os conhecimentos do professor de educação física para a escola hoje

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OS CONHECIMENTOS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PARA A ESCOLA HOJE
KOGUT, Maria Cristina - PUCPR
[email protected]
SOUZA, Franciely Prudente de Oliveira - PUCPR
[email protected]
TREVISOL, Érica Paula – PUCPR
[email protected]
Eixo Temático: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas.
Resumo
A ação do professor de Educação Física na escola hoje, deve buscar formar o cidadão
utilizando para isso dos movimentos corporais e da cultura corporal historicamente
desenvolvida. Para que se atinjam os objetivos da escola e da disciplina o professor deve
dominar conteúdos e estratégias para que isso aconteça. A partir desse contexto foram
identificados os conhecimentos que são necessários para atuar, bem como eles são
trabalhados na formação na universidade e incorporados no cotidiano do professor. Para esse
estudo desenvolveu-se uma pesquisa descritiva qualitativa, com 83 alunos do 1º ano de um
curso de licenciatura em Educação Física de Curitiba, utilizando-se um questionário com
perguntas abertas. Identificou-se que os acadêmicos acreditam que os conhecimentos teóricos
e práticos aliados a capacidade de ensinar são fundamentais para a prática pedagógica. Aliado
a esses aspectos, destacam aqueles ligados as habilidades pessoais e a capacidade de construir
relacionamentos efetivos em aula. Pode-se concluir que os acadêmicos indicam saber o que é
necessário desenvolver para atuar, pois eles trazem para a universidade sua construção
histórica e cultural sobre o que é a Educação Física e como ela se desenvolve na escola. E que
o professor para desenvolver sua prática pedagógica na escola de forma adequada deve lançar
mão de toda uma gama de conhecimentos que vão além das técnicas das atividades motoras,
pois o compromisso do docente vai muito além do ensinar movimentos, ele é também
responsável por formar o cidadão que irá fazer parte do contexto social.
Palavras-chaves: Conhecimentos, atuação profissional, metodologia.
Introdução
Vivemos atualmente um momento muito significativo da história da humanidade. Os
conhecimentos gerados aos longos dos anos trouxeram aos homens e mulheres possibilidades
de analisar, discutir, entender e interferir na vida dos outros seres humanos, bem como na
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própria vida do planeta. O conhecimento produzido por meio da ciência e da tecnologia
possibilitou a todos viver de uma forma mais consciente e responsável.
Mas para que todo esse conhecimento possa efetivamente atender aos interesses e
necessidades da população, todos devem ter o acesso garantido ao que foi produzido. E
embora tenhamos muitas formas de acessar informações e conhecimentos, uma significativa
da população ainda não tem atendido esse seu direito
Entre as muitas possibilidades de atender a essa perspectiva está a escola, que se
constitui como uma das mais importantes instâncias para que isso ocorra. Mas para que a
escola cumpra de forma eficiente a sua tarefa, há necessidade de que ela apresente as
condições para efetivar a sua empreitada. Perspectivas e propostas pedagógicas, ambientes
adequadamente preparados com espaços específicos, condições materiais são importantes,
mas são os professores os elementos essenciais para que isso aconteça, pois eles podem fazer
a diferença, mesmo que os demais componentes do contexto escolar, não sejam adequados.
O papel da escola e do professor mudou significativamente ao longo dos últimos anos.
Se entendermos com Zabala (2002, p.34) que “a finalidade do sistema educativo é o
desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa para dar respostas aos problemas que a
vida em sociedade coloca”, somos instigados a discutir o trabalho do docente e suas
implicações na tentativa de atender ao objetivo colocado ao professor.
O professor deve possuir conhecimentos e habilidades específicas que possibilitem
uma visão ampliada para atuar nas diversas áreas de atuação. Ele se destaca por ser aquele que
faz a conexão entre a ciência, o conhecimento e o aluno. Para tal, o professor deve estar apto à
orientar os alunos nesse processo, levando-os a compreender que o conhecimento possibilita
discutir e entender o cotidiano e visualizar o futuro a partir de uma percepção expandida da
realidade.
A partir desse contexto este estudo buscou identificar na opinião de alunos do 1º ano
da licenciatura em Educação Física, quais os conhecimentos e habilidades o professor deve
possuir para desenvolver um bom trabalho na escola.
Desenvolvimento
A escola como uma estrutura socialmente desenvolvida que tem por objetivo
transmitir os conhecimentos e com isso ajudar na formação do cidadão, é uma instância
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complexa que está presente no cotidiano da grande maioria das pessoas. Embora possamos
agregar outros objetivos a ela, como ser o ambiente de reflexão sobre tudo o que a sociedade
produziu e transformar-se em geradora de novos conhecimentos, a escola permanece como a
responsável por levar os indivíduos ao entendimento de sua cidadania. Nessa perspectiva o
professor deverá trabalhar para atender aos objetivos propostos para que a escola atenda aos
propósitos que a ela são dirigidos.
A atuação do professor de Educação Física tem acompanhado o desafio que se
apresenta frente às necessidades da sociedade atual. Esse profissional tem juntamente com
seus pares, a responsabilidade de contribuir na formação de crianças, jovens e adultos
utilizando para isso do estudo sobre a cultura corporal e do movimento como instrumentos do
aprendizado.
No trabalho docente devem ser considerados alguns fundamentos que determinam os
caminhos do trabalho pedagógico. Inicialmente o professor deve ter clareza sobre as
concepções educacionais que se desenvolveram ao longo dos anos. Essas concepções
apresentam princípios que explicam a disciplina como conteúdo na escola e como uma ação a
ser desenvolvida na sociedade. Essas abordagens foram desenvolvidas tendo como base a
sociologia, a psicologia, o desenvolvimento humano e a própria educação em determinados
períodos da história. Elas também apresentam uma concepção sobre todos os fundamentos
educacionais de um determinado período histórico ou conceitual. Baseado nesses aspectos
foram desenvolvidas metodologias para as aulas, que atendem aos objetivos propostos em
cada abordagem e que consolidam-se como a prática a ser desenvolvida pelo professor em
sala de aula.
Mas embora haja uma fundamentação clara, que discute a corporeidade e o
movimento a luz de teorias mais amplas, nem sempre essa teorização contribuiu no
desenvolvimento do trabalho do professor de Educação Física na escola. Isso muitas vezes
ocorreu pela falta de entendimento, pela despreocupação com a teoria em uma disciplina
considerada prática ou pelo próprio despreparo do educador. Muitas teorias se tornaram
obstáculos para o professor em função da dicotomia entre elas e a prática efetivada. A falta de
entendimento dos aspectos educacionais/pedagógicos levaram os docentes a buscar soluções
mais simples e que pudessem conduzir a ação do professor. Isso justifica a presença das
práticas
esportivas
que
buscavam
essencialmente
desenvolvimento das habilidades corporais.
o
rendimento
e/ou
apenas
o
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Nessa perspectiva desde a graduação do professor de Educação Física atendendo as
determinações legais, deve-se buscar um trabalho que possibilite ao acadêmico uma formação
que o habilite para uma ação pedagógica coerente com as necessidades da escola, dos alunos e
da sociedade, sendo utilizado para isso uma ampla gama de conhecimentos. Durante a
formação o professor deve ter a oportunidade de conhecer, refletir, discutir sobre os
conhecimentos que serão fundamentais para a sua prática na escola. Marcelo García (1999,
p.26) defende que
A formação de professores é a área de conhecimentos, investigação e de propostas
teóricas e práticas que, no âmbito da Didáctica e da Organização Escolar, estuda os
processos através dos quais os professores – em formação ou em exercício – se
implicam individualmente ou em equipa, em experiências de aprendizagem através
das quais adquiram ou melhorem os seus conhecimentos, competências e
disposições, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do
seu ensino, do currículo e da escola, com o objectivo de melhorar a qualidade da
educação que os alunos recebem.
A busca do conhecimento tem sido uma preocupação constante na sociedade atual. A
crença disseminada é de que aqueles que possuírem um grau elevado de conhecimentos
poderão deter o poder sobre os demais ou sobre as outras instituições. O conhecimento como
atividade intelectual humana permite ao homem compreender e explicar o mundo que o cerca.
Na formação deve-se atender aos quatro componentes para o conhecimento
profissional propostos pelo Conselho Nacional de Educação.
O primeiro componente diz respeito ao conhecimento psicopedagógico. Para Marcelo
Garcia (1999, p.86 apud REYNOLDS (1991) ele se refere ao
Conhecimento relacionado com o ensino, com a aprendizagem, com os alunos,
assim como sobre os princípios gerais de ensino, tempo de aprendizagem
acadêmico, tempo de espera, ensino em grupos, gestão da classe, etc. Inclui também
o conhecimento sobre técnicas didácticas, estrutura das classes, planificação do
ensino, teorias do desenvolvimento humano, processos de planificação curricular,
avaliação, cultura social e influências do contexto de ensino, história e filosofia da
educação, aspectos legais da educação (MARCELO GARCIA, 1999, p.86).
Esses conhecimentos abrangem aqueles que habilitam o professor a desenvolver sua
prática pedagógica a partir de uma concepção ampla do que é o ensino e como ele se
desenvole,
Shigunov e Shigunov Neto (2009, p.82) associam esse conhecimento a “atitudes
didáticas que são indicadores que refletem a eficácia e o desempenho do professor em sala de
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aula. A ênfase é nos diferentes métodos e técnicas planeadas e discutidas também com outros
professores”
O segundo trata do conhecimento do conteúdo, ou seja, aquele que o professor deve
possuir sobre a matéria que ensina. Buchmann (1884, p.37) citado por Marcelo Garcia (1999,
87) afirma que “conhecer algo permite-nos ensiná-lo; e conhecer um conteúdo em
profundidade significa estar mentalmente organizado e bem preparado para ensinar de um
modo geral”. Esse conhecimento trata dos conhecimentos gerais de uma matéria, sobre aquilo
que o professor irá ensinar, os conceitos, definições, convenções e procedimentos e dos
paradigmas de investigação da disciplina.
Na Educação Física o professor deverá ser estimulado a conhecer em profundidade
sobre os temas referentes à área. Essa perspectiva pode habilitar o professor a desenvolver o
seu trabalho com mais qualidade e a através de um processo de reflexão constante, encontrar
soluções para os problemas que surjam no cotidiano. Essa visão é confirmada por Zabala
(2002, p.61) que afirma “só podemos falar de um conhecimento que nos sirva para
compreender e atuar com um maior grau de fundamentação científica, o que significa também
com um maior ou menos grau de reflexão sobre o próprio conhecimento”.
Shigunov e Shigunov Neto (2009, p.82) associam esse conhecimento a “atitudes de
conteúdo e organização que estão ligadas à matéria que está sendo apresentada e estudada
para e pelos alunos e ao uso de formas motivadoras e adequadas para o espaço existente e do
material disponível na instituição”
O terceiro é o conhecimento didático do conteúdo que é representado “a combinação
adequada entre o conhecimento da matéria a ensinar e o conhecimento pedagógico e didáctico
de como ensinar” (MARCELO GARCIA, 1999, p.88).
Shigunov e Shigunov Neto (2009, p.82) associam esse conhecimento a “atitudes
didáticas que são indicadores que refletem a eficácia e o desempenho do professor em sala de
aula. A ênfase é nos diferentes métodos e técnicas planeadas e discutidas também com outros
professores”
Nessa etapa deve ser estimulada a reflexão sobre as metodologias utilizadas para
ensinar e as estratégias que serão necessárias para cada situação pedagógica. Um dos aspectos
importantes é instigar o uso da criatividade para a criação de situações de ensino a partir das
necessidades e características dos alunos.
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O último é o conhecimento do contexto, que “diz respeito ao local onde se ensina,
assim como a quem se ensina” (MARCELO GARCIA, 1999, p.91). Esse tópico aborda o
conhecimento dos locais, das pessoas e das relações que se estabelecem nesse contexto.
Confirmando a indicação de Marcelo Garcia, Rangel-Betti e Betti (1996, p.11-12) ao discutir
a formação dos professores afirmam que a prática pode ser entendida como a ação
profissional num dado contexto organizacional. Os mesmo autores defendem que nessa
perspectiva “um profissional aprende com os outros colegas, aprende por tentativa e erro,
adéqua suas ações às demandas institucionais às aspirações da comunidade, etc.” E Shigunov
e Shigunov Neto (2009, p.82) chamam a atenção pra as “atitudes de interação que
compreendem os comportamentos e expressões da afetividade manifestadas durante a aula. A
criação de um clima positivo ou negativo situa-se nesta área”
Shigunov e Shigunov Neto (2009, p.82) citando Krug (1996) e Matos (1994) afirmam
que a competência didático-pedagógico deve abranger:
1.os conhecimentos, específicos e gerais do que for relevante para o processo
pedagógico do crescimento holístico do ser; 2. As capacidades, sendo as particulares
de cada indivíduo para executar atividades determinadas e complexas nas várias
estâncias do viver em sociedade; 3. As habilidades, entendidas como componentes
incorporados e automatizados da ação consciente, advindas da realização das
diferentes atividades sócias e 4. Hábitos de trabalho sendo os componentes
automatizados, rotineiros, continuados de uma determinada ação, que sempre deve
estar voltada para o desempenho social.
Na Educação Física essa etapa do conhecimento é fundamental pois o professor deve
ter noção sobre onde está agindo, quais as condições em que irá atuar e principalmente
conhecer as pessoas com as quais irá desenvolver o seu trabalho.
Metodologia
Desenvolveu-se uma pesquisa descritiva, qualitativa com 83 acadêmicos do curso de
Licenciatura de Educação Física de uma universidade particular de Curitiba. Utilizou-se como
instrumento de investigação, um questionário com perguntas abertas que atenderam aos
propósitos do estudo. As questões foram discutidas a partir da análise das categorias
elencadas a partir do contexto identificado nas respostas.
Resultados e Discussões
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Quando questionados sobre quais os conhecimentos e habilidades um professor deve
possuir para um bom desempenho na escola, os alunos assumiram um posicionamento que
indica uma preocupação com os aspectos pedagógicos e com as características pessoais.
Dentre aquelas ligadas a primeira indicação destaca-se o conhecimento teórico e
prática como fator importante para o professor que foi citado por 12 alunos. Aliado a isso
também foi destacado saber preparar e dar aula, apresentar boa didática e conhecer sobre
estratégias para ensinar.
Esses aspectos destacados são fundamentais para ação do professor e confirma a
posição de Shigunov e Shigunov Neto (2009, p.82), quando tratam da amplitude do que o
professor deve conhecer para atuar e principalmente sobre as habilidades didáticas que deve
desenvolver . Também podemos destacar a posição de Barbosa (2010, p. 42), que o professor
formado em curso superior é aquele que “ministra aulas na escola de ter fundamentalmente:
1) domínio do conteúdo específico; 2) domínio teórico e prático da metodologia de ensino; 3)
intencionalidade ao ensinar. Assim, o professor de Educação Física deve ter amplo domínio
do conteúdo da disciplina que minstra”.
São destacadas as posições dos alunos:
“saber planejar aulas de acordo com a necessidade dos alunos, ter voz ativa, usar
todo conhecimento adquirido na universidade’ (aluno nº 1)
“saber ensinar sem se tornar chato e repetitivo, despertando o interesse dos alunos
pelo esporte e quem sabe descobrir novos talentos que no futuro podem se tornar
atletas” (aluno 65)
“habilidade de dar uma boa aula, muitas vezes sem muitos materiais” (aluno nº 33)
“ele deve saber como cativar seus alunos para que eles não de dispersem de suas
aulas ou seja, procurar sempre renovar” (aluno nº 20)
“capacidade de se fazer compreender pelos seus alunos, estímulo para trabalhar e
conhecimento próprio da sua área” (aluno nº 10)
“dinamismo, carisma, conhecimento e paciência. È importante saber que dar aula
para crianças não é para qualquer um que tenha conhecimento da disciplina, mas é
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para aquele que entende o meio e as condições em que o aluno vive e conhece as
dificuldades de trabalhar em escola” (aluno nº 29)
Um item importante foi o destaque dado ao professor ser um educador, mestre. Esse
fato chama a atenção, pois indica que os alunos já demonstram uma preocupação com a forma
como o professor se posiciona e como é visto pelos alunos, deixando de lado a postura de
treinador e/ou técnico que durante muito tempo foi a perspectiva que se tinha do professor de
Educação Física.
Outro aspecto também foi o conhecimento sobre os esportes, jogos, e outros temas
tratados em aula, tratando do conhecimento específico da área.
Dentre as características mais pessoais, destaca-se o respeito que foi indicado por 15
alunos, que é uma condição para que se estabeleça um bom relacionamento entre professor e
alunos. A essa peculiaridade aliam-se o saber lidar com as pessoas, saber escutar e demonstrar
paciência.
Outro fator muito importante foi a capacidade de comunicação, demonstrando uma
preocupação com a forma como o docente transmite, fala e ensina. Esses tópicos confirmam a
preocupação de Marcelo Garcia (1999, p.91) que tratam do conhecimento do contexto, das
pessoas e das relações que se constroem na escola.
Outros fatores destacados pelos alunos foram o dinamismo, equilíbrio, capacidade de
liderança, disposição, dinamismo, flexibilidade, inteligência, carisma, determinação, alegria,
disciplina e garra. São destacadas as respostas que demonstram que a preocupação do
professor vai além da conhecimento e de como ensinar.
“saber trabalhar com os mais variados tipos de comportamentos das crianças e
adolescentes conhecer um pouco de cada coisa, esporte, brincadeiras, para que se
construa várias aulas, tornando-as dinâmicas.” (aluno nº 63)
“saber lidar com várias situações – corpo, emocional, saúde, habilidade de interagir
e de ensinar os educandos” (aluno nº 18)
“conhecimento de cada indivíduo, ouvidos abertos e muita paciência e claro
conhecimento do conteúdo” (aluno nº 84)
9902
Considerações finais
As posições assumidas pelos alunos indicam uma preocupação com as habilidades do
professor em sua relação e seu trato com os alunos, talvez como reflexo de experiências
vividas as longo de sua passagem pela escola. Já a preocupação com os aspectos didáticos,
indica que eles percebem a importância de conhecer em profundidade o conhecimento com o
qual irão trabalhar e a capacidade de ensinar.
As indicações demonstram que os acadêmicos já tem uma visão ampliada do que é ser
professor nos dias atuais e quais são as exigências feitas pelas escolas.
Ao se conceber que a Educação Física tem papel fundamental no desenvolvimento do
aluno, contribuindo com a formação do cidadão e com os objetivos da própria escola, ampliase o papel do professor e se implicações sobre a sua atuação. Dele se espera um trabalho
organizado, balizado por um conhecimento que vá além das concepções práticas tão
características da disciplina.
Para isso o trabalho do professor de Educação Física deve ter como suporte um amplo
conhecimento sobre todos os aspectos que envolvem a sua prática pedagógica. Não basta
apenas conhecer a cultura corporal em suas diversas manifestações e os exercícios que podem
ser utilizados para a aplicação de suas aulas. Deve haver um cuidado com todos os aspectos
para que a disciplina atenda aos propósitos e objetivos da formação humana.
Por tanto o trabalho desenvolvido na universidade deve pautar-se pela mais ampla
perspectiva de formação, mas não pode deixar de lado as necessidades que são apresentadas
pela sociedade, pelos indivíduos e pela escola. Mas também ter a clareza que o aluno quando
chega à universidade traz consigo uma construção histórica e cultural sobre a escola e o
professor. E que o professor para desenvolver sua prática pedagógica na escola de forma
adequada deve lançar mão de toda uma gama de conhecimentos que vão além das técnicas das
atividades motoras, pois o compromisso do docente vai muito além do ensinar movimentos,
ele é também responsável por formar o cidadão que irá fazer parte do contexto social.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Claudio Luis de Alvarenga. Educação Física e Didática – um diálogo possível
e necessário. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
CONSELHO NACIONA DE EDUCAÇÃO. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº 2. 19 de
Fevereiro de 2002
9903
______, Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº 1. 18 de Fevereiro de 2002
______,Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº 7. Março de 2004
MARCELO GARCIA, C. Formação de Professores. Para uma mudança educativa. Porto Portugal: Porto Editora, 1999.
RANGEL-BETTI E BETTI. Novas perspectivas na formação profissional em educação física.
Revista motriz - volume 2, número 1, junho/1996
SHIGUNOV, V e SHIGUNOV NETO, A. A formação de professores de Educação Física: as
competências e as habilidades da profissão. Revista Brasileira de Docência, Ensino e
Pesquisa em Educação Física. Vol.1, n.1, agosto de 2009.
ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o
currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002
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