a formação do assistente social da unioeste e a relação com a

Propaganda
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 1E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SERVIÇO SOCIAL: PENSANDO A
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL COMO EDUCADOR AMBIENTAL
Emilio Teodoro Reckzielgel da Silva1
Roseli Odorizzi2
Política Social d Serviço Social
INTRODUÇÃO
O presente trabalho se constitui num ensaio teórico resultante de parte do Trabalho de
Conclusão de Curso em andamento que trata da relação entre Serviço Social e MeioAmbiente sustentável. O estudo se justifica diante dos inúmeros desafios da crise ambiental
vivenciada em todo o país, por conta da excessiva exploração do modo de produção
capitalista sobre os recursos naturais. O agir do assistente social por meio da prática da
educação ambiental em que consiste em um instrumento que leva até a sociedade a ampliação
de um meio ambiente ecologicamente equilibrado e consequentemente ao aperfeiçoamento da
mesma aos conhecimentos ambientais onde se amplia ao homem o melhor jeito de se
conviver entre eles e também a melhor convivência entre homem e natureza. Desse modo para
Freitas e Freitas (2011) “É através desta educação que homem adquire condições existenciais
indispensáveis ao exercício e à participação consciente no universo que faz parte, ou seja,
condições de atuar na re-construção de um modelo civilizatório menos excludente e nocivo”
(FREITAS & FREITAS, 2011, p. 10).
A educação ambiental se coloca para os profissionais assistentes sociais cuja prática se
direciona no sentido de que seu “[...] objetivo identificar as possibilidades de uma intervenção
qualificada, a partir de escolha de estratégias condizentes com os valores universalistas,
considerando a realidade institucional, seus limites e contradições” (SILVA, 2010, p. 157).
Portanto, para Silva (2010), “este desafio implica indagar-se acerca dos determinantes dos
1
Acadêmico do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE, bolsista do
Programa de Educação Tutorial – PET em Serviço Social, e-mail: [email protected], fone: (45)99124775.
2
Mestre em Serviço Social e Políticas Sociais, Especialista em Fundamentos da Prática do Assistente Social,
Professora Assistente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de Toledo, Centro de
Ciências Sociais Aplicadas/Curso de Serviço Social, Autora e Coordenadora do Projeto de Inclusão Digital;
autora e Coordenadora do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade – UNATI na UNIOESTE/Campus de
Toledo e Foz do Iguaçu. Fone: (45) 3379-7089. E-mail: [email protected]; [email protected].
1
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 2E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
processos sobre os quais somos chamados a intervir, bem como suas vinculações com os
fenômenos imbricados no agravamento da ‘questão social’ “(SILVA, 2010, p.157).
O Projeto Ético-Político Profissional do Serviço Social, na perspectiva do assistente
social busca seu legado e sua fundamentação teórico-metodológica na teoria social crítica
para as questões também relacionadas ao meio ambiente pois “[...] o projeto ético-político do
Serviço Social constitui ferramenta essencial e referência a todos os profissionais que buscam
imprimir um referencial de qualidade no pantoso terreno do debate ambiental” (SILVA, 2010,
p. 161).
1A CRISE AMBIENTAL NA CONTEMPORANEIDADE E O SERVIÇO SOCIAL
Atualmente, com o aumento da precarização da vida da população em situação de
vulnerabilidade social e o forte crescimento dos impactos e riscos ambientais sobre elas, cabe
aos assistentes sociais intervir de modo na interlocução harmoniosa entre o social e o
ambiental por meio do “[...] desenvolvimento da perspectiva da educação ambiental como
educação política, de intervenção, participação e voltada para a construção de uma sociedade
justa e sustentável” (REIGOTA, 2004, P.8).
Sabemos que o modo de produção capitalista se caracteriza na sua força bruta em
produzir e reproduzir o consumo com o objetivo de obter lucro, pelo viés da exploração dos
recursos naturais que a natureza oferece, recaindo na destruição ambiental, no desemprego em
massa, na quebra dos direitos, na miséria e na fome, entre outros, desencadeando, desta forma,
a chamada crise ambiental. Essa crise ambiental se caracteriza e se encontra na destruição
agressiva dos meios naturais, na destruição da biodiversidade sem controle, nos diversos tipos
de poluentes, e principalmente na baixa produtividade agropecuário devido ao
empobrecimento dos solos. Portanto é indiscutível que a crise ambiental se constitua na
intervenção do Serviço Social como uma questão latente que “[...] reflete na intensificação
dos estudos e pesquisas, cuja intencionalidade é a apreensão dos movimentos do real que se
conformam esta complexidade temática” (SILVA, 2010, p. 147).
O tema ambiental, na atualidade, é instrumento de pesquisas e intervenção do
profissional assistente social no Brasil, pois como coloca Silva (2010), a atuação do assistente
social no mercado de trabalho profissional é adensada tanto pelas ações desenvolvidas no
âmbito do próprio Estado quanto nos programas de responsabilidade socioambiental das
empresas.
2
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 3E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
A intervenção das assistentes sociais na área ambiental está bem próxima
daquela desenvolvida em outras áreas onde atuam estes profissionais: são
intervenções voltadas para administração institucional, gestão de programas
e projetos, sendo estas atreladas às tradicionais formas de atuação pautadas
em ações pedagógicas de caráter educativo e orientador, subsidiadas por uma
gama de conhecimentos e de atribuições que dão suporte á profissão
(RAFAEL, 2008, p.97 apud SILVA, 2010, p.148).
Sendo assim a perspectiva da questão ambiental na sociedade capitalista estão voltadas
em duas vertentes de acordo com Silva (2010), uma que é vinculada à administração da
“questão ambiental” e de adaptação a ordem, e outra que formula a crítica anticapitalista onde
evidenciando as contradições do sistema aponta uma perspectiva transformadora.
Neste sentido a visão critica da questão ambiental na forma de atuação do assistente
social frente à perspectiva de transformação ambiental - voltada a um projeto de classe requer uma educação ambiental pautado na emancipação do homem com valores
universalistas, superando as desigualdades sociais e construindo uma nova ordem societária
livre da exploração de classe.
. Assim cabe aos profissionais assistentes sociais de acordo com Silva (2010) a
formação de uma consciência crítica da realidade que se apresenta:
[...] empenhar-se na busca por romper as bases da alienação e favorecer a
formação de uma consciência humano-genérica. Esta deve indicar não
apenas as mudanças atitudinais, mas, sobretudo que estas se encaminham em
uma direção crítica, a partir da qual os sujeitos individuais e coletivos se
apropriem de sua condição histórica e natural no sentido de romper o fosso
entre ser social e natureza, sentido último da alienação que estamos
submetidos (SILVA, 2010, p. 157).
Portanto, como ratifica Aguaio & Garcia (2009), caberá ao Serviço Social, sem
dúvida, a necessária atuação no sentido de propor e garantir o equilíbrio entre a população e o
meio ambiente transmitindo o conceito de sustentabilidade como “o dever de manter os
ecossistemas para se renovar e evoluir, ao mesmo tempo em que se respeita a capacidade dos
sistemas sociais de inovar e criar” (AGUAYO; GARCÍA, 2009, p. 60). Com isso, como bem
pontua Silva (2010), a articulação entre a sociedade e os assistentes sociais se dá através de
instrumentos da educação ambiental reforçando a luta contra “[...] apropriação social da
natureza tensionada as bases de reprodução do sistema do capital e coloca em questão a
necessidade de transformação de sua ordem societária” (SILVA, 2010, p. 160).
3
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 4E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Assim, o Serviço Social dentro de uma perspectiva crítica de transformação da
realidade social e de emancipação dos sujeitos tem em seu Projeto Ético Político Profissional
respostas condizentes á essa demanda da crise ambiental, uma vez que elabora processos
educativos de intervenção na realidade.
2 O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E A
DIMENSÃO EDUCATIVA DA PRÁTICA PROFISSIONAL
O Projeto ético-político do Serviço Social na década de 1990 passa por um processo
de consolidação tendo em seu cerne a ruptura e superação das desigualdades, da exploração e
da alienação, essas os quais a sociedade capitalista nos remete e que tornam a vivência dos
valores humanos inviabilizados.
Desse modo o Projeto profissional do Serviço Social passa a se vincular com a
antologia do ser social3 reconhecendo o individuo em seus fundamentos sociais e históricos,
comprometendo-se com os valores humanos-genérico4 “com os quais a profissão se
compromete com os sujeitos organizados politicamente em torno de um projeto societário que
tem como pressuposto a liberdade civil, social e política [...]” (SILVA, 2009, p. 111) e contra
a hegemonia capitalista que legitima o neoliberalismo e que estão pautadas nas relações
sociais antidemocráticas:
Como retrata José Paulo Netto [...] o projeto ético-político profissional do
Serviço Social tem a peculiaridade de se afirmar articulado ao processo de
construção de uma contra-hegemonia, pois se faz a opção pela defesa e
instauração de uma sociedade justa, democrática e igualitária, portanto, livre
do jugo do capital (SILVA, 2009, p. 113).
O Projeto se concretiza com base teórico-filosófica de cunho marxista, com princípios
da justiça social e da democracia em favor da superação de todo e qualquer fator de alienação,
exploração e opressão. Portanto Silva (2009), afirma que o Serviço Social e seu Projeto ético-
3
Em suma, para entendermos a ontologia do ser social, torna-se primordial conhecermos as relações sociais
determinadas pelo modo de produção capitalista, das quais assinalam que o homem se forma a partir de suas
condições materiais, ou seja, forma-se na objetividade do trabalho. (SOARES, 2010)
4
Entende-se como capacidade humano-genérico as mediações do ser humano com as esferas sociais, que
pontecializam sua capacidade emancipatória presentes em sua totalidade social, essas podem assim ser descritas:
a universalidade, a sociabilidade, a consciência e a liberdade. Inerentes ao homem, estão intrínsecas a sua
condição de ser e agir ético. (CARVALHO NETO, 2009. p.27)
4
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 5E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
político profissional assumem compromisso com os valores éticos as classe social a que
pertence:
Com valores éticos que assegurem o pleno desenvolvimento dos indivíduos
sociais. O compromisso com valores, para nós tornou-se efetivo em
decorrência de uma literatura crítico-dialética das contradições sociais e
profissionais. Essa leitura fez o Serviço Social conhecer as suas reais
relações com as classes sociais e, conseqüentemente seu papel social
(SILVA, 2009, p. 115).
Assim, o Projeto Ético Político Profissional do Serviço Social se pauta na defesa
contra alienação, exploração e opressão do individuo, mas também princípios éticos
profissionais concretizados no Código de Ética Profissional do Assistente Social de 1993 que
se revela no comprometimento com a liberdade, a democracia, a justiça e a igualdade.
O conceito de liberdade abordado pelo Código de Ética perpassa pelo
desenvolvimento do individuo que, para Paiva e Sales:
O conceito de liberdade a que se faz referência o Código de Ética
Profissional dos Assistentes Sociais exige a sua própria redefinição,
apostando para uma nova direção social, que tenha o individuo como fonte
de valor, mas dentro da perspectiva de que a plena realização da liberdade de
cada um requer a plena realização de todos (PAIVA; SALES, 1998 apud
SILVA, 2009, p. 115).
Essa dimensão de liberdade permite ao individuo usufruir à plena garantia dos direitos
sociais, culturais, econômicas, ambientais livre da exploração e da dominação do projeto
societário capitalista no que tange a luta contra qualquer mazela gerada pela Questão Social5.
A liberdade se concretiza com a democracia, o qual essa se faz na oposição aos
pressupostos liberais. Portanto a democracia ao contrario do liberalismo, garante o
desenvolvimento social de toda a sociedade, sendo essencial para uma sociedade que goze dos
meios de liberdade, equidade e de justiça. A justiça aqui mencionada consiste no respeito e na
dignidade de cada um como podemos ver:
5
Questão Social: A expressão da questão social, segundo José Paulo Netto, começou a ser utilizada na terceira
década do século XIX e foi divulgado até a metade deste século, por críticos da sociedade e filantropos que
faziam parte do espaço político.
A expressão surge para dar conta do fenômeno que a Europa Ocidental experimentava, com a industrialização,
iniciada na Inglaterra, nas últimas quatro partes do século XVIII. A questão social esta diretamente ligada aos
desdobramentos sociopolíticos, entretanto na metade do século XIX, com manifestos contra a ordem burguesa, o
pauperismo foi nomeado como questão social. Portanto, a questão social está vinculada ao conflito entre o
capital e trabalho. (SIRUKYPS, 2011)
5
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 6E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
[...] necessidade imperiosa de se atribuir a cada um o que é seu, no sentido
do respeito à igualdade de direitos e aos indivíduos. [...] tenta corrigir as
insuficiências e problemas decorrentes do modo de os homens se
organizarem e produzirem a sua própria vida. [...] pressupõe a dignidade de
cada um e os direitos do outro; solicita, por conseguinte, a reciprocidade e a
equivalência, a partir do reconhecimento da igualdade dos homens entre si
(IDEM, p.190 apud SILVA, 2009, p. 115).
Portanto, a justiça pode ser um instrumento de luta contra a imposição da exploração e
alienação que a sociedade burguesa capitalista coloca, e na luta da participação dos direitos
sociais e políticos, ambientais de toda a sociedade igualitariamente.
A igualdade para Silva (2009), se refere à igualdade de direitos e oportunidades, sem
anular a dimensão singular (única e irrepetível) dos cidadãos; conjuga-se, pois, ao direito à
diversidade de ideias e da livre expressão, sendo inegável “[...] que os valores da liberdade,
da democracia, da justiça e da igualdade, que articulem o compromisso ético-profissional,
possuem um vínculo dialético entre si” (SILVA, 2009, p. 119).
Portanto, o papel do assistente social na superação da sociedade capitalista e
construção de uma nova ordem com valores de emancipação humana, tais como: a liberdade,
a igualdade e a justiça caracterizando-se em conquistas democráticas e emancipatórias.
As funções desempenhadas pelos assistentes sociais através da educação ambiental, se
caracterizam como uma função de mobilização social pautadas na emancipação humana das
classes subalternas. Deste modo o papel educativo do assistente social junto à classe
subalterna tem na prerrogativa as lutas na construção de respostas as necessidades tanto
materiais quanto intelectuais "dos sujeitos que compõe as referidas classes; e às necessidades
de sua formação e organização política" (CARDOSO; MACIEL, 2000, p. 144). Neste sentido,
a função educativa dos assistentes sociais supõe compromisso político de emancipação dos
sujeitos:
[...] compromisso político consciente com o projeto societário das classes
subalternas e competências teórica, metodológica e política para a
identificação e apropriação das reais possibilidades postas pelo movimento
social para o redimensionamento da prática profissional no horizonte pela
emancipação das referidas classes (CARDOSO; MACIEL, 2000, p. 144).
Essa função segundo Cardoso e Maciel (2000), está contida no projeto ético-políticoprofissional, através de relações pedagógicas entre o assistente social e o usuário, favorecendo
6
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 7E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
a dimensão crítica sobre a realidade e o meio ambiente tendo em vista a construção de uma
visão crítica, de mobilização e de lutas desses sujeitos a uma sociedade igualitária.
Nesta perspectiva exige-se dos profissionais do Serviço Social competência em
mobilizar as classes subalternas no sentido de formação de consciência pautado na
emancipação humana e de um meio ambiente sustentável. Mas, para que possa acontecer de
fato à tomada da consciência e de visão crítica desta classe é preciso que o assistente social
através de sua prática interventiva esteja consciente de qual é seu papel no processo da
emancipação humana e na formação e difusão de um projeto societário que não seja pautada a
uma ordem capitalista.
3 A PRÁTICA EDUCATIVA DO SERVIÇO SOCIAL PARA A TRANSFORMAÇÃO DE
UM MEIO AMBIENTE SUSTENTÁVEL
Atualmente a crise ambiental vem se tornando no cenário tanto brasileiro quanto
mundial cada vez mais preocupante a qual diretamente afeta a sociedade atual, tudo em nome
do capital utilizando-se exacerbadamente dos recursos naturais em prol ao lucro. Assim
pensar a crise ambiental constituída do meio ambiente como também englobando as questões
econômicas, sociais, culturais, é pensar na busca de alternativas que possam a superar essa
crise por meio da transformação social em ambiental. Desse modo “urge pensar alternativas
que levam a superar do historicamente constituído em detrimento de uma nova concepção de
sociedade menos ameaçadora” (FREITAS; FREITAS, 2011, p.2).
Pensar a profissão do Serviço Social na transformação social e ambiental por meio dos
assistentes sociais é conhecer as reflexões:
[...] a cerca da necessidade de transformação social, mais precisamente
[...] por meio de suas práticas educativas neste processo que objetiva a
construção de uma sociedade consciente de suas responsabilidades
para com a natureza da qual o homem é parte integrante (FREITAS;
FREITAS, 2011, p.2).
Um processo de transformação social e ambiental visa o enfrentamento da crise
ambiental por meio da luta ao modelo vigente chamado modo de produção capitalista e que
tenha em seu interior a justiça, a liberdade, a igualdade para todos os seres humanos com o
objetivo da obtenção de uma maior qualidade de vida.
7
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 8E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Desta forma cabe ao assistente social à função de agir na transformação social e
ambiental fazendo “acontecer no seio da classe a que está vinculada organicamente uma
tomada de consciência dos seus interesses, auxiliando na formação de uma concepção de
mundo mais homogênea e autônoma [...]” (FREITAS; FREITAS, 2011, p.9).
O papel do assistente social torna-se cada vez mais importante à medida que seu
instrumento pedagógico ambiental possa a contribuir na elevação ao nível cultural e ambiental
da população a qual está inserida em uma realidade massificada, alienada e oculta, como
também, contribuir na construção de uma consciência crítica a fim de fortalecer pedagogias
conta ao modelo hegemônico capitalista a favor da transformação social e ambiental.
Esse processo se concretiza em um dos eixos da educação ambiental crítica no qual o
autor Pérez (2009) ressalta que a educação ambiental crítica seja: Uma educação como direito
de todos em sua dimensão tanto individual como coletiva; Uma educação para viver em
harmonia com a natureza; Uma educação para viver em harmonia com a natureza;uma
educação para o consumo sustentável, seletivo e crítico, que leve os cidadãos a incluir
exigências de ordem ambiental e social em seu mecanismo de escolha de produtos; fazer com
que, na medida do possível, a população participe na avaliação, na apresentação e na
avaliação destas; promover o trabalho individual e em grupo, diálogo e a cooperação; abordar,
na análise da problemática da sociedade atual, os aspectos ecológicos, sociais como um todo,
introduzindo o conceito de crise ecológico-social; aprofundar a vinculação das políticas em
relação ao social e ao ecológico; aprofundar o papel que a proteção do meio ambiente tem na
melhoria da qualidade de vida, como necessidade social e sua vinculação com o cuidado de
outras pessoas; aprofundar a integração do ecológico no âmbito da prática profissional. Para
tanto, seria interessante incluir nos relatórios das práticas aspectos como objetivos para a
melhoria do ambiente, a exigência de utilizar recursos que sigam critérios de proteção
ambiental.
Dessa maneira “[...] colaborar com essa melhoria não significa despender mais tempo
com planejamento ou subsistir a intervenção. O que se pretende é uma nova intencionalidade
no momento de projetar as atividades nas quais se deveria agir como se realmente o meio
ambiente importasse” (PÈREZ, 2009, p. 29). O assistente social na sua vida profissional deve
contribuir no avanço de sua intervenção caminhe em direção aos objetivos da
sustentabilidade.
8
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 9E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Faz-se premente que estas práticas sejam desenvolvidas de forma a
tornarem-se atividades potentes no processo de ensinar e apreender, ao
lançarem [...] em “situações reais” que parem serem desenvolvidas,
organizadas ou solucionadas necessitam de envolvimento direto instigando
[...] a questionamentos, formulação de argumentos em busca de respostas
possíveis o que possibilita a de re-significação de conhecimento. Para tal
devem ser contextualizadas, a fim de que [...] sintam-se envolvidos e
desafiados [...] (FREITAS; FREITAS, 2011, p.13).
Assim o assistente social é crucial na articulação de construção de uma nova sociedade
pautados em princípios como a liberdade, a igualdade, a justiça a um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, auxiliando assim na formação de uma concepção de mundo mais
homogênea e autônoma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A “questão ambiental” se torna complexa com suas particularidades tanto sociais,
culturais e políticas quanto geográficas especificadas nas suas diversas manifestações. Assim,
cabe ao profissional assistente social definir estratégias e táticas que possam atuar com os
valores universais em direção á emancipação humana e com a ruptura da sociedade capitalista
de produção.
Assim, a inserção dos assistentes sociais pressupõe uma intervenção voltada às ações
interdisciplinar, em articulação com a sociedade civil e em especial com os segmentos mais
envolvidos diretamente com a problemática ambiental, direcionando seus conhecimentos no
conjunto de fortalecimento dos sujeitos coletivos na construção de uma consciência voltada
ao social e ao mesmo tempo ambiental mais crítica.
A forma de atuação dos assistentes sociais através da perspectiva crítica a frente da
sociedade tem sido relevante, necessária e pertinente. A relação que o meio ambiente tem com
o social se encontra no plano de interdependência, pois sendo nós homens parte do organismo
terrestre, temos a capacidade de modificar os ecossistemas em que vivemos. Essa
modificação, alvo de intervenção dos profissionais assistentes sociais, segundo Irigalba
(2009), precisa ser muito consciente (e consequente) da responsabilidade que assumem ao
intervir (em todas as formas em que podemos fazer: preventiva, corretiva, facilitadora,
transformadora, receptora etc.) na realidade social.
Ao analisarmos a realidade social podemos perceber que “[...] são os profissionais da
intervenção social que contribuem para possibilitar a justiça social [...] como facilitador [...]
9
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 10
E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
os quais a sociedade encontre alternativas de solução, que resolva assumir para alcançar esse
objetivo, por meio da integração do ‘ecológico’ e do ‘social’” (IRIGALBA, 2009, p. 24.).
Portanto a intervenção social no ambiental pelos assistentes sociais se concretiza no
conhecimento da realidade tanto social quanto ambiental que os cerca, aplicando todo o seu
conhecimento teórico com a questão socioambiental adquirido com as experiências do
cotidiano.
REFERÊNCIAS
AGUAYO, Inmaculada Herranz; GARCÍA, Luis Miguel Rondón. O meio ambiente como
fator de desenvolvimento: uma perspectiva a partit do Serviço Social. In: Serviço Social e
meio ambiente. 3° Ed, São Paulo, Cortez, 2009.
CARDOSO, Franci Gomes; MACIEL, Marina. Mobilização social e práticas educativas. in
Capacitação em Serviço Social e Política Social, módulo 4: O trabalho do assistente
social e as políticas sociais. Brasília, CEFESS - ABEPSS - CEAD/NED - UnB, 2000 p. 141 a
189.
CARVALHO NETO, Cacildo Teixeira de. OS DESAFIOS DAS QUESTÕES ÉTICAS NO
SERVIÇO SOCIAL FRENTE O CAPITALISMO. In: Serviço Social & Realidade, Franca,
v. 18, n. 1, p. 25-42, 2009. Disponível:
http://periodicos.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/viewFile/115/147 .Acesso: 26 ago. de
2013.
FREITAS, Luciane Albernaz de Araujo; FREITAS, André Luis Castro de. AS PRÁTICAS
EDUCATIVAS A SERVIÇO DA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: PELA
SUSTENTABILIDADE DA VIDA. In: V Colóquio Internacional “Educação e
Contemporaneidade”. São Cristovão-SE, 21 a 23 de set. 2011, p.1 a 15. Disponível em:
http://repositorio.furg.br:8080/jspui/bitstream/1/1650/1/AS%20PR%C3%81TICAS%20EDU
CATIVAS.pdf. Acesso em: 20 jul. 2013.
IRIGALBA, Ana Carmem. A prática da ecologia social: a necessidade de integrar o social e o
ecológico. In: Serviço Social e meio ambiente. 3° Ed, São Paulo, Cortez, 2009.
PÉREZ, Alejandro Gaona. Necessidades de formação do assistente social no campo
ambiental. In: Serviço Social e meio ambiente. 3° Ed, São Paulo, Cortez, 2009.
SILVA, Iolani Soares da. O projeto ético-político profissional do serviço social: o sentido da
ruptura. Rev. Serviço Social e Sociedade, São Paulo. n. 97, p.109-123, jan./mar. 2009.
SILVA, Maria das Graças e. QUESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL:um desafio ético-político ao Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2010.
10
V SIMPÓSIO REGIONAL DE FORMACAO PROFISSIONAL 11
E XXI
SEMANA ACADÊMICA DE SERVIÇO SOCIAL
TEMA CENTRAL: AS CONFIGURAÇÕES DA EXPLORAÇÃO DO
TRABALHADOR NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
SIRUKYPS. Conceito de questão social, segundo José Paulo Netto. 2 DE OUT 2011.
Disponível: http://sirukyps.blogspot.com.br/2011/10/conceito-de-questao-social-segundojose.html#!/2011/10/conceito-de-questao-social-segundo-jose.html. Acesso: 26 ago. de 2013.
SOARES DA COSTA, Cesar augusto. Breve comentário: ontologia do ser social. In:
Contribuciones a las Ciencias Sociales, mayo 2010, Disponível:
www.eumed.net/rev/cccss/08/casc2.htm . Acesso: 26 ago. de 2013.
11
Download