Contribuições de Freud e Lacan para educação Freud contribuiu com a ciência do século XXI através da psicanálise área do conhecimento que abrangia o estudo do inconsciente humano objetivando compreender as doenças mentais e o próprio homem. A educação sempre foi tida como algo fundamental em sua vida, tinha muita estima pelos estudos acreditando ser o caminho capaz de possibilitar a uma pessoa de família com baixos recursos econômicos progredir socialmente. Formado em medicina especializou-se em doenças mentais, atuando como neurologista na época os clientes sofriam com doenças nervosas psicoses, neuroses, esquizofrenia e histerias os tratamentos eram feitos utilizando eletroterapia, massagens, hidroterapia e até mesmo a hipnose utilizada em seus tratamentos. Freud ficou conhecido como pai da psicanálise por ter desenvolvido uma teoria que estudava o funcionamento da mente humana método exploratório de sua estrutura, destinado a tratar os comportamentos compulsivos e muitas doenças de natureza psicológica supostamente sem motivação orgânica. Preocupava-se em descrever e classificar os sintomas que estavam em seus pacientes, buscando também as causas reais de tais enfermidades. A utilização da hipnose possibilitou Freud chegar às seguintes conclusões: 1) Existe uma relação entre o trauma (fato desencadeante) e os sintomas, embora o paciente na maioria das vezes não se lembre desses traumas (por isso que ele usou muito da hipnose em seus tratamentos). 2) O fator desencadeante teria sido reprimido pela pessoa e afastado da consciência, devido à natureza insuportável do trauma. 3) A vida sexual geralmente está presente em tais traumas, devido a impossibilidade de se descarregar idéias de conteúdo sexual pelo diálogo constante, uma vez que há uma repressão social muito grande a respeito de certos assuntos. 4) O ego expulsa alguns assuntos insuportáveis para fora da consciência, a fim de proteger o aparelho psíquico de perturbações perigosas à integridade Na época de suas pesquisas a Europa estava inserida no contexto Vitoriana pregava-se a noção de pecado e de vergonha reprimindo totalmente a questão da sexualidade, logo, Freud concluiu que os distúrbios dessa época eram reflexos dessa rígida moral a teoria freudiana problematizava não a moralidade, mas o excesso do recalque provocado pela própria moral, que iria somar ao desprazer natural do homem, tornando a sociedade humana totalmente impregnada de valores éticos e morais, suprimindo assim os instintos naturais. Freud, entre os anos de 1892 e 1895, gradualmente desistiu da hipnose, que substituiu pelo divã, não mais utilizado para hipnotizar e sim, colocava o paciente em uma posição confortável, fazendo um esforço para lembrar os traumas que estariam na origem de seus problemas. Com o paciente relaxado, Freud conduzia uma livre associação de idéias, através da qual terminava por encontrar lembranças "recalcadas" pelo paciente, e que eram a causa de seus distúrbios. Formulou então o principio de que os sintomas histéricos têm origem na energia dos processos mentais os quais, impedidos de influenciar a consciência, são desviadas para a inervação do corpo e convertidos nesses sintomas. Devido à natureza das experiências traumáticas recordadas pelos pacientes, ficou convencido de que o sexo tinha parte dominante na etiologia das neuroses. Logo passou a considerar o desejo sexual como motivação praticamente única do comportamento humano, quer direta, quer indiretamente. Suas afirmações chocavam o meio médico divulgando seu pensamento ainda inconcluso envolvendo o problema sexual das crianças defendendo que eram os próprios pais. Além do complexo de Édipo, em que o filho deseja sexualmente a mãe, admitiu também o Complexo de Eletra, como a inveja que a menina tem do pênis do menino, e chamou a criança de um "perverso polimorf .Freud efetivamente argumentou que o comportamento humano obedece ao instinto sexual e ao instinto de conservação e que os motivos sexuais, se não são claros, estão sublimados em um motivo aparente. A sexualidade em si sempre foi alvo dos estudos do Dr.Freud destacando a sexualidade infantil. Ou seja, a sexualidade em si, não surgia na época da puberdade de uma pessoa, mas ela já esta presente na vida infantil, como uma preparação à sexualidade adulta, alguns atos que as crianças protagonizam como a observação das partes genitais (tanto próprias, como as de seus amigos), a manipulação de suas partes sexuais, o exibicionismo, a sucção do dedo polegar, a própria defecação, são pequenos gestos que no futuro será denominado pela genitalidade, seja com fins orgásticos, seja com fins de procriação.Foi dentro do quadro da sexualidade infantil, que a teoria freudiana se focou para entender a sexualidade em si, os problemas que a repressão à pequenas ações que representam a sexualidade infantil, podem causar na vida adulta, e também os problemas que podem acarretar com a permanências de algumas perversões sexuais infantis, quando não há o domínio dessas pela genitalidade.ão denominados por Freud como pulsões parciais: pulsão oral, no caso do prazer de sucção; anal. No caso da defecação; escópica, no caso do olhar.Assim, Freud revela que a pulsão sexual, tal como a vemos em ação de um adulto, é na verdade composta daquelas pulsões parciais, cuja ação se observa nas preliminares de qualquer ato sexual. Antes do advento e do domínio do interesse genital, tais pulsões parciais são vividas livremente pela criança, cujo interesse pela questão genital pela cópula propriamente dita ainda não foi despertado. Fases do desenvolvimento sexual. Freud descobriu as fases da sexualidade humana que se diferenciam pelos órgãos que sentira prazer e pelos objetos ou seres que dão prazer. Essas fases se desenvolvera entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos, ligadas ao desenvolvimento do Id: A fase oral, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, a mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer; A fase anal, quando o desejo e o prazer se localizam primordialmente nas exercesse e as fezes, brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do prazer; A fase fálica, quando o desejo e o prazer se localizam primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mãe é o objeto do desejo e do prazer; para as meninas, o pai. A fase de latência, quando a criança está em processo de aquisição de habilidades, valores morais e papeis culturalmente aceitos, transferindo assim o impulso sexual para um segundo plano, devido à prática de outras atividades a leitura, a escrita, atividades artísticas; enfim, é o período escolar, onde o impulso sexual é impedido de se manifestar devido aos papeis morais impostos pela educação. A fase genital, quando o indivíduo domina todas as suas pulsões parciais pela genitalidade, seja com fins orgásticos, seja com fins de procriação. O reflexo da psicanálise na educação Os estudos freudianos contribuíram significativamente abordando a sexualidade infantil. Freud era a favor de que as crianças recebessem orientação sexual assim que despertassem curiosidade sobre o assunto. O desafio envolve os educadores e pais porque como irão contribuir com tal aprendizado , uma vez que, não lembram de sua época de infância, fica difícil compreender as dúvidas que as crianças apresentam, entretanto, o inconsciente é da criança é capaz de gerar as próprias explicações sobre a sexualidade. O professor deve abordar seu conhecimento não aderindo a métodos pedagógicos, pois tais métodos trilham objetivos, resultados e metodologias, uniformizando assim o aprendizado e não respeitando as estruturas inconscientes do subjetivismo. O professor precisa se despir do papel de repressor introduzido culturalmente aceitando que o aluno irá aprender apenas aquilo quando fizer realmente sentido, considerando apenas as suas necessidades psicológicas não obtendo um resultado uniformizado. Jacques Lacan e a Educação Lacan foi um polêmico psicanalista francês repensou o sistema freudiano e criou uma escola psicanalítica refundador da psicanálise. No centro da teoria lacaniana há uma crítica ao mal-estar na sociedade de consumo. O conceito de gozo em Lacan corresponde ao que Freud descreve na segunda doutrina como o para-além do princípio do prazer, e seus conceitos de masoquismo primordial, repetição, supereu, angústia, benefício do sintoma, reação terapêutica negativa e a pulsão de destruição - todos sucedâneos da pulsão de morte. O campo do gozo é, antes de tudo, um campo operatório e conceitual ''aparelhado'' pela linguagem. Os aparelhos para tratar o gozo são os laços sociais, que Lacan denomina ''discursos''. Trata-se de um discurso sem palavras, que vai para além das enunciações, Mesmo que não se diga nada, no momento em que se está dentro de uma relação com outra pessoa, se está inserido num discurso em que os atos importam mais do que as palavras. A linguagem passou a ocupar o centro de suas preocupações e de seu trabalho clínico e teórico, e foi nesse aspecto que se deu sua maior contribuição para a Educação. Lacan foi aprimorando a delicada e “ambígua” relação do sujeito com o saber, situando este ao lado da psicanálise e o conhecimento ao lado da ciência, inclusive da educação. A teoria lacaniana do gozo reflete na educação da seguinte maneira: "Ele é uma mistura de prazer e insatisfação - ou também pode ser de dor e satisfação -, que nos torna apegados a formas de relação conhecidas como sintomas, inibições ou angústias", nesse sentido, a linguagem também se constitui um lugar de gozo. "Lacan nos revela que tendemos a funcionar por inércia e que não há um verdadeiro desejo de saber", e que "Dificilmente o professor procura trabalhar com novas possibilidades de gozo dos alunos. Por isso, não é de estranhar que um dos sintomas da cultura atual seja o fracasso escolar provocado pelo desinteresse." Um dos modelos que trouxe grande referencia foi o trabalho que Lacan lançou com grupos menores no qual a execução do trabalho da Escola é o de “uma elaboração sustentada num pequeno grupo” chamado de Cartel. O trabalho é executado por três ou quatro pessoas, e tendo a presença de MAIS UM. Os membros que compõe o Cartel trabalham tentando decifrar um saber que lhe afeta (desejo), e a resposta depende do trabalho de cada sujeito, e a através do Cartel que, faz-se a transmissão na psicanálise. Desse modo, o saber é orientado de acordo com o desejo do sujeito que é sua maior motivação, o educador é apenas mais um, que orientada, questiona, relaciona, motiva e constrói junto o processo e aprendizagem, sem tirar à autonomia do sujeito, nesse sentido a educação baseada nos princípios lacaniana tem muita relação com a educação a distancia- EAD, pois a proposta do EAD também pode ser considerada uma proposta emancipadora, uma vez que ela desperta a autonomia do estudante e possibilita uma aprendizagem partindo do interesse do mesmo. A EAD pretende transformar relações de hierarquia e autoridade numa nova forma de educação, na qual o conhecimento é apresentado numa relação teórica e prática. Referência BARBOSA,Wallace Melo Gonçalves. Contribuição da Psicanálise Freudiana na Educação.Webartigos.com, http://www.webartigos.com/artigos/contribuicao-da-psicanalise-freudiana-naeducacao/20341/.Acesso em 28 de Nov.2011.