IX Jornada de Psicologia Oncológica do INCA III Encontro

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IX Jornada de Psicologia
Oncológica do INCA
III Encontro INCA/SBPO
Integralidade nos Cuidados
Paliativos
Ernani Costa Mendes
Fisioterapeuta/HCI/8º andar
Oncologia Clínica/Onco-hematologia
PORTARIA Nº 874 DE 16 DE MAIO DE 2013
Institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do
Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças
Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 2º A Política Nacional para a Prevenção e Controle do
Câncer tem como objetivo a redução da mortalidade e da
incapacidade causadas por esta doença e ainda a possibilidade de
diminuir a incidência de alguns tipos de câncer, bem como contribuir
para a melhoria da qualidade de vida dos usuários com câncer, por
meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce,
tratamento oportuno e cuidados paliativos.
CENÁRIO ATUAL DO CÂNCER
No ano 2030, espera-se 27 milhões de casos incidentes
de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de
pessoas vivas, anualmente, com câncer (INCA, 2011).
650 mil pessoas/ano - CP - 85% dos casos que
requerem cuidados paliativos são decorrentes do
câncer.(Fundação de Câncer, 2011).
Integralidade nos Cuidados Paliativos
A integralidade é um dos princípios doutrinários do Sistema
Único de Saúde (SUS). Em síntese, “O homem é um ser integral,
bio-psico-social, e deverá ser atendido com esta visão integral por
um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger
e recuperar sua saúde” (Roncalli, 2003).
“O conceito de dignidade aponta para a adequada atitude em
relação à pessoa, a sua reta compreensão, o que a filosofia
contemporânea chama de reconhecimento” (Barzotto, 2010).
Integralidade nos Cuidados Paliativos
Cuidados paliativos são cuidados intensivos de conforto
e gestão do fim da vida. Consistem em um direito do ser humano
de ser apoiado e assistido na fase final da vida. Os cuidados
paliativos afirmam a vida e tratam a morte como um processo
normal, e não implicam em apressar ou adiar a morte. Nesse
contexto, integram os aspectos psicossociais e espirituais nos
cuidados ao paciente, oferecendo um sistema de apoio e ajuda
aos mesmos para que vivam tão ativamente quanto possível até a
morte.
Integralidade nos Cuidados Paliativos
O INCA, é o responsável pelo atendimento ativo e
integral aos pacientes portadores de câncer avançado sem
possibilidades de cura. Tem como missão a promoção e o
provimento de cuidados paliativos oncológicos da mais alta
qualidade, com habilidade técnica e humanitária, tendo como
foco a obtenção da melhor qualidade de vida de seus pacientes
e familiares (Brasil, 2005).
CUIDADOS PALIATIVOS
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)
(2002), os cuidados paliativos (CP) são definidos da seguinte
forma: “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida
por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da
qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma
doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do
sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e
tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos
e espirituais”.
Integralidade nos Cuidados Paliativos
“O sofrimento somente é intolerável quando ninguém cuida”
(Saunders, 1980: 4:43-7).
O “cuidar” deve continuar, mesmo quando não há possibilidade
de cura.
Cuidado Paliativo não é um tratamento alternativo e sim
complementar e vital no manuseio total do ser humano.
Integralidade nos Cuidados Paliativos
Ouvir as ideias e posição religiosa do paciente;
Incentivar que coloquem suas dúvidas e temores;
Incentivar pensamentos positivos – bom ânimo;
Não subestime o paciente por estar doente, seu intelecto continua o
mesmo;
Evitar, nos casos graves, passar a ideia de que ficarão bons, mas
auxiliar a compreensão de que a situação faz parte de um processo.
Integralidade nos Cuidados Paliativos
1. A transformação de uma “Doença Terminal”, centrada nas
últimas semanas, para “Doença Avançada Progressiva”;
2. De “Prognóstico de dias/semanas/poucos meses” para “Doenças
com prognóstico de vida limitado” de meses ou anos de evolução;
3. De “Evolução progressiva” para “Evolução em crise”;
4. De “Dicotomia de tratamento curativo versus paliativo” a
“Tratamento articulado sincrônico”: o específico para tentar conter
a evolução da doença e, concomitantemente, o paliativo, orientado
para a melhoria da qualidade de vida ou de morte;
Integralidade nos Cuidados Paliativos
5. De “Intervenção dicotômica exclusiva” (ou ”paliativos” ou
tratamento etiológico) para “Intervenção flexível e partilhada.”;
6. De “Intervenção baseada no prognóstico” para “Intervenção
baseada na complexidade, necessidade e pedido”;
7. De “Intervenção de resposta à crise” para “Prevenção da crise
e Cuidados planejados”;
8. O pedido e as necessidades confundem-se, devido ao seu
impacto emocional.
E quando encaminhar....
É um componente essencial do cuidado oncológico e é
necessário a aplicação de seus princípios ao longo do curso da
doença, como um exercício de prevenção do sofrimento,
reconhecendo e tratando sintomas associados ao câncer o mais
precocemente possível e não somente nos estágios avançados.
Cuidados Paliativos e Câncer: uma
questão de direito, saúde e cidadania
O conceito de cuidados paliativos da OMS retrata o
atendimento interdisciplinar objetivando a qualidade de vida do
paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameace a
vida, considerando-se principalmente os aspectos da bioética:
autonomia, veracidade, beneficência, não maleficência e justiça,
garantindo com isso o direito à saúde e respeito à cidadania de
todos.
Diretivas Antecipadas de Vontade
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.995/2012 - Publicada no D.O.U. de 31
de agosto de 2012, Seção I, p. 269-70).
“A possibilidade remota ou impossibilidade de cura parecem
romper com os limites terapêuticos, mas de forma alguma com as
possibilidades de cuidar e proporcionar dignidade e respeito aos
limites de quem não quer viver sofrendo. Enquanto há vida,
existe necessidade de cuidado.”
Integralidade nos Cuidados Paliativos
Obrigado!
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Ministério da Saúde
Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio
Arouca - ENSP
Grupo Direitos Humanos e Saúde – DIHS
Pacientes Terminais: Uma Reflexão na Perspectiva dos Cuidados Paliativos
4ª Edição
Data: Outubro/2013
INFORMAÇÕES:
Telefone: (21)3882-9222/9223
E-mail: [email protected]
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REFERÊNCIAS
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CORTELLA, M. S. Não Espere Pelo Epitáfio: Provocações filosóficas. Petrópolis: Vozes, 2005. 160p.
KÜBLER-Ross Elisabeth, 1926, Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar
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KOVÁCS, M. J. Paciente terminal e a questão da morte. In: KOVÁCS, M. J. (coord). Morte e
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___________ . A morte no contexto dos Cuidados Paliativos. In: OLIVEIRA, Reinaldo Ayer de
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MENEZES, R. A. Em Busca da “Boa Morte”: Uma investigação sócio-antropológica sobre cuidados
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McCoughlan, M. A necessidade de cuidados paliativos. O Mundo da Saúde, Revista do Centro
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Rodrigues, J. C. Tabu da Morte. Rio de Janeiro. 2.ed. Editora Fiocruz,2006,260p.
SANTOS, Franklin Santana, Cuidados Paliativos: discutindo a vida a morte e morrer, São Paulo:
Atheneu, 2009.
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