desempenhode sementes de feijão tratadas com bioativador lara

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
TECNOLOGIA DE SEMENTES
E
DESEMPENHODE SEMENTES DE FEIJÃO TRATADAS COM
BIOATIVADOR
LARA SULAMITA MODESTO JACÓ DE CARVALHO
PELOTAS
RIO GRANDE DO SUL – BRASIL
2012
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
TECNOLOGIA DE SEMENTES
E
DESEMPENHODE SEMENTES DE FEIJÃO TRATADAS COM
BIOATIVADOR
LARA SULAMITA MODESTO JACÓ DE CARVALHO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Pelotas, sob a orientação do
Engenheiro Agrônomo Géri Eduardo
Meneghello, Dr., como parte das
exigências do Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de
Sementes, para obtenção do título de
Mestre Profissional.
PELOTAS
RIO GRANDE DO SUL – BRASIL
2012
Dados de catalogação na fonte:
(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)
C331d Carvalho, Lara Sulamita Modesto Jacó de
Desempenho de sementes de feijão tratadas
com biotivador / Lara Sulamita Modesto Jacó de
Carvalho; orientador Géri Eduardo Meneghello,
Pelotas, 2012. 26f.; il. - Dissertação (Mestrado
Profissionalizante). Programa de Pós-Graduação
em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade
de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal
de Pelotas. Pelotas, 2012.
1.Phaseolus
vulgaris;
2.Germinação;
3.Crescimento; 4. Matéria seca. I.Meneghello, Géri
Eduardo (orientador); II .Título.
CDD 635.652
DESEMPENHO DE SEMENTES DE FEIJÃO TRATADAS COM
BIOATIVADOR
AUTOR: Laura Sulamita Modesto Jacó de Carvalho, Enga Agra
ORIENTADOR: Eng. Agr. Geri Eduardo Meneghello, Dr.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Engo Agro Eduardo Meneghello, Dr.
___________________________________________________
Prof. Silmar Teichert Peske, Dr.
___________________________________________________
Prof. Francisco Amaral Villela, Dr.
___________________________________________________
Engo Agro Elton Hamer, Dr.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus pela saúde e disposição para estar presente no
Mestrado.
Ao meu pai, Salomão Modesto Jacó, sempre incentivando aos estudos.
Ao meu filho, Valdemberto Salomão Modesto Jacó Pereira Campos, que
mesmo longe entende que conhecimento é uma joia de valor inestimável.
Ao Engo Agro Dr. Geri Eduardo Meneghello, sempre muito atencioso e
responsável ao acompanhamento do trabalho de Mestrado.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia de Sementes, da Universidade Federal de Pelotas, pela dedicação,
devoção e boa vontade com que ministraram o curso, em especial aos da banca
examinadora.
Ao IBG, por proporcionar Cursos e recursos para nós alunos que queremos
ampliar conhecimentos.
À equipe do Laboratório AGROLAB, pela grande disposição em todos os
momentos solicitados.
Ao grande amigo, Engº Agroº Jairo Lira, Dr., Diretor da Universidade de
Cuiabá, Unidade, Primavera do Leste-MT, pela liberação de minhas atividades de
Docência, para comparecer ao curso, apoiando e incentivando ao crescimento
acadêmico.
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. Sequencia de evento provida por bioativadores ..............................
11
Figura 2. Tubetes contendo sementes de feijão para avaliação de altura de
plantas .............................................................................................
14
Figura 3. Plântulas de feijão obtidas de sementes tratadas ou não com
bioativador .......................................................................................
15
Figura 4. Plantas de feijão obtidas de sementes tratadas ou não com
bioativador .......................................................................................
15
Figura 5. Altura de planta de feijão (mm), obtidas de semente tratadas com
e sem bioativador em quatro épocas de avaliação..........................
18
Figura 6. Peso seco de raizde plantas de feijão (gramas), obtidas de
sementes tratadas, com e sem bioativador, em quatro épocas de
avaliações. ......................................................................................
20
Figura 7. Peso seco da parte aérea de plantas de feijão (gramas), avaliadas
em quatro épocas, com e sem bioativador ......................................
21
Figura 8. Peso seco total das plantas de feijão (gramas), avaliadas em
quatro épocas com e sem bioativador .............................................
22
LISTA DE TABELA
Página
Tabela 1. Germinação acumulada no período de 72 a 96 horas, em
sementes de feijão submetidas a tratamento com bioativador ........
17
Tabela 2. Altura total, peso de raiz, parte aérea e total de plantas de feijão
em função da utilização (CB) ou grão (SB) de bioativador no
tratamento de sementes ..................................................................
19
RESUMO
CARVALHO, Lara Sulamita Modesto Jacó de. Desempenho de sementes de feijão
tratadas com bioativador. 2012. 26f. Dissertação (Mestrado Profissional),
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de sementes. Universidade
Federal de Pelotas. Pelotas, RS.
O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é cultivado em todas as regiões do Brasil e
caracterizando-se como uma importante fonte de proteína na alimentação, em
especial para a população de baixa renda, servindo também como fonte de ferro, e
carboidratos. Bioativadores são substâncias orgânicas complexas modificadoras do
crescimento vegetal. Dentre os compostos que possuem efeito bioativador, o
produtor comercial HX® ativa várias reações fisiológicas, como a expressão de
proteínas. O objetivo neste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes
de feijão tratadas com um bioativador. Foram utilizadas sementes de feijão cultivar
Pérola. As sementes foram inicialmente desinfetadas para então serem tratadas com
uma dose equivalente a 5 mL por kg. As sementes foram semeadas em tubetes com
capacidade de 280 mL. E avaliados pelos seguintes testes: teste de germinação,
altura, e peso de planta. Com base nos resultados é possível concluir que: o
biativador HX® promove aumento na altura de plantas de feijão aos sete dias após a
semeadura; a matéria seca da raiz, parte aérea e total em plantas de feijão entre 14
e 28 dias após a semeadura é maior quando as sementes são tratadas com
bioativador HX®.
Palavras-chave: Phaseolus vulgaris; germinação; crescimento; matéria seca.
ABSTRACT
CARVALHO, Lara Sulamita Modesto Jacó de. Performance of bean seeds treated
with bioactivator. 2012. 26f. Dissertação (Mestrado Profissional). Programa de
Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de sementes. Universidade Federal de
Pelotas. Pelotas, RS.
The bean (Phaseolus vulgaris L.) is grown in all regionsof Brazil andis characterized
asanimportant sourceof protein in food, especially forlow-income population, also
serving as a source of iron, and carbohydrates. Bioactivators are complex organic
substances that can alter the plant growth. Among bioactivators, the commercial
producer HX® activates several physiological responses such as the expression of
proteins. The objective of this study was to evaluate the physiological quality of
common bean seeds treated with a bioactivator. Seeds of bean cultivar Perola. The
seeds were first disinfected and then be treated with an equivalent dose of 5 ml per
kg seeds were sown in plastic pots with a capacity of 280 mL. And gauged by the
following tests: germination, height, and weight ofthe plant.Based on these resultswe
conclude that: the biativador HX® promotes increase in the height of bean plants to
seven days after sowing, the dry matter of root, shoot and to tal be an plants is
greatest between 14 and 28 days after sowing when the seeds are treated with
bioactivator HX®.
Key-words: germination; growth; dry matter; Phaseolus vulgaris.
SUMÁRIO
Página
BANCA EXAMINADORA ....................................................................................
2
AGRADECIMENTOS ...........................................................................................
3
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................
4
LISTA DE TABELA ..............................................................................................
5
RESUMO .............................................................................................................
6
ABSTRACT .........................................................................................................
7
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................
8
2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................
13
2.1. LOCAL ...........................................................................................................
13
2.2. TRATAMENTO ..............................................................................................
13
2.3. AVALIAÇÕES ................................................................................................
14
2.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO ..
16
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................
17
4 CONCLUSÕES .................................................................................................
24
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
25
1. INTRODUÇÃO
O cultivo do feijão (Phaseolus vulgaris L.) generalizou-se em grande parte do
continente americano em várias outras regiões, graças sobretudo ao elevado valor
nutritivo de seus grãos, ricas em proteínas e fibras, e de sua capacidade de
adaptação a diferentes solos e condições agrícolas. No Brasil, o feijão é uma
importante fonte de proteína na alimentação, em especial para a população de baixa
renda, servindo também como fonte de ferro, e carboidratos. É uma planta
leguminosa
anual
da
família
Papilionáceas
(também
chamada
Fabacea),
principalmente do gênero Phaseolus, cultivada desde a pré-história com fins
alimentares. Sua ampla difusão em todo o mundo e a fecundação cruzada
permitiram a criação de centenas de variedades, que, quanto ao porte, dividem-se
em dois grupos: o das anãs, de caule curto e reto, e o das volúveis, de caule longo,
alto, trepador, e que necessitam ser tutoradas (EMBRAPA ARRO E FEIJÃO, 2012).
Na maioria das regiões do Brasil, a exploração do feijoeiro é relevante para
os pequenos produtores, geralmente com reduzido uso de insumos, obtendo-se
baixa produtividade. Embora durante muito tempo se tenha acreditado que o feijão
era originário da Índia ou mesmo da Ásia subtropical, gregos e romanos já utilizam
na alimentação. Os escritores da época, porém, só o descreveram de forma ligeira e
incompleta. Existem vários gêneros e dezenas de espécies de feijão, muitas delas
nativas do sul do Brasil e outras regiões das Américas. Ao lado do milho, mandioca,
fumo e amendoim, era cultivado pelos índios brasileiros (CONAB, 2010).
O feijão é um alimento básico para o brasileiro. A média atual de consumo
de feijão é de 12,7kg por habitante/ano. A preferência do consumidor é regionalizada
e diferenciada principalmente quanto à cor e ao tipo de grão. O feijão preto é
preferido do pessoal do Rio de Janeiro, talvez uma herança dos tempos da antiga
corte do Brasil Império. Feijão carioquinha é o mais consumido atualmente no Brasil.
Seu tamanho médio e as listas de um marrom mais forte o grão são sua "marca
registrada". Feijão branco, com grãos de tamanho grande, é ideal para o preparo de
saladas ou pratos mais elaborados, como o Cassoulet (EMBRAPA ARROZ E
FEIJÃO, 2012).
9
O feijoeiro é cultivado ao longo do ano, na maioria dos estados brasileiros,
proporcionando constante oferta do produto no mercado. É cultivado tanto por
agricultores que praticam agricultura de subsistência, quanto em cultivos que
utilizam alta tecnologia. A Região Sul ocupa lugar de destaque no cenário nacional,
como a maior produtora, seguida pelas Regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e
Norte, respectivamente (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, 2012).
A produção de feijão em algumas regiões do Brasil é altamente profissional,
com utilização de elevado nível tecnológico e constante monitoramento de forma a
minimizar as limitações de produção, atingindo produtividade e qualidade
satisfatórias. Por outro lado, os agricultores de subsistência, utilizam baixo nível
tecnológico, via de regra, utilizando sementes salvas, pouco ou nenhuma adubação,
controle de pragas e doenças, consequentemente, atingindo baixas produtividades.
Mesmo para agricultores que cultivam pequenas áreas, a utilização de
sementes de qualidade favorece a formação de um bom estande de lavoura e para
alcançar produção satisfatória. Muitos fatores afetam a qualidade das sementes,
destacando-se, a origem, condições climáticas na fase de maturação e colheita,
condições de armazenamento, sanidade do campo de produção, entre outros. A
produção de sementes de alta qualidade reflete-se diretamente no bom
desenvolvimento da cultura, em termos de uniformidade, do alto vigor das plantas e
da maior produtividade (POPINIGIS, 1985).
Sendo cultivado em média de 3,6 milhões de hectares, com produção de 3,3
milhões de toneladas, o Brasil é considerado hoje o maior produtor de feijão. Os
dados históricos relativos às safras 1976/77 a 2009/2010, indicam que ocorreu uma
diminuição na área cultivada e aumento na produção de grãos. O aumento na
produtividade das lavouras ocorreu por conta do avanço tecnológico e uso de
variedades melhoradas, sendo que a maioria das lavouras ainda é cultivada com
uso do sistema convencional, e as grandes áreas utilizam maquinários, com
semeadura direta e irrigação, localizando-se na região Centro Oeste (CONAB,
2010).
As plantas necessitam de macro e micronutrientes para desenvolvimento
fisiológico, Caso haja deficiência destes nutrientes, a planta sofrerá sérios prejuízos
e os nutrientes ausentes não permitirão completar o seu ciclo de desenvolvimento,
causando sérios prejuízos à lavoura. Essas deficiências são devido a lixiviação
10
associada à elevada precipitação pluvial, que são comuns em regiões tropicais
úmidas e temperada úmida. Com aumento do pH, um dos fatores que mais afeta a
disponibilidade de nutrientes para as plantas, como ferro, cobre, manganês e zinco
são reduzidas , enquanto que o molibdênio aumenta à medida que aumenta o pH do
solo (FERREIRA e CRUZ, 1991; CAMPO et al., 2009).
Além do pH, a baixa fertilidade dos solos tem sido considerada fator
preponderante para um baixo rendimento, principalmente no que se refere ao
nitrogênio, macronutriente absorvido em maior quantidade pelo feijoeiro (GALLO e
MIYASAKA, 1961). Relatando a freqüência relativa de deficiência de micronutrientes
no Brasil por cultura e por elemento químico, Malavolta (1994) considerou o
molibdênio o segundo elemento químico em número de ocorrências de deficiência
na cultura da soja, sendo a seguinte ordem sugerida Zn>Mo>B>Cu=Mn>Fe. A
inoculação de bactérias do grupo dos Rhizobios, capazes de fixar o nitrogênio
atmosférico e fornecê-lo à planta, é uma alternativa que pode substituir, ainda que
parcialmente, a adubação nitrogenada, resultando em benefícios ao agricultor.
Resultados indicam que a cultura do feijoeiro, em condições de campo, pode se
beneficiar do processo da fixação biológica de nitrogênio (FBN), alcançando níveis
de produtividade de até 2.500 kg.ha-1 (STRALIOTTO, 2003).
Alta produtividade do feijoeiro requer quantidades de nitrogênio (N)
superiores a 100kg ha-1, que pode ser obtido a partir da fixação simbiótica do
Nitrogênio atmosférico. No entanto, a eficiência desse processo biológico pode ser
limitada por deficiências de micronutrientes, especialmente de Molibidênio (CAMPO
et al.,). Sendo o micronutriente mais exigido pela cultura, sua deficiência pode
prejudicar a sobrevivência do Bradyrhizobium e, consequentemente, sua nodulação
e a fixação biológica do nitrogênio, diminuindo assim a produção (MORAES et al.,
2008). O adequado suprimento de molibdênio pode influir positivamente na
eficiência do Rhizobium no processo de fixação simbiótica do nitrogênio (ARAUJO et
al., 1987).
A partir da idade fisiológica, ponto onde a semente se encontra com o vigor
máximo, a qualidade da semente somente tende a decrescer, pois se encontra
exposta a mudanças de temperatura e umidade, no campo (BRAGANTINI, 1996).
Como forma de melhorar a germinação de sementes e também promover o
crescimento das plântulas, vários pesquisadores preconizam o uso de reguladores
11
vegetais (PRADO et al., 2007). Dentre outros fatores no processo germinativo, a
presença de hormônios e o equilíbrio entre estes promotores e inibidores de
crescimento exercem papel fundamental (MORAES et al., 2002). Além dos macro e
micronutrientes essenciais, o uso de reguladores vegetais, bioestimulante,
fitorreguladores e bioativadores, tem-se intensificado. O termo bioestimulante,
segundo Castro e Vieira (2001), refere-se às substâncias sintetizadas que aplicadas
exogenamente possuem ações similares aos grupos de hormônios vegetais.
O uso de bioestimulante na agricultura tem mostrado grande potencial no
aumento da produtividade e resultados significativos em plantas bem nutridas,
embora sua utilização ainda não seja uma prática rotineira em culturas que não
atingiram alto nível tecnológico. Neste sentido, as combinações desses produtos têm
sido pesquisados com a finalidade de melhorar qualitativa e quantitativamente a
produção (CASTRO e VIEIRA, 2001). Os bioativadores são substâncias orgânicas
capazes de atuar na expressão dos genes responsáveis pela síntese e ativação de
enzimas metabólicas, relacionadas ao crescimento da planta, alterando a produção
de aminoácidos precursores de hormônios vegetais (CASTRO, 2006). A sequência
de eventos promovidos pelos bioativadores está apresentada na Figura 1.
Figura 1. Sequência de eventos promovida por Bioativadores (CASTRO, 2006)
12
No Brasil, o uso de bioativadores começa a ser explorado, e vários estudos
têm demonstrado aumento quantitativo e qualitativo na produtividade (SERCILOTO,
2002). Essas substâncias, se aplicadas às plantas, modificam ou alteram vários
processos metabólicos e fisiológicos específicos. Portanto, as buscas pelas
inovações na agricultura para alcançar melhores produtividades e qualidade dos
produtos são de grande importância.
Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito
fisiológico da utilização de produto com efeito bioativador em sementes de feijão.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. LOCAL
O experimento foi realizado em casa de vegetação, no Laboratório de
Análise e Pesquisa Agrícola - Agrolab, situado em Primavera do Leste/MT, sob
condições controladas de temperatura e umidade relativa do ar.
Para instalação do ensaio, foi adquirido, no comércio local, dois quilogramas
de sementes fiscalizadas, cultivar Pérola, divididos em duas porções, de mesmo
peso.
2.2. TRATAMENTOS
Comparou-se
o
desempenho
fisiológico
de
sementes
não
tratadas,denominadas Sem Bioativador, e sementes tratadas Com Bioativador.
Utilizou-se, para tanto, o bioativador HX®. Na dose de 5mL por kg de semente,
orgânico-mineral, produto que contém substâncias quelantes: aminoácidos, extrato
de algas, ácidos húmicos e fúlvico.
Antes de efetuar o tratamento, as sementes, foram submetidas à
desinfecção, realizada mediante imersão em solução de hipoclorito de sódio a 5%,
por um período de 10 minutos, seguido de lavagem com água esterilizada, e
posterior manutenção em papel absorvente à sombra por 24 horas.
Ao término do período de desinfecção, as sementes acondicionadas em
sacos plásticos transparentes com capacidade de 3,0kg e com o auxílio de uma
pipeta graduada diretamente sobre as sementes, foram aplicados 5,0 mL por kg de
semente. Para as sementes sem bioativador adicionou-se 2,5 mL de água destilada.
Após efetuar os tratamentos, os sacos foram inflados com ar e agitados
vigorosamente durante um minuto, visando uniformizar a distribuição do produto
sobre as sementes. Em seguida, as sementes tratadas foram colocadas para secar
à sombra durante uma hora, segundo metodologia de Castro e Vieira (2001).
14
2.3. AVALIAÇÕES
Germinação: Imediatamente após o período de secagem as sementes
foram submetidas ao teste de germinação. Foram realizadas contagens com 72, 96,
120 e 144 dias após a semeadura.
Para tanto foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes por
tratamento, distribuídas em rolos de papel germiteste, umedecido 2,5 vezes o peso
do papel seco, colocadas em um germinador regulado a temperatura de 25ºC. As
avaliações foram efetuadas de acordo com os critérios estabelecidos pelas Regras
para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), computando-se as porcentagens de
plântulas normais para cada repetição.
Altura de Plântulas: Concomitantemente com o teste de germinação foi
realizada semeadura em casa de vegetação para avaliação da altura de
plantas/plântulas.
A semeadura foi realizada em tubetes de 280 ml, contendo substrato a
mistura de areia de rio lavada e de solo de campo na proporção 1:1. Os tubetes
foram previamente esterilizados com hipoclorito de sódio na concentração de 2,5% e
o substrato umedecido com água destilada, utilizando uma semente por tubetes
(Figura 2).
Figura 2 – Tubetes contendo sementes de feijão para avaliação de altura de plantas
Utilizou-se um furador construído para padronizar a profundidade de
semeadura. As sementes foram depositadas em cada orifício numa profundidade
uniforme de 2cm e cobertas com substrato.
15
Em cada época de avaliação, 7, 14, 21 e 28 dias foram coletadas 6 plantas
por repetição para avaliação da altura de plantas/plântulas. As plantas foram
retiradas cuidadosamente dos tubetes, lavadas em água corrente para limpar as
raízes e avaliada a altura total, raiz mais parte aérea, com auxilio de uma régua
graduada, sendo o resultado expresso em milímetros. Nas Figuras 3 e 4 são
apresentados detalhes da emergência e do processo de avaliação da altura de
plantas.
Com bioativador
Sem bioativador
Figura 3. Plântulas de feijão obtidas de sementes tratadas ou não com bioativador
Com bioativador
Sem bioativador
Figura 4. Plantas de feijão obtidas de sementes tratadas ou não com bioativador
Peso/Plantas: Para avaliação do peso de plantas, foi utilizado o mesmo
material vegetal do teste de altura de plantas. As plantas foram divididas em sistema
radicular e parte aérea, mediante corte na região do colo. Cada uma destas partes
foi seca em estufa a 45°C por um período de 48 horas. Posteriormente foram
16
pesadas em balança com precisão de 0,01 grama. O peso total foi obtido pela soma
dos pesos das partes aérea e radicular.
2.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO
O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com 4
repetições em fatorial de 2 x 4 (C/e / tratamento x época de avaliação), sendo
avaliadas seis plantas em cada período. Os tratamentos foram atribuídos de forma
aleatória dentro de cada bloco. Para cada uma das variáveis avaliadas no
experimento, realizou-se análise de variância, conforme o modelo do experimento
bloco casualizado. Posteriormente, ao ser feito significativo e realizada a devida
comparação de médias pelo teste de Tukey para comparação em nível de 5% de
probabilidade de erro e a regressão polinomial. Utilizou-se o programa estatístico
Winstat.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado da germinação acumulada de sementes de feijão submetidas aos
tratamentos com e sem bioativador está apresentado na Tabela 1. Visando
identificar possíveis efeitos do bioativador na velocidade de germinação foram
realizadas contagens no período entre o terceiro e sexto dias (72 e 144 horas,
respectivamente). Além do bioativador promover um aumento de mais de 15 pontos
percentuais ao final do teste, fica evidente que o biativador possui efeito
potencializador capaz de acelerar o inicio do processo germinativo de sementes de
feijão, uma vez que transcorridas 72 horas do inicio do teste de germinação, o
tratamento com bioativador apresentou 69% das sementes germinadas, enquanto
que as sementes não submetidas ao bioativador, embora também iniciado o
processo germinativo, não era possível caracterizar plântulas normais, o que só foi
possível após 96 horas (Tabela 1).
Observou-se que o início da germinação ocorreu entre 72 e 120 horas, após a
semeadura para todos os dois tratamentos, sendo as maiores porcentagens de
germinação observados até 96 horas após a semeadura, este período, ocorreram
menores ausências até o sexto dias após a semeadura.
Avaliando o efeito da utilização de bioativadores na qualidade fisiológica de
sementes de cenoura, Almeida et al. (2009) observaram que este produto provoca
aumento na velocidade de germinação, independentemente da dose utilizada, o que
foi no presente trabalho.
Tabela 1. Germinação (%) acumulada no período entre 72 a 96 horas, em sementes
de feijão submetidas a tratamento com bioativador
Tratamento
Tempo (h)
Total
72
96
120
144
Com Bioativador
69 a
69 a
93 a
97 a
97
Sem Bioativador
0b
48 b
78 b
80 b
80
.
Ao comparar a altura de plantas originadas do tratamento com bioativador,
verifica-se que esta variável apresentou crescimento constante durante o período
18
avaliado, uma vez que houve um ajuste linear. Por outro lado, as plantas oriundas
de sementes não tratadas o crescimento, a partir de vigésimo primeiro dia, inicia
uma redução na intensidade de crescimento (Figura 5). Este comportamento
demonstra que o bioativador possui efeito prolongado sobre a planta, não somente
no período de germinação. A altura de plantas aos 7 dias após a semeadura
apresentava uma diferença significativa e equivalente a 14 mm (Tabela 2).
140
120
100
)
m
m
(s
at 80
n
al
P
s
a 60
d
a
r
u
tl
A
40
Com Bioativador
Sem Bioativador
y = 0.9286x + 106.63 R² = 0.82
y = ‐0.0931x2 + 4.4125x + 70.813 R² = 0.94
20
0
7
14
21
28
Idade (Dias)
Figura 5. Altura de planta de feijão (mm), obtidas de semente tratadas com e sem bioativador em
quatro épocas de avaliação
Os
bioativadores
provavelmente
atuam
na
expressão
dos
genes
responsáveis pela síntese e ativação de enzimas metabólicas relacionadas ao
crescimento da planta, alterando a produção de aminoácidos e precursores de
hormônios vegetais.
Existem poucos trabalhos com bioativador com o objetivo de verificar seus
efeitos no metabolismo e desenvolvimento das plantas, mas os resultados ainda não
são claros, evidenciando forte interação entre cultivares, épocas, condições de
estresse e disponibilidade de nutrientes (ALMEIDA et al., 2010).
19
Assim, os resultados evidenciam que o bioativador utilizado neste trabalho
promoveu maior germinação nas sementes de feijão, antecipou o inicio desta
(Tabela 1) e propiciou maior vigor e desenvolvimento nas plantas (Tabela 2)
Tabela 2. Altura total, peso de raiz, parte aérea e total de plantas de feijão em
função da utilização (CB) ou grão (SB) de bioativador no tratamento de
sementes
Época
Tratamento
7 Dias
14 Dias
21 Dias
28 Dias
CV (%)
Altura da planta
Peso raiz
Peso parte
Peso total
(mm)
(g)
Aérea (g)
(g)
CB
110 a
0,87 a
0,49 a
1,35 a
SB
96 b
0,70 a
0,43 a
1,13 a
CB
125 a
2,12 a
1,13 a
3,25 a
SB
118 a
1,46 b
0,91 b
2,37 b
CB
127 a
2,40 a
1,30 a
2,47 a
SB
119 a
1,80 b
0,92 b
2,73 a
CB
130 a
2,42 a
1,33 a
2,50 a
SB
123 a
1,87 b
0,97 b
2,84 b
10,22
15,66
5,74
9,99
Médias seguidas de mesma letra na coluna, em cada época de avaliação, não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Com relação aos pesos da raiz, parte aérea e peso total das plantas,
verificou-se comportamento diferente do observado na altura de plantas. Aos sete
dias nenhuma destas variáveis apresentavam diferenças entre os tratamentos
(Tabela 2), no entanto, nas demais épocas a diferença tornou-se significativa com
superioridade para o tratamento com bioativador. Provavelmente o produto atua
inicialmente favorecendo o crescimento em altura (até 7 dias após a semeadura), e
nas etapas subseqüentes, prevalece o acúmulo de matéria seca nas plantas. O
acréscimo do vigor, com o uso de bioativador, observado na parte aérea de plantas
de soja pode estar associado com maior volume das raízes, confecção (CASTRO et
al., 2008). Portanto, com o maior peso seco das raízes, é esperado que estas sejam
mais eficientes na absorção de água e nutrientes, refletindo em aumento também da
parte aérea.
20
A aplicação de bioativador apresentou efeito na parte aérea e no sistema
radicular das plantas,demonstrando que o produto tanto na parte aérea quanto nas
raízes. Com relação à altura de plântulas, os tratamentos não variaram muito aos 7
dias. Já aos 14 dias, observou-se que com o bioativador, as plantas obtiveram maior
peso.
O crescimento das plântulas, de acordo com Popinigis (1985) é um
parâmetro muito variável e fortemente influenciado por fatores genéticos e
ambientais. Entretanto,considerando que no presente trabalho foram utilizadas
sementes provenientes de um mesmo lote, portanto as diferenças entre os
tratamentos não podem ser atribuídas a fatores genéticos.
Como pode ser observado na Figura 6, a diferença entre peso de raiz das
plantas sem bioativador e com biativador torna-se maior com o avanço do período
de avaliação. O ajuste de uma equação de regressão quadrática demonstra
acentuado aumento no peso das raízes no período entre 7 e 21 dias após a
semeadura, na sequência, observa-se uma redução na intensidade de crescimento.
No final do período de avaliação a diferença entre o peso das raízes das plantas do
tratamento com e sem bioativador chega a 0,55 grama.
3
2.5
2
)g
( zi
a
R
a1.5
d
o
s
e
P
1
Com Bioativador
Sem Bioativador
0.5
y = ‐0.0053x2 + 0.2637x ‐ 0.6781 R² = 0.97
y = ‐0.0035x2 + 0.1784x ‐ 0.3669 R² = 0.99
0
7
14
21
28
Idade (dias)
Figura 6. Peso seco de raiz de plantas de feijão (gramas), obtidas de sementes tratadas, com e sem
bioativador, em quatro épocas de avaliações
21
Os resultados são semelhantes aos encontrados por Almeida et al. (2011),
que observaram maiores comprimentos nas plântulas de quatro cultivares de arroz,
sementes originadas foram previamente tratadas com bioativador. Esse resultado
demonstra que os bioativadores atuam de forma simular em distintas espécies. Além
disso, observa-se que o produto atua tanto na parte aérea quanto radicular, uma vez
que foi avaliada a altura total da planta, desde a raiz principal até o ápice.
Com
relação
ao
peso
da
parte
aérea das
plantas,
observou-se
comportamento semelhante ao observado nas raízes, ou seja, com diferenças
significativas entre os tratamentos com e sem bioativador a partir de 14 dias após a
semeadura (Tabela 2 e Figura 7). Destaca-se que aos 14 e 21 dias sementes
tratadas com bioativador apresenta plantas com diferença de peso de 0,4 grama em
relação as não tratadas.
O bioativador exerce poder potencializador, permitindo a expressão do
potencial germinativo das sementes, acelerando o crescimento das raízes e
aumentando a absorção de nutrientes pela planta. Essas características do
bioativador aliadas a sementes de alta qualidade genética e fisiológica potencializam
a capacidade produtora da cultura (ALMEIDA et al. 2009).
1.6
1.4
1.2
)g
( 1
a
e
r
é
A0.8
e
tr
a
P
o
s 0.6
e
P
0.4
0.2
Com Bioativador
y = ‐0.0032x2 + 0.15x ‐ 0.3925 R² = 0.98
Sem Bioativador
y = ‐0.0035x2 + 0.1784x ‐ 0.3669 R² = 0.99
0
7
14
21
28
Idade (Dias)
Figura 7. Peso seco da parte aérea de plantas de feijão (gramas), avaliadas em quatro épocas, com e
sem bioativador
22
Resultados semelhantes foram obtidos no teste de peso total das plantas,
conforme pode ser observado na Figura 8,em que houve diferença significativa entre
sementes tratadas e não tratadas, apresentando maior velocidade de germinação,
maior altura das plantas, maior peso na raiz, porém menor peso na parte aérea das
plantas.
4.5
4
3.5
3
)g
( at
2.5
n
la
P
a
d 2
o
s
e
P
1.5
Com Bioativador y = ‐0.0095x2 + 0.4409x ‐ 1.2206 R² = 0.98
1
Sem Bioativador
y = ‐0.0057x2 + 0.2792x ‐ 0.5112 R² = 0.99
0.5
0
7
14
21
28
Idade (Dias)
Figura 8. Peso seco total de plantas de feijão (gramas), avaliadas em quatro épocas, com e sem
bioativador
Os efeitos prejudiciais na qualidade fisiológica das sementes geralmente são
traduzidos pelo decréscimo na porcentagem de germinação, no aumento de
plântulas anormais e por uma redução de vigor de plântulas (CARVALHO e
NAKAGAWA, 2000). Para TOLEDO e MARCOS-FILHO (1977), a redução do poder
germinativo e do vigor das sementes é a manifestação mais acentuada da
deterioração das sementes.
Embora a maioria dos resultados divulgados até então confirmem o efeito
benéfico da utilização de bioativadores sobre as culturas, Scarpellini, Cassanelli e
Faria (2003), avaliando o efeito de bioativadores, em tratamentos de sementes de
soja, não observaram diferença significativa no percentual de germinação das
23
sementes, comprimento das raízes, altura e massa das plantas e produtividade,
apesar de verificarem aumento de 11,8% na produtividade nas sementes tratadas.
Considerando que ainda existem resultados contraditórios, merece ser
enfatizado que os resultados encontrados servem para mostrar que o bioativador HX
realmente favorece o crescimento inicial de plantas de feijão, podendo refletir em
aumento de produtividade. Uma vez que plantas que possuem adequado
crescimento inicial, mais rapidamente desenvolvem o sistema radicular, e este
estando desenvolvido a absorção de água e nutrientes é intensificada, contribuindo
para o crescimento da parte aérea.
Com a parte aérea bem desenvolvida, maximiza-se a fotossíntese e
consequente o acúmulo de matéria seca na planta como um todo. A planta bem
desenvolvida pode redistribuir maior quantidade de fotoassimilados para as
sementes, podendo assim aumentar a produção.
4. CONCLUSÕES
Sementes de feijão tratadas com bioativador apresentam maior velocidade
de germinação.
O produto HX® promove aumento na altura de plantas de feijão aos sete dias
após a semeadura.
A matéria seca da raiz, parte aérea e total em plantas de feijão entre 14 e 28
dias após a semeadura é maior quando as sementes são tratadas com bioativador
HX®.
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