PREFEITURADA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Secretaria Municipal de saúde e Defesa Civil Subsecretaria de Promoção da Saúde, Atenção Primária e Vigilância em Saúde. Superintendência de Atenção Primária, Coordenação de Policlínicas e Núcleos de Apoio à Saúde da Família Rua Afonso Cavalcanti, 455. Sala 807. Cidade Nova. Rio de Janeiro. Cep: 20.211.901 Tel: 39711958 email:[email protected] NOTA TÉCNICA nº 1 DE 2016 SMS-RIO/SUBPAV/SAP/CPNASF Recomendações sobre o atendimento, instrumentos e ferramentas do MÉDICO PSIQUIATRA no trabalho dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Introdução O NASF foi instituído com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primária, por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários. Apesar de tratar-se de apoio especializado, os NASF fazem parte da Atenção Primária à Saúde e seu acesso deve se dar a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes da Estratégia Saúde da Família a fim de fortalecer a responsabilidade das equipes de Atenção Primária e a coordenação do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde. O apoio matricial é uma intervenção pedagógico-terapêutica onde o compartilhamento de saberes, práticas, experiências tem como objetivo a Formação e Educação Permanente dos profissionais que dele participam. Além disso, há a responsabilização partilhada do cuidado, o que permite melhora na qualidade da assistência e na organização e facilitação dos fluxos da rede assistencial em seus diferentes níveis de complexidade. Há também uma contribuição para o raciocínio e o exercício da clínica, buscando compreender o sujeito integralmente, inserido dentro de seu contexto social e estimulando sua participação na construção do cuidado. As ações do médico psiquiatra na Atenção Primária fundamentam-se no conhecimento epidemiológico, demográfico, social, na identificação dos problemas de saúde mais prevalentes da população e, de forma específica, sobre a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de origem orgânica ou funcionais. É importante salientar que a ação do psiquiatra no NASF não deve caracterizar-se como as práticas operadas nos ambulatórios tradicionais. O acesso dos usuários às atividades do médico psiquiatra deve ser regulado pela equipe de referência mediante discussão do caso e atendimento individual compartilhado1. O espaço preferencial para que as discussões 1 Atendimento individual compartilhado: realizado conjuntamente entre o profissional NASF e, no mínimo, um membro da equipe vinculada. aconteçam é a reunião de equipe, onde deve ter participação de pelo menos um profissional do NASF, ou diretamente com o profissional de referência da equipe, quando urgente e sempre que necessário. A fim de dar maior celeridade ao processo, recomenda-se que a agenda para atendimento individual compartilhado com o psiquiatra seja liberada para marcação pelo profissional médico e enfermeiro da equipe de referência. É importante ressaltar que a discussão do caso deve sempre preceder o atendimento compartilhado. A discussão de caso e o Atendimento Individual Compartilhado são instrumentos importantes do trabalho conjunto entre NASF e eSF, pois parte-se da compreensão que um dos objetivos do trabalho é ajudar os profissionais da APS a desenvolver competências no atendimento dos casos de saúde mental. Para desenvolver habilidades e atitudes, para além dos conhecimentos necessários para a realização do exame psíquico, da abordagem diagnóstica e terapêutica, faz-se necessário realizar os atendimentos de modo conjunto, partilhando inclusive a construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS). Na discussão dos casos, serão decididas, de forma compartilhada, as questões referentes aos critérios que nortearão a avaliação, o acompanhamento, a alta, a reavaliação e o acionamento nos casos de urgência; ao tipo de ferramenta e materiais/adaptações a serem utilizadas no manejo do caso; a possibilidade de elaboração de um Projeto Terapêutico Singular (PTS). A proposta é que mediante a discussão de um caso específico, planos terapêuticos individuais e coletivos possam ser traçados, protocolos validados e o espaço da reunião de equipe seja um dispositivo de educação permanente, ampliando assim o escopo de cuidado da Atenção Primária. Já os atendimentos individuais compartilhados devem ser realizados como forma de primeiro contato entre profissional matriciador e usuário, sem, contudo, se limitar a isso. Esses são espaços privilegiados para troca de saberes, onde o conhecimento específico de cada profissional coloca-se em ato, ampliando métodos de abordagem e manejo de cada caso. É importante ressaltar que o psiquiatra matriciador também é responsável pela assistência e cuidado ao usuário. Quanto ao compartilhamento do cuidado do usuário com outros pontos de atenção, ressalta-se que a decisão seja tomada pela equipe de Atenção Primária, juntamente com o NASF, e orientada por uma classificação de risco e vulnerabilidade em que o tripé periodicidade/frequência, gravidade e acessibilidade seja considerado. Sendo assim, a capacidade de deslocamento do usuário, gravidade do caso, exigência de atendimento ambulatorial frequente, situação clínica, presença ou não de uma rede de apoio ou de um cuidador, grau de acessibilidade, posse de benefício e o prognóstico do caso são parâmetros de relevância nas discussões, caso se confirme a necessidade de assistência em outro nível de complexidade. Nesse sentido, cabe lembrar que o usuário deverá ser referenciado para os demais pontos de atenção à saúde por meio do Sistema de Regulação (SISREG). A emissão de laudos, pareceres, relatórios e de atestado, a fim de qualificar o itinerário terapêutico do paciente, é de responsabilidade do médico psiquiatra em conjunto com a equipe de referência de Atenção Primária. Para os casos de usuários que estão aguardando regulação no SISREG, o médico psiquiatra, em conjunto com as equipes e Responsáveis Técnicos (RT), deverá analisar criticamente as filas de espera das consultas e procedimentos abaixo descritos a fim de No contexto de trabalho do Nasf, o atendimento ou consulta individual compartilhada constituem ótima ocasião para um contato pessoal entre equipe de apoio e usuário, oportunizando momentos de discussão sobre o caso antes e após o atendimento. Durante a consulta, normalmente estarão presentes ao menos um integrante da equipe de Saúde da Família e um do núcleo de apoio, além do paciente ou seus familiares. A configuração do cenário da consulta dependerá de sua finalidade. Esta modalidade de atendimento pode ser considerada uma das intervenções mais frequentes na rotina de trabalho de um profissional do NASF (BRASIL, 2014). viabilizar os atendimentos e reduzir possíveis demandas reprimidas. As listas descritas abaixo se configuram como a lista mínima de consultas e procedimentos que deverão estar sob a gestão compartilhada do médico psiquiatra e equipe de referência. No entanto, as equipes poderão incluir outras listas para avaliação e manejo. Figura 1. Lista de consultas e procedimentos regulados no SISREG para gestão do médico psiquiatra em conjunto com a equipe de Saúde da Família: Consulta em Psiquiatria Consulta em Psiquiatria Infanto Juvenil Consulta em Neurologia Pediátrica Consulta em Neurologia Demência Consulta em Saúde Mental Consulta em Saúde Mental Infanto Juvenil Ressalta-se que o sistema de regulação é dinâmico e, portanto, médico psiquiatra do NASF e equipe de referência devem estar sempre atentos às atualizações referentes às filas de espera a fim de proporcionar uma gestão de listas eficiente. Objetivo Estabelecer parâmetros para a atuação dos médicos psiquiatras atuantes no NASF de acordo com condições e agravos mais prevalentes na APS. Escopo do trabalho O escopo de trabalho do NASF deve estar organizado prevendo ações técnico-pedagógicas, sociossanitárias e clínico assistenciais (como atendimentos específicos individuais, atividades educativas com a população e atividades de educação permanente com os profissionais das equipes vinculadas), podendo ser desenvolvidas na própria unidade ou em espaços comunitários do território. Ações Técnico-Pedagógicas O desenvolvimento de ações técnico-pedagógicas visa aprimorar competências e promover a educação permanente junto às equipes de Saúde da Família. A elaboração e o planejamento das ações devem ser realizados no turno de Análise e Planejamento (Agenda Padrão do NASF – ofício de Diretrizes do NASF do município do Rio de Janeiro) e sua execução deve estar inserida no processo de trabalho das equipes. São consideradas ações técnico-pedagógicas: Elaboração de materiais de apoio técnico como cartilhas, folder, instrutivos. Realização de ações de cunho formativo, voltadas para necessidades identificadas no território. Atividades previstas Gerais Atividade coletiva na unidade de saúde e nos equipamentos sociais do território; Atendimento individual (do tipo compartilhado e específico2); Visita domiciliar (compartilhada e específica); Reunião de equipe NASF; Participação na reunião de equipe de Saúde da Família; Elaboração de pareceres técnicos especializados e laudos, sempre que solicitados; Elaboração de cartilhas que auxiliem e orientem os usuários e cuidadores quanto ao cuidado a ser realizado; Contribuição para o aprimoramento de outros profissionais de saúde visando autonomia da equipe para o cuidado; Orientação de estágios e participação de programas de treinamento em serviço; Realizar articulação intersetorial Estabelecer e/ou divulgar os critérios de avaliação clínica e psicossocial; Apoiar o manejo dos problemas mais comuns na adolescência; Realizar atividades de Promoção da Saúde; Específicas Apoiar as equipes no diagnóstico, abordagem e manejo de transtornos mentais comuns (depressão, ansiedade e queixas somáticas sem explicação médica somatoformes). Desenvolver junto às eSF habilidades de comunicação: comunicação de notícias difíceis, manejo de pacientes considerados difíceis ou que não aderem ao tratamento. Acompanhar usuários com uso crônico de benzodiazepínico. Discutir casos clínicos com equipes de Saúde da Família, CAPS/CAPSi/CAPSad e ambulatórios. Acompanhar usuários com transtornos mentais moderado a grave, em acompanhamento em ambulatórios, CAPS, CAPSi, CAPSad, ou que estejam estáveis seja pelo uso da medicação, seja por outras ofertas terapêuticas. Referenciar aos CAPS/CAPSi/CAPSad, ambulatório ou hospital os casos de saúde mental que, pela sua complexidade, estejam fora do escopo de atuação da APS. Apoiar as equipes na abordagem dos problemas da infância e adolescência como TDAH, queixas escolares, autismo, violência. Apoiar as equipes no manejo dos casos de uso abusivo e dependência de álcool e outras drogas, acompanhando através de grupos, atendimento individual compartilhado, consulta individual ou visita domiciliar, quando necessário. Apoiar as equipes nos casos de desintoxicação alcóolica e na promoção de estratégias de Redução de danos. Apoiar os cuidadores de usuários com transtornos mentais, deficiências, vítimas de violência. Apoiar as equipes no atendimento a vítimas de violência. Apoiar as equipes no manejo de situações de crise. Condições e agravos No apêndice I estão apresentadas as principais condições e agravos, por ciclo de vida, trabalhados pelos profissionais psiquiatras. Entretanto, outras condições e agravos que possam ser manejados pelo NASF devem ser avaliados e considerados pelo profissional. 2 Atendimento individual específico: realizado apenas pelo profissional do NASF após pactuação com a equipe de AB vinculada, atrelado a um projeto terapêutico produzido conjuntamente (BRASIL, 2014). Infância e Adolescência Situações Ações Técnico-pedagógicas Ações Clínico-Assistenciais Transtornos Mentais comuns e graves na infância e adolescência Realizar ações formativas com a equipe de APS, para identificação de sinais e sintomas de transtornos mentais comuns e graves na infância e adolescência. Atendimento individual compartilhado para avaliação diagnóstica e construção do PTS, ou quando necessário. Articulação com Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e rede intersetorial. Acompanhamento ambulatorial, após atendimento individual compartilhado, dos casos moderados a graves que não preencham os critérios para encaminhamento para o CAPSi. Violência contra criança e adolescente (acolhimento, atendimento, notificação e acompanhamento) Trabalhar com as equipes a importância da notificação dos casos de violência e notificar os casos de violência Articulação com o Grupo de Apoio Regional (GAR) de Violência para discussão e capacitação da equipe sobre o preenchimento adequado da ficha de notificação de violências. Apoiar na construção do PTS para crianças e adolescentes vítimas de violência. Quando necessário, acionar a rede de proteção social. Crianças/adolescentes com deficiência Realizar ações formativas com a equipe de APS para avaliação de riscos/vulnerabilidades de pessoas com deficiência. Atendimento individual compartilhado quando houver suspeita de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, presença de sintomas psicóticos, agressividade, comportamento desorganizado, ou quando necessário. Articulação de Rede Intersetorial. Transtorno do Espectro Autista (TEA) Uso/abuso de álcool e outras drogas Realizar ações formativas com a equipe de APS para avaliação no desenvolvimento neuropsicomotor. Realizar ações formativas junto à equipe NASF, eSF e escolas no território para prevenção, identificação de uso e abuso e estratégias de Redução de Danos. Atendimento individual compartilhado quando houver suspeita de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, presença de sintomas psicóticos, agressividade, comportamento desorganizado, ou quando necessário. Articulação de Rede Intersetorial. Atendimento individual compartilhado nos casos de uso, abuso e dependência e estratégias de Redução de Danos; abordagem familiar; apoio metodológico no desenvolvimento de grupos com adolescentes; avaliar necessidade de encaminhamento para CAPSi ou CAPSad. Manejo dos problemas mais comuns na infância e adolescência: dificuldade no desempenho escolar, distúrbios de comportamento Atendimento individual compartilhado nos casos de situações de dificuldade no desempenho escolar e distúrbios de comportamento. Abordagem familiar; apoio Ações formativas junto à equipe NASF, eSF e escolas no metodológico no desenvolvimento de grupos com pais, território nas situações de dificuldade no desempenho crianças e adolescentes; avaliar necessidade de escolar e distúrbios de comportamento. encaminhamento atenção secundária (ambulatório de psiquiatria, psicologia ou neurologia pediátrica). Atendimento individual compartilhado para crianças e adolescentes com transtorno mental. Álcool e outras Drogas Situações Pré-Concepção Ações Técnico-pedagógicas Ações Clínico-Assistenciais Apoiar a equipe na abordagem da mulher que quer Realizar ações formativas com a equipe de APS, quanto engravidar e faz uso de psicofármacos, álcool ou outras à abordagem da mulher que quer engravidar e faz uso drogas. Apoiar equipe, família e paciente na escolha do de psicofármacos, álcool ou outras drogas. método contraceptivo em pacientes com transtornos mentais graves. Assistência ao Pré-Natal Acompanhar gestantes com transtorno mental grave (Auxiliar na articulação entre a equipe de saúde da família e o CAPS em casos de gestantes com transtorno mental grave, acompanhadas pelo CAPS, que não realizem o préRealizar ações formativas com a equipe de APS, para natal ou com dificuldades de adesão e que a equipe de identificação de sinais e situações de risco em saúde APS tenha dificuldades em fazer a busca ativa. / Nos mental na gravidez e para a abordagem dos casos. casos não acompanhados pelo CAPS, realizar Realizar ações formativas com a equipe de APS, quanto acompanhamento conjunto e auxiliar na articulação.) à abordagem da gestante que faz uso de Apoiar na abordagem e manejo da gestante com psicofármacos, álcool ou outras drogas. transtorno mental leve e moderado, quando a equipe de Trabalhar junto com as equipes as questões relacionais, APS encontra dificuldades. de gênero e de adaptação. Apoiar na construção de PTS das gestantes em situação de vulnerabilidade social. / Auxiliar na articulação da rede de apoio social e atenção psicossocial, para as gestantes em situação de vulnerabilidade social. Manejo de casos de uso abusivo e dependência de álcool e outras drogas Promover ações formativas junto à eSF para o reconhecimento de sintomas e sinais de uso abusivo e dependência de álcool e outras drogas. Promover ações formativas para a realização de entrevista motivacional, redução de danos e intervenções breves. Atendimento individual compartilhado para diagnóstico, avaliação e manejo dos casos de uso abusivo e dependência de álcool e outras drogas. / Atendimento individual dos casos moderados que não necessitam de encaminhamento ou que não aderem ao tratamento na atenção secundária. Apoiar a eSF na avaliação clínica e diagnóstico situacional, padrão de consumo, tratamentos anteriores, comorbidades psiquiátricas, história familiar, avaliação psicossocial, exame do estado mental. / Apoiar a abordagem de redução de danos, aconselhamento, orientação e intervenções breves. / Conduzir ou apoiar grupos realizados pela unidade / Encaminhar os casos graves ao CAPSad, mantendo o acompanhamento na APS e a coordenação do cuidado. Tratamento da Dependência e uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas Desintoxicação Alcoólica Orientar os profissionais da equipe de saúde quanto a técnicas de abordagem, modelos de grupo e estratégias Auxiliar a equipe na realização de grupos de apoio e na de comunicação. / Capacitar os profissionais para elaboração de PTS para os usuários. reconhecimento de situações de risco, estágios motivacionais e revisão de abordagem medicamentosa. Promover ações formativas junto à eSF para o reconhecimento de sintomas e sinais de abstinência, além de como abordá-los no casos leves a moderados, e sinais de alarme para casos graves. Atendimento individual compartilhado para início da desintoxicação alcoólica, acompanhamento e tratamento, quando houver necessidade. / Atendimento individual dos casos moderados que não necessitam de encaminhamento ou que não aderem ao tratamento na atenção secundária. / Auxiliar na classificação do grau de intoxicação alcoólica aguda e da síndrome de abstinência, orientando o encaminhamento dos casos graves através da Central de Regulação, pela Vaga Zero. Realizar ações formativas com a equipe de APS para identificação de comorbidades psiquiátricas, abordagem de estratégias de adesão a tratamento, discussão de relação profissional-paciente, transferência e contratransferência. Apoiar o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas com dificuldade de adesão ao tratamento e/ou com sofrimento psíquico associado ou comorbidade psiquiátrica. Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) Hipertensão Diabetes mellitus Câncer Doenças Transmissíveis Tuberculose Realizar ações formativas para identificação de comorbidades psiquiátricas, abordagem de estratégias de adesão a tratamento, discussão de relação profissional-paciente, transferência e contratransferência. Contribuir para o acompanhamento de pacientes com TB com dificuldade de adesão ao tratamento e/ou com comorbidades psiquiátricas associadas (abuso/dependência de álcool, uso de drogas e depressão). Nos casos de tuberculose resistente e abandono de tratamento, deverão ser elaboradas estratégias de abordagem e manejo junto com a eSF, e, sempre que necessário, realizar busca ativa. HIV/AIDS Sífilis Infecções Sexualmente Transmissíveis Realizar ações formativas visando aprimoramento das habilidades de comunicação, em como comunicar notícias difíceis. Contribuir para o acompanhamento dos usuários com dificuldade de adesão ao tratamento e/ou com comorbidades psiquiátricas associadas (alcoolismo, uso de drogas e depressão). Trabalhar com as equipes os aspectos psíquicos e sociais envolvidos no nascimento de uma criança. Realizar ações formativas com a equipe de APS para identificação de sinais e sintomas de depressão pósparto, psicose puerperal e para abordagem dos casos, trabalhando na perspectiva da abordagem familiar. Avaliar e abordar conjuntamente com a equipe de APS os casos de depressão pós-parto e psicose puerperal. Realizar ações formativas com a equipe de APS para identificação de sinais e sintomas de quadros psicóticos, transtornos de humor, ansiedade, e queixas somáticas sem explicação médica a fim de qualificar abordagem e manejo dos casos. Avaliar e abordar conjuntamente com a equipe de APS os casos de depressão, ansiedade e queixas somáticas sem explicação médica, construindo PTS que envolvam as ações necessárias: medicamentosas, nãomedicamentosas, abordagem familiar, articulação intersetorial. Avaliar e acompanhar, dando continuidade a pessoas encaminhadas de serviços especializado que mantêm quadros estáveis, auxiliando na construção de PTS, para além de tratamentos medicamentosos, utilizando recursos do território, quando possível. Realizar ações formativas com a equipe de APS para identificação de sinais e sintomas de quadros psicóticos, transtornos de humor, ansiedade, e queixas somáticas sem explicação médica a fim de qualificar abordagem e manejo dos casos. Avaliar e abordar conjuntamente com a equipe de APS os casos graves de transtorno mental, articulando e auxiliando na comunicação com a rede intersetorial. Sofrimentos / Transtornos Mentais Puerpério Transtorno Mental Comum (leve e moderado): Depressão Ansiedade Queixas somáticas sem explicação médica Transtornos Mentais Graves com quadro Estável Transtorno Mental Grave Avaliação Global do Idoso Discutir material técnico-pedagógico de apoio à avaliação global do idoso. / Orientação da equipe de saúde da família quanto à solicitação de medicações via LME. / Apoiar a equipe na realização da capacitação dos cuidadores. Quando necessário, auxiliar na avaliação de casos demenciais e/ou de delirium. / Auxiliar na construção do PTS em pacientes com transtornos mentais graves, incluindo os quadros demenciais. / Quando necessário, apoiar na avaliação da funcionalidade e avaliação cognitiva / Oferecer suporte ao cuidador de pacientes idosos com grave comprometimento funcional. Doenças Relacionadas ao Trabalho (Saúde do Trabalhador) Transtorno de Consumo Alimentar Evitativo/Restritivo, Bulimia Nervosa e Anorexia Nervosa Realizar ações de Educação Permanente com a equipe de APS a fim de qualificar o registro do campo Ocupação na Ficha de Cadastro e a identificação do nexo causal do adoecimento com as atividades laborais. Realizar ações formativas relacionadas a essas condições alimentares que estão associadas a outros transtornos mentais, como depressão e ansiedade, por exemplo. Conjuntamente com o médico da equipe de SF emitir laudos com CID, tipos de tratamento recebido, comprometimento funcional, para fins de análise da situação laboral. Atendimento individual compartilhado e específico para abordagem das questões psíquicas relacionadas ao transtorno Violências Violência (Doméstica, Sexual e/ou outras Violências) Suicídio (Violência auto infligida) Estimular a notificação dos casos de violência / Articulação com o GAR de Violência para discussão e capacitação da equipe de APS sobre o preenchimento adequado da ficha de notificação de violências. Apoiar a equipe de APS na construção do PTS para pessoas vítimas de violência. Realizar Atendimento individual compartilhado a pessoas em sofrimento, realizando diagnóstico de transtorno mental, se presente / Quando necessário, acionar a rede de desenvolvimento social, Centro Especializado de Atendimento à Mulher ou outros parceiros para proteção social. Crianças, mulheres, pessoas com transtornos mentais, idosos, entre outras pessoas em situação de vulnerabilidade ou violência (negligência, abuso físico, sexual, psicológico) – abordar, juntamente com equipe da ESF, a família, que pode ter problemas com drogas ou outros transtornos mentais. Atendimento individual compartilhado para avaliação diagnóstica e construção do PTS, avaliando se há Realizar ações formativas para identificação, necessidade de internação. / Articulação com RAPS e estratificação de risco, abordagem, acompanhamento e rede intersetorial. / Acompanhamento ambulatorial, após notificação da tentativa de suicídio. a Atendimento individual compartilhado , dos casos moderados a graves que não preencham os critérios para encaminhamento para o CAPS. / Acompanhamento intensivo pelo CAPS e pela eSF / É importante o matriciador estar acessível para responder rapidamente às situações de emergência, seja pessoalmente ou por contato telefônico. Situações de Violência Urbana Redes de Promoção da Solidariedade e Prevenção das Violências Tratamento da Dependência de Nicotina/Tabagismo Acolhimento e Respeito à Diversidade Religiosa / Sexual Manejo de situações de urgência/Emergência Situações Crise/Emergência em Saúde Mental (Retirado da Nova Carteira de Serviços) Auxiliar os profissionais a abordar e lidar com situações Realizar consultas individuais específicas ou de violência urbana que afetam o cotidiano de trabalho compartilhadas com e a situação de saúde dos usuários. Apoiar os profissionais de saúde na articulação da rede de Auxiliar na sensibilização dos profissionais dos serviços serviços existentes, visando a inclusão social das pessoas de saúde sobre a temática da violência, estimulando a em situação de violência e/ou a proteção social das notificação adequada. pessoas em situação de violência. Consulta individual compartilhada, quando solicitada pelo médico, para casos que seja necessário prescrição Orientação/ Treinamento dos profissionais da equipe medicamentosa para ansiedade, depressão e sintomas da Atenção Primária quanto às ações do Programa decorrentes da abstinência do cigarro; Discussão quando Nacional de Controle de Tabagismo (PNCT) há dúvidas na substituição ou interação medicamentosa ou solicitar atendimento conjunto em casos graves. Auxiliar os profissionais no desenvolvimento da competência cultural, na abordagem de crenças Realização de ações conjuntas, em atendimentos pessoais, temas de diversidade religiosa, e sexualidade, individuais ou em grupo, com parceiros intersetoriais, entre outros, visando o aperfeiçoamento da como parte do Programa Saúde na Escola, por exemplo. comunicação e do acolhimento, assim como e acessar parcelas mais vulneráveis da população. Ações Técnico-pedagógicas Qualificar as equipes de saúde para avaliação de gravidade e manejo das situações de crise/emergência em saúde mental. Ações Clínico-Assistenciais Avaliar situações de crise e emergência em saúde mental em conjunto com a equipe, realizando o atendimento, acionando, se necessário ambulância e/ou equipe do CAPS de referência. Há de se avaliar se é uma situação pontual e se manterá atendimento na unidade, se a pessoa realizará acompanhamento intensivo ou acolhimento noturno no CAPS, ou será feita remoção para avaliação de emergência e possível internação psiquiátrica em hospital. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 27) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégia para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 35) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família Volume 1: Ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano . Brasília: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 39) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: o cuidado da pessoa tabagista. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. (Cadernos de Atenção Básica, n. 40) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BEDRIKOW, R., CAMPOS, G.W.S. História da Clínica e a Atenção Básica: o desafio da ampliação. 2ª edição. Rio de Janeiro: HUCITEC, 2015. CHIAVERINI, D. H. et al. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011. FORTES, S.; BALLESTER, D. Saúde Mental e Estratégia de Saúde da Família: Construção da integralidade. Ed. Brasil, M. A. Psicologia médica: A Dimensão Psicossocial da Prática Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.