarios_da_licenciatura_em_matematica_da_
ueg_ipora_atuam_como_formadores_na_regiao> .
Os acadêmicos estagiários também participaram apresentando uma oficina e uma
comunicação no Encontro de Educação Matemática da UEG Cora coralina, Câmpus cidade
de Goiás, 05 a 07 de junho.
Assim a pesquisa tem se mostrado uma oportunidade de proposta de mudanças para o
ensino de Matemática contribuindo para melhorar a qualidade das aulas e desmistificar esta
disciplina habitualmente caracterizada como difícil, apresentando o Geogebra como
alternativa de recursos didáticos para tornar o ensino de matemática mais eficaz, tanto para
professores quanto para alunos, estabelecendo ainda o intercâmbio entre a Universidade
Estadual de Goiás, Unidade de Iporá e a escola pública tendo em vista que irá incluir
acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática desta Unidade Universitária e
participarão do grupo de estudo e pesquisa.
Considerações
A pesquisa está contribuindo efetivamente para a formação dos acadêmicos do Curso de
Licenciatura em Matemática da (UEG) Universidade Estadual de Goiás Câmpus de Iporá
para o uso adequado dos softwares educacionais e as atividades de pesquisa tem
proporcionado aos futuros professores oportunidade para refletir sobre suas primeiras
experiências na sala de aula em um contexto desafiador, melhorando assim a sua
fundamentação na sua formação como futuro docente pela agregação de experiências aos
conteúdos teóricos do curso e pela reflexão sobre ensino de Matemática.
Até o momento algumas percepções foram construídas. Dentre elas, a de que o software
Geogebra é um software dinâmico, de fácil manuseio. Possui ferramentas para o estudo de
álgebra, gráficos, tabelas e geometria dentre outros conteúdos de matemática. Possibilita
interação entre o objeto em estudo e o aluno que pode não só fazer construções
geométricas como também modificar as posições dos objetos construídos sem alterar suas
propriedades iniciais. Com a mediação do professor o software Geogebra se apresenta
como um bom recurso pedagógico para aulas investigativas possibilitando que os alunos
vivam as fases as fases do conjecturar, experimentar e formalizar propostas na metodologia
de Investigação Matemática.
O que define a dinâmica da aula é a mediação do professor que precisa ter conhecimento
profundo do conteúdo e da metodologia de ensino e do recurso pedagógico que se pretende
usar e deve-se levar em consideração as características da turma a que se quer ensinar.
Nas atividades já realizadas os estagiários sob orientação permanente da pesquisadora
participaram de todas as etapas e serão colaboradores em todo o processo até a análise
final, buscando nas suas próprias ações construir as suas próprias formações como
professores. Assim, no decorrer da pesquisa os futuros professores vão se tornando capazes
de problematizar, analisar e compreender suas próprias práticas produzindo significados e
conhecimentos que irão contribuir para o crescimento pessoal e compromisso enquanto
futuro profissional capaz de contribuir para que sejam transformadas práticas escolares e
mudança nas concepções dos alunos em relação a matemática.
Referências
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Tradução: Orlando de A. Figueiredo. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
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<(http://www2.mat.ufrgs.br/edumatec/artigos/artigos_index.php)>.
LÉVY, Pierre. Cibercultura (trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 1999,
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LORENZATO, Sergio. (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de
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__________, Sergio. Para aprender matemática. 3. ed. São Paulo: Autores
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PONTE, João Pedro da, BROCADO Joana, OLIVEIRA, Hélia. Investigações na Sala de
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15, No 1 (2012). Disponível em: http://seer.ucg.br/index.php/educativa/article/view/2491
Acesso 20 de set. de 2013.
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