Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS

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Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS
CURSO DE AGRONOMIA
RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO À INOCULAÇÃO COM
ESTIRPES DE Rizhobium tropici EM CASA DE VEGETAÇÃO
HIURI ALVES RODRIGUES
GOIÂNIA
Novembro/2014
2
HIURI ALVES RODRIGUES
RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO À INOCULAÇÃO COM
ESTIRPES DE Rizhobium tropici EM CASA DE VEGETAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Curso de Agronomia do Centro Universitário
de
Goiás,
Uni-ANHANGUERA,
sob
orientação do Msc. Adriano Knupp, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Agronomia.
GOIÂNIA
Novembro/2014
3
4
Dedico
esse
trabalho
de
conclusão de curso aos meus pais e
minha irmã, que me apoiaram em todos
os momentos e fizeram tornar possível
todas as minhas vontades, que me
deram uma vida digna onde eu pude
crescer e ter minhas próprias decisões,
acreditando que tudo é possível, desde
que tenhamos honestidade, íntegros de
caráter e convencidos de que a vitória
são
frutos
de
sonhos
concretos
mediante a nossa força de vontade.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por todas as oportunidades que foram
surgindo em minha vida.
Aos meus pais que propiciaram a vida e me ensinaram a vivêla com dignidade, que se doaram por inteiros para que meus sonhos
pudessem ser realizados me proporcionando a melhor experiência da
minha vida. A minha irmã que foi minha companheira todo esse
tempo, contribuindo indiretamente com meu sucesso. Aos meus
amigos que fizeram valer cada manhã, dias, meses e anos, que,
embora mudem, e suas vidas se reorganizem, serão sempre amigos,
compartilhando as mesmas recordações. Ao meu orientador Adriano
Moreira Knupp por todo seu conhecimento, atenção e dedicação, não
medindo esforços em me ajudar sempre que necessário. Aos
componentes da banca, por aceitarem participar do meu trabalho e me
avaliar. Agradeço pela disponibilidade.
6
RESUMO
O feijoeiro é uma cultura produzida mundialmente e de suma importância ao aspecto
econômico por sua relevância nutricional e ao aspecto cultural na culinária, é uma das
grandes culturas mais cultivadas de ótima alternativa em pequenas propriedades. Com o
intuito de avaliar diferentes genótipos de feijão em ambiente controlado, foi cultivado
para verificar qual delas contribuiu com um maior número de nódulos, observando um
percentual elevado de genótipos com valores igual ou superior a cultivar Ouro Negro e
outros 17 como promissores ao desenvolvimento de novas cultivares. O trabalho foi
conduzido em casa de vegetação com objetivo em testar a potencialidade de 110
genótipos de feijão (Phaseolus vulgaris L.) em resposta à inoculação com bactérias
fixadoras de nitrogênio, realizado em Santo Antônio de Goiás na Sede da Embrapa
Arroz e Feijão. Além dos 110 genótipos, foi incluída para avaliação a cultivar Ouro
Negro, que foi utilizada como referência, uma vez que é considerado um genótipo com
boas taxas de fixação de nitrogênio. As sementes dos diferentes genótipos foram
adquiridas junto ao Banco de Germoplasma (BAG).
PALAVRAS-CHAVES: Feijão. Ambiente controlado. Inoculação. Nódulos.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Agrupamento dos genótipos em intervalos de número de nódulos planta-1
(NN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de referência,
a cultivar Ouro Negro. .................................................................................................... 20
Figura 2: Agrupamento dos genótipos em intervalos de massa seca de nódulos mg
planta-1 (MSN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de
referência, a cultivar Ouro Negro. .................................................................................. 22
Figura 3: Agrupamento dos genótipos em intervalos de massa relativa de nódulos mg
nódulos-1 (MRN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de
referência, a cultivar Ouro Negro. .................................................................................. 23
Figura 4: Agrupamento dos genótipos em intervalos de índice relativo de nodulação
(IRN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de referência,
a cultivar Ouro Negro. .................................................................................................... 26
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Identificação dos genótipos das plantas utilizadas no experimento.. ............ 18
Tabela 2: Valores de quadrado médio da análise de variância para número de nódulos
(NN), massa seca de nódulos (MSN), massa relativa de um nódulo (MRN) e índice
relativo de nodulação (IRN) do experimento conduzido em casa de vegetação.. .......... 20
Tabela 3: Médias obtidas para o número de nódulos (NN) por planta dos genótipos
avaliados em casa de vegetação...................................................................................... 21
Tabela 4: Médias obtidas para massa seca de nódulos (MSN) por planta dos genótipos
avaliados em casa de vegetação...................................................................................... 22
Tabela 5: Médias obtidas para a massa relativa de um nódulo (MRN) dos genótipos
avaliados em casa de vegetação...................................................................................... 24
Tabela 6: Médias obtidas para índice relativo de nodulação (IRN) dos genótipos
avaliados em casa de vegetação...................................................................................... 26
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11
2.1 O feijão .................................................................................................................... 11
2.2 Cultivo do feijão ...................................................................................................... 12
2.3 Produção e consumo de feijão ............................................................................... 12
2.4 Nitrogênio ................................................................................................................ 13
2.5 Importância da FBN para a cultura do feijão ..................................................... 15
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 20
5 CONCLUSÕES.......................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................... Erro! Indicador não definido.
9
1 INTRODUÇÃO
O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) constitui-se uma das mais importantes
fontes proteicas na dieta humana (BARBOSA; GONZAGA, 2012). Possui grande
utilidade
na
alimentação,
disponibilizando
vários
nutrientes
que
possuem
funcionalidades essenciais (RIOS et al., 2003).
O feijoeiro é uma cultura de bastante importância tanto econômica quanto social,
por ser um alimento consumido por toda a população e por envolver em seu meio de
produção os pequenos produtores (CONAB, 2014).
Os últimos dados de consumo de feijão, de 2007, informavam que o maior
consumo desse produto ocorria nas Américas (40,8%), seguindo-se a Ásia (37,8%), a
África (17,8%), a Europa (3,3%) e a Oceania (0,1%) (BARBOSA; GONZAGA, 2012).
De acordo com os mesmos autores, os países em desenvolvimento são responsáveis por
87,1% do consumo mundial e por 89,8% da produção. Dados de 2010 mostram que a
produção mundial de feijão situou-se em torno de 22,9 milhões de toneladas. A
produção mundial média no período de 2006 a 2010 foi cerca de 21,2 milhões de
toneladas (SEAB, 2012).
Essa leguminosa, por apresentar uma ampla adaptação edafoclimática, permite
que seu cultivo ocorra durante todo o ano, em quase todas as regiões brasileiras, nas
diferentes épocas e safras (SEAB, 2012).
No Brasil o cultivo do feijão possui três épocas diferentes, a primeira safra, ou
safra das águas, a segunda safra ou safrinha e a terceira safra, conhecida como safra
irrigada (BARBOSA; GONZAGA, 2012). Considerando as três épocas de cultivo, a
área total a ser ocupada para cultivo de feijão na safra 2014/2015 pode ficar entre 3,23 e
3,28 milhões de hectares na próxima safra, registrando uma variação de área entre 2,9 e
1,5% comparando a safra do ano de 2013/2014 que era de 3,33 milhões de hectares
(CONAB, 2014).
O feijoeiro é considerado uma planta exigente em nutrientes em decorrência do
sistema radicular superficial e do ciclo curto (ROSOLEM; MARUBAYASHI, 1994). O
nitrogênio é um dos nutrientes mais requeridos pelas plantas, tendo papel na formação
de novas células e tecidos nos vegetais, promove a formação de clorofila, faz parte dos
ácidos nucleicos, proteínas e enzimas importantes, tendo atuação nas principais reações
bioquímicas e outros compostos importantes no metabolismo (EPSTEIN; BLOOM,
2006).
10
Uma das principais formas de fornecimento de nitrogênio para as plantas é o uso
de insumos minerais, tais como ureia e sulfato de amônio (VITTI et al., 2005), no
entanto, esses adubos nitrogenados são os mais caros economicamente, por consumir
muita energia no processo de fabricação, além de serem potencialmente mais poluentes
(HUNGRIA et al., 2001). A utilização de adubo químico nitrogenado pode incrementar
o ozônio atmosférico, contribuindo para o aquecimento global, além de poder
influenciar negativamente na produtividade de pastagens e florestas. Além disso, pode
ocasionar aumento na quantidade de nitrato particulado no perfil do solo, podendo
contaminar o lençol freático, pode ainda acidificar a superfície d' água, bem como
promover perdas de biodiversidade (GALLOWAY et al., 2003).
Uma alternativa, economicamente viável e sustentável, aos impactos negativos
advindos da fertilização sintética é o uso de recursos biológicos para o aporte de
nitrogênio ao sistema solo planta para a manutenção dos sistemas agrícolas, dentre eles
se destaca a fixação biológica de nitrogênio (FBN) promovida por bactérias
diazotróficas inoculadas em plantas (CANTARELLA, 2007).
Esse trabalho tem como objetivo testar a resposta de diferentes genótipos de
feijoeiro à inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio em casa de vegetação.
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O feijão
O feijoeiro comum é uma planta herbácea dicotiledônea, pertencente à família
Fabaceae, que compreende as leguminosas, sub-família Papilionoideae, gênero
Phaseolus e espécie Phaseolus vulgaris L. (SANTOS; GALVILANES, 2006). Trata-se
da espécie mais importante deste gênero e um dos alimentos mais consumidos no
mundo e a mais cultivada na maioria dos continentes (BARBOSA; GONZAGA, 2012).
A planta é caracterizada por possuir folhas compostas por três folíolos ovais,
flores que se reúnem em cachos e podem ser brancas, amarelas, azuis ou vermelhas,
conforme a variedade. O fruto é denominado vagem (CIF, 2014; FERRI, 1983).
Essa leguminosa era cultivada no antigo Egito e na Grécia, sendo também
cultuada como símbolo da vida (EMBRAPA, 2010). Teve origem na América Central e
na América do Sul, de onde surgiu uma grande variedade de grãos de diferentes cores,
formas e tamanhos, sendo tais características visuais a base para a classificação das
classes comerciais de feijão (GEPTS; DEBOUCK, 1991).
O grão carioca, que é considerado um dos tipos mais consumidos, apresenta
como característica marcante o tegumento com coloração bege e estrias marrons, hilo
branco, apresentando ao redor um halo de coloração creme, e as sementes têm em média
0,9 cm de comprimento, 0,6 cm de largura, 0,5 cm de espessura e forma oblonga
(ALMEIDA et al., 1971). São compostos por cerca de 89% de cotilédone, 1% de
epicótilo e 10% de tegumento (SHIGA et al., 2011).
A produção de feijão sofre forte influência de fatores climáticos. Dentre os
fatores que mais influenciam no desenvolvimento da planta para a produção do grão
estão a temperatura, que é o fator mais influente por participar no florescimento e na
frutificação do feijoeiro, a precipitação pluvial, que é de extrema importância
principalmente nos 15 dias antes da floração e no estágio inicial de formação das
vagens, radiação solar em relação ao fotoperíodo e estresse hídrico. A radiação solar
possui forte influência na taxa de fotossíntese dos vegetais, podendo dizer que a
quantidade necessária de raios solares para a fotossíntese diversifica de acordo com a
duração e tipo da planta (YAMAGUISHI, 2008; DIDONET; SILVA, 2004).
O ciclo vegetativo dessa leguminosa varia entre 75 e 110 dias, e nesse período é
importante que a planta seja abastecida com água e nutrientes (AIDAR;
KLUTHCOUSKI, 2009) e os períodos de semeadura e colheita do feijão apresentam
variações conforme cada ano (BRACKMANN et al., 2002).
12
O feijão tem seu cultivo distribuído em todo o país, onde os produtores podem
optar pelo seu cultivo associado com outras culturas ou apenas pelo manejo do feijoeiro.
Ainda em muitos casos, o seu cultivo é acolhido como subsistência, sendo este mais
característico principalmente na agricultura familiar (BARBOSA; GONZAGA, 2012).
2.2 Cultivo do feijão
O feijoeiro-comum é considerado uma cultura atípica por conseguir três safras
anuais. A safra das "águas" ou primeira safra é plantada nas Regiões do Sul, Sudeste e
Centro-Oeste e também nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e, também
nos estados de Tocantins e Rondônia, seu cultivado é feito entre os meses de agosto a
novembro (CONAB, 2014).
A safra da "seca" ou segunda safra ocorre nas Regiões Sul, Sudeste e CentroOeste, e também em único período de plantio no Norte, onde o feijão-comum é
consorciado com o milho, essa safra é realizada entre os meses de dezembro e abril. Já a
safra de terceira época, também designada como safra irrigada, safra de inverno ou,
simplesmente, terceira safra, acontece com o feijão-comum cultivado entre os meses de
abril a julho, no Centro-Sul do Brasil (CONAB, 2014).
Considerando essas três épocas de cultivo, avalia-se que a área total de feijão na
safra 2013/14 chegou a aproximadamente 3,33 milhões de hectares, possuindo um
crescimento de 8,4% maior que a safra anterior. Estima-se que a produtividade média
nacional dessa cultura foi de 13,2% maior que o ano de 2013, chegando a 1.033 kg/ha
(CONAB, 2014).
Comparativos das Regiões do país mostram que o Centro-Oeste possui destaque
na produtividade da leguminosa, com uma média de 1.865 kg/ha, teve um aumento de
13,9% comparando ao ano passado com uma área de 468 mil hectares, possuindo um
crescimento de 31,5% e com produção de 872,9 mil toneladas, ampliando cerca de
49,8%. Os Estados que contribuíram para essa alta produtividade na Região CentroOeste foram os estados Matos Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal
(CONAB, 2014).
2.3 Produção e consumo de feijão
Esta leguminosa é considerada uma cultura de significativa importância
socioeconômica no mundo inteiro (BROUGHTON et al., 2003). O feijão é um produto
tradicional na alimentação da população brasileira, principalmente para as classes de
13
baixa renda, sendo considerada uma cultura de grande importância econômica, social,
nutricional e funcional (RIOS et al., 2003; FAO, 2013).
O Brasil foi considerado o terceiro maior produtor mundial de feijão em 2014,
ficando atrás apenas de Myanmar e Índia. A estimativa é que a área de primeira safra do
ano agrícola 2013/2014 está avaliada em 1,16 milhão de hectares, considerando um
aumento de 3,4% em relação ao ano agrícola anterior. A produção foi com base na safra
2013/2014 foi de 3,53 milhões de toneladas de feijão, apresentando aumento de 25,8%
em relação à safra anterior (2012/2013) com 2,80 milhões de toneladas (CONAB,
2014).
O tímido crescimento no plantio desta leguminosa no Brasil se dá
principalmente devido à comercialização instável e aos riscos climáticos atrelados à
cultura. Além de outras culturas, como a soja e milho, apresentarem maior estabilidade
e liquidez (CONAB, 2014). Considerando a safra 2013/2014, aproximadamente 48,2%
da produção do feijão primeira safra provém da Região Sul, sendo o Paraná o maior
produtor. Na Região Sudeste é produzido 28,3% da oferta deste feijão, destacando-se
Minas Gerais e São Paulo. A Região Centro-Oeste produziu 13,6% da oferta, com
destaque para Goiás. Os 9,9% restantes foram produzidos na Região Norte/Nordeste,
com destaque para a Bahia e o Piauí (IBGE, 2014).
2.4 Nitrogênio
O nitrogênio constitui moléculas importantes na planta como o DNA, organelas,
clorofila, aminoácidos e RNA. Possui uma vasta importância nos vegetais, por fazer
parte de proteínas e enzimas atuantes nas principais reações metabólicas da planta,
sendo considerado um dos macronutrientes primários mais significativo para o
desenvolvimento vegetal (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
A carência de nitrogênio pode ser observada a olho nu, cuja deficiência de
clorofila nas folhas mais velhas faz com que estas apresentem uma coloração mais
amarelada em relação a uma folha saudável, podendo ser observadas também manchas
verdes e brancas no limbo foliar. As folhas com deficiência de nitrogênio se tornam
frágeis, evidenciam as nervuras e podem senescer prematuramente (ROSOLEM;
MARUBAYASHI, 1994).
As raízes de pequeno alcance e o ciclo curto da cultura do feijoeiro são fatores
que podem comprometer todo o desenvolvimento da planta se não houver adequado
suprimento nutricional. Sendo assim, os nutrientes, principalmente o nitrogênio, por ser
14
o que possui maior demanda pela planta, precisam ser dispostos ao vegetal no momento
adequado (ROSOLEM; MARUBAYASHI, 1994). Sendo assim, é relevante que o
suprimento adequado via adubação nitrogenada melhora e a qualificação do produto
final, aumentando os teores de proteína nos grãos (GOMES JUNIOR et al., 2005)
Os fertilizantes químicos nitrogenados que são utilizados para adubar a cultura
do feijão no bioma Cerrado da região central do Brasil possuem baixa eficiência na sua
utilização pelas plantas devido às perdas no curto espaço de tempo por volatilização e
lixiviação, principalmente (HUNGRIA et al., 2001). Pode-se dizer que o fato é oriundo
da cultura demandar uma quantidade elevada de nitrogênio para obter a fertilidade
necessária (FARIA et al., 2005).
O fato de o nitrogênio ser o nutriente mineral de maior absorção pelas plantas,
maior escassez na forma livre no solo e de maior dificuldade de manejo na produção
agrícola faz com que este se torne mais caro economicamente, uma vez que a produção
industrial de adubos nitrogenados necessita de grande quantidade de derivados do
petróleo e energia (CANTARELA, 2007).
Os adubos químicos é potencialmente o mais poluente (MOREIRA et al., 2006;
MACHADO, 2014), pois sua utilização faz com que haja aumento no ozônio
atmosférico, contribuindo para o aquecimento global, gerando riscos para a saúde
humana. Com tudo isso, ainda pode ocasionar aumento na quantidade de nitrato
particulado no perfil do solo, contaminando o lençol freático, acidificar a superfície das
águas, provocar perdas de biodiversidade, promover eutrofização litorânea e pode
modificar a produtividade florestal (GALLOWAY et al., 2003).
A eficiência agronômica destes adubos industriais pode ser considerada baixa,
chegando a 50% de perdas, aumentando os custos das adubações e dos produtos
colhidos (HUNGRIA et al., 2001; SANTOS et al., 2003).
Estudos vêm sendo aprimorado visando à adoção de tecnologias que permitam
excluir totalmente ou parcialmente a utilização dos adubos químicos nitrogenados
possibilitando ganhos ao meio ambiente, além dos ganhos econômicos (STRALIOTTO
et al., 2003).
O nitrogênio é o elemento mais abundante na atmosfera terrestre (78%), porém
as plantas não conseguem utilizá-lo, devendo ser transformado em amônia solúvel em
água, que é utilizado diretamente pela planta, quando ocorre o processo de FBN
(OTSUBO, 2012). No entanto a fixação biológica de nitrogênio (FBN) é uma
alternativa como forma de suprimento deste nutriente para as plantas. O processo se dá
15
com a inoculação de bactérias diazotróficas que possuem a capacidade de converter o
nitrogênio atmosférico em formas assimiláveis, sendo uma alternativa viável ao sistema
solo-planta principalmente na manutenção dos sistemas agrícolas, proporcionando para
o agricultor menor custeio na lavoura e benefícios ao ecossistema (CANTARELLA,
2007).
O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), implantado pelo governo
federal em 2010, feito para estimular a implantação de processos que trazem benefícios
ao desempenho agrícola, capturando gases de efeito estufa (MAPA, 2011) estabelece a
FBN como um dos pilares da sustentabilidade dos sistemas de produção. (EMATER,
2014).
2.5 Importância da FBN para a cultura do feijão
Os rizóbios são bactérias benéficas presentes no solo, as quais são atraídas para
as raízes das plantas leguminosas e capaz de fixar o nitrogênio atmosférico e fornecê-lo
à cultura (FIGUEIREDO et al., 2008; BUZETTI et al., 2007). A associação do rizóbio
com as raízes das leguminosas é um exemplo de associação biológica chamada de
"simbiose", termo que define um tipo de relação positiva entre os parceiros (XAVIER et
al., 2006). O rizóbio utiliza os carboidratos provenientes da fotossíntese da planta
hospedeira para gerar a energia necessária para promover o processo de fixação
biológica de nitrogênio (FERNANDES, 2009).
Estas bactérias, uma vez em contato com as raízes de leguminosas, são capazes
de se associar simbioticamente, induzir a formação de estruturas altamente específicas,
que são conhecidas como nódulos, a partir de uma cadeia de reações químicas entre a
planta e a bactéria (MOREIRA et al, 2006).
A associação do feijoeiro com bactérias diazotróficas, genericamente chamadas
rizóbios é uma tecnologia eficiente em substituir, pelo menos parcialmente, a adubação
nitrogenada resultando em benefícios ao pequeno produtor (BUZETTI et al., 2007). No
interior dos nódulos ocorre a conversão do nitrogênio atmosférico em amônia, graças ao
aparato enzimático que as bactérias possuem (STRALIOTTO et al., 2003).
Para o feijoeiro atualmente são vendidos inoculantes líquidos ou turfosos, cujas
bactérias possuem alto potencial de fixação do nitrogênio atmosférico, no entanto,
diferentemente da soja, a eficiência é comprometida em campo, devido à promiscuidade
do feijoeiro, que estabelece simbiose com bactérias nativas, presentes no solo
(RUMJANEK et al., 2005; VARGAS; HUNGRIA, 1997). Nos solos brasileiros existe
16
uma ampla gama de rizóbios nativos, que, no caso do feijoeiro, são geralmente muito
pouco eficientes no processo de fixação biológica de nitrogênio, pois competem com as
bactérias inoculadas pela formação de nódulos (STRALIOTTO et al., 2003).
Apesar do conceito geral de que o feijoeiro apresenta baixa capacidade fixadora,
os resultados de pesquisa, obtidos em condições de campo, indicam que é possível que a
planta se beneficie da inoculação com o rizóbio, atingindo níveis de produtividade entre
1500 e 2000 kg/ha (STRALIOTTO et al., 2003).
A retirada de nitrogênio do ar pelas bactérias que fazem simbiose, além de
proporcionar baixo custo ao produtor, é uma atividade menos impactante
ambientalmente se comparada ao uso de adubos industriais (HUNGRIA et al., 2008;
PELEGRIN et al., 2009).
Alguns bons resultados têm motivado pesquisas com estirpes de rizóbios e os
resultados têm sido satisfatórios quanto à eficiência simbiótica e à capacidade de
adaptação às condições dos solos brasileiros, proporcionando aumento na taxa de
nodulação e diminuição dos gastos ao produtor (PELEGRIM et al., 2009).
Para que haja um bom aproveitamento do processo de FBN pelas plantas de
feijoeiro faz-se necessário um manejo adequado visando à minimização de impactos
bióticos e abióticos ao processo (BRITO et al., 2010). Uma adequada nutrição
nitrogenada requer também que a planta esteja suprida corretamente com os outros
nutrientes para otimização dos processos metabólicos da planta. Pode-se dizer que o
conjunto de boas práticas de manejo é fundamental para o bom desenvolvimento da
cultura, pois uma nutrição inadequada pode impactar todo o desenvolvimento dos
nódulos até mesmo do sistema radicular da planta (ARAUJO et al., 1996).
Além disso, a busca constante por estirpes bacterianas capazes de nodular a
planta e fixar nitrogênio com eficiência é recorrente em feijoeiro, com alguns resultados
promissores. Brito et al., 2010, por exemplo, demonstraram que o tratamento inoculado
obteve produtividade acima à do tratamento que recebeu na adubação de plantio o
nitrogênio químico. A produtividade alcançada com estirpe BR534 teve a média de
2420 kg por hectare e após ser relacionada com o tratamento que foi utilizado adubação
mineral a sua produtividade foi superior 24% (BRITO et al., 2010).
A biotecnologia, que utiliza inoculantes é benéfica tanto socioeconomicamente
quanto ambientalmente, por permitir a redução da fertilização química minimizando os
custos de produção e também os impactos ecológicos advindos da adubação química
(FIGUEIREDO et al., 2008).
17
Avanços em pesquisas com FBN apontam com os resultados obtidos que na
prática as bactérias do gênero rizóbio possuem a capacidade de fixar o nitrogênio
atmosférico para o fornecimento ao vegetal, substituindo a adubação mineral
nitrogenada em várias outras culturas não apenas em leguminosas (FARIA et al., 2005).
O solo é um sistema vivo com uma grande variedade de organismos em
constante interação. Os ciclos biogeoquímicos têm influência e são influenciados pelos
processos dinâmicos que acontecem nos solos, com reflexos diretos na nutrição vegetal.
Neste contexto, os rizóbios podem ser considerados os microrganismos de maior
importância em todo o processo de produção para a agricultura, podendo retirar o
nitrogênio atmosférico e fornecê-lo diretamente à planta (STAMFORD, 2012).
18
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para avaliação de 110 genótipos de feijoeiro (Tabela 1), foi conduzido um
experimento em casa de vegetação na Embrapa Arroz e Feijão, localizada no município
de Santo Antônio de Goiás-GO, com latitude de 16°28´00”(S), longitude de
49°17´00”(W) e altitude de 823 m. As sementes foram obtidas junto ao Banco Ativo de
Germoplasma (BAG) da Embrapa Arroz e Feijão e o experimento foi implantado no dia
20 de março de 2012.
Além dos 110 genótipos, foi incluída para avaliação a cultivar Ouro Negro, que
foi utilizada como referência, uma vez que é considerado um genótipo com boas taxas
de fixação de nitrogênio (STRALIOTTO et al., 2002).
Tabela 1: Identificação dos genótipos das plantas utilizadas no experimento.
Número
Genótipo
Número
Genótipo
Número
Genótipo
781
782
783
784
785
786
788
789
790
791
792
793
795
796
797
798
799
800
801
802
803
805
806
807
808
809
810
811
812
813
814
815
816
817
818
819
PI 203936
PI 206223
PI 313425
PI 313429
PI 201329
PI 313665
PI 201354
PI 311962
PI 313842
PI 310718
PI 325684
PI 313583
PI 310751
PI 313693
PI 309827
PI 311956
PI 325664
PI 309877
PI 310511
PI 310515
PI 312018
PI 150957
PI 311999
PI 307806
PI 307820
PI 310556
PI 313458
CNF0011422
CNF0011423
CNF0011424
CNF0011425
CNF0011426
CNF0011428
CNF0011429
CNF0011430
CNF0011431
820
821
822
823
824
825
826
827
828
829
830
831
832
833
834
835
836
837
838
839
840
841
842
843
844
845
846
847
848
849
850
851
852
853
854
855
CNF0011432
CNF0011433
CNF0011434
CNF0011436
CNF0011437
CNF0011438
CNF 9643
CNF 8719
CNF 2020
CNF 0699
CNF 7772
CNF 2019
CNF 2042
CNF 5218
CNF 5645
CNF 1712
CNF 9668
CNF 8739
CNF 8825
CNF 5464
CNF 1647
CNF 1675
CNF 1776
CNF 1678
CNF 1755
CNF 1652
CNF 1325
CNF 1562
CNF 0842
CNF 5597
CNF 3513
CNF 2035
CNF 8864
CNF 9772
CNF 10357
CNF 10953
856
857
858
859
860
861
862
863
864
865
866
867
868
869
870
871
872
873
874
875
876
877
878
879
880
881
882
883
884
885
886
887
888
889
2000
CNF 5642
CNF 6658
CNF 10311
CNF 1644
CNF 3629
CNF 1637
CNF 4947
CNF 4916
CNF 1764
CNF 1227
CNF 2079
CNF 8802
CNF 9860
CNF 10954
CNF 1611
CNF 1533
CNF 1807
CNF 9688
CNF 8857
CNF 1712
CNF 8814
CNF 6497
CNF 1735
CNF 8746
CNF 5909
CNF 7769
CNF 8179
CNF 1758
CNF 11800
CNF 8858
CNF 11912
CNF0011146
CNF0011554
CNF0011574
Ouro Negro
19
As plantas foram crescidas em potes de 3 kg preenchidos com areia e
vermiculita autoclavadas na proporção 2:1, em delineamento em blocos ao acaso e três
(3) repetições onde foram avaliados 111 genótipos de plantas incluindo-se a cultivar
Ouro Negro quanto à capacidade de nodulação com estirpes de Rhizobium tropici
(SEMIA 4077, SEMIA 4080, SEMIA 4088) recomendadas como inoculante comercial
para feijoeiro.
Antes da semeadura, as sementes passaram por um processo de assepsia com
hipoclorito de sódio, álcool 70 oGL (REF), em seguida as sementes foram escarificadas
e acondicionadas em papéis germiteste umidificados com água estéril para prégerminação e mantidos em condições de baixa luminosidade em câmaras de
germinação. Após a emissão da radícula, as sementes foram transplantadas para os potes
contendo areia e vermiculita, onde foram plantadas cinco (5) sementes por pote.
Sete dias após emergência (DAE), de cada pote, duas plantas foram desbastadas
deixando apenas três (3) plantas por vaso e cada planta foi inoculada com um mililitro
de uma mistura 1:1:1 das estirpes de R. tropici crescidas em meio de cultura YMA
(VINCENT, 1970) líquido, com concentração de 109 células mL-1. Durante o período de
desenvolvimento, as plantas receberam os nutrientes essenciais através da formulação
líquida, com água estéril, baseando-se na formulação de Norris (1964), isenta de N.
Quando as plantas atingiram a fase fenológica R5, pré-floração, as raízes das
plantas foram lavadas e os nódulos foram destacados para avaliação do número de
nódulos por planta. Após esta etapa, os nódulos foram mantidos em estufa com
circulação forçada de ar (65 oC, 48 h). Em seguida foram avaliados o peso seco de
nódulos e o peso relativo de um nódulo. Os dados foram submetidos a uma análise de
variância e as médias testadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Foi obtida a massa seca relativa de nódulo (MSRN) pela razão entre a massa de
nódulos e o número de nódulos por planta. Esses dados foram utilizados para gerar o
índice relativo de nodulação (IRN), através da fórmula adaptada de trabalho de
FERREIRA et al. (2010): (MSRN.1,5 + MSN.1 + NN.0,5) / 3.
20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Avaliou-se 111 genótipos (Tabela 1), incluindo-se a cultivar Ouro Negro, dos
quais 92 apresentaram nodulação. Houve diferença significativa entre os genótipos para
todos os indicadores avaliados (Tabela 2).
Tabela 2: Valores de quadrado médio da análise de variância para número de nódulos
(NN), massa seca de nódulos (MSN), massa relativa de um nódulo (MRN) e índice
relativo de nodulação (IRN) do experimento conduzido em casa de vegetação.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Número de
nódulos
Massa Seca de
Nódulos
Massa
Relativa
Nódulo
Índice relativo
de nodulação
Genótipo
91
3,08 x 103***
1,08 x 104***
0,512
2,24 x 103***
Repetição
2
4,21 x 102
3,22 x 103
0,027
6,24 x 102
182
1,02 x 103
3,09 x 103
0,101
6,77 x 102
31,53 %
35,62 %
20,52 %
33,26 %
Erro
CV
*** Significativo ao nível de 0,1 % pelo teste F.
A cultivar de feijão preto Ouro Negro foi utilizada como referência de um
genótipo com boa nodulação (STRALIOTTO et al., 2002). Além de Ouro Negro, 91
genótipos nodularam. Destes, oito (8,7%) foram estatisticamente superiores à Ouro
Negro em relação ao número de nódulos (NN) (Figura 1). O equivalente a 34,78%
apresentou nodulação estatisticamente igual, e o restante (56,42%) inferior (Figura 4). O
maior valor para NN, 209 nódulos planta-1, foi obtido pelo genótipo CNF 1764,
enquanto o menor valor, de 49 nódulos planta-1, foi observado no genótipo CNF
0011426 (Tabela 3).
Figura 1. Agrupamento dos genótipos em intervalos de número de nódulos planta-1
(NN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de referência,
a cultivar Ouro Negro.
21
Tabela 3: Médias obtidas para o número de nódulos (NN) por planta dos genótipos
avaliados em casa de vegetação.
Genótipo
864
816
879
831
811
867
817
829
835
806
790
828
824
883
794
859
801
819
808
877
826
842
812
781
888
865
838
837
796
803
889
NN
(planta-1)
209
199
191
161
161
160
159
152
144
138
135
130
129
129
129
128
127
126
124
123
123
123
123
119
119
117
114
113
113
113
112
A
AB
ABC
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
Genótipo
875
802
845
ON 2000
872
848
873
822
795
878
844
839
791
783
793
855
852
836
800
881
820
786
854
853
887
840
870
862
788
874
834
NN
(planta-1)
111
111
109
108
107
105
105
104
104
100
98
98
98
97
96
95
94
94
91
91
90
89
89
89
89
89
89
88
88
86
84
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
ABCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
BCD
CD
Genótipo
799
809
871
869
797
832
785
782
861
876
847
880
849
805
827
850
784
886
823
846
810
798
818
787
841
857
825
843
821
815
NN
(planta-1)
84
83
81
81
80
80
78
77
76
75
74
73
73
71
70
70
70
69
68
68
68
67
65
63
60
60
58
58
53
49
CD
CD
CD
CD
CD
CD
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
Valores seguidos de mesma letra não se diferenciam pelo teste de Tukey 5%.
Entre todos os genótipos nodulantes, 45 deles (48,9%) obtiveram massa seca de
nódulos maior do que a cultivar Ouro Negro (Figura 2). O equivalente a 34,78% dos
genótipos apresentou valores de MSN estatisticamente iguais, e o restante (16,30%)
abaixo da cultivar Ouro Negro (Figura 2). A maior média para MSN foi de 360,60 (mg
planta-1) alcançada pelo genótipo CNF 2019, enquanto o valor mais baixo, de 66,70 (mg
planta-1), foi obtida pelo genótipo PI 201354 (Tabela 4).
22
Figura 2: Agrupamento dos genótipos em intervalos de massa seca de nódulos mg
planta-1 (MSN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de
referência, a cultivar Ouro Negro.
Tabela 4: Médias obtidas para massa seca de nódulos (MSN) por planta dos genótipos
avaliados em casa de vegetação.
Genótipo
831
879
791
864
812
867
816
875
817
873
855
835
842
829
790
883
802
794
795
888
837
781
877
874
826
820
865
848
783
806
838
MSN
(mg planta-1)
360,60 A
288,50 AB
288,43 AB
283,23 ABC
273,93 ABCD
265,73 ABCDE
264,33 ABCDEF
263,13 ABCDEF
253,00 ABCDEF
250,37 ABCDEF
228,63 ABCDEF
215,07 ABCDEF
215,07 ABCDEF
211,80 ABCDEF
210,13 ABCDEF
205,17 ABCDEF
203,93 ABCDEF
203,27 ABCDEF
201,20 ABCDEF
201,13 ABCDEF
195,63 ABCDEF
194,80 ABCDEF
192,97 ABCDEF
192,33 ABCDEF
192,00 ABCDEF
188,10 ABCDEF
186,77 ABCDEF
186,17 ABCDEF
180,63 ABCDEF
179,07 ABCDEF
178,63 ABCDEF
Genótipo
872
811
799
859
889
803
844
836
834
847
808
786
819
801
828
793
840
845
796
824
ON(2000)
870
878
815
871
787
854
805
785
887
798
MSN
(mg planta-1)
178,10 ABCDEF
177,77 ABCDEF
172,20 ABCDEF
170,77 ABCDEF
167,30 ABCDEF
161,97 BCDEF
161,60 BCDEF
158,97 BCDEF
156,57 BCDEF
154,93 BCDEF
154,90 BCDEF
154,87 BCDEF
153,43 BCDEF
152,60 BCDEF
149,17 BCDEF
145,67 BCDEF
145,00 BCDEF
143,07 BCDEF
141,33 BCDEF
141,33 BCDEF
140,24 BCDEF
135,10 BCDEF
133,10 BCDEF
129,73 BCDEF
129,17 BCDEF
129,00 BCDEF
128,20 BCDEF
127,23 BCDEF
124,77 BCDEF
124,50 BCDEF
119,57 BCDEF
Genótipo
797
846
839
800
852
886
862
876
825
810
849
850
861
832
809
880
823
841
869
857
853
881
784
843
822
821
782
818
827
788
Valores seguidos de mesma letra não se diferenciam pelo teste de Tukey 5%.
MSN
(mg planta-1)
117,83 BCDEF
116,43 BCDEF
116,07 BCDEF
110,20 BCDEF
108,53 BCDEF
107,53 BCDEF
107,27 BCDEF
107,00 BCDEF
106,87 BCDEF
106,83 BCDEF
106,53 BCDEF
105,33 BCDEF
104,67 BCDEF
104,27 BCDEF
102,70 BCDEF
97,00 BCDEF
94,50 BCDEF
92,27 BCDEF
90,20 CDEF
88,93 CDEF
87,27 CDEF
83,10 DEF
82,33 DEF
81,97 DEF
79,17 DEF
76,27 DEF
74,53 EF
70,13 EF
68,33 EF
66,70 F
23
Na análise de massa relativa de um nódulo (MRN) entre os 92 genótipos
nodulantes estudados, 48 deles (52,1%) atingiram a média superior a cultivar Ouro
Negro (Figura 3). O equivalente a 41,30% dos genótipos alcançou médias de (MRN)
estatisticamente iguais, e os demais genótipos (6,52%) tiveram médias inferiores à
cultivar Ouro Negro (Figura 3). O genótipo PI 310718 alcançou a melhor média MRN,
2,97 mg, enquanto o valor mais baixo foi do genótipo PI 201354, chegando a 0,71 mg
(Tabela 5).
Figura 3: Agrupamento dos genótipos em intervalos de massa relativa de nódulos mg
nódulos-1 (MRN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de
referência, a cultivar Ouro Negro.
24
Tabela 5: Médias obtidas para a massa relativa de um nódulo (MRN) dos genótipos
avaliados em casa de vegetação.
Genótipo
791
815
875
855
873
812
847
831
874
820
787
799
795
834
783
802
825
805
846
798
836
848
842
883
840
786
888
837
867
790
872
2,97
2,83
2,55
2,44
2,38
2,32
2,32
2,24
2,19
2,10
2,04
2,02
1,96
1,86
1,86
1,84
1,83
1,79
1,79
1,75
1,74
1,73
1,73
1,72
1,72
1,70
1,69
1,67
1,67
1,65
1,64
MRN
(mg nódulo-1)
A
AB
ABC
ABCD
ABCDE
ABCDEF
ABCDEF
ABCDEFG
ABCDEFGH
ABCDEFGHI
ABCDEFGHIJ
ABCDEFGHIJ
ABCDEFGHIJ
ABCDEFGHIJK
ABCDEFGHIJK
ABCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
BCDEFGHIJKL
CDEFGHIJKL
CDEFGHIJKL
CDEFGHIJKL
CDEFGHIJKL
CDEFGHIJKL
Genótipo
810
817
785
826
877
871
865
844
793
886
849
841
879
781
854
838
870
850
889
835
794
797
803
821
829
887
845
876
823
843
857
MRN
(mg nódulo-1)
1,64 CDEFGHIJKL
1,61 CDEFGHIJKL
1,61 CDEFGHIJKL
1,61 CDEFGHIJKL
1,60 CDEFGHIJKL
1,60 CDEFGHIJKL
1,60 CDEFGHIJKL
1,58 CDEFGHIJKL
1,55 CDEFGHIJKL
1,55 CDEFGHIJKL
1,53 CDEFGHIJKL
1,53 CDEFGHIJKL
1,51 CDEFGHIJKL
1,51 CDEFGHIJKL
1,51 CDEFGHIJKL
1,51 CDEFGHIJKL
1,51 CDEFGHIJKL
1,50 CDEFGHIJKL
1,50 CDEFGHIJKL
1,49 CDEFGHIJKL
1,49 CDEFGHIJKL
1,46 CDEFGHIJKL
1,44 CDEFGHIJKL
1,41 CDEFGHIJKL
1,39 DEFGHIJKL
1,39 DEFGHIJKL
1,38 DEFGHIJKL
1,38 DEFGHIJKL
1,38 DEFGHIJKL
1,37 DEFGHIJKL
1,37 DEFGHIJKL
Genótipo
861
859
816
878
880
806
832
ON 2000
864
796
808
809
800
801
839
784
862
828
852
819
869
811
824
818
853
827
782
881
822
788
MRN
(mg nódulo-1)
1,36 DEFGHIJKL
1,35 DEFGHIJKL
1,34 DEFGHIJKL
1,33 DEFGHIJKL
1,32 DEFGHIJKL
1,32 DEFGHIJKL
1,32 DEFGHIJKL
1,31 DEFGHIJKL
1,28 EFGHIJKL
1,27 EFGHIJKL
1,24 EFGHIJKL
1,24 EFGHIJKL
1,22 FGHIJKL
1,20 FGHIJKL
1,20 FGHIJKL
1,19 FGHIJKL
1,15 GHIJKL
1,15 GHIJKL
1,15 GHIJKL
1,14 GHIJKL
1,10 HIJKL
1,10 HIJKL
1,09 HIJKL
1,07 HIJKL
0,98 IJKL
0,98 IJKL
0,98 IJKL
0,91 JKL
0,77 KL
0,71 L
Valores seguidos de mesma letra não se diferenciam pelo teste de Tukey 5%.
Algumas variedades comerciais de feijoeiro, em experimentos sob diferentes
condições de campo, apresentam valores muito diversificados para indicadores como
NN e MSN, com diferentes respostas também na produtividade (FERREIRA et al,
2009; PELEGRIN et al., 2009). Além das próprias variações de cada cultivar, os
aspectos bióticos e abióticos devem ser levados em conta (BRITO et al., 2010).
Para a cultivar BRSMG Talismã inoculada com R. tropici em um Latossolo
Vermelho eutroférrico, em Minas Gerais, foram obtidos valores de NN e MSN de 335
(nódulos planta-1) e 572,8 (mg planta-1), respectivamente, no entanto a produtividade
alcançada foi de 1183 kg ha-1 (FERREIRA et al, 2009). Da cultivar Pérola, cultivada em
Latossolo Vermelho distroférrico, no Mato Grosso do Sul, se obteve 12,6 nódulos
planta-1 para NN e 42,3 mg planta-1 para MSN, com produtividade de 3131 kg ha-1
(PELEGRIN et al., 2009).
Isso demonstra as diferenças entre os genótipos e a
potencialidade que se tem em utilizar a diversidade genética para estudos de resposta à
FBN.
25
Neste trabalho em condições controladas, a cultivar referência Ouro Negro
apresentou para NN média de 108 nódulos planta-1 e para MSN média de 140,24 mg
planta-1, enquanto o valor médio de NRN ficou em 1,31 mg nódulo-1. Franco et al.,
(2001), também em condições controladas, obtiveram para a cultivar Ouro Negro
inoculada com R. tropici média de 194 nódulos planta-1 (NN), 43,09 mg planta-1 (MSN)
e 0,218 mg nódulo-1 (MRN).
Os resultados apresentados neste trabalho apresentam nódulos com maior massa
em relação ao número de nódulos do que os apresentados por Franco et al., (2001), cuja
proporção é invertida. De acordo com Carvalho (2002), um maior número de nódulos
não indica maior capacidade de fixação de nitrogênio. É consenso na literatura a esse
respeito que o parâmetro de massa seca de nódulos tem maior relação com a fixação de
nitrogênio (CÂMARA, 2000).
Ferreira et al., (2010) propuseram o índice relativo de nodulação (IRN) para que
pudesse haver a classificação de genótipos levando em conta três indicadores avaliados,
número de nódulos (NN), massa seca de nódulos (MSN) e massa seca relativa de um
nódulo (MRN), onde foram atribuídos pesos distintos para cada um desses indicadores.
Neste trabalho o IRN foi baseado na proposta de Ferreira et al., (2010),
conforme abaixo (Fórmula 1):
Fórmula 1: Índice Relativo de Nodulação (IRN)
IRN = (MSN.1,5 + MRN.1 + NN.0,5) / 3.
Após o estabelecimento do IRN para todos os genótipos que nodularam, 17 deles
(18,4%) atingiram média superior a cultivar Ouro Negro (Figura 4). Sessenta e três dos
genótipos (68,48%) alcançaram médias de índice relativo de nódulo estatisticamente
iguais, e as demais (13,04%) tiveram médias inferiores a da cultivar Ouro Negro (Figura
4). O genótipo CNF 2019 obteve a melhor média para o índice relativo de nódulo de
(165,43), enquanto o valor menor foi do genótipo CNF 0011430, alcançando apenas
39,27 (Tabela 6).
26
Figura 4: Agrupamento dos genótipos em intervalos de índice relativo de nodulação
(IRN). A coluna destacada indica o intervalo onde se encontra o genótipo de referência,
a cultivar Ouro Negro.
Tabela 6: Médias obtidas para índice relativo de nodulação (IRN) dos genótipos
avaliados em casa de vegetação.
Genótipo
831
864
879
816
867
791
812
817
875
873
829
835
790
842
855
883
794
888
811
802
877
781
826
795
837
806
865
848
838
874
859
IRN
165,43 A
146,23 AB
144,72 ABC
137,35 ABCD
130,13 ABCDE
126,60 ABCDE
125,96 ABCDE
125,29 ABCDE
119,88 ABCDE
113,80 ABCDE
108,64 ABCDE
108,31 ABCDE
104,79 ABCDE
104,17 ABCDE
103,88 ABCDE
101,80 ABCDE
100,93 ABCDE
98,35 ABCDE
97,84 ABCDE
97,69 ABCDE
96,10 ABCDE
95,97 ABCDE
95,71 ABCDE
95,45 ABCDE
95,15 ABCDE
93,81 ABCDE
92,66 ABCDE
90,10 ABCDE
88,96 ABCDE
88,73 ABCDE
88,72 ABCDE
Genótipo
820
872
783
889
803
808
819
801
828
799
844
824
836
786
834
796
845
0N 2000
793
847
840
878
870
854
871
887
839
785
805
787
797
87,91
87,45
86,47
84,43
82,55
82,09
82,04
81,93
81,25
80,87
79,62
78,17
77,83
75,32
75,08
74,99
74,90
73,66
73,31
72,58
71,66
69,38
67,89
65,44
64,30
64,01
62,74
61,97
61,56
60,85
59,84
IRN
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
ABCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
BCDE
Genótipo
800
852
815
798
862
846
876
809
832
849
861
886
810
850
825
880
822
853
869
881
823
841
857
784
782
788
843
827
821
818
Valores seguidos de mesma letra não se diferenciam pelo teste de Tukey 5%.
IRN
59,16 BCDE
59,10 BCDE
58,54 BCDE
58,06 BCDE
57,53 BCDE
57,09 BCDE
54,86 BCDE
54,83 BCDE
54,73 BCDE
54,26 BCDE
54,25 BCDE
53,87 BCDE
53,43 CDE
53,26 CDE
51,62 DE
50,79 DE
50,26 DE
50,20 DE
49,65 DE
49,06 DE
48,88 DE
46,47 DE
45,16 DE
44,68 E
43,07 E
42,31 E
42,27 E
39,49 E
39,27 E
39,27 E
27
5 CONCLUSÕES
Um percentual elevado de genótipos apresentou valores iguais ou superiores a
cultivar Ouro Negro, utilizada como referência de um genótipo com boa capacidade de
fixação biológica de nitrogênio. Destes, 17 genótipos se destacaram como promissores
nas explorações visando ao desenvolvimento de cultivares de feijoeiro com boa
capacidade de nodulação. O genótipo CNF 2019 foi o mais eficiente em resposta à
inoculação com as estirpes comerciais de Rizhobium tropici, nas condições avaliadas.
28
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RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO À INOCULAÇÃO COM
ESTIRPES DE Rizhobium tropici EM CASA DE VEGETAÇÃO
RODRIGUES, Hiuri Alves¹; KNUPP, Adriano Moreira²
¹Aluno do curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás – UniANHANGUERA. ²Orientador Msc. Adriano Moreira Knupp da Empresa de Pesquisa
Agropecuária – EMBRAPA.
O feijoeiro é uma cultura produzida mundialmente e de suma importância ao aspecto
econômico por sua relevância nutricional e ao aspecto cultural na culinária, é uma das
grandes culturas mais cultivadas de ótima alternativa em pequenas propriedades. Com o
intuito de avaliar diferentes genótipos de feijão em ambiente controlado, foi cultivado
para verificar qual delas contribuiu com um maior número de nódulos, observando um
percentual elevado de genótipos com valores igual ou superior a cultivar Ouro Negro e
outros 17 como promissores ao desenvolvimento de novas cultivares. O trabalho foi
conduzido em casa de vegetação com objetivo em testar a potencialidade de 110
genótipos de feijão (Phaseolus vulgaris L.) em resposta à inoculação com bactérias
fixadoras de nitrogênio, realizado em Santo Antônio de Goiás na Sede da Embrapa
Arroz e Feijão. Além dos 110 genótipos, foi incluída para avaliação a cultivar Ouro
Negro, que foi utilizada como referência, uma vez que é considerado um genótipo com
boas taxas de fixação de nitrogênio. As sementes dos diferentes genótipos foram
adquiridas junto ao Banco de Germoplasma (BAG).
PALAVRAS-CHAVE: Feijão. Ambiente controlado. Inoculação. Nódulos.
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