23/11/2012 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CAMPUS DE JABOTICABAL Introdução Criação animal no Brasil => exploração pastagens como fonte principal na alimentação de Formação de Pastagens Prof. Dra. Ana Cláudia Ruggieri Jaboticabal – Agosto de 2011 Preparo do solo Tipos de pastagens Pastagem nativa Avaliação da fertilidade do solo Finalidade: Grau de suficiência ou de deficiência de nutrientes no solo Condições adversas Acidez ou salinidade Pastagens artificiais ou cultivadas Permanentes Temporárias Amostragem de solo Dividir a propriedade em áreas uniformes Máximo 20 ha (± 8 alqueires) Pastagem natural Fonte: Beefpoint Divisão da propriedade em áreas uniformes Os critérios: Topografia ou declividade Drenagem Cobertura vegetal ou cultura Cor do solo Tipo do solo ou textura e de adubação Produção em anos anteriores Sintomas em plantas na última cultura Procedimento da amostragem Caminhamento em zigue-zague Mínimo 20 locais diferentes Amostra composta Caixinha ou saquinho de plástico identificado 1 23/11/2012 Retirada de uma amostra simples Utensílios para amostragem A- Trado de Rosca, B-Trado Holandês, C- Enxadão e D- Pá Profundidade: 0 - 20 cm Balde de plástico (10 a 20 litros) Época e freqüência da amostragem: Qualquer época do ano Dois a três anos Caixinha de papelão ou saquinhos de plástico especiais para envio da amostra composta ao laboratório Correção da acidez do solo Aplicação: Dois a três meses antes do plantio No início das chuvas Incorporação 20 a 30 cm aração uma gradagem de nivelamento (antes do plantio) Tipo de Corretivo Calcário Cal virgem agrícola Cal hidratada agrícola ou cal extinta Calcário calcinado Escória básica de siderurgia Carbonato de cálcio PRNT Adubação de correção Macronutrientes Cálcio e magnésio: Formas disponíveis em pH acima de cinco Correção da acidez fornece, normalmente, as quantidades exigidas Enxofre: Normalmente o uso de superfosfatos e sulfatos podem ser o suficiente para pastagem O gesso Eliminar o Al+3 trocável Fornece Cálcio Fornece quantidade apreciável de S ao solo Adubação de correção Macronutrientes Fósforo: Em função da exigência da planta A aplicação de correção + formação são feitas simultaneamente, na implantação da pastagem, somando os requerimentos Aplicação próxima à semente Potássio: Em cobertura Forrageira: cobrir 60 a 70% do solo Soma-se os requerimentos da correção e de formação Nitrogênio: Aplicado parceladamente e anualmente Sempre aplicar a lanço e em cobertura Preferência: sulfato de amônio, para evitar perdas de nitrogênio Uréia: em condições de umidade no solo, sem sol pleno, e dias não muito quentes Adubação de correção Micronutrientes Leguminosas Forrageiras mais produtivas recomenda-se: 80Kg/ha de FTE – BR.12 (9% -Zn, 1,8% - B, 0,8% - Cu, 3% - Fe, 2% - Mn, 0,1% - Mo, 0% - Cu) Aplicação: à época da correção do solo Muito pouco se sabe sobre as exigências das plantas nestes elementos. 2 23/11/2012 Adubação de manutenção Limpeza da área Anual, devido ao ciclo vegetativo das espécies forrageiras Áreas de agricultura ou pastagem roçada geral e/ou aplicação de herbicida para posterior semeadura Análise de solo de amostras coletadas nos 10 cm superficiais Pastagens já formadas Fósforo: fosfatos naturais reativos e em cobertura Nitrogênio: de 60 a 240 Kg de N por ano, independente da análise do solo. Economicidade Áreas com vegetação natural Correntão: para áreas maiores e planas e com vegetação composta de arvoretas pouco densas Lâminas frontais: áreas com vegetação mais densa Limpeza manual: recomendado para áreas pequenas e/ou locais de difícil mecanização Queima: menos recomendável Uso de correntão Uso de Lâminas frontais A escolha da espécie forrageira Escolha da espécie forrageira Critérios: Alguns detalhes... Assistência técnica Levantamento de um histórico detalhado da região: índice pluvial médio anual e mensal temperatura média anual e mensal fotoperíodo ocorrência de geadas ocorrência de pragas importantes Levantamento da área em que será implantada a pastagem: profundidade fertilidade estrutura textura do solo topografia susceptibilidade à erosão culturas de cobertura anteriores possibilidade e duração de encharcamento Topografia topografia mais acidentada Preferência para espécies estoloníferas: B. decumbens cv. Basilisk; B. humidicola cv. Humidicola; B. humidicola cv. Llanero (Dictyoneura) Textura do solo solos arenosos ou de textura mista: todas as espécies podem ser utilizadas Para solos com textura mais argilosa, espécies com sistema radicular mais vigorosos: B. brizantha cv. Marandú; B. brizantha cv. Xaraés (MG-5); Panicum maximum cv. Mombaça 3 23/11/2012 Escolha da espécie forrageira Alguns detalhes... Fertilidade do solo Baixa Exigência Média Exigência Alta Exigência Tabela 1. Exigências de adaptação e tolerância das plantas forrageiras a alguns componentes ambientais abióticos Drenagem do solo Deficiência de drenagem: espécies tolerantes ao encharcamento, como B. humidicola cv. Humidicola Drenagem lenta: a B brizantha cv. BRS Piatã e Xaraés podem ser empregadas Semeadura A escolha da espécie forrageira Os tipos de semeadura mais empregados são: Critérios: Tipo de manejo que será adotado utilização ou não de fertilizantes na formação e manutenção Forma de estabelecimento Sistema de pastejo – lotação rotacionada ou lotação contínua Espécie e raça animal Expectativa de produção Semeadura Manual áreas com alto declive e de difícil acesso para máquinas A lanço Com matraca Semeadura Mecanizada A lanço mesmo equipamento para distribuição de calcário Em sulcos distribui e cobre as sementes em uma só operação Plantio de mudas Semeadura Aérea Semeadura manual Semeadura mecanizada Lanço Matraca Sulcos de plantio Lanço 4 23/11/2012 Incorporação Profundidade de incorporação das sementes por espécie (cm) Semeadura aérea Incorporação Implementos para a incorporação das sementes, quando a semeadura for feita a lanço: Grade niveladora fechada logo após a semeadura germinação e emergência das plântulas. Rolo compactador sempre ser empregado em solos arenosos Uso de rolo compactador Grade niveladora Valor cultural (VC) Exprimi a qualidade físico-fisiológica das sementes de gramíneas forrageiras Esse valor representa a proporção de sementes puras que são viáveis em um lote ou amostra O preço das sementes é geralmente baseado no valor cultural Esse índice também é utilizado para regular a taxa de semeadura O VC é expresso em porcentagem e é obtido pela seguinte fórmula: % VC = (% pureza x % germinação ou % sementes viáveis) 100 5 23/11/2012 Controle de plantas invasoras Taxa de semeadura A partir de duas semanas da semeadura: processo de competição e redução da produção da forrageira É a quantidade mínima em quilogramas do lote de sementes disponível a ser plantado por hectare O controle duas semanas da semeadura a área livre de invasoras até 45 dias do crescimento A taxa de semeadura recomendada para cada espécie deve ser respeitada. Tipos de controle: A recomendação pode ser calculada pela seguinte fórmula: Q = SPV x 100 VC onde: Q = quantidade de sementes comerciais (kg) a serem semeadas. SPV = Sementes puras viáveis (kg/ha). VC = Valor cultural Limpeza cuidadosa dos tratores e dos implementos Fermentação de esterco e de materiais orgânicos Uso de sementes de espécies de plantas forrageiras não contaminadas Isolamento de áreas e quarentena de animais oriundos de zonas infestadas Evitar a introdução de plantas ornamentais que podem mais tarde migrar para a área de pastagem Adubação Controle de plantas invasoras Controle preventivo Controle de plantas invasoras Controle cultural Controle mecânico Deve ser adotado com freqüência e empregado desde o momento de implantação da pastagem Evitar que as plantas invasoras entrem em fase de reprodução A intervenção deve ser sempre antes que as plantas invasoras atinjam a fase reprodutiva Esse método pode ser realizado: Roçagem manual Arranquio Roçagem mecanizada Gradagem e aração Conjunto de procedimentos que direta ou indiretamente contribuem para aumentar a competitividade da planta forrageira e reduzir a das plantas invasoras Alguns deles: A adubação correta de pastagem NPK Utilização de espécies de plantas forrageiras bem adaptadas ao ambiente Tipo de manejo empregado pelos produtores. Espécies agressividade forrageiras com maior Controle de plantas invasoras Controle químico Tipos de preparo do solo Consiste no uso de produtos químicos: herbicidas A escolha da forma de preparo do solo para Inibem o crescimento normal ou matam as plantas sem interesse agronômico semeadura ou plantio depende de vários fatores: Vantagens: Alto rendimento na aplicação Eficiência elevada e uniforme Controle das plantas indesejáveis sem comprometer as plantas de pastagens Efeito rápido Redução do potencial do banco de sementes Viabilidade econômica O nível tecnológico adotado na propriedade Participação em associações e cooperativas Desvantagens: Risco aos recursos naturais, vida silvestre e humana Contaminação dos alimentos dos humanos e dos animais Cuidados específicos durante sua aplicação Cuidados especiais no armazenamento das embalagens 6 23/11/2012 Sistema convencional Preparo convencional Limpeza da área Em áreas de vegetação de porte baixo com pequeno grau de declividade: primeira medida é usar uma grade pesada. Esta fará a incorporação da: Matéria orgânica Sementes de ervas daninhas Descompactação deste solo Se necessário Aração com arado tipo aiveca Arar Após a aração promover uma gradagem de nivelamento: antes do plantio Esta operação deverá ser realizada durante o período seco, se possível Solos arenosos: compactação do solo com rolo compactador, após o seu preparo, antes e após o plantio da forrageira. principalmente, das gramíneas Preparo convencional Gradear Cultivo mínimo O cultivo mínimo: forma não convencional de preparo do solo para receber mudas ou sementes de uma determinada cultura Consiste do preparo do solo e plantio ao mesmo tempo, em um menor número de operações possível Apenas as linhas em que haverá o plantio terão o solo revolvido Há o revolvimento mínimo do solo Benefícios: Menor revolvimento do solo Conserva a estrutura a estrutura do solo Mantém o solo coberto pelos resíduos da cultura Economia de combustível. Diminui a ação de processos erosivos Cultivo mínimo Sistema plantio direto (SPD) Plantio direto: processo de semeadura em solo não revolvido, no qual a semente é colocada em sulcos ou covas, com largura e profundidade suficientes para a adequada cobertura e contato das sementes com a terra Técnica de cultivo conservacionista Considera-se uma técnica de cultivo mínimo Objetivo: manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais Essa cobertura tem por finalidade: Proteger o solo do impacto das gotas de chuva Escoamento superficial Erosões hídrica e eólica O preparo do solo limita-se ao sulco de semeadura, procedendo-se a semeadura, a adubação e, eventualmente, a aplicação de herbicidas em uma única operação 7 23/11/2012 Sistema plantio direto (SPD) Sistema plantio direto (SPD) Fundamentos Eliminação/redução das operações de preparo do solo Uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas Formação e manutenção da cobertura morta Rotação de culturas Uso de semeadoras específicas Sistema plantio direto (SPD) Sistema plantio direto (SPD) Principais métodos de estabelecimento de pastagens e implicações de manejo 8 23/11/2012 Renovação, recuperação e reforma de pastagens degradadas Pastejo inicial O pastejo inicial: estimula o crescimento lateral e perfilhamento Deve ser realizada quando as plantas apresentarem um desenvolvimento compatível com o porte da espécie Alta lotação Curta duração Atenuar os efeitos danosos da desfolha e pisoteio sobre a forrageira O uso de animais mais leves Em condições semeadura ótimas: 60-90 dias após a Entende-se por: Recuperação: a aplicação de práticas culturais e/ou agronômicas, visando o restabelecimento da cobertura do solo e do vigor das plantas forrageiras na pastagem. Reforma: entende-se a realização de um novo estabelecimento da pastagem, com a mesma espécie e, geralmente, com a entrada de máquinas. Renovação: consiste na utilização da área degradada para a formação de uma nova pastagem com outra espécie forrageira, geralmente mais produtiva. Principais causas e sinais de degradação de pastagens com suas interrelações Recuperação sem preparo de solo Características: A degradação ocorreu devido a erros de manejo Há grande ocorrência de plantas invasoras Baixa produção de forragem A forrageira está adaptada às condições edafoclimáticas locais e, eventualmente, o estande possui uma boa densidade de plantas desejadas Neste caso O controle químico das plantas invasoras Adubação sem a necessidade da utilização de máquinas para o preparo do solo Uso de leguminosas forrageiras Tratamentos físico-mecânicos do solo A densidade de plantas estando muito abaixo da necessária para boa produção de forragem Ocorrendo áreas sem cobertura e com acentuada compactação do solo Conjunto com a ressemeadura e novo estabelecimento, seja da mesma, ou outra, espécie forrageira Necessita propriedade nível tecnológico médio da Podem ser: Plantadas em consórcio com as gramíneas Exclusivas para uso na época seca como banco de proteína depois de certo tempo a área é plantada com gramíneas e o banco é usado para recuperar uma nova pastagem degradada Cultivo Posterior incorporação (como adubo verde) 9 23/11/2012 Formação e utilização de banco de proteína Escolha da leguminosa forrageira A leguminosa deve ser: Adaptada às condições edafoclimáticas locais Tolerante à seca Elevado teor protéico Produzir forragem satisfatoriamente Boa recuperação pós-pastejo Ser bem consumida pelos animais Tamanho da área O tamanho da área pode ser de 10% a 15% do total da área de pastagem Preparo da área Final do período seco Utilização do banco de proteína Pastejo Formação e utilização de banco de proteína Plantio No início do período chuvoso. Sementes que devem ser escarificadas Água quente à temperatura de 80° C, por 2 a 4 minutos Água natural: sementes emergidas por +/- 4 horas, quando serão tiradas da água Secar na sombra. Essa operação deve ser feita de preferência à tarde, na véspera do plantio Outra forma de escarificação é danificar o tegumento da semente com lixa, areia grossa ou seixo Adubação A adubação deve ser feita em razão da análise de solos e das exigências da leguminosa escolhida para a formação do banco de proteína Esquema de um sistema integrando uma pastagem de gramínea e um banco de proteína O animal deve ter acesso à área de leguminosa, de acordo com o manejo a ser adotado Deve-se proporcionar uma maior freqüência possível do animal ao banco de proteína Alternativas de manejo Acesso diário dos animais ao banco de proteína, por aproximadamente 1 a 2 horas Acesso dos animais ao banco de proteína apenas a cada 2 ou 3 dias, por aproximadamente 1 a 2 horas O banco de proteína pode apresentar duas ou mais subdivisões, permitindo-se fazer um sistema de rodízio entre elas, visando auxiliar a recuperação da leguminosa, que é normalmente lento, variando de 40 a 60 dias. Ilustração: Guilherme Azevedo Integração lavoura – pecuária (ILP) Sistema importante em áreas com declividades moderadas O sistema Barreirão (CNPAF/EMBRAPA) Recuperação de pastagens degradadas Sistema Santa Fé (CNPAF/EMBRAPA) Mais moderno e com várias alternativas Banco de proteína de puerária phaseoloides) pastejada por bovinos (Pueraria Fonte: Embrapa 10 23/11/2012 Vantagens: Sistema Barreirão O sistema Barreirão é uma tecnologia de recuperação/renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais Vantagens: Ocupação da área para recuperação/renovação por curto período de tempo (setembro/outubro a março/abril), coincidindo com o período de possível sobra de pastagens Menor necessidade de máquinas e implementos, em relação ao sistema de rotação Correção de acidez do solo de acordo com as exigências das espécies a serem consorciadas Redução apreciável dos cupinzeiros de monte e das plantas daninhas perenes Redução dos riscos de perdas por deficiência hídrica, devidos aos veranicos, graças ao manejo diferenciado do solo Desenvolvimento vegetativo das forrageiras por mais tempo, no período seco Retorno parcial ou total do capital aplicado em curto prazo, pela venda dos grãos produzidos no consórcio Facilidade de aplicação, bastando haver disponibilidade de máquinas e implementos e de orientação técnica Sistema Barreirão Sistema Barreirão Implantação Correção da acidez do solo No sistema Barreirão, a escolha da cultura e da forrageira a serem consorciadas depende do interesse do produtor e das condições do solo. Normalmente, consorcia-se milho, sorgo, milheto com forrageiras, principalmente braquiárias, Andropogon gayanus e Panicum sp. e/ou leguminosas forrageiras, como Stylosanthes sp., Calopogonio mucunoides e Arachis pintoe. Preparo do solo Segunda etapa Objetiva-se: Descompactação Controle de plantas daninhas anuais e perenes Incorporação de resíduos orgânicos e corretivos Adubação Análise de solo Implantação do Consórcio A terceira etapa Uso de sementes de qualidade, tanto das culturas anuais como das forrageiras Sistema Barreirão Sistema Barreirão Mistura das sementes das forrageiras com o adubo Semeadura Deve-se dar preferência recomendadas para a região às cultivares Espaçamento e densidade de semeadura das culturas anuais No Sistema Barreirão, a consorciação de culturas anuais, como o milho, o sorgo e o milheto, com forrageiras obedece às recomendações convencionais As sementes das forrageiras do gênero Brachiaria são misturadas ao adubo para posterior incorporação ao solo Mistura: imediatamente antes de sua incorporação ao solo, não devendo permanecer estocada por mais de 24 horas Profundidade de adubação e de semeadura da forrageira As forrageiras dos gêneros recomendações convencionais Panicum e Andropogon: As do gênero Brachiaria, principalmente B. brizantha e B. decumbens: de 8 a 10 cm da superfície em solos de textura franca 11 23/11/2012 Sistema Santa Fé Sistema Barreirão Embrapa Arroz em 1993 Condução A quarta etapa diz respeito à condução da lavoura A quinta etapa é a colheita O processo e a velocidade da colheita são idênticos aos recomendados para os cultivos solteiros A sexta e última etapa é a vedação da área, por um período mínimo de 30 dias, após a colheita Melhor formação da pastagem e/ou produção de novas sementes da forrageira Fundamenta-se: na produção consorciada de culturas de grãos (milho, sorgo, milheto e soja) com forrageiras tropicais Sistema de plantio direto como no convencional, em áreas de lavoura, com solo devidamente corrigido Vantagem: Não altera o cronograma de atividades do produtor Não exige equipamentos especiais para sua implantação Inicia-se o pastejo Sistema Santa Fé Sistema Santa Fé Estabelecimento do Sistema Santa Fé Semeadura simultânea Misturada do adubo com as sementes da forrageira Semeadura Velocidade entre 4 e 6 km/h Alguns cuidados devem tomados para a implantação do consórcio, tais como: Dessecação da área ou preparo do solo Semente da forrageira 5 a 10 kg de semente de braquiária por hectare com valor cultural (VC) igual ou superior a 30% A mistura de adubo e semente da forrageira deve ser colocada mais profundamente que as sementes da cultura anual Adubação Misturar as sementes da forrageira ao adubo correspondente a um hectare Nos solos com mais de 60% de argila ou mais de 70% de areia: em torno de 2 a 3 cm abaixo das sementes da cultura Sistema Santa Fé Semeadura da forrageira em pós emergência da cultura anual Recomendada para áreas muito infestadas por plantas daninhas Permite controlá-las em pós-emergência precoce Em seguida semeia-se a cultura forrageira Utilizar o espaçamento idêntico ao da cultura anual Os sulcos de semeadura: mais próximo possível das fileiras da cultura anual No caso de espaçamento da cultura anual ser superior a 80 cm, devem-se semear duas fileiras da forrageira entre duas fileiras da cultura anual Nos solos com teor de argila entre 30% e 50%: de 4 a 6 cm abaixo das sementes da cultura Sistema Santa Fé A adubação nitrogenada Solos com mais de 30% de argila: dez dias após a emergência das plântulas Solos com mais de 70% de areia aplicar: 50% aos dez dias da emergência e 50% quando o milho, o sorgo ou o milheto apresentarem seis a sete folhas totalmente expandidas e o arroz estiver no estádio de primórdio floral Manejo de herbicidas Semeadura imediatamente após a dessecação A área não apresente grande quantidade de cobertura viva, em número de plantas ou volume de massa vegetal Caso contrário: Dessecar com herbicida sistêmico Aguardar o secamento das plantas e a emergência de novas plantas daninhas, Realizar a semeadura Antes da emergência das espécies consorciadas, dessecar com herbicida de contato 12 23/11/2012 Sistema Santa Fé Sistema Santa Fé Colheita da cultura Para os consórcios entre sorgo, arroz ou milho com forrageira, o procedimento de colheita é o convencional Evitar atrasos Sistema Santa Fé Utilização da forrageira Pastejo, silagem, silagem seguida de pastejo, fenação e cobertura morta. Pastejo Vedar a área, após a colheita da cultura anual 30 a 60 dias Sistema Santa Fé Sistemas silvipastoris Caracterização Integração de árvores ou arbustos, pastagens e animais, com a finalidade de obter produtos ou serviços destes três componentes. Sistemas silvipastoris Sistemas silvipastoris BENEFÍCIOS Benefícios Solo Produção de forragens: • captação de nutrientes de camadas profundas pelas raízes das árvores e devolução de parte destes nutrientes nas camadas superficiais com decomposição de raízes e folhas • crescimento das forrageiras => prejudicado ou favorecido, dependerá da tolerância da espécie à sombra, ao grau de sombreamento e a competição entre as plantas por água e nutrientes • melhora na atividade microbiológica pela mudança no microclima sob a copa das árvores • plantadas em locais estratégicos as árvores ajudam a controlar o processo de erosão 13 23/11/2012 Sistemas silvipastoris Sistemas silvipastoris Benefícios Benefícios Valor nutritivo da forragem: Consumo da forragem: Brachiaria decumbens sombreadas, teores de proteína bruta influenciados pela luminosidade, sendo 29% maiores na sombra do que no sol Embrapa Gado de Leite => não há diferença significativa entre o sistema agrosilvipastoril e o sistema tradicional Tendência de redução dos teores de FDN e aumento da digestibilidade (variável conforme a espécie, o grau de sombreamento e as condições climáticas – temperatura e umidade pesquisas em outros países demonstraram haver diferença entre os sistemas Sistemas silvipastoris Sistemas silvipastoris Benefícios Desvantagens Conforto animal: Gramíneas: sombreamento Procura dos animais por sombreados, durante o verão ambientes Uso de arbustos ou árvores que perdem folhas facilmente No inverno, vacas mestiças, em lactação, em um experimento da Embrapa, permaneceram 43% do tempo de pastejo sob a sombra das árvores. No verão este percentual subiu para 69% Dependendo do tipo de sombra e pelo trânsito dos animais, a espécie forrageira pode ficar rareada ou deixar de cobrir estas áreas, ficando o solo susceptível à compactação e também à erosão Sistemas silvipastoris Escolha das espécies Barreiras para adoção do sistema silvipastoril As espécies arbóreas e as gramíneas devem ser Implantação onerosa e o retorno financeiro demora Forrageiras: ter boa produtividade, alto valor nutritivo, serem adaptadas ao manejo e condições edafoclimáticas da região onde será implantado o sistema Falta de conhecimento por parte dos produtores dos benefícios deste sistema Dificuldade de implantar árvores em pastagens já estabelecidas Aumento na mão de obra tolerantes ao sombreamento Árvores: crescimento rápido, copa reduzida e pouco densa, fuste longo, para diminuir sombreamento no pasto e regeneração rápida quando sofrer alguma injúria, não causar efeito tóxico aos animais e nem efeito alelopático sobre a espécie forrageira 14 23/11/2012 Arranjo espacial Arranjo espacial Plantio de linhas simples: o espaçamento entre árvores é com base na espécie, altura da árvore e tipo de copa. Recomendados: 3x10; 5x10; 10x10; 5x20; Sentido leste-oeste. Plantio de linhas duplas: espaçamentos de no Arranjo espacial Arranjo espacial Pequenos bosques: espaçamentos 3x2; 3x3; 3x5 m. Há problemas com pisoteio do gado nas raízes superficiais das árvores, compactação do solo, devido ao não crescimento de gramíneas por excesso de sombra, provocando a exposição do solo Plantio aleatório: não há espaçamento indicado, pois é muito utilizado quando se deseja aumentar a biodiversidade, ou a regeneração de espécies naturais existentes na pastagem Arranjo espacial O plantio ao longo da cerca também é uma opção; pode ser feito nas divisórias das cercas, funcionando como uma cerca viva mínimo 10 m entre linhas duplas. Sentido lesteoestemodelo; para evitar plantas daninhas entre as linhas, recomenda-se o plantio de uma leguminosa tolerante ao sombreamento, como o Arachis pintoi Manejo O principal é evitar o uso de fogo e herbicidas, e se usados fazê-lo com maior controle para evitar danos às árvores Fonte: Embrapa 15 23/11/2012 Consórcio de eucalipto com Brachiária Obrigada Fonte: Beefpoint Prof. Dra. Ana Cláudia Ruggieri [email protected] (16) 3209-2682 16