Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.1 INTRODUÇ INTRODUÇÃO 5.3.2 MECANISMOS DE CONDUÇ CONDUÇÃO E BANDAS DE ENERGIA 5.3.3 RESISTIVIDADE ELÉ ELÉTRICA DOS METAIS E LIGAS 5.3.4 CONDUTIVIDADE ELÉ ELÉTRICA DOS MATERIAIS IÔNICOS 5.3.5 CONDUTIVIDADE ELÉ ELÉTRICA DOS MATERIAIS COVALENTES 5.3.6 SEMICONDUTORES 5.3.7 SUPERCONDUTIVIDADE 5.3.8 COMPORTAMENTO DIELÉ DIELÉTRICO Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.1 Introdução As propriedades elétricas servem para distinguir os materiais: - geral: metal / não-metal - específico: supercondutor ou não Compreender as propriedades elétricas TEORIA DE BANDAS METAIS CONDUTORES SEMICONDUTORES ISOLANTES Classificação geral dos materiais segundo suas propriedades elétricas 1 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.1 Introdução Conceitos: Para o conhecimento da teoria de bandas alguns conceitos devem estar presentes: Condutividade elétrica É o movimento de cargas elétricas (elétrons ou íons) de uma posição para outra. σ = 1/ρ= n.q.μ σ= condutividade elétrica (ohm-1.cm-1) ρ= resistividade elétrica (ohm.cm) n= número de portadores de carga por cm3 q= carga carregada pelo portador (coulombs) [q do elétron= 1,6x10-19 coulombs] μ= mobilidade dos portadores de carga (cm2/V.s) R = ρ . l/A Resistência elétrica (R) de um fluxo de corrente é determinada pelas dimensões do material e por sua resistividade. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.1 Introdução Resistividades elétricas e condutividades elétricas de alguns materiais RESUMINDO Metais: σ > 104 Ω-1m-1 Semicondutores: σ 10-3 a 104 Ω-1m-1 Isolantes: σ <10-3 Ω-1m-1 O diagrama mostra o range de condutividade elétrica para alguns materiais, bem como sua classificação. 2 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia A condutividade elétrica σ do material depende: - n° de condutores ou transportadores de cargas por unidade de volume (n) - da carga de cada condutor (q) σ = nqm - da mobilidade do condutor (m) ⇒ n e m dependem da temperatura ⇒ condutores podem ser: ânions cátions elétrons holes Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia LÍQUIDOS condutividade iônica SÓLIDOS principais transportadores de carga são os elétrons átomo isolado cristal e- em níveis e subníveis de energia níveis de energia se superpõe BANDAS A banda de energia corresponde à um nível de energia de um átomo isolado - As bandas de energia nem sempre se sobrepõem - As bandas de energia podem comportar no máximo dois elétrons Origem das bandas de energia devido a aproximação dos átomos. 3 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia ⇒ Bandas de energia: banda de valência banda proibida Eg: energia do gap - É o espaço entre as bandas de energia - É o que distingue um semicondutor de um condutor ou isolante banda de condução ⇒ Nível de Fermi (EF): É definido como o Eelétron nível de energia abaixo do qual todos os estados de energia estão ocupados a 0K. Banda de valência EF 0,0 Probabilidade 1,0 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia Tipos característicos de estruturas de bandas de energia em sólidos Metal monovalente Metal bivalente Condutor metálico Condutor metálico Banda de condução parcialmente ocupada Superposição da banda de valência com a banda de condução vazia Isolante Semicondutor Apresentam banda proibida Eg isolante > Eg semicondutor 4 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia METAIS - elétrons não preenchem todos os estados possíveis da banda de valência e Banda de a condução ocorre na banda de valência alta condutividade elétrica bandas valência energia parcialmente preenchidas incompleta - vazios entre os estados ocupados campo elétrico acelera e- e produz corrente elétrica - passagem de e- da banda de valência para de condução é fácil - dificultar o movimento de e- significa reduzir a condutividade elétrica. Ex.: Nível de fermi - vibração térmica - solutos - defeitos cristalinos Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia SEMICONDUTORES - banda de valência preenchida e banda de condução vazia - largura da banda proibida é pequena e pode ser suplantada facilmente levando e- à banda de condução ativação térmica BANDA dopantes DE CONDUÇÃO - exemplos de largura de diamante - 6eV banda proibida: SiC - 3eV Nível de fermi GAP DE ENERGIA silício - 1,1eV germânio - 0,7ev InSb - 0,18eV BANDA estanho cinzento - 0,08eV DE VALÊNCIA 5 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia ISOLANTES BANDA DE CONDUÇÃO - polímeros - cerâmicos - banda proibida é muito larga e difícil de ser suplantada CONDUTIVIDADE ELÉTRICA MUITO BAIXA Nível de fermi GAP DE ENERGIA BANDA DE VALÊNCIA Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.2 Mecanismos de condução e bandas de energia EFEITO DA TEMPERATURA - metais: diminui a condutividade elétrica - semicondutores ↑ T aumenta a condutividade - isolantes a agitação térmica reduz o livre percurso médio dos elétrons, a mobilidade dos mesmos e como conseqüência a condutividade. O aumento da temperatura fornece energia que liberta transportadores de cargas adicionais. elétrica Efeito da condutividade elétrica em vários materiais 6 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.3 Resistividade elétrica de metais e ligas - alta condutividade elétrica promovidos acima de EF grande n° de e- livres podem ser - rede cristalina sem defeitos e vibrações (0 K) ρ é nula - resistência elétrica resulta do espalhamento de e- devido: vibrações da rede átomos de impureza defeitos cristalinos - resistividade elétrica de um material monofásico (Matthiessen) ρt vibrações térmicas ρ = ρt + ρi +ρd impurezas ρi ρd deformação Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.3 Resistividade elétrica de metais e ligas EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA NA RESISTIVIDADE DO MATERIAL Variação da resistividade elétrica com a temperatura para o Cu puro e três soluções sólidas Cu-Ni. O efeito da deformação na resistividade da liga Cu 1,2Ni também é apresentado. 7 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.3 Resistividade elétrica de metais e ligas EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA NA RESISTIVIDADE DO MATERIAL - contribuição dos átomos de soluto em solução sólida é descrita por Nordheim ρi = Aci (1-ci) A - constante ci - fração atômica de soluto Obs.:Em ligas bifásicas ρ é uma propriedade aditiva Variação da resistividade elétrica com a composição para o sistema Ag-Au, para três diferentes temperaturas. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.3 Resistividade elétrica de metais e ligas EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA DO MATERIAL NA RESISTIVIDADE ESTRUTURA PERFEITA A MOVIMENTO DOS ELÉTRONS A MAIS BAIXA TEMPERATURA ALTA TEMPERATURA MOVIMENTO DOS ELÉTRONS EM UMA ESTRUTURA COM IMPUREZAS 8 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.4 Condutividade elétrica dos materiais iônicos - resultado das contribuições eletrônica e iônica - importância de cada contribuição pureza e temperatura - modelo de bandas é válido, porém o n° de e- na banda de condução é muito baixo portanto predomina a iônica - difusão dos íons depende da presença de defeitos pontuais ↑ temperatura - condutividade elétrica de sólidos iônicos ↑ abruptamente na fusão Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.4 Condutividade elétrica dos materiais iônicos Condutividade iônica: σi σi = Ne2D/kT = (Ne2/kT) D0exp(-Q/kT) N - n°de posições iônicas de um mesmo sinal por unidade de volume e - carga do elétron D - difusividade k - constante de Boltzman T - temperatura em K Q - energia de ativação para a difusão 9 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.5 Condutividade elétrica dos materiais covalentes - estrutura em bandas de polímeros é típica dos isolantes σ - 10-10 a 10-17 Ω-1m-1 - polímeros de alta pureza a condução é eletrônica - condução iônica pode ser ativada pela presença de impurezas restos de monômeros catalisadores aumento da temperatura - aditivos condutores podem aumentar σ entre 1 e 50 Ω-1m-1 como em borrachas de silicones - exemplos de polímeros condutores: poliacetileno e polianilina Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.5 Condutividade elétrica dos materiais covalentes ⇒ GRAFITA: comportamento elétrico diferenciado - plano basal (0001) σ ≅ de condutores metálicos - na direção c ⊥ (0001) σ é 105 vezes menor - condução eletrônica origem na mobilidade eletrônica da cada anel hexagonal de átomos de C, ao longo de cada camada - introdução de átomos estranhos entre as camadas aumenta o número de transportadores de carga e a condutividade elétrica 10 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica PROPRIEDADES: Tem resistividade entre metais e isolantes 10-6-10-4 Ω.cm 1010-1020 Ω.cm - A condutividade aumenta com o aumento de temperatura (ao contrário dos metais) - A condutividade aumenta com a adição de certas dopantes (impurezas) - A condutividade diminui com a presença de imperfeições nos cristais. EXEMPLOS DE SEMICONDUTORES - silício, germânio (Grupo IV da Tabela Periódica) - GaAs, GaN, InP, InSb, etc. (Grupo III-V da Tabela Periódica) - PbS, CdTe, galena, (Grupo II-VI da Tabela Periódica) Observe: 95% dos dispositivos eletrônicos são fabricados com silício 65% dos dispositivos de semicondutores do grupo III-V são para uso militar Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica Ö Num semicondutor, os elétrons podem ser excitados para a banda de condução por energia elétrica, térmica ou óptica (fotocondução) Ö e- excitado vai para banda de condução buraco ou uma vacância na banda de valência deixa contribui para a corrente Ö Dois tipos de condução condução intrínseca condução extrínseca semicondutor intrínseco semicondutor extrínseco UTILIZAÇÃO: FABRICAÇÃO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS E OPTOELETRÔNICOS - Transistor - LEDS - Células solares - Diodos -Circuito integrado 11 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica CONDUÇÃO INTRÍNSECA (SEMICONDUTOR INTRÍNSECO) Ö Condução resultante dos movimentos eletrônicos nos materiais puros Ö Um semicondutor pode ser tipo "p" ( condução devido aos buracos) tipo "n" (condução devidos aos elétrons) Este tipo de condução se origina devido à presença de uma imperfeição eletrônica ou devido à presença de impurezas residuais intrínsecas. CONDUÇÃO INTRÍNSECA Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica CONDUÇÃO EXTRÍNSECA (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO) Ö Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante para proporcionar elétrons ou buracos extras. Ö Os semicondutores extrínsecos podem ser: Tipo p: com impurezas que proporcionam buracos extras Tipo n: com impurezas que proporcionam elétrons extras ÖOs processos utilizados para dopagem são: difusão implantação iônica Deve-se considerar: Ö Os elétrons tem maior mobilidade que os buracos Ö A presença de impurezas pode alterar o tamanho do gap de energia do semicondutor 12 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO P Ö Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante buracos extras Impurezas tipo "p" ou aceitadores Ö proporcionam buracos extra Exemplo: Dopagem do Si (valência 4) com boro (valência 3) BORO É UM DOPANTE TIPO P PARA O SILÍCIO PORQUE PROPORCIONA BURACOS EXTRA NIVEL DE FERMI Nível aceitador Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO N Ö Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante Impurezas tipo ”n" ou doadores Ö proporcionam elétrons extra Exemplo: Dopagem do Si (valência 4) com fósforo (valência 5) FÓSFORO É UM DOPANTE TIPO N PARA O SILÍCIO PORQUE PROPORCIONA ELÉTRONS EXTRA NIVEL DE FERMI Elétrons doadores 13 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica CONDUÇÃO EXTRÍNSECA (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO) Ö Exemplos de materiais cerâmicos semicondutoresextrínsecos tipo n, p e anfóteros. Tipo n TiO2 Nb2O5 CdS Cs2Se V2O5 MnO2 BaO U3O8 CdO CdS e SnO2 ZnO Ag2S Cs2S WO3 Ta2O5 BaTiO 3 Hg2S PbCr O Fe43O4 ZnF2 Mo O2 Hg2 O Tipo p Ag2O CoO Bi2Te3 SnO Cu2 O Cu2S SnS Cr2O3 Sb2S3 Te MnO NiO Pr2O CuI Se 3 Anfótero Al2O3 SiC Mn3O PbS PbT e UO2 Ge PbSe IrO2 Sn 4 Co3O Si Ti2S 4 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.6 Semicondutores – Condutividade eletrônica APLICAÇÃO Ö Dispositivos eletrônicos como transistores, circuitos integrados, chips, usam a combinação de semicondutores extrínsecos tipo “p” e tipo “n” Ö DIODO Î é um dispositivo que permite a corrente fluir em um sentido e não em outro. É construído juntando um semicondutor tipo “n” e tipo “p”. JUNÇÃO P-N - Quando uma voltagem é aplicada como no esquema (b), os dois tipos de cargas se moverão em direção à junção onde se recombinarão. A corrente elétrica irá fluir. - No esquema (c), a voltagem causará o movimento de cargas para longe da junção. A corrente não irá fluir no dispositivo. 14 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.7 Supercondutividade elétrica - ocorre quando a resistividade do material for nula - temperatura crítica (Tc) resistividade torna-se bruscamente nula - até 1986 melhores supercondutores Tc < 23 K material deveria ser resfriado em hélio líquido para tornar-se supercondutor - mais tarde: supercondutores cerâmicos com Tc mais altas: Y1Ba2Cu3O7-x Tc ≅ 100K nitrogênio líquido é suficiente para resfriar - supercondutividade desaparece: acima da Tc campo magnético corrente elétrica PARÂMETROS QUE DEFINEM UM SUPERCONDUTOR Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.8 Comportamento dielétrico - MATERIAL DIELÉTRICO: material isolante - RIGIDEZ DIELÉTRICA: tensão máxima que o material pode suportar antes de perder as características de ser isolante para vidros, polímeros e cerâmicos ≅ 10 a 40 V/mm Propriedades Básicas dos Materiais Dielétricos Constante dielétrica: Capacitor ⇒ constituído de duas placas metálicas paralelas separadas por uma distância "d" e de área "A". capacitância⇒ ⇒ medida da habilidade de armazenar uma carga elétrica. ⇒ adição de um dielétrico aumenta a capacitância por um fator κ, proporcionalmente. C=kεA d κ: constante dielétrica e: permeabilidade do meio 15 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.8 Comportamento dielétrico FERROELÉTRICOS - não têm um centro de simetria ⇒ formam um momento dipolar - polarização permanente ⇒ propriedades PIEZOÉLETRICAS Estrutura do BaTiO3. (a) Acima de 120ºC é cúbica. (b) Abaixo de 120ºC é levemente tetragonal, apresentando um momento dipolar elétrico. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS 5.3.8 Comportamento dielétrico PIEZOELÉTRICOS - materiais dielétricos onde a polarização pode ser induzida pela aplicação de forças (b) (a) (c) Esquema dos dipolos elétricos em um material piezoelétrico. (a) Material em condições normais. (b) Tensão compressiva causa uma ddp. (c) A aplicação de uma voltagem causa uma diferença dimensional. 16 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.1 INTRODUÇ INTRODUÇÃO 5.4.2 CONCEITOS BÁ BÁSICOS 5.4.3 COMPORTAMENTO MAGNÉ MAGNÉTICO DOS MATERIAIS 5.4.4 DIAMAGNETISMO 5.4.5 PARAMAGNETISMO 5.4.6 FERROMAGNETISMO 5.4.7 FERRIMAGNETISMO 5.4.8 ANTIFERROMAGNETISMO 5.4.9 MATERIAIS MAGNÉ MAGNÉTICOS MOLES E DUROS Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.1 Introdução ⇒ Materiais magnéticos apresentam grande uso no cotidiano: - fita K 7 (fita magnética) - cartão magnético - componentes de computadores - geradores e transformadores de eletricidade - motores elétricos ⇒ Vantagem deste tipo de material: armazenam muita informação em pouco espaço ⇒ Propriedades magnéticas estão relacionadas com a mobilidade dos elétrons, por isso propriedades elétricas e magnéticas são relacionadas. ⇒ Fe, alguns aços, magnetita (Fe3O4) materiais magnéticos ⇒ Propriedades magnéticas são determinadas pela estrutura: eletrônica cristalina microestrutura ⇒ Átomos podem ou não apresentar momento magnético ⇒ Materiais diferem em resposta a um campo elétrico e a um campo magnético 17 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.1 Introdução - Relações entre o campo magnético aplicado (H) e a intensidade do campo magnético induzido (B) Em (a) H é gerado pela passagem de uma corrente i por uma espira cilíndrica de comprimento l e contendo N voltas, B é medido em termos de fluxo magnético no vácuo B0 (Wb/m2) B0 = μ0 H μ0 - permeabilidade magnética no vácuo (4π 10-7 H/m) B - dado em Tesla (T) Em (b) a densidade de fluxo magnético b dentro do sólido é: B=μH Permeabilidade Magnética (μ) - é a intensidade de magnetização - varia em função da intensidade do campo - é característica do material μ= tg θ B/H Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.1 Introdução - As propriedades magnéticas de um material podem ser medidas por diferentes parâmetros Ex.: permeabilidade magnética relativa μ e μr medem a facilidade com que um campo magnético B pode ser introduzido μr = μ em um material sob a ação de um campo μ0 externo H Ex.: suscetibilidade magnética relativa (χm) χm = μr - 1 - Permeabilidade magnética relativa (μr) de alguns materiais Fe “puro” (0,1% impurezas) Aço silício (4,25% Si) Aço silício (3,25% Si) com grão orientados (textura) “Supermalloy” (79%Ni; 16%Fe; 5%Mo) Ferrita cerâmica (Mn, Zn)Fe2O4 Ferrita cerâmica (Ni, Zn)Fe2O4 0,5 . 103 1,5 . 103 2,0 . 103 1,0 . 104 1,5 . 103 0,3 . 103 18 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.1 Introdução - Materiais tendem a diferir sua resposta quando em presença de um campo magnético - Efeitos magnéticos são originados em correntes elétricas associadas a elétrons em órbitas atômicas ou a spins de elétrons - Classificação de materiais quanto ao comportamento magnético: Diamagnéticos Paramagnéticos Ferromagnéticos Ferrimagnéticos Antiferromagnético Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.2 Diamagnetismo -Comportamento diamagnético ocorre quando o átomo (sem um momento magnético) aceita um alinhamento no campo magnético, sendo a magnitude muito pequena ede direção oposta ao do campo aplicado Configuração de dipolos de um material diamagnéticos. (a) na ausência de um campo externo. (b) na presença de um campo externo. -Forma muito fraca de magnetismo: persiste enquanto um campo magnético externo for aplicado: ausência de campo externo momento magnético nulo -Todos materiais são diamagnéticos muito fracos: observa-se quando não há outro tipo de magnetismo. -Susceptibilidade de materiais diamagnéticos(χm): -10-6 a -10-5 (não varia com a T) Al2O3 Cobre Ouro Silício NaCl -1,81 10-5 -0,96 10-5 -3,44 10-5 -0,41 10-5 -1,41 10-5 - Susceptibilidade magnética (χm) de diamagnéticos é negativa - Diamagnéticos não apresentam Tc - Supercondutores tem comportamento diamagnético 19 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS Representação esquemática dos momentos magnéticos de um material paramagnético. 5.4.3 Paramagnetismo - Átomos individuais possuem momentos magnéticos: orientações ao acaso magnetização nula para um grupo de átomos Configuração de dipolos em um material paramagnético: a) na ausência de campo externo; b) com campo externo aplicado Dipolos podem ser alinhados na direção do campo aplicado - Paramagnetismo: forma muito fraca de magnetismo sem aplicação prática - Paramagnetismo é observado: metais (ex.: Cr, Mn), gases diatômicos (O2 e NO), íons de metais de transição, terras raras, seus sais e óxidos. Alumínio 2,07 10-5 Cromo 3,13 10-4 - Susceptibilidade magnética: 10-5 a 10-3 Cloreto de cromo 1,51 10-3 (positiva e diminui com a temperatura) Sulfato de Mn 3,70 10-3 - Paramagnéticos não apresentam Tc -4 χm = K T K= constante T = temperatura Molibdênio Sódio Titânio Zircônio 1,19 10 8,48 10-6 1,81 10-4 1,09 10-4 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.6 Ferromagnetismo - Materiais metálicos com momento magnético na ausência de campo externo - Exemplos: Feα(CCC), cobalto, níquel, gadolíneo, ligas de manganês como MnBi e Cu2MnAl - Susceptibilidade magnética (χm) alta de ≅ 106 - Temperatura crítica temperatura de currie (θc), acima desta perdem o ferromagnetismo e tornam-se paramagnéticos - θc varia conforme o material: Fe (770°C), Ni (358°C), Co (1130°C), Gd (20°C), SmCo5 (720°C) e Nd2Fe14B (312°C). - Susceptibilidade magnética (χm) diminui com o aumento da temperatura χm = C T- θ C = constante T = temperatura θ aproximadamente igual a θc (a) Configuração de dipolos de um material ferromagnéticos na ausência de um campo externo. (b) Configuração de dipolos no ferro α. 20 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.7 Ferrimagnetismo Ex: Fe, Ni, Mn, Co, Cu, e Mg NiFe2O4, (Mn, Mg)Fe2O4 Ferrimagnetismo ocorre em alguns materiais cerâmicos que apresentam forte magnetização permanente ferritas (fórmula geral: MFe2O4, e M é um elemento metálico) MAGNETITA cátion Fe++ interstícios octaédricos • Protótipo das ferritas: Fe3O4 = Fe++O- -(Fe+++)2(O- -)3 cátion Fe+++ interstícios tetraédricos ânion O- magneticamente neutro - Momentos magnéticos dos 2 Configuração tipos de íons não se dos momentos cancelam totalmente e magnéticos na o material apresenta ferrita magnetismo permanente - Temperatura crítica - Susceptibilidade magnética (χm) diminui com o aumento da temperatura (T) K = constante T = temperatura θ é diferente de θc χm ≈ K T± θ Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.8 Antiferromagnetismo - Protótipo deste caso é o MnO material cerâmico, com caráter iônico e estrutura cristalina CFC tipo NaCl - momento magnético O- - é zero - momento magnético M++ é permanente num arranjo que forma momentos opostos ou antiparalelo Diagrama esquemático mostrando a configuração de momentos magnéticos no MnO - O material como todo não apresenta momento magnético - Alguns compostos de metais de transição apresentam este comportamento: MnO, CoO, NiO, Cr2O3, MnS, MnSe e CuCl2 - Temperatura crítica temperatura de Néel (θn) - Susceptibilidade magnética (χm) da ordem dos materiais paramagnéticos e diminui com o aumento da temperatura (T) χm ≈ C T± θ C = constante T = temperatura θ é diferente de θn 21 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.9 Comparação (metais) (cerâmicos) (cerâmicos) (cerâmicos) (metais) a b c Dependência da temperatura na susceptibilidade magnética (a) paramagnético, (b) ferromagnético (mostrando a transição para paramagnético), (c) antiferromagnético (mostrando a transição para paramagnético). Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros CURVA DE MAGNETIZAÇÃO OU DE HISTERESE • Indução residual (Br) - é a indução magnética que se conserva no corpo magnetizado, depois de anulada a intensidade do campo. (Gauss) • Força coercitiva (Hc)- é a intensidade de campo que tem de ser aplicado para desmagnetizar. (Oersted) • Material com elevado Hc: consome energia para alinhar os domínios magnéticos, de uma direção para outra. A quantidade de energia necessária para magnetizar é proporcional a área do ciclo de histerese. 22 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros CURVA HISTERÉTICA PARA LIGAS MAGÉTICAS DURAS E MACIAS - Ligas magnéticas macias significa que é fácil de ser magnetizado e desmagnetizado MAGNÉTICOS DUROS MAGNÉTICOS MACIOS - Ligas magnéticas duras significa que ele permanece magnético ou é um magneto permanente Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros MATERIAL MAGNETO MOLE: Apresentam Hc de baixo valor e pequenas perdas de histerese e baixo Br. A área do ciclo de histerese e a perda de energia por ciclo são pequenas. Opera na presença de um campo magnético. - São ligas organizadas. Geralmente metais puros com boa qualidade estrutural. - São empregadas como ligas a serem submetidas à magnetização alternada (núcleos de transformadores) Ex.: geradores, motores elétricos e transformadores (para estas aplicações é necessário materiais magnéticos moles, de baixa remanência, como: Fe puro, aço ao silício, supermalloy e ferritas cúbicas do tipo espinélio). EFEITO DA TEMPERATURA: As características de um ferromagnético (material magnético mole) variam com a T ↑T ↑energia térmica ↑ mobilidade das paredes de Bloch dos domínios magnéticos Paredes de Bloch: fronteira entre domínios vizinhos, região de transição, espessura ≅ 100 nm, onde a direção de magnetização muda gradualmente, é um defeito bidimensional MAGNETIZAÇÃO E DESMAGNETIZAÇÃO: São facilitadas: T > θC comportamento ferromagnético desaparece Efeitos da T (a) ciclo de histerese, (b) magnetização de saturação. 23 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros MATERIAL MAGNETO MOLE: Apresentam Hc de baixo valor e pequenas perdas de histerese e baixo Br. A área do ciclo de histerese e a perda de energia por ciclo são pequenas. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros MATERIAL MAGNETO MOLE: 24 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros MATERIAL MAGNETO DURO: é magnetizado durante a fabricação e deve reter o magnetismo após a retirada do campo magnético. → Se caracterizam pelo grande valor de Hc e alto Br → Importante: resistência a desmagnetização (área BH é maximizada) → Apresenta um ciclo de histerese grande. → São ligas endurecidas com estruturas desequilibradas, dispersas → São utilizadas na fabricação de imãs permanentes → Aplicações: refrigeradores e fones de ouvido, utilizando- se: ferritas cerâmicas, SmCo5, Sm2Co17 e NdFeB → Magnetos duros são constituídos de ferromagnéticos, e algumas ferritas hexagonais Aumento da eficiência (energia magnética máxima) dos magnetos permanentes no século XX. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros MATERIAL MAGNETO DURO: é magnetizado durante a fabricação e deve reter o magnetismo após a retirada do campo magnético. 25 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros MATERIAL MAGNETO DURO: é magnetizado durante a fabricação e deve reter o magnetismo após a retirada do campo magnético. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros EFEITO DOS ELEMENTOS LIGA → Aumentam a força coercitiva ou “dureza” magnética → Diminuem o tamanho de grão → A formação de uma segunda fase, pela adição de elementos de liga (acima do limite de solubilidade),contribui para o aumento do Hc. Quanto mais elevada a dispersão da segunda fase maior o Hc. → O endurecimento causado pela transformações de fase ou pela diminuição do tamanho de grão aumentam o Hc, porque evitam a redistribuição ao acaso dos domínios magnéticos. 26 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 5-4 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 5.4.10 Magnéticos moles e duros EFEITO DOS ELEMENTOS LIGA Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS Capítulo 6 Degradação dos Materiais 27 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6-1 Introdução 6-2 Corrosão 6-3 Radiação 6-4 Desgaste Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.1 INTRODUÇÃO ⇒ Categorias dos materiais metal, cerâmico e polímero aplicação devido ao tipo de propriedades definidas na estrutura ⇒ Uso degradação ou colapso dos materiais selecionar o melhor material para determinada aplicação, que suporte maiores esforços mecânicos e interação com o meio 28 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.1 INTRODUÇÃO ⇒ Ação do meio sobre o material: CORROSÃO RADIAÇÃO DESGASTE (físico) Isto ocorre porque nenhum material é totalmente inerte a qualquer ambiente. Conseqüência: degradação do material ⇒ A degradação pode ser classificada em quatro mecanismos: 1. Químico 2. Eletroquímico 3. Radiação induzida 4. Desgaste Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque químico da atmosfera ⇒ Oxidação reação química direta entre metal e oxigênio da atmosfera (também Ni, S, etc.): pode limitar a aplicação ⇒ Óxido sobre o metal: 1. protege ou 2. facilita a oxidação contínua ⇒ Estabilidade: óxidos metálicos têm maior estabilidade (maior energia de ligação ⇒ ponto de fusão mais elevado) em relação ao metal puro Exemplo: PF do Al 660°C PF do Al2O3 2054°C 29 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera ⇒ Existem 4 mecanismos possíveis na oxidação de metais: 1. Formação de um óxido poroso, não protetor; 2. Filme não poroso: o cátion difunde-se pelo filme e reagem com o oxigênio na interface óxidomeio; 3. Filme não poroso: íons O-2 reage na interface metal-óxido; 4. Filme não poroso onde cátions e ânions se difundem simultaneamente, quase a mesma taxa, e reagindo dentro da camada Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera TAXA DE OXIDAÇÃO 1. Filme não protetor: filme de óxido poroso através do qual o O2 pode passar continuamente e reagir na interface metal-óxido: crescimento do filme à taxa constate dy = C1 dt y = C1t + C2 onde: C2 = y para t = 0 CRESCIMENTO LINEAR DA TAXA 30 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera 2--4. Um filme não poroso através do qual os íons se difundem de forma a reagir com o oxigênio na face externa (óxido-meio) ou no interior ou na interface óxido-metal: razão de crescimento da camada diminui com o crescimento da espessura do filme óxido LEI DE FICK dy = C3 1 dt y y2 = C4t + C5 onde: C5 = y2 para t = 0 TAXA DE CRESCIMENTO PARABÓLICA, COM CAMADA DENSA E UNIFORME Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera Comparação entre o crescimento linear e o parabólico 31 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera Interação entre os tipos de mecanismos por exemplo lei de crescimento cúbica Mecanismos de adição iônica e difusão Exemplo: oxidação da camada de zircônio y3 = C6t + C7 onde: C7 = y3 para t = 0 TAXA DE CRESCIMENTO CÚBICA Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera Como saber se um metal forma uma camada protetora de óxido? LEI DE PILLINGPILLING-BEDWORTH descreve a tendência de um metal formar ou não uma camada protetora onde: M = massa do óxido D = densidade do óxido R= M.d m = massa do metal a.m.D d = densidade do metal a = n° de átomos do metal 32 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera LEI DE PILLINGPILLING-BEDWORTH R= M.d a.m.D R < 1 ⇒ o volume de óxido tende a ser insuficiente para cobrir o substrato metálico, tendendo a formar um substrato poroso e não protetor R > 2 ⇒ espalhamento do óxido deixando a superfície porosa, formando uma camada não protetora 1 > R < 2 ⇒ pode ser criada uma camada protetora Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.1 Oxidação - Ataque Direto da Atmosfera LEI DE PILLINGPILLING-BEDWORTH Óxidos protetores Óxidos não-protetores Be - 1,59 Cu - 1,68 Al - 1,28 Si - 2,27 Cr - 1,99 Mn - 1,79 Fe - 1,77 Co - 1,99 Ni - 1,52 Pd - 1,60 Pb - 1,40 Ce - 1,16 Li 0,57 Na - 0,57 K - 0,45 Ag - 1,59 Cd - 1,21 Ti - 1,95 Mo - 3,40 Hf - 2,61 Sb - 2,35 W - 3,40 Ta - 2,33 U - 3,05 Razão de Pilling-Bedworth para vários metais 33 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.2 Corrosão aquosa - Ataque eletroquímico Força motriz concentração de íons na solução Reação anódica Fe° → Fe2+ + 2eReação catódica Fe2+ + 2e- → Fe° Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.3 Corrosão galvânica de dois metais Força motriz diferente tendência que estes metais têm de se ionizar Quanto menor o potencial de redução mais ativo é o metal, e mais anódico sujeito à corrosão 34 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.3 Corrosão galvânica de dois metais Equilíbrio Metal - metal Menos ativo mais nobre mais catódico Mais ativo menos nobre mais anódico Au - Au3+ Pt - Pt2+ Pd - Pd2+ Ag - Ag+ H2 - H+ Al - Al3+ Mg - Mg2+ Na - Na+ K - K+ Potencial de eletrodo vs eletrodo de H a 25°C (V) +1.498 +1.2 +0.987 +0.799 0.000 -1.662 -2.363 -2.174 -2.925 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.3 Corrosão galvânica de dois metais Pode ocorrer em meio aquoso diferenciado, por exemplo água do mar, e além disso, entre ligas metálicas diferentes. Série galvânica da água do mar Platina Nobre ou Grafite catódico Prata Inconel(passivo) (80 Ni, 13 Cr, 7 Fe) Níquel (passivo) Estanho Ativo ou Chumbo anódico Solda chumbo estanho Ligas de magnésio 35 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.3 Corrosão galvânica de dois metais Parafuso de aço em uma placa de latão criando uma célula galvânica Célula galvânica pode ser produzida em escala microscópica Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.3 Corrosão galvânica de dois metais Célula galvânica microestrutura Ambiente neutro Em ambientes ácidos a corrosão ocorre mesmo na ausência de oxigênio 36 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.4 Corrosão por redução gasosa • Duas moléculas de água são consumidas por 4 e- no circuito externo para reduzir a molécula de oxigênio para 4 íons OH. • Fe do cátodo é fonte de elétrons Reação anódica O2 + 2H2O +4e- → 4 OH- Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.4 Corrosão por redução gasosa Vários exemplos práticos de corrosão devido a concentração de oxigênio na célula 37 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.5 Efeito da tensão mecânica sobre a corrosão Regiões de alta tensão são anódicas em relação a regiões de baixa tensão Logo, um estado de mais alta energia de um metal tensionado em relação ao de menor energia induz a uma barreira de ionização Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.5 Efeito da tensão mecânica sobre a corrosão Exemplo: prego dobrado, ou devido a própria fabricação de um prego, observa-se zonas tensionadas, sujeitas à corrosão Em uma microestrutura os contornos de grão são regiões de mais alta energia, logo são mais susceptíveis para acelerar o ataque à corrosão e desenvolvê-la 38 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.6 Prevenção contra à corrosão 1. Selecionar os materiais de acordo com sua aplicação p. ex.: para não formar um par galvânico 2. O projeto deve ser executado de forma que não ocorram regiões tensionadas, mais propícias à corrrosão 3. Utilizar revestimentos protetores, modificando a superfície do material. Os revestimentos podem ser: - metálicos: ex. cromagem, zincagem, aço estanhado - cerâmicos: ex. esmaltação, aspersão térmica - polímeros: ex. pintura com base polimérica 4. Pode-se ainda utilizar como método de prevenção à corrosão: - ânodo de sacrifício - corrente imposta - aço inox com cromo Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.6 Prevenção contra à corrosão Exemplos de utilização de revestimentos protetores (a) aço galvanizado consiste de um revestimento de zinco sobre o substrato de aço (b) contraste: um revestimento mais nobre como placas de estanho é protegida pelo aço. 39 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.6 Prevenção contra à corrosão Exemplos de utilização de revestimentos protetores ÂNODO DE SACRIFÍCIO Exemplo: em navios, onde placas de Zn ou Mg oxidam e protegem o metal Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.6 Prevenção contra à corrosão Exemplos de utilização de revestimentos protetores CORRENTE IMPOSTA Para não haver migração de elétrons no sentido normal da reação 40 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.7 Degradação química de Cerâmicos e Polímeros CERÂMICOS - não tem e- livres ⇒ difícil par galvânico - são mais estáveis no meio - susceptível à corrosão devido a H2O na fadiga estática - corrosão à quente em cerâmicos ⇒ termocorrosão (materiais refratários) Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.2 CORROSÃO E OXIDAÇÃO 6.2.7 Degradação química de Cerâmicos e Polímeros POLÍMEROS Degradam em presença de O2 e com ultravioleta enfraquecimento e quebra das grandes cadeias (moléculas) Exemplo: borracha não vulcanizada (corrosão por solventes orgânicos) 41 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.3 RADIAÇÃO Danos em função da energia envolvida na onda eletromagnética onde: E=h.ν E = energia h = constante de Planck (0,6626 10-33 J/s) ν = freqüência ν=c/λ Tipos de radiação - eletromagnética - ultravioleta - raios X - raios γ - por partículas α e β - neutrons Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.3 RADIAÇÃO Radiação por neutrons podem provocar vacâncias ou outros defeitos 42 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE Segundo os fenômenos de desgaste do material, pode-se classificá-lo como: ADESIVO ABRASIVO EROSÃO CAVITAÇÃO Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE Desgaste não depende somente da partícula que está desgastando mas também da superfície desgastada e do meio SISTEMA TRIBOLÓGICO 43 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE ADESIVO Duas superfícies de contato deslizando uma sobre a outra, resultando no arrancamento de partículas V=kPx 3H V = volume de material desgastado k = coeficiente de atrito entre superfícies x = distância de deslocamento relativo P = carga H = dureza da superfície atacada Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE ABRASIVO Superfície dura sobre uma mais mole, ocorrendo a perda de material desta segunda superfície. Ex.: Usinagem Desgaste abrasivo entre dois materiais com diferentes graus de dureza. Material superior está desgastando o inferior. Desgaste abrasivo entre dois materiais com diferentes graus de dureza. Material superior está desgastando o inferior, formando sulcos. Desgaste abrasivo como um desbaste Desgaste abrasivo como um polimento 44 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE EROSÃO Jato de partículas sobre uma superfície Ex.: jato de areia Partículas retiradas por desgaste Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE CAVITAÇÃO Colapso de bolhas causa desgaste e a superfície fica com aspecto polida, porém côncava 45 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE 1 2 5 3 4 1 da fase intergranular 1-fadiga 2-microtrincas no contorno de grão 3-indução de microtrincas no grão 4-desprendimento do grão 5-desprendimento de fragmentos do grão Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE resistência ao desgaste alumina fe fu b aço baixa liga fe fu nodular basalto polímero aço fe fu cinz dureza 46 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE perda de espessura desgaste em relação ao aço St37 1,0 aço hadfield 0,5 borracha cerâmica o,o 20 40 60 ângulo de impacto 80 100 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE Variação da erosão com o ângulo de impacto para o alumínio e a alumina erodidos por partículas de carbeto de silício, demonstrando o comportamento característico de materiais dúcteis e frágeis. 47 Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 6. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS EM USO 6.4 DESGASTE CAVITAÇÃO Colapso de bolhas causa desgaste e a superfície fica com aspecto polida, porém côncava 48