conhecer a construção histórica da favela como espaço esti

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Objetivos que deverão ser atingidos com o estudo da
unidade:
‒ conhecer a construção histórica da favela como espaço
estigmatizado;
‒ conhecer a construção social da favela como espaço
estigmatizado;
‒ interpretar dados sobre desigualdade social e a
favelização do Brasil;
‒ perceber as mudanças espaciais nas cidades e suas
implicações quanto às formas de sociabilidade.
Essa geografia perversa implica
também padrões específicos de
interação e de sociabilidade. O
exemplo mais dramático
disso é a maneira natural com a
qual se aceita, hoje, a construção
de muros cada vez mais altos nos
condomínios e a difusão maciça
da vigilância eletrônica nas
cidades.
De maneira geral, as
favelas
surgiram pela necessidade de
sobrevivência de uma população
carente
de
recursos.
Sem
alternativa, os cidadãos foram
construindo casas em terrenos não
povoados.
As
comunidades
cresceram com grande rapidez ao
longo dos anos, graças, em parte,
ao descaso do poder público.
Sob a alegação de que as mazelas das
cidades
‒
doenças,
sujeira,
desemprego, entre outras ‒ eram
oriundas da falta de modos e civilidade
das populações pobres, muitos cortiços
foram
derrubados
fazendo
as
populações
pobres
ocuparem
territórios mais afastados, dando
origem às favelas.
Essa segregação socioespacial causa
um efeito de estigmatização desses
grupos, criando a imagem das favelas
como sinônimos de inadaptação da
vida nas cidades.
Explore o nível de informação
dos alunos sobre os tipos de
aglomerados subnormais que
existem no Brasil. Lembre-os
de
que
isso
depende
inclusive
da
geografia
espacial de cada região
brasileira.
As favelas são conhecidas
também por assentamentos
irregulares, invasões, grotas,
baixadas,
comunidades,
vilas, ressacas, mocambos,
palafitas,
entre
outros,
dependendo da região do
país e da característica
geográfica em que se instala.
As favelas surgem nos chamados
espaços
vazios
da
cidade,
desvalorizados pelo setor
imobiliário, dentro de um contexto
que determina que as pessoas
desprovidas das condições
impostas
por
esse
mercado
(riqueza) se instalem em áreas
“menos atrativas”, tais como
encostas, manguezais, fundos de
vales, etc.
A representação social consiste em criar um contexto que contenha
um significado, símbolos, signos, valores pessoais e/ou coletivos.
Nesse sentido, a mídia tem um papel fundamental na construção de
imagens e símbolos, logo, de representações sobre os diversos
espaços da cidade. É um meio de comunicação bastante eficaz no
que se refere à massificação da opinião pública sobre um
determinado assunto. Os lugares tornam-se conhecidos, sem que a
população os tenha vivenciado pessoalmente.
É como imaginar os atores, seus papéis, suas vestes e o cenário
antes de a cortina do palco se abrir.
Os enclaves fortificados representam relativamente uma nova
categoria de empreendimento urbano. Seu melhor exemplo são os
condomínios fechados, mas incluem também conjuntos de
escritórios, shopping centers, ruas
fechadas e outros espaços adaptados para se tornarem “fortalezas”
protegidas. Cada vez mais nas escolas, hospitais, centros de lazer,
etc., a entrada deixa de ser livre, a permanência não é garantida e as
pessoas estão aí submetidas sempre a uma série de regras de
convivência vigiada.
O caráter segregacionista dos enclaves atinge não apenas as unidades
privadas de classes altas e médias, mas também acaba sendo reproduzido
nas periferias como um fenômeno urbano de diferenciação, isolamento e
perda do espaço público. O livre deslocamento dentro das favelas,
garantido apenas para seus moradores, também representa a privatização
de um espaço público, mesmo que gerado pela existência de um poder
paralelo.
Alguns fenômenos que influenciam o aumento dos enclaves fortificados no
meio urbano:
‒ Cultura do medo, gerada pelo aumento da violência ou da percepção que
se tem dela.
‒ Especulação Imobiliária, que segrega a ocupação urbana gerando zonas de
habitação de acordo com o critério de classe.
‒ A busca por serviços básicos de maior qualidade pela população. A
ausência do Estado no cumprimento de seu papel faz com que a população
crie instrumentos para a oferta particular de muitos desses serviços.
Os enclaves fortificados estão mudando cada vez mais a maneira como
as pessoas, principalmente da classe média e alta, vivem, consomem,
trabalham e gastam seu tempo de lazer. Caldeira (2000, p. 211) coloca que,
as transformações recentes estão gerando espaços nos quais, apesar de
próximos, os diferentes grupos sociais se mantêm separados por muros
e tecnologias de segurança, tendendo a não compartilhar áreas em
comum. Sistemas modernos de segurança pretendem assegurar que os
estranhos fiquem "de fora".
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