Faculdades Integradas Vianna Júnior CAPTURA DE CARBONO Daniel Caputo da Fonseca Hannah Cunha Amaral Luciana Aparecida Souza de Oliveira Mariane Ribeiro Almeida Rafael Pereira Lizardo Juiz de Fora 2009 Faculdades Integradas Vianna Júnior CAPTURA DE CARBONO Trabalho apresentado ao Professor Gilson da disciplina Química da turma 1º período, turno noturno do curso de Gestão Ambiental. VIANNA JUNIOR Juiz de Fora – 2009 SÚMARIO: INTRODUÇÃO.......................................................................................... CAPTURA DE CARBONO....................................................................... TIPOS DE CAPTURA DE CARBONO..................................................... CAPTURA DE CARBONO NATURAL.................................................... CAPTURA DE CARBONO ARTIFICIAL................................................. TRANSPORTE DO CARBONO CAPTURADO...................................... ARMAZENAMENTO DO CARBONO..................................................... RISCOS AMBIENTAIS E HUMANO NA CAPTURA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DO CARBONO....................... CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA LIBERAÇÃO DO CARBONO.......................................................................................... SOLUÇÕES................................................................................................ PROPOSTA DA ONU................................................................................ SOLUÇÕES EMPRESARIAIS.................................................................. SOLUÇÕES INDIVIDUAIS....................................................................... CONCLUSÃO............................................................................................ INTRODUÇÃO Esse trabalho tem como objetivo o estudo da captura de carbono, explicitando as formas de captura de carbono, transporte, armazenamento, assim como os riscos ambientais e humanos, as causas e conseqüências da liberação do CO2, e as soluções para minimizar os impactos ambientais causados. O clima do planeta tem-se alterado gradativamente. Estudos previam que nossos filhos e netos sofreriam as causas do aquecimento global, mas de acordo com recente estudo desenvolvido pelos maiores pesquisadores mundiais sobre clima (IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change), já estamos sofrendo estas alterações. Indivíduos, empresas, sociedade, todos contribuímos para o aquecimento global através da energia que consumimos em nossas casas, nossos escritórios, nossas fábricas, no lixo que produzimos, nos edifícios e processos produtivos, e ainda no nosso transporte e deslocamentos que realizamos. A concentração de CO2 na atmosfera está no nível de 375 ppm (partes por milhão). Segundo os especialistas, a partir de 600 ppm começa a ser letal e que se nada for feito e continuarmos nestes níveis de poluição, chegaremos a 1200 ppm. CAPTURA DE CARBONO A captura de carbono é um processo de remoção de gás carbônico. Tal processo ocorre principalmente em oceanos, florestas e outros organismos que, por meio de fotossíntese, capturam o carbono e lançam oxigênio na atmosfera. É a captura e estocagem segura de gás carbônico (CO 2), evitando-se assim sua emissão e permanência na atmosfera terrestre. As atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e a utilização de calcário para a produção de cimento, bem como os diferentes usos da terra, associados ao desmatamento e queimada são as principais causas do rápido aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. No entanto, os maiores estoques de carbono não são encontrados na atmosfera, mas sim, no ecossistema marinho ou ecossistema terrestre (vegetação + solo). O conceito de captura de carbono foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, visando à diminuição do efeito estufa. As crescentes emissões de Dióxido de Carbono (CO2) e outros gases como o metano (CH4) e o óxido nitroso (NO2) na atmosfera têm causado sérios problemas, como o efeito estufa. Devido à quantidade com que é emitido, o CO2 é o gás que mais contribui para o aquecimento global, suas emissões representam aproximadamente 55% do total das emissões mundiais de gases do efeito estufa. O tempo de sua permanência na atmosfera é, no mínimo, de 100 anos. Isto significa que as emissões de hoje têm efeitos de longa duração, podendo resultar em impactos no regime climático, ao longo dos séculos. Evidências científicas apontam que caso a concentração de CO2 continue crescendo, a temperatura média da terra vai aumentar (entre 1,4 e 5,8 ° C até 2100), causando aumento no nível dos mares, efeitos climáticos extremos (enchentes, tempestades, furacões e secas), alterações na variabilidade de eventos hidrológicos (aumento do nível do mar, mudanças no regime das chuvas, avanço do mar sobre os rios, escassez de água potável) e colocando em risco a vida na terra (ameaça à biodiversidade, à agricultura, à saúde e bem-estar da população humana). Para mitigar o aquecimento global, uma variedade de meios artificiais de captura de carbono, assim como processos naturais estão sendo estudados e explorados. TIPOS DE CAPTURA DE CARBONO Existem três tecnologias principais de captura: Post-combustão: Consiste na remoção do CO2 depois da queima de combustíveis fósseis, sistema ideal para a aplicação em centrais termoelétricas. Esta tecnologia é o primeiro passo para a captura de CO2 a grande escala, sendo já economicamente viável em alguns casos específicos. Normalmente, estes sistemas utilizam um solvente líquido para captar a pequena fração de CO2 (entre 3 e 15% do volume) presente nos gases de combustão, cujo componente principal é o Nitrogênio. Numa central elétrica moderna de pulverização de carvão ou de ciclo combinado de Gás Natural, os sistemas de captação utilizariam geralmente um solvente orgânico como a monoetanolamina. Esse processo é designado como "lavagem". A solução química resultante é, mais tarde, aquecida e a pressão reduzida, liberando CO2 concentrado, o qual será posteriormente armazenado. Pré-combustão: Consiste em retirar o CO2 dos combustíveis antes da queima. Esta tecnologia já é aplicada de forma generalizada na fabricação de fertilizantes e na produção de hidrogênio (H2). Apesar do processo inicial de retirar o carbono antes da combustão ser mais complexo e caro, as concentrações mais altas de CO2 e a pressão mais elevada facilitam a separação. No caso do gás natural, essencialmente metano (CH4), se extrairmos o carbono antes da combustão, ficaremos com hidrogênio, que produz apenas água quando queimado. Isto envolve reagir o combustível com oxigênio e/ou vapor para produzir monóxido de carbono (CO) e H2. Em seguida, o CO reage com mais vapor, para produzir CO2 e mais hidrogênio. Finalmente, o CO2 é separado e o hidrogênio é usado como combustível, emitindo só Nitrogênio e água. Oxigênio-gás: Estes sistemas utilizam o oxigênio em vez do ar, que tem maior parte composto por Nitrogênio (78%), para a combustão do combustível primário, com o objetivo de produzir um gás de combustão composto principalmente por água e CO2. Isto dá origem a um gás de combustão com altas concentrações de CO2 (superior a 80% do volume) uma vez que não existe Nitrogênio neste processo. Posteriormente, o vapor de água é retirado por arrefecimento (diminuição da temperatura) e aumento da pressão. Este processo requer uma separação prévia do oxigênio do ar, para obter um gás com uma pureza de 95 a 99%. O desafio é como separar o oxigênio do resto do ar. As estratégias são semelhantes às usadas para separar CO2. O ar pode ser arrefecido, para que o oxigênio se liquefaça (redução do gás ao estado liquido). Membranas onde passa oxigênio e nitrogênio a diferentes taxas podem provocar a separação. Há também, materiais que absorvem o nitrogênio, separando-o, do oxigênio. A aplicação destes sistemas em caldeiras está atualmente em fase de demonstração e a sua aplicação em sistemas de turbinas à gás ainda estão em fase de investigação. CAPTURA DE CARBONO NATURAL Ecossistema oceânico O oceano é o maior reservatório de carbono da Terra, contendo cerca de cinqüenta vezes mais carbono que a atmosfera. O carbono no oceano é naturalmente capturado a partir de dois processos: Processo físico Está ligado a circulação termoalina (formações de água profunda no oceano). O CO2 da atmosfera dissolve-se mais facilmente em água fria do que em água quente. As águas superficiais transportadas dos trópicos para as altas latitudes (regiões polares), ao perderem calor aumentam sua densidade e iniciam um movimento descendente. Essas águas são ricas em CO2, este foi armazenado no oceano profundo por cerca de 1.000 anos e só retornando para a atmosfera quando a circulação oceânica provoca o afloramento de águas profundas à superfície do oceano. O aquecimento global pode provocar o derretimento do gelo nas regiões polares, o que levaria a redução da salinidade (grau da densidade do sal num liquido), desta forma, aumentando a estratificação entre as águas superficiais e profundas, conseqüentemente reduzindo o movimento descendente de CO2 para o oceano profundo. Processo biológico Também conhecido como “Bomba Biológica”. O fitoplâncton retira CO2 da água do oceano para realizar o processo da fotossíntese. O plâncton e outros organismos marinhos extraem o CO2 da água do oceano e convertem-no ao carbonato de cálcio (CaCO3), para construir seus esqueletos e escudos. Quando fitoplâncton é consumido por bactérias ou pelo zooplâncton, nutrientes e CO2 são liberados para a água, podendo ser outra vez absorvido pelo fitoplâncton ou ser liberado para a atmosfera. Porém, quando o fitoplâncton morre, parte do carbono orgânico e, principalmente, o carbono inorgânico são depositados no fundo do oceano, formando depósitos sedimentares, e posteriormente petróleo e carvão. Em condições naturais, o carbono aprisionado nesse reservatório sedimentar gasta pelo menos 400 milhões de anos para voltar à atmosfera, por emissões vulcânicas e hidrotérmicas. Ecossistema terrestre O CO2 armazenado no ecossistema terrestre pode ser fixado tanto no solo quanto na floresta. O CO2 armazenado é o balanço entre a absorção da planta, a fixação de carbono no solo e as perdas por respiração e decomposição. Os ecossistemas terrestres que compreendem a floresta e o solo são considerados atualmente como um grande sumidouro de carbono, especialmente os solos. Há evidências de que o solo possa resultar em significativa redução no aumento dos gases do efeito estufa. Florestas As enormes quantidades de carbono são armazenadas naturalmente na floresta por árvores e por outras plantas, assim como no solo da floresta. Como parte da fotossíntese, as plantas absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, armazenam o carbono como açúcar, amido (carboidrato) e celulose. O carbono é armazenado e liberado continuamente dependendo da planta e da fase de sua vida naquele tempo, como exemplo o eucalipto que é a árvore "campeã" no combate aos poluentes responsabilizados pelas alterações climáticas, ela retém da atmosfera 7,45 toneladas de carbono por hectare e por ano. As florestas são “lojas do dióxido de carbono”, mas o efeito de absorção do CO2 existe somente quando elas crescem no tamanho: é limitado assim naturalmente. Ao contrário, uma queimada em uma floresta liberará rapidamente o carbono absorvido para a atmosfera. A taxa em que as florestas podem seqüestrar o carbono excede a taxa em que é liberada pela combustão fóssil florestal (carvão, óleo e gás natural). Parece desobstruído que o uso das florestas a mudança do clima pode somente ser uma medida provisória. É fundamental que o homem civilizado mude o seu paradigma em relação à floresta, deixando de vê-la como um impedimento ao crescimento. Somente uma vegetação natural permanentemente preservada, como a Mata Atlântica ou Amazônia, pode garantir uma fixação de carbono em longo prazo. É importante investir dinheiro para a conservação das florestas, contribuindo para o seqüestro de carbono e a reestruturação do ecossistema. Solo O solo possui o maior estoque de carbono do ecossistema terrestre; ele estoca duas vezes mais carbono que a vegetação e cerca de três vezes o valor da atmosfera, abaixo do solo o armazenamento orgânico é duas vezes maior que acima do solo. No solo, o acúmulo gradual e lento da deterioração do material orgânico continuará a acumular o carbono, agindo desse modo como seqüestrador. Os resíduos de plantas (ex. folhas, galhos, frutos) que caem sobre o solo são gradualmente alterados por interações entre a fauna do solo e microorganismo formando húmus. Os processos de decomposição e taxas de mineralização são fortemente influenciados pelo clima, tipo e qualidade da matéria orgânica, associações químicas e físico-químicas da matéria orgânica com os componentes minerais do solo e pela localização da matéria orgânica no solo. Os três principais processos responsáveis pela retenção do carbono nos solos são a humidificação, agregação, sedimentação. Ao mesmo tempo, os processos responsáveis pelas perdas de carbono no solo são a erosão, decomposição, volatilização e lixiviação. CAPTURA DE CARBONO ARTIFICIAL Ecossistema oceânico A captura de carbono artificial no oceano é simplesmente acelerar o processo natural de captura de CO2 da atmosfera, reduzindo o efeito estufa. Atualmente não se pode estimar o quanto de carbono pode ser seqüestrado sem perturbar a estrutura e função do ecossistema marinho, mas pesquisas estão sendo realizadas com bastante cuidado para avaliar os potenciais riscos e os benefícios do seqüestro de carbono, bem como os custos associados. A captura artificial pode ser obtido a partir de dois métodos: Injeção direta Consiste na injeção direta do CO2 no fundo do oceano, abaixo da termoclina, se a injeção for a grandes profundidades o CO2 afundará e talvez formará um “lago”. O CO2 se dissolverá rapidamente na água do mar, reduzindo o pH no local da injeção, deixando a água mais ácida. Com o aumento da acidez reduz a quantidade de carbonato de cálcio na água, afeta o crescimento e as taxas de reprodução de alguns organismos marinhos como peixes e plâncton e para os animais que vivem em grandes profundidades, sua capacidade de eliminar gás carbônico seria reduzido, levando a morte desses organismos por asfixia. Fertilização do oceano Se dá através da adição de ferro (micronutriente), em regiões onde a produtividade biológica é limitada pelo ferro, provocando um aumento no crescimento do fitoplâncton, acelerando a atividade fotossintética. A fertilização do oceano poderia provocar efeitos adversos no ecossistema marinho como, por exemplo, as grandes taxas de decomposição de fitoplâncton reduziria os níveis de oxigênio na água, que associada à atividade microbiana podem produzir potentes gases do efeito estufa como o metano e o óxido nitroso. Ecossistema florestal As “florestas novas”, particularmente o reflorestamento, não podem ser seqüestradoras diretas do carbono. Embora a floresta natural seja um estoque líquido de CO2, o reflorestamento pode inicialmente ser uma fonte da emissão de CO2 quando o carbono do solo é liberado na atmosfera. Plantar florestas, ou melhor, espécies florestais, fornecem um número de benefícios adicionais incluindo a redução da erosão, da captação aumentada da água, e de benefícios econômicos colhidos de sustentabilidade. O reflorestamento e o enriquecimento de florestas naturais não é bastante para contrabalançar o nível atual das emissões de gases do efeito estufa, assim como se acredita que o seqüestro de carbono por plantações de árvores nunca garantirá um seqüestro em longo prazo. Mesmo as estimativas otimistas vêm à conclusão que plantar florestas não é bastante para contrabalancear o nível atual das emissões de gases do efeito estufa. Os níveis orgânicos do carbono dos solos em muitas áreas agricultáveis foram esgotados severamente. Melhorar os níveis do húmus destes solos melhoraria a qualidade do solo e aumentaria a quantidade de carbono seqüestrado nestes solos. Os mecanismos para realçar o seqüestro do carbono no solo incluem: conservação de áreas naturais e rotação de culturas. A terra preta, um solo antropogênico encontrado em parte da Amazônia, e com alto teor de carbono, está sendo investigada também como um mecanismo do seqüestro. Os níveis de absorção e estocagem de carbono apresentado pelo dendezeiro em diferentes condições ecológicas, apontam para valores bastante interessantes e próximos daqueles apresentados pelos reflorestamentos de Eucalipto. Em outra proposta, o dióxido de carbono produzido em usinas termoelétricas seria usado para promover o crescimento de enormes quantidades de algas, que poderiam ser usadas como combustível . TRANSPORTE DO CARBONO CAPTURADO Para o transporte do CO2 capturado, entre o local de captura e o de armazenamento, apresenta-se atualmente uma tecnologia bastante desenvolvida e testada: os gasodutos. Em geral, o CO2 gasoso é comprimido a uma pressão superior aos 8 MPa, como o objetivo de evitar regimes de fluxo de duas fases e aumentar a densidade, reduzindo assim custos de transporte. Em alguns casos o CO2 também poderá ser transportado em forma líquida em navios ou cisterna a baixas temperaturas e pressões mais baixas.Ambos métodos já são usados para o transporte de CO2 em outras aplicações industriais. ARMAZENAMENTO DO CARBONO O armazenamento consiste na injeção, após captura do CO2, na sua forma condensada numa formação rochosa subterrânea. As principais opções são: Jazidas de petróleo e gás: as formações rochosas que retêm ou que já retiveram fluidos (como as jazidas de petróleo e gás) são candidatos potenciais para o armazenamento. A injeção de CO2 nas formações geológicas profundas integra muitas das tecnologias desenvolvidas na indústria de prospecção de petróleo e gás, pelo que a tecnologia de injeção, simulação, controle e vigilância do armazenamento existe e continua a ser aperfeiçoada. Formações salinas: à semelhança das jazidas de petróleo e gás é possível também injetar CO2 em jazidas salmoura. Camadas de carvão inexploradas: é possível a injeção em camadas de carvão que não venham a ser exploradas, dependendo sempre da sua permeabilidade. Estes mecanismos ainda estão em fase de demonstração. Armazenamento oceânico: O armazenamento oceânico pode ser realizado de duas formas: Através da injeção e dissolução do CO2 no oceano (a profundidade de mais de 1000 metros), através de gasodutos fixos ou de navios. A outra opção passa pela deposição do CO2 no fundo do oceano através de um gasoduto fixo ou de uma plataforma marítima (a mais de 3000 metros de profundidade), onde a água é mais densa e se espera que o CO2 forme um lago. O armazenamento oceânico e o seu impacto ecológico estão por analisar, podendo existir problemas de acidificação dos oceanos, sendo uma das alternativas possíveis mas que levanta ainda muitas questões técnicas e de viabilidade ambiental. A implementação deste tipo de soluções implica um aumento da produção de CO2. Isto é derivado da perda de eficiência da central devido ao aumento do consumo energético necessário para as fases de captação, transporte e armazenamento do CO2. RISCOS AMBIENTAIS E HUMANO NA CAPTURA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DO CARBONO Aumento das emissões de alguns poluentes, como CO e NOx, que não são capturados no processo. Riscos eventuais para a saúde humana pela presença de CO2 em grandes concentrações, ou em estado sólido (baixas temperaturas: possíveis queimaduras em derrames acidentais). O transporte por gasoduto não apresenta problemas superiores aos já defrontados pelo transporte de gases como Gás Natural. Existe sempre um eventual risco de fuga ou rebentamento, mas sem o problema da inflamação. Para o transporte via terrestre ou marítima a situação é semelhante ao transporte de outro tipo de gases industriais, havendo sempre uma possibilidade relativamente pequena de risco de acidentes e eventuais derramamentos de CO2, cujas conseqüências estão por estudar, mas que podem eventualmente causar asfixia. Existem duas categorias destes tipos de riscos: Riscos Mundiais: se houver uma fuga considerável num depósito de CO2 esta pode contribuir significativamente para as alterações climáticas. Riscos locais: fugas por falhas nos poços que podem afetar os trabalhadores locais e as equipes de reparação das fugas, ou fugas por falhas geológicas não detectadas, criando eventual contaminação de aqüíferos e acidificação dos solos. Para o caso do armazenamento oceânico, o risco apresenta-se bastante mais elevado, tendo em conta a falta de informação disponível quanto aos efeitos do aumento da concentração de CO2 (acidificação) nos ecossistemas marítimos. CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA LIBERAÇÃO DO CARBONO Todas as atividades humanas liberam na atmosfera gases com efeito de estufa, sendo que o dióxido de carbono (CO2) é o mais importante deles. O aumento significativo dos níveis dessas emissões tem afetado de maneira perceptível o clima de todas as regiões do planeta. As atividades humanas são consideradas as grandes responsáveis pelo aumento da emissão de gases do efeito estufa. Estas emissões subiram desenfreadamente a partir da Revolução Industrial, no início do século XIX. Atualmente, a atmosfera da Terra contém 40% mais CO2 que antes do início da Era Industrial. Causas Alguns dados importantes: a temperatura média da terra aumentou entre 0,4 e 0,8 ºC desde o final do século XIX; 2005 foi o ano mais quente que se tem registro; o nível médio dos mares já subiu de 10 a 20 cm nos últimos 100 anos; a cobertura de neve no Hemisfério Norte diminuiu em 10% desde o final dos anos 1960; a calota polar do Ártico sofreu uma redução de 10% de sua área nos últimos 30 anos. A atmosfera da Terra possui um conjunto de gases que faz com que uma parte do calor gerado pelo Sol, quando atinge a superfície do planeta, não se dissipe totalmente, mantendo a temperatura da Terra adequada à existência de vida. Alguns desses gases ocorrem de forma natural na face da Terra, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). A esses gases vieram se juntar os que são provenientes das emissões industriais pelo mundo, como os hidrofluorcarbononos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6). O crescimento da emissão desses gases em quantidades sem precedentes e a concentração crescente dos mesmos na atmosfera ocasionam o aumento do efeito estufa na Terra, para níveis além do necessário. Essa alteração acarreta impactos no complexo sistema climático da Terra. O clima na Terra responde a essas mudanças procurando se adaptar aos novos elementos presentes na atmosfera. Essas mudanças afetam todo o complexo sistema de circulação do ar no planeta, altera as correntes marinhas, gerando assim uma séria e profunda modificação do sistema climático existente. Os cientistas procuram utilizar modelos extremamente complexos para simular e tentar compreender até que ponto essas alterações vão provocar mudanças irreversíveis no planeta ao longo do tempo. Não somente a humanidade sofre com as alterações climáticas. Todos os ecossistemas e as demais espécies animais e vegetais já começaram a responder ao aquecimento global. Algumas espécies de plantas dos Alpes tem-se deslocado cada vez mais para o alto, a uma taxa de 1 a 4 metros por década, sendo que algumas espécies que habitavam os topos das montanhas já desapareceram. Alterações nas migrações de aves, no crescimento das colheitas e no desenvolvimento de insetos já foram verificadas ultimamente. O dióxido de carbono (CO2) é produzido na queima de combustíveis fósseis e na queimada de florestas. Muitas das atividades emissoras são essenciais à economia global. Algumas atividades agrícolas e pecuárias emitem metano e óxido nitroso. Outros compostos químicos artificiais, resistentes à degradação no ambiente, são liberados em processos industriais. Combustíveis fósseis Os combustíveis fósseis são a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa. Aproximadamente 60% dos gases emitidos são provenientes da queima do carvão, petróleo ou gás natural, que fornecem para os seres humanos a maior parte da energia necessária para produção de eletricidade, combustível para os automóveis, aquecimento das habitações ou para o funcionamento das indústrias. Desmatamento O desmatamento é a segunda maior fonte de emissão de CO2 na atmosfera. A destruição das florestas para fins extrativistas predatórios, para substituição do uso do solo (abertura de terras para agricultura), queimadas ou ainda a própria decomposição das árvores libera para a atmosfera a maior parte do carbono nelas armazenada. Agricultura e Pecuária O segundo mais importante gás que alimenta o efeito estufa na atmosfera é o metano (CH4). Ele está associado à pecuária e agricultura, pois é originado pela fermentação e decomposição dos dejetos de gado, pela produção de arroz em campos alagados onde ocorre intensa decomposição de matéria orgânica. Também a utilização de fertilizantes agrícolas é responsável pela emissão de óxido nitroso (N2O) na atmosfera. Essas emissões são variáveis de acordo com o tipo de fertilizante utilizado, tipo de solo sobre o qual ele é aplicado, e as condições climáticas do local. Tratamento de Resíduos Outra fonte significativa de liberação de metano é o tratamento e deposição de resíduos. Quando o lixo é depositado em aterros, o processo de decomposição anaeróbica libera esse gás, que se não for utilizado para combustível, vai direto para a atmosfera. Emissões industriais As emissões industriais são a mais poderosa fonte de gases de efeito estufa na atmosfera. Por serem gases de composição extremamente artificial, muitos contém flúor em sua estrutura, que tem efeito nocivo sobre a camada de Ozônio do planeta como os hidrofluorcarbonetos (HFCs) e os perfluorcarbonos (PFCs). O hexafluoreto de enxofre (SF6), utilizado como isolante de sistemas elétricos, provoca um efeito de aquecimento “alarmantes” 24 mil vezes superior ao do CO2. Conseqüências Ainda que fosse possível uma drástica e imediata redução das emissões globais de gases de efeito estufa, não haveria como evitar as mudanças climáticas já em curso. O sistema climático assimila estas mudanças de maneira lenta e gradual, devido principalmente à inércia térmica dos oceanos. As emissões ocorridas no passado e as atuais já deixaram sua marca no clima do século XXI. Nesse ponto, as conseqüências dessa situação adquirem contornos perversos uma vez que a maior vulnerabilidade dos sistemas sociais e econômicos dos países em desenvolvimento os colocam na alça de mira dos mais imediatos e devastadores efeitos sobre os humanos. Também, por outro lado, as zonas áridas e semi-áridas, as zonas costeiras e ribeirinhas e as pequenas ilhas sofrerão mais rapidamente os efeitos dessas alterações. Aumento do nível dos mares e da temperatura global Os modelos climáticos atualmente em estudo prevêem um aumento da temperatura global da ordem de 1,4 a 5,8ºC nos próximos 100 anos, se nada for feito para reduzir substancialmente as emissões de gases. O menor aumento (de 1,4ºC) equivaleria a todo o aumento registrado num período de um século nos últimos 10 mil anos. Essa expectativa de aumento repercutirá em todas as regiões do globo, sendo que as diferenças maiores se registrarão durante o inverno das regiões mais frias. Essa elevação da temperatura representará em aumento do nível dos mares entre 10 e 88 cm, nos próximos 100 anos, causado pela expansão térmica das camadas superficiais dos oceanos e o degelo dos glaciares. Este aumento será suficiente para provocar a inundação das zonas costeiras e ribeirinhas e pequenas ilhas, além do aumento da intrusão salina que afetará a qualidade das águas para consumo humano. As alterações climáticas também afetam os padrões de circulação oceânica e, conseqüentemente a produtividade biológica, a disponibilidade de nutrientes e a estrutura dos ecossistemas marinhos. Também se prevê o surgimento de ondas de calor e eventos de precipitação extrema, que aumentam o risco de seca em zonas continentais durante os verões. A ameaça aos ecossistemas Toda alteração climática tem efeitos diretos sobre a biodiversidade. A distribuição geográfica dos ecossistemas e a composição deles irá alterar-se, e as espécies que não conseguirem uma rápida adaptação poderão extinguir-se. Estima-se que entre 15 a 37% de todas as espécies possam correr o risco de uma extinção devastadora até 2050. Serão afetadas em maior número as espécies das regiões do Ártico e os ecossistemas da Europa Oriental e do Mediterrâneo. As florestas também seriam afetadas pelas mudanças climáticas, em especial nas zonas boreais, mas com menor intensidade nas zonas temperadas e tropicais. Entre outras conseqüências, o aumento esperado de 1ºC favoreceria o risco do surgimento de pragas e da ocorrência de incêndios. A saúde humana É inegável que nós também sofreremos as conseqüências desse aumento do aquecimento global em nossos próprios corpos. O aumento do número de casos de doenças e mortes por problemas respiratórios e cardiovasculares são esperados. Também são esperadas a alteração da distribuição geográfica das espécies que transmitem doenças, como mosquitos e roedores, com especial gravidade para o mosquitos transmissores da malária. A economia mundial Além das perdas no setor agrícola, que será fortemente atingido pela mudança climática em curso, com uma redução das áreas cultiváveis e da disponibilidade global de alimentos, o que elevará significativamente o preço dos mesmos, os desastres naturais associados às alterações climáticas podem gerar um custo adicional à economia mundial da ordem de 150 bilhões de dólares por ano. SOLUÇÕES Reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa passa por uma série de alterações nos padrões e condutas da sociedade atual. Buscar a melhor eficiência energética nos edifícios, nos transportes e na produção industrial, privilegiar automóveis com motores de combustíveis renováveis (álcool, biodiesel), novas fontes alternativas de energia (solar, eólica, etc). Tudo isso deve ser procurado para a obtenção de um resultado duradouro e eficaz. Para essa mudança não basta apenas uma ação governamental. É necessário que os indivíduos e empresas desempenhem cada um seu papel nesse processo. Isso passa por uma mudança no estilo de vida e nos comportamentos de utilização de meios de transporte e equipamentos elétricos de maior eficiência. O plantio de árvores com finalidade de diminuição dos níveis de concentração de CO2 na atmosfera é uma das possibilidades que são consideradas hoje em dia, mas como apoio a um sério programa de redução de emissões de gases de efeito estufa. Para as atividades produtivas Incentivar a utilização de energias renováveis no mundo, com ênfase especial para a energia eólica, solar, hídrica e biomassa. Para o setor residencial e de serviços Adotar tecnologias eficientes e alternativas, tais como utilização de energia solar, arquitetura integrada sustentável e sistemas de climatização eficientes. Para os meios de transporte Propor novos designs e novos materiais para o desenvolvimento de automóveis; Expandir a utilização de automóveis movidos a combustíveis renováveis já disponíveis no mercado; Aumentar a utilização de transportes coletivos, que reduzem drasticamente a energia gasta na relação passageiro-quilômetro; Propor novas modalidades de deslocamento pessoal nas grandes cidades, tais como ciclovias, caminhos para pedestres e compartilhamento de veículos. Para as florestas Aumentar a capacidade de armazenamento de carbono nos produtos originários da madeira das florestas; Promover a gestão sustentável da floresta de modo a gerar biomassa como recurso energético renovável. PROPOSTA DA ONU A Conferência da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992 (ECO 92), estabeleceu como objetivo a estabilização da emissão e concentração na atmosfera de gases de efeito estufa em níveis que tentassem impedir a perigosa interferência do resultado das atividades humanas no clima da Terra. Em Dezembro de 1997 foi adotado o Protocolo de Kyoto, um instrumento operacional que instituiu uma série de regras para regular e controlar a emissão de gases de efeito estufa. Entrou em vigor em fevereiro de 2005, estabelecendo limites legais para as emissões dos países industrializados, definindo limites específicos e prevendo uma redução global de 5% no período de 2008 a 2012 em relação aos níveis verificados em 1990. O Protocolo de Kyoto instituiu três instrumentos econômicos, denominados mecanismos de flexibilidade: o comércio internacional de emissões, a implementação conjunta e o mecanismo de desenvolvimento limpo. O objetivo destes mecanismos de flexibilidade é permitir que os países que têm as maiores emissões e onde os custos de redução são altos, possam cumprir suas responsabilidades investindo em projetos de redução em outros países, onde o custo dessa redução é mais baixo. SOLUÇÕES EMPRESARIAIS O papel da empresas no processo de redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera é de extrema importância. Assumir esta ação de maneira voluntária e responsável além de concretizar a participação da empresa na solução do problema, constitui-se numa poderosa ferramenta de marketing nos tempos atuais. Faz parte de um rol maior de ações de responsabilidade social a preservação do ambiente global em que vivemos. Por isso, toda a contribuição nesse sentido gera inúmeros benefícios a todos os envolvidos na organização. Benefícios para a empresa: A redução dos consumos energéticos correntes; O reconhecimento dela perante a sociedade; A contribuição para a preservação do meio ambiente global; O compromisso com a responsabilidade sócio-ambiental. Além disso, a neutralização de emissões de carbono pode gerar um aumento nos lucros de até 38% e na produtividade de até 8%. Estes cálculos são de uma equipe coordenada por Bob Willard, ex-executivo da IBM do Canadá, membro do Board da TNS -The Natural Step e professor da Universidade de Toronto, autor de 2 best-sellers sobre Desenvolvimento Sustentável para dirigentes de negócios, entre eles “The Sustainability Advantage: Seven Business Case Benefits of a Triple Bottom Line”. Redução das despesas na produção (energia, água, insumos industriais); Redução das despesas na administração/PDVs (energia, água, materiais de consumo); Aumento no rendimento repassado ao consumidor; Redução de riscos com possibilidade de financiamentos mais em conta; Desaceleração do aumento dos custos; Redução dos custos de atrito (multas, TACs); Aumento da produtividade dos empregados; Redução das emissões Todas as empresas são responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, não somente as indústrias com suas grandes chaminés. Mesmo as organizações de pequeno porte, do segmento de comércio e serviços, também geram emissões de carbono devido ao consumo energético e aos deslocamentos de funcionários. Existem muitas ações que podem ser empregadas no sentido de reduzir as emissões atuais nas empresas. Acompanhe a seguir algumas delas: Reduções na iluminação Corresponde a cerca de 15% do consumo energético, em média, de um escritório. Basta aumentar o acesso da luz natural para conseguir reduções de até 19% nesse quesito. Reduza os níveis de iluminação nos locais de uso pouco freqüente ou nas zonas de passagem, com a instalação de sensores de movimento ou temporizadores de ativação de iluminação; Prefira as lâmpadas fluorescentes que consomem até 80% menos que as comuns e duram até 20 vezes mais. Reduções nos equipamentos Os aparelhos em modo stand-by são um dos grandes vilões do consumo de energia elétrica. Equipamentos compartilhados como impressoras, fotocopiadoras permitem que se instalem temporizadores para desligados quando não estão em uso. Ative os modos de funcionamento que economizem energia nos principais equipamentos de escritório, como computadores, faxes, impressoras, monitores, e outros , conseguindo com isso até 95% de economia; Substitua os monitores de modelo antigo pelos atuais, que consomem menos energia ou desligue-os sempre que não houver utilização; Renove periodicamente os equipamentos de informática, utilizando sempre os mais eficientes, por exemplo, um laptop consome cerca de 10% menos de energia que um PC com gabinete em torre. Reduções na climatização dos ambientes Os equipamentos de ar condicionado são responsáveis por alto índice de consumo de energia elétrica de um escritório. Substitua os aparelhos antigos por novos mais eficientes, reduzindo em até 30% o consumo total e recuperando seu investimento num prazo de 3 a 5 anos; Não a temperatura do ar-condicionado dos ambientes de trabalho para menos de 21ºC, economizando assim até 8% de energia no ano; Instale sistemas de sombreamento exterior que reduzem a temperatura no verão sem a necessidade de utilização constante do ar-condicionado. Reduções nos deslocamentos Tire partido da tecnologia atual e prefira os sistemas de teleconferência (via telefone, vídeo-chats, Internet) e evite a utilização de automóveis para reuniões presenciais. Estas são apenas sugestões que ilustram as inúmeras possibilidades de ações de redução de consumo de energia elétrica pela sua empresa. Com base no estudo detalhado do inventário a ser realizado pode-se chegar a inúmeras outras ações de resultado específico para sua empresa. Comunique sua atitude Reduzir suas emissões de gases de efeito estufa também oferece a possibilidade da empresa atingir visibilidade e conseguir ganhos de imagem com a sua ação correta de responsabilidade sócio-ambiental. Ela pode servir de exemplo positivo a várias outras empresas. Seus consumidores, seus investidores, a sociedade civil como um todo estão atentos às ações de responsabilidade, que hoje em dia agregam valor diferenciado às empresas que as praticam. Nesse sentido, aconselhamos as empresas a participarem ativa e conscientemente desse processo, onde todos nós, habitantes do planeta Terra, sairemos ganhando com isso. A cada ação de neutralização corresponde uma série de elementos de divulgação que podem ser utilizados pela empresa para sua divulgação junto aos veículos e aos meios de comunicação. Desde o certificado personalizado até selos e press-releases que podem ser disponibilizados, a fim de permitir a visibilidade de sua ação em campanhas de marketing e divulgação. SOLUÇÕES INDIVIDUAIS O principal gasto que temos em nossa residência são os consumos de eletricidade. Além de escolher os aparelhos mais eficientes para reduzir esse consumo, também é possível reduzir o consumo geral de energia elétrica e assim, diminuir as emissões. Também os deslocamentos diários, a queima de combustível nos automóveis, ônibus e demais meios de transporte geram emissões de CO2, que devem ser reduzidas. Algumas mudanças de costumes diários podem repercutir de maneira significativa na redução de CO2 lançado na atmosfera, como por exemplo, substituir os atuais eletrodomésticos por equipamentos mais eficientes, substituir o automóvel pelo ônibus nos deslocamentos casa-trabalho-casa, diminuir o tempo e a temperatura dos banhos, manter os pneus dos automóveis com a pressão certa, evitando gasto desnecessário de combustível, entre outras ações. Reduções em casa Uma residência consome em média no Brasil, cerca de 2.500 a 3.000 kWh/ano. Para minimizar este consumo, esteja atento às seguintes situações: Prefira os eletrodomésticos de frio de classe D pelos de classe A, que podem reduzir o consumo em até 45% e evitar a emissão de 110kg de CO2/anos na atmosfera; Sem substituir os equipamentos atuais, mantenha a temperatura entre 3 a 5ºC, evitando o acúmulo de gelo, e diminua as aberturas freqüentes de portas, o que pode reduzir em 15% o consumo de energia; As máquinas de lavar apresentam alto consumo de energia quando realizam o aquecimento da água. A diminuição da temperatura de lavagem de 60º para 40ºC significa uma redução de 54% do consumo de energia; Equipamentos em stand-by podem significar um consumo extra de 440 kWh/ano ou 190 Kg de CO2 na atmosfera; As lâmpadas fluorescentes gastam cerca de 80% menos energia que uma lâmpada comum. Uma única lâmpada de 100W substituída por uma equivalente (de 20W) fluorescente significa uma economia de 115 kWh/ano ou 50 kg de CO2 na atmosfera. Reduções no automóvel Uma condução eficiente e econômica reduz a emissão de poluentes e o ruído, os principais problemas do trânsito nas cidades. Um motor de carro a 4.000 rpm faz tanto barulho quanto 32 motores trabalhando a 2.000 rpm. Na direção do seu veículo, siga algumas instruções abaixo para reduzir suas emissões: Prefira trafegar com a marcha mais elevada possível, evitando a perda de potência causada pela fricção interna do motor. Mude as marchas antes dos 2.500 rpm nos automóveis a gasolina e antes dos 2.000 rpm nos à diesel; Evite mudanças bruscas de velocidade, com acelerações e frenagens, preferindo manter uma velocidade constante e antecipando as paradas nos semáforos; Reduza a velocidade de passeio para o máximo de 100 km/h. Isso diminui o consumo de combustível em 15%; Desligue o motor nas pequenas paradas a partir dos 20 segundos. Nos veículos antigos, onde a ligação do motor necessita de pressão sobre o acelerador, apenas desligue o motor quando o tempo de parada for superior a 1 minuto; Não exagere na utilização do ar-condicionado e dos sistemas de som de potência elevada, que acarretam um aumento de 13% no consumo. Não utilize o ar-condicionado para reduzir a temperatura abaixo dos 23ºC e na estrada, a mais de 80Km/h prefira fechar as janelas e ligar o ar-condicionado; Evite pesos desnecessários no automóvel; Verifique sempre a pressão dos pneus e trafegue com a pressão adequada. O aumento do atrito aumenta o consumo do veículo em até 2%; Reduza a utilização do automóvel ao essencial. Se houver alternativas, como deslocamento a pé para trajetos curtos ou transporte coletivo para maiores distâncias, deixe o carro em casa. CONCLUSÃO Atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as futuras gerações atenderem às próprias necessidades. Qualquer empreendimento humano deve ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Mas esses conceitos, que parecem óbvios, simples sinais de bom senso, infelizmente ainda estão longe da prática cotidiana de muitas pessoas, grupos, empresas e governos. Devemos ter visão de longo prazo, consciência de que nossas relações sociais e nosso estilo de vida impactam diretamente a realidade à nossa volta - e que devemos ter solidariedade com nossos descendentes. A emergência do aquecimento global, hoje, mais do que um alerta, dramático sinal das conseqüências causadas pelo que fizemos e pelo que deixamos de fazer. Há muito o que aprender a respeito. Mas já sabemos que tem a ver com atos de nosso cotidiano. Desde estilo de vida e consumo de cada um de nós, até a forma como lidamos ou deixamos de lidar com o lixo que produzimos. Tem a ver com a maneira como usamos os recursos e energias disponíveis. Tem muito a ver com nossa atitude em cada momento de nossas vidas. Nem sempre, é claro, problemas e soluções estão diretamente nas mãos de cada um de nós. Mas, de alguma maneira, ainda que indireta, podemos influir em decisões que dependem de políticos que elegemos ou deixamos que fossem eleitos, ou de empresas que são mantidas por quem compra seus produtos. É nessas esferas, político-econômicas, que estão grandes decisões a respeito de modelos de desenvolvimento, políticas de saúde, projetos de educação. Hoje, cada vez mais, as pessoas entendem os problemas da biosfera e passam a pensar globalmente. Isso é ótimo. Mas não é tudo. É preciso também pensar e agir localmente. Procurar ter mais influência no que acontece em nossa própria cidade. Neste momento, não temos outra escolha senão combatermos as alterações climáticas que já estão acontecendo. E isso significa mudar a forma como encaramos nosso dia-a-dia. Significa agir com responsabilidade, de forma consciente e voluntária. A solução que surge é a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa. Este problema pertence a todos nós e, portanto, a solução também. BIBLIOGRAFIA: FUNCITEC; disponível em: www.funcitec.rct-sc.br/sequestro_carbono_monoculturas.pdf Acesso em: 04 de maio de 2009; 10:40h ECOLNEWS; disponível em: www.ecolnews.com.br/carbonoefeitoestufa.htm Acesso em: 04 de maio de 2009; 13:12h RECICLE CARBONO; disponível em: www.reciclecarbono.com.br Acesso em: 08 de maio de 2009; 16:00h SUA PESQUISA; disponível em: www.suapesquisa.com/efeitoestufa/ Acesso em: 08 de maio de 2009; 17:30h PLANETA SUSTENTAVEL; disponível em: www.planetasustentavel.com.br Acesso em: 08 de maio de 2009; 18:10h SUA PESQUISA; disponível em: www.suapesquisa.com/geografia/protocolo_kyoto.htm Acesso em: 15 de maio de 2009; 14:00h