Relatório Diário Local: Visita e acompanhamento de atendimentos no NASF (Núcleo de Apoio á Saúde da Família) e o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Data: 17.07.2014 Pela manhã do nosso terceiro dia de vivência, fomos visitar e acompanhar o funcionamento do NASF, que se localiza no Bairro de Alto de Santa Tereza, onde nos recebeu a Sra. Graça que é técnica de enfermagem , mas que trabalha lá no NASF, por três dias na semana como recepcionista. Graça nos relatou que o NASF está constituído por Fonoaudióloga, Psicóloga, Fisioterapeuta, e Nutricionista. No qual a nutricionista já foi chamada pelo o último concurso, e por questões burocráticas ainda não está exercendo a função. Sabendo que, a atividade do NASF para serem realizadas precisasse de uma equipe composta por: Médico, Ginecologista/Obstetra, Educador Físico, Nutricionista, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Assistente Social, Fisioterapeuta. A equipe que possui relatou que não podem desenvolver ainda a atividade do NASF, por motivo do quadro está incompleto. Por enquanto eles estão trabalhando atendimento clínico conforme marcado em agenda, e em um dia na semana fazem visitas domiciliares. Um dos pontos positivos que percebemos no local, é que a marcação é feita com facilidade com o encaminhamento dos médicos. Ao acompanhar o atendimento da Fonoaudióloga Ianadja, pude ver um atendimento bem humanizado, e a preocupação da profissional em relação ao desenvolvimento do tratamento da paciente. E a satisfação de receber mais um dia o paciente pra dar continuidade no tratamento, com o auxilio de um familiar, que em trabalho conjunto, verá uma grande mudança de vida do paciente como resultado final. Mas existem obstáculos para serem vencidos, que tentam atrapalhar o grande resultado final, tão esperado por ambas as partes, os familiares e os profissionais. Quando questionei sobre quais dificuldades ela passava, para executar seu trabalho. Ela me respondeu que sempre tem, mas existem alguns pontos que estavam incomodando muito, como por exemplo, a sala onde ela realiza os atendimentos, sem isolamento acústico, e está sala era utilizada anteriormente por um dentista onde possui ainda encanações no chão em aberto. Existe também uma vizinha que mora de frente a janela da sala da fonoaudióloga, que gosta muito de som alto durante todo o dia, e que atrapalha muito as consultas da dela. E uma dificuldade que mexeu muito comigo, foi à falta de diversidade de brinquedos e jogos para que os tratamentos se tornem mais atrativos de se fazer, e que, com crianças menores, fossem mais bem desenvolvidos. A própria Ianadja nos relatou que algumas crianças já diziam: “ou tia este brinquedo de novo, eu já sei montar”. Após acompanhar este atendimento, foi questionada no grupo do VER SUS São Miguel, uma marca que poderíamos deixar na cidade, como uma forma de ajudar a comunidade de alguma forma. E decidimos fazer uma Campanha de Arrecadação de Brinquedos, para que com esta arrecadação pudéssemos ajudar a solucionar algum problema e conscientizar que com pouco, podemos mudar uma realidade difícil. Logo no nosso segundo momento deste dia foi à visita ao CAPS, para acompanharmos o atendimento que lá era feito a comunidade. Logo quando chegamos fomos recepcionados pelo Enfermeiro Allison. Mostrou-nos toda a estrutura do local, explicou como era feitos os acolhimentos para com os usuários dos serviços dos CAPS, com conversas, palestras, brincadeiras e outras atividades. Na conversa que tivemos com o enfermeiro, ele nos passou que o atendimento era realizado da melhor forma possível, e sempre preocupado com a integridade do paciente, pois relatou ele que, quando um paciente com problemas neurológicos, ou problemas mentais, geralmente chegam muito agressivos e ele sempre busca ganhar primeiro a confiança e passar para o paciente que ele só quer ajudar, e que pode apoia-los naquela fase em que muitos se afastam e terminam desintegrando a pessoa do seu próprio meio de convivência. Contando com um quadro de funcionários, formado por enfermeiro (Alisson), artesã, psiquiatra, educador físico, psicólogo, pedagogo, assistente social e ASG. O CAPS funciona de segunda a sexta, pela manhã e tarde, e o enfermeiro relatou que se funcionasse 24hs os pacientes não sairiam de lá. Atualmente é distribuídos lanche da manhã e lanche da tarde, anteriormente era oferecido também o almoço, mas por fatores maiores o almoço não esta sendo possível, mais funciona o dia todo. Possui um cronograma de atividades para cada dia da semana, que é seguido e que os pacientes amam, pois existem atividades, como esporte que eles não perdem um dia. Na conversa com o enfermeiro Alisson, foi perguntado a ele, como ele se sentia em trabalhar num lugar como o CAPS. Ele nos respondeu em uma única palavra “realização” era o que ele sentia. Ficamos emocionados, por perceber que é possível um profissional se sentir realizado, profissionalmente e também pessoal com o que faz no seu dia a dia, ele disse que não se sente num trabalho, mais se diverte, pelo vinculo que tem com os outros profissionais e com os pacientes. A maior dificuldade que eles enfrentam, é a falta de transporte quando precisa transferir de urgência algum paciente. E quando chamam ambulância demora muito e o próprio Allison levar na urgência os pacientes em seu próprio carro para o hospital, quando precisa. E que o apoio da polícia militar está a cada dia mais difícil, pois eles precisam, quando acontece do paciente está em crise de difícil comunicação, e que com a presença de policiais, inibi muito a violência e agressividade dos pacientes em crise. Ao final deste dia, fiquei sem palavras para descrever sobre o atendimento no CAPS, me encantou de forma maravilhosa. Parabenizar esta equipe é o de menos, espero que eles consigam de toda ajuda que precisam. Nunca tinha visto uma humanização tão grande entre pacientes e profissionais de saúde. Isto nos mostra e prova o quanto podemos ser felizes em nossas profissões, independentemente no local de trabalho que poderemos um dia nos encontrar. Digo como meu colega de profissão o enfermeiro Allison, “... nunca pedi para trabalhar num lugar assim, mas hoje sou muito feliz por estar aqui, me sinto realizado no que faço!”. Ao termino deste dia, fizemos uma pequena reunião com o grupo no alojamento, e ficamos cada um mais esperançoso que o outro, em ter tido a oportunidade de ter visitado o CAPS. Tivemos a bela ideia da Campanha de Arrecadação de Brinquedos, como forma de contribuir mais ainda com os belos profissionais que encontramos ao longo das visitas, consequentemente aos pacientes, que merecem a melhor assistência básica possível de ser realizada.