Modelo de Adaptação Óssea em Torno de Próteses de Quadril Considerando a Evolução da Interface Darlan Dallacosta y , Carlos R. M. Roeslery ; Eduardo A. Fancello y Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, POSMEC, UFSC, Grupo de Análise e Projeto Mecânico, GRANTE Campus Trindade, 8040-900, Florianópolis, SC E-mail: [email protected], [email protected], y 1 Laboratório de Engenharia Biomecânica - LEBm, HU, UFSC Hospital Universitário, Campus Trindade 88040-900, Florianópolis, SC E-mail: [email protected]. Introdução sente trabalho, utiliza-se a hipótese de ótima estrutura para simular a resposta adaptativa do tecido ósseo, promovida pela colocação de uma prótese. O osso trabecular é modelado como um material poroso com densidade relativa variável e microestrutura periódica. A partir do modelo de otimização procura-se estabelecer uma con…guração realística inicial de um fêmur humano. O processo de remodelamento ósseo periprostético frente a uma alteração no sistema, proveniente da inclusão de uma prótese e/ou modi…cações de carregamento, segue uma lei de evolução baseada na hipótese de ótima estrutura. O comportamento evolutivo da interface emprega um modelo não-linear, que acopla o processo de remodelamento ósseo periprostético com a evolução das condições da interface osso/prótese. A interface é modelada através do conceito de interface estrutural, utilizando elementos gasket [1]. Uma das principais característica destes elementos é a existência de um sistema de coordedandas local, onde as tensões e as deformações são calculadas. A evolução dos tecidos da camada interfacial é obtida por critérios biomecânicos locais. A capacidade de substituir articulações dani…cadas por próteses tem bene…ciado uma série de indivíduos que apresentavam limitações motoras. A substituição da articulação do quadril origina uma artroplastia total do quadril (ATQ). O sucesso da ATQ é in‡uenciado por alguns problemas fundamentais que se originam com seu uso. Dentre estes destacamse a reabsorção óssea proximal e os problemas de instabilidade na interface. Problemas na interface estão associados à formação de tecido …broso em torno da prótese, provocado pela ocorrência de micro movimentos excessivos entre prótese e osso. Além de impossibilitar a osseointegração, estes micromovimentos dani…cam o tecido ósseo recém formado. Já a reabsorção óssea em torno da parte proximal da prótese é decorrente da alteração do padrão de carregamentos sofridos pelo fêmur, tendo como conseqüência a reabsorção óssea local, provocando instabilidade da prótese. Em 1832 Borgery apresentou a hipótese de que o tecido ósseo se comporta como uma estrutura ótima, ou seja, apresenta a máxima resistência com a mínima quantidade de mater- 2 Problema de Equilíbrio ial. Esta condição é escrita matematicamente como a minimização da energia de deformação Considere dois corpos contínuos no espaço total da estrutura com restrição sob a quan- Euclidiano tridimensional, sendo que o femur tidade de tecido ósseo mineralizado. No pre- é representado pelo corpo que ocupa a região aberta o e a haste femoral pelo corpo que ocupa a região aberta h , interagindo um com o outro através de um terceiro corpo que ocupa a região aberta i , todos com fronteira e submetidos a forças de corpo b. Na fronteira, u é a parte de onde estão impostas restrições sobre o campo de deslocamentos u e t a região Figura 2: Microestrutura utilizada para idealizar a estrutura óssea trabecular. de onde atuam as forças de superfície t. Desta forma a equação de equilíbrio deste fenômeno é dada pelo seguinte problema variade…ne a existência ou não de material está relacional: encontrar u 2 U tal que cionada com as dimensões da célula unitária. O Z material da matriz óssea é considerado elástico linear isotrópico, com módulo de elasticidade (u) "(v)d o E = 5GP a e coe…ciente de Poisson = 0; 3 [2]. Zo O modelo de microestrutura fornece um + (u) "(v)d i material homogeneizado com simetria cúbica, Z i E1 = E2 = E3 , G12 = G13 = G23 e 12 = + (u) "(v)d h l(v) =0 8v 2 V 13 = 23 . As propriedades do material, em h (1) função da densidade, são obtidas através dos polinômios abaixo [2]: onde U := fu 2 H 1 ( ) : uj u = 0g e V := fv 2 H 1 ( ) : vj u = 0g correspondem C1111 = 5409; 96 3 + 8:636 2 respectivamente, ao conjunto das funções admissíveis e das variações admissíveis. Os três C1122 = 938; 144 5 + 720; 29 4 (2) 4 3 primeiros termos da Eq.1 representam o traC1212 = 1789; 34 + 118; 038 balho das forças internas enquanto o último sendo que C1111 = C2222 = C3333 , C1122 = termo, o operador l( ) : V ! R, representa o C trabalho das forças externas. é o tensor de 1133 = C2233 e C1212 = C1313 = C2323 . Em cada ponto o tecido ósseo é caracterizado tensões de Cauchy e " o tensor de deformações pela densidade , que é função do parâmetro de Green linearizado. O tecido interfacial é modelado através do que de…ne a microestrutura, e pela orientação conceito de interface estrutural, ou seja, através do material dada pelos ângulos de Euler = de uma …na camada deformável que tem a f 1 ; 2 ; 3 gT . Para a região da interface diferentes leis confunção de unir meios contínuos [3]. O tecido ósseo é idealizado com um material stitutivas devem ser empregadas, a …m de repporoso com microestrutura periódica (Figura resentar seu comportamento biomecânico. Isso 2) e o método de homogeneização é utilizado se deve ao fato que, imediatamente após a impara determinar as propriedades macroscópi- plantação a haste encontra-se estabilizada decas do material. As propriedades do material vido as suas características geométricas, pois a que constitui as trabéculas são assumidas iguais mesma é inserida sob pressão. A interação bioàs do osso cortical. A variável de projeto que mecânica na interface osso/prótese é um fator que controla o estado de tensões do tecido interfacial. Com o passar do tempo e dependendo do estado de tensões locais, a situação inicial pode dar lugar a formação de tecido ósseo mineralizado ou tecido …broso. Cada uma destas situações dá origem a uma condição de interface representada por relações constitutivas nas direções normal e tangencial. Figura 1: Representação do problema generalNa Figura 3, observar-se a existência de uma izado com condições de interface. relação para osso e outra para …bra, tanto na direção normal quanto na tangencial. Devido a M inimo : Z nlc X 1 j=1 sujeito a : : Figura 3: Relação constitutiva para o tecido interfacial na direção normal e tangencial. Z 0 Z + + ! j C "j (u) "j (u)d 2 d Z =V; (x) 1 x2 j (u) "j (v)d (3) o o Z j (u) "j (v)d i j (u) "j (v)d h i h ausência de dados que relacionem o comporta: lj ( ) =0 8v mento constitutivo do material interfacial com os fatores …siológicos, neste trabalho será cononde nlc é o número de casos de carga. As siderado comportamento elástico bilinear na di- restrições impostas ao problema correspondem, reção normal C ( ; u) e elástico linear na di- respectivamente, ao limite de volume V , limites reção tangencial C ( ) [8]. laterais sobre e satisfação de equilíbrio. As variáveis de projeto são as frações volumétriO material da prótese é homogêneo e apre- cas elementares , ou seja, a razão entre o volsenta comportamento isotrópico linear elástico ume do material poroso e o volume do elemento com módulo de elasticidade de 120GP a e coe- sólido, na discretização pelo método dos ele…ciente de Poisson 0; 3. mentos …nitos (MEF). O problema é resolvido via critério de otimalidade, e as condições necessárias de primeira ordem do prob.3 podem ser obtidas com o auxílio do Lagrangeano, de…nido a seguir: 3 Modelo de Remodelamento Ósseo L(u; ; v; ) = Z 1 2 + + Para iniciar o processo de remodelamento é necessário uma morfologia óssea inicial, que neste caso é obtida a partir da solução de um problema de otimização topológica. O problema consiste na minimização da energia de deformação do sistema ósseo considerando as dimensões da microestrutura como variáveis de projeto. Para o remodelamento, o problema de otimização é reescrito incoporando condições de interface osso/prótese, que estão contidas na restrição dada pela equação não-linear de equilíbrio. + C "j (u) "j (u)d Z o Z i Z j (u) "j (v)d j (u) "(v)d j (u) "j (v)d o o o h lj (v)+ Z d i h Vo o (4) A condição de mínimo local é dada por dL = 0 onde c = (u; ; v; ) e dc ; d d = (^ u; ; v ^; ). A condição de estacionaridade do Lagrangeano em relação às variáveis v e , recobra a satisfação da equação não-linear de estado e a restrição de volume. Já a condição de Com isso o problema de minimização da en- estacionaridade do Lagrangeano em relação ao ergia interna é escrito como: campo dos deslocamentos u fornece: Z + + = C "j (v) "j (^ u)d o o Z Z Z @ i j (u) "j (v) "j (^ u)d @"j C"j (v) "j (^ u)d i h h C "j (u) "j (^ u)d o o 8^ u2V (5) onde & é o parâmetro de amorteciento numérico, n refere-se ao número da iteração e é o limite móvel. O processo de remodelamento, segue uma lei de evolução baseada nos mesmos princípios de estacionariedade fornecida pela Eq.6. Porém a massa óssea pode mudar e assim o parâmetro recebe o valor de convergência do processo de otimização topológica e é mantido …xo ao longo da simulação do remodelamento. A variável que de…ne a orientação da microestrutura não entra no cálculo de sensibilidade Eq.6, mas é utilizada uma heurística de reorientação seguindo as direções principais de deformação [7]. Portanto, a cada iteração as direções materiais são alinhadas com as direções principais de deformação, calculadas no centróide do elemento. onde @ @"(u) representa a matriz tangente do material. Para o e h a matriz tangente é o próprio tensor de elasticidade linear, enquanto para o domínio da interface o mesmo não é aplicavel devido a relação não-linear entre tensão e deformação. A Eq.5 corresponde ao problema adjunto e fornece a solução adjunta v. O termo à esquerda da igualdade, uma vez discretizado N lc X e e avaliado na solução de equilíbrio u, corre"i = ! j ("ei )j (8) sponde à matriz tangente convergida, solução j=1 do problema não-linear. Por outro lado, o onde "ei representa a componente de defortermo a direita da igualdade representa a força mação no centróide do elemento e ! j o fator de adjunta. Por …m, a variação do Lagrangeano com re- peso relacionado com cada caso de carga. lação a variável de projeto toma a forma. @L ; @ 1 2 Z @C = "j (u) "j (u)d o @ Z o @C + "j (u) "j (v)d o @ o Z @ j (u) "j (v)d i + Vb + @ i (6) Considerando a densidade constante em cada elemento, esta expressão é discretizada e utilizada num esquema do tipo ponto …xo para atualizar os valores de densidade . Neste esquema, as frações volumétricas relativas elementares podem ser atualizadas de acordo com: n+1 e 8 max f(1 ) ne ; 0g se Be& ne > > > > max f(1 ) ne ; 0g ; Be& ne > > > > se max f(1 ) ne ; 0g > > < & n Be e = min f(1 + ) ne ; max g ; > > > > > min f(1 + ) ne ; max g > > > > se min f(1 + ) ne ; max g > : Be& ne : 9 > > > > > > > > > > = > > > > > > > > > > ; (7) 4 Evolução da Interface O remodelamento que se desenvolve a partir da ATQ é um processo evolutivo, portanto logo após a cirurgia o osso não se encontra aderido à superfície da prótese, isso somente acontecerá com o passar do tempo e sob condições biomecânicas favoráveis. A partir disto é proposto um modelo de diferenciação tecidual, que correlaciona a formação de diferentes tipos de tecidos com o ambiente mecânico local, que é aproximado via MEF. O estímulo escolhido esta relacionado com os micromovimentos relativos entre prótese e osso. Este modelo utiliza uma regra de mistura, ou seja, permite a coexistência de dois tipos de tecidos num mesmo local interfacial: tecido ósseo colado representado por o e tecido …broso representado por f [4]. Cada condição possui uma lei constitutiva própria, conforme apresentado na Figura3. As quantidades relativas o e f podem variar ao longo do processo de adaptação óssea, e devem satisfazer: o + f =1 (9) com a força interna do elemento sendo composta por: o Fo + f Ff = Fint (10) A Eq.9 é valida para valores de 0 1. O composto dado pela regra de mistura é um sólido homogêneo com propriedades mecânicas proporcionais a fração volumétrica de seus constituintes. Para a evolução de o e f , emprega-se um Figura 4: Representação grá…ca do critério de critério baseado no ambiente biomecânico lo- osteogênese utilizado [8]. cal. Este critério tem a função de direcionar o processo de evolução interfacial. A Eq.9 deve ser satisfeita para todo ponto x 2 i, permitindo que as quantidades relativas o e d = [ M (")] (12) f sejam determinadas a partir de um único dt parâmetro : Com isto, a atualização das variáveis controlando a evolução da condição de interface )( of ) (11) osso-implante é dada por: o = ( of ), f = (1 Onde é determinado a partir do parâmetro denominado estímulo para a osteogênese, M , que é calculado a partir dos níveis de deformação mecânica experimentados pelo elemento de interface. Com isso, a cada iteração do processo de remodelamento é feita uma avaliação do ambiente mecânico local de cada elemento de interface. Esta avaliação permite realizar a evolução das parcelas de tecido ósseo e …broso em cada elemento. O estímulo para a osteogênese é baseado na Teoria da Diferenciação Tecidual [5]. A representação simpli…cada desta teoria pode ser vista na Figura 4, onde M é avaliado levandose em conta limites de deslocamento na direção normal ( UN max ) e na direção tangencial (jUT max j). Deste modo, elementos de interface que sofrem deslocamentos relativos abaixo destes limites estarão contribuindo para a formação de osso interfacial ( = 1), em contra partida, elementos submetidos a deslocamentos fora destes limites tendem a formação de tecido …broso ( = 0). A lei de evolução é dada pela Eq.12. Onde, a evolução tecidual é proporcional a diferença entre o estado atual de diferenciação do tecido e o estado de diferenciação que corresponde aos níveis de deformação atual. O parâmetro limita a taxa de evolução e foi introduzido de modo a evitar mudanças bruscas, de tecido interfacial, em cada iteração. k+1 k+1 o k+1 f +_ = k = k+1 = (1 ( t (13) k+1 of ) k+1 )( (14) k+1 of ) (15) Esta lei de evolução permite que durante todo o curso da simulação do remodelamento, os elementos de interface possam evoluir para a formação de tecido ósseo ou …broso, de modo a cumprir o critério de adaptação. Conforme apresentado em [8], paralelamente a adaptação interfacial, encontra-se em curso o processo de remodelamento periprostético, e portanto a densidade dos elementos de interface devem variar de acordo com a densidade do respectivo vizinho. Portanto, foi proposto que durante todo o curso da simulação, a rigidez da parcela de osso do elemento de interface seja dada como uma parcela da rigidez do elemento vizinho correspondente. Assim, acoplase as mudanças adaptativas periprostéticas e a adaptação da interface. b kN ( )= bCort kN ,kTb ( ) = kTbCort (16) bCort e k bCort referem-se a rigidez do onde kN T osso cortical, é a densidade do elemento vizinho e é um parâmetro de penalização que regula a in‡uência dos elementos vizinhos a interface sob os elementos de interface. Figura 5: Distribuição do campo de densidades ao longo do fêmur, obtida a partir da restrição de volume de 50% do volume total. 5 Resultados Numéricos Este exemplo utiliza um modelo geométrico de um fêmur padrão. São aplicados três casos de carga: a massa corporal, aplicada na cabeça do fêmur, e a ação dos músculos glúteo máximo, glúteo médio e glúteo mínimo, aplicadas no trocânter maior. Na parte distal da diá…se, o modelo é …xado nas três direções. A restrição de volume é de V = 0; 5V . Na Figura 5, é apresentado o resultado da solução do problema de otimização. Pode-se notar caracteristicas morfológicas semelhantes ao fêmur natural, como por exemplo, a formação do cortex medial e lateral, ou seja, duas camada de osso cortical com alta densidade ao longo da diá…se, a formação do canal medular com baixa densidade, a baixa densidade na região do triângulo de Ward e a distribuição complexa da densidade na região da matá…se femoral. Observa-se também a maior densidade óssea na região do colo femoral, acompanhando a linha de cargas compressivas. Na simulação do remodelamento ósseo são empregadas as mesmas condições de contorno utilizadas na obtenção da morfologia inicial, com a diferança de que nesta etapa as cargas devido a compressão, na cabeça do fêmur, passam a ser aplicadas na cabeça da prótese. São mantidos os mesmos casos de carga, de modo que as mudanças na distribuição de densidades sejam resultado somente da colocação da prótese. O componente femoral apresenta cobertura porosa em toda sua extensão. No inicio do processo de remodelamento, considerase que a prótese encontra-se encapsulada por Figura 6: Distribuição de densidade óssea, com evolução da interface e encapsulação …brosa como condição inicial. (a) Período pósoperatório. (b) Após a adaptação óssea (b). tecido …broso. Os seguintes parâmetros foram atribuidos para a lei de adaptação: Ut max = 150 m; Un max = 6 m; = 0; 1 e = 2: Nas Figuras 6 e 7, observa-se a ocorrência de atro…a proximal lateral e no calcar. Também nota-se a tendência de aumento na densidade do canal medular. Com relação a massa óssea global, a mesma não sofre alterações signi…cativas, somente ocorre resdistribuição de material ao longo da estrutura que é observada pela diminuição da massa na parte proximal e aumento na região distal. A Figura 8 apresenta a distribuição tecidual em torno da prótese. Este resultado demonstra que o crescimento ósseo é esparsso, situação que vai ao encontro de inúmeros casos clínicos que têm demonstrado somente em uma pequena parcela da cobertura porosa com crescimento ósseo. Como foi visto anteriormente, a alteração no padrão de carregamentos sofrido pelo fêmur provoca reabsorção óssea na parte proximal, a qual promove aumento da porosidade do tecido. O tecido ósseo com elevado índice de porosidade apresenta baixa capacidade de suporte mecânico, o que remete a um ambiente biomecânico não favorável ao crescimento ósseo na região proximal. Figura 8: Distribuição tecidual em torno do componente femoral. Regiões na cor vermelha Figura 7: Vista anterior do fêmur, com representam 100% de cresciemnto ósseo, enevolução da interface. Distribuição de densi- quanto regiões na cor azul representam interdade óssea nos períodos pós-operatório (a) e posição …brosa. após a adaptação óssea (b). Variação de massa óssea (c). [2] M Bagge. "Remodeling of bone structures ", PhD. Thesis - Technical University of Denmark,1999. 6 Considerações Finais Poucos autores consideram o acoplamento entre o remodelamento ósseo periprostético e a evolução da interface nos modelos computacionais de adaptação. Para incorporar tais condições e inserir modelos não lineares na interface, alguns autores modelam a interface a partir da formulação de mecânica do contato [6] [8]. Fisicamente, a interface é caracterizada por possuir espessura …nita e comportamento material próprio, características simpli…cadas através da modelagem interfacial com espessura nula. Já o conceito de interface estrutural permite a introdução de efeitos não-locais através da existência de uma interface física e com dimensões …nitas. No presente trabalho, os valores assumidos apresentam caráter puramente numérico, pois os modelos visam testar a formulação e não reproduzir uma situação real em particular. Contudo, os resultados obtidos sâo similares com situações veri…cadas clinicamente. [3] D. Bigoni e A.B. Movchan, "Statics and dynamics of structural interfaces in elasticity". International Journal of Solids and Structures, Vol.39, pg.4843-4865, 2002. [4] P. Büchler, D.P. Pioletti, L.R. Rakotomanana, "Biphasic constitutive laws for biological interface evolution". Biomechanics and Modeling in Mechanobiology, Vol.1, n.4, pg.239-249, 2003. [5] D.R. Carter, G.S. Beaupre, N.J Giori e L.A. Helms, "Mechanobiology of skeletal regeneration ", Clinical Orthopaedic, Vol.355, pg.41-55, 1988. [6] P.R. Fernandes, J. Folgado, C. Jacobs e V. Pallegrini, “ A contact model with ingrowth control for bone remodelling around cementless stems “. Journal of Biomechanics, Vol.35, pg.167-176, 2002. [7] P. Pedersen, "Bounds on elastic energy in solids of orthotropic materials", Structural Optimization, Vol. 2, pg.55–63, 1990. [8] C.R. Roesler, Adaptação mecânica do osso em torno de implantes ortopédicos, Tese – Universidade Federal de Santa Catarina, [1] Abaqus. User’s Manual, Version 6.6. Das2006. sault Systèmes Simulia Corp, RI, USA, 2006. Referências