UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA PARA INSTALAÇÕES DE BAIXA POTÊNCIA EMPREGANDO FILTROS ATIVOS Tese submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Doutora em Engenharia Elétrica FABIANA PÖTTKER DE SOUZA Florianópolis, Julho de 2000. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA PARA INSTALAÇÕES DE BAIXA POTÊNCIA EMPREGANDO FILTROS ATIVOS Fabiana Pöttker de Souza ‘Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutora em Engenharia Elétrica, Área de Concentração em Sistemas de Energia, e aprovada em sua forma final pelo programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catariana.’ ____________________________ Professor Ivo Barbi, Dr. Ing. Orientador ____________________________ Professor Ildemar Cassana Decker, D. Sc. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Banca Examinadora: ____________________________ Prof. Ivo Barbi, Dr. Ing. Presidente ____________________________ Prof. José Antenor Pomílio, Dr. ____________________________ Prof. Henrique Antônio Carvalho Braga, Dr. ____________________________ Prof. Arnaldo José Perin, Dr. Ing. ____________________________ Prof. João Carlos dos Santos Fagundes, Dr. ii A DEUS iii Para meu PAI, João Carlos Ernesto Pöttker, pelo seu amor, sua fé, sua coragem. iv Para Alexandre v AGRADECIMENTOS Ao Professor Ivo Barbi, pela orientação, amizade e pelos ensinamentos, durante a realização deste trabalho. Aos Professores Arnaldo José Perin, João Carlos dos Santos Fagundes, José Antenor Pomílio e Henrique Antônio Carvalho Braga, pela participação na Banca Examinadora da Tese de Doutorado e pelas sugestões e contribuições para o aprimoramento desse trabalho. Aos professores do INEP pela contribuição para a minha formação em Eletrônica de Potência. Aos colegas do Curso de Doutorado, Ivan Eidt Colling, Adriano Péres, Cícero Marcos Tavares Cruz e René Torrico Bascopé. Aos técnicos do INEP Luiz Marcelius Coelho e Antônio Luís Schalata Pacheco pelas contribuições na montagem dos protótipos. Às funcionárias do INEP Patrícia Schmidt e Dulcemar Borges pelo auxílio dispensado nas atividades diárias e pelo apoio na parte administrativa. À Coordenadoria de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e aos seus funcionários Wilson e Marcos. À Universidade Federal de Santa Catarina e ao CNPq, pelo apoio financeiro. Aos demais colegas do INEP pelo apoio e companheirismo. Ao Alexandre Ferrari de Souza, meu marido, pelo amor, pela compreensão e pelo incentivo para a realização deste trabalho. Aos meus pais, João Carlos Ernesto Pöttker e Elise Ianssen Pöttker, meus irmãos, Luciana Pöttker Fernandes, Alexandre Pöttker e Fernando Pöttker, pelo estímulo e apoio em todas etapas da minha vida. vi Resumo da Tese apresentada à UFSC como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutora em Engenharia Elétrica. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA PARA INSTALAÇÕES DE BAIXA POTÊNCIA EMPREGANDO FILTROS ATIVOS Fabiana Pöttker de Souza Julho/2000 Orientador: Ivo Barbi, Dr. Ing. Área de Concentração: Eletrônica de Potência. Palavras-chave: Correção do fator de potência, filtros ativos. Número de Páginas: 210. RESUMO: Este trabalho apresenta os filtros ativos monofásicos do tipo paralelo para a correção do fator de potência de instalações de baixa potência. Tanto os inversores de tensão como os inversores de corrente são empregados como filtros ativos, ambos controlados através do monitoramento da corrente da rede, conferindo simplicidade ao comando e um bom desempenho como filtro ativo, bem como uma boa performance dinâmica do filtro. Também são apresentados os filtros ativos distribuídos, que são instalados em diferentes pontos da planta, de maneira que cada filtro ativo compensa um conjunto de cargas, resultando em um alto fator de potência da instalação, modularidade, o confinamento dos reativos e das harmônicas de corrente, reduzindo a possibilidade de interferência entre as cargas e diminuindo as perdas por condução e a eliminação da distorção da tensão no ponto de acoplamento comum (PCC) devido às harmônicas de corrente. Exemplos de projeto, resultados de simulação experimentais são apresentados, comprovando a análise teórica. vii e resultados Abstract of Thesis presented to UFSC as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor in Electrical Engineering. SINGLE-PHASE ACTIVE POWER FILTERS FOR POWER FACTOR CORRECTION OF LOW POWER CONSUMERS Fabiana Pöttker de Souza July/2000 Advisor: Ivo Barbi, Dr. Ing. Area of Concentration: Power Electronics. Keywords: Power factor correction, active power filters. Number of Pages: 210. ABSTRACT: This work presents shunt single-phase active power filters (APF) for power factor correction of low power consumers. The voltage source and current source inverters are employed as active power filters. The control, based on the AC mains current sensor, is very simple, leading to a good dynamic performance as well as a good efficiency to compensate for the non-linear loads. Active power filters for distributed power factor correction is also presented. The APF is employed to correct the power factor of a group of loads, reducing the possibility of interference among them and leading to a high power factor. It also confines the harmonics and the reactive power to a group of loads attended by the APF reducing the conduction losses and eliminates the voltage distortion at the point of common coupling (PCC) due to harmonics currents. Theoretical analysis, design example and experimental results are presented. viii SUMÁRIO SIMBOLOGIA ...........................................................................................................Xii CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO GERAL 1.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 1.2 SOLUÇÕES PREVENTIVAS PARA AS CARGAS NÃO-LINEARES .................................. 3 1.2.1 Pré-Reguladores de Fator de Potência Elevado ................................ 3 1.2.2 Conexões Especiais de Transformadores.......................................... 4 1.3 SOLUÇÕES CORRETIVAS PARA AS CARGAS NÃO-LINEARES ................................... 6 1.3.1 Filtros Passivos.................................................................................. 6 1.3.2 Filtros Ativos ...................................................................................... 6 CAPÍTULO 2 - FILTROS ATIVOS MONOFÁSICOS EMPREGANDO DIFERENTES TOPOLOGIAS DE INVERSORES DE TENSÃO 2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 2.2 ESTRATÉGIAS DE CONTROLE............................................................................ 15 2.2.1 Controle por Histerese ..................................................................... 15 A. Modulação a Dois Níveis de Tensão .................................................. 16 B. Modulação a Três Níveis de Tensão .................................................. 18 2.2.2 Controle por Valores Médios Instantâneos....................................... 21 A. Modulação a Dois Níveis de Tensão .................................................. 22 B. Modulação a Três Níveis de Tensão .................................................. 25 2.2.3 Metodologia e Exemplo de Projeto.................................................. 30 A. Controle por Histerese ........................................................................ 30 B. Controle por Valores Médios Instantâneos......................................... 31 2.3 ESTRATÉGIA DE CONTROLE DA TENSÃO NO BARRAMENTO CC DO FILTRO ATIVO.. 38 2.4 SIMULAÇÃO DAS TOPOLOGIAS DE INVERSORES DE TENSÃO OPERANDO COMO FILTROS ATIVOS .............................................................................................. 40 2.4.1 Inversor de tensão em meia ponte ................................................... 40 A. Controle por Histerese ........................................................................ 40 B. Controle por Valores Médios Instantâneos......................................... 41 2.4.2 Inversor de tensão em Ponte Completa ........................................... 42 A. Controle por Histerese ........................................................................ 43 B. Controle por Valores Médios Instantâneos......................................... 45 ix 2.4.3 Inversor de tensão com Grampeamento do Ponto Neutro (NPC)..... 47 A. Controle por Valores Médios Instantâneos......................................... 48 2.4.4 Conexão Série de Inversores de Tensão Monofásicos .................... 52 A. Controle por Valores Médios Instantâneos......................................... 53 2.5 IMPLEMENTAÇÃO PRÁTICA DE UM INVERSOR DE TENSÃO EM PONTE COMPLETA OPERANDO COMO FILTRO ATIVO ...................................................................... 58 2.5.1 Procedimento de Projeto.................................................................. 58 2.5.2 Resultados de Simulação ................................................................ 62 2.5.3 Resultados Experimentais ............................................................... 63 2.6 CONCLUSÕES .................................................................................................. 69 CAPÍTULO 3 - RETIFICADOR DE ELEVADO FATOR DE POTÊNCIA EMPREGANDO O CONVERSOR ABAIXADOR (BUCK) COM CONTROLE FEEDFORWARD 3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 71 3.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE PROPOSTA ............................................................ 76 3.3 ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA ............................................................. 77 3.3.1 Característica de Saída em Malha Aberta........................................ 77 3.3.2 Controle da Tensão de Saída .......................................................... 81 3.3.3 Cálculo da Indutância Lo e Capacitância Co ..................................... 84 3.3.4 Máxima Ondulação de Corrente no Indutor de Saída....................... 86 3.3.5 Esforços nos Semicondutores.......................................................... 89 3.4 PROCEDIMENTO DE PROJETO ........................................................................... 91 3.5 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ......................................................................... 100 3.5.1 Potência Nominal........................................................................... 100 3.5.2 Potência Mínima ............................................................................ 102 3.6 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ........................................................................ 103 3.7 RETIFICADOR ABAIXADOR (BUCK) DE ELEVADO FATOR DE POTÊNCIA OPERANDO COMO CARREGADOR DE BATERIAS ................................................................. 106 3.7.1 Configuração do Carregador de Baterias....................................... 106 3.7.2 Procedimento de Projeto................................................................ 110 3.7.3 Resultados Experimentais ............................................................. 117 3.8 CONCLUSÕES ................................................................................................ 123 x CAPÍTULO 4 - FILTRO ATIVO MONOFÁSICO EMPREGANDO O INVERSOR DE CORRENTE EM PONTE COMPLETA 4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 125 4.2 DESCRICÃO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO ................................................ 125 4.3 MODULAÇÃO A DOIS E TRÊS NÍVEIS ................................................................. 127 4.4 FLUXO DE POTÊNCIA ..................................................................................... 129 4.5 GERAÇÃO DE COMPONENTES HARMÔNICAS .................................................... 131 4.6 INVERSOR DE CORRENTE OPERANDO COMO RETIFICADOR REVERSÍVEL ........... 133 4.7 INVERSOR DE CORRENTE OPERANDO COMO FILTRO ATIVO .............................. 136 4.8 PROCEDIMENTO DE PROJETO ......................................................................... 142 4.9 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ......................................................................... 143 4.10 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ...................................................................... 148 4.11 CONCLUSÕES .............................................................................................. 154 CAPÍTULO 5 - FILTROS ATIVOS DISTRIBUÍDOS PARA A CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA 5.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 155 5.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE E MODULAÇÃO ..................................................... 156 5.3 PROCEDIMENTO DE PROJETO ......................................................................... 158 5.4 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ......................................................................... 161 5.5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ........................................................................ 165 5.6 CONCLUSÕES ................................................................................................ 170 CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................. 171 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS .................................................................. 175 ANEXO 1 – LISTAGEM DOS ARQUIVOS DE SIMULAÇÃO.......................... 179 ANEXO 2 – PROJETO FÍSICO DOS INDUTORES......................................... 200 ANEXO 3 – PROJETO DO MULTIPLICADOR MC1595L............................... 205 ANEXO 4 – PROJETO DO CIRCUITO PARA GERAÇÃO DOS SINAIS TRIANGULARES ......................................................................... 209 xi SIMBOLOGIA 1. Símbolos Usados em Expressões Matemáticas Símbolo Significado Unidade CT Capacitor de temporização do circuito integrado UC3854 F Co, Co1, Co2 Capacitores dos filtros de saída F Cf Capacitor do barramento CC do filtro ativo F Cfiltro Capacitor do filtro de alta freqüência F D Razão Cíclica ∆D Variação da razão cíclica ∆if Ondulação de corrente no indutor Lc ∆i f Ondulação de corrente parametrizada no indutor Lc ∆Io Ondulação de corrente no indutor Lo ∆io Ondulação de corrente parametrizada no indutor Lo FP Fator de potência FDesl Fator de deslocamento FDist Fator de distorção fs Freqüência de comutação fs Freqüência de comutação parametrizada frede Freqüência da rede Hz fzi Freqüência do zero do compensador de corrente Hz fpi Freqüência do pólo do compensador de corrente Hz fc Freqüência de corte Hz FTLAi Função de transferência em laço aberto da malha A A Hz de corrente Gi Função de transferência da malha de corrente Gv Funcão de transferência da malha de tensão Hi Função de transferência do controlador de corrente Hv Função de transferência do controlador de tensão HVPI Função de transferência do controlador PI (malha de tensão) HVPID Função de transferência do controlador PID (malha de tensão) HiPID Função de transferência do controlador PID (malha de corrente) is Corrente da rede A is1 Componente fundamental da corrente da rede A xii isn Componente de ordem “n” da corrente da rede A isref Valor de referência da corrente da rede A if Corrente no barramento CA do filtro ativo A iLo Corrente no indutor Lo A Io Corrente de saída A ISb Corrente no interruptor Sb A IDb Corrente no diodo Db A IDR Corrente nos diodos retificadores DR A ICo Corrente no capacitor Co A ILF Corrente no indutor Lf A iototal Corrente total de carga A If Valor médio da corrente iLf A IF Corrente média do diodo (dado de catálogo) A IAC Corrente no pino 6 do circuito integrado UC3854 A IMULT Corrente na saída do multiplicador do circuito integrado UC3854 A kis Ganho com que a corrente da rede é monitorada kVo Ganho com que a tensão de saída é monitorada kio Ganho com que a corrente no indutor é monitorada ks Ganho estático Lo, Lo1, Lo2 Indutores dos filtros de saída H Lfiltro Indutor do filtro de alta freqüência H Lf Indutor do barramento CC do filtro ativo H Lc Indutor de acoplamento CC do filtro ativo H Mi Índice de modulação P Potência ativa W Po Potência ativa da carga W PLo Potência instantânea no indutor Lo W PTOTAIS Perdas totais W Ps Potência ativa da rede W Qs Potência reativa da rede VAr Rsh resistor “shunt” Ω RLsh resistor do circuito integrado UC3854 Ω RMULT resistor na saída do multiplicador do circuito integrado UC3854 Ω RSET resistor do circuito integrado UC3854 Ω RAC e RREF resistores do circuito integrado UC3854 Ω Rb resistor de “bootstrap” Ω xiii Req resistência equivalente Ro resistência de carga Ω Ω Rthda resistência térmica dissipador-ambiente o Rthjc resistência térmica junção-cápsula o Rthcd resistência térmica cápsula-dissipador o S Potência aparente ζ Coeficiente de amortecimento t1, t2 Tempos t1 e t2 θis1 Ângulo da componente fundamental da corrente C/W C/W VA s da rede θisn C/W graus Ângulo da componente de ordem “n” da corrente da rede graus θVs Ângulo da tensão da rede graus θt Ângulo do ponto de tangenciamento graus θif Ângulo da corrente if graus TDH Taxa de distorção harmônica Tj Temperatura da junção o Ta Temperatura ambiente o Vs Tensão da rede V Vs’ Tensão da rede monitorada V Vab Tensão entre os pontos “a” e “b” V Vab1 Componente fundamental da tensão Vab V Vf Tensão no barramento CC do inversor de tensão V Vf’ Tensão Vf monitorada V VTpico-pico Valor de pico a pico do sinal triangular V Vc Tensão de controle V Vm Sinal modulador V Vp Sinal portador V Vref Tensão de referência V Vo Tensão de saída V Vo’ Tensão de saída monitorada V VDb Tensão sobre o diodo Db V VSb Tensão sobre o interruptor Sb V VF Tensão de condução do diodo (dado de catálogo) V VCE(on) Tensão de condução do IGBT (dado de catálogo) V C C xiv VLo Tensão sobre o indutor Lo V VRsh Tensão sobre o resistor “shunt” V ViLfref Sinal de referência para a corrente iLf V W energia J wz freqüência do zero rad/s wn freqüência dos pólos complexos rad/s Subíndices pico indica o valor de pico max indica o valor máximo min indica o valor mínimo ef indica o valor eficaz nom indica o valor nominal 2. Símbolos Usados para Referências a Elementos em Diagramas de Circuitos Símbolo Significado C Capacitor D Diodo L Indutor S Interruptor (Mosfet ou IGBT) R Resistor V Fonte de Tensão I Fonte de Corrente 3. Acrônimos e Abreviaturas Símbolo Significado CA Corrente Alternada CC Corrente Contínua DCM Modo de Condução Descontínuo CCM Modo de Condução Contínuo CI Circuito Integrado MOSFET “Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect-Transistor” PWM Modulação por largura de pulso PCC Ponto de acoplamento comum xv VSI Inversor de tensão CSI Inversor de corrente FA Filtro ativo UFSC Universidade Federal de Santa Catarina INEP Instituto de Eletrônica de Potência CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico IEEE “Institute of Electrical and Electronics Engineers” 4. Símbolos de Unidades de Grandezas Físicas do (sistema Internacional) Símbolo Significado Ω ohm A ampére V volt F faraday H henry Hz hertz W watt 5. Símbolos de Unidades de Grandezas Físicas não Pertencentes ao SI Símbolo Significado o grau trigonométrico xvi SI Capítulo 1 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO GERAL 1.1 INTRODUÇÃO Os equipamentos eletrônicos estão cada vez mais presentes nos setores industrial, comercial e doméstico, proporcionando maior comodidade e eficiência. Como exemplo pode-se citar microcomputadores, sistemas de iluminação que empregam lâmpadas de descarga ou fluorescente, eletrodomésticos eletrônicos tais como fornos de microondas, aparelhos de som, televisores e vídeo cassetes, e outras cargas não-lineares (relação não-linear entre tensão e corrente da rede). Estes equipamentos drenam da rede correntes não senoidais que provocam uma série de problemas nas instalações e para os sistemas de distribuição e transmissão, tais como: • Baixo fator de potência. • Distorção da tensão da rede no ponto de acoplamento comum devido à impedância do circuito ou da instalação. • Circulação de correntes harmônicas pelo neutro em sistemas trifásicos provocando queda de tensão neste condutor, principalmente quando existem cargas monofásicas pois a terceira harmônica e seus múltiplos ímpares se somam no neutro, havendo necessidade de sobredimensioná-lo. • Baixa eficiência. • Interferência em alguns instrumentos e equipamentos. • Sobredimensionamento dos sistemas de distribuição. • Aquecimento em transformadores devido ao efeito pelicular (aumento da resistência do cobre com a freqüência), à histerese e às correntes parasitas. O fator de potência é definido pela relação entre a potência ativa e a potência aparente, como mostra a equação (1.1). FP = P S (1.1) Considerando que a tensão da rede é puramente senoidal (1.2) e decompondo a corrente drenada da rede em série de Fourier (1.3), pode-se . 2 Capítulo 1 reescrever a equação (1.1), obtendo-se (1.5). Em (1.4) tem-se a expressão para o cálculo da corrente eficaz da rede considerando suas componentes harmônicas. Vs (t ) = Vspico cos (wt + θ Vs ) ( (1.2) ) ∑ isnpico cos (wn t + θisn ) is (t ) = is1pico cos wt + θis1 + (1.3) is ef = is1ef 2 + ∑ isnef 2 (1.4) FP = Vsef is1ef cos (θ Vs − θis1 ) is1ef cos (θ Vs − θis1 ) = is1ef 2 + Vsef ∑ isnef 2 is1ef 2 + ∑ isnef 2 (1.5) A equação (1.6) define a taxa de distorção harmônica da corrente da rede. Substituindo esta equação em (1.5) obtém-se a equação (1.7) para o cálculo do fator de potência. TDH = FP = ∑ isnef 2 (1.6) is1ef ( cos θ Vs − θis1 1 + TDH2 )=F Desl × FDist (1.7) onde: FDesl – fator de deslocamento, FDist – fator de distorção da corrente. Para se obter fator de potência unitário é necessário que o deslocamento angular entre a tensão da rede e a componente fundamental da corrente drenada da rede seja zero e que a taxa de distorção harmônica (TDH) da corrente seja nula, emulando para a rede uma carga resisitiva. Se a carga for puramente linear a taxa de distorção harmônica é zero e o fator de potência é dado pelo fator de deslocamento, qual seja o cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão da rede e a corrente drenada da rede. Ao mesmo tempo que poluem a rede elétrica, as cargas não-lineares são mais sensíveis aos efeitos criados por estas distorções. Para controlar a poluição harmônica na rede normas técnicas foram estabelecidas de maneira a limitar a emissão de harmônicas. As normas IEC 61000-3-2 [1] e IEC 61000-3-4 [2] tratam . Capítulo 1 3 de equipamentos de baixa tensão para correntes inferiores a 16A e acima de 16A, respectivamente. A norma IEEE 519 [3] limita a emissão de harmônicas para instalações no ponto de acoplamento comum, não interessando o que ocorre dentro da instalação, mas sim como esta se reflete para o sistema. No Brasil a portaria 1.569/93 do DNAE define o limite mínimo para o fator de potência (fator de deslocamento) em 0,92, regulamentando o faturamento de reativos excedentes. Nesta norma não há nenhuma referência quanto a limites de distorções harmônicas de tensão ou de corrente. 1.2 SOLUÇÕES PREVENTIVAS PARA AS CARGAS NÃO-LINEARES As soluções preventivas consistem na utilização de equipamentos que apresentam uma característica resistiva para a rede ou uma baixa distorção harmônica de corrente. Pode-se citar os pré-reguladores de alto fator de potência e as conexões especiais de transformadores. As soluções preventivas exigem a substituição do equipamento de baixo fator de potência, o que em alguns casos é inviável devido ao elevado custo. 1.2.1 PRÉ-REGULADORES DE FATOR DE POTÊNCIA ELEVADO Um pré-regulador monofásico, genérico, de fator de potência elevado é apresentado na Fig. 1.1. Um conversor estático é colocado entre a ponte retificadora e a carga de maneira a emular para a rede uma carga resistiva [4]. O conversor elevador Boost é o mais empregado em fontes para telecomunicações e em fontes de alimentação ininterrupta (UPS). Outras topologias tais como o conversor Buck, Buck-Boost, entre outros, podem ser empregados, dependendo da aplicação. retificador Vs CONVERSOR carga controle Fig. 1.1 – Pré-regulador monofásico, genérico, de fator de potência elevado. . 4 Capítulo 1 1.2.2 CONEXÕES ESPECIAIS DE TRANSFORMADORES Esta técnica consiste no emprego de transformadores trifásicos conectados na entrada do retificador de maneira a diminuir as harmônicas de corrente geradas por retificadores trifásicos de alta potência [5], [6], [7]. Uma das configurações mais simples é o transformador delta/delta-estrela (∆/∆-Y) apresentado na Fig. 1.2. O sistema trifásico disponível no secundário ligado em Y apresenta uma defasagem de 30o em relação ao primário e o secundário ligado em ∆ apresenta uma defasagem de 0o em relação ao primário. Esta diferença de fase de 30o entre os dois secundários permite o cancelamento das harmônicas de ordem 6 n ± 1 para 1 ≤ n ≤ ∞ . Este cancelamento é efetivo apenas se as cargas estiverem perfeitamente equilibradas. Os barramentos CC podem estar conectados em paralelo ou em série, como mostra a Fig. 1.3. Na conexão em paralelo é necessário utilizar um transformador de interfase ou indutores de circulação para garantir o processamento eqüitativo da potência entre os dois retificadores, caso contrário não haverá um perfeito cancelamento das harmônicas. As conexões delta/polígono-polígono (∆/P-P) e delta/ziguezague-ziguezague (∆/Z-Z) também podem ser empregadas no conversor de 12 pulsos, porém os secundários apresentam uma defasagem de +15o e –15o em relação ao primário, totalizando 30o entre os secundários. De acordo com [5] quando se interliga em série ou paralelo retificadores trifásicos a seis pulsos através de transformadores, o deslocamento de fase entre os transformadores, para o adequado cancelamento das harmônicas é definido por (1.8). deslocamen to de fase = 60 número de conversore s V1 V2 ∆ 0o (1.8) D1 D2 D3 + Io Vo - ∆ 30 o V3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 + Io Y Vo D 10 D 11 D 12 - Fig. 1.2 – Conversor de 12 pulsos com transformador ∆/∆-Y com cargas independentes. . Capítulo 1 5 Transformador de Interfase D1 D2 D3 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D4 D5 D6 + Io Vo D7 D8 D9 D7 D8 D9 + - Io Vo D 10 D 11 D 12 D 10 D 11 D 12 - (a) (b) Fig. 1.3 – Barramentos CC ligados em (a) paralelo e em (b) série. Para os conversores de 18 pulsos, no qual utiliza-se 3 retificadores trifásicos independentes ou conectados em série ou paralelo, o deslocamento de fase entre os secundários do transformador deve ser de 20o. Neste caso apenas as harmônicas de ordem 18 n ± 1 para 1 ≤ n ≤ ∞ estão presentes. Pode-se utilizar a conexão ∆/Z-Y-Z na qual o secundário em Y está defasado de 30o em relação ao primário e os secundários em Z estão defasados de 10o e 50o em relação ao primário. Outra possibilidade é a conexão ∆/P-∆-P na qual o secundário em ∆ está em fase com o primário e os secundários em P estão defasados de +20o e –20o em relação ao primário. Estas topologias apesar de muito robustas, devido ao isolamento galvânico entre a rede e a carga, apresentam volume e peso significativos porque o transformador processa toda a potência da carga na freqüência da rede. Quando não há necessidade de isolação pode-se utilizar auto-transformadores com conexões diferenciais que apresentam um volume menor por processarem uma parcela da potência total de carga. Pode-se citar as conexões delta diferencial e estrela diferencial. Outra solução não-isolada é o transformador de interfase de linha (LIT) [8], [9]. Este é formado por um transformador trifásico especialmente enrolado, um conjunto de indutores de filtragem e as pontes retificadoras. A potência processada pelo LIT é em torno de 13% da potência total de carga. . 6 Capítulo 1 1.3 SOLUÇÕES CORRETIVAS PARA AS CARGAS NÃO-LINEARES As soluções corretivas permitem o cancelamento ou isolação das harmônicas geradas pelas cargas não-lineares emulando para o sistema uma carga resistiva. Pode-se citar os filtros passivos, os filtros ativos e os filtros híbridos. Estas técnicas não exigem a substituição dos equipamentos de baixo fator de potência. 1.3.1 FILTROS PASSIVOS Existem inúmeras configurações de filtros passivos, constituídos basicamente da estrutura LC série. Podem ser empregados tanto como filtros de bloqueio criando caminhos de alta impedância entre o alimentador e a carga, bem como filtros de confinamento que consistem basicamente na criação de caminhos de baixa impedância para a circulação das harmônicas de corrente, como mostra a Fig. 1.4. Os filtros de confinamento são colocados em paralelo com a carga, apresentando uma pequena impedância na sua freqüência de ressonância, atuando como um curto-circuito para a harmônica de corrente em questão. Podese utilizar “n” filtros sintonizados em freqüências diferentes de maneira a cancelar “n” harmônicas. Vs zs is io PCC 3a harmônica ... Carga (s) harmônica de ordem "n" 5a harmônica Fig. 1.4 – Filtros passivos de confinamento. Apesar do filtro passivo atuar como um caminho de baixa impedância para as harmônicas, podem ocorrer ressonâncias em outras freqüências elevando os níveis de harmônicas que não causavam perturbações antes de sua instalação. Um estudo criterioso da planta deve ser feito antes da instalação do filtro passivo e também toda vez que houver um aumento de carga, pois o filtro apresenta características de compensação fixas. Além dos problemas de ressonância podese citar como desvantagem dos filtros passivos o seu volume significativo e o fato de que as características de filtragem dependem da impedância da rede. 1.3.2 FILTROS ATIVOS Os filtros ativos são conectados com a rede de maneira a eliminar distorções da tensão da rede (filtro ativo série) e harmônicas de corrente (filtro ativo paralelo), como mostra a Fig. 1.5. . Capítulo 1 7 Os filtros ativos do tipo série isolam a carga contra perturbações na tensão da rede, tais como flutuações da tensão, distorção harmônica e “notching”. Os filtros ativos do tipo paralelo funcionam como um caminho de baixa impedância para as harmônicas de corrente emulando uma carga linear. Se controlados adequadamente, podem compensar também a defasagem entre a tensão da rede e a corrente da carga de maneira que o conjunto carga e filtro ativo absorva da rede uma corrente senoidal e em fase com a tensão da rede. Comparando com os filtros passivos apresentam um volume menor, não há problemas de ressonância com a rede e têm a capacidade de se adaptar às modificações de carga, ou seja, as características de compensação não são fixas. Além disso não há a necessidade de um conhecimento prévio da planta antes da sua instalação. Vs is zs io Carga + Vs is zs Vc FA Série (a) if - io Carga FA Paralelo (b) Fig. 1.5 – Filtro ativo do tipo série (a) e do tipo paralelo (b). Qualquer conversor bidirecional em corrente pode operar como filtro ativo. Tanto os inversores de tensão (VSI) como os inversores de corrente (CSI), apresentados na Fig. 1.6, podem ser empregados. No VSI a tensão no barramento CC (Vf) é controlada e mantida constante e provê para a rede a corrente necessária através do indutor de acoplamento Lc. O valor médio da tensão Vf deve ser superior ao valor de pico da tensão da rede. No CSI a corrente no barramento CC (If) é modulada e injetada na rede. A corrente If deve ser maior que o valor de pico da corrente a ser compensada, o que leva a perdas significativas no indutor Lf. As perdas por condução nos semicondutores também são elevadas devido aos diodos em série com os interruptores, tendo-se portanto o dobro de semicondutores conduzindo simultaneamente quando comparado ao inversor de tensão. Os princípios básicos dos filtros ativos trifásicos foram propostos na década de 70 [10], [11], [12], mas se popularizaram na década de 80 com o trabalho de Akagi e Nabae [13], no qual apresentaram uma nova teoria de potências real e imaginária baseada no domínio do tempo, permitindo a compensação em tempo real. . 8 Capítulo 1 filtro de alta freqüência if if Lc L1 If + Cf Lf C1 Vf - (a) (b) Fig. 1.6 – Filtro ativo empregando o inversor de tensão (a) e o inversor de corrente (b). Os filtros ativos híbridos, que são uma combinação entre filtros passivos e filtros ativos foram propostos para diminuir a potência dos filtros ativos e seu custo inicial, bem como melhorar seu desempenho. Na Fig. 1.7 são apresentadas as principais configurações. Vs is zs io PCC Carga (s) Filtro Ativo Filtro Passivo (a) Vs is zs PCC io Carga (s) Filtro Ativo Filtro Passivo (b) Vs is zs Filtro Ativo PCC io Carga (s) Filtro Passivo (c) Fig. 1.7 – Filtros ativo híbridos. Na Fig. 1.7 (a) pode-se observar o filtro passivo paralelo combinado com o filtro ativo paralelo [14]. Neste caso o filtro ativo compensa as harmônicas de corrente de baixa ordem e o filtro passivo as harmônicas de corrente de alta freqüência. Como o filtro ativo não compensa todas as harmônicas de corrente sua potência é reduzida. Na Fig. 1.7 (b) é apresentado o filtro ativo série combinado com o filtro passivo paralelo [15], [16]. Neste caso o filtro ativo série atua como uma . Capítulo 1 9 impedância variável de maneira que o filtro passivo passa a ter um comportamento praticamente ideal. Por um lado deseja-se que a impedância da rede seja elevada para que o filtro passivo seja um caminho de menor impedância para a harmônica de corrente em questão, mas por outro lado deseja-se que a impedância da rede seja mínima para que não provoque queda de tensão. Estes dois critérios conflitantes são atendidos com a inserção de uma impedância ativa (filtro ativo) em série com a rede. Além disso, as ressonâncias entre o filtro passivo e a impedância da rede são eliminadas. Apesar de toda a corrente de carga passar pelo filtro ativo série, a tensão aplicada sobre o mesmo é reduzida, de maneira que o filtro série é de baixa potência. Na Fig. 1.7 (c) é apresentado o filtro ativo conectado em série com o filtro passivo paralelo [17], [18], [19]. O filtro passivo em série com o filtro ativo é conectado em paralelo com a carga, conferindo um comportamento praticamente ideal ao filtro passivo. Como a tensão da rede não está diretamente aplicada ao filtro ativo, os esforços de tensão são reduzidos. A combinação dos filtros ativos série e paralelo em uma única topologia denominada PLC (power line conditioner) é apresentada na Fig. 1.8. Esta combinação incorpora as características de compensação do filtro série com as do filtro paralelo. O filtro série compensa as distorções da rede, suas flutuações, “notching” e também funciona como um isolador de harmônicas. O filtro paralelo apresenta um caminho de baixa impedância para as harmônicas. Desta forma cargas “sensíveis” podem operar em instalações “poluídas” com um fator de potência elevado. O PLC monofásico foi proposto por [20] e estendido para o PLC trifásico [21], [22], [23]. Vs is zs io PCC Carga (s) PLC Fig. 1.8 – PLC. As cargas não-lineares monofásicas apresentam um conteúdo harmônico mais significativo do que as cargas trifásicas. Apesar disto os filtros ativos monofásicos do tipo paralelo, empregando os inversores de corrente (CSI) e os inversores de tensão (VSI), começaram a ser estudados na década de 90. . 10 Capítulo 1 Na Fig. 1.9 é apresentado o diagrama de blocos dos filtros ativos utilizando o inversor de corrente [24], [25] e de tensão [26] controlados através da monitoração da corrente na carga não-linear. É necessário extrair-se a componente fundamental da corrente de carga para obter-se a corrente de referência. Para tanto é necessário observar-se ao menos um período da rede, o que compromete o desempenho dinâmico do filtro ativo. Como no CSI a corrente no barramento CC (iLf) é modulada para injetar na rede a corrente necessária para corrigir as cargas, a malha de controle da corrente no lado CA do inversor não é necessária. O VSI utiliza dois sensores de corrente (io e if) e dois sensores de tensão (Vf e Vs). Já o CSI utiliza apenas dois sensores de corrente (io e iLf) e um de tensão (Vs). Vs is io if Carga Não-Linear Filtro Ativo i o' Inversor de Tensão Lc + Cf R vf1 Cálculo das componentes harmônicas da corrente da carga Vf i oh - R vf2 Controlador de Tensão + Comando dos Interruptores Vref Controlador de Corrente if - + + i f ref + (a) Vs is io Carga if Não-Linear Filtro Ativo i o' L1 Inversor de Corrente i Lf C1 Cálculo das componentes harmônicas da corrente da carga Lf Comando dos Interruptores i oh i Lfref + Controlador de Corrente + i f ref + (b) Fig. 1.9 – Filtro ativo monofásico empregando o inversor VSI (a) e CSI (b) controlados através do monitoramento da corrente na carga não-linear. O filtro ativo pode ser controlado observando-se diretamente a corrente da rede, como mostra a Fig. 1.10 [27], [28], [29], [30] não havendo necessidade de . Capítulo 1 11 se realizar nenhum cálculo, resultando em um desempenho dinâmico melhor. O VSI utiliza um sensor de corrente (is) e dois sensores de tensão (Vs e Vf) e o CSI utiliza dois sensores de corrente (is e iLf) e um de tensão (Vs). Comparando-se com os inversores controlados através do monitoramento da corrente de carga (Fig. 1.9) verifica-se que o VSI apresenta um sensor de corrente a menos, o que é significativo para filtros ativos de baixa potência devido ao custo dos sensores de corrente. Além disso a estratégia de controle é muito mais simples e de fácil implementação prática quando comparado com a Fig. 1.9. Vs is io if Carga Não-Linear Filtro Ativo Inversor de Tensão Lc Rvf1 + Vf Cf - R vf2 - Controlador de Corrente Comando dos Interruptores Vf ' - + i s ref + Controlador de Tensão H v (s) Vref Vs' (a) io is Vs if Carga Não-Linear R sh Filtro Ativo Inversor L1 de Corrente i Lf C1 Lf Comando dos Interruptores + i s ref Controlador de Corrente + i Lf ref Vs' (b) Fig. 1.10 – Filtro ativo monofásico empregando o inversor VSI (a) e CSI (b) controlados através do sensoramento da corrente na rede. Os filtros ativos monofásicos de baixa potência têm sido pouco estudados e sua tecnologia ainda não está dominada para sua comercialização. Apesar disto é a melhor solução para corrigir o fator de potência de cargas de baixa potência . 12 Capítulo 1 onde não se justifica o uso de pré-reguladores ou mesmo de filtros passivos. Vale salientar que as cargas não-lineares de baixa potência são as grandes responsáveis pela distorção harmônica de tensão e de corrente em indústrias, escritórios e nas residências, de tal forma que podem impossibilitar o funcionamento de cargas mais sensíveis às distorções harmônicas. O principal objetivo deste trabalho é o estudo dos filtros ativos monofásicos para instalações de baixa potência, empregando os inversores VSI e CSI, controlados através do monitoramento da corrente da rede (Fig. 1.10). A metodologia empregada consiste na revisão bibliográfica do “estado da arte” dos filtros ativos, que foi apresentada resumidamente neste capítulo, análise matemática, simulação dos filtros ativos propostos e estudos experimentais comprovando a análise teórica. O capítulo 2 apresenta diferentes topologias de inversores de tensão operando como filtro ativo, estratégias de modulação e resultados de simulação. O inversor de tensão em ponte completa modulado a três níveis, por apresentar um bom desempenho como filtro ativo, foi implementado em laboratório para uma potência de 1,6kVA e os resultados obtidos são apresentados. No capítulo 3 é apresentado o pré-regulador abaixador (Buck) de elevado fator de potência. Análise matemática, resultados de simulação e experimentais de um protótipo de 1,5kW são apresentados, além de uma aplicação do pré-regulador como um carregador de baterias de 360W. No capítulo 4 a estratégia de controle empregada no pré-regulador é estendida ao filtro ativo empregando o inversor de corrente em ponte completa modulado a três níveis. Os resultados experimentais de um protótipo de 1,6kVA são apresentados e comparados com o VSI apresentado no capítulo 2. No capítulo 5 o princípio básico dos filtros ativos distribuídos é apresentado, empregando o VSI modulado a três níveis. Resultados de simulação de uma planta contendo três ramais com cargas lineares e não-lineares e um filtro ativo em cada ramal são apresentados comprovando o funcionamento dos filtros ativos distribuídos. Também são apresentados os resultados experimentais de um fitro ativo de 6kVA compensando um conjunto de cargas. As principais conclusões do presente estudo bem como as citações bibliográficas utilizadas ao longo do trabalho são relacionadas. . Capítulo 2 13 CAPÍTULO 2 FILTROS ATIVOS MONOFÁSICOS EMPREGANDO DIFERENTES TOPOLOGIAS DE INVERSORES DE TENSÃO 2.1 INTRODUÇÃO Para o funcionamento como filtro ativo qualquer conversor bidirecional em corrente pode ser empregado. No entanto, o inversor de tensão em ponte completa é a topologia mais utilizada. Na Fig. 2.1 são apresentadas as topologias de inversores de tensão em meia ponte, ponte completa, com grampeamento do ponto neutro (NPC – neutral point clamped) e a conexão série de inversores de tensão monofásicos. Neste capítulo estas diferentes topologias são estudadas com o objetivo de se determinar qual apresenta melhor desempenho como filtro ativo do tipo paralelo. + S1 Cf D1 - Vs Lc + S1 Vf - if + S3 D3 D1 Lc - Vs a if + + + a Cf Vf - - b - b + S2 Cf D2 S2 Vf S4 D2 D4 - (a) (b) S1 S3 D1 D3 + - Lc + if a - S1 D1 + Dg1 Cf S2 D2 a + Lc - if S3 Vs D2 + D4 Vs b + - - S7 S5 D3 D5 + Vf Cf Dg2 D7 d + D4 S4 S2 Vf - S4 Vf / 2 c Vf / 2 - b S6 S8 D6 (c) - D8 (d) Fig. 2.1 – (a) Inversor de tensão em meia ponte, (b) em ponte completa, (c) com grampeamento no ponto neutro e (d) inversores de tensão em série. 14 Capítulo 2 Na Fig. 2.2 é apresentado um diagrama de blocos de um inversor de tensão genérico operando como filtro ativo do tipo paralelo. Este é conectado em paralelo com a carga não-linear funcionando como um caminho alternativo para as harmônicas de corrente e para a potência reativa, de maneira que, para a rede, a carga não-linear juntamente com o filtro ativo apresenta uma característica resistiva. Idealmente o filtro ativo não processa potência ativa, mas na prática circula uma pequena parcela para compensar as perdas por condução e comutação nos semicondutores, na resistência série equivalente do capacitor Cf e nas resistências parasitas das trilhas. Vs is io if Carga Não-Linear Filtro Ativo Inversor de Tensão Lc R vf1 + Vf Cf - R vf2 Comando dos Interruptores Malha de Corrente + Controle por Valores Médios Instantâneos ou por Histerese i s ref AxB B Vf ' Controlador de Tensão + H v (s) A Vref Fig. 2.2 – Diagrama de blocos de um inversor de tensão operando como filtro ativo. A metodologia de controle consiste em se observar a corrente da rede [28], [29], [30] e não a corrente na carga não-linear. Desta maneira não é necessário calcular a componente fundamental da corrente de carga e suas componentes harmônicas, o que exigiria a observação de ao menos um ciclo da rede, comprometendo o desempenho dinâmico do filtro ativo. A corrente de referência senoidal isref, tanto para o controle por histerese como para o controle por valores médios instantâneos, é gerada através da malha de controle da tensão no barramento CC (Vf) do filtro ativo. Esta tensão é monitorada e comparada com uma tensão de referência (Vref). O sinal de erro resultante passa por um controlador de tensão apropriado e o sinal de saída deste controlador (B) é multiplicado por uma amostra da tensão da rede (A), gerando a Capítulo 2 15 corrente de referência senoidal. Se ocorrer um aumento da potência ativa na carga não-linear, o capacitor Cf inicialmente vai suprir esta potência ativa adicional, descarregando-se. A malha de tensão detecta a diminuição no valor médio da tensão Vf, o sinal na saída do controlador de tensão aumenta e conseqüentemente aumenta a amplitude da corrente de referência senoidal, de maneira que a rede passa a suprir este incremento de potência ativa. Se ocorrer uma diminuição da potência ativa na carga não-linear, a potência ativa excessiva drenada da rede passa pelo filtro ativo, carregando Cf. A malha de tensão detecta este aumento, diminuindo o sinal na saída do controlador de tensão e conseqüentemente diminuindo a amplitude da corrente de referência senoidal. Os filtros ativos com as malhas de controle de corrente por histerese e por valores médios instantâneos são estudados. No controle por histerese a freqüência de comutação é variável e a ondulação de corrente no indutor Lc é constante. Já no controle por valores médios instantâneos a freqüência de comutação é constante e a ondulação de corrente no indutor Lc é variável. Dependendo da modulação empregada, a tensão Vab (Fig. 2.1) apresenta diferentes níveis de tensão, como mostra a Fig. 2.3. O comportamento da freqüência de comutação no controle por histerese e da ondulação de corrente no indutor Lc no controle por valores médios instantâneos muda de acordo com o número de níveis da tensão Vab. Esta análise é apresentada na seção 2.2, tomando como base o inversor de tensão em ponte completa apresentado na Fig. 2.1 (b), porém o estudo também é válido para as demais topologias. Vab Vab Vf Vf Vab Vf Vf / 2 wt wt -Vf -Vf π 2π (a) π 2π π 2π -Vf / 2 wt -Vf (b) (c) Fig. 2.3 – Tensão Vab de (a) dois níveis, (b) três níveis e (c) cinco níveis (c). 2.2. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DA CORRENTE 2.2.1 CONTROLE POR HISTERESE O controle por histerese consiste na comparação da corrente da rede com uma corrente de referência senoidal, proporcional e em fase com a tensão da rede, com uma determinada histerese, como mostra a Fig. 2.4. Em função desta 16 Capítulo 2 comparação são geradas as ordens do comando para os interruptores, como se pode observar na Fig. 2.5. Como a freqüência de comutação é variável é necessário determinar-se seus valores máximo e mínimo. Dependendo do número de níveis da tensão Vab a freqüência de comutação varia de maneira diferente em um período da rede, como mostrado em seguida. Lc is if io Vs VSI EM PONTE COMPLETA + Cf carga (s) Vf - + i s ref Fig. 2.4 - Diagrama de blocos do controle por histerese. Ref. Sup. is is i s ref i s ref Ref. Inf. Ref. Sup. t Ref. Inf. S 1, S 4 S 2, S 3 (a) (b) Fig. 2.5 – (a) Correntes da rede e de referência e (b) geração das ordens de comando para os interruptores. A. Modulação a Dois Níveis de Tensão Na Fig. 2.6 são apresentadas a tensão Vab e a tensão e corrente no indutor Lc. Considerando a ondulação de corrente e a tensão da rede constante entre dois períodos de comutação pode-se escrever: • quando os interruptores S1 e S4 conduzem (t1), a tensão no indutor é Vf − Vs (t ) , • e a corrente no indutor varia de ∆if ; quando os interruptores S2 e S3 conduzem (t2), a tensão no indutor é − Vf − Vs (t ) , e a corrente no indutor varia de -∆if . Os tempos t1 e t2 são calculados de acordo com as equações (2.1) e (2.2): Capítulo 2 17 Vab Vf t -Vf if ∆i f VL c t1 Vf - Vs (t) t t2 t -Vf - Vs (t) Fig. 2.6 – Tensão Vab e tensão e corrente no indutor Lf . t1 = t2 = ( L c ∆if Vf − Vspico sen wt L c (− ∆if ) ( (2.1) ) − Vf − Vspico sen wt (2.2) ) Com as equações (2.1) e (2.2) obtém-se na equação (2.3) a freqüência de comutação. ( Vf 2 − Vspico sen wt 1 fs = = 2 Lc Vf ∆if t1 + t 2 ) 2 (2.3) Definindo-se o índice de modulação Mi de acordo com a equação (2.4) e parametrizando-se a expressão (2.3) da freqüência de comutação obtém-se (2.5): Mi = Vspico (2.4) Vf f ∆i L fs = s f c = 0,5 − 0,5 (Mi sen wt ) 2 Vf para 0 ≤ wt ≤ 2 π (2.5) Na Fig. 2.9 (a) é apresentado o ábaco da freqüência de comutação parametrizada da equação (2.5), em função de wt, tendo o índice de modulação como parâmetro. Pode-se observar que a freqüência de comutação máxima parametrizada fs max sempre ocorre em 0, π e 2π, e é igual a 0,5. A freqüência de comutação mínima sempre acontece em π/2 e 3π/2 e depende do índice de modulação. Com base na equação (2.5) obtém-se as expressões (2.6) e (2.7) para as freqüências de comutação máxima e mínima. A expressão (2.8), em função da máxima freqüência de comutação, é utilizada para o cálculo da indutância Lc. 18 Capítulo 2 fsmax = fsmin = Lc = Vf 2 L c ∆if (2.6) Vf 2 − Vspico2 (2.7) 2 Lc ∆if Vf Vf (2.8) 2 fsmax ∆if B. Modulação a Três Níveis de Tensão Na operação com três níveis a tensão Vab varia entre zero e +Vf e entre zero e –Vf. Assim serão analisados os dois intervalos. B.1 Tensão Vab Variando entre Zero e +Vf Na Fig. 2.7 pode-se observar a tensão Vab e a tensão e corrente no indutor, para o semiciclo positivo da rede. Assumindo-se as mesmas simplificações feitas para dois níveis de tensão, tem-se: • quando os interruptores S1 e S4 conduzem (t1), a tensão no indutor é Vf − Vs (t ) , e a corrente no indutor varia de ∆if; • quando os interruptores S1 e S3 conduzem (t2), a tensão no indutor é − Vs (t ) , e a corrente no indutor varia de -∆if. Nas equações (2.9) e (2.10) tem-se as expressões para o cálculo dos tempos t1 e t2. t1 = t2 = ( L c ∆i f Vf − Vspico sen wt (2.9) ) L c (− ∆if ) − Vspico sen wt (2.10) Com os tempos t1 e t2 obtém-se a freqüência de comutação, como mostra a expressão (2.11). ( Vf Vspico sen wt − Vspico senwt 1 fs = = t1 + t 2 Lc Vf ∆if )2 (2.11) Normalizando-se a expressão da freqüência de comutação e usando-se (2.4), obtém-se (2.12). Capítulo 2 19 Vab Vf t if ∆i f VL t1 c t t2 Vf - Vs (t) t - Vs (t) Fig. 2.7 – Tensão Vab e tensão e corrente no indutor Lc para 0 ≤ wt ≤ π . f ∆i L f s = s f c = Mi sen wt − (Mi sen wt ) 2 Vf para 0 ≤ wt ≤ π (2.12) B.2 Tensão Vab Variando entre Zero e -Vf Na Fig. 2.8 apresenta-se a tensão Vab e a tensão e corrente no indutor para o semi-ciclo negativo da rede. Assumindo-se as mesmas simplificações feitas para dois níveis de tensão, tem-se: • quando os interruptores S2 e S3 conduzem (t1), a tensão no indutor é − Vf + Vs (t ) , • e a corrente no indutor varia de -∆if; quando os interruptores S2 e S4 conduzem (t2), a tensão no indutor é + Vs (t ) , e a corrente no indutor varia de ∆if. Os tempos t1 e t2 são então calculados de acordo com as expressões (2.13) e (2.14). t1 = t2 = ( −Lc ∆if - Vf − Vspico sen wt (2.13) ) Lc ∆if − Vspico sen wt (2.14) A freqüência de comutação é calculada com os tempos t1 e t2, como mostra a equação (2.15). ( − Vf Vspico sen wt − Vspico sen wt 1 fs = = t1 + t 2 L c Vf ∆if )2 (2.15) 20 Capítulo 2 Vab t -Vf if t ∆ if t1 VL t2 c Vs (t) t -Vf +Vs (t) Fig. 2.8 - Tensão Vab e tensão e corrente no indutor Lc para π ≤ wt ≤ 2 π . Normalizando-se a expressão da freqüência de comutação e usando-se (2.4), obtém-se (2.16). f ∆i L f s = s f c = −Mi sen wt − (Mi sen wt ) 2 Vf para π ≤ wt ≤ 2 π (2.16) Para três níveis de tensão a freqüência de comutação mínima é igual a zero e ocorre em 0, π e 2π. A freqüência de comutação máxima ocorre em pontos diferentes, dependendo do índice de modulação, como mostra a Fig. 2.9 (b). A expressão para o cálculo da indutância Lc é dada por (2.17). Lc = fs max Vf fsmax ∆if (2.17) Na Fig. 2.9 é apresentada a variação da freqüência de comutação, em um período da rede, para dois e três níveis de tensão. As equações (2.8) e (2.17) mostram as expressões para o cálculo da indutância Lc para a modulação a dois e três níveis, respectivamente. Na Fig. 2.9 pode-se observar que para a modulação a dois níveis a máxima freqüência de comutação parametrizada fs max é sempre igual a 0,5, enquanto que para a modulação a três níveis fs max é 0,25 ou ainda menor, dependendo do índice de modulação. Isto significa que com a modulação a três níveis a indutância necessária é pelo menos duas vezes menor comparando com a indutância necessária para a modulação a dois níveis. Quanto maior o número de níveis e a freqüência da tensão Vab menor será a indutância Lc necessária para um mesmo ∆if. Capítulo 2 0,5 21 0,5 M i = 0,1 0,3 0,4 0,4 0,5 0,3 _ fs 0,3 _ fs 0,7 0,2 0,2 0,1 0,1 0,5 0,7 0,9 0,9 0 0 2π π 0 0,3 M i = 0,1 π 0 wt 2π wt (a) (b) Fig. 2.9 – Variação da freqüência de comutação em função de wt para (a) dois níveis de tensão e (b) três níveis de tensão. 2.2.2 CONTROLE POR VALORES MÉDIOS INSTANTÂNEOS O controle por valores médios instantâneos consiste na comparação da corrente da rede com uma corrente de referência senoidal, proporcional e em fase com a tensão da rede. O sinal de erro passa por um controlador de corrente, cuja saída é comparada com um sinal triangular, gerando as ordens de comando para os interruptores. O diagrama de blocos deste tipo de controle é mostrado na Fig. 2.10. A freqüência de comutação é constante e definida pela freqüência do sinal triangular. Lc is io Vs VSI EM PONTE COMPLETA if + Cf carga (s) Vf - + i s ref controlador de corrente + - Fig. 2.10 - Diagrama de blocos do controle por valores médios instantâneos. Com esta técnica de controle da corrente, a freqüência de comutação é constante, porém a ondulação de corrente no indutor Lc é variável. Assim, é necessário determinar-se as ondulações de corrente máxima e mínima. Dependendo do número de níveis da tensão Vab a ondulação de corrente varia de maneira diferente em um período da rede. A função de transferência da malha de 22 Capítulo 2 [ ] corrente Gi (s) = ∆if (s) ∆D(s) também varia de acordo com o número de níveis da tensão Vab. Portanto, deve-se ter o cuidado de posicionar corretamente os pólos e zeros do controlador de corrente de maneira que a freqüência de cruzamento de ganho da função de transferência em laço aberto fique em torno de ¼ da freqüência de comutação. A. Modulação a Dois Níveis de Tensão A.1 Ondulação de Corrente Na operação com dois níveis de tensão tem-se a tensão Vab variando entre -Vf e +Vf, como mostrado na Fig. 2.11. S 1, S 4 Ts t D Ts S 2, S 3 Vab (1-D) Ts t Vf Vab med t -Vf VL c Vf - Vs (t) t -Vf - Vs (t) Fig. 2.11 - Formas de onda básicas. Com base na forma de onda da tensão Vab da Fig. 2.11 pode-se calcular seu valor médio em um período de comutação, como mostra a expressão (2.18). Vabmed ( 1−D) Ts D Ts 1 Vf dt + = − Vf dt Ts 0 0 ∫ ∫ (2.18) Resolvendo-se a integral obtém-se (2.19). Vabmed = 1 Ts (Vf D Ts − Vf (1− D) Ts ) = Vf (2 D - 1) (2.19) No Filtro Ativo não deve circular potência ativa (apenas uma pequena parcela para compensar as perdas). Assim, considera-se que a tensão Vab possui uma componente fundamental senoidal de mesma freqüência e amplitude e em fase com a tensão da rede (Vs), portanto escreve-se (2.20). Capítulo 2 23 Vab1 = Vabpico sen wt (2.20) Substituindo (2.20) em (2.19), obtém-se a expressão (2.21). Vabpico sen wt Vf = 2 D(t ) − 1 (2.21) Isolando a razão cíclica D(t) na expressão (2.21), encontra-se a função de modulação mostrada na expressão (2.22). Esta equação define a razão cíclica para um período completo da rede. D(t ) = 0,5 + 0,5 Vabpico Vf (2.22) sen wt O valor da indutância deve ser calculado em função da variação máxima de corrente. Quando os interruptores S1 e S4 estão fechados tem-se a expressão (2.23). Vf − Vspico sen wt = Lc dif (t ) dt (2.23) Para um período de comutação tem-se a expressão (2.24). Vf − Vspico sen wt = L c ∆i f ∆t (2.24) Onde: ∆t = D Ts (2.25) Substituindo as expressões (2.25) e (2.22) em (2.24), obtém-se a expressão (2.26) para a ondulação de corrente no indutor. ( Vabpico T sen wt Vf − Vspico sen wt ∆if (t ) = s 0,5 + 0,5 Lc Vf ) (2.26) Parametrizando-se a expressão (2.26) obtém-se (2.27). ∆if (t ) = Vspico Vabpico Vspico Vabpico Lc ∆if sen wt + 0,5 sen wt − 0,5 = 0,5 − 0,5 Vf Ts Vf Vf Vf 2 ( sen wt ) 2 (2.27) Considerando-se que Vabpico = Vspico , e substituindo o índice de modulação (2.4) obtém-se (2.28). ∆if (t ) = ∆if Lc = 0,5 − 0,5 (Mi sen wt ) 2 Vf Ts para 0 ≤ wt ≤ 2π (2.28) Da mesma maneira que a freqüência de comutação máxima para o controle por histerese, no controle por valores médios a máxima ondulação de corrente 24 Capítulo 2 sempre acontece em 0, π e 2π, e é igual a 0,5. Assim tem-se a expressão (2.29) para o cálculo da indutância Lc. A mínima ondulação de corrente acontece em π/2 e em 3π/2, e depende do índice de modulação, como mostra a Fig. 2.15 (a). Lc = Vf (2.29) 2 ∆if max fs A.2 Função de Transferência da Malha de Corrente No ítem A verificou-se que para dois níveis da tensão Vab o seu valor médio em um período de comutação é dado por (2.19). Representando-se o conversor por seus valores médios sobre a freqüência de comutação obtém-se o modelo da Fig. 2.12 para grandes sinais: a Vs Lc + + - if + - V f (2 D -1) b Fig. 2.12 – Modelo de grandes sinais para dois níveis da tensão Vab. Assim, para operação contínua pode-se escrever (2.30). Vs + Lc dif (t ) = Vf (2 D − 1) dt (2.30) Reescrevendo (2.30) obtém-se (2.31). dif (t ) Vf (2 D − 1) − Vs = dt Lc (2.31) Para obter-se a função de transferência da corrente if em relação à variação de D igual a ∆D, perturba-se o sistema. Logo, para pequenas variações, tem-se (2.32). dif (t ) d∆if (t ) Vf [2 (D + ∆D ) − 1] − Vs + = dt dt Lc (2.32) Comparando-se (2.32) com (2.31) obtém-se (2.33). d∆if (t ) 2 Vf ∆D = dt Lc (2.33) Aplicando a transformada de Laplace à equação (2.33), obtém-se (2.34). Gi (s ) = ∆if (s) 2 Vf = ∆D(s ) s L c (2.34) Capítulo 2 25 A função de transferência obtida é a mesma do pré-regulador BOOST, a menos de um ganho 2. O controlador de dois pólos e dois zeros mostrado na Fig. 2.13, empregado para o Boost, é também empregado para o filtro ativo. A função de transferência do controlador é representada por (2.35) e a função de transferência em malha aberta por (2.36). V Hi (s) = m = Vi′s FTLA i (s) = − (1 + s Ri3 Ci1) C C s Ri2 (Ci1 + Ci2 ) 1 + s Ri3 i1 i2 Ci1 + Ci2 K is VTpico −pico (2.35) Gi (s ) Hi (s ) (2.36) Onde: K i s – ganho com que a corrente da rede é monitorada, VTpico −pico – valor de pico a pico do sinal triangular. R i3 C i1 C i2 V i s' R i2 Vm Vi s ref R i1 Fig. 2.13 – Controlador de corrente. B. Modulação a Três Níveis de Tensão B.1 Ondulação de Corrente Na operação com três níveis a tensão Vab varia entre zero e +Vf para 0 ≤ wt ≤ π e zero e –Vf para π ≤ wt ≤ 2π , como mostra a Fig. 2.14. Assim serão analisados os dois intervalos. ___ S1 , S 2 wt Ts ___ S 3 , S4 wt Vab Vf -Vf DT s ___ 2 Ts / 2 π wt Fig. 2.14 - Formas de onda básicas para a modulação a três níveis. 26 Capítulo 2 B.1.1 Tensão Vab Variando entre Zero e +Vf Na Fig. 2.14 pode-se observar as ordens de comando para os interruptores e a tensão Vab. O valor médio da tensão Vab em um período de comutação, para 0 ≤ wt ≤ π é calculado de acordo com a expressão (2.37). Vabmed = 1 D Ts 2 ∫ Vf dt Ts 2 0 (2.37) Resolvendo a integral obtém-se (2.38). Vabmed = 1 T Vf D s = D Vf Ts 2 2 (2.38) Substituindo (2.20) em (2.38) obtém-se (2.39). Vabpico sen wt Vf = D(t ) (2.39) Isolando a razão cíclica D(t) na expressão (2.39), encontra-se a função de modulação mostrada na expressão (2.40), válida para 0 ≤ wt ≤ π . Esta equação define a razão cíclica para meio período da rede. D(t ) = Vabpico Vf (2.40) sen wt Calcula-se então a indutância em função da variação máxima de corrente. Quando os interruptores S1 e S4 estão fechados tem-se a expressão (2.41) para o indutor: Vf − Vspico sen wt = Lc dif (t ) dt (2.41) Para um período de funcionamento tem-se (2.42). Vf − Vspico sen wt = L c ∆i f ∆t (2.42) Substituindo a expressão e (2.40) em (2.42), e sabendo-se que ∆t = D Ts 2 obtém-se a expressão (2.43) para a ondulação de corrente no indutor. ∆if (t ) = Ts 2 Lc 2 Vabpico Vspico (sen wt ) Vabpico sen wt − Vf (2.43) Parametrizando-se a expressão (2.43), considerando-se que Vabpico = Vspico e substituindo-se (2.4), obtém-se (2.44). ∆if (t ) = 2 ∆if Lc = Mi sen wt − (Mi sen wt ) 2 Vf Ts para 0 ≤ wt ≤ π (2.44) Capítulo 2 27 B.1.2 Tensão Vab Variando entre Zero e -Vf Na Fig. 2.14 pode-se observar as ordens de comando para os interruptores e a tensão Vab para π ≤ wt ≤ 2π . O valor médio da tensão Vab, em um período de comutação, é calculado de acordo com (2.45). Vabmed = 1 D Ts 2 ∫ - Vf dt Ts 2 0 (2.45) Resolvendo a integral obtém-se (2.46). Vabmed = 1 T - Vf D s = −D Vf Ts 2 2 (2.46) Substituindo a expressão (2.20) em (2.46), obtém-se a expressão (2.47). − Vabpico sen wt Vf = D(t ) (2.47) Isolando a razão cíclica D(t) na expressão (2.47), encontra-se a função de modulação mostrada na expressão (2.48), válida para π ≤ wt ≤ 2π . Esta equação define a razão cíclica para meio período da rede. D(t ) = − Vabpico Vf (2.48) sen wt O valor da indutância é então calculado em função da variação máxima de corrente. Quando os interruptores S2 e S3 estão fechados tem-se a expressão (2.49) para o indutor: − Vf − Vspico sen wt = Lc −dif (t ) dt (2.49) Para um período de funcionamento tem-se (2.50). Vf + Vspico sen wt = L c ∆if ∆t (2.50) Substituindo a expressão (2.48) em (2.50), e sabendo-se que ∆t = D Ts 2 , obtém-se a expressão (2.51) para a ondulação de corrente no indutor. ∆if (t ) = Ts 2 Lc Vabpico Vspico 2 (sen wt ) - Vabpico sen wt − Vf (2.51) 28 Capítulo 2 Parametrizando a expressão (2.51), considerando-se que Vabpico = Vspico e substituindo-se (2.4), obtém-se (2.52). ∆if (t ) = 2 ∆if Lc = −Mi sen wt − (Mi.sen wt ) 2 Vf Ts para π ≤ wt ≤ 2π (2.52) Para três níveis de tensão a mínima ondulação de corrente é igual a zero e ocorre em 0, π e 2π. A máxima ondulação de corrente ocorre em pontos diferentes, dependendo do índice de modulação, como mostra a Fig. 2.15 (b). A expressão para o cálculo da indutância Lf é dada por (2.53). Lc ≥ ∆if max Vf ∆if max 2 fs (2.53) Na Fig. 2.15 pode-se observar a variação da ondulação da corrente, em um período da rede, para dois e três níveis de tensão. O comportamento da ondulação de corrente no indutor Lc é o mesmo comportamento da freqüência de comutação no controle por histerese. As equações (2.29) e (2.53) mostram as expressões para o cálculo da indutância Lc para a modulação a dois e três níveis, respectivamente. Na Fig. 2.15 pode-se observar que para a modulação a dois níveis a máxima ondulação de corrente parametrizada ∆i f max é sempre igual a 0,5, enquanto que para a modulação a três níveis ∆i f max é 0,25 ou ainda menor, dependendo do índice de modulação. Isto significa que com a modulação a três níveis a indutância necessária é pelo menos quatro vezes menor quando comparada com a indutância necessária para a modulação a dois níveis. A utilização de inversores multiníveis do tipo NPC ou capacitor flutuante permitem uma redução ainda maior no valor da indutância de acoplamento, no entanto o aumento do custo e complexidade, devido ao elevado número de semicondutores e a necessidade de se manter equalizada a tensão dos barramentos CC, tornam estas topologias inviáveis para aplicações monofásicas de baixas e médias potências (até 10kVA). Acima desta faixa de potência seria necessário fazer um estudo da relação custobenefício para verificar-se a viabilidade de se utilizar inversores de cinco níveis ou mais (do tipo NPC ou capacitor flutuante). Capítulo 2 29 0,5 0,5 M i = 0,1 0,3 0,4 0,4 0,5 0,3 _ ∆ if 0,3 _ ∆ if 0,7 0,2 0,2 0,1 0,1 0,5 0,7 0,9 0 0,9 π 0 2π wt 0 0,3 M i = 0,1 π wt 0 2π (a) (b) Fig. 2.15 – Variação da ondulação de corrente em função de wt, para (a) dois níveis de tensão e (b) três níveis de tensão. B.2 Função de Transferência da Malha de Corrente Na seção B.1 verificou-se que para três níveis da tensão Vab o seu valor médio, em um período de comutação, é dado por (2.38), para Vab variando entre zero e +Vf, e por (2.46), para Vab variando entre zero e –Vf. Representando-se o conversor por seus valores médios sobre a freqüência de comutação obtém-se o modelo da Fig. 2.16 para grandes sinais: - Vs Lc + - + if + - D Vf Fig. 2.16 – Modelo de grandes sinais para três níveis da tensão Vab. Assim, para operação contínua tem-se (2.54). Vs + Lc dif (t ) = D Vf dt (2.54) Reescrevendo (2.54) obtém-se (2.55). dif (t ) D Vf − Vs = dt Lc (2.55) Para se obter a função de transferência da corrente if em relação à variação de D igual a ∆D, perturba-se o sistema. Logo, para pequenas variações, tem-se (2.56). dif (t ) d∆if (t ) (D + ∆D) Vf − Vs + = dt dt Lc (2.56) 30 Capítulo 2 Comparando-se (2.56) com (2.55), obtém-se (2.57). d∆if (t ) Vf ∆D = dt Lc (2.57) Aplicando a transformada de Laplace à equação (2.57), obtém-se (2.58). Gi (s ) = ∆if (s) V = f ∆D(s ) s L c (2.58) A função de transferência para dois e três níveis apresenta uma diferença de um ganho 2. Esta diferença deve ser levada em consideração no projeto do compensador de corrente, de maneira que a função de transferência de laço aberto apresente uma freqüência de cruzamento de ganho em torno de ¼ da freqüência de comutação. 2.2.3 METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO Nesta seção são apresentados os procedimentos simplificados de projeto para o controle por histerese a dois e três níveis e para o controle por valores médios instantâneos a dois e três níveis. O filtro ativo é projetado para compensar cargas de até 1600W. Considerando que o filtro ativo colocado em paralelo com a carga não-linear resulte em uma corrente drenada da rede senoidal e em fase com a tensão da rede, o valor de pico da corrente da rede pode ser calculado como segue. ispico = 2 Po 2 × 1600 = = 10,3 A Vspico 311 A. Controle por Histerese Sejam as seguintes especificações: Vs pico = 311V, f rede = 60Hz Vf = 400 V, f s max = 100 × 10 3 Hz ∆i f = 0,2 × i s pico A ondulação de corrente é definida em função da corrente de pico da rede como mostrado a seguir. ∆i f = 0,2 × i s pico = 0,2 × 10,3 = 2,058A O índice de modulação é calculado de acordo com a expressão (2.4). Capítulo 2 Mi = 31 Vspico Vf = 311 = 0,7775 400 A.1 Dois Níveis de Tensão Com a expressão (2.8) calcula-se o valor da indutância Lc: Lc = Vf 400 = ≅ 1× 10 −3 H 3 2 fsmax ∆if 2 × 100 × 10 × 2,058 Com o valor da indutância calcula-se a freqüência mínima de comutação utilizando-se a expressão (2.7). fsmin = Vf 2 − Vspico2 2 L c ∆if Vf = 400 2 − 3112 2 × 1× 10 −3 × 2,058 × 400 = 38,4 × 103 Hz A.1 Três Níveis de Tensão Para um índice de modulação igual a 0,7775, a máxima freqüência de comutação parametrizada é igual a 0,25. Assim, a indutância Lc é calculada de acordo com a equação (2.17). Lc = fs max Vf fsmax ∆if = 0,25 × 400 100 × 103 × 2,058 ≅ 0,5 × 10−3H A freqüência mínima de comutação é igual a zero, como se pode observar no ábaco da Fig. 2.9. f s min = 0,0Hz B. CONTROLE POR VALORES MÉDIOS INSTANTÂNEOS Sejam as seguintes especificações: Vs pico = 311V, f rede = 60Hz Vf = 400 V, f s = 40 × 10 3 Hz ∆i f max = 0,5 × i s pico O índice de modulação é calculado de acordo com a expressão (2.4): Mi = Vspico Vf = 311 = 0,7775 400 A ondulação de corrente é definida em função da corrente de pico da rede como mostrado a seguir. 32 Capítulo 2 ∆i f = 0,5 × i s pico = 0,5 × 10,3 = 5,15A O ganho (kis) com que a corrente da rede é monitorada é igual a 0,1. Para a referência da corrente na simulação utilizou-se uma fonte de corrente senoidal em paralelo com um resistor de alto valor (R1). Assim, limitando-se a corrente drenada da rede em 10,3A, calcula-se o valor da fonte de corrente: i s ref R 1 = i s k is = 10,3 × 0,1 = 1,03V Definindo-se: R1 = 10 × 10 3 Ω isref = 103 × 10 −6 A O valor de pico a pico do sinal portador triangular é de 10V. B.1 Dois níveis de Tensão A indutância Lc é calculada de acordo com a expressão (2.29). Lc = Vf 400 = ≅ 1× 10 −3 H 2 ∆if max fs 2 × 5,15 × 40 × 103 A função de transferência Gi(s) é calculada de acordo com a expressão (2.34). Gi (s ) = ∆if (s ) 2 Vf 2 × 400 800 × 103 = = = ∆D(s) s L c s × 1× 10 −3 s O zero do compensador de corrente ficou localizado em torno de duzentas vezes abaixo da freqüência de comutação. Adotou-se: fzi = 200Hz = 1 2 π R3 C1 Escolhendo-se R3 = 82 × 10 3 Ω , obtém-se então o valor da capacitância C1. C1 = 1 200 × 2 × π × 82 × 10 3 = 9,7 × 10 − 9 F O pólo do compensador de corrente ficou localizado duzentas vezes acima do zero, portanto: fpi = 200 fzi = 40000Hz = C2 = C1 + C2 2 π R3 C1 C2 9,7 × 10 −9 40000 × 2 × π × 82 × 10 3 × 9,7 × 10 − 9 − 1 R 2 = 10 × 103 Ω = 49 × 10 −12F Capítulo 2 33 (1+ s 0,8 × 10 ) s 97 × 10 × (1 + s 4 × 10 ) -3 Hi (s) = -6 -6 A função de transferência de laço aberto é apresentada a seguir: FTLA i (s ) = k is VTpico −pico Gi (s ) Hi (s ) = 0,01 × ( ) 800 × 103 1 + s 0,8 × 10-3 × s s 97 × 10- 6 × 1 + s 4 × 10- 6 ( ) Na Fig. 2.17 pode-se observar os diagramas de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s). A freqüência de cruzamento de ganho é de aproximadamente 10kHz e a margem de fase de 74o. o 0 70 Gi (f) o Hi (f) dB 50 o -50 Hi (f) o Gi (f) dB o 0 -100 FTLA i (f) FTLA i (f) dB -150 o o -50 o -70 0,1 1 10 100 1000 -200 0,1 f (kHz) 1 10 100 1000 f (kHz) (a) (b) Fig. 2.17 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s) para a modulação a dois níveis. B.2 Três Níveis de Tensão Para um índice de modulação igual a 0,7775, a máxima ondulação de corrente parametrizada é igual a 0,25. A indutância Lc é calculada de acordo com a expressão (2.53). Lc = ∆i f max V f ∆i f max 2 f s = 0,25 × 400 5,145 × 2 × 40 × 10 3 ≅ 0,25 × 10 −3 H Como se pode observar a indutância resultante é ¼ da indutância obtida para a modulação a dois níveis de tensão. A função de transferência Gi(s) é calculada de acordo com a equação (2.58). Gi (s) = V 400 1600 × 103 ∆if (s ) = f = = s ∆D(s) s Lc s × 250 × 10 − 6 Na modulação a três níveis o VSI em ponte completa e a conexão série de inversores apresentam uma tensão Vab com uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação. Assim, para uma freqüência de comutação de 40kHz, a 34 Capítulo 2 tensão Vab apresenta uma freqüência de 80kHz e a freqüência de cruzamento de ganho da FTLA deve ser de no máximo 20kHz. O zero do compensador de corrente fica localizado em torno de 1kHz. Assim: fzi = 1000Hz = 1 2 π R3 C1 Escolhendo-se R3 = 50 × 103 Ω , obtém-se então o valor da capacitância C1. C1 = 1 1000 × 2 × π × 50 × 103 ≅ 3,3 × 10−9 F O pólo do compensador de corrente fica localizado em 28kHz, portanto: fpi = 28 × 103Hz = C2 = C1 + C2 2 π R3 C1 C2 3,3 × 10 −9 28 × 10 × 2 × π × 50 × 103 × 3,3 × 10 −9 − 1 3 ≅ 110 × 10 −12 F R 2 = 10 × 103 Ω Hi (s ) = (1 + s 0,165 × 10 ) s 34 × 10 × (1 + s 5 × 10 ) -3 -6 -6 A função de transferência de laço aberto resultante é apresentada abaixo. O diagrama de Bode de módulo e de fase é apresentado na Fig. 2.18. A freqüência de cruzamento de ganho é de aproximadamente 11,5kHz e a margem de fase de 64o. FTLA i (s ) = k is VTpico −pico Gi (s ) Hi (s) = 0,01× ( 0 70 ) 1600 × 103 1 + s 0,165 × 10-3 × s s 34 × 10- 6 × 1 + s 5 × 10 - 6 ( ) o o Hi (f) 50 Gi (f) Hi (f) o dB -50 Gi (f) dB o o -100 0 FTLA i (f) FTLA i (f) dB -150 o o -50 -70 0,1 1 10 f (kHz) 100 1000 -200 o 0,1 1 10 100 1000 f (kHz) (a) (b) Fig. 2.18 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s) para a modulação a três níveis. Capítulo 2 35 O inversor NPC modulado a três níveis apresenta uma tensão Vab com a mesma freqüência que a freqüência de comutação, e não o dobro como é o caso do inversor de tensão em ponte completa e da conexão série de inversores de tensão. A expressão para o cálculo da indutância Lc é mostrada a seguir. Lc = ∆i f max Vf ∆i f max f s = 0,25 × 400 5,145 × 40 × 10 3 ≅ 0,5 × 10 −3 H Como se pode observar, a indutância resultante é o dobro da indutância obtida para as topologias moduladas em três níveis, em que a tensão Vab apresenta uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação. A função de transferência Gi(s) para o NPC é calculada de acordo com a expressão (2.58). Gi (s) = ∆if (s ) V 400 800 × 103 = f = = ∆D(s ) s L c s × 500 × 10 − 6 s Apesar da indutância Lc ser a metade da indutância obtida para a modulação a dois níveis, a função de transferência Gi(s) apresenta o mesmo ganho. Assim, o mesmo controlador de corrente projetado para a modulação a dois níveis é utilizado na modulação a três níveis. Na Fig. 2.17 pode-se observar os diagramas de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s). A freqüência de cruzamento de ganho é de aproximadamente 10kHz e a margem de fase de 74o. B.3 Cinco Níveis de Tensão A expressão (2.59) representa da ondulação de corrente no indutor Lc, para um índice de modulação igual a 0,7775. Na Fig. 2.19 é traçada a variação da ondulação de corrente parametrizada em função de wt. Neste gráfico pode-se observar que a máxima ondulação de corrente parametrizada é igual a 0,125. ∆if ∆if ∆i f ∆i f = 2 ∆i f L c = Mi sen(θs ) − 2 (Mi sen(θs )) 2 Vf Ts = 2 ∆i f L c = 3 Mi sen(θs ) − 1 − 2 (Mi sen(θs )) 2 Vf Ts = 2 ∆i f L c = −Mi sen(θs ) − 2 (Mi sen(θs )) 2 Vf Ts = 2 ∆i f L c = −3 Mi sen(θs ) − 1 − 2 (Mi sen(θs )) 2 Vf Ts para 0o ≤ wt ≤ 40o e 140 o ≤ wt ≤ 180o para 40o ≤ wt ≤ 140o (2.59) para 180o ≤ wt ≤ 220o e 320 o ≤ wt ≤ 360o para 220 o ≤ wt ≤ 320o 36 Capítulo 2 0,2 0,15 M i = 0,7775 _ ∆ if 0,1 0,05 0 π wt 0 2π Fig. 2.19 – Variação da ondulação de corrente em função do ângulo wt, para cinco níveis de tensão e índice de modulação igual a 0,7775. Para a conexão série de inversores de tensão a tensão Vab apresenta uma freqüência igual a quatro vezes a freqüência de comutação, ou seja, 160kHz. Portanto, a freqüência de cruzamento de ganho da FTLA deve ser de no máximo 40kHz. A indutância Lc é calculada de acordo com a expressão abaixo, resultando em um valor 16 vezes menor que a indutância obtida para a modulação a dois níveis. Lc = ∆i f max Vf ∆i f max 4 f s = 0,125 × 400 5,145 × 4 × 40 × 10 ≅ 0,0625 × 10 −3 H 3 A função de transferência Gi(s) para a conexão série de inversores de tensão é calculada de acordo com a expressão (2.58). Gi (s) = ∆if (s ) V 400 6400 × 103 = f = = ∆D(s) s Lc s × 62,5 × 10 − 6 s O zero do compensador de corrente fica localizado em torno de 1kHz. fzi = 1000Hz = 1 2 π R3 C1 Escolhendo-se R3 = 50 × 103 Ω , obtém-se então o valor da capacitância C1. C1 = 1 1000 × 2 × π × 50 × 103 ≅ 3,3 × 10−9 F O pólo do compensador de corrente fica localizado em 140kHz, portanto: f pi = 140 × 10 3 Hz = C2 = C1 + C 2 2 π R 3 C1 C 2 3,3 × 10 −9 3 3 140 × 10 × 2 × π × 50 × 10 × 3,3 × 10 3 R2 = 18 × 10 Ω −9 −1 ≅ 22 × 10 −12 F Capítulo 2 37 Hi (s ) = (1 + s 0,165 × 10 ) s 60 × 10 × (1 + s 1× 10 ) -3 -6 -6 A função de transferência de laço aberto é apresentada a seguir: FTLA i (s ) = k is VTpico −pico Gi (s ) Hi (s) = 0,01× ( ) 6400 × 103 1 + s 0,165 × 10-3 × s s 60 × 10-6 × 1 + s 1× 10 -6 ( ) Na Fig. 2.20 pode-se observar os diagramas de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s). A freqüência de cruzamento de ganho é de aproximadamente 27,6kHz e a margem de fase de 77,26o. 100 0 o o Hi (f) Gi (f) o dB -50 50 Gi (f) o o -100 FTLA i (f) Hi (f) 0 dB -150 FTLA i (f) -50 0,1 o 1 10 o dB 100 1000 f (kHz) -200 o 0,1 1 10 100 1000 f (kHz) (a) (b) Fig. 2.20 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s) para a modulação a três níveis, para a conexão série de inversores de tensão. Para o inversor NPC em cinco níveis, a tensão Vab apresenta uma freqüência igual à freqüência de comutação. A indutância Lc é calculada de acordo com a expressão abaixo, resultando em um valor quatro vezes maior que a indutância obtida para as topologias moduladas em cinco níveis, em que a tensão Vab possui uma freqüência igual a quatro vezes a freqüência de comutação. f V 0,125 × 400 Lc = s max f = ≅ 0,25 × 10−3 H ∆if max fs 5,145 × 40 × 103 A função de transferência Gi(s) para o inversor NPC é calculada de acordo com a expressão (2.58). 38 Capítulo 2 Gi (s) = ∆if (s ) V 400 1600 × 103 = f = = − 6 ∆D(s) s Lc s × 250 × 10 s A função de transferência Gi(s) apresenta o mesmo ganho dos inversores modulados a três níveis em que a tensão Vab apresenta uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação. Assim sendo, o mesmo controlador de corrente projetado para a modulação a três níveis é utilizado para a modulação a cinco níveis. Os diagramas de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s) são apresentados na Fig. 2.18. A freqüência de cruzamento de ganho é de 11,5kHz e a margem de fase é de 64o. 2.3 ESTRATÉGIA DE CONTROLE DA TENSÃO NO BARRAMENTO CC DO FILTRO ATIVO Na operação dos inversores de tensão como filtro ativo, o valor médio da tensão no barramento CC (Vf) deve ser mantido constante e seu valor instantâneo deve ser superior ao valor de pico da tensão da rede, para que o filtro ativo processe apenas potência reativa. Nesta seção obtém-se a função de transferência da malha de tensão do filtro ativo e define-se o controlador de tensão. Observando-se as duas etapas de funcionamento do inversor de tensão em ponte completa operando a dois níveis (Fig. 2.21) e considerando-se que a corrente if praticamente não varia entre dois períodos de comutação, calcula-se o valor médio da corrente no capacitor como segue: iCf med = 1 Ts Ts D Ts ∫ i dt + ∫ - i dt = i (2D - 1) f f 0 f D Ts (2.60) A corrente no capacitor é dada por (2.61). Aplicando-se a transformada de Laplace à equação (2.61) obtém-se (2.62). Substituindo (2.60) em (2.62) tem-se em (2.63) a função de transferência da tensão no barramento CC em função da corrente if. Esta função de transferência apresenta um comportamento de primeira ordem. iC f (t ) = C f dVf (t ) dt iC f (s) = s Cf Vf (s ) (2.61) (2.62) Capítulo 2 39 S1 S1 S3 D3 D1 Lf Vs + if Lf + Vs + a Cf S2 i cf + a Cf S2 D4 Vf - b - S4 D2 D3 if Vf - b - S3 D1 i cf S4 D2 D4 Fig. 2.21 – Etapas de operação do inversor de tensão em ponte completa modulado a dois níveis. O controlador escolhido é do tipo proporcional-integral, apresentado na Fig. 2.22. A função de transferência do controlador é representada por (2.63). O projeto deve ser feito de maneira que a função de transferência em laço aberto apresente uma freqüência de cruzamento de ganho menor que a freqüência da rede, de maneira a atenuar a ondulação de 120Hz, para não distorcer a corrente de referência senoidal. A função de transferência em laço aberto é dada por (2.64). Como a malha de corrente é rápida frente à malha de tensão, ela é representada apenas pelo ganho kis. Cv1 R v2 R v1 Vf ' Vc Vref Fig. 2.22 – Controlador proporcional integral. Gv (s ) = Vf (s ) (2D − 1) = if (s ) s Cf (2.63) Hv (s ) = Vc (s) − (1 + s C v1 R v2 ) = s Cv1 R v1 Vf ′ (s ) (2.64) k FTLA v (s ) = G v (s ) H v (s ) v k is (2.65) 40 Capítulo 2 2.4 SIMULAÇÃO DAS TOPOLOGIAS DE INVERSORES DE TENSÃO OPERANDO COMO FILTROS ATIVOS Nesta seção são apresentados os resultados de simulação das quatro topologias apresentadas na Fig. 2.1 operando como filtro ativo do tipo paralelo, com controle por histerese e por valores médios instantâneos, moduladas a dois e três níveis. Para otimizar o tempo de simulação a malha de tensão não é simulada e no lugar do capacitor Cf coloca-se uma fonte CC (Vf). Como carga não-linear utilizou-se o retificador a diodos com filtro capacitivo por ser uma das cargas monofásicas mais críticas em termos de conteúdo harmônico. 2.4.1 INVERSOR DE TENSÃO EM MEIA PONTE Na Fig. 2.23 é apresentado o inversor de tensão em meia ponte. Com esta topologia somente é possível obter-se uma tensão Vab de dois níveis. Tanto no controle por histerese como no controle por valores médios instantâneos os interruptores S1 e S2 são comandados de maneira complementar. A tensão máxima sobre os interruptores é igual a 2 Vf. + S1 D1 - Vs Lc + Cf Vf - if + a b - + S2 D2 Cf Vf - Fig. 2.23 – Inversor de tensão em meia ponte. A. Controle por Histerese O inversor de tensão em meia ponte operando como filtro ativo, com controle por histerese e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.24. A simulação foi realizada no programa Pspice [31] e o arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. Capítulo 2 41 carga 1 Vs is if Lc + Vf D1 3 20 + S1 - 5 3 io D r1 Lr 4 a io D r3 carga Co Ro Vo 2 b 2 + S2 Vf D2 D r2 D r4 0 - - 40 Vp R6 R pu 9 11 + - R5 Vref k is x i s 8 10 __ S 1, S 2 R co R2 Fig. 2.24 – Circuito simulado. Na Fig. 2.25 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada (obtido no programa Mathcad [32]). A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 1,26%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 0,02o, resultando em um fator de potência de 0,999. Na Fig. 2.25 (a) também pode-se observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo, mostrando de maneira evidente o desempenho do mesmo. Na Fig. 2.25 (c) tem-se a tensão Vab de dois níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a 2 Vf. 500 40 100 Vs / 10 is Carga: TDH Total = 166,46% fase = 3,43 o 80 0 Vab 0 FP = 0,51 Rede: TDH Total = 1,26% 60 TDH N -40 80 fase = 0,02 o -500 FP = 0,999 1.0KV (%) io VS1 40 if 0.5KV 0 -80 20 0 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0.0KV 191.00ms 191.05ms 191.10ms Time 191.15ms 191.20m (a) (b) (c) Fig. 2.25 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. B. Controle por Valores Médios Instantâneos O inversor de tensão em meia ponte com controle por valores médios instantâneos operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.26. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. 42 Capítulo 2 6 carga + S1 D1 if is 3 Vs Lc 1 Vf + - 5 io Lr io 3 a D r1 D r3 2 carga Co b 4 Ro Vo 4 + S2 Vf D2 D r2 - D r4 0 - 7 C i2 C i1 R i3 Vp 10 9 k is x i s R pu 11 R i2 8 13 14 __ S 1, S 2 i s ref R co 12 R1 Rt Fig. 2.26 – Circuito simulado. Na Fig. 2.27 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 26,82%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 9,41o, resultando em um fator de potência de 0,953. Na Fig. 2.27 (a) também pode-se observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Para melhorar o desempenho do filtro ativo seria necessária a utilização de uma indutância Lc menor, o que implicaria em um aumento na freqüência de comutação ou então um aumento na ondulação de corrente. Na Fig. 2.27 (c) tem-se a tensão Vab de dois níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a 2 Vf. 40 100 Vs / 10 500 is fase = 4,3 o 80 0 0 FP = 0,516 Rede: TDH Total = 26,82% 60 TDH N -40 80 fase = 9,41 o -500 FP = 0,953 (%) io Vab Carga: TDH Total = 165,42% 1.0KV VS1 40 if 0 0.5KV 20 -80 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0.0KV 191.00ms 191.05ms 191.10ms Time 191.15ms 191.20ms (a) (b) (c) Fig. 2.27 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. 2.4.2 INVERSOR DE TENSÃO EM PONTE COMPLETA Na Fig. 2.28 é apresentado o inversor de tensão em ponte completa. Com esta topologia é possível obter-se uma tensão Vab de dois ou três níveis, de acordo com a modulação utilizada. A tensão máxima sobre os interruptores é igual à Vf. Capítulo 2 43 S1 S3 D3 D1 - Lc + if + Vs + a Cf Vf - - b S2 S4 D2 D4 Fig. 2.28 - Inversor de tensão em ponte completa. A. Controle por Histerese O inversor de tensão em ponte completa com controle por histerese operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.29. Os arquivos de dados (*.cir) para dois e três níveis de tensão Vab são apresentados em anexo. carga 6 S1 3 is if Lc D1 S3 1 D3 + 5 a 3 io Vs - D r3 2 + carga D r1 Lr io Vf Co Ro Vo 4 b 4 D r2 S2 D r4 S4 0 D4 D2 - 7 Vp R3 + - R2 Vref R pu 10 9 k is x i s 8 11 __ __ S 1, S 2 , S 3 , S 4 R co R1 Fig. 2.29 – Circuito simulado. A.1 Modulação a Dois Níveis de Tensão Para a operação a dois níveis de tensão os interruptores S1 e S4 são comandados aos pares e de maneira complementar a S2 e S3. Na Fig. 2.30 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 2,1%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 0,02o, resultando em um fator de potência de 0,999. Na Fig. 2.30 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Na Fig. 2.30 (c) tem-se a tensão Vab de dois níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual à Vf. 44 Capítulo 2 40 100 500 Vs / 10 is 0 80 Carga: TDH Total = 170,44% o fase = 1,82 60 Rede: TDH Total = 2,1% fase = 0,02 o 0 FP = 0,505 -40 TDH N 80A (%) -500 FP = 0,999 500V VS1 40 io Vab if 0A 20 0 -80A 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 0V 191.00ms 20 191.05ms 191.10ms Time 191.15ms 191.20ms (a) (b) (c) Fig. 2.30 – (a) Tensão de entrada e corrente de entrada na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. A.2 Modulação a Três Níveis de Tensão Para a operação a três níveis de tensão, um braço do inversor é comandado em baixa freqüência (60Hz) e o outro braço em alta freqüência. Na Fig. 2.31 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 0,82%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 0,05o, resultando em um fator de potência de 0,999. Na Fig. 2.31 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Na Fig. 2.31 (c) tem-se a tensão Vab de três níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual à Vf. O desempenho do filtro ativo melhorou com três níveis de tensão, uma vez que nesta situação a máxima freqüência de comutação ocorre próxima de 90o, como se pode observar na Fig. 2.9, ponto no qual o filtro ativo é mais solicitado. Já para dois níveis de tensão a máxima freqüência de comutação ocorre em 0o, 180o e 360o, pontos nos quais o filtro ativo é menos solicitado. Além disso, para as mesmas especificações de freqüência de comutação máxima e de ondulação de corrente, tem-se uma indutância menor para três níveis. 40 500 100 Vs / 10 is Carga: TDH Total = 165,5% fase = 3,36 o 80 0 0 FP = 0,516 Rede: TDH Total = 0,82% 60 -40 TDH N 80 (%) io Vab fase = 0,05 o -500 FP = 0,999 500V VS3 40 if 0 -80 20 0 184ms 186ms188ms 190ms192ms 194ms196ms 198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0V 191.0ms 191.5ms Time 192.0ms 192.5ms (a) (b) (c) Fig. 2.31 – (a) Tensão de entrada e corrente de entrada na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensões Vab e VS1. Capítulo 2 45 B. Controle por Valores Médios Instantâneos B.1 Modulação a Dois Níveis de Tensão Para a operação a dois níveis de tensão os interruptores S1 e S4 são comandados aos pares e de maneira complementar aos interruptores S2 e S3. O inversor de tensão em ponte completa com controle por valores médios instantâneos operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.32. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. Na Fig. 2.33 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 29,3%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 9,49o, resultando em um fator de potência de 0,947. Na Fig. 2.33 (c) tem-se a tensão Vab de dois níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a Vf. Na Fig. 2.33 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Para melhorar o desempenho do filtro ativo seria necessária a utilização de uma indutância Lc menor, o que implica em um aumento na freqüência de comutação ou um aumento na ondulação de corrente. S1 3 is if Lc 1 D3 + 5 a io Vs carga 6 S3 D1 3 io D r1 Lr D r3 2 + carga - Vf Co Ro Vo 4 4 b Dr2 S2 D r4 S4 0 - D4 D2 7 C i2 C i1 R i3 Vp 10 8 k is x i s R pu 11 R i2 9 13 i s ref R1 14 __ __ S 1, S 2 , S 3 , S 4 R co 12 Rt Fig. 2.32 – Circuito simulado. B.2 Modulação a Três Níveis de Tensão O inversor de tensão em ponte completa com controle por valores médios instantâneos operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.34. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. Para se obter os três níveis de tensão Vab utilizam-se dois sinais triangulares (portadores) defasados de 180o. 46 Capítulo 2 Estes sinais portadores são comparados com o sinal de saída do compensador de corrente (sinal modulador), resultando nas ordens de comando para os interruptores, como mostra a Fig. 2.35. Pode-se observar que a freqüência da tensão Vab é o dobro da freqüência de comutação. 40 Vs / 10 100 500 is Vab Carga: TDH Total = 165,86% fase = 4,3 o 80 0 0 FP = 0,515 Rede: TDH Total = 29,3% fase = 9,49 o 60 TDH N -40 80 -500 FP = 0,947 (%) 500V VS1 40 io if 0 20 -80 0 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 0V 191.00ms 20 191.05ms 191.10ms Time 191.15ms 191.20ms (a) (b) (c) Fig. 2.33 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. S1 is 3 5 a io Vs 1 D3 + Lc if carga 6 S3 D1 3 io D r1 Lr D r3 2 + carga - Vf Co Ro Vo 4 4 b Dr2 S2 S4 0 7 Vp C i2 R pu1 C i1 R i3 Vt1 8 __ S3 , S 4 R co1 R t1 11 R i2 16 13 10 k is x i s Dr4 D4 D2 9 Vp i s ref R1 R pu2 12 15 14 Vt2 __ S1 , S 2 R co2 R t2 Fig. 2.34 – Circuito simulado. V T1 VT2 Vm wt __ S 1, S 2 wt __ S 3,S4 wt Vab Vf π -Vf Fig. 2.35 – Modulação a três níveis. 2π wt - Capítulo 2 47 Na Fig. 2.36 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 3,13%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 1,33o, resultando em um fator de potência de 0,998. Na Fig. 2.36 (c) tem-se a tensão Vab de três níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a Vf. Na Fig. 2.36 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Como esperado, o desempenho do filtro ativo melhorou, se comparado com os resultados para dois níveis da tensão Vab, uma vez que a máxima ondulação de corrente ocorre em torno de 90o, como mostra a Fig. 2.15, situação na qual o filtro ativo é mais solicitado. Além disso, a indutância Lc é menor quando comparada com a utilizada na modulação a dois níveis. 40 500V 100 Vs / 10 is Vab Carga: TDH Total = 165% fase = 2 o 80 0 0V FP = 0,517 Rede: TDH Total = 3,13% fase = 1,33 o 60 TDH N -40 80 -500V FP = 0,998 500V (%) io VS1 40 if 0 20 -80 0 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0V 191.0ms 191.5ms Time 192.0ms 192.5ms (a) (b) (c) Fig. 2.36 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. 2.4.3 INVERSOR DE TENSÃO COM GRAMPEAMENTO DO PONTO NEUTRO (NPC) Na Fig. 2.37 tem-se o inversor de tensão com grampeamento no ponto neutro (neutral point clamped – NPC) [33], [34]. Com esta topologia é possível obter-se uma tensão Vab de até três níveis. Para se obter mais níveis da tensão Vab são acrescentadas mais células de comutação. Na Fig. 2.43 tem-se esta topologia para cinco níveis. De acordo com o número de células de comutação tem-se um número máximo de níveis da tensão Vab. Entretanto sempre é possível obter-se um número de níveis menor. No ítem A.1 da seção 2.4.3 é apresentado o NPC de três níveis operando em dois níveis, possibilitando uma comparação com o inversor de tensão em ponte completa. A tensão máxima sobre os interruptores para o NPC de três níveis é igual a Vf e para o NPC de cinco níveis é igual a Vf/2. Quanto maior o número de níveis menor será a tensão sobre os interruptores. 48 Capítulo 2 S1 D1 + Dg1 Cf Vf - S2 D2 a Lc + if - Vs S3 b - + D3 + S4 D4 Vf Cf Dg2 - Fig. 2.37 – Inversor de tensão com grampeamento no ponto neutro. A. Controle por Valores Médios Instantâneos A.1 Modulação a Dois Níveis de Tensão O inversor de tensão NPC com controle por valores médios instantâneos operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.38. Os interruptores S1, S2 e S3, S4 são comandados de maneira complementar. 6 S1 D1 carga + D g1 - 7 Vf 1 + S2 D2 5 S3 a Lc if 3 is Vs 3 8 S4 Co Ro 4 carga Dr2 + D4 D r3 2 b 4 io D3 io Dr1 Lr Dg2 - D r4 0 Vf 9 Vo - C i2 Ci1 R i3 Vp 12 10 k is x is R pu 13 R i2 11 15 i s ref R1 14 Rt 16 __ __ S1 , S 2 , S 3 , S 4 R co Fig. 2.38 – Circuito simulado. Na Fig. 2.39 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 25%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 8,77o, resultando em um fator de potência de 0,957. Na Fig. 2.39 (c) tem-se a tensão Vab de dois níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a Vf. Na Fig. 2.39 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Da mesma maneira que para o inversor de tensão em ponte completa modulado a dois níveis, também neste caso para melhorar o desempenho do filtro ativo seria necessária a utilização de uma indutância Lc menor, o que implica em Capítulo 2 49 um aumento na freqüência de comutação ou então um aumento na ondulação de corrente. 40 Vs / 10 100 500 is Vab Carga: TDH Total = 166,14% fase = 3,85 80 0 o 0 FP = 0,514 -40 60 TDH N 80 (%) io Rede: TDH Total = 25% fase = 8,77 o -500 FP = 0,957 500V VS1 40 if 0 -80 20 0 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 0V 191.00ms 20 191.05ms 191.10ms Time 191.15ms 191.20ms (a) (b) (c) Fig. 2.39 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e tensão VS1. A.2 Modulação a Três Níveis de Tensão O inversor de tensão NPC com controle por valores médios instantâneos operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.40. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. carga 6 S1 1 + D g1 D1 Vf - 7 + 3 S2 D2 5 a S3 Lc Lr Dr3 2 Vs i f 3 is 4 b D3 Co 4 io carga D r2 8 S4 io D r1 D r4 0 + D4 D g2 Vo Ro Vp 9 C i2 R pu1 Ci1 R i3 13 R i2 18 16 12 10 k is x i s - Vf - R co1 Vt1 R t1 11 __ S1 , S 3 Vp i s ref R1 14 R pu2 17 15 R t2 Vt2 __ S2 , S 4 R co2 Fig. 2.40 – Circuito simulado. Para se obter os três níveis de tensão Vab utilizam-se dois sinais triangulares (portadores), um variando de 0 a 5V e outro de –5V a 0. Estes sinais portadores são comparados com o sinal de saída do compensador de corrente (sinal modulador), resultando nas ordens de comando para os interruptores, como mostra a Fig. 2.41. Pode-se observar que a freqüência da tensão Vab é igual à freqüência de comutação, e não o dobro como no caso do inversor de tensão em ponte completa. 50 Capítulo 2 Na Fig. 2.42 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 5,4%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 8,9o, resultando em um fator de potência de 0,986. Na Fig. 2.42 (c) tem-se a tensão Vab de três níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a Vf. Na Fig. 2.42 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. O desempenho foi melhor em relação aos resultados para dois níveis porque, assim como no inversor em ponte completa, no pico da tensão da rede, onde o filtro ativo é mais solicitado, tem-se uma ondulação de corrente praticamente máxima. No entanto como a tensão Vab tem a mesma freqüência que a freqüência de comutação, a indutância é maior quando comparada com o inversor em ponte completa operando com três níveis de tensão. V T1 Vm wt V T2 ___ S2 , S4 wt ___ S 1,S3 wt Vab Vf 2π π wt -Vf Fig. 2.41 – Modulação a três níveis. 500V 100 40 Vab Vs / 10 Carga: TDH Total = 165,32% fase = 4,25 o is 80 0 0V FP = 0,516 Rede: TDH Total = 5,4% 60 -40 TDH N 80 (%) io fase = 8,9 o -500V FP = 0,986 500V VS1 40 if 0 -80 20 0 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0V 191.0ms 191.5ms Time 192.0ms 192.5ms (a) (b) (c) Fig. 2.42 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. A.3 Modulação a Cinco Níveis de Tensão O inversor de tensão NPC com controle por valores médios instantâneos operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador Capítulo 2 51 a diodos seguido de filtro capacitivo é apresentado na Fig. 2.43. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. Para se obter os cinco níveis de tensão Vab utiliza-se quatro sinais triangulares (portadores), um variando de -5 a -2,5V, outro de –2,5V a 0V, outro de 0V a 2,5V e outro de 2,5V a 5V. Estes sinais portadores são comparados com o sinal de saída do compensador de corrente (sinal modulador), gerando as ordens de comando para os interruptores, como apresentado na Fig. 2.44. carga 6 + S1 D 1 D g1 8 7 1 Vf / 2 + 3 S2 io D r1 Lr Dr3 2 D 2 D g2 9 D r2 Dr4 0 10 S4 D4 5 S5 Lc a if 3 is Vo Vf / 2 - D 3 D g3 Ro Co 4 + S3 - Vs 4 b io D5 Dg4 D6 Dg5 carga 12 S6 + - 13 S7 D7 Vp R pu1 Dg6 11 14 S8 Vf / 2 25 21 + D8 - Vf / 2 R co1 Vt1 R t1 15 Vp C i2 R pu2 Ci1 R i3 k is x i s 19 R i2 26 22 R t2 17 __ S2 , S 6 R co2 Vt2 18 16 __ S1 , S 5 Vp is ref R1 R pu3 20 27 23 R co3 Vt3 R t3 __ S3 , S 7 Vp R pu4 28 24 R t4 Vt4 __ S4 , S 8 R co4 Fig. 2.43 – Circuito simulado. Na Fig. 2.45 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 3,45%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 3,23o, resultando em um fator de potência de 0,997. Na Fig. 2.45 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Com cinco níveis, além de uma melhor performance do filtro ativo, tem-se uma indutância menor, ou seja, uma redução no volume. Na 52 Capítulo 2 Fig. 2.45 (c) tem-se a tensão Vab de cinco níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a Vf/2. Vm V T1 V T2 wt V T3 V T4 __ S 1, S 5 wt __ S 2,S 6 wt __ S 3,S 7 wt __ S 4, S 8 wt Vab Vf Vf / 2 2π π wt -Vf / 2 -Vf Fig. 2.44 – Modulação a cinco níveis. 40 500 100 Vs / 10 Vab Carga: TDH Total = 165,68% is 80 0 fase = 4,19 o 0 FP = 0,515 Rede: TDH Total = 3,45% 60 -40 TDH N 80A (%) 40 io fase = 3,23 o -500 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms 300V FP = 0,997 200V if 0A VS1 20 100V -80A 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0V 186.00ms 186.10ms 186.20ms Time 186.30ms (a) (b) (c) Fig. 2.45 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. 2.4.4 CONEXÃO SÉRIE DE INVERSORES DE TENSÃO MONOFÁSICOS Na Fig. 2.46 têm-se dois inversores de tensão em ponte completa conectados em série. Com esta topologia é possível obter-se uma tensão Vab de até cinco níveis. Para se obter mais níveis da tensão Vab devem-se conectar mais inversores em série. A tensão máxima sobre os interruptores é igual a Vf /2. Quanto maior for o número de inversores conectados em série, menor será a tensão sobre os interruptores. Capítulo 2 53 S1 S3 D1 D3 + Lc - + if a Vf / 2 c S4 S2 D2 + Vs - D4 S7 S5 D5 D7 d + Vf / 2 b S6 - S8 D6 D8 Fig. 2.46 – Conexão série de inversores de tensão monofásicos. A. Controle por Valores Médios Instantâneos A.1 Modulação a Três Níveis de Tensão Os dois inversores de tensão em ponte completa conectados em série, com controle por valores médios instantâneos, operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo são apresentados na Fig. 2.47. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. S1 6 S3 D1 D3 + 3 if is Lc 5 7 a Vf / 2 c io carga - 1 S4 S2 + D2 D4 3 Vs io Lr D r1 D r3 2 8 carga Co 9 Ro Vo 4 S7 S5 D5 D r2 D7 D r4 0 - + d Vf / 2 4 Vp b S6 - C i2 S8 D6 10 11 k is x is R pu1 Ci1 R i3 D8 13 14 R i2 18 16 __ S 1, S 2 , S 3 , S 4 R co1 V t1 R t1 __ 12 i s ref Vp R1 15 R pu2 __ 19 __ S 5, S 6 , S 7 , S 8 17 R t2 Vt2 R co2 Fig. 2.47 – Circuito simulado. Para se obter os três níveis de tensão Vab utilizam-se dois sinais triangulares (portadores) deslocados de 180o. Estes sinais portadores são comparados com o sinal de saída do compensador de corrente (sinal modulador), resultando nas ordens de comando para os interruptores, como apresentado na Fig. 2.48. 54 Capítulo 2 Na Fig. 2.49 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 3,17%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 1,06o, resultando em um fator de potência de 0,998. Na Fig. 2.49 (c) tem-se a tensão Vab de três níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual a Vf /2. Na Fig. 2.49 (a) também podese observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Os resultados obtidos são semelhantes aos demais inversores apresentados operando à três níveis. V T1 V T2 Vm wt __ __ S 5 , S8 , S 6 , S7 wt __ __ S 2 , S3 , S 1, S4 wt Vab Vf π 2π wt -Vf Fig. 2.48 – Modulação a três níveis. 40 500 100 Vs / 10 is 80 0 fase = 1,7 o 0 FP = 0,519 Rede: TDH Total = 3,17% o fase = 1,06 60 -40 TDH N 80 io -500 FP = 0,998 300V (%) 40 200V if 0 Vab Carga: TDH Total = 163,92% VS1 20 100V -80 0 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 0V 191.0ms 191.5ms Time 192.0ms 192.5ms (a) (b) (c) Fig. 2.49 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. A.2 Modulação a Cinco Níveis de Tensão Os dois inversores de tensão em ponte completa conectados em série, com controle por valores médios instantâneos, operando como filtro ativo e compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo são apresentados na Fig. 2.50. O arquivo de dados (*.cir) é apresentado em anexo. Para se obter os cinco níveis de tensão Vab utilizam-se quatro sinais triangulares (portadores) defasados de 90o. Estes sinais portadores são comparados com o sinal de saída do compensador de corrente (sinal modulador), Capítulo 2 55 resultando nas ordens de comando para os interruptores, como apresentado na Fig. 2.51. S1 6 S3 D1 1 + + Lc if is 3 carga D3 5 7 a Vf / 2 c io 3 io D r1 Lr D r3 2 Ro Co S4 S2 Vo 4 D2 D4 Vs D r2 D r4 8 9 carga 0 S7 S5 D5 Vp D7 R pu1 + d 4 b S6 20 16 Vf / 2 - R co1 Vt1 R t1 S8 D6 __ S1, S 2 Vp D8 R pu2 11 10 21 17 C i2 R co2 Vt2 R t2 Ci1 R i3 Vp 13 11 k is x i s R pu3 14 R i2 12 15 22 18 i s ref R1 __ S3 , S 4 R co3 Vt3 R t3 __ S5 , S6 Vp R pu4 23 19 R t4 Vt4 __ S7, S 8 R co4 Fig. 2.50 – Circuito simulado. VT1 VT2 Vm VT3 VT4 wt __ S1 , S 2 wt __ S4 , S3 wt __ S5 , S6 wt __ S8 , S7 wt Vab Vf Vf / 2 π 2π wt -Vf / 2 -Vf Fig. 2.51 – Modulação a cinco níveis. - 56 Capítulo 2 Na Fig. 2.52 (a) e (b) são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente, é de 2,11%, com uma defasagem em relação à tensão da rede de 2,67o, resultando em um fator de potência de 0,998. Na Fig. 2.52 (a) também se pode observar a corrente na carga não-linear e no filtro ativo. Além de um melhor desempenho a indutância Lc é menor, resultando em menor volume. Na Fig. 2.52 (c) tem-se a tensão Vab de cinco níveis e a tensão no interruptor S1, cujo valor máximo é igual à Vf /2. 40 500 100 Vs / 10 is Vab Carga: TDH Total = 164,65% fase = 3,18 o 80 0 0 FP = 0,518 -40 60 TDHN 80 (%) Rede: TDH Total = 4,75% fase = 4,8o -500 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 300V FP = 0,993 40 io if 200V 0 VS1 20 100V -80 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) (a) 20 0V 186.00ms (b) 186.05ms 186.10ms Time 186.15ms 186.20ms (c) Fig. 2.52 – (a) Tensão e corrente de entrada e correntes na carga e no filtro ativo, (b) espectro harmônico das correntes na carga e na entrada, e (c) tensão Vab e VS1. Na tabela 2.1 é apresentado um resumo dos resultados obtidos. Os inversores de tensão em meia ponte e em ponte completa foram testados com a malha de controle de corrente por histerese e por valores médios instantâneos (VMI). Verifica-se que o controle por histerese apresenta um melhor desempenho, uma vez que, mesmo com a modulação a dois níveis, a TDH total da corrente de entrada fica em torno de 1%-2%. Já para o controle por valores médios instantâneos a distorção harmônica da corrente de entrada é de 25%-30% para a modulação a dois níveis e de 2%-3% para a modulação a três níveis. Mesmo assim sempre que possível procura-se utilizar o controle por valores médios instantâneos por operar com a freqüência de comutação constante, facilitando o projeto dos componentes magnéticos. O inversor de tensão em meia ponte utiliza apenas dois interruptores porém a tensão sobre os mesmos é de 2 Vf. Com este inversor é possível obter-se uma tensão Vab de apenas 2 níveis, o que implica em uma indutância Lc maior quando comparado com as topologias que operam com 3 e 5 níveis. Capítulo 2 57 Tabela 2.1: Meia Ponte Ponte Completa o Malha de Corrente Níveis Vab N Interruptores Tensão Interruptores Cf TDH is FP Histerese VMI 2 2 2 3 2 3 2 3 5 3 5 2 2 4 4 4 4 4 4 8 8 8 2 Vf 2 Vf Vf Vf Vf Vf Vf Vf Vf/2 Vf/2 Vf/2 2 2 1 1 1 1 2 2 4 2 2 1,26% 26,82% 2,1% 0,82% 29,3% 3,13% 25% 5,4% 4,51% 3,17% 2,11% 0,999 0,953 0,999 0,999 0,947 0,998 0,957 0,997 0,997 0,998 0,998 Histerese VMI NPC VMI Conexão Série VMI O inversor de tensão em ponte completa utiliza quatro interruptores que ficam submetidos a uma tensão Vf. Com este inversor é possível operar-se com uma modulação a 2 e 3 níveis. A modulação a três níveis permite utilizar uma indutância Lc menor porque a freqüência de comutação máxima parametrizada (controle por histerese) ou a ondulação de corrente máxima parametrizada (controle por valores médios instantâneos) são menores quando comparadas com a modulação a dois níveis. Além disso, no controle por valores médios instantâneos, a tensão Vab possui uma freqüência de comutação igual ao dobro da freqüência de comutação dos interruptores, resultando em uma indutância pelo menos quatro vezes menor. Outra vantagem deste inversor em relação aos demais estudados é que ele necessita de apenas um capacitor no barramento CC, não havendo problemas de divisão eqüitativa de tensão entre os capacitores. Com o inversor NPC é possível obter-se uma tensão Vab de 2, 3, 5, …, n níveis de acordo com o número de células de comutação utilizadas. A tensão Vab possui uma freqüência de comutação igual a freqüência de comutação dos interruptores, o que resulta em uma indutância Lc maior quando comparada com as topologias nas quais a tensão Vab possui uma freqüência maior que a freqüência de comutação, implicando em um maior volume do indutor Lc. Comparando-se o inversor NPC a três níveis com o inversor em ponte completa a três níveis verifica-se que o número de semicondutores é maior devido aos diodos grampeadores, assim como a indutância Lc também é maior. A tensão sobre a qual os interruptores ficam submetidos é a mesma. 58 Capítulo 2 Com a conexão série de inversores de tensão também é possível obter-se uma tensão Vab de n níveis de acordo com o número de inversores conectados em série. Comparando-se com o NPC de 3 e 5 níveis, tem-se como vantagem o fato de que a tensão Vab apresenta uma freqüência igual a 2 fs (3 níveis) e 4 fs (cinco níveis), resultando em uma indutância Lc menor (Lc/2 para 3 níveis e Lc/4 para 5 níveis). Comparando-se a conexão série de 3 níveis com o inversor em ponte completa de 3 níveis, ambos apresentam um desempenho semelhante, no entanto, a conexão série necessita do dobro de interruptores, embora estes fiquem submetidos à metade da tensão, além de possuir dois capacitores no barramento CC. 2.5 IMPLEMENTAÇÃO PRÁTICA DE UM INVERSOR DE TENSÃO EM PONTE COMPLETA OPERANDO COMO FILTRO ATIVO Com base na tabela 1 pode-se concluir que a topologia que apresenta uma melhor relação custo-benefício para o funcionamento como filtro ativo é o inversor de tensão em ponte completa. Este inversor utiliza quatro interruptores que ficam submetidos à tensão Vf, podendo operar com três níveis de tensão. Neste caso a tensão Vab apresenta uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação, o que representa uma otimização do indutor Lc em termos de volume, peso e custo. Além disso, utiliza apenas um capacitor no barramento CC não havendo problemas de divisão equitativa de tensão, como nos outros inversores apresentados. Assim, um inversor de tensão em ponte completa com freqüência de comutação de 30kHz e modulado a três níveis para compensar cargas de até 1600W foi implementado. 2.5.1 PROCEDIMENTO DE PROJETO O procedimento simplificado de projeto é apresentado nesta seção. Sejam as seguintes especificações: Vspico = 311V frede = 60Hz Vf = 400 V fs = 30kHz ∆if max = 20% ispico Po = 1600 W Capítulo 2 59 O filtro ativo deve compensar cargas de até 1600W. Supondo que o filtro ativo em conjunto com a carga não-linear apresente para a rede uma característica resistiva resultando em uma corrente da rede senoidal e em fase com a tensão da rede, seu valor de pico pode ser calculado. ispico = 2 Po 2 × 1600 = = 10,3 A Vspico 311 A máxima ondulação de corrente no indutor Lc é definida em função da corrente de pico de entrada. Assim: ∆if max = 0,2 × ispico = 0,2 × 10,3 = 2,06 A O índice de modulação é calculado de acordo com a equação (2.4). Mi = Vspico Vf = 311 = 0,7775 400 Para este índice de modulação, a máxima ondulação de corrente parametrizada é obtida derivando-se a equação (2.44). ∆if max = 0,25 A indutância Lc é calculada de acordo com a equação (2.53). Lf ≥ 0,25 × 400 ∆if max Vf = ≅ 810 × 10 − 6 H 2 ∆if max fs 2 × 2,06 × 30 × 103 A função de transferência Gi(s) é calculada de acordo com a expressão (2.58). Gi (s) = ∆if (s ) V 400 494 × 103 = f = = ∆D(s ) s L f s s × 810 × 10 - 6 O controlador de corrente é calculado de acordo com o procedimento a seguir. O zero do controlador é ficou em aproximadamente 1kHz. Escolhendo-se Ri3 = 50kΩ, calcula-se o capacitor Ci1. 60 Capítulo 2 C i1 = 1 1 = ≅ 3,3 × 10 −9 F f zi 2 π R i3 1k × 2π × 50k O pólo do controlador é locado em 30kHz. Escolhendo-se Ri2 = 10kΩ calcula-se o capacitor Ci2. Ci2 = Ci1 3,3n = ≅ 110 × 10 −12 F fpi 2 π Ri3 Ci1 − 1 30k × 2π × 50k × 3,3n − 1 A função de transferência resultante do controlador de corrente é: Hi (s ) = − (1 + s 165µ ) s 34,1µ (1 + s 5,33µ ) A corrente da rede é monitorada através de um sensor de efeito Hall com um ganho kis de 0,3. O valor de pico do sinal portador triangular é de 5V. Assim, a função de transferência de laço aberto é calculada. FTLA i (s ) = k is VTpico −a −pico × Gi (s) Hi (s ) = 0,3 494 × 103 − (1 + s 165µ ) × × 10 s s 34,1µ (1 + s 5,33µ ) O diagrama de Bode de módulo e de fase da função de transferência Gi(s), Hi(s) e da função de transferência em malha aberta é apresentado na Fig. 2.53. A freqüência de cruzamento de ganho é de 10,7kHz e a margem de fase de 65,2o. o 0 70 o H i (f) 50 G i (f) o dB -50 o H i (f) G i (f) dB o -100 0 FTLA i (f) o o FTLA i (f) -150 dB -50 o -70 0,1 1 10 100 1000 -200 0,1 1 10 f (kHz) f (kHz) (a) (b) 100 1000 Fig. 2.53 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s). Um banco de capacitores para ser colocado no barramento CC do inversor foi escolhido de acordo com a disponibilidade de componentes, resultando em Capítulo 2 61 uma capacitância total de 1,8 × 10−3 F / 400V . A tensão no barramento CC é monitorada com um ganho Kv de 0,015. A função de transferência Gv(s) é calculada de acordo com a expressão (2.63). Vf (s ) (2 D - 1) (2 × 0,7775 − 1) 308,33 = = = if (s ) s Cf s s × 1,88 × 10-3 Gv (s ) = O controlador proporcional-integral é projetado como mostrado a seguir. O zero do controlador ficou em aproximadamente 4Hz. Escolhendo-se Rv1=22kΩ e Cv1 = 220nF, calcula-se o resistor Rv2. Rv 2 = 1 1 = ≅ 180kΩ C v1 2 π 4Hz 220 × 10 −9 × 2π × 4Hz Hv (s) = (1 + s Cv1 R v2 ) k v s C v1 R v1 k is = (1 + s 0,0396 ) × 0,015 s 0,00484 0,3 O diagrama de bode de módulo e de fase da função de transferência Gv(s), Hv(s) e da função de transferência em malha aberta é apresentado na Fig. 2.54. A freqüência de cruzamento de ganho é de 19,8Hz e a margem de fase de 78,53o. k 308,33 (1 + s 0,0396 ) 0,015 FTLA v (s) = Gv (s ) Hv (s) v = × × k is s s 0,00484 0,3 o 0 100 o H v (f) o -50 50 o G v (f) o G v (f) -100 dB o 0 H v (f) FTLA v (f) dB o -150 FTLA v (f) -50 dB o 0.1 1 10 100 1000 -200 0.1 1 10 f (Hz) f (Hz) (a) (b) 100 Fig. 2.54 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gv(s), Hv(s) e FTLAv(s). 1000 62 Capítulo 2 2.5.2 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO Para comprovar o funcionamento do filtro ativo com as malhas de tensão e de corrente projetadas foi feita uma simulação no PSPICE do sistema completo. O arquivo de dados está em anexo. O circuito simulado é apresentado na Fig. 2.55. S1 6 S3 D1 3 is if Lc 1 5 a io Vs carga D3 io 3 D r1 Lr D r3 Lo 2 + Vf Cf carga 4 4 Ro b Dr2 S2 S4 7 D4 D2 D r4 0 Vp C i2 R pu1 C i1 R i3 13 10 R co1 R t1 11 i s ref Vp R i2 R pu2 12 14 C v1 R v2 Vt2 19 V ref R co2 22 + - __ S1 , S 2 9 21 18 V f ' = k v x Vf 15 R t2 20 R v1 S3 , S 4 V t1 8 k is x i s 17 __ 16 R1 Vs' Fig. 2.55 – Circuito simulado. Na Fig. 2.56 pode-se observar a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada e na carga não-linear. O filtro ativo está atuando de maneira que o fator de potência resultante é praticamente unitário. Na Fig. 2.57 tem-se a corrente na carga não-linear e no filtro ativo, a tensão no barramento CC e outros sinais do circuito de controle. Verifica-se que a malha de controle de tensão está atuando para manter a tensão no barramento CC constante. 40 450 Vf Carga: TDH Total = 36,18% fase = 11,98 o Vs 30 FP = 0,92 i s x 10 Rede: TDH Total = 2,03% fase = 0,3 o TDH N 0 (%) FP = 0,999 20 10 -450 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time (a) 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (b) Fig. 2.56 – (a) Tensão de entrada, tensão no barramento CC e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente na carga não-linear e na entrada. Capítulo 2 63 15A 403 io 10A Vf 400 5A if Vf ' 0A 6.0V -5A 5.8V Vref 10 -10A i s ref 0 -10 -15A 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time (a) (b) Fig. 2.57 – (a) Corrente na carga não-linear e no filtro ativo, (b) tensão no barramento CC e sinais de controle. 2.5.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS Na Fig. 2.58 é apresentado o diagrama de potência do protótipo implementado e na Fig. 2.59 o diagrama de controle. Para gerar a corrente de referência senoidal foi utilizado o multiplicador MC1595L. A tensão no barramento CC é monitorada através de um divisor resistivo e a tensão da rede é monitorada através de um transformador de tensão. Para se observar a corrente drenada da rede utilizou-se um sensor Hall. Para comandar os dois braços da ponte utilizaram-se dois drivers IR2111. As especificações dos componentes de potência são: Cf = 1,8mF/400V Lf = 810µH – núcleo 2x EE65/39, 42 espiras (6 x 20AWG), entreferro=0,5mm IGBTs (S1,2,3,4): IRG4PC50W D1,2,3,4: HFA15TB60 Na Fig. 2.61 pode-se observar os resultados experimentais do filtro ativo compensando a carga linear do tipo resistiva-indutiva da Fig. 2.60 (a). A corrente da rede resultante está em fase com a tensão da rede, resultando em um fator de potência elevado. A corrente que o filtro o ativo injeta na rede está aproximadamente 90 defasada em relação à tensão da rede, comprovando que o filtro ativo está processando apenas energia reativa. 64 Capítulo 2 c S1 b LA25NP 2/1000 Vs h0 810 µ H io h1 e b A 1,5 µF 250V carga (s) Rs 150Ω e R Vf1 670k Ω D3 Lc if is c S3 D1 + 1,5 µF 250V Cf 1,8mF 400V Vf ' B Vf - f1 R Vf2 10k Ω c S4 c S2 D2 b f0 e D4 b e Dissipador P14 Fig. 2.58 – Diagrama de potência. 15V -15V Controlador de Tensão C v1 220nF Rx 15k Ω 180k Ω Vf ' R v1 f1 22kΩ 15V 2 3 12k Ω 6 lf 351 12k Ω V y Ry 15k Ω 10 11 5 12k Ω 6 7 15V 3 5,6k Ω Rede 1µF 35V R AC2 10k Ω 4 14 R i2 10k Ω -15V lf 351 C i1 15V 7 2 R i1 3,3k Ω RL 18k Ω 50k Ω 6 2 I 13 12k Ω 7 2 8 12 13 I3 R AC1 sensor hall h1 h0 1 MULTIPLICADOR 9 3 110pF R i3 MC 1595L Vx C i2 Ro 3,3k Ω 4 4 -15V 10k Ω f0 Controlador de Corrente Ro 3,3k Ω R1 3,3k Ω R v2 15V 7 100nF 100nF 3 3,3nF -15V R3 4 -15V 1 lm 311 2 7 _ S 3, S 4 8 1n4936 18V 1,8k Ω 15V 100nF Sinais Triangulares 15V RL 3 10k Ω 5kΩ 5kΩ 4 3 3.9V 15k Ω R 13 12k Ω 1,8k Ω 6 lf 351 2 1,2nF 8,2k Ω 220V/9V+9V 10k Ω 2 3 lf 351 4 -15V emissor S 4 -15V 4 1,8k Ω 6 2 4 -15V 1 lm 311 3 15V 7 18k Ω 8 2 7 3 4 6 5 base S 3 100nF 400V IR2111 33k Ω 7 318 1 15V _ S 1, S 2 1n4936 7 8 18V 1,8k Ω 100nF 6 100nF 1 8 2 7 3 4 6 base S 1 100nF 400V 5 IR2111 2,2MΩ emissorr S 3 base S 4 emissor S 2 emissor S 1 base S 2 10k Ω 15V 7 8,2k Ω 2 3 lf 351 6 100nF 4 -15V 2,2MΩ Fig. 2.59 – Diagrama de controle. i o total 120 Ω i o1 500 µ H 940µF i o total i o1 500 µ H 64Ω 940µF 109mH i o2 200 µ H 62.9 Ω io io 109mH 52 Ω 500 µ H 940 µ F 17Ω (a) (b) io 109mH 200 µ H i o2 21Ω (c) 109mH 17Ω (d) i o3 109mH 32Ω (e) Fig. 2.60 – Carga linear (a), cargas não-lineares (b), (c), e cargas múltiplas (d), (e). Capítulo 2 65 Na Fig. 2.62 e 2.63 são apresentados os resultados experimentais para o filtro ativo compensando as cargas não-lineares da Fig. 2.60 (b) e (c), respectivamente. A corrente produzida pelo filtro ativo compensa a corrente da carga não-linear, resultando em uma corrente drenada da rede senoidal e em fase com a tensão da rede. Na Fig. 2.64 são apresentados o espectro harmônico da corrente na carga não-linear, da corrente resultante da rede, e o limite estabelecido pela norma IEC 61000-3-2 [1], para as cargas da Fig. 2.60 (b) e (c), respectivamente. Como se pode observar as cargas não-lineares estariam fora dos limites estabelecidos pela norma caso o filtro ativo não estivesse presente. Vs Vs is Vs io (a) if (b) (c) Fig. 2.61 – Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.60(a): (a) tensão (100V/div.) e corrente (5A/div.) da rede; (b) correntes (5A/div.) na carga linear e (c) no filtro ativo. Vs is Vs Vs io if (a) (b) (c) Fig. 2.62 – Resultados experimentais para carga da Fig. 2.60(b): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, (b) correntes (10A/div.) na carga não-linear e (c) no filtro ativo. 66 Capítulo 2 Vs Vs is Vs io if (a) (b) (c) Fig. 2.63 – Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.60(c): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, (b) correntes (10A/div.) na carga não-linear e (c) no filtro ativo. 8 8 Carga não-linear : TDH = 107,86% fase = 0,47 6 fase = 7,67 6 FP = 0,68 Rede: TDH = 3,45% o fase = 0,96 FP = 0,997 4 Carga não-linear: TDH = 42,19% o o FP = 0,913 Rede: TDH = 3,92% o fase = 1,5 FP = 0,998 4 IEC 6100-3-2 IEC 6100-3-2 2 2 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 17 0 2 5 10 componente harmônica (N) 15 17 (a) (b) Fig. 2.64 – Espectro harmônico da corrente na carga não –linear e da corrente resultante da rede para as cargas não lineares da Fig. 2.60 (b) e (c), respectivamente. Nas Figs. 2.65 e 2.66 são apresentados os resultados experimentais para o filtro ativo compensando as cargas múltiplas da Fig. 2.60 (d) e (e). Como se pode observar, o filtro ativo pode compensar ao mesmo tempo as componentes harmônicas de corrente das cargas não-lineares e o deslocamento de fase da corrente da carga linear. A corrente resultante drenada da rede é senoidal e em fase com a tensão da rede. O fator de potência resultante é superior a 0,99. Na Fig. 2.67 tem-se o espectro harmônico da corrente total de carga, da corrente resultante drenada da rede, e da norma IEC 61000-3-2. Apesar desta norma não contemplar conjunto de cargas agrupadas, por uma questão de padronização esta é apresentada. Capítulo 2 67 Vs Vs Vs is if i o total (a) (b) (c) Fig. 2.65 – Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.60 (d): tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede; correntes (10A/div.) total de carga (b) e no filtro ativo (c). Vs Vs Vs is i o total if (a) (b) (c) Fig. 2.66 – Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.60(e): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, correntes (10A/div.) total de carga (b) e no filtro ativo (c). 8 8 Corrente total de carga: TDH = 86,1% fase = 24,97 6 Corrente total de carga: TDH = 49,99% o fase = 22,56 6 FP = 0,687 Rede: TDH = 3,56% o fase = 0,992 Rede: TDH = 3,12% fase = 1,14 o 4 FP = 0,998 4 FP = 0,997 IEC 6100-3-2 IEC 6100-3-2 2 2 0 o FP = 0,842 2 0 5 10 componente harmônica (N) 15 17 2 5 10 componente harmônica (N) 15 17 (a) (b) Fig. 2.67 – Espectro harmônico da corrente total de carga e da corrente resultante da rede para as cargas não lineares da Fig. 2.60 (d) e (e), respectivamente. Na Fig. 2.68 são apresentados os resultados experimentais do comportamento dinâmico do filtro ativo para variações de carga. Pode-se observar que o filtro ativo leva alguns ciclos da rede para adaptar-se às mudanças 68 Capítulo 2 de carga. Isto acontece porque a malha de controle da tensão da saída é uma malha lenta para não distorcer a corrente de referência senoidal gerada por esta malha. Além disso, o banco capacitivo (Cf) do barramento CC estava superdimensionado devido à disponibilidade de componentes. Se uma capacitância menor fosse utilizada o desempenho dinâmico seria melhor. Mesmo assim, a corrente drenada da rede durante este período é senoidal. Apresenta-se na Tabela 2.2 a potência reativa e a potência ativa, o deslocamento de fase da componente fundamental da corrente em relação à tensão da rede, a taxa de distorção harmônica total da corrente e o fator de potência resultante para a(s) carga(s) e a rede. Para todas as cargas da Fig. 2.60 o fator de potência é superior a 0,99 e a corrente da rede resultante está em conformidade com a norma IEC 61000-3-2. A diferença entre a potência ativa da (s) carga (s) e a potência ativa drenada da rede representa as perdas no filtro ativo, que são insignificantes. Tabela 2.2: Carga (s) P(W) Q(Var) Fase o 107,86% 0,68 1728 29 0,96 3,45% 0,999 o 42,19% 0,91 1867 49 1,5 o 3,92% 0,998 0,68 1672 33,2 1,14 44,99% 0,84 1767 30,6 0,99 14 0,47 1821 245 7,67 1616 754,4 24,9 diodos com filtro capacitivo e 1715 712,4 22,6 carga RL Carga RL + retificador a FP o 1677 Retificador a diodos com o 6,5 71,3 de filtro capacitivo FP P(W) Q(Var) Fase THD is 34 738 Retificador a diodos seguido TDH io 0,32 302 251 Carga resistiva-indutiva Rede o 1,8% 86,1% o 5,1% 0,992 o 3,12% 0,999 o 3,57% 0,999 diodos com filtro capacitivo Carga RL + retificadores a com carga RL o Capítulo 2 69 is is io io if if (a) (b) Fig. 2.68 – Resultados experimentais para variação de carga: corrente da rede (10A/div.), corrente na carga não-linear (20A/div.) e corrente no filtro ativo (20A/div.). 2.6 CONCLUSÕES Neste capítulo foi feito um estudo de quatro topologias de inversores de tensão operando como filtro ativo do tipo paralelo. As topologias estudadas foram o inversor em meia ponte, o inversor em ponte completa, o inversor com grampeamento do ponto neutro (NPC) e a conexão série de inversores. Estes inversores modulados a 2, 3 e 5 níveis com malha de controle de corrente por histerese e por valores médios instantâneos foram apresentados, juntamente com resultados de simulação dos inversores compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos com filtro capacitivo. De uma maneira geral pode-se dizer que para potências médias (até 10kVA) o inversor de tensão em ponte completa apresenta as melhores características para operação como filtro ativo uma vez que utiliza apenas quatro interruptores, um capacitor no barramento CC e opera em três níveis de tensão com uma tensão Vab com uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação. Para potências ou tensões maiores é necessário um estudo da relação custo-benefício para verificar a viabilidade da utilização dos inversores NPC e da conexão série de inversores. Para potências abaixo de 1kVA também seria necessário um estudo para verificar a possibilidade de se utilizar o inversor em meia ponte ao invés do inversor em ponte completa. Apesar do volume de dissipador ser menor no inversor meia ponte por utilizar apenas dois interruptores, a indutância Lc é pelo menos 4 vezes maior quando comparado ao inversor de ponte completa, o que representa um volume maior deste indutor. 70 Capítulo 2 Um filtro ativo de 1,6kVA empregando o inversor de tensão em ponte completa modulado a três níveis com controle por valores médios instantâneos foi implementado em laboratório. Foram apresentados resultados experimentais do filtro ativo compensando cargas lineares, não-lineares e cargas múltiplas em paralelo. Para todos os casos apresentados o filtro ativo compensa adequadamente as cargas, resultando em uma corrente drenada da rede senoidal e em conformidade com a norma IEC 61000-3-2. Também foram feitos ensaios dinâmicos de variação de carga. Como esperado, o filtro ativo adaptou-se automaticamente às variações de carga sem distorcer a corrente de entrada. Capítulo 3 71 CAPÍTULO 3 RETIFICADOR DE ELEVADO FATOR DE POTÊNCIA EMPREGANDO O CONVERSOR ABAIXADOR (BUCK) COM CONTROLE FEEDFORWARD 3.1 INTRODUÇÃO O estudo do retificador de alto fator de potência empregando o conversor abaixador é pertinente dentro do estudo de filtros ativos uma vez que o inversor de corrente em ponte completa é um conversor abaixador bidirecional em corrente, do mesmo modo que o inversor de tensão em ponte completa é um conversor elevador (BOOST) bidirecional em corrente. Assim como o controle por valores médios instantâneos, empregado no conversor elevador, foi utilizado para o inversor de tensão operando como filtro ativo, a estratégia de controle empregada para o conversor abaixador será utilizada para o inversor de corrente operando como filtro ativo. O retificador abaixador de alto fator de potência é apresentado na Fig. 3.1. Este é formado por um estágio de retificação e filtragem (Lfiltro e Cfiltro), seguido do conversor abaixador controlado por modulação por largura de pulso (PWM). O conversor abaixador é uma topologia muito robusta apresentando algumas características importantes, tais como: • tensão média de saída menor que o valor de pico da tensão da rede; • proteção contra curto-circuito; • inexistência de corrente de partida excessiva “inrush”. Lo Sb i Lo is L filtro D r1 Vs + D r2 C filtro Db D r3 Io Co Ro Vo D r4 - Fig. 3.1 – Retificador seguido do conversor abaixador. Para o conversor abaixador operando no modo de condução descontínua (DCM), com o indutor Lo projetado para operar na alta freqüência, a corrente de 72 Capítulo 3 entrada (is) é nula enquanto a tensão de entrada (Vs) for inferior à tensão de saída (Vo) [35]. Este fato pode ser observado nos resultados de simulação da Fig. 3.2, para uma indutância Lo de 95µH e uma freqüência de comutação de 6kHz. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada depende da relação entre o valor médio da tensão de saída e o valor de pico da tensão de entrada. Dependendo das especificações, algumas componentes harmônicas de corrente (principalmente as de ordem 3 e 5) podem não atender à norma IEC 61000-3-2. Além disso, tem-se elevados valores de corrente de pico e eficaz nos semicondutores, o que acarreta perdas por condução elevadas. 30 170 Vs Vo 0 20 is x 6 Espectro Harmônico de is TDH TDH N -170 50A Total = 28,37% fase = 4 (%) o FP = 0,96 10 i Lo 0A 50ms 52ms 54ms 56ms 58ms Time 60ms 62ms 64ms 66ms 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 Fig. 3.2 – Retificador abaixador operando em DCM. Para o conversor abaixador operando no modo de condução contínua (CCM) o indutor de saída Lo é projetado para operar na baixa freqüência (120Hz), de maneira que se comporte como uma fonte de corrente praticamente constante. Se o interruptor Sb for comandado com uma razão cíclica com conformação senoidal retificada é possível obter-se uma corrente de entrada senoidal com fator de potência unitário. No entanto, o volume, peso e custo deste indutor são muito maiores quando comparado ao indutor utilizado na operação no modo de condução descontínua. Na Fig. 3.3 é apresentado um diagrama de blocos da estratégia de controle empregada para o modo de condução contínua. O circuito de controle é composto por uma malha de controle da tensão de saída Vo. O sinal de saída do controlador de tensão (B) é multiplicado por uma amostra da tensão da rede retificada (A). O sinal modulador (Vm) resultante é comparado com um sinal portador (Vp) dentede-serra, gerando as ordens de comando para o interruptor Sb. É importante salientar que não é necessária uma malha de corrente para que se obtenha um fator de potência elevado. Capítulo 3 73 Para demonstrar o princípio de funcionamento no modo de operação contínua são apresentados na Fig. 3.4 os resultados de simulação para uma indutância Lo de 2H e uma freqüência de comutação de 6kHz, sem o filtro de alta freqüência (Lfiltro, Cfiltro) na entrada. Pode-se observar que a corrente de entrada possui uma conformação senoidal. Na Fig. 3.5 são apresentados os resultados de simulação com as mesmas especificações da Fig. 3.4, porém com o filtro de alta freqüência. A corrente de entrada é praticamente senoidal, o fator de potência é elevado e não depende da relação entre a tensão média de saída e o valor de pico da tensão de entrada, como acontece em DCM. Lo Sb + i Lo i s L filtro R AC Io C filtro Ro Dr1 Dr2 Vs Dr3 Dr4 Co Db R Vo1 Vo R REF R Vo2 A Vo ' - Vm Sb A xB Vp B Controlador de Tensão H v (s) + Vref Fig. 3.3 – Estratégia de controle do retificador abaixador operando em CCM, com o indutor Lo com característica de fonte de corrente constante. 20 10A i Lo Vs / 10 5A 10 0A is 0 10A i Sb -10 5A 0A 50ms -20 52ms 54ms 56ms 58ms Time 60ms 62ms 64ms 66ms 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms Fig. 3.4 – Retificador abaixador em CCM sem filtro de alta freqüência (Lfiltro, Cfiltro). Para otimizar o volume, peso e custo do indutor de saída Lo poder-se-ia pensar em diminuir sua indutância de maneira que não se comporte mais como uma fonte de corrente constante. Entretanto, o aumento da ondulação de corrente neste indutor provoca uma distorção da corrente de entrada, com a presença significativa da terceira harmônica. Esta distorção pode ser observada nos resultados de simulação da Fig. 3.6, para uma indutância Lo de 25mH, o que corresponde a uma ondulação de pico a pico de 76% de Io, e uma freqüência de comutação de 6kHz. Dependendo das especificações, a componente harmônica de ordem 3 pode não atender à norma IEC 61000-3-2 74 Capítulo 3 30 170 Vs Vo 0 20 is x 6 TDH -170 Espectro Harmônico de i s TDH N 10A Total = 3,3% fase = 2,3 (%) i Lo o FP = 0,998 10 5A 0A 50ms 0 52ms 54ms 56ms 58ms Time 60ms 62ms 64ms 66ms 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 Fig. 3.5 – Retificador abaixador operando em CCM com filtro de alta freqüência (Lfiltro, Cfiltro) na entrada. 30 170 Vs Vo 0 20 is x 6 Espectro Harmônico de i s TDH -170 TDH N (%) 15A Total = 14,17% fase = 11,6 FP = 0,969 o 10 10A i Lo 5A 0 0A 0.984s 0.986s 0.988s 0.990s 0.992s 0.994s 0.996s 0.998s Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 Fig. 3.6 – Retificador abaixador operando em CCM com uma ondulação de corrente no indutor de saída de 76% de Io. Na referência [36] é proposta uma estratégia de controle para eliminar a distorção da corrente de entrada mesmo quando a corrente no indutor de saída apresenta uma ondulação elevada. A diferença em relação à técnica de controle apresentada na Fig. 3.3 é que o sinal modulador é comparado com um sinal dente-de-serra, cujo valor de pico é proporcional à corrente no indutor Lo, como mostra a Fig. 3.7. Na Fig. 3.8 pode-se observar em detalhes a geração das ordens de comando para o interruptor. Na Fig. 3.9 tem-se os resultados de simulação empregando-se esta técnica de controle, para as mesmas especificações da Fig. 3.6. Como se pode observar a corrente de entrada é senoidal e a terceira harmônica foi bastante atenuada. A estratégia de controle proposta neste trabalho (controle feedforward) também compensa elevadas ondulações de corrente no indutor, porém através do sinal modulador, o que torna mais simples sua implementação prática [37]. Capítulo 3 75 Lo Sb + i Lo is L filtro Dr1 D r2 Vs R AC Io C filtro Ro Co Db R Vo1 Vo R REF Dr3 D r4 R Vo2 R sh - A Vo ' - Vm Sb A xB B + Controlador de Tensão H v (s) Vp St Vref Ct Fig. 3.7 – Retificador abaixador operando em CCM com o controle proposto por [36]. i Lo Vp Vm Vp 0ms 2ms 4ms 6ms 8ms Time 10ms 12ms 14ms 16ms 0ms 2ms 4ms 6ms 8ms Time 10ms 12ms 14ms 16ms (a) (b) Fig. 3.8 – (a) Corrente no indutor e sinal dente-de-serra de amplitude proporcional a iLo, (b) comparação do sinal dente-de-serra com o sinal modulador e as ordens de comando geradas. 30 200 Vs Vo 0 20 is x 6 TDH -200 Espectro Harmônico de i s TDH N Total = 5,57% fase = 0,65 (%) o FP = 0,998 15A 10 10A i Lo 5A 0 0A 484ms 486ms 488ms 490ms 492ms 494ms 496ms 498ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 Fig. 3.9 – Retificador abaixador operando em CCM com a estratégia de controle proposta por [36], para uma ondulação de corrente no indutor de saída de 76% de Io. Neste capítulo é apresentado o estudo teórico da estratégia de controle proposta bem como os limites da ondulação de corrente no indutor de saída. Além disso, o procedimento de projeto detalhado, os resultados de simulação e experimentais de um protótipo de 1,5kW validam a análise teórica. Também é apresentada uma aplicação prática do retificador abaixador operando como um 76 Capítulo 3 carregador de baterias, com algumas modificações no controle, necessárias para esta aplicação específica. Este carregador de baterias faz parte de um sistema de alimentação ininterrupta “UPS”. 3.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE PROPOSTA A estratégia de controle proposta neste capítulo permite a obtenção de uma corrente de entrada senoidal e em fase com a tensão de entrada, mesmo para uma ondulação de corrente elevada no indutor de saída. O diagrama de blocos da estratégia de controle proposta é apresentado na Fig. 3.10. A tensão de saída é monitorada e comparada com uma tensão de referência. O sinal de erro resultante passa por um controlador de tensão, cuja saída é multiplicada por uma amostra da tensão de entrada retificada e dividida por uma amostra da corrente no indutor de saída (controle feedforward). O sinal modulador resultante não é senoidal porque a elevada ondulação de corrente no indutor de saída (sinal “C”) faz parte da composição do sinal modulador (Vm). A distorção do sinal modulador compensa a ondulação de corrente em Lo de maneira que a corrente de entrada resulte em uma forma de onda praticamente senoidal. Para a geração dos sinais de comando para o interruptor Sb o sinal modulador resultante é comparado com o sinal dente-de-serra, como mostra a Fig. 3.11. Na Fig. 3.12 tem-se os resultados de simulação empregando-se o controle feedforward, para as mesmas especificações da Fig. 3.6. Assim como a estratégia de controle proposta por [36], o controle feedforward compensa a elevada ondulação de corrente no indutor de saída eliminando praticamente a terceira harmônica da corrente de entrada. Lo Sb + i Lo i s L filtro R AC Io C filtro Ro D r1 D r2 Vs Dr3 D r4 Co Db R Vo1 Vo R REF R Vo2 R sh A - C Vo ' Vs' Sb Vm Vp - A B ____ C x B Vc Controlador de Tensão H v (s) + Vref Fig. 3.10 – Retificador abaixador operando em CCM com o controle feedforward proposto. Capítulo 3 77 Vp i Lo Vm Vm 0ms 2ms 4ms 6ms 8ms Time 10ms 12ms 14ms 16ms 0ms 2ms 4ms 6ms 8ms Time 10ms 12ms 14ms 16ms (a) (b) Fig. 3.11 – (a) Corrente no indutor e sinal modulador, (b) comparação do sinal modulador com o sinal dente-de-serra e as ordens de comando geradas. 30 170 Vs Vo 0 20 Espectro Harmônico de i s is x 6 TDH -170 TDH N Total = 3,6% fase = 2,9 o (%) FP = 0,998 15A 10 10A i Lo 5A 0 0A 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 Fig. 3.12 – Retificador abaixador operando em CCM com o controle feedforward proposto, para uma ondulação de corrente no indutor de saída de 76% de Io. 3.3 ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA 3.3.1 CARACTERÍSTICA DE SAÍDA EM MALHA ABERTA Nesta seção é determinada a característica de saída em malha aberta para as técnicas de controle sem feedforward (Fig. 3.3) e com feedforward (Fig. 3.10). A. Sem o Controle Feedforward No conversor abaixador sem o controle feedforward (técnica de controle da Fig. 3.3), o sinal modulador é senoidal retificado e o sinal portador apresenta um valor de pico constante, definido pelo índice de modulação. Os sinais modulador e portador são representados pelas expressões (3.1) e (3.2) para 0 ≤ wt ≤ π . Vm (θ) = A B = Vmpico sen (wt ) (3.1) Vp (θ ) = Vp (3.2) pico A razão cíclica é dada pela razão entre o sinal modulador e o sinal portador como mostrado em (3.3). 78 Capítulo 3 V (t ) Vmpico sen (wt ) ≤1 D(t ) = m = Vp (t ) Vp (3.3) pico O índice de modulação Mi é definido por (3.4) Mi = Vmpico Vp ≤1 (3.4) pico Substituindo (3.4) em (3.3), obtém-se (3.5). D(t ) = Mi sen (wt ) (3.5) A tensão sobre o diodo Db é dada pela multiplicação do sinal senoidal retificado e a razão cíclica como apresentado em (3.6), para 0 ≤ wt ≤ π . VDb (t ) = Vspico sen (wt )D(t ) = Vspico Mi (sen (wt ))2 (3.6) De acordo com a definição de valor médio calcula-se a tensão média sobre o diodo Db como mostra a equação (3.7). A tensão média de saída é igual à tensão média sobre o diodo, uma vez que a tensão média sobre o indutor Lo é zero. Vomed = 1 π π ∫ VDb (t ) dwt = 0 1 π π ∫ Vspico Mi (sen (wt )) 2 dwt = 0 Vspico Mi (3.7) 2 Parametrizando-se a tensão média de saída em relação à tensão de pico da rede obtém-se (3.8). Vomed = Vomed Vspico = Mi 2 (3.8) Na Fig. 3.13 apresenta-se o ábaco da característica de saída em malha aberta, tendo o índice de modulação Mi como parâmetro. Como se pode verificar a tensão média de saída independe da carga. 0,5 M i = 0,9 0,8 0,4 0,7 0,6 0,3 __ Vo med 0,5 0,4 0,2 0,3 0,2 0,1 0,1 0 0 0,2 0,4 __ Io 0,6 0,8 1 Fig. 3.13 – Característica de saída em malha aberta sem o controle feedforward. Capítulo 3 79 B. Com o Controle Feedforward No conversor abaixador com o controle feedforward (técnica de controle da Fig. 3.10), o sinal modulador não é senoidal, uma vez que é dividido por uma amostra da corrente no indutor Lo. Os sinais modulador e portador são apresentados nas expressões (3.9) e (3.10) para 0 ≤ wt ≤ π . Vm (t ) = AB = C Vp (t ) = Vp Vc Vs′ pico sen (wt ) ∆I Rsh Io − o sen (2 wt ) 2 (3.9) (3.10) pico Sendo: Vc: Sinal de saída do controlador de tensão. Vs′ pico : Sinal de amostra da tensão da rede retificada. A razão cíclica é dada pela razão entre o sinal modulador e o sinal portador como mostrado em (3.11). D(t ) = Vm (t ) = Vp (t ) Vc Vs′ pico sen (wt ) ≤1 ∆Io Vp R I − sen (2 wt ) pico sh o 2 (3.11) Parametrizando-se Vm, Io e ∆Io de acordo com (3.12), (3.13) e (3.14) obtémse a expressão (3.15) para a razão cíclica. Vm = Vc Vs′ pico Vp pico Io = (3.12) Vmmax Rsh Io Vmmax ∆Io = D(t ) = (3.13) Rsh ∆Io Vmmax (3.14) Vm sen (wt ) ∆I Io − o sen (2 wt ) 2 ≤1 (3.15) A razão cíclica deve ser sempre menor ou igual a 1. Assim tem-se (3.16). Vm sen(wt ) ≤ Io − ∆Io sen(2 wt ) 2 (3.16) A condição que garante que a razão cíclica será sempre menor ou igual a 1 é: Io ≥ Vm . A tensão sobre o diodo Db é dada por (3.17), para 0 ≤ wt ≤ π . A tensão média de saída é calculada de acordo com (3.18). 80 Capítulo 3 VDb (t ) = Vspico sen (wt )D(t ) = Vomed = 1 π π ∫ VDb (t ) dwt = 0 Vspico Vm (sen (wt )) 2 (3.17) ∆I Io − o sen (2 wt ) 2 Vspico Vm 1 π π Io ∫ 1 − (∆I sen 2 (wt ) ) o 2 Io sen (2 wt ) 0 (3.18) dwt Desprezando-se o termo (∆Io 2 Io ) , obtém-se (3.19). Vomed = Vspico Vm 1 π Vspico Vm sen 2 (wt ) dwt = π Io 2 Io ∫ (3.19) 0 Parametrizando-se a tensão média de saída em relação à tensão de pico da rede tem-se (3.20). Verifica-se que o controle feedforward provoca uma dependência da tensão média de saída com a corrente média de saída, o que não acontecia no caso sem o controle feedforward mostrado na equação (3.8). V V Vo med = omed = m Vspico 2 Io (3.20) Na Fig. 3.14 tem-se a característica de saída, dada pela tensão média de saída parametrizada em função da corrente média de saída parametrizada, tendo o sinal modulador como parâmetro. Como se pode observar, o conversor abaixador com o controle feedforward apresenta uma característica de saída de potência constante. A tensão de saída depende da carga, o que representa um esforço adicional da malha de controle da tensão de saída muito maior do que para o caso A (conversor abaixador sem o controle feedforward). 0,6 teórico simulação 0,5 0,4 __ Vo med 0,3 0,9 0,2 0,7 0,1 0 __ Vm = 0,5 0 1 2 3 __ 4 5 6 Io Fig. 3.14 – Característica de saída em malha aberta com o controle feedforward. Capítulo 3 81 3.3.2 CONTROLE DA TENSÃO DE SAÍDA A. Modelo do Conversor Para obter-se a função de transferência da relação entre a tensão de saída e a tensão de controle, é empregado o modelo do interruptor PWM [38]. Para tanto será utilizado o modelo simplificado do conversor operando em condução contínua, como mostra a Fig. 3.15 (a). A célula de comutação é apresentada em destaque nesta figura. Aplicando-se o modelo do interruptor PWM e considerando-se que a variação da tensão de entrada é desprezível assim como a variação da razão cíclica em relação a esta tensão, obtém-se o modelo de pequenos sinais representado pelo circuito equivalente da Fig. 3.15 (b). a Sb Lo c Lo i Lo Vs pico Io Co Db Ro + Vo Io D Vs pico + - Co R se Vo R se - p Ro + (a) - (b) Fig. 3.15 – (a) Modelo simplificado do conversor abaixador, (b) modelo de pequenos sinais do conversor abaixador. Do circuito da Fig. 3.14 (b) escreve-se (3.21): Vo (s ) = D(s ) s 2 Lo Co Vs pico ( 1 + s R se C o ) R se 1 + Ro +s Lo R + C o R se + 1 o (3.21) Sabendo-se que a razão cíclica é dada pela relação entre o sinal modulador e o sinal portador (3.22), e substituindo em (3.21) obtém-se em (3.23) a função de transferência da malha de tensão (Gv(s)). V D= m Vp Gv (s ) = (3.22) ( 1 + s R se Co ) Vo (s ) Vspico = × R L Vm (s ) Vppico s 2 Lo Co 1 + se + s o + Co R se + 1 R R o o (3.23) A função de transferência obtida é típica de um sistema de segunda ordem mostrado em (3.24). 82 Capítulo 3 G(s ) = k s s +1 wz (3.24) s2 ζ + +1 2 w wn n Onde: ks: ganho estático; wz: freqüência do zero; wn: freqüência dos pólos complexos; ζ: coeficiente de amortecimento. O zero presente na função de transferência Gv(s) devido à resistência série equivalente do capacitor fica localizado em uma freqüência muito superior ao do pólo formado por Ro e Co, fazendo com que o pólo seja dominante em relação ao zero. Pode-se então desprezar o efeito do zero e a tensão de saída terá uma resposta lenta frente a variações da corrente de entrada. A função de transferência simplificada (considerando-se Rse desprezível) é dada por (3.25), e o diagrama assintótico de Bode é apresentado na Fig. 3.16. Gv s (s ) = Vo (s ) Vspico 1 = × L Vm (s ) Vppico 2 s L o Co + s o + 1 Ro (3.25) o G vs(s) |G vs(s)| dB 0.1 .ω p v 0 - 40 dB/dec 1 ω p v = ________ Lo Co log( ω ωp v 10 ω p v o -90 o ) -180 o Fig. 3.16 – Diagrama de Bode de módulo e fase de Gvs(s). B. Compensador de Tensão Como o conversor é estável, um simples controlador do tipo proporcional seria suficiente para satisfazer as condições da malha de controle. No entanto, analisando-se os ábacos da característica de saída em malha aberta (Fig. 3.12 e 3.13), verifica-se que o controle feedforward faz com que a tensão média de saída seja dependente da carga. Assim, um simples controlador proporcional, não é suficiente neste caso. O compensador deve possuir um integrador na origem de Capítulo 3 83 maneira a eliminar o erro estático e a manter a tensão média de saída constante frente às variações de carga. Além disso, deve ser lento para não distorcer a corrente de entrada. Um controlador do tipo proporcional integral (PI), apresentado na Fig. 3.17, pode ser empregado. A função de transferência deste compensador é definida pela expressão (3.26) e o seu diagrama assintótico de Bode é mostrado na Fig. 3.18. Vo R2 C1 R vo1 R1 Vo ' R vo2 Vc Vref Fig. 3.17 – Compensador PI. |Hv (s)| dB H v PI (s) PI o 0.1 .ω z v ωz v 10 .ωz v 0o - 20 dB/dec -45o 1 ωz = _____ v R2 C 1 log( ω ) -90o Fig. 3.18 – Diagrama de Bode de módulo e fase de HvPI(s). HvPI (s ) = − ( 1 + s R 2 C1 ) Vo′ (s ) = k Vo × Vc (s ) s C1 R1 (3.26) Para definir de maneira mais precisa o ponto de operação, um controlador do tipo proporcional-íntegro-diferencial (PID) é o mais adequado, permitindo um melhor controle desta malha. O controlador PID é apresentado na Fig. 3.19 e a função de transferência deste controlador é definida por (3.27). Um dos pólos do controlador fica na origem, garantindo erro estático nulo. O outro pólo fica localizado sobre o zero do conversor, cancelando-o. Ambos os zeros são locados na freqüência dos pólos complexos do conversor. Assim, tem-se um sistema resultante de 1a ordem. O diagrama assintótico de Bode do controlador PID é apresentado na Fig. 3.20. HvPID (s ) = Vo′ = k Vo × Vc (s R3 C2 s + 1) ( s R2 C1 + 1) (R1 + R2 ) C2 s s R1 R2 C1 + 1 R1 + R2 (3.27) 84 Capítulo 3 Vo C1 R3 C2 R vo1 R1 Vo' R2 Vc Vref R vo2 Fig. 3.19 – Compensador PID. |Hv PI(s)| dB H v PI (s) o ωz 20 dB/dec - 20 dB/dec 0o R 1+R 2 ωp = ________ v R 1R 2 C 1 v ωp v log( ω -45o log( ω ) 1 1 _____ ωz = _____ = v R3 C 2 R2 C 1 -90o Fig. 3.20 – Diagrama de Bode de módulo e fase de HvPID(s). 3.3.3 CÁLCULO DA INDUTÂNCIA LO E DA CAPACITÂNCIA CO Na Fig. 3.21 é apresentado um diagrama simplificado da saída do conversor abaixador, e na Fig. 3.22 têm-se as formas de onda de tensão e de corrente da saída. i Lo Lo + + VD i Co Co - Io Ro Vo - Fig. 3.21 – Diagrama simplificado da saída do conversor abaixador. A potência instantânea no indutor Lo é o produto da tensão e da corrente neste indutor, como mostrado na equação (3.28). PLo = io (t) VLo (t) (3.28) A tensão no indutor é definida por (3.29): VLo (t) = L o dio (t) dt (3.29) Capítulo 3 85 Substituindo-se (3.29) em (3.28), tem-se (3.30): PLo (t) = io (t) L o dio(t) (3.30) dt i Lo (t) Io ∆ Io 0 t i Co (t) ∆ Io 0 t Vo (t) Vo 0 2.π π ∆V o t Fig. 3.22 – Formas de onda básicas. A energia em uma indutância é expressa pela integral da potência instantânea no intervalo de tempo desejado, como mostrado em (3.31): t1 W= t1 ∫ PLo(t) dt = ∫ Lo io(t) dio (t) = 2 to 1 to [ Lo Iomax 2 − Iomin 2 ] (3.31) Resolvendo-se a integral obtém-se (3.32): Po ∆T = [ 1 L I 2 − Iomin 2 2 o omax ] (3.32) A corrente no indutor Lo varia de seu valor máximo ao mínimo em um tempo wt=π/2=Trede/4. Isolando-se a indutância Lo na expressão (3.32) e substituindo-se ∆T, obtém-se a expressão (3.33) para o seu cálculo em função da potência média de saída, da freqüência da rede e da ondulação de corrente. Lo ≥ [ Po 2 frede Iomax 2 − Iomin 2 ] (3.33) Como se pode observar na Fig. 3.22 a corrente de saída é composta por uma corrente média Io com uma senóide em sobreposição de amplitude ∆Io/2 com uma freqüência de 120Hz, como mostrado na equação (3.34). io (t ) = Io + ∆Io sen (2 wt ) 2 (3.34) A parcela alternada da corrente de saída circula pelo capacitor de saída Co. Assim a corrente no capacitor é definida por (3.35): 86 Capítulo 3 ∆Io dVo (t ) sen (2 wt ) = Co dt 2 iCo (t ) = (3.35) Reescrevendo (3.35) obtém-se (3.36). dVo (t ) = ∆Io sen (2wt ) dt 2 Co (3.36) Integrando-se a equação (3.36), obtém-se (3.37). Vo (t ) = −∆Io cos (2wt ) 4 Co w (3.37) O valor de pico a pico da equação (3.37) é igual a ∆Vo, assim obtém-se a expressão (3.38) para o cálculo do capacitor Co. Co ≥ ∆Io 4 π frede ∆Vo (3.38) 3.3.4 MÁXIMA ONDULAÇÃO DE CORRENTE NO INDUTOR DE SAÍDA O controle feedforward permite obter uma corrente de entrada cuja componente fundamental é senoidal e em fase com a tensão da rede, mesmo para elevadas ondulações de corrente no indutor. No entanto, existe um limite para a ondulação de corrente no indutor de saída. Este limite é definido pelo ponto em que a corrente de saída iguala-se à corrente de entrada, uma vez que para o conversor abaixador a corrente de saída deve ser sempre maior que a corrente de entrada. Sejam as equações (3.39) e (3.40) que definem as correntes de entrada e no indutor Lo. is (t ) = ispico sen (wt ) io (t ) = Io − ∆io sen (2 wt ) 2 (3.39) (3.40) Para otimizar o tamanho do indutor de saída sem distorcer a corrente de entrada, a corrente de saída deve, na pior das hipóteses, tangenciar a corrente de entrada, como mostra a Fig. 3.23 (a). Se este limite não for respeitado a corrente de entrada fica distorcida, como se pode observar na Fig. 3.23 (b). Uma vez que o ponto de tangenciamento muda com a potência, o projeto da indutância Lo deve ser feito de maneira que o tangenciamento ocorra para a potência mínima (ou crítica), definida pelo projetista. Capítulo 3 Io 87 ∆Io lim i Lo(t) Io i s pico i spico ∆I o i Lo(t) i s (t) i s (t) π θt π 2π wt 2π wt (a) (b) Fig. 3.23 – (a) Corrente de entrada e saída se tangenciando, (b) corrente de entrada e de saída para uma ondulação da corrente de saída acima do limite. Para definir-se este limite igualam-se as equações (3.39) e (3.40), obtendose (3.41). ispico sen (wt ) = Io − ∆io sen (2 wt ) 2 (3.41) Sejam as definições do índice de modulação e da ondulação de corrente parametrizada no indutor apresentadas em (3.42) e (3.43). Mi = ∆io = is pico (3.42) Io ∆io Io (3.43) Substituindo-se (3.42) e (3.43) em (3.41) obtém-se (3.44). Mi sen (wt ) = 1 − ∆io sen (2 wt ) 2 (3.44) Isolando-se a ondulação de corrente parametrizada obtém-se (3.45). ∆io = 2 (1 − Mi sen (wt )) sen (2 wt ) (3.45) Na Fig. 3.24 é traçado o ábaco da ondulação de corrente parametrizada, em função de wt, tendo o índice de modulação (Mi) como parâmetro. Como se pode observar, para cada índice de modulação existe um ponto de mínimo no qual a corrente de saída tangencia a corrente de entrada. Para encontrar o ponto de tangenciamento (ângulo θt), para cada índice de modulação, deriva-se a equação (3.45) e iguala-se a zero. Assim, tem-se (3.46): d∆io 2 (− sen (2 wt )Mi cos (wt ) − 2 (1 − Mi sen (wt )) cos (2 wt )) = =0 dwt [sen (2 wt )] 2 (3.46) A equação (3.46) pode ser resolvida algebricamente para Mi variando de 0 a 1 obtendo-se, portanto o valor do ângulo θt para cada ponto de mínimo, como 88 Capítulo 3 mostra a Fig. 3.25 (a). Nesta figura verifica-se que o tangenciamento sempre ocorrerá entre 45o e 90o dependendo do índice de modulação. 3 2,5 M i = 0,01 2 0,1 0,2 ____ 0,3 ∆ i o 1,5 0,4 0,5 0,6 0,7 1 0,8 0,9 0,5 0 0,99 0 o 10 o 20 o 30 o 40 o 50 o 60 o 70 o 80 o 90 o wt Fig. 3.24 – Ondulação da corrente de saída em função do ângulo θ, tendo o índice de modulação Mi como parâmetro. Uma vez obtidos os valores de θt correspondentes ao ponto de tangenciamento para cada índice de modulação, calcula-se com a equação (3.45) a ondulação de corrente correspondente a estes pontos. Na Fig. 3.25 (b) apresenta-se a ondulação de corrente máxima parametrizada para o tangenciamento entre a corrente de entrada e de saída, para o índice de modulação variando de 0 a 1. A ondulação de corrente máxima parametrizada é definida para a potência mínima ou crítica, uma vez que acima desta potência a ondulação de corrente parametrizada diminui, garantindo-se que a corrente de saída será sempre maior que a corrente de entrada. Abaixo da potência crítica haverá uma distorção da corrente de entrada, como mostra a Fig. 3.23 (b). 90 o 80 o 2 1,5 70 o ___ ∆ I o máx 1 θt 60 50 40 o 0,5 o o 0 0,2 0,4 Mi 0,6 0,8 1 0 0 0,2 0,4 Mi 0,6 0,8 1 (a) (b) Fig. 3.25 – (a) Ângulo θt para os pontos de tangenciamento e (b) ondulação máxima para o tangenciamento, em função do índice de modulação. Capítulo 3 89 3.3.5 ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES A partir da expressão (3.47) da razão cíclica para meio período da rede e da expressão (3.48) da corrente no indutor Lo, determina-se de maneira simplificada os esforços nos semicondutores. D(t ) = Vmpico sen (wt ) (3.47) ∆i R sh Io − o sen (2 wt ) 2 onde: Vmpico = Vc Vs′ pico Vppico iLo (t ) = Io − ∆io sen (2 wt ) 2 (3.48) A. Corrente de Pico no Interruptor Sb e Diodo Db A corrente de pico no interruptor Sb e no diodo Db é dada por (3.49). iSbpico = iDbpico = Io + ∆io 2 (3.49) B. Corrente Média no Interruptor Sb A corrente média no interruptor Sb para um ciclo de rede é definida pela expressão (3.50). iSbmed = 1 π π ∫ iLo (t )D(t ) dwt = 0 1 π π ∫ 0 ∆i Io − o sen (2wt ) 2 R Vmpico sen (wt ) ∆io sen (2 wt ) sh Io − 2 dwt (3.50) Simplificando (3.50) obtém-se (3.51): 1 iSbmed = π π ∫ Vmpico sen (wt ) 0 Rsh (3.51) dwt Resolvendo a integral tem-se (3.52): iSbmed = 2 Vmpico π R sh (3.52) C. Corrente Eficaz no Interruptor Sb A corrente eficaz no interruptor Sb para um ciclo de rede é definida pela expressão (3.53). iSbef = 1 π π ∫ [iLo (t )D(t )] 0 2 dwt = 1 π Vmpico sen (wt ) Rsh 0 π ∫ 2 dwt (3.53) Resolvendo a integral tem-se (3.54): iSbef = 2 Vmpico 2 Rsh (3.54) 90 Capítulo 3 D. Corrente Média no Diodo Db A corrente média no diodo Db é dada pela corrente média de saída menos a corrente média no interruptor Sb, como mostra a equação (3.55). iDbmed = Io − iSbmed = Io − 2 Vmpico π Rsh (3.55) E. Corrente Eficaz no Diodo Db A corrente eficaz no indutor de saída é dada por (3.56). iLo ef = 1 π π ∫ 0 2 ∆i Io − o sen (2 wt ) dwt 2 (3.56) Resolvendo a integral tem-se (3.57): iLoef = Io2 − ∆io2 8 (3.57) A corrente eficaz no diodo Db é dada pela equação (3.58). 2 ∆i 2 Vmpico iDbef = iLoef 2 − iSbef 2 = Io2 + o − 8 2 Rsh2 (3.58) F. Corrente de Pico nos Diodos Retificadores A corrente de pico nos diodos retificadores é dada por (3.59). iDRpico = ispico (3.59) G. Corrente Média nos Diodos Retificadores Os diodos retificadores conduzem durante meio período da rede. A corrente média é calculada de acordo com (3.60). iDRmed = 1 2π π ∫ ispico sen (wt ) dwt (3.60) 0 Resolvendo a integral tem-se (3.61): iDRmed = is pico (3.61) π H. Corrente Eficaz nos Diodos Retificadores A corrente eficaz é calculada de acordo com (3.62). iDRef = 1 2π π ∫ [ispico sen (wt )] 2 dwt (3.62) 0 Resolvendo a integral obtém-se (3.63): iDRef = ispico 2 (3.63) Capítulo 3 91 3.4 PROCEDIMENTO DE PROJETO Sejam as seguintes especificações: Vspico = 311V frede = 60Hz Ponom = 1500 W Pomin = 0,5 × Ponom = 750 W Vo = 60 V ∆Vo = 10% × Vo = 6 V Ionom = 25 A Iomin = 12,5 A fs = 30kHz A carga para a potência nominal e mínima é calculada como mostrado abaixo: Ronom = Vo 60 = = 2,4Ω Ionom 25 Romin = Vo 60 = = 4,8Ω Iomin 12,5 A componente fundamental da corrente de entrada, para potência nominal e mínima, e o índice de modulação são então calculados: isnom = 2 Ponom Vs = 2 × 1500 = 9,65 A 311 ismin = 2 Pomin Vs = 2 × 750 = 4,82 A 311 is i 9,65 = 0,386 Mi = nom = smin = Ionom Iomin 25 A. Cálculo da Máxima Ondulação Relativa de Corrente Com o índice de modulação determina-se qual a máxima ondulação de corrente parametrizada. A ondulação absoluta deve então ser calculada para a potência mínima. d∆io d 1 − Mi sen (wt ) 2 = 0 ⇒ θt = 50o = dwt dwt sen (2 wt ) ( ) ) 1 − 0,386 × sen 50o 1 - Mi sen (θt ) = 2× ∆io max = 2 = 143% sen (2θt ) o sen 2 × 50 ( ∆io = ∆io max × Iomin = 1,43 × 12,5 = 17,9 A 92 Capítulo 3 B. Cálculo do Indutor Lo e do Capacitor Co Uma vez definida a ondulação de corrente e de tensão, calcula-se a indutância Lo e capacitância Co. A expressão (3.33) obtida para o cálculo da indutância Lo é um tanto conservadora. Assim, emprega-se a expressão abaixo para o seu cálculo. Lo = Po nom 1500 = = 8,9mH 2 π frede Io ∆io 2 × π × 60 × 25 × 17,9 Co = ∆io 17,8 = = 3,94mF 4 π ffede ∆Vo 4 × π × 60 × 6 A corrente eficaz no capacitor Co é dada por: ∆io iCoef = 2 2 = 17,9 2 2 = 6,33 A Devido à corrente eficaz que passa pelo o capacitor de saída associou-se dois capacitores de 4,3mF em paralelo, resultando em uma capacitância total de 8,6mF, o que resulta em uma ondulação da tensão de saída de 2,76V. C. Cálculo do Valor de Pico do Sinal Modulador Definindo-se um sinal portador dente-de-serra (Vp) com um valor de pico de 6V, calcula-se o valor de pico do sinal modulador: Vmpico = Mi VPpico = 0,386 × 6 = 2,32 V Para uma tensão de referência de 7,5V, calcula-se o ganho com que a tensão de saída será amostrada. k Vo = Vref 7,5 = = 0,125 Vo 60 O divisor resistivo para a amostra da tensão de saída é composto pelos resistores RVo1 e RVo2: Escolhendo-se R Vo1 = 56kΩ , calcula-se Rvo2. R Vo2 = k Vo = R Vo1 Vref 56 × 103 × 7,5 = = 8 × 103 Ω ⇒ 8,2 × 103 Ω ′ Vo − Vref 60 − 7,5 R Vo1 8,2 × 103 = = 0,1277 R Vo1 + R Vo2 8,2 × 103 + 56 × 103 D. Cálculo dos Esforços nos Semicondutores Os esforços nos semicondutores são calculados como mostrado a seguir: ∆i iSbpico = iDbpico = Ionom + o ≅ 34 A 2 Capítulo 3 93 iSbmed = iSbef = Vmpico 2 2,32 2 = × = 14,74 A Rsh π 0,1 π Vmpico 1 2,32 1 = × = 16,37 A Rsh 0,1 2 2 iDbmed = Ionom − iSbmed = 25 − 14,74 = 10,26 A ∆i 2 iDbef = Io ef 2 − iSbef 2 = Ionom2 + o − 16,372 = 19,92 A 8 iDRpico = ispico = 9,65 A iDRmed = iDRef = ispico π ispico 2 = 3,072 A = 4,83 A A ponte retificadora utilizada é a SKB7/08. O interruptor Sb escolhido é o IRG4PC50W: O diodo Db escolhido é HFA25PB60: I = 27 A, V = 600V c VCE (on)máx = 1,2 V o Tj = 150 C o R thjc = 0,64 C / W R thcs = 0,24o C / W I = 25A, V = 600 V F VF = 1,3V o R thjc = 0,83 C / W O interruptor Sb e o diodo Db são acomodados sobre o mesmo dissipador. As perdas totais aproximadas (desprezando-se as perdas por comutação) são dadas por: PTotais = VCE (on) iSmed + VF iDbmed = 1,2 × 14,74 + 1,3 × 10,26 = 31W A resistência térmica do dissipador é calculada como mostrado abaixo: R thda = Tj − Ta PTotais − R thjc − R thcd = 150o − 100o − 0,64 − 0,24 = 0,73o C / W 32 94 Capítulo 3 E. Cálculo do Filtro de Alta Freqüência Na operação do conversor abaixador com saída em fonte de corrente é essencial a presença de um filtro de entrada de maneira a eliminar as harmônicas de corrente na ordem da freqüência de comutação, impedindo que as mesmas sejam injetadas na rede. Para tanto é empregado um filtro LC. Posiciona-se o pólo duplo do filtro LC uma década abaixo da freqüência de comutação do interruptor, para atenuar as freqüências acima da freqüência de comutação. Assim: f fc = s = 3kHz ⇒ w c = 18850 rad s 10 Para se garantir um defasamento mínimo entre a tensão e a corrente de entrada a relação entre a freqüência de corte e a freqüência da rede deve ser igual a 50. Adota-se ζ = 1,0. O valor da resistência equivalente é determinado pela relação entre a tensão de entrada e o valor de pico da componente fundamental da corrente de entrada, para a potência nominal. Req = Vspico isnom = 311 = 32,24Ω 9,65 Determina-se então o valor da capacitância e indutância do filtro de entrada. Cfiltro = L filtro = 1 1 = ≅ 0,8µF R eq 2 ζ w c 32,24 × 2 × 1× 18850 1 2 w c Cfiltro = 1 18850 × 0,8µ 2 ≅ 3,5mH C filtro = 2µF Após ajustes feitos por simulação: L filtro = 1,4mH F. CÁLCULO DO COMPENSADOR DE TENSÃO Seja a função de transferência do conversor: Gv s (s ) = Vspico 1 L pico s L o Co + s o + 1 Ro Vp 2 1 = 51,8333 × 2 −6 s 76,54 × 10 + s 3,71× 10-3 + 1 Capítulo 3 95 O controlador empregado é o proporcional integral. Escolhendo-se R1=220kΩ, R2=3,9kΩ e C1 = 2,2µF, tem-se: HvPI (s ) = k Vo 1 + s R2 C1 1 + s × 8,6 × 10 -3 = 0,1277 × s R1 C1 s × 0,484 O diagrama de bode de módulo e de fase da função de transferência do conversor, do compensador de tensão e da função de transferência de laço aberto (Gvs(s) HvPI(s)) é apresentado na Fig. 3.26. A freqüência de cruzamento ficou em torno de 2,2Hz e a margem de fase em 93o. 50 o 0 G v s(s) H v PI (s) dB o o -50 G v s (s) 0 o o -100 -50 H v PI (s) dB o -150 G v s (s) H v PI (s) dB Gv s (s) H v PI(s) o o -100 -200 0,1 1 10 100 1000 0,1 f (Hz) 1 10 100 1000 f (Hz) (a) (b) Fig. 3.26– Diagrama de Bode de módulo (a) e de fase (b) de Gvs(s), HvPI(s) e Gvs(s) HvPI(s). G. UC3854 Para realizar a operação matemática AB/C são empregados dois circuitos integrados UC3854 na configuração apresentada na Fig. 3.27. O primeiro integrado multiplica o sinal de saída da malha de tensão pela amostra da tensão da rede retificada e divide pelo quadrado da amostra da corrente no indutor Lo. Como esta divisão é quadrática é necessário o emprego de um segundo integrado, no qual a saída do primeiro UC3854 é multiplicada pela amostra da corrente no indutor Lo. O resultado desta multiplicação é então comparada com o sinal portador dente-de-serra, gerando as ordens de comando para o semicondutor. A saída do primeiro UC3854 deve passar por um buffer, para então ser levada para o segundo UC3854. 96 Capítulo 3 Lo Sb + i Lo is L filtro D r1 Vs Io R AC1 D r2 C filtro D r3 Ro Co Db R vo1 Vo R vo2 D r4 - R sh Amplificador UC3854 UC3854 2 1 C1 Sb A1 x B 1 V m = _________ C1 B 2 = C1 A2 x B 2 _________ 2 Vp C2 A1 C1 A1 x B 1 _________ A1 x B 1 A 2 = _________ 2 C1 R2 R1 B1 2 C1 C 2 = constante Vref Fig. 3.27 – Conversor abaixador com o controle feedforward empregando o integrado UC3854. A descrição dos pinos do circuito integrado UC3854 é apresentada a seguir: Pino 1: “GND”, terra; Pino 2: “PK LIMIT”, limitação da corrente de pico; Pino 3: “CA OUT”, saída do comparador de corrente; Pino 4: “Isense”, pino negativo do controlador de corrente; Pino 5: “MULT OUT”, saída do multiplicador e pino positivo do controlador de corrente; Pino 6: “IAC”, define o formato senoidal do sinal de referência; Pino 7: “VA Out”, saída do controlador de tensão; Pino 8: “Vrms”, feedforward da tensão de entrada; Pino 9: “REF”, tensão de referência (7,5V) gerada internamente; Pino 10: “ENA”, entrada lógica que ativa a saída PWM; Pino 11: “Vsense”, pino negativo do controlador de tensão; Pino 12: “Rset”, define a freqüência do sinal dente de serra juntamente com CT; Pino 13: “SS” partida progressiva; Pino 14: “CT”; Pino 15: “Vcc”, Alimentação 18V; Pino 16: “GT Drv”, sinais de comando. UC3854 1 O controlador da tensão de saída está no primeiro UC3854. O sinal de saída da malha de tensão é multiplicado por uma amostra da tensão da rede retificada Capítulo 3 97 (amostra em corrente) e na saída do multiplicador (saída em corrente) coloca-se um resistor de maneira a obter-se um sinal de tensão, como mostra a Fig. 3.28. AB ___ C I MULT R MULT Fig. 3.28 – Controlador de corrente do circuito integrado UC3854. A amostra da tensão da rede retificada é obtida através de dois resistores RAC e RREf. O pino 6 é mantido internamente em 6V e a entrada deste pino é em corrente. A corrente máxima permitida no pino 6 é de 400µA. Vspico + 6 V R AC = IACpico = 311 + 6 400 × 10 −6 = 792,5kΩ ⇒ 820kΩ Para cancelar o nível CC de 6V, de maneira que a corrente de entrada apresente uma distorção de “cross-over” mínima, RREF deve ser ¼ de RAC. RREF = R AC = 205kΩ ⇒ 220kΩ 4 No pino 8 de feedforward tem-se a amostra da corrente do indutor Lo. Este sinal é amplificado com um ganho k de 100, uma vez que se utilizou um resistor “shunt” de 60mV/50A (Rsh=1,2 x 10-3Ω). No pino 13 de partida progressiva coloca-se um capacitor de 100nF para que este pino não fique flutuante. O controle do limite do valor de pico da entrada é feito através de dois resistores. Um resistor de 10kΩ é alocado entre os pinos 9 e 2 e entre o pino 2 e o sinal do resistor “shunt” coloca-se um resistor RLsh de maneira que, quando a tensão no pino 2 for igual ao limite máximo estabelecido, o sinal PWM é desabilitado. Define-se que a proteção deve atuar quando a corrente de pico no indutor de saída atingir 50A. 7,5 V × RLsh = VRshmáx = iLopico R máx sh 10kΩ 7,5 V × RLsh = 50 A × 1,2 × 10 −3 Ω × 100 10kΩ RLsh = 8kΩ ⇒ 8,2kΩ 98 Capítulo 3 A corrente máxima na saída do multiplicador é de 250µA. Assim calcula-se o resistor RSET e o capacitor CT, e o valor do resistor colocado na saída do multiplicador. RSET = CT = 3,75 250 × 10 − 6 = 15kΩ 1,25 1,25 = = 2,7nF 3 fs RSET 30 × 10 × 15 × 103 RMULT = Iopico Rsh 250 × 10 −6 (I + ∆Io 2) Rsh = 4 × 1 3 = 6,8kΩ = o 250 × 10 −6 250 × 10 −6 Colocando-se um resistor de 33kΩ entre o pino 10 (ENA) e o pino 15 (Vcc) mantém-se a saída PWM habilitada. UC3854 2 O sinal resultante do 1o UC3854 (AB/C2) é injetado na entrada “A” do 2o UC3854. A amostra da corrente no indutor de saída é injetada na saída do controlador de tensão “B” do 2o UC3854 e no pino “C” aplica-se uma tensão contínua, de maneira que o sinal modulador resultante seja AB/C. Os resistores RAC e RREf são calculados como segue: R AC = Vm1pico + 6 V IACpico RREF = = 3+6 400 × 10 − 6 = 22,5kΩ ⇒ 22kΩ R AC = 5,5kΩ ⇒ 5,6kΩ 4 No pino 13 de partida progressiva coloca-se um capacitor de 100nF para que este pino não fique flutuante. Na saída do multiplicador (em corrente) coloca-se um resistor para se obter um sinal de tensão. Como não se tem uma malha de corrente o controlador de corrente do UC3854 é ligado como um “buffer” de maneira que na sua saída tenha-se IMULT x RMULT, como mostra a Fig. 3.29. 4 5 3 I MULT R MULT Fig. 3.29 – Controlador de corrente do circuito integrado UC3854. Capítulo 3 99 H. Snubber A comutação do interruptor Sb é bastante crítica uma vez que uma corrente praticamente constante é comutada em alta freqüência (30kHz). Para verificar o problema da comutação foi feita uma simulação para uma tensão de entrada constante de 311V (situação mais crítica). Na Fig. 3.30 (a) têm-se os resultados de simulação. Pode-se observar perfeitamente o efeito da recuperação reversa do diodo Db sobre o interruptor Sb. Para minimizar o problema da comutação utilizouse o snubber passivo não-dissipativo [39], apresentado na Fig. 3.31. Este circuito reduz as perdas de comutação na entrada em condução do interruptor Sb. O indutor Ld limita a derivada de corrente no diodo Db durante a entrada em condução do interruptor Sb, minimizando o efeito da recuperação reversa de Db sobre Sb. Escolheu-se Cd=100nF e Ld=2µF (núcleo EE 30/7, 5 espiras, fio 13 x19AWG). Na Fig. 3.30 (b) tem-se os resultados de simulação com o snubber. O pico de corrente no interruptor Sb, devido à recuperação reversa do diodo Db, diminuiu em 60% e a entrada em condução é praticamente sem perdas. 50 120 i Sb 40 80 V Sb / 10 i Sb 40 30 20 VSb / 10 10 0 0 -40 933.0us 933.2us 933.4us 933.6us Time 933.8us -10 934.0us 933.0us 933.2us 933.4us Time 933.6us 933.8us 934.0us (a) (b) Fig. 3.30 – (a) Detalhe da entrada em condução do interruptor Sb sem snubber e (b) com snubber. Sb Snubber Db Cd Ld Fig. 3.31 – Snubber passivo não-dissipativo. 100 Capítulo 3 3.5 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO Os resultados de simulação do programa PSPICE [31] para o conversor abaixador projetado são apresentados nesta seção. Na Fig. 3.32 tem-se o circuito simulado. Sb 1 Lo 2 3 + i Lo 5 is L filtro D r1 Io R ret1 D r2 4 Vs C filtro R Vo1 Ro 13 Co Db Vo R ret2 6 D r3 8 R Vo2 R sh D r4 - 7 A R2 C C1 11 Sb 16 Vm 15 Vp 14 x B A ____ C B R1 9 12 10 Vref Fig. 3.32 – Circuito simulado com o controle feedforward proposto. O ganho com que a tensão da rede retificada deve ser amostrada é calculado como segue: k Vs = Vmpico Vref Vspico = 2,32 = 1× 10 −3 7,5 × 311 Vs′ pico = Vs k Vs = 1× 10-3 × 311 = 0,311V O divisor resistivo para a amostra da tensão da rede é composto pelos resistores Rret1 e Rret2. Escolhendo-se Rret1 = 47kΩ , calcula-se Rret2. Rret 2 = Rret1 Vs′ pico Vspico − Vs′ pico = 47 × 103 × 0,311 = 47,04Ω ⇒ 47Ω 311 − 0,311 3.5.1 POTÊNCIA NOMINAL Nesta seção são apresentados os resultados de simulação para potência nominal. Na Fig. 3.33 apresentam-se a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica considerando-se até a quadragésima componente é de 2,45% com uma fase de 1o em relação à tensão da rede, resultando em um fator de potência de 0,999. Na Fig. 3.34 pode-se observar a corrente no indutor Lo e tensão no capacitor Co. A Capítulo 3 101 ondulação de corrente obtida foi de 18,853A e a ondulação de tensão foi de 5,62V. Na Fig. 3.35 tem-se a tensão de saída amostrada, o sinal na saída do controlador de tensão, o sinal modulador e um detalhe da geração das ordens de comando para o interruptor. É importante observar que o sinal modulador não é senoidal devido à ondulação de corrente no indutor de saída. 20 30 Vs / 20 is 10 20 TDH 0 Espectro Harmônico de i s TDH N Total = 2,45% fase = 1 (%) o FP = 0,999 10 -10 -20 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 0 98ms 100ms 5 2 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 3.33 – (a) Tensão e corrente de entrada e (b) espectro harmônico da corrente de entrada. 80 40A 30A i Lo Vo 60 20A 10A 40 is i Lo 0A 20 -10A -20A 0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms (a) (b) Fig. 3.34 – (a) Corrente de entrada e corrente no indutor Lo, (b) tensão de saída. 8.0V 7.0V Vc 4.0V Vo' 7.5V 7.0V 0.0V 4.0V 20 Vm 2.0V 0 0.0V 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms -20 84.5ms 84.6ms 84.7ms Time 84.8ms 84.9ms 85.0ms (a) (b) Fig. 3.35 – (a) Tensão de saída amostrada Vo’, sinal na saída do controlador de tensão, sinal modulador Vm e (b) geração das ordens de comando. 102 Capítulo 3 3.5.2 POTÊNCIA MÍNIMA Nesta seção são apresentados os resultados de simulação para potência mínima. Na Fig. 3.36 são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da mesma. A taxa de distorção harmônica até a quadragésima componente é de 1,37%, com uma fase de 2,64o em relação à tensão da rede, resultando em um fator de potência de 0,999. Na Fig. 3.37 (a), na qual são apresentadas as correntes de entrada e no indutor Lo, verifica-se que estão próximas do ponto de tangenciamento, como projetado. Na Fig. 3.37 (b) tem-se a corrente no indutor Lo e a tensão no capacitor Co. A ondulação de corrente obtida foi de 16,55A e a ondulação de tensão foi de 4,74V. Na Fig. 3.38 pode-se observar a tensão de saída amostrada, o sinal na saída do controlador de tensão, o sinal modulador e um detalhe da geração das ordens de comando para o interruptor. 20 30 Vs / 20 10 20 is TDH 0 Espectro Harmônico de i TDH N Total fase = 2,64 (%) s = 1,37% o FP = 0,999 10 -10 -20 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 0 98ms 100ms 2 5 10 15 componente harmônica (N) (a) 20 (b) Fig. 3.36 – (a) Tensão e corrente de entrada e (b) espectro harmônico da corrente de entrada. 20A 80 i Lo 10A Vo 60 is 0A 40 -10A 20 -20A i Lo 0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time (a) 94ms 96ms 98ms 100ms 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms (b) Fig. 3.37 – (a) Correntes de entrada e no indutor Lo, (b) tensão de saída e corrente no indutor Lo. Capítulo 3 103 8.0V 7.0V Vc 4.0V Vo ' 7.5V 7.0V 5.0V 0.0V 20 Vm 0 0.0V 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms -20 84.5ms 84.6ms 84.7ms Time 84.8ms 84.9ms 85.0ms (a) (b) Fig. 3.38 – (a) Tensão de saída amostrada Vo’, sinal na saída do controlador de tensão, sinal modulador Vm e (b) detalhe da comparação do sinal modulador com o sinal dente-de-serra e as ordens de comando geradas. 3.6 RESULTADOS EXPERIMENTAIS Foi implementado o conversor abaixador projetado com o controle feedforward no sinal modulador. A corrente no indutor Lo é amostrada através de um resistor shunt de 60mV, 50A. Como a tensão obtida neste shunt é muito baixa é necessário amplificá-la. No lugar de um resistor shunt poder-se-ia utilizar um sensor Hall que, no entanto é mais caro e necessita de fontes auxiliares. Para comandar o interruptor Sb utilizou-se a saída “bootstrap” do circuito integrado IR2111. Na Fig. 3.39 é apresentado o circuito completo empregando o circuito integrado UC3854. Nas Figs. 3.40 e 3.41 são apresentados os resultados experimentais com o controle feedforward para a potência crítica. Na Fig. 3.40 tem-se a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica, considerando-se até a 60a componente é de 5,39% e o deslocamento da corrente em relação à tensão é de 1,72o, resultando em um fator de potência de 0,998. A tensão da rede apresenta uma taxa de distorção harmônica de 2,87%. Na Fig. 3.41 são apresentadas a corrente no indutor e a corrente de entrada. Verifica-se que, como projetado, a corrente no indutor está próxima do limite da máxima ondulação de corrente, que foi definida para a potência crítica como sendo igual à metade da potência nominal. Na Fig. 3.42 são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada sem o controle feedforward. Como se pode 104 Capítulo 3 observar a corrente de entrada é distorcida, com a presença significativa da 3a harmônica. O fator de potência diminuiu para 0,948. Na Fig. 3.41 (c) e 3.42 (c) são apresentados o sinal modulador com e sem o controle feedforward. Pode-se observar que sem o controle feedforward o sinal modulador é senoidal e com o controle feedforward existe uma distorção no sinal modulador que compensa a ondulação de corrente elevada no indutor de saída. Na Fig. 3.43 são apresentadas a tensão e corrente de entrada, para uma potência abaixo da potência crítica. O fator de potência diminuiu para 0,994. O projeto deve ser feito de maneira que a corrente no indutor de saída tangencie a corrente de entrada na potência crítica, definida pelo projetista. Assim, para uma potência menor que a crítica a corrente de entrada apresentará distorção como a mostrada na Fig. 3.43, e acima da potência crítica o fator de potência será praticamente unitário. KP 1,25 Lo c L filtro 1,4mH is C filtro 280 Vac 2 µF Polip. chapa 2,8cm 3 x 16 AWG 21 espiras 0,12mm Vs e b IRG4PC50W + Vo Co icotron 2 x 4,3mF 75V R sh 60mV/50A HFA25PB60 820k Ω SKB7/08 KP 1,25 Ro 56kΩ 10k Ω 3,3k Ω -Vcc 15V 1k Ω -Vcc 15V Lf411 100nF 1 2 3 4 5 6 7 8 Vcc 15V 100nF Lf411 5 6 7 8 Vcc 15V 100nF 1 67k Ω 100k Ω 22k Ω 1 33k Ω 2 22k Ω 5,6k Ω 3,9kΩ 5k Ω 1,2k Ω 7 9 100nF 1 2 3 4 4 33k Ω 10 UC3854 11 (B - vsense) 8 (C - vrms) 2 15 8 22k Ω 220nF 5 3 Vcc 18V 100nF 7 5 10 33k Ω 6 (A - iac) 220k Ω 1 15 UC3854 6 8,2k Ω 13 2 10k Ω 100nF 14 2,7nF 100nF 16 12 15k Ω Vcc 18V 100nF Vcc 18V 100nF 9 1 8,2k Ω 1n4936 10k Ω 100nF 100nF 1 8 2 7 3 6 4 5 IR2111 14 13 2 CT 2,7nF 12 RSET 15k Ω b 100nF 400V e Rth=12 o C/W +Vcc 18V 7818 pino KRE pino banana ponto para medição de corrente 100 µ F 100nF 100 µ F 100nF Rth=12 o C/W 7815 +Vcc 15V 1n4002 100 µ F 100nF 100 µ F 220V/16V+16V 100 µ F 100nF 100 µ F 100nF 7915 100nF -Vcc 15V Rth=12 o C/W Fig 3.39 – Conversor abaixador com feedforward no sinal modulador empregando o circuito integrado UC3854. Capítulo 3 105 30 Vs is Espectro Harmônico de i s TDH Total = 5,38% 20 TDH N (%) fase = 1,72 FP = 0,998 o 10 0 2 5 ref. 1 100V / div ref. 2 5A / div 2ms / div 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 3.40 – (a) Tensão e corrente de entrada e (b) espectro harmônico da corrente de entrada, com o controle feedforward. Vm Vo i Lo i Lo is ref. 1 10A/div ref. 2 10A/div 2ms/div ref. 1 10V/div ref. 2 10A/div 2ms/div ref. 1 1V/div 2ms/div (a) (b) (c) Fig. 3.41 – (a) Corrente de entrada e corrente no indutor Lo, (b) tensão de saída e corrente no indutor Lo e (c) sinal modulador, com o controle feedforward. 30 Vs is Vm 20 Espectro Harmônico de i s TDH Total = 22,77% TDH N (%) fase = 13,35 o FP = 0,948 10 0 ref. 1 100V/div ref. 2 5A/div 2ms/div 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 ref. 1 1V/div 2ms/div (a) (b) (c) Fig. 3.42 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente de entrada e (c) sinal modulador, sem o controle feedforward. 30 i Lo Vs 20 Espectro Harmônico de i s TDH Total = 11,21% TDH N (%) is fase = 1,69 FP = 0,994 is o 10 0 ref. 1 100V/div ref. 2 5A/div 2ms/div 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 ref. 1 5A/div ref. 2 5A/div 2ms/div (a) (b) (c) Fig. 3.43 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente de entrada e (c) corrente de entrada e corrente no indutor Lo, com o controle feedforward para uma potência abaixo da crítica. 106 Capítulo 3 3.7 RETIFICADOR ABAIXADOR (BUCK) DE ELEVADO FATOR DE POTÊNCIA OPERANDO COMO CARREGADOR DE BATERIAS 3.7.1 CONFIGURAÇÃO DO CARREGADOR DE BATERIAS Nesta seção apresenta-se um exemplo de aplicação do pré-regulador abaixador (BUCK) operando como um carregador de baterias. Este carregador faz parte de um sistema de alimentação ininterrupta de energia (UPS). Na operação normal da rede, as baterias são mantidas carregadas pelo pré-regulador abaixador. Na falta da rede, as baterias são conectadas ao pré-regulador Boost através de um interruptor estático, alimentando a carga, como mostra a Fig. 3.44. Doze baterias de 12V associadas em série são alimentadas pelo carregador. Segundo dados do fabricante a tensão de corte das baterias é de 10,5V, a tensão de flutuação é de 13,5V e a carga das baterias deve ser feita com uma corrente constante de 3A. UPS de 6000W 220V/156V Inversor de Tensão em Ponte Completa Rede carga Carregador de Baterias de 360W 220V/220V Rede b1 .. . b12 banco de baterias Fig. 3.44 – Configuração da UPS. Na operação como carregador de baterias este pré-regulador necessita, além da malha de controle da tensão de saída, de uma malha de controle da corrente média entregue à bateria, como mostra a Fig. 3.45. Estas duas malhas devem apresentar uma dinâmica lenta de maneira a não distorcer o sinal modulador. Conectar duas malhas com a mesma dinâmica em cascata torna-se complexo, por isto adotou-se a lógica “ou” na qual apenas uma das malhas fica ativa. O sinal modulador é obtido através da multiplicação do sinal de saída do Capítulo 3 107 controlador da tensão Vo ou do controlador da corrente Io, com uma amostra da tensão da rede retificada. Durante a carga da bateria a malha de corrente fica ativa limitando a corrente de carga e quando a bateria aproxima-se da tensão de flutuação a malha de tensão fica ativa, desabilitando o carregador após a bateria atingir a tensão de flutuação. Lo Sb Vo + i Lo i s L filtro D r1 D r2 Vs Io R AC D r3 D r4 R Vo1 bateria C filtro Co Db R SE R REF R Vo2 R sh Malha de Tensão - Vo ' + H v (s) Vref + B - A xB A Vm Sb Vp H i (s) Iref Malha de Corrente Fig. 3.45 – Carregador de baterias empregando o Pré-regulador do tipo abaixador (BUCK) com elevado fator de potência. Como se pode observar na Fig. 3.45 o controle feedforward não está sendo empregado. Isto porque para esta aplicação específica, mesmo com uma ondulação elevada de corrente no indutor de saída, a distorção harmônica da corrente de entrada está dentro da norma IEC 61000-3-2. Na Fig. 3.46 são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada, obtidos por simulação, para as especificações deste projeto. Apesar da terceira harmônica ser de 16,16% da fundamental, o seu valor eficaz (Aef) está dentro do permitido pela norma. 2,5 4.0 Vs / 100 2 is 2.0 IEC 6100-3-2 Corrente da Rede: TDH = 16,53% 1,5 fase = 5,9 o FP = 0,981 0.0 1 -2.0 0,5 -4.0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 3.46 – (a) Tensão e corrente de entrada e (b) espectro harmônico da corrente de entrada. Para melhorar a dinâmica de partida, um pequeno filtro LC de 2a ordem é conectado em cascata com o filtro LC já existente, como mostra a Fig. 3.47. O 108 Capítulo 3 sobre-sinal da tensão de saída no momento da partida é praticamente eliminado e a ondulação da tensão de saída (120Hz) é menor. A adição deste filtro de 2a ordem não muda o projeto das malhas de controle. O resistor “shunt” continua conectado na malha do indutor Lo1, pois neste ponto tem-se um controle preciso da corrente média entregue à bateria e em caso de curto-circuito na carga a tensão sobre o “shunt” não é excessiva. Se o resistor “shunt” estivesse alocado na saída, no instante em que ocorre um curto-circuito na carga a tensão de barramento seria aplicada sobre o mesmo, podendo danificar os circuitos integrados de controle. Mesmo alocando-se o “shunt” na malha de Lo2 este fica submetido a uma tensão excessiva. Na Fig. 3.48 são apresentados os ensaio de curto-circuito com o shunt alocado na malha de Lo1 e de Lo2. Como se pode observar não há sobre-tensão no instante do curtocircuito quando o “shunt” é alocado na malha de Lo1. L o2 L o1 Sb i Lo1 is L filtro Vo + i Lo2 Io RAC Dr1 Dr2 Vs C filtro Db R REF Dr3 Dr4 R Vo1 bateria Co1 Co2 R SE1 R SE2 R Vo2 Malha de Tensão - R sh Vo ' + H v (s) Vref + B - A xB A Vm Sb Vp H i (s) Iref Malha de Corrente Fig. 3.47 – Carregador de baterias empregando o Pré-regulador do tipo abaixador (BUCK), com filtro de saída de 4a ordem. VRsh VRsh io io (a) (b) Fig. 3.48 – Ensaio de curto-circuito com o resistor “shunt” alocado na malha de Lo2 (a) (10A/div., 5V/div.) e na malha de Lo1 (b) (20A/div., 1V/div.). Capítulo 3 109 Além disso, alocando-se o “shunt” na malha de Lo1 consegue-se praticamente eliminar a distorção da terceira harmônica da corrente de entrada devido à elevada ondulação de corrente em Lo1. Isto ocorre porque a informação sobre a ondulação de corrente em Lo1 é transmitida ao controle através do “shunt”. O sinal modulador resultante não é mais senoidal, apresentando uma distorção que compensa a ondulação de corrente em Lo1, funcionando de maneira semelhante ao controle feedforward proposto neste capítulo, com a vantagem de utilizar apenas um circuito integrado UC3854. Na Fig. 3.49 apresenta-se a tensão e a corrente de entrada com o “shunt” alocado na malha de Lo1 e na saída. A corrente de entrada apresenta uma melhor qualidade quando o “shunt” está na malha de Lo1. Na Fig. 3.50 pode-se observar o sinal modulador para os dois casos. Vs Vs is is (a) (b) Fig. 3.49 – Tensão (100V/div.) e corrente (1A/div.) de entrada com o resistor “shunt” alocado na malha de Lo1 (a) e na saída (b). Vm Vm (a) (b) Fig. 3.50 – Sinal modulador (2V/div.) com o resistor “shunt” alocado na malha de Lo1 (a) e na saída (b). 110 Capítulo 3 3.7.2 PROCEDIMENTO DE PROJETO Sejam as seguintes especificações: Vspico = 311V frede = 60Hz Io = 3 A Vo = 120 V ∆Vo1 = 1% Vo = 1,2V Po = Vo Ionom = 120 × 3 = 360 W fs = 30kHz A carga para a potência nominal é calculada como mostrado abaixo: Ronom = Vo Ionom = 120 = 40Ω 3 A componente fundamental da corrente de entrada, para potência nominal e o índice de modulação são então calculados: isnom = Mi = 2 Ponom Vspico isnom Ionom = = ismin Iomin 2 × 360 = 2,32A 311 = 2,32 = 0,772 3 A. Indutor Lo1 e Capacitor Co1 Com o índice de modulação determina-se qual a máxima ondulação de corrente em Lo1. d∆iLo1 d = dwt dwt 1 − Mi sen (wt ) 2 = 0 ⇒ θt = 60,08o sen (2 wt ) ( 1 − 0,386 × sen 60,08o 1 - Mi sen (θt ) = 2× ∆iLo1 max = 2 o sen (2θt ) sen 2 × 60,08 ( ) ) = 76,6% ∆iLo1 = ∆iLo1max × Io = 0,766 × 3 = 2,3 A Uma vez definida a ondulação de corrente e de tensão, calcula-se a indutância Lo1 e capacitância Co1. L o1 = Po nom 360 = = 138,5 × 10 −3 H ⇒ 150 × 10 −3 H 2 π frede Io ∆iLo1 2 × π × 60 × 3 × 2,3 Capítulo 3 111 ∆iLo1 = Co1 = Po nom 360 = = 2,12 A 2 π frede Io Lo1 2 × π × 60 × 3 × 150 × 10 −3 ∆iLo1 2,12 = = 1,84 × 10 −3 F ∆Vo 8 × 120 1,2 × 8 × 120 A corrente eficaz no capacitor Co1 é dada por: iCo1ef = ∆iLo 2 2 = 2,12 2 2 = 0,75 A Quatro capacitores da Siemens B43840 (470µH, 882mΩ) são colocados em paralelo, resultando em: Co1 = 1,88 × 10 −3 F, Rse1 = 220,5 × 10 −3 Ω ∆Vo1 = ∆iLo1 2,12 = = 1,17 V Co1 × 8 × 120 1,88 × 10 −3 × 8 × 120 B. Indutor Lo2 e Capacitor Co2 Para o indutor Lo2 escolhe-se uma indutância 10 vezes menor que a indutância Lo1, e para o capacitor Co2 escolhe-se um capacitor da mesma série empregada para Co1. Assim: L L o2 = o1 = 15mH 10 Co 2 = 470µF, R se2 = 882mΩ C. Cálculo dos Esforços nos Semicondutores Os esforços nos semicondutores são calculados como mostrado a seguir: iSbpico = iDbpico = Ionom + ∆iLo1 ≅ 4,06 A 2 ∆i 2 2,12 2 iSbmed = Ionom + Lo1 = 3 + × = 2,58A 2 π 2 π ∆I 2 2,12 2 = 3 + = 2,87 A iSb ef = Ionom + Lo1 × 2 2 2 2 iDbmed = Ionom − iSbmed = 3 − 2,58 = 0,42 A 112 Capítulo 3 iDbef = Ioef 2 − iSbef 2 = Ionom2 + ∆iLo12 − 2,872 = 1,16 A 8 iDRpico = ispico = 4,05A iDRef = ispico 2 iDRmed = = 1,16 A ispico π = 0,74 A Para a ponte retificadora serão utilizados quatro diodos SK3G/04 (1,8A, 400V). O interruptor Sb escolhido é o IRG4BC30W: O diodo Db escolhido é MUR840: I = 15A , V = 600 V c VCE (on)máx = 2,7 V o Tj = 150 C o Rθjc = 1,2 C / W o Rθcs = 0,5 C / W I = 16 A , V = 400V F VF = 1,3V o Rθjc = 2 C / W O interruptor Sb e o diodo Db são acomodados sobre o mesmo dissipador. As perdas totais aproximadas (desprezando-se as perdas por comutação) são dadas por: PTotais = VCE (on) iSmed + VF i Dbmed = 1,8 × 2,58 + 1,3 × 0,42 = 5,2W A resistência térmica do dissipador é calculada como mostrado abaixo: R thda = Tj − Ta PTotais − R thjc − R thcd = 150o − 100o − 1,2 − 0,5 = 7,9o C / W 5,2 D. Cálculo do Filtro de Alta Freqüência Na operação do conversor abaixador com saída em fonte de corrente é essencial a presença de um filtro de entrada de maneira a eliminar as harmônicas de corrente na ordem da freqüência de comutação, impedindo que as mesmas sejam injetadas na rede. Para tanto é empregado um filtro LC. O pólo do filtro LC é posicionado uma década abaixo da freqüência de comutação do interruptor, assim: Capítulo 3 113 f fc = s = 3kHz ⇒ w c = 18850 rad s 10 Para se garantir um defasamento mínimo entre a tensão e a corrente de entrada a relação entre a freqüência de corte e a freqüência da rede deve ser igual a 50. Adota-se ζ = 1,0. O valor da resistência equivalente é determinado pela relação entre a tensão de entrada e o valor de pico da componente fundamental da corrente de entrada, para a potência nominal. R eq = Vspico isnom = 311 = 134,33Ω 2,32 Determina-se então o valor da capacitância e indutância do filtro de entrada. Cfiltro = L filtro = 1 1 = ≅ 197,5 × 10 −9 F R eq 2 ζ w c 134,33 × 2 × 1× 18850 1 2 w c Cf = 1 18850 × 197,5 × 10 −9 2 ≅ 5,63mH Cfiltro = 1µF Após ajustes feitos por simulação: L filtro = 2,8mH E. Cálculo do Compensador de Tensão A função de transferência do conversor considerando-se a resistência série equivalente do capacitor de saída é mostrada a seguir. Gv (s ) = Vo (s ) Vspico = Vm (s ) Vppico ( 1 + s Rse1 Co1) 51,83 × (1 + s 414µ ) = 2 R L s 284µ + s 4,265m + 1 s2 Lo1 Co1 1 + se1 + s o1 + Co1 Rse1 + 1 R R o1 o1 Para que se tenha um melhor controle sobre a malha da tensão de saída será utilizado um controlador do tipo PID, como mostra a Fig. 3.51. A função de transferência do controlador PID é apresentada a seguir: Vo C1 R3 C2 R vo1 Vo' R1 R2 Vref R vo2 Fig. 3.51 – Controlador PID. Vc 114 Capítulo 3 HvPID (s ) = k Vo × (s R3 C2 s + 1) (s R2 C1 + 1) (R1 + R2 ) C2 s R1 R 2 s R + R C1 + 1 1 2 Um dos pólos do controlador é naturalmente locado na origem, garantindo erro estático nulo. O outro pólo é locado sobre o zero do conversor, cancelando-o. Ambos os zeros são locados sobre o eixo real, na freqüência dos pólos complexos do conversor. A tensão de referência é de 5V. Assim o ganho kVo pode ser calculado: V 5 = 41,67 × 10−3 k Vo = ref = Vo 120 Na Fig. 3.52 é apresentado o diagrama de Bode de módulo e de fase de Gv(s), HvPID(s) e da função de transferência de laço aberto resultante. A freqüência de cruzamento de ganho é de 0,75Hz e a margem de fase de 106o. o 60 90 G v (s) dB o 40 50 G v (s) 20 o o H v PID (s) o G v (s) H v PID (s) 0 dB 0 -50 o -20 H v PID(s) dB o -100 -40 -60 -80 -150 -180 0,1 1 10 100 1000 o G v (s) H v PID(s) o o 0,1 1 f (Hz) 10 100 1000 f (Hz) (a) (b) Fig. 3.52 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gv(s), HvPID(s) e da função de transferência em malha aberta Gv(s) HvPID(s). F. CÁLCULO DO COMPENSADOR DE CORRENTE A função de transferência da corrente média de saída versus o sinal modulador pode ser obtida a partir da função de transferência da tensão média de saída versus o sinal modulador, sabendo-se que Vo = Ro Io . Vspico I (s) = Gi (s ) = o Vm (s ) Vp Ro pico (Co1 Rse1 s + 1) 1,3 × (1 + s 414µ ) = 2 R L s 284µ + s 4,265m + 1 s2 Co1 Lo1 1 + se1 + s Co1 R se1 + o1 + 1 R R o o Assim como para a malha de tensão, também se utiliza um compensador do tipo PID para a malha de corrente. Capítulo 3 115 HiPID (s ) = k io × (s R3 C2 s + 1) (s R2 C1 + 1) R1 R 2 C1 + 1 R1 + R 2 (R1 + R 2 ) C2 s s Para o sensoramento da corrente entregue à bateria são utilizados três resistores em paralelo de 1Ω/3W. Assim, o ganho kio é de 1/3. Na Fig. 3.53 é apresentado o diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), HiPID(s) e da função de transferência de laço aberto resultante. A freqüência de cruzamento de ganho é de 0,14Hz e a margem de fase de 91o. 20 o 100 G i (s) dB o 50 0 G i (s) H i PID(s) dB o H i PID(s) o o 0 -20 o G i (s) H i PID(s) -50 -40 -100 G i (s) H i PID (s) -150 -200 0,1 1 o dB -60 -80 o 10 100 1000 o o 0,1 1 f (Hz) 10 100 1000 f (Hz) (a) (b) Fig. 3.53 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), HiPID(s) e da função de transferência em malha aberta (Gi(s) HiPID(s)). G. UC3854 Como as malhas de controle de tensão e de corrente são colocadas separadas do circuito integrado UC3854 devido à utilização da lógica “ou”, os controladores de tensão e de corrente do UC3854 não serão utilizados. O sinal da malha de controle (de tensão ou de corrente) é injetado diretamente no pino 7, que é a saída do controlador de tensão. Este sinal é multiplicado por uma amostra da tensão da rede retificada (amostra em corrente) e na saída do multiplicador (saída em corrente) coloca-se um resistor de maneira a obter-se um sinal de tensão. Como a máxima tensão na saída do multiplicador é de 4V, e necessita-se obter um sinal modulador de até aproximadamente 6,5V (valor de pico do sinal dente-de-serra), utiliza-se o controlador de corrente com um determinado ganho de maneira a amplificar este sinal, como mostra a Fig. 3.54. A amostra da tensão da rede retificada é obtida através de dois resistores RAC e RREf. O pino 6, cuja entrada é em corrente, é mantido internamente em 6V. 116 Capítulo 3 27k Ω 4 10k Ω 3 5 AB ___ C I MULT R MULT Fig. 3.54 – Controlador de corrente do circuito integrado UC3854. R AC = Vspico + 6 V IACpico = 311 + 6 400 × 10 −6 = 792,5kΩ ⇒ 820kΩ RREF = 33kΩ O pino 8 de feedforward não é utilizado. Aplica-se neste pino uma tensão contínua constante através de um divisor resistivo. Esta tensão deve estar entre 1,5V e 3,5V. Como o controlador de tensão do UC3854 não está sendo utilizado, o pino 13 de partida progressiva fica inoperante. No entanto coloca-se um capacitor de 100nF para que este pino não fique flutuante. Na partida, a malha de corrente fica ativa e, como esta apresenta uma dinâmica muito lenta, a partida é progressiva. O controle do limite do valor de pico da entrada é feito através de dois resistores. Um resistor de 10kΩ é alocado entre os pinos 9 e 2 e entre o pino 2 e o sinal do resistor “shunt” coloca-se um resistor RLsh de maneira que quando a tensão no pino 2 for igual ao limite máximo estabelecido, o sinal PWM é desabilitado. 7,5 V × RLsh = VRshmáx 10kΩ 7,5 V × 1 RLsh = 3,3 A × Ω 3 10kΩ RLsh = 1,5kΩ A corrente máxima na saída do multiplicador é de 250µA. Assim calcula-se o resistor RSET e o capacitor CT, e o valor do resistor colocado na saída do multiplicador. RSET = CT = 3,75 250 × 10 − 6 = 15kΩ 1,25 1,25 = = 2,7nF fs RSET 30 × 103 × 15 × 103 Capítulo 3 117 RMULT = Iopico Rsh 250 × 10 −6 (I + ∆Io 2) Rsh = 4 × 1 3 = 6,8kΩ = o 250 × 10 −6 250 × 10 −6 Colocando-se um resistor de 10kΩ entre o pino 10 (ENA) e o pino 15 (Vcc) mantém-se a saída PWM habilitada. 3.7.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS O diagrama completo de potência e controle é apresentado na Fig. 3.55. Um grampeador de tensão é utilizado para limitar a tensão sobre o interruptor principalmente quando o sinal PWM do 3854 é desabilitado, por exemplo por ação do pino 2 (PK LIMIT). Quando isto ocorre a sobre-tensão gerada pela interrupção da corrente nos indutores pode ser destrutiva para o interruptor. Na Fig. 3.56 pode-se observar uma aquisição da tensão sobre o interruptor com o grampeador no momento em que o sinal PWM é desabilitado. Quando o carregador parte a vazio o capacitor de saída deve ser mantido carregado na tensão de flutuação da bateria. Após o capacitor de saída atingir o valor nominal, o sinal PWM é desabilitado. Como não há mais circulação de corrente no carregador, o capacitor de “boostrap” do driver IR2111 se descarrega rapidamente, não havendo mais sinal de comando para o interruptor, mesmo quando a tensão do capacitor, que se descarrega lentamente através do sensor resistivo da tensão de saída, cai abaixo da tensão de corte da bateria. Para resolver este problema, de acordo com recomendações do fabricante [40], o capacitor de “bootstrap” é ligado através de um resistor ao capacitor de grampeamento de maneira que este forneça a energia necessária para manter o capacitor de “boostrap” carregado. O resistor é calculado como segue. Rb = Vspico − Vo − Vz 311V − 120V − 15V = = 180kΩ 1mA 1mA Um filtro RC passa-baixa é utilizado após o resistor “shunt” de maneira a eliminar o ruído de alta freqüência presente neste sinal. Este filtro foi projetado com uma freqüência de corte de 100kHz. Um diodo lento é colocado na saída do carregador de maneira a evitar que a bateria forneça energia ao capacitor de saída. 118 Capítulo 3 Nas Figs. 3.57 a 3.61 são apresentados os resultados experimentais do conversor alimentando as baterias. A corrente de entrada é praticamente senoidal e está em conformidade com a norma IEC 61000-3-2. Nas Figs. 3.62 a 3.65 pode-se observar a dinâmica de partida. Pode-se verificar que somente há corrente na saída quando a tensão do capacitor de saída iguala-se à tensão das baterias, devido ao diodo colocado na saída. Na Fig. 3.66 tem-se o comportamento dinâmico da tensão e da corrente de saída no instante em que o banco de baterias atinge a tensão de flutuação. Para emular este comportamento diminuiu-se a tensão de referência da saída. Como se pode observar, uma vez atingida a tensão de flutuação o conversor não fornece mais energia para a bateria. Na Fig. 3.67 são apresentadas a tensão e a corrente de saída no instante em que o banco de baterias atinge a tensão de corte e o carregador volta a fornecer energia. Nas Figs. 3.68 e 3.69 são apresentados os resultados do ensaio de curto circuito. A proteção contra sobre-corrente está atuando, limitando a corrente e protegendo o carregador. 7,9 o C/W c is Vs L filtro Sb L o1 L o2 150mH 15mH e Io Vo D r1 R Vo1 D r2 100k Ω 2,8mH C filtro C o1 MUR840 10 µF 350V 1,88mH R Vo2 882mΩ 220,5mΩ 3,3k Ω 3 x 68Ω 3W SK3G/04 C o2 470 µ F Db MUR840 VCG 1µF 400V polip. D r3 + SKR17/04 b IRG4BC30W Rsh D r4 grampeador - 100 Ω Vcc +15 100nF 33k Ω 2 7 lf 351 3 10k Ω 7 2,2 µ F 7 6 220k Ω 2 lf 351 4 1k Ω 6 diodo Vcc -18 germânio 3 Vcc 18 1k Ω 10k Ω 6 7 27k Ω 33kΩ 3 4 10 5 100nF 2 13 10k Ω 100nF 100nF Rth=12 C/W Vcc 18V 7818 1n4002 100nF 100 µ F 100nF 220V/16V+16V o Rth=12 C/W 7918 180k Ω 16 12 1n4936 d1n4148 15k Ω Vcc 18 100nF o 100 µ F 14 2,7nF 1,5k Ω 100nF VCG 100nF 8 220 µ F Vcc 18 1 100nF 220 µ F 3 22k Ω 15 UC3854 9 22k Ω 2 lf 351 4 Vcc -18 33k Ω Vcc 18 39kΩ 7 6 S diodo Vcc -18 germânio 3 Vcc 18 4 Vcc -18 33k Ω 10kΩ 6 10k Ω Vcc 18 15k Ω 820k Ω 10k Ω Vcc 18 Vcc 18 5k Ω 100nF 2,6 µ F 180k Ω 2 lf 351 4 270 Ω 2,2k Ω 5,6kΩ 220 Ω 15k Ω io Vcc +15 100nF 3 x 1Ω 3W 100nF Vcc -18V L o1 chapa: 4,0cm x 4,0cm N = 330 espiras 2 x 19 AWG lg = 0,172cm L filtro chapa: 1,6cm x 1,6cm N = 50 espiras 18 AWG lg = 0,1mm 1 2 3 4 8 7 6 5 IR2111 b 100nF 35V L o2 chapa: 1,6cm x 2,2cm N = 140 espiras 18 AWG lg = 0,08cm C o 4 x B43840 Siemens 470 µF 882mΩ Fig. 3.55 – Diagrama de potência e controle. 10 Ω 15V e pino KRE pino banana Capítulo 3 119 io Vm Fig. 3.56 – Tensão (100V/div.) sobre o interruptor com grampeador, no momento em que ocorre um curto-circuito na carga e que a proteção do circuito integrado UC3854 desabilita o sinal PWM. 2,5 2 Vs is IEC 6100-3-2 Corrente da Rede: TDH = 10,99% 1,5 fase = 3,23 o FP = 0,992 1 0,5 0 2 5 10 componente harmônica (N) 15 (a) (b) Fig. 3.57 – (a) Tensão de entrada (100V/div.) e corrente de entrada (1A/div.), (b) espectro harmônico da corrente de entrada. i Lo1 i Lo1 i Lo2 is (a) (b) Fig. 3.58 – (a) Corrente de entrada (1A/div.) e corrente no indutor Lo1 (1A/div.), (b) corrente no indutor Lo1 (1A/div.) e corrente no indutor Lo2 (1A/div). 120 Capítulo 3 Vo Vo AC io (a) (b) Fig. 3.59 – (a) Tensão de saída (50V/div.) e corrente de saída (1A/div.), (b) ondulação de 120Hz da tensão de saída (0,1V/div.). VG Vm iG (a) (b) Fig. 3.60 – (a) Tensão na saída do multiplicador (2V/div.), (b) tensão no capacitor grampeador (100V/div.) e corrente no grampeador (1A/div.). is iG Fig. 3.61 – Corrente de entrada (1A/div.) e corrente no grampeador (1A/div.). Capítulo 3 121 Vo is Fig. 3.62 – Dinâmica de partida: Tensão de saída (50V/div.) e corrente na entrada (2A/div.). Vo i Lo1 Fig. 3.63 – Dinâmica de partida: Tensão de saída (50V/div.) e corrente no indutor Lo1 (1A/div.). Vo i Lo2 Fig. 3.64 – Dinâmica de partida: Tensão de saída (50V/div.) e corrente no indutor Lo2 (1A/div.). Vo io Fig. 3.65 – Dinâmica de partida: Tensão de saída (50V/div.) e corrente de saída (1A/div.). 122 Capítulo 3 Vo io Fig. 3.66 – Dinâmica da tensão de saída (50V/div.) e corrente de saída (1A/div.) no instante em que o banco de baterias atinge a tensão de flutuação. Vo io Fig. 3.67 – Dinâmica da tensão de saída (50V/div.) e corrente de saída (1A/div.) no momento em que o banco de baterias atinge a tensão de corte. i Lo1 is io (a) io (b) Fig. 3.68 – Ensaio de curto-circuito: (a) corrente de saída (20A/div.) e corrente no indutor Lo1 (5A/div.), (b) corrente de saída (20A/div.) e corrente de entrada (5A/div.). Capítulo 3 123 VRsh Vo io io (a) (b) Fig. 3.69 – Ensaio de curto-circuito: (a) corrente de saída (20A/div.) e tensão sobre o resistor “shunt” (1V/div.), (b) corrente de saída (20A/div.) e tensão de saída (50V/div.). 3.8 CONCLUSÕES Neste capítulo foi apresentado o retificador de alto fator de potência empregando o conversor abaixador. Uma nova maneira de realizar o controle feedforward foi proposta e analisada e seus limites estabelecidos. Esta estratégia de controle permite reduzir o tamanho, peso e custo do indutor de saída sem degradar o fator de potência. O retificador empregando o conversor abaixador com o controle feedforward tem como características principais: • o fator de potência é independente da relação entre a tensão média de saída e o valor de pico da tensão da rede; • o fator de potência é elevado apesar de uma elevada ondulação de corrente de 120Hz no indutor de saída; • a implementação prática é simples com a utilização do circuito integrado UC3854. Uma aplicação prática do retificador abaixador (BUCK), com alto fator de potência, operando como um carregador de baterias, também foi apresentada. Não foi necessário empregar o controle feedforward porque para as especificações do carregador este se encontrava em conformidade com a norma IEC 61000-3-2. No entanto, verificou-se que se a corrente média de saída é 124 Capítulo 3 sensorada na malha de Lo1, a informação sobre a ondulação de corrente neste indutor é transferida (através da malha de controle da corrente de saída) ao sinal modulador. Desta forma o sinal modulador apresenta uma distorção semelhante à do sinal modulador com o controle feedforward, compensando a elevada ondulação de corrente em Lo1, com a vantagem adicional de utilizar apenas um circuito integrado UC3854. Capítulo 4 125 CAPÍTULO 4 FILTRO ATIVO MONOFÁSICO EMPREGANDO O INVERSOR DE CORRENTE EM PONTE COMPLETA 4.1 INTRODUÇÃO O inversor de corrente a ser estudado é apresentado na Fig. 4.1. No lado CC do inversor tem-se uma elevada indutância Lf com característica de fonte de corrente praticamente constante. No lado CA do inversor está representada a rede. Devido às características de funcionamento deste conversor, os interruptores ficam submetidos a tensões alternadas empregando-se, portanto, diodos em série com os mesmos. S3 S1 iL f Vs D1 Lf + D3 - if S2 D2 S4 D4 Fig. 4.1 – Inversor de corrente. 4.2 DESCRICÃO DAS ETAPAS DE FUNCIONAMENTO Para simplificar a análise, iLf será considerada uma fonte de corrente constante ideal de valor igual a If. Da mesma maneira que o inversor de tensão em ponte completa, o inversor de corrente também pode ser modulado de maneira que no lado CA se tenha uma corrente de dois ou três níveis. Para simplificar a descrição das etapas de funcionamento será utilizada a modulação a dois níveis, sendo que os interruptores S1 e S4 são comandados com razão cíclica D, de maneira complementar aos interruptores S2 e S3, como mostrado na Fig. 4.2. Além disso, as comutações são consideradas instantâneas. 126 Capítulo 4 comando S1, S4 t D Ts comando S2, S 3 (1-D) Ts if t If i f med t -I f Ts Fig. 4.2 – Formas de onda básicas. 1a Etapa (to, t1) Na primeira etapa, mostrada na Fig. 4.3, os interruptores S1 e S2 estão conduzindo. A corrente no lado CA é igual à corrente If. S1 S3 Vs D1 + If - D3 if S2 S4 D2 D4 Fig. 4.3 – Primeira etapa. 2a Etapa (t1, t2) No instante t2 os interruptores S1 e S2 são bloqueados e os interruptores S3 e S4 são comandados a conduzir, como mostrado na Fig. 4.4. A corrente no lado CA é igual a -If. S1 S3 Vs D1 + If D3 - if S2 D2 S4 D4 Fig. 4.4 – Segunda etapa. Capítulo 4 127 Com as formas de onda apresentadas na Fig. 4.2, a corrente média no lado CA, para um período de comutação, pode ser calculada de acordo com a expressão (4.1). if med = (1-D ) Ts 1 D Ts ∫ If dt + ∫ - If dt = If D - If (1 - D ) Ts 0 0 (4.1) Rescrevendo (4.1) tem-se (4.2). if med = If (2 D - 1) (4.2) Supondo que if possua uma componente fundamental senoidal de mesma freqüência que Vs como mostra a expressão (4.3) e substituindo em (4.2) obtémse a expressão (4.4) para a razão cíclica. if (t ) = if pico sen (wt ) D(t ) = (4.3) 1 if pico sen (wt ) + 1 2 If (4.4) Definindo-se o índice de modulação de acordo com (4.5), obtém-se a expressão (4.6) para a razão cíclica, para um período completo da rede. Na Fig. 4.5 apresenta-se o traçado da mesma em função de wt. Mi = if pico D(t ) = (4.5) If 1 [Mi sen (wt ) + 1] 2 (4.6) 1 M __i 2 D ( wt ) 0,5 0 0 π wt 2π Fig. 4.5 – Razão cíclica em função de wt. 4.3 MODULAÇÃO A DOIS E TRÊS NÍVEIS A modulação a dois níveis consiste na comparação de um sinal modulador (Vm) senoidal com um sinal portador (Vp) triangular, que define a freqüência de comutação. Como resultado desta comparação têm-se as ordens de comando para os interruptores, mostradas na Fig. 4.6. A corrente no lado CA do inversor 128 Capítulo 4 apresenta dois níveis (If e –If) com uma freqüência igual à freqüência de comutação. Para a modulação a três níveis são necessários dois sinais portadores triangulares defasados de 180o, como mostra a Fig. 4.7. A corrente obtida no lado CA do inversor apresenta três níveis (If, 0 e –If) com uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação, o que facilita a filtragem. Vp Vm π __ 2π wt __ S 1, S 4 , S 2 , S 3 wt if If wt -I f Fig. 4.6 – Modulação a dois níveis. V p1 V p2 Vm wt __ S 1 ,S 3 wt __ S2 , S4 wt if If π 2π wt -I f Fig. 4.7 – Modulação a três níveis. Para se verificar o princípio de funcionamento do sistema com as modulações descritas nesta seção foram feitas simulações no programa VisSim [41], utilizando-se diagramas de blocos. Na Fig. 4.8 são apresentadas as correntes no lado CA para dois e três níveis, empregando-se uma freqüência de comutação de 3kHz. Como esperado, na modulação a três níveis, a corrente if tem o dobro da freqüência em relação à modulação a dois níveis. Em seguida foram feitas simulações com uma freqüência de comutação de 30kHz. Na Fig. 4.9 tem-se a corrente no lado CA com filtro de alta freqüência (Lfiltro=1,4mH, Capítulo 4 129 Cfiltro=2µF, Rfiltro=0,5Ω), para uma freqüência de comutação de 30kHz. Pode-se verificar a melhor filtragem da corrente com a modulação a três níveis. 30 30 20 20 10 10 0 0 -10 -10 -20 -20 -30 0 .001 .003 -30 .005 .007 .009 .011 .013 .015 Time (sec) .017 0 .001 .003 .005 .007 .009 .011 Time (sec) .013 .015 .017 (a) (b) Fig. 4.8 – Corrente if para (a) dois e (b) três níveis com freqüência de comutação de 3kHz. 20 20 Vs / 20 10 Vs / 20 if 10 0 0 -10 -10 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 -20 .0833 if .086 .088 .09 .092 .094 Time (sec) .096 .098 .1 (a) (b) Fig. 4.9 – Corrente if para (a) dois e (b) três níveis após o filtro de alta freqüência, com freqüência de comutação de 30kHz. 4.4 FLUXO DE POTÊNCIA Considerando-se a corrente no lado CA do inversor, após a filtragem da alta freqüência, tem-se o circuito equivalente apresentado na Fig. 4.10. Desta maneira fica claro que o fluxo de potência para a rede pode ser controlado através do sinal modulador Vm (ou seja, o índice de modulação e a fase de Vm), obtendo-se, portanto, uma corrente if senoidal, com uma fase em relação à tensão da rede dada por Vm. Assim têm-se as expressões (4.7) e (4.8) para a potência ativa e reativa, relacionando-se a tensão da rede e a componente fundamental da corrente no lado CA do inversor. + Vs if - Fig. 4.10 – Circuito equivalente do inversor de corrente em ponte completa. 130 Capítulo 4 Ps = Vspico if pico Qs = 2 Vspico if pico 2 ( ) (4.7) ( ) (4.8) cos θ Vs − θif sen θ Vs − θif Para comprovar que o fluxo de potência é controlado por Vm foram feitas simulações no programa VisSim para diversos ângulos de defasagem de Vm em relação à tensão da rede. Na Fig. 4.11 são apresentados os resultados de simulação obtidos, comprovando-se que o fluxo de potência ativa e reativa pode ser controlado através do sinal modulador. 20 20 Vs / 20 if 10 20 Vs / 20 Vs / 20 10 10 if if 0 0 0 -10 -10 -10 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 .094 Time (sec) .096 .098 .1 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 Time (sec) (a) .094 .096 .098 .1 -20 .0833 Vs / 20 Vs / 20 -10 -10 -10 .096 .098 .1 .1 if 0 .094 .098 Vs / 20 if .09 .092 Time (sec) .096 10 0 .088 .094 (c) 10 if .086 .09 .092 Time (sec) 20 0 -20 .0833 .088 (b) 20 20 10 .086 -20 .0833 .086 .088 (d) .09 .092 .094 Time (sec) .096 .098 .1 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 .094 Time (sec) (e) .096 .098 .1 (f) 20 20 Vs / 20 Vs / 20 10 10 if if 0 0 -10 -10 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 .094 Time (sec) .096 .098 .1 (g) (h) Fig. 4.11 – Tensão da rede e corrente if para o sinal modulador com uma defasagem em relação à tensão da rede de: (a) 0o , (b) 45o, (c) 90o, (d) 135o, (e) 180o, (f) 225o, (g) 270o, (h) 315o. Capítulo 4 131 Para validar os resultados obtidos no programa VisSim, foram feitas simulação no programa PSPICE [31]. O circuito simulado é apresentado na Fig. 4.12 e o seu arquivo de dados está em anexo. Para diminuir a oscilação do filtro de alta freqüência foi necessário aumentar Rfiltro para 5Ω. Na Fig. 4.13 tem-se os resultados de simulação, para um sinal modulador Vm em fase com a tensão da rede (a), defasado de 90o (b) e defasado de 180o (c), comprovando-se, portanto, a capacidade do inversor de corrente de gerar potência reativa. 1 D3 D1 5 2 10 12 S1 if R filtro L filtro 8 Vs S3 3 9 if c If C filtro filtro alta freqüência 6 D2 D4 4 7 11 13 S2 S4 0 V p2 15 _ S1 , S3 18 Vm 16 _ S2 , S4 V p1 17 14 Fig. 4.12 – Circuito simulado. 20 10 20 Vs / 20 i f 20 Vs / 20 Vs / 20 10 10 if if 0 0 0 -10 -10 -10 -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.13 – Tensão da rede e corrente if para um sinal modulador defasado de (a) 0o, (b) 90o e (c) 180o em relação à tensão da rede. 4.5 GERAÇÃO DE COMPONENTES HARMÔNICAS Para o emprego do inversor de corrente como filtro ativo este deve ser capaz de gerar componentes harmônicas. Assim, foram feitas simulações no programa VisSim, para um sinal modulador de diferentes freqüências. Na Fig. 4.14 são apresentados os resultados de simulação, comprovando a capacidade do inversor de corrente de gerar componentes harmônicas de alta ordem. 132 Capítulo 4 20 20 20 Vs / 20 Vs / 20 10 10 Vs / 20 10 if if 0 0 0 -10 -10 -10 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 .094 Time (sec) .096 .098 .1 -20 .0833 .086 .088 (a) .09 .092 .094 Time (sec) .096 .098 .1 -20 .0833 .086 if 0 -10 -10 -10 .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 -20 .0833 .086 .088 (d) .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 -20 .0833 .086 Vs / 20 Vs / 20 if Vs / 20 if 10 0 0 0 -10 -10 -10 -20 .086 .088 .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 .098 .1 (f) 10 -20 .0833 .1 20 20 10 .088 (e) 20 .098 if 10 0 .088 .096 Vs / 20 if 10 0 .086 .094 20 Vs / 20 Vs / 20 .09 .092 Time (sec) (c) 20 -20 .0833 .088 (b) 20 10 if .0833 .086 .088 (g) .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 (h) -20 .0833 .086 if .088 .09 .092 Time (sec) .094 .096 (i) 20 Vs / 20 if 10 0 -10 -20 .0833 .086 .088 .09 .092 Time (sec) .094 .096 .098 .1 (j) Fig. 4.14 – Tensão da rede e corrente if para o sinal modulador com uma freqüência de: (a) 180Hz, (b) 300Hz, (c) 420Hz, (d) 540Hz, (e) 660Hz, (f) 780Hz, (g) 900Hz, (h) 1020Hz, (I) 1140Hz e (j) 1260Hz. Também para este caso foram feitas simulações no programa PSpice, para validar os resultados obtidos no VisSim. O circuito simulado é o mesmo apresentado na Fig. 4.12 e os resultados de simulação são apresentados na Fig. 4.15. Utilizou-se um sinal modulador (Vm) de 180Hz, 900Hz e 1260Hz. A variação Capítulo 4 133 do valor de pico da corrente if na Fig. 4.15 (b) e (c) é devido à oscilação do filtro de alta freqüência. 20 20 Vs / 20 20 Vs / 20 Vs / 20 10 10 if if 10 if 0 0 0 -10 -10 -10 -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.15 - Tensão da rede e corrente if para um sinal modulador de (a) 180Hz, (b) 900Hz e (c) 1260Hz. 4.6 INVERSOR DE REVERSÍVEL CORRENTE OPERANDO COMO RETIFICADOR Nesta seção apresenta-se o inversor de corrente funcionando como um retificador reversível. Para tanto, após o indutor Lf, coloca-se um capacitor de filtragem e a carga resistiva, como mostra a Fig. 4.16. O inversor de corrente em ponte completa é um conversor abaixador bidirecional em corrente e, portanto, a mesma estratégia de controle aplicada ao pré-regulador abaixador (apresentada no capítulo 3) pode ser empregada para o inversor. Para comprovar esta afirmação foi feita uma simulação sem o controle feedforward e uma com o controle feedforward, para as mesmas especificações do pré-regulador abaixador do capítulo 3, com a única diferença que se acrescentou ao filtro de alta freqüência um resistor (Rfiltro) de 5Ω para reduzir as oscilações da simulação. A. SEM O CONTROLE FEEDFORWARD O circuito simulado é apresentado na Fig. 4.16 e seu arquivo de dados está em anexo. Na Fig. 4.17 são apresentadas a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. A taxa de distorção harmônica, considerandose até a 60a componente é de 20,66%, com a presença significativa da 3a harmônica, do mesmo modo que no pré-regulador abaixador (Fig. 3.6). A defasagem da corrente em relação à tensão de entrada é de 10,83o, resultando em um fator de potência de 0,962. Na Fig. 4.18 e 4.19 pode-se observar a corrente de entrada e no indutor Lf, a tensão de saída e alguns sinais de controle. 134 Capítulo 4 1 Lf i Lo D1 Io R Vo1 filtro alta freqüência 5 + 2 D3 S1 S3 L filtro R filtro is 3 Vs 4 R AC Ro C filtro Co 13 Vo 8 R REF 6 D4 D2 R Vo2 S2 + 181 - 182 11 16 V p1 Vm 14 A x R c1 Vc B B 15 Vo' 9 12 10 + 0 C c1 R c2 A _ S1 , S 3 _ S2 , S 4 S4 V ref Vp2 Fig. 4.16 – Inversor de corrente em ponte completa operando como retificador reversível. 30 40 Vs / 10 20 is 20 Espectro Harmônico de i TDH TDH N 0 Total s = 19,85% fase = 10,46 o (%) FP = 0,965 10 -20 -40 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 0 98ms 100ms 3 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 4.17 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico de is. 80 40A i Lf 30A Vo 60 20A is 10A 40 i Lf 0A 20 -10A -20A 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms 0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms (a) (b) Fig. 4.18 – (a) Corrente de entrada e no indutor Lf, (b) tensão de saída e corrente em Lf. 10V Vc Vo ' 5V 4.0 Vm 0.0 -4.0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms Fig. 4.19 –Sinal na saída do controlador de tensão e sinal modulador. Capítulo 4 135 B. COM O CONTROLE FEEDFORWARD Para eliminar a distorção da corrente de entrada devido à elevada ondulação de corrente no indutor Lf, o controle feedforward pode ser empregado da mesma maneira que no retificador abaixador. O sinal modulador apresentará uma distorção devido à ondulação de corrente em Lf, representada na Fig. 4.20 pela divisão de (A × B ) por “C”. O circuito simulado é apresentado na Fig. 4.20 e seu arquivo de dados está em anexo. Lf 1 2 + i Lo D1 D2 Io R Vo1 filtro alta freqüência 5 S1 S2 L filtro R filtro is 3 Vs 4 R AC Ro C filtro Co 13 Vo 8 R REF 6 D3 S3 D4 R Vo2 S4 R sh 0 7 _ S 1, S 3 R c2 C A - 16 181 _ S 2, S 4 C c1 11 + VT1 Vm AxB ____ 14 C B R c1 9 12 10 + 182 15 V T2 Vref Fig. 4.20 – Inversor de corrente em ponte completa operando como retificador reversível com o controle feedforward. Na Fig. 4.21 são apresentadas a tensão e corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. Como se pode observar a terceira harmônica foi praticamente eliminada. A taxa de distorção harmônica, considerando-se até a 60a componente é de 5,48% e a defasagem em relação à tensão de entrada é de 0,23o, resultando em um fator de potência de 0,998. Na Fig. 4.22 e 4.23 pode-se observar a corrente de entrada e a corrente no indutor Lf, a tensão de saída e algumas variáveis de controle. 30 40 Vs / 10 20 is 20 Espectro Harmônico de i TDH TDH N 0 Total fase = 0,03 (%) s = 6,07% o FP = 0,998 10 -20 -40 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms 0 3 5 10 15 componente harmônica (N) (a) (b) Fig. 4.21 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico de is. 20 136 Capítulo 4 40A 80 30A i Lf Vo 60 20A 10A is 40 i Lf 0A 20 -10A -20A 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms 0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms (a) (b) Fig. 4.22 – (a) Corrente de entrada e no indutor Lf, (b) tensão de saída. 10V V o' Vc 5V 4.0 Vm 0.0 -4.0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms Fig. 4.23 –Sinal na saída do controlador de tensão e sinal modulador. 4.7 INVERSOR DE CORRENTE OPERANDO COMO FILTRO ATIVO A maneira mais usual para o controle do inversor de corrente operando como filtro ativo [24], [25] é apresentada na Fig. 4.24. Esta técnica consiste em se monitorar a corrente na carga não-linear e calcular sua componente fundamental. A componente fundamental da corrente de carga é subtraída da corrente total de carga, resultando em uma corrente que representa as componentes harmônicas da carga, que é então comparada com os sinais portadores, gerando as ordens de comando para os interruptores. O problema desta metodologia de controle é que para calcular-se a componente fundamental da corrente de carga é necessário observar-se ao menos um período de rede, o que prejudica o desempenho dinâmico do filtro ativo uma vez que por alguns ciclos da rede o filtro não compensará adequadamente as cargas. Além disso, para a compensação de cargas lineares (isentas de componentes harmônicas) a componente fundamental da corrente de carga é igual à corrente total de carga, resultando em um sinal modulador nulo, ou seja, não haverá correção. Capítulo 4 137 is Vs io if Carga Filtro Ativo D1 D3 S1 S3 L filtro If C filtro D2 D4 S4 S2 io' + i' Cálculo da o fundamental Componente Fundamental _ S 1 , S3 io'harmônicas _ S 2 , S4 Fig. 4.24 – Diagrama de blocos do inversor de corrente operando como filtro ativo, controlado através do monitoramento da corrente de carga. Na Fig. 4.25 é apresentado o diagrama de blocos do inversor de corrente operando como filtro ativo com a estratégia de controle proposta [27], considerando uma fonte de corrente contínua no barramento CC do inversor. A metodologia de controle é basicamente a mesma empregada para os inversores de tensão operando como filtros ativos apresentados no capítulo 2. A corrente da rede é monitorada e comparada com uma referência de corrente senoidal. O sinal de erro é comparado com os sinais portadores triangulares (modulação a três níveis), gerando os sinais de comando para os interruptores. is Vs io if Carga Filtro Ativo D1 S1 D3 S3 L filtro If C filtro D2 S2 i s ref + D4 S4 _ S 1, S 3 is' k Vm _ S2, S 4 4.25 – Diagrama de blocos do inversor de corrente operando como filtro ativo, com a estratégia de controle proposta. 138 Capítulo 4 Na Fig. 4.27 são apresentados os resultados de simulação para o filtro ativo com a estratégia de controle proposta, compensando uma carga composta por três fontes de corrente senoidais com freqüências de 60Hz (iof), 180Hz (io3) e 300Hz (io5), como mostrado na Fig. 4.26. O arquivo de simulação está em anexo. A terceira e quinta harmônicas foram praticamente eliminadas pelo filtro ativo. i o total is Vs i of i o3 i o5 if Rsh Filtro Ativo L filtro CSI em Ponte Completa If C filtro R2 _ S1, S 3 R1 Vref _ S2, S 4 Vs ' Fig. 4.26 – Filtro ativo compensando uma carga não-linear composta por fontes de corrente de diferentes freqüências. 30 20 Vs / 20 10 is 20 10 0 3.0 iototal if 2.0 1.0 -0 0.0 -10 -1.0 -20 -2.0 Vm -10 -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time -30 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time -3.0 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.27 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) corrente na carga não-linear e corrente no filtro ativo e (c) sinal modulador. Na Fig. 4.29 são apresentados os resultados de simulação do filtro ativo compensando um retificador a diodos com filtro capacitivo como mostra a Fig. 4.28. O circuito simulado e o arquivo de simulação estão em anexo. Na Fig. 4.29 (a) e (b) pode-se observar a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico das correntes de entrada e na carga não-linear. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente é de 12,25% e sua defasagem em relação à tensão da rede é de 0,05o, resultando em Capítulo 4 139 um fator de potência de 0,993. A taxa de distorção harmônica da corrente na carga não-linear é de 130,53%, com um deslocamento de 3,06o em relação à tensão da rede, o que resultaria em um fator de potência de 0,61 caso o filtro ativo não estivesse presente. Na Fig. 4.29 (c) são apresentadas a corrente na carga não-linear e no filtro ativo e o sinal modulador. + D1 Ld io is D3 Vs if Co Vo Ro Rsh D2 D4 - Filtro Ativo L filtro R filtro CSI em Ponte Completa If C filtro R2 _ S 1, S 3 R1 Vref _ S2, S 4 Vs ' Fig. 4.28 – Filtro ativo compensando uma carga do tipo retificador a diodos com filtro capacitivo. 40 40 100 io Vs / 10 20 if 80 Carga: TDH Total = 117,1% 0 fase = 5,2 o is FP = 0,647 60 TDH N 0 Rede: TDH Total = 4,36% fase = 0,14o (%) -40 3.0 FP = 0,999 40 Vm -20 0.0 20 -40 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 -3.0 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time (a) (b) (c) 4.29 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente de entrada e na carga não-linear, (c) corrente na carga não-linear e no filtro ativo e sinal modulador, para um ganho k=15. Para comprovar que com a estratégia de controle proposta o filtro ativo compensa qualquer tipo de carga, inclusive cargas lineares, foi feita uma simulação para uma carga resistiva-indutiva, como mostra a Fig. 4.30. O circuito simulado e o arquivo de dados são apresentados em anexo. Na Fig. 4.31 140 Capítulo 4 apresenta-se os resultados de simulação. Teoricamente, para este tipo de carga linear, o filtro ativo deveria injetar na rede uma corrente defasada de 90o da tensão da rede, uma vez que estaria processando apenas potência reativa. No entanto pode-se observar na Fig. 4.31 (c) que existe uma parcela de potência ativa circulando no filtro devido ao resistor de 5Ω colocado junto ao filtro de alta freqüência para eliminar as oscilações do mesmo. io is Vs Lo if Ro Rsh Filtro Ativo L filtro CSI em Ponte Completa If C filtro R2 _ S 1, S 3 R1 Vref _ S2, S 4 Vs ' Fig. 4.30 – Filtro ativo compensando uma carga linear do tipo resistiva-indutiva. 40 20 30 is Vs / 10 20 is Carga: TDH Total = 1,58% (%) io if FP = 0,874 Rede: TDH Total = 1,58% fase = 1,1 o TDH N 0 10 fase = 30 o 20 0 FP = 0,9999 10 -20 -40 -10 0 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 -20 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms 32ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.31 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente de entrada e (c) correntes na carga linear e no filtro ativo. Em toda a análise realizada até então, considerou-se que no lado CC do inversor de corrente havia uma fonte de corrente constante e ideal de valor igual a If. No entanto, na prática tem-se uma elevada indutância Lf “emulando” esta fonte de corrente. Para o correto funcionamento do inversor de corrente operando como filtro ativo o valor médio da corrente no indutor Lf deve ser constante, caso contrário haverá fluxo de potência ativa no inversor. Esta é uma situação indesejável uma Capítulo 4 141 vez que um filtro ativo, idealmente, deve processar apenas potência reativa. Além disso, a máxima ondulação de corrente no indutor Lf deve ser tal que em nenhum momento a corrente em Lf seja menor que a corrente instantânea da rede. Se isto acontecer, neste intervalo em que iLf for menor que a corrente instantânea da rede, o filtro ativo não compensa adequadamente a carga, resultando em uma corrente drenada da rede distorcida. O diagrama de blocos do inversor de corrente com a malha de controle da corrente iLf é apresentado na Fig. 4.32. Esta malha é responsável pela geração da corrente de referência senoidal. A corrente iLf é monitorada e comparada com uma referência. O sinal de erro resultante passa por um controlador de corrente, cuja saída (B) é multiplicada por uma amostra da tensão da rede (A), obtendo-se a corrente de referência senoidal. Caso ocorra uma variação de carga o indutor Lf fornecerá/absorverá esta variação de maneira que esta malha detectará uma diminuição/aumento da corrente média em Lf. O sinal na saída deste controlador aumenta/diminui alterando a amplitude da corrente de referência senoidal, de maneira que a rede passa a suprir esta variação de carga. A corrente da rede é comparada com a referência senoidal e o erro resultante, que é o sinal modulador, é comparado com os sinais portadores, gerando as ordens de comando para os interruptores. is io Vs if R AC1 Carga R AC2 Filtro Ativo R sh S1 L filtro D1 S3 i Lf D3 Lf C filtro if ' S2 D2 __ S 1 ,S 3 A Vm __ S 2 ,S 4 V T2 k + i s ref Ax B S4 D4 B Vc Controlador de Corrente + i Lf ref V T1 Fig. 4.32 – Inversor de corrente operando como filtro ativo com a malha de controle da corrente iLf. Assim como para o inversor de tensão, para o inversor de corrente também existem duas malhas de controle. Uma malha para o barramento CC responsável 142 Capítulo 4 pela geração da corrente de referência e outra para a corrente da rede responsável pela imposição de um corrente senoidal. Para o controle da corrente If utiliza-se um controlador do tipo proporcional integral apresentado na Fig. 4.33. A função de transferência deste controlador é apresentada na equação (4.9). C i1 R i2 VR sh R i1 Vc Vi Lf ref Fig. 4.33 – Controlador proporcional integral. Hi (s ) = (s) − (1 + s Ci1 Ri2 ) = VR sh (s ) s Ci1 Ri1 ViLf ref (4.9) 4.8 PROCEDIMENTO DE PROJETO O procedimento simplificado de projeto é apresentado nesta seção. Sejam as seguintes especificações: Vspico = 311V frede = 60Hz ILf = 40 A fs = 30kHz Po = 1600 W O filtro ativo deve compensar cargas de até 1600W. Considerando-se que o conjunto filtro ativo mais carga apresente um comportamento de carga resistiva para a rede, calcula-se o valor de pico da corrente de entrada. ispico = 2 Po 2 × 1600 = = 10,3 A Vspico 311 O índice de modulação é calculado de acordo com a expressão (4.5). Mi = ispico ILf = 10,3 = 0,2575 40 O valor de pico do sinal triangular é igual a 5V. Assim calcula-se o valor de pico do sinal modulador. Capítulo 4 143 VTpico = 5 V Vmpico = VTpico Mi = 5 × 0,2575 = 1,288 V O filtro de alta freqüência (Lfiltro e Cfiltro) é calculado de acordo com o seguinte procedimento. f fc = s = 3kHz ⇒ w c = 18850 rad s 10 ζ = 1.0 Req = Vspico ispico Cfiltro = = 311 = 30,2Ω 10,3 1 1 = ≅ 0,9µF R eq 2 ζ w c 30,2 × 2 × 1× 18850 1 L filtro = 2 w c Cfiltro = 1 18850 2 × 0,9µ ≅ 3,13mH Cfiltro = 2µF L filtro = 1,4mH Ajustando o filtro por simulação obtém-se: A freqüência de cruzamento de ganho do controlador da corrente no barramento CC é de 15Hz. Escolhendo-se Rc1 = 50kΩ, calcula-se o capacitor Cc1. Cc1 = 1 1 = ≅ 220nF Rc1 2 π 30Hz 50k × 2π × 15Hz O zero do controlador de corrente é locado em 80Hz. Assim calcula-se o resistor Rc2. Rc 2 = 1 1 = ≅ 10kΩ − 9 Cc1 2 π 80Hz 220 × 10 × 2π × 80Hz A indutância Lf escolhida é de 10mH. 4.9 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO O filtro ativo projetado foi simulado no programa PSPICE com cargas lineares, não-lineares e cargas associadas em paralelo. Na Fig. 4.35 apresentam-se os resultados de simulação para a carga linear do tipo resistiva-indutiva, como mostra a Fig. 4.34. O circuito simulado e o arquivo de dados estão em anexo. Na Fig. 4.35 (a) e (b) pode-se observar a tensão e corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada. O fator de potência obtido foi de 0,999. Na Fig. 4.35 (c) são apresentadas a corrente na carga linear e a corrente no filtro ativo, que está praticamente a 90o em relação à 144 Capítulo 4 tensão de entrada, mostrando que o filtro ativo está gerando potência reativa, compensando a carga, e absorvendo uma parcela de potência ativa para compensar as perdas por condução e comutação nos interruptores além das perdas no filtro de alta freqüência ocasionadas por Rfiltro. Na Fig. 4.35 (c) também se pode observar a corrente de entrada e a corrente no indutor Lf, que apresenta uma pequena ondulação de 120Hz. is io Vs if R AC1 Lo Ro R AC2 Rsh Filtro Ativo L filtro CSI em Ponte Completa i Lf C filtro Lf if ' __ S 1 ,S 3 A Vm __ S 2 ,S 4 V T2 k + i s ref Ax B B Vc Controlador de Corrente + i Lfref V T1 Fig. 4.34 – Filtro ativo compensando uma carga linear do tipo resistiva-indutiva. Na Fig. 4.36 são apresentados os resultados de simulação para a mesma carga resistiva-indutiva, porém com uma indutância Lf de 2mH, o que ocasiona uma ondulação de 120Hz significativa. No entanto o valor médio da corrente em Lf é constante e superior ao valor de pico da corrente da rede e em nenhum momento a corrente em Lf é menor que a corrente instantânea de entrada, por isto o filtro ativo compensa adequadamente a carga. Na seção 3.6, na qual é apresentado o inversor de corrente operando como retificador reversível, quando a ondulação de corrente no indutor de saída era significativa, havia uma distorção na corrente de entrada com a predominância da terceira harmônica. Para resolver este problema empregou-se o controle feedforward que compensa esta elevada ondulação de corrente, resultando em uma corrente de entrada praticamente isenta de harmôncias e em fase com a tensão da rede. Na operação como filtro ativo não é necessário empregar o controle feedforward, pois como se pode observar na Fig. 4.36, mesmo com uma elevada ondulação de corrente no indutor Lf a corrente resultante da rede é senoidal. Isto ocorre porque existe uma malha de controle da corrente da rede que impõe uma corrente senoidal e é responsável pela correção do fator de potência. Capítulo 4 40 145 20 30 is Vs / 10 if Carga: TDH Total = 1,62% 20 io 0 fase = 28,9 o is 20 FP = 0,874 Rede: TDH Total = 2,12% TDH N 0 -20 fase = 1,6 o (%) FP = 0,999 i Lf 40 10 -20 is 0 -40 0 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time -20 2 5 10 15 componente harmônica (N) 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time 20 (a) (b) (c) Fig. 4.35 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente de entrada, (c) corrente na carga e correntes no filtro ativo, para Lf=10mH. 40 20 30 is Vs / 10 Carga: TDH Total = 1,33% 20 is io fase = 29,2 o 20 FP = 0,873 Rede: TDH Total = 3,13% fase = 1,7 o TDHN 0 if 0 (%) -20 FP = 0,999 40 10 i Lf -20 is 0 -40 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time 0 -20 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.36 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico da corrente de entrada, (c) corrente na carga e correntes no filtro ativo, para Lf=2mH. Na Fig. 4.38 são apresentados os resultados de simulação para a carga nãolinear do tipo retificador a diodos seguido de filtro capacitivo, como mostra a Fig. 4.37. O circuito simulado e o arquivo de dados do PSPICE estão em anexo. Na Fig. 4.38 (a) e (b) pode-se observar a tensão e corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada e da corrente de carga. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente é de 5,88% com um deslocamento em relação à tensão da rede de 0,1o, resultando em um fator de potência de 0,998. A taxa de distorção harmônica da corrente de carga é de 116%, o que resultaria em um fator de potência de 0,65. Na Fig. 4.38 (c) são apresentadas a corrente na carga não-linear e a corrente no filtro ativo, a corrente de entrada e a corrente no indutor Lf. Pode-se observar que para esta carga não-linear o filtro ativo está sendo muito mais solicitado do que para a carga linear do tipo resistiva-indutiva, uma vez que no instante em que ocorre o pulso de corrente na carga, o filtro ativo deve compensar este pulso, descarregando o indutor Lf, o que resulta em uma ondulação de corrente muito maior. Na Fig. 4.39 é apresentada a mesma simulação, porém para uma indutância Lf de 6mH. Neste 146 Capítulo 4 caso durante um pequeno intervalo, a corrente no indutor Lf fica menor que a corrente instantânea da rede e o filtro ativo perde sua capacidade de compensação enquanto iLf(t)<is(t), resultando em uma corrente da rede distorcida. + io is Vs D1 Ld D3 if R AC1 Co Vo Ro R AC2 Rsh D2 D4 - Filtro Ativo L filtro CSI em Ponte Completa i Lf C filtro Lf if ' __ S 1 ,S 3 A Vm __ S 2 ,S 4 V T2 - + i s ref k Ax B B Vc + i Lfref Controlador de Corrente V T1 Fig. 4.37 – Filtro ativo compensando uma carga não-linear do tipo retificador a diodos com filtro capacitivo. 40 40 100 io if Vs / 10 80 is 20 Carga: TDH Total = 115,5% 0 fase = 5,22 o FP = 0,652 60 TDH N 0 Rede: TDH Total = 5,95% fase = 0,36 o (%) -40 50 FP = 0,998 40 i Lf is -20 20 -40 0 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 0 -30 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.38 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico das correntes de entrada e da carga, (c) corrente na carga e correntes no filtro ativo, para Lf=10mH. 40 40 100 io if Vs / 10 20 80 is 0 Carga: TDH Total = 115,4% fase = 4,85o FP = 0,652 60 TDH N 0 -40 Rede: TDH Total = 8,03% fase = 0,02 o (%) FP = 0,996 40 40 iLf is -20 20 -40 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time 0 0 -30 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 184ms186ms188ms190ms192ms194ms196ms198ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.39 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico das correntes de entrada e da carga, (c) corrente na carga e correntes no filtro ativo, para Lf=6mH. Capítulo 4 147 Na Fig. 4.41 são apresentados os resultados de simulação para as cargas não-lineares do tipo retificador a diodos com filtro capacitivo e de um gradador em paralelo, como mostra a Fig. 4.40. O circuito simulado e o arquivo de dados estão em anexo. Na Fig. 4.41 (a) e (b) pode-se observar a tensão e a corrente de entrada e o espectro harmônico da corrente de entrada e da corrente total de carga. A taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, considerando-se até a 60a componente é de 4,88% com um deslocamento em relação à tensão da rede de 0,62o, resultando em um fator de potência de 0,999. A taxa de distorção harmônica da corrente total de carga é de 101,2%, o que resultaria em um fator de potência de 0,68 caso o filtro ativo não estivesse presente. Na Fig. 4.41 (c) são apresentadas a corrente na carga não-linear e a corrente no filtro ativo, a corrente de entrada e a corrente no indutor Lf. i o total is Ld i o1 D3 D1 + Vs if R AC1 R o1 Co i o2 Vo1 R AC2 R sh D4 D2 T1 Ld T2 + Vo2 R o2 - Filtro Ativo L filtro CSI em Ponte i Lf Completa C filtro Lf if ' __ S 1 ,S 3 A Vm __ S 2 ,S4 V T2 - + i s ref k Ax B B Vc + i Lfref Controlador de Corrente V T1 Fig. 4.40 – Filtro ativo compensando as cargas não-lineares do tipo retificador a diodos com filtro capacitivo e gradador em paralelo. 40 100 30 io total if Vs / 10 80 Carga: TDH Total = 101,03% 20 FP = 0,681 60 TDH N 0 0 fase = 14,4 o is Rede: TDH Total = 5,1% -30 fase = 0,8 o (%) 50 FP = 0,999 40 -20 iLf is 20 0 -40 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time 0 -20 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 184ms 186ms 188ms 190ms 192ms 194ms 196ms 198ms Time (a) (b) (c) Fig. 4.41 – (a) Tensão e corrente de entrada, (b) espectro harmônico das correntes de entrada e nas cargas, (c) correntes nas cargas e no filtro ativo. 148 Capítulo 4 4.10 RESULTADOS EXPERIMENTAIS Na Fig. 4.42 e 4.43 são apresentados os diagramas dos circuitos de potência e de controle do protótipo implementado. Para gerar a corrente de referência senoidal foi utilizado o multiplicador MC1595L. A corrente no barramento CC é monitorada com um sensor Hall e a corrente da rede com um resistor “shunt” composto por oito resistores de 1Ω/3W. A tensão da rede é monitorada através de um sensor resistivo. As especificações dos componentes de potência são: C1 = 2µF / 280 V (polipropil eno ) L1 = 1,4mH - chapa 3,9cm FeSi, 30 espiras (5x14AWG), entreferro=0,8mm L f = 10mH - chapa 6cm FeSi, 48 espiras (25x18AWG), entreferro=0,2cm IGBTs: (S1,2,3,4): IRG4PC50W D1,2,3,4: HFA50PA60C. S1 if is Vs S3 D1 L filtro I Lf D3 Lf 10mH 1,4mH io Cfiltro 2 µF 125mΩ carga R sh S2 VRsh S4 D2 D4 LA50P 68 Ω Vhall Fig. 4.42 – Diagrama do circuito de potência. 15V -15V 100nF 100nF Controlador de Corrente (If) C c1 220nF 47kΩ 12kΩ 15V Rx 15kΩ 15V 10kΩ Rc1 Vhall R c2 7 2 3 lf351 6 12kΩ V y 10 11 Ro 3,3k Ω R1 3,3k Ω Ry 15kΩ 50kΩ 1 6 7 15V 3 MULTIPLICADOR 12kΩ 15kΩ MC 1595L Vx ganho k Rc3 5 4 4 -15V Ro 3,3k Ω 2 14 2 13 8 12 15V 7 2 6 i s ref R c1 3,3kΩ 3 1,8k Ω 6 lf351 4 -15V 12kΩ 5kΩ 1 311 7 _ S 2, S4 8 1,8k Ω 15V 15kΩ R3 -15V 2 R AC1 820k Ω Rede R AC2 5.6k Ω 4 3 geração dos sinais triangulares I 13 I3 VRsh R L 18kΩ 9 3 7 -15V 4 lf351 R c2 3,9kΩ R 13 12kΩ 15V RL 10k Ω 5kΩ 3 2 1,2nF 8,2kΩ 33k Ω 7 318 6 2 3 15V 7 18kΩ 10kΩ 2 3 lf351 4 -15V -15V 4 1,8k Ω 4 -15V 15V 6 100nF 2,2MΩ 10kΩ 15V 7 8,2k Ω 2 3 Fig. 4.43 – Diagrama de controle. lf351 4 -15V 6 100nF 2,2MΩ _ S 1, S 3 1 311 7 8 1,8k Ω Capítulo 4 149 No inversor de corrente em nenhum momento deve-se interromper a corrente no barramento CC, o que provocaria sobre-tensões destrutivas para os componentes. Para tanto é necessário que os pulsos de comando apresentem uma sobreposição, de maneira que um pouco antes de um interruptor ser bloqueado outro interruptor deve estar conduzindo, evitando a descontinuidade da corrente. Na Fig. 4.45 é apresentado o circuito de comando dos IGBTs. Na saída da placa de controle tem-se os pulsos para os interruptores S1 e S2. Com o uso de um “Schmitt Trigger” obtém-se os sinais complementares para S3 e S4. Para gerar a sobreposição dos pulsos de comando utiliza-se um Duplo Multivibrador Monoestável (MC14528B) configurado de forma que fique sensível à subida dos sinais de comando. Assim, as saídas do multivibrador fornecem um pulso toda vez que houver uma subida nos sinais de entrada. A largura dos pulsos é determinada pela combinação do capacitor colocado entre os pinos 1 e 2 e pelo resistor colocado entre o pino 2 e Vcc. Para produzir os sinais de comando utilizam-se portas lógicas do tipo “ou” de duas entradas. Assim na saída da porta “ou” tem-se os pulsos sobrepostos, como se pode observar na Fig. 4.44 [45]. VC1 VC3 VC1' VC3' VS1 VC1+ VC3' VS3 VC3+ VC1' Fig. 4.44 – Diagrama dos sinais de comando para os interruptores S1 e S3. Devido à configuração do inversor de tensão em ponte completa é necessário isolar-se os sinais de comando para os interruptores. Para tanto foi utilizado o circuito integrado M57924L da Mitsubishi que possui dois optoacopladores independentes. Como os interruptores não apresentam o mesmo potencial de referência para o gate, o circuito de comando deve utilizar fontes de alimentação independentes e isoladas (4 x 24V). Com a alimentação de 24V nos 150 Capítulo 4 circuitos isolados de saída, pode-se aplicar um pulso de tensão gate-emissor de até 16,5V positivos e de 7,5V negativos, protegendo o interruptor contra disparos espúrios. Os diodos zener colocados junto aos interruptores protegem contra eventuais picos de tensão nos sinais de comando. 5V Multi-vibrador Dual Monoestável MC14528B Hex Schmitt Trigger MC14106B 1 2 4 6 5 3 16 8 15V 14 Vc1 1,3,5 7 Vc3 ' 15V 27pF 15k Ω 15V 15 14 12 10 11 13 Vc2 9,11,13 Vc4 8,10,12 15V 27pF 1 Vc3 ' 4 VS1 5V emissor S1 GND1 24V 16 11 gate S3 47µ F 1,5k Ω 2,7k Ω 15 15k Ω 10 10V 18V emissor S3 47µ F 6 18 7,5V GND2 1,5nF Vc2 8 Vc4 ' 9 15k Ω 15V Vc4 Vc2 ' 10 5V VS2 24V 27Ω 2 9 gate S1 3 47µ F 15k Ω 12 13 11 10V 18V emissor S1 47µ F Vc2 ' 5V 4 15k Ω 7,5V GND1 24V M5792L 16 11 17 15V 1,5k Ω 2,7k Ω 1 8 VS4 1,5nF 15 14 12 10 11 13 18V 7,5V M5792L 17 VS3 10V 47µ F 7 5 1,5k Ω 2,7k Ω 1 8 1,5nF 3 2 Vc4 ' 1 2 4 6 5 3 16 8 15k Ω 4 14 Vc1 Vc3 Vc1 ' 15k Ω 15V 27pF Porta "ou" de duas entradas MC14071 Vc1 ' 15V gate S1 47µ F 15V Vc3 2,4,6 3 15k Ω 15V 27pF 24V 27Ω 2 9 gate S3 47µ F 1,5k Ω 2,7k Ω 15 10 10V 18V emissor S3 47µ F 7,5V 18 GND2 1,5nF Fig. 4.45 – Circuito de comando para os IGBT’s. i o total 120 Ω i o1 500 µ H 940µ F i o total i o1 500 µ H 64Ω 940µ F 109mH i o2 200 µ H 62.9 Ω io io 54 Ω 500 µ H 109mH 940 µ F 17Ω io 109mH 200 µ H i o2 21Ω 109mH 17Ω i o3 109mH 32Ω (a) (b) (c) (d) (e) Fig. 4.46 – Carga linear(a), cargas não-lineares (b), (c), e cargas múltiplas (d), (e). Na Fig. 4.47 podem-se observar os resultados experimentais do filtro ativo compensando a carga linear do tipo resistiva-indutiva da Fig. 4.46 (a). A corrente da rede está em fase com a tensão da rede resultando em um fator de potência elevado. A corrente que o filtro ativo injeta na rede não está 90o defasada em relação à tensão da rede devido às perdas por condução e comutação dos semicondutores (quatro semicondutores conduzindo) e às perdas no indutor (resistência equivalente). O filtro ativo, que deveria processar apenas potência reativa, está absorvendo uma parcela de potência ativa para compensar as perdas. Capítulo 4 151 Vs Vs is Vs if io (a) (b) (c) Fig. 4.47 – Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.38 (a): (a) tensão (100V/div.) e corrente (5A/div.) da rede; corrente (5A/div.) na carga linear (b) e no filtro ativo (c). Nas Figs. 4.48 e 4.49 são apresentados os resultados experimentais para o filtro ativo compensando as cargas não-lineares da Fig. 4.46 (b) e (c), respectivamente. A corrente produzida pelo filtro ativo compensa a corrente da carga não-linear resultando em uma corrente drenada da rede senoidal e em fase com a tensão da rede. Na Fig. 4.50 são apresentados o espectro harmônico da corrente na carga não-linear, da corrente resultante da rede, e o limite estabelecido pela norma IEC 61000-3-2 [1], para as cargas da Fig. 4.46 (b) e (c), respectivamente. Como se pode observar as cargas não-lineares estariam fora dos limites estabelecidos pela norma caso o filtro ativo não estivesse presente. Vs Vs Vs io is if (a) (b) (c) Fig. 4.48 – Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.38 (b): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, corrente (10A/div.) na carga não-linear (b) e no filtro ativo (c). Vs Vs is Vs io if (a) (b) (c) Fig. 4.49 - Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.38 (c): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, corrente (10A/div.) na carga não-linear (b) e no filtro ativo (c). 152 Capítulo 4 8 8 Carga não-linear : TDH = 43,35% Carga não-linear : TDH = 109,36% fase = 0,36 6 o fase = 6,14 6 Rede: TDH = 7,31% o fase = 1,48 FP = 0,997 4 Rede: TDH = 3,63% o fase = 0,64 FP = 0,999 4 IEC 6100-3-2 IEC 6100-3-2 2 2 0 o FP = 0,912 FP = 0,675 2 5 10 componente harmônica (N) 15 17 0 2 5 10 componente harmônica (N) 15 17 (a) (b) Fig. 4.50 – Espectro harmônico da corrente na carga não-linear e da corrente resultante da rede para as cargas não-lineares da Fig. 3.38 (b) e (c), respectivamente. Nas Figs. 4.51 e 4.52 são apresentados os resultados experimentais para o filtro ativo compensando as cargas múltiplas da Fig. 4.46 (d) e (e). O filtro ativo pode compensar ao mesmo tempo as componentes harmônicas de corrente das cargas não-lineares e o deslocamento de fase da corrente da carga linear. A corrente resultante drenada da rede é senoidal e em fase com a tensão da rede. O fator de potência resultante é superior a 0,99. Na Fig. 4.53 tem-se o espectro harmônico da corrente total de carga, da corrente resultante drenada da rede, e da norma IEC 61000-3-2. Apesar desta norma não contemplar cargas agrupadas, por uma questão de padronização esta é apresentada. Vs Vs Vs is if iototal (a) (b) (c) Fig. 4.51 - Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.38 (b): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, corrente (10A/div.) total de carga (b) e corrente no filtro ativo (c). Vs Vs Vs is i o total if (a) (b) (c) Fig. 4.52 - Resultados experimentais para a carga da Fig. 2.38 (b): (a) tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) da rede, corrente (10A/div.) total de carga (b) e corrente no filtro ativo (c). Capítulo 4 153 8 8 Carga não-linear : TDH = 84,11% fase = 25,11 6 Carga não-linear : TDH = 42,12% o fase = 22,56 6 FP = 0,693 Rede: TDH = 5,33% fase = 1,84 FP = 0,998 4 Rede: TDH = 3,83% o fase = 1,25 FP = 0,999 4 IEC 6100-3-2 o IEC 6100-3-2 2 0 o FP = 0,851 2 2 5 10 componente harmônica (N) 15 0 17 2 5 10 componente harmônica (N) 17 15 (a) (b) Fig. 4.53 – Espectro harmônico da corrente total de carga e da corrente resultante da rede para as cargas não-lineares da Fig. 3.38 (d) e (e). Na Tabela 4.1 são apresentadas a potência reativa e a potência ativa, o deslocamento de fase da componente fundamental da corrente em relação à tensão da rede, a taxa de distorção harmônica total da corrente e o fator de potência resultante para a (s) carga (s) e a rede. Para todas as cargas da Fig. 4.46 o fator de potência é superior a 0,99 e a corrente da rede resultante está em conformidade com a norma IEC 61000-3-2. A diferença entre a potência ativa da (s) carga (s) e a potência ativa drenada da rede representa as perdas no filtro ativo. Comparando-se com a tabela 2.2 para o filtro ativo utilizando o VSI em ponte completa observa-se que do ponto de vista de desempenho os dois filtros ativos são semelhantes, no entanto, as perdas do inversor de corrente são muito maiores que as perdas do inversor de tensão. Isto já era esperado, uma vez que no inversor de corrente têm-se quatro semicondutores conduzindo, contra apenas dois semicondutores conduzindo no inversor de tensão. Além disso, a perda no indutor Lf é muito maior que a perda ocasionada pelo banco capacitivo Cf. Tabela 4.1: Carga (s) P(W) Q(Var) Fase Carga resistiva-indutiva o Rede TDH io FP P(W) Q(Var) Fase THD is 24,3 2,1 53 1,48 25 0,69 2029 42,12% 0,85 2160 0,32 670 238 750 71,3 Retificador a diodos seguido 1612 de filtro capacitivo 10 0,36 109,36% 0,67 2047 1797 194 6,14 o Carga RL + retificador a diodos com filtro capacitivo 1573 737,4 2,51 o Carga RL + retificador a diodos com filtro capacitivo e 1741 com carga RL 723,5 22,6 o Na Fig. 4.54 são 1,7% o Retificador a diodos com carga RL o 43,35% 0,91 2217 84,1% apresentados os FP 4,13% 0,998 o 7,31% 0,997 0,65 o 3,63% 0,999 65,3 1,84 o 5,33% 0,998 47,2 1,25 o 3,83% 0,999 resultados experimentais do comportamento dinâmico do filtro ativo para variações de carga. Pode-se observar que o filtro ativo adapta-se rapidamente às mudanças de carga. 154 Capítulo 4 is is io io if if (a) (b) Fig. 4.54 – Resultados experimentais para variação de carga: corrente da rede (10A/div.), corrente na carga não-linear (20A/div.) e corrente no filtro ativo (20A/div.). 4.11 - CONCLUSÕES Neste capítulo foi apresentado o inversor de corrente em ponte completa operando como filtro ativo e como retificador reversível. O inversor de corrente controlado através do monitoramento da corrente de entrada foi proposto e testado por simulação e em laboratório com um protótipo de 1,6kVA. As principais características do filtro ativo empregando o inversor de corrente em ponte completa são: a simplicidade de implementação, a eficiência da estratégia de controle proposta resultando em um elevado fator de potência e a capacidade de compensar qualquer tipo de carga linear, não-linear e mesmo cargas em paralelo. Comparando o inversor de corrente com o inversor de tensão em ponte completa apresentado no capítulo 2, verifica-se que apesar do inversor de corrente ser robusto este é praticamente inviável devido às perdas elevadas. Isto porque além de quatro semicondutores conduzirem simultaneamente contra apenas dois semicondutores para o inversor de tensão, a perda no indutor Lf é muito maior que a perda no capacitor Cf do inversor de tensão. No entanto, as perdas excessivas são um problema tecnológico que pode ser resolvido com a evolução da tecnologia de semicondutores. O emprego de IGBTs capazes de bloquear tensão reversa, o que dispensaria os diodos em série com os interruptores, e a utilização de indutores com menos perdas podem tornar o inversor de corrente competitivo. O inversor de corrente é a topologia mais adequada no emprego como filtro ativo por apresentar naturalmente uma característica de fonte de corrente. No caso do inversor de tensão, é necessário colocar um indutor de acoplamento Lc para conferir esta característica, o que “limita” o desempenho como filtro ativo. Capítulo 5 155 CAPÍTULO 5 FILTROS ATIVOS DISTRIBUÍDOS PARA A CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA 5.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentados os filtros ativos monofásicos distribuídos para a correção do fator de potência. Cada filtro ativo monofásico compensa um conjunto de cargas, de maneira que em uma instalação pode-se ter “n” filtros ativos compensando diversos conjuntos de cargas. Na Fig. 5.1 é apresentada uma instalação na qual um filtro ativo trifásico é instalado no ponto de acoplamento comum (PCC) de maneira a atender a norma IEEE 519. Neste caso, mesmo com a presença do filtro ativo, podem ocorrer interferências entre as cargas, uma vez que as harmônicas de corrente circulam pela instalação. Além disso, como o filtro ativo trifásico é de alta potência, o custo é elevado e não se pode trabalhar com freqüências de comutação muito elevadas, o que de certa forma pode limitar o desempenho do filtro ativo. Na Fig. 5.2 é apresentada uma instalação na qual um filtro ativo monofásico é empregado para corrigir o fator de potência de cada carga, individualmente. Os filtro ativos monofásicos são de uma potência menor, o que permite operar com freqüências de comutação mais elevadas, quando comparado ao filtro trifásico. Além disso, como não há harmônicas circulando pela instalação, não haverá interferência entre as cargas e também não haverá distorção da tensão no ponto de acoplamento comum devido às harmônicas de corrente. No entanto, o emprego de um filtro ativo monofásico por carga é praticamente inviável, devido ao elevado custo. Na Fig. 5.3 é apresentada uma instalação com os filtros ativos monofásicos distribuídos proposto neste trabalho. Neste caso os filtros ativos monofásicos (projetados para uma potência de até 10kVA) compensam um conjunto de cargas. As harmônicas de corrente ficam confinadas ao conjunto de cargas ligadas ao filtro ativo, reduzindo a possibilidade de interferência entre as cargas e eliminando o problema de distorção de tensão no ponto de acoplamento comum. Além disso, em caso de falha de um filtro ativo a corrente da rede não apresentará uma 156 Capítulo 5 distorção significativa enquanto este filtro não for substituído (modularidade). Neste capítulo é apresentado o procedimento de projeto e resultados de simulação e experimentais do filtro ativo distribuído para uma potência de 6kVA. Vs zs is i o total PCC if FA 3φ Fig. 5.1 – Filtro ativo trifásico instalado no ponto de acoplamento comum (PCC) da planta. Vs zs is PCC io io if FA 1φ io io io FA 1φ FA 1φ io if if FA 1φ FA 1φ if if io if if io io FA 1φ io FA 1φ FA 1φ if FA 1φ if if FA 1φ if io io if FA 1φ FA 1φ Fig. 5.2 – Filtros ativos monofásicos compensando cargas individuais. Vs zs is PCC FA 1φ is1 if i o total 1 FA 1φ is 2 if i o total 2 FA 1φ is 3 if i o total 3 FA 1φ is 4 if i o total 4 Fig. 5.3 – Filtros ativos monofásicos compensando grupos de cargas. 5.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE E MODULAÇÃO Na Fig. 5.4 é apresentado o diagrama de blocos de controle do filtro ativo distribuído empregando o inversor de tensão em ponte completa modulado a três níveis, como mostra a Fig. 5.5, com controle por valores médios instantâneos. A estratégia de controle é a mesma empregada para os inversores de tensão apresentados no capítulo 2. A malha de controle da tensão no barramento Capítulo 5 157 CC do filtro ativo é responsável pela geração da corrente de referência senoidal. A tensão no barramento CC deve apresentar um valor médio constante maior que o valor de pico da tensão da rede, caso contrário o filtro ativo não compensará adequadamente as cargas. O filtro ativo é conectado em paralelo com o conjunto de cargas a ser compensado e a corrente resultante (corrente nas cargas + corrente no filtro ativo) é comparada com a corrente de referência senoidal. O sinal de erro resultante passa por um controlador de corrente e o sinal de saída deste controlador é comparado com os sinais portadores triangulares, gerando as ordens de comando para os interruptores. is io Vs Cargas if Filtro Ativo S1 + S3 D3 D1 Lc a b S2 R vf1 Cf Vf S4 D2 R vf2 D4 - __ - Controlador de Corrente Vm VT2 + S 1,S 2 - H i (s) __ + VT1 i s ref AxB B - S 3 ,S 4 + Controlador de Tensão Vf ' + H v (s) A Vref Fig. 5.4 – Diagrama de blocos da estratégia de controle empregada. V T1 VT2 Vm wt __ S 1 ,S 2 wt __ S 3, S 4 wt Vab Vf π -Vf Fig. 5.5 – Modulação a três níveis. 2π wt 158 Capítulo 5 5.3 PROCEDIMENTO DE PROJETO O procedimento de projeto simplificado é apresentado nesta seção. Sejam as seguintes especificações: Vspico = 311V frede = 60Hz Vf = 400 V fs = 8kHz ∆if max = 20% ispico Po = 6000 W O filtro ativo deve compensar cargas de até 6000W. Supondo que o filtro ativo em conjunto com a carga não-linear apresente para a rede uma característica resistiva, resultando em uma corrente da rede senoidal e em fase com a tensão da rede, seu valor de pico pode ser calculado. ispico = 2 Po 2 × 6000 = = 38,6 A Vspico 311 A máxima ondulação de corrente no indutor Lc é definida em função da corrente de pico de entrada. Assim: ∆if max = 0,2 × ispico = 0,2 × 38,6 = 7,72 A O índice de modulação é calculado de acordo com a equação (2.4). Mi = Vf 400 = = 0,7775 Vspico 311 Para este índice de modulação a máxima ondulação de corrente parametrizada é obtida derivando-se a equação (2.44). ∆if max = 0,25 A indutância Lc é calculada de acordo com a equação (2.53). Lc ≥ ∆if max Vf 0,25 × 400 ≅ 810 × 10 −6 H = 2 ∆if max fs 2 × 7,72 × 8 × 103 A função de transferência Gi(s) é calculada de acordo com a expressão (2.58). Gi (s ) = ∆if (s ) V 400 494 × 103 = f = = ∆D(s ) s Lc s × 810 × 10 -6 s Capítulo 5 159 O controlador de corrente é calculado de acordo com o procedimento apresentado no capítulo 2. O zero do controlador é locado em aproximadamente 800Hz. Escolhendo-se Ri3 = 82kΩ, calcula-se o capacitor Ci1. Ci1 = 1 1 = ≅ 2,2 × 10 −9 F fzi 2 π Ri3 800 × 2π × 82k O pólo do controlador é locado em 80kHz. Escolhendo-se Ri2 = 10kΩ, calcula-se o capacitor Ci2. Ci2 = Ci1 2,2n = ≅ 270 × 10 −12 F fpi 2 π Ri3 Ci1 − 1 80k × 2π × 82k × 2,2n − 1 A função de transferência resultante do controlador de corrente é: Hi (s ) = − (1 + s 180µ ) s 24,7µ (1 + s 19,72µ ) A corrente da rede é monitorada através de um sensor de efeito Hall com um ganho kis de 0,047 e o valor de pico do sinal portador triangular é de 5,5V. Assim, a função de transferência de laço aberto é calculada. FTLA i (s) = k is VTpico −a −pico × Gi (s) Hi (s) = − (1 + s 180µ ) 0,047 494 × 103 × × s 24,7µ (1 + s 19,72µ ) s 11 O diagrama de Bode de módulo e de fase da função de Gi(s), Hi(s) e da função de transferência em malha aberta são apresentados na Fig. 5.6. A freqüência de cruzamento de ganho da função de transferência de malha aberta é de 2,48kHz e a margem de fase é de 53,34o. Um banco de capacitores, para ser colocado no barramento CC do inversor, foi escolhido de acordo com a disponibilidade de componentes, resultando em uma capacitância total de 1,8 × 10−3 F / 400V . A tensão no barramento CC é monitorada com um ganho kv de 3,5x10-3. A função de transferência Gv(s) é calculada de acordo com a expressão (2.63): Gv (s ) = Vf (s ) (2 D - 1) (2 × 0,7775 − 1) 308,3 = = = if (s) s Cf s s × 1,8 × 10−3 O controlador proporcional integral é projetado como mostrado a seguir. O zero é locado em aproximadamente 4Hz. Escolhendo-se R v1 = 33kΩ e Cv1 = 220nF , calcula-se o resistor Rv2. 160 Capítulo 5 Rv 2 = 1 1 = ≅ 180kΩ 9 − Cv1 2π 4Hz 220 × 10 × 2 × π × 4 Hv (s ) = (1 + s Cv1 Rv2 ) = (1 + s 0,0396 ) s Cv1 R v1 s 0,00726 k 308,33 (1 + s 0,0396 ) 0,0035 × × FTLA v (s ) = Gv (s ) Hv (s ) v = k is s s 0,00726 0,047 O diagrama de Bode de módulo e de fase da função de transferência Gv(s) Hv(s) e da função de transferência em malha aberta é apresentado na Fig. 5.7. A freqüência de cruzamento de ganho para a função de transferência de malha aberta é de 20,3Hz e a margem de fase de 78,8o. o 0 50 G i (f) o H i (f) dB o -50 o H i (f) G i (f) dB o 0 -100 FTLA i (f) o o FTLA i (f) -150 dB -50 o 0,1 1 f (kHz) 10 100 -200 0,1 1 f (kHz) 10 100 (a) (b) Fig. 5.6 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gi(s), Hi(s) e FTLAi(s). 100 0 o o H v (f) o -50 o 50 G v (f) G v (f) o dB -100 o FTLA v (f) 0 H v (f) o -150 dB FTLA v (f) dB o -50 -200 0,1 1 10 f (Hz) 100 1000 0,1 1 10 100 f (Hz) (a) (b) Fig. 5.7 – Diagrama de Bode de módulo e de fase de Gv(s), Hv(s) e FTLAv(s). 1000 Capítulo 5 161 5.4 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO Para comprovar o funcionamento dos filtros ativos distribuídos foi feita uma simulação do filtro ativo compensando três cargas, como mostra a Fig. 5.8. O circuito simulado e o arquivo de dados estão em anexo. Na Fig. 5.9 pode-se observar a tensão e a corrente da rede e o espectro harmônico da corrente da rede e da corrente total de carga. A corrente resultante da rede é senoidal e em fase com a tensão da rede, resultando em um fator de potência de 0,999. Sem a presença do filtro ativo o fator de potência seria de 0,83. Na Fig. 5.10 pode-se observar a corrente em cada uma das cargas e a corrente total de carga e na Fig. 5.11 a corrente no filtro ativo. Vs i o total is if i o1 i o2 500µ H 39 Ω 1mF i o3 60mH 200µ H 20Ω 96mH 20,93Ω Filtro Ativo VSI em Ponte Completa Lc R vf1 + Vf R vf2 - __ - Controlador de Corrente Vm H i (s) VT2 + - __ + - VT1 i s ref AxB B S 1,S 2 S 3 ,S 4 Vf ' - + + Controlador de Tensão H v (s) A Vref Fig. 5.8 – Sistema simulado. 80 40 Vs / 5 is 40 Carga não-linear : TDH = 50,47% fase = -21 o FP = 0,83 30 0 TDH N Rede: TDH = 1,04% fase = 0,97 o FP = 0,999 20 (%) -40 -80 10 184 186 188 190 192 Time (ms) 194 196 198 200 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 5.9 – Tensão e corrente da rede (a) e espectro harmônico da corrente da rede e da corrente total de carga (b). 162 Capítulo 5 80 50 i o1 Vs / 5 40 -50 20 i o total i o2 0 -20 10 -40 i o3 -80 184 186 188 190 192 194 Time (ms) 196 198 200 -10 184 186 188 190 192 194 Time (ms) 196 198 200 (a) (b) Fig. 5.10 – Tensão da rede e corrente total de carga (a) e corrente em cada uma das cargas (b). 80 5.0 Vm Vs / 5 40 if 0 0.0 -40 -80 184 186 188 190 192 Time (ms) 194 196 198 200 -5.0 184 186 188 190 192 Time (ms) 194 196 198 200 (a) (b) Fig. 5.11 – Tensão da rede e corrente no filtro ativo (a) e sinal modulador Vm (b). Na Fig. 5.12 é apresentada uma instalação de 18kW que está dividida em três ramais de 6kW, com três cargas agrupadas em cada ramal. A indutância de linha é de 150µH. Na Fig. 5.13 pode-se observar a tensão da rede e a tensão no ponto de acoplamento comum (PCC) juntamente com seu espectro harmônico. A tensão no PCC apresenta uma taxa de distorção harmônica total de 4,7%. Esta distorção é devido às harmônicas de corrente que circulam na instalação, provocando uma queda de tensão em Ls. Vs Ls is PCC 150 µH i o total 1 i o total 2 Fig. 5.12 – Sistema simulado. i o total 3 Capítulo 5 163 Nas Figs. 5.14 e 5.15 são apresentadas a corrente total em cada ramo, a corrente total da rede e o espectro harmônico da corrente da rede, que apresenta uma taxa de distorção harmônica de 45,23%, resultando em um fator de potência de 0,88. 320 10 Vs 8 0 Espectro Harmônico da Tensão no PCC 6 -320 320 TDH N TDH Total = 4,7% (%) Vpcc 4 0 2 -320 184 186 188 190 192 Time (ms) 194 196 0 198 200 2 5 10 15 componente harmônica (N) (a) 20 (b) Fig. 5.13 – Tensão da rede, tensão no ponto de acoplamento comum PCC (a) e espectro harmônico da tensão no PCC (b). 400 40 Espectro Harmônico de si Vpcc 200 i s total TDH Total = 45,23% 30 fase = 14,65 o FP = 0,88 0 TDH N 20 (%) -200 -400 10 184 186 188 190 192 Time (ms) 194 196 198 200 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) (a) 20 (b) Fig. 5.14 – Tensão no PCC e corrente total de carga (a) e espectro harmônico da corrente total de carga (b). 60 i s1 -60 90 is2 -90 60 -60 is 3 184 186 188 190 192 Time (ms) 194 196 198 200 Fig. 5.15 – Correntes nos três ramos das cargas. Na Fig. 5.16 é apresentado o mesmo sistema da Fig. 5.12, porém com um filtro ativo monofásico em cada ramal, compensando um conjunto de cargas. Na 164 Capítulo 5 Fig. 5.17 podem-se observar a tensão da rede, a tensão no ponto de acoplamento comum e seu espectro harmônico. Na Fig. 5.18 são apresentadas a corrente resultante da rede e seu espectro harmônico. A corrente da rede é praticamente senoidal e em fase com a tensão da rede resultando em um fator de potência de 0,998. Na Fig. 5.19 podem-se observar a corrente total em cada ramal e a corrente nos filtros ativos. Verifica-se que com a presença dos filtros ativos distribuídos a distorção de tensão no PCC foi praticamente eliminada e o fator de potência da instalação é praticamente unitário. Vs Ls is PCC 150 µH FA 1 φ FA 1 φ FA 1 φ if1 i f2 i f3 i o total 1 i o total 2 i o total 3 Fig. 5.16 – Sistema simulado. 400 10 Vs 8 0 Espectro Harmônico da Tensão no PCC 6 -400 TDH N 400 (%) V PCC TDH Total = 1,6% 4 0 2 -400 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 0 98ms 100ms 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 5.17 – Tensão da rede tensão no ponto de acoplamento comum PCC (a) e espectro harmônico da tensão no PCC (b). 400 10 Vs 8 200 Espectro Harmônico de is is TDH Total = 2,05% 6 fase = 1,6 o TDH N 0 FP = 0,999 (%) 4 -200 2 -400 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms Time 94ms 96ms 98ms 100ms 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 5.18 – Tensão no PCC e corrente da rede (a) e espectro harmônico da corrente da rede (b). Capítulo 5 165 70 120 80 i o total1 i o total3 i o total2 0 0 0 -70 -120 -80 70 120 80 i f1 i f3 i f2 0 0 -70 0 -120 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time -80 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time (a) 84ms 86ms 88ms 90ms 92ms 94ms 96ms 98ms Time (b) (c) Fig. 5.19 – Corrente total no ramo 1 e no filtro ativo 1 (a), corrente total no ramo 2 e no filtro ativo 2 (b) e corrente total no ramo 3 e no filtro ativo 3 (c). 5.5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS Nas Figs. 5.20 e 5.21 são apresentados os diagramas de potência e de controle do filtro ativo monofásico empregando o inversor de tensão em ponte completa implementado. O inversor de tensão em ponte completa é da Semikron com dois módulos (braços) SKM150GB 063D. Para a amostra da corrente da rede e da tensão do barramento CC foram utilizados sensores de efeito Hall. No capítulo 2, no qual foi apresentada a implementação um inversor de tensão em ponte completa de 1,6kVA, não foi necessário isolar a amostra da tensão no barramento CC. No entanto, verificou-se em laboratório, que para potências maiores há a necessidade de se isolar este sinal devido à corrente de modo comum que circula entre o circuito de potência e o circuito de comando. Na Fig. 5.22 podem-se observar a corrente de modo comum na rede e na alimentação do circuito de comando. Esta corrente circulava entre o circuito de potência e o circuito de comando através do sensor resistivo da tensão no barramento CC, como se pode observar na Fig. 5.23. Este ruído provoca curto de braço, fazendo com que a proteção do driver SKHI23 atue, desabilitando o inversor. O instante em que o ruído provoca o curto de braço pode ser observado na Fig. 5.23. Mesmo colocando-se indutores acoplados na entrada, que apresentam uma elevada impedância para a corrente de modo comum, o curto de braço ainda ocorria, pois o ruído não foi completamente eliminado, como mostra a Fig. 5.24. Por isto optouse pelo emprego de um sensor de tensão de efeito Hall, de maneira que a amostra da tensão no barramento CC é isolada. Apesar do sensor de efeito Hall apresentar um custo maior, nesta faixa de potência é justificável o seu emprego. 166 Capítulo 5 Nas Figs. 5.26 e 5.27 são apresentados os resultados experimentais do filtro ativo compensando o conjunto de cargas de 6kW, apresentado da Fig. 5.25. A corrente da rede é senoidal e em fase com a tensão da rede, resultando em um fator de potência elevado. 3 3 S1 c LA50P 1/1000 35A rms Vs h0 Lf 810 µ H if is cargas Rs 47Ω b e 1 D3 50k Ω e A Vf 1 Fe Si 5cm x 5cm 33 x 19AWG 24 espiras lg = 0,25cm io h1 b S3 c D1 + 2,2 µF 630V Cf 1,88mF 450V B c D2 b LV25-P 220 Ω f0 S4 c S2 f1 D4 b e 2 e 2 5.20 – Diagrama de potência. 15V -15V Controlador de Tensão C c1 220nF R1 Rx 15kΩ 10kΩ f1 Vf ' 15V 7 R c1 22kΩ sensor hall (tensão) 2 lf 351 6 12k Ω V y 4 -15V 12kΩ 12k Ω 10k Ω f0 Vx (5.25V) 3,3k Ω Ry 15k Ω 10 11 4 3 15V Controlador de Corrente R c2 5 Vs 1µF 35V R AC2 10k Ω 3,3k Ω 3,3k Ω 9 3 13 3 7 4 2 lf 351 14 R c2 10kΩ -15V 2 15V 7 2 3.86V R c1 3,3kΩ 3 1,8kΩ C c1 7 8 S3 SKHI23 1 27k Ω 15V 1,8k Ω -15V 330kΩ 6 -15V 4 1,8kΩ 4 -15V 3 2,7V 1,8kΩ 1 lm 311 2 7 8 15V 18kΩ I 13 1 lm 311 2 2,2nF lf 351 6 RL 8 12 82kΩ 3 270pF R c3 sensor hall (corrente) h1 h0 15V I3 5,6kΩ Ro C c2 1 6 7 MULTIPLICADOR MC 1595L G M = 0,2 S4 SKHI23 1 27k Ω 1,8k Ω 330kΩ R AC1 Rede Ro 4 1,8kΩ 100nF 100nF 15k Ω 12kΩ R 13 12k Ω R3 15V RL 10k Ω 5kΩ 5kΩ 3 2 1,2nF 8,2kΩ 220V/9V+9V 27k Ω 7 318 6 3 4 -15V 1,8kΩ 10kΩ 2 3 lf 351 1 lm 311 2 7 8 15V 15V 7 68kΩ -15V 4 1,8kΩ 6 S2 SKHI23 2 27k Ω 1,8k Ω 330kΩ 4 -15V -15V 4 1,8kΩ 10kΩ 3 15V 7 8,2k Ω 2 3 lf 351 6 1,8kΩ 1 lm 311 2 15V 7 8 S1 SKHI23 2 27k Ω 1,8k Ω 4 -15V 330kΩ Fig. 5.21 – Diagrama de controle. 200mA/div. 200mA/div. (a) (b) Fig. 5.22 – Corrente (200mA/div.) de modo comum na entrada do filtro ativo (a) e na alimentação do circuito de comando (b). Capítulo 5 167 gatilho S1 gatilho S1 gatilho S2 amostra tensão barramento (div. resist.) (a) (b) Fig. 5.23 – Tensão (2V/div.) monitorada no barramento CC e sinal de comando (10V/div.) de S1 (a), sinal de comando (10V/div.) de S1 e S2 no momento em que ocorre um curto de braço (b). 200mA/div. 200mA/div. (a) (b) Fig. 5.24 – Corrente (200mA/div.) de modo comum na entrada do filtro ativo (a) e na alimentação do circuito de comando (b), com o indutor de modo comum na entrada. io total Vs is if i o1 i o2 i o3 i o4 109mH 3,1Ω 60Ω 350 µ H 240 µ H 1,88mF 107mH 560 µ H 14,8 Ω 15 Ω Filtro Ativo Lc VSI em Ponte Completa + Vf Cf R vf1 R vf2 - __ Controlador de Corrente Vm VT2 + - H i (s) + __ - VT1 i s ref AxB A B S 1,S 2 S 3 ,S 4 + Vf ' + Controlador de Tensão H v (s) Vref Fig. 5.25 – Filtro ativo compensando um conjunto de cargas. Com a estratégia de controle proposta, o inversor de tensão pode operar como filtro ativo ou como retificador reversível de elevado fator de potência. Isto 168 Capítulo 5 porque a corrente da rede é observada e não a corrente na (s) carga (s). Na operação como filtro ativo o inversor é conectado em paralelo com as cargas e na operação como retificador reversível a carga é conectada no barramento CC do inversor, como mostra a Fig. 5.28. Na Fig. 5.29 são apresentados os resultados experimentais do inversor de tensão operando como retificador reversível. A corrente da rede é senoidal, resultando em um fator de potência elevado. 30 Carga: TDH Total = 27% fase = 15 o Vs FP = 0,932 20 is Rede: TDH Total = 4,23% fase = 0,9 o TDH N FP = 0,999 (%) 10 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 5.26 – Tensão (100V/div.) e corrente (20A/div.) de entrada (a), espectro harmônico de is e io (b). i o1 10A/div. Vs i o2 Vs 20A/div. i ototal 20A/div. i o4 if io3 20A/div. (a) (b) (c) Fig. 5.27 – Corrente nas cargas (a), tensão (100V/div.) da rede e corrente (20A/div.) total de carga (b), tensão da rede e corrente no filtro ativo (20A/div.) (c) CARGA Lc Vs VSI em Ponte Completa is Cf io + Ro Vf 25,8Ω - R vf1 R vf2 __ Controlador de Corrente Vm VT2 + H i (s) + __ VT1 i s ref AxB A B S 1,S 2 - + S 3 ,S 4 Vf ' + Controlador de Tensão H v (s) Vref Fig. 5.28 – Inversor de tensão em ponte completa operando como retificador bidirecional. A operação do inversor de tensão como filtro ativo e como retificador reversível ao mesmo tempo, também é possível. O inversor é conectado em Capítulo 5 169 paralelo com as cargas não-lineares e no seu barramento CC conecta-se uma carga resistiva, como mostra a Fig. 5.30. 30 io Vs Espectro Harmônico de i s TDH Total = 4,26% 20 is Vf fase = 0,37 o FP = 0,999 TDH N (%) 10 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) (a) 20 (b) (c) Fig. 5.29 – Tensão (100V/div.) e corrente (20A/div.) de entrada (a), espectro harmônico da corrente de entrada (b) e tensão (100V/div.) e corrente (5A/div.) na carga resitiva colocada no barramento CC (c). io total Vs is if i o1 i o2 60,8 Ω 350 µ H 109mH 240 µ H 1,88mF 15 Ω Filtro Ativo + Retificador Reversível CARGA Lc VSI em Ponte Completa Cf io + Ro Vf R vf1 60,8Ω - R vf2 __ Controlador de Corrente Vm VT2 + - H i (s) __ + - VT1 i s ref AxB B S 1 ,S 2 S 3 ,S 4 + Vf ' + Controlador de Tensão A H v (s) Vref Fig. 5.30 – Inversor de tensão em ponte completa operando como filtro ativo e como retificador reversível. O filtro ativo compensa as cargas não-lineares e ao mesmo tempo absorve potência ativa da rede para a carga conectada em seu barramento CC. Na Fig. 5.31 pode-se observar a tensão e corrente da rede que é praticamente senoidal e em fase com a tensão da rede. Na Fig. 5.32 podem-se observar a corrente total das cargas não-lineares, a corrente no barramento CC e a corrente do filtro ativo, que apresenta uma componente fundamental devido à carga resistiva conectada em seu barramento CC. Este resultado mostra a flexibilidade da estratégia de controle proposta, uma vez que o mesmo inversor de tensão pode funcionar como filtro ativo e/ou como retificador reversível. 170 Capítulo 5 40 Carga: TDH Total = 41,4% Vs fase = 6,85 o 30 FP = 0,917 is Rede: TDH Total = 3,5% TDH N (%) fase = 0,24 o FP = 0,999 20 10 0 2 5 10 15 componente harmônica (N) 20 (a) (b) Fig. 5.31 – Tensão (100V/div.) e corrente (20A/div.) de entrada (a) e espectro harmônico da corrente de entrada. Vf Vs Vs if io i o total (a) (b) (c) Fig. 5.32 – Tensão (100V/div.) da rede e corrente (20A/div.) total nas cargas não-lineares (a), tensão da rede e corrente (20A/div.) no filtro ativo (b) e tensão (100V/div.) e corrente (5A/div.) na carga resistiva colocada no barramento CC (c). 5.6 CONCLUSÕES Neste capítulo foram apresentados os filtros ativos distribuídos para a correção do fator de potência. O inversor de tensão em ponte completa controlado através do sensoramento da corrente da rede e modulado a três níveis foi utilizado como filtro ativo. Cada filtro ativo compensa um conjunto de cargas de maneira que as harmônicas de corrente e a potência reativa ficam confinadas ao conjunto de cargas ligadas ao filtro ativo. Desta forma, a possibilidade de interferência entre as cargas é praticamente eliminada, bem como a distorção da tensão no ponto de acoplamento comum (PCC) devido às harmônicas de corrente. Resultados de simulação de uma instalação com três ramais com cargas lineares e não-lineares, com um filtro ativo monofásico em cada ramal são apresentados comprovando o desempenho dos filtros ativos distribuídos. Um protótipo de 6kVA foi implementado em laboratório e seus resultados apresentados. O inversor de tensão em ponte completa com a estratégia de controle empregada permite o funcionamento do inversor como filtro ativo e/ou como retificador reversível, o que mostra a flexibilidade da estratégia de controle. Conclusões Gerais 171 CONCLUSÕES GERAIS Neste trabalho foram apresentados filtros ativos monofásicos do tipo paralelo para instalações de baixa potência. Tanto os inversores de tensão (VSI) como os inversores de corrente (CSI) foram utilizados como filtros ativos. As estratégias de controle empregadas para os inversores de tensão e de corrente estão baseadas no monitoramento da corrente da rede, conferindo um bom desempenho dinâmico aos filtros ativos. Isto porque não é necessário realizar nenhum cálculo, como por exemplo, da componente fundamental da corrente de carga, o que demandaria a observação de ao menos um período de rede. Outro ponto a destacar é a simplicidade do controle e sua facilidade de implementação prática. No capítulo 2 foram estudadas diferentes topologias de inversores de tensão operando como filtros ativos monofásicos. Analisaram-se os inversores de tensão em meia-ponte, em ponte completa, com grampeamento no ponto neutro (NPC) e a conexão série de inversores, modulados a 2, 3 e 5 níveis, com controle por histerese e por valores médios instantâneos. Verificou-se que quanto maior o número de níveis da tensão Vab, melhor o desempenho do filtro ativo e menor a indutância de acoplamento Lc necessária. As principais características dos inversores estudados são: • Inversor em meia ponte: Utiliza apenas dois interruptores que, no entanto ficam submetidos a uma tensão igual a 2 Vf. Este inversor pode operar com apenas dois níveis de tensão, o que implica em uma indutância Lc maior quando comparado com as topologias que operam a 3 e 5 níveis. Utiliza dois capacitores no barramento CC, o que exige um controle para garantir uma divisão eqüitativa de tensão entre os capacitores. • Inversor em ponte completa: utiliza quatro interruptores, porém estes ficam submetidos a uma tensão igual à Vf .Pode operar com uma tensão Vab de três níveis com uma freqüência igual ao dobro da freqüência de comutação, o que permite a utilização de uma indutância Lc pelo menos quatro vezes menor quando comparado com o inversor em meia ponte. Utiliza apenas um capacitor no barramento CC. 172 • Conclusões Gerais Inversor com grampeamento no ponto neutro (NPC): Com este inversor é possível operar com uma tensão Vab de “n” níveis, porém, a tensão Vab possui uma freqüência igual à freqüência de comutação, o que resulta em uma indutância Lc maior, quando comparado com as topologias na qual a tensão Vab apresenta uma freqüência maior que a freqüência de comutação. • Conexão série de inversores: Com esta topologia é possível obter-se uma tensão Vab de “n” níveis com uma freqüência maior que a freqüência de comutação, resultando em uma indutância Lc menor quando comparado ao NPC. Tanto o inversor com grampeamento no ponto neutro quanto a conexão série de inversores, modulados a três níveis, apresentam um número de semicondutores maior que o inversor em ponte completa modulado a três níveis. Além disso, utilizam dois capacitores no barramento CC necessitando de um controle para garantir a divisão eqüitativa de tensão nestes capacitores. Em função disto, optou-se por empregar um filtro ativo de 1,6kVA baseado no inversor de tensão em ponte completa, modulado a três níveis, com controle por valores médios instantâneos, que foi implementado em laboratório. Resultados experimentais deste filtro ativo compensando cargas lineares, não-lineares e cargas em paralelo foram apresentados e a corrente da rede ficou em conformidade com a norma IEC 61000-3-2. No capítulo 3 o pré-regulador abaixador (BUCK) de elevado fator de potência foi estudado, uma vez que a estratégia de controle proposta é extensível ao inversor de corrente. Resultados experimentais de um protótipo de 1,5kW foram apresentados comprovando a análise teórica. Como um exemplo de aplicação prática apresentou-se um pré-regulador abaixador de 360W operando como carregador de baterias, com uma malha de controle adicional da corrente média de saída, necessária para esta aplicação específica. No capítulo 4 a estratégia de controle do pré-regulador abaixador foi estendida para o filtro ativo empregando o inversor de corrente em ponte completa modulado a três níveis. Resultados experimentais de um protótipo de 1,6kVA foram apresentados e comparados com o filtro ativo utilizando o inversor Conclusões Gerais 173 de tensão em ponte completa apresentado no capítulo 2. Apesar do inversor de corrente ser uma topologia muito robusta, suas perdas são significativas, inviabilizando sua aplicação prática. No entanto, estas perdas excessivas são um problema tecnológico que pode vir a ser resolvido com o avanço da tecnologia de semicondutores. O simples emprego de interruptores capazes de suportar uma tensão reversa diminuiria as perdas em condução, pois os diodos em série com os interruptores não seriam mais necessários, tornando o filtro ativo CSI competitivo frente ao inversor de tensão. No capítulo 5 foi apresentado o princípio básico dos filtros ativos distribuídos e seu funcionamento foi comprovado por simulação e experimentalmente. Cada filtro ativo compensa um conjunto de cargas de uma determinada instalação, de maneira que a potência reativa e as harmônicas de corrente ficam confinadas ao conjunto de cargas atendidas por um filtro ativo. Assim, as perdas por condução na fiação diminuem, bem como a distorção de tensão no ponto de acoplamento comum (PCC) devido às harmônicas de corrente. Além disto uma característica muito importante é a modularidade uma vez que, no caso de falha de um filtro ativo, a corrente total drenada da rede apresenta uma distorção harmônica em níveis aceitáveis, até a substituição ou manutenção do filtro ativo. Como sugestão para trabalhos futuros apresentam-se os seguintes tópicos: • A implementação de filtros ativos empregando os inversores de tensão e de corrente com o controle microprocessado. • O estudo de filtros híbridos monofásicos para aplicações industriais, aproveitando os filtros passivos já existentes. • O estudo de uma instalação na qual sejam utilizados os filtros ativos distribuídos e, sua comparação com a utilização de um único filtro ativo trifásico no ponto de acoplamento comum, bem como com filtros passivos e filtros híbridos, de maneira a determinar qual apresenta o melhor desempenho associado à menor volume e custo. • Um estudo criterioso para determinar-se a partir de qual faixa de potência o inversor em meia ponte torna-se inviável, quando comparado ao ponte completa. 174 • Conclusões Gerais Um estudo criterioso para determinar-se a partir de qual faixa de potência é viável utilizar inversores multiníveis (maior de 3 níveis) quando comparados ao inversor em ponte completa modulado a três níveis. Referências Bibliográficas 175 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] INTERNATIONAL ELETROTECHNICAL COMISSION, IEC 61000-3-2 IEC 61000-3-4 International Standard, Geneve-Switzerland, 1998. [2] INTERNATIONAL ELETROTECHNICAL COMISSION, International Standard, Geneve-Switzerland, 1998. [3] INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS, IEEE Recommended Practices for Harmonic Control in Electric Power System, IEEE 519, 1992. [4] SILVA, C.S. Power Factor Correction with UC3854. Unitrode Application Note U-125, USA, 1990. [5] PAICE, D. Power Electronics Converter Harmonic Multipulse Methods for Clean Power. USA: IEEE Press, 1996. [6] POTTKER, F., COLLING, I. E., PÉRES, A., CRUZ, C. M. T., BASCOPÉ, R. T.. Emprego de Transformadores e Autotransformadores para a Diminuição do Conteúdo Harmônico Gerado por Conversores Estáticos de Potência. Relatório Interno, INEP, UFSC, 1998. [7] SEIXAS, F.J.M., BARBI, I. 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Anexos 179 ANEXOS 1 LISTAGEM DOS CIRCUITOS SIMULADO NO PSPICE CAPÍTULO 2 2.1 INVERSOR DE TENSÃO EM MEIA PONTE 2.1.1 Controle por Histerese (Fig. 2.24, itmph.cir) vs 3 2 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 4 150u dr1 4 20 diodo dr2 0 4 diodo dr3 2 20 diodo dr4 0 2 diodo ro 20 0 49 co 20 0 900u ic=280 *filtro ativo vf1 1 2 400 vf2 2 40 400 lf 3 5 1m ic=0 s1 1 5 0 10 interruptor d1 5 1 diodo s2 5 40 10 0 interruptor d2 40 5 diodo f1 8 0 vs 100u r1 8 0 10k x1 9 8 p n 10 n lm311 vp p 0 16 vn 0 n 16 rpu p 10 1k rco 10 0 10k r5 11 9 2k r6 9 10 30k vref 11 0 sin (0 10.3 60 0 0 0) .lib linear.lib .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .ic v(10)=16 .probe v(2) v(3) v(4) i(vs) i(lf) i(lr) v(5) v(1) v(8) v(11) .lib .tran 1u 200m 183.33333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 abstol=10u reltol=10m vntol=10u ; *ipsp* .end 2.1.2 Controle por Valores Médios Instantâneos (Fig. 2.26, itmpvm.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro ativo lf 3 5 1m ic=0 s1 6 5 14 0 interruptor s2 5 7 0 14 interruptor d1 5 6 diodo d2 7 5 diodo vf1 6 4 400 vf2 4 7 400 *controle iref 8 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 8 0 10k f1 0 9 vs 10u r2 9 0 10k x1 8 9 p n 11 lf411 dz1 12 11 d1n749 dz2 12 0 d1n749 vp p 0 16 vn 0 n 16 c1 10 11 9.7n c2 9 11 49p r3 9 10 82k *driver vds 13 0 pulse (-5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rds 13 0 10k x2 11 13 p n 14 n lm311 rpu p 14 1k rco 14 0 10k .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=3 voff=1) .model diodo d .lib .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic; *ipsp* .probe v(3) v(4) v(5) v(6) i(vs) i(lf) i(lr) .options itl5=0 itl4=200 abstol=15u vntol=10u reltol=.2 .end 180 Anexos 2.2 INVERSOR DE TENSÃO EM PONTE COMPLETA 2.2.1 Controle por Histerese A. Modulação a Dois Níveis de Tensão (Fig. 2.29, itpch2.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo ro 1 0 49 co 1 0 900u ic=280 *filtro ativo vf 6 7 400 lf 3 5 1m ic=0 s1 6 5 0 11 interruptor s2 5 7 11 0 interruptor s3 6 4 11 0 interruptor s4 4 7 0 11 interruptor d1 5 6 diodo d2 7 5 diodo d3 4 6 diodo d4 7 4 diodo *controle f1 8 0 vs 100u r1 8 0 10k x1 10 8 p n 11 n lm311 vp p 0 16 vn 0 n 16 rpu p 11 1k rco 11 0 10k r2 9 10 2k r3 10 11 30k vref 9 0 sin (0 10.3 60 0 0 0) .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .lib .ic v(10)=16 .probe v(3) v(4) v(5) v(6) i(vs) i(lr) i(lf) .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 abstol=10u vntol=10u reltol=0.1 ; *ipsp* .end B. Modulação a Três Níveis de Tensão (itpch3.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo ro 1 0 49 co 1 0 900u ic=280 *filtro ativo vf 6 7 400 lf 3 5 500u ic=0 s1 6 5 12 0 interruptor s2 5 7 13 0 interruptor s3 6 4 11 0 interruptor s4 4 7 0 11 interruptor d1 5 6 diodo d2 7 5 diodo d3 4 6 diodo d4 7 4 diodo *controle f1 8 0 vs 100u r1 8 0 10k x1 10 8 p n 11 n lm311 vp p 0 16 vn 0 n 16 rpu p 11 1k rco 11 0 10k r2 9 10 2k r3 10 11 30k vref 9 0 sin (0 10.3 60 0 0 0) vs1 12 0 pulse (0 15 0 1u 1u 8.333333m 16.66666666m) vs2 13 0 pulse (0 15 8.333333m 1u 1u 8.333333m 16.66666666m) .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .lib .ic v(10)=16 .probe v(3) v(4) v(5) v(6) i(vs) i(lr) i(lf) .tran 1u 200m 183.3333m .5u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 abstol=10u vntol=10u reltol=0.1 ; *ipsp* .end 2.2.2 Controle por Valores Médios Instantâneos A. Modulação a Dois Níveis de Tensão (Fig. 2.32, itpcvm2.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo Anexos dr4 0 4 diodo ro 1 0 49 co 1 0 900u ic=280 *filtro ativo vf 6 7 400 lf 3 5 1m ic=0 s1 6 5 14 0 interruptor s2 5 7 0 14 interruptor s3 6 4 0 14 interruptor s4 4 7 14 0 interruptor d1 5 6 diodo d2 7 5 diodo d3 4 6 diodo d4 7 4 diodo *controle iref 9 0 sin (0 103u 60 0 0 0) rref 9 0 10k f1 0 8 vs 10u rf1 8 0 10k x1 9 8 p n 11 lf411 dz1 12 11 d1n749 dz2 12 0 d1n749 181 vp p 0 16 vn 0 n 16 c1 10 11 9.7n c2 8 11 49p r3 8 10 82k *driver vds 13 0 pulse (-5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rds 13 0 10k x2 11 13 p n 14 n lm311 rpu p 14 1k rco 14 0 10k .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .lib .ic v(10)=16 .probe v(3) v(4) v(5) v(6) i(vs) i(lr) i(lf) .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 abstol=10u vntol=10u reltol=0.2; *ipsp* .end B. Modulação a Três Níveis de Tensão (Fig. 2.34, itpcvm3.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro ativo lf 3 5 250u ic=0 s1 6 5 15 0 interruptor s2 5 7 0 15 interruptor s3 6 4 16 0 interruptor s4 4 7 0 16 interruptor d1 5 6 diodo d2 7 5 diodo d3 4 6 diodo d4 7 4 diodo vf 6 7 400 *controle iref 9 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 9 0 10k f1 0 8 vs 10u r2 8 0 10k x1 9 8 p n 11 lf411 dz1 12 11 d1n749 dz2 12 0 d1n749 vp p 0 16 vn 0 n 16 c1 10 11 3.3n c2 8 11 110p r3 8 10 50k vt1 13 0 pulse (-5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt1 13 0 10k vt2 14 0 pulse (-5 5 12.5u 12.45u 12.45u .1u 25u) rt2 14 0 10k x2 11 14 p n 15 n lm311 rpu1 p 15 1k rco1 15 0 10k x3 13 11 p n 16 n lm311 rpu2 p 16 1k rco2 16 0 10k .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .model diodo d .lib .probe i(vs) i(lf) i(lr) v(3) v(4) v(5) v(6) .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ;*ipsp* .options itl5=0 itl4=200 abstol=10u reltol=0.2 vntol=10u ; *ipsp* .end 2.3 INVERSOR DE TENSÃO COM GRAMPEAMENTO NO PONTO NEUTRO (NPC) 2.3.1 Controle por Valores Médios Instantâneos A. Modulação a Dois Níveis de Tensão (Fig. 2.38, inpc2.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo 182 dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro s1 6 7 0 16 interruptor s2 7 5 0 16 interruptor s3 5 8 16 0 interruptor s4 8 9 16 0 interruptor d1 7 6 diodo d2 5 7 diodo d3 8 5 diodo d4 9 8 diodo dg1 4 7 diodo dg2 8 4 diodo vf1 6 4 400 vf2 4 9 400 lf 3 5 1m ic=0 *controle iref 11 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 11 0 10k f1 0 10 vs 10u Anexos r2 10 0 10k x1 11 10 p n 13 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 r3 10 12 82k c1 12 13 9.7n c2 10 13 49p dz1 14 13 d1n749 dz2 14 0 d1n749 vt 15 0 pulse (-5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt 15 0 10k x2 15 13 p n 16 n lm311 rpu p 16 1k rco 16 0 10k .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .lib .probe v(3) v(4) v(5) v(6) v(7) i(vs) i(lf) i(lr) .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 reltol=0.1 abstol=10u vntol=10u; *ipsp* .end B. Modulação a Três Níveis de Tensão (Fig. 2.40, inpc3.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro s1 6 7 18 0 interruptor s2 7 5 17 0 interruptor s3 5 8 0 18 interruptor s4 8 9 0 17 interruptor d1 7 6 diodo d2 5 7 diodo d3 8 5 diodo d4 9 8 diodo dg1 4 7 diodo dg2 8 4 diodo vf1 6 4 400 vf2 4 9 400 lf 3 5 500u ic=0 *controle iref 11 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 11 0 10k f1 0 10 vs 10u r2 10 0 10k x1 11 10 p n 13 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 r3 10 12 82k c1 12 13 9.7n c2 10 13 49p dz1 14 13 d1n749 dz2 14 0 d1n749 vt1 15 0 pulse (-5 0 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt1 15 0 10k vt2 16 0 pulse (0 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt2 16 0 10k x2 13 15 p n 17 n lm311 rpu1 p 17 1k rco1 17 0 10k x3 13 16 p n 18 n lm311 rpu2 p 18 1k rco2 18 0 10k .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .lib .probe v(3) v(4) v(5) v(6) v(7) v(13) v(15) v(16) i(vs) i(lf) i(lr) .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 reltol=0.2 abstol=10u vntol=10u; *ipsp* .end C. Modulação a Cinco Níveis de Tensão (Fig. 2.43, inpc5.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo Anexos dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro s1 6 7 25 0 interruptor s2 7 9 26 0 interruptor s3 9 10 27 0 interruptor s4 10 5 28 0 interruptor s5 5 12 0 25 interruptor s6 12 13 0 26 interruptor s7 13 14 0 27 interruptor s8 14 15 0 28 interruptor d1 7 6 diodo d2 9 7 diodo d3 10 9 diodo d4 5 10 diodo d5 12 5 diodo d6 13 12 diodo d7 14 13 diodo d8 15 14 diodo dg1 8 7 diodo dg2 4 9 diodo dg3 11 10 diodo dg4 12 8 diodo dg5 13 4 diodo dg6 14 11 diodo vf1 6 8 200 vf2 8 4 200 vf3 4 11 200 vf4 11 15 200 lf 3 5 250u ic=0 *controle iref 17 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 17 0 10k f1 0 16 vs 10u r2 16 0 10k x1 17 16 p n 19 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 183 r3 16 18 50k c1 18 19 3.3n c2 16 19 110p dz1 20 19 d1n749 dz2 20 0 d1n749 vt1 21 0 pulse (2.5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt1 21 0 10k vt2 22 0 pulse (0 2.5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt2 22 0 10k vt3 23 0 pulse (-2.5 0 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt3 23 0 10k vt4 24 0 pulse (-5 -2.5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt4 24 0 10k x2 19 21 p n 25 n lm311 rpu1 p 25 1k rco1 25 0 10k x3 19 22 p n 26 n lm311 rpu2 p 26 1k rco2 26 0 10k x4 19 23 p n 27 n lm311 rpu3 p 27 1k rco3 27 0 10k x5 19 24 p n 28 n lm311 rpu4 p 28 1k rco4 28 0 10k .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .lib .probe v(3) v(4) v(5) v(6) v(7) v(9) v(10) i(vs) i(lf) i(lr) v(19) v(21) .tran .5u 200m 183.3333m .5u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 reltol=0.1 abstol=10u vntol=10u; *ipsp* .end 2.4 CONEXÃO SÉRIE DE INVERSORES DE TENSÃO 2.4.1 Controle por Valores Médios Instantâneos A. Modulação a Três Níveis de Tensão (Fig. 2.47, itserie3.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro ativo lf 3 5 250u *inversor 1 s1 6 5 0 18 interruptor s2 7 8 0 18 interruptor s3 6 7 18 0 interruptor s4 5 8 18 0 interruptor d1 5 6 diodo d2 8 7 diodo d3 7 6 diodo d4 8 5 diodo vf1 6 8 200 *inversor 2 s5 9 7 0 19 interruptor s6 4 10 0 19 interruptor s7 9 4 19 0 interruptor s8 7 10 19 0 interruptor d5 7 9 diodo d6 10 4 diodo 184 d7 4 9 diodo d8 10 7 diodo vf2 9 10 200 *controle iref 12 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 12 0 10k f1 0 11 vs 10u r2 11 0 10k x1 12 11 p n 14 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 r3 11 13 50k c1 13 14 3.3n c2 11 14 110p dz1 15 14 d1n749 dz2 15 0 d1n749 vt1 16 0 pulse (-5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt1 16 0 10k Anexos vt2 17 0 pulse (-5 5 12.5u 12.45u 12.45u .1u 25u) rt2 17 0 10k x2 16 14 p n 18 n lm311 rpu1 p 18 1k rco1 18 0 10k x3 17 14 p n 19 n lm311 rpu2 p 19 1k rco2 19 0 10k .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .probe v(3) v(4) v(5) v(6) v(7) i(vs) i(lr) i(lf) .lib .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 reltol=0.2 abstol=10u vntol=10u ; *ipsp* .end B. Modulação a Cinco Níveis de Tensão (Fig. 2.50, itserie5.cir) vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 0 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 0 4 diodo co 1 0 900u ic=280 ro 1 0 49 *filtro ativo lf 3 5 62.5u *inversor 1 s1 6 5 20 0 interruptor s2 5 8 0 20 interruptor s3 6 7 0 21 interruptor s4 7 8 21 0 interruptor d1 5 6 diodo d2 8 5 diodo d3 7 6 diodo d4 8 7 diodo vf1 6 8 200 *inversor 2 s5 9 7 22 0 interruptor s6 7 10 0 22 interruptor s7 9 4 0 23 interruptor s8 4 10 23 0 interruptor d5 7 9 diodo d6 10 7 diodo d7 4 9 diodo d8 10 4 diodo vf2 9 10 200 *controle iref 12 0 sin (0 103u 60 0 0 0) r1 12 0 10k f1 0 11 vs 5.56u r2 11 0 18k x1 12 11 p n 14 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 r3 11 13 50k c1 13 14 3.3n c2 11 14 22p dz1 15 14 d1n749 dz2 15 0 d1n749 vt1 16 0 pulse (-5 5 0 12.45u 12.45u .1u 25u) rt1 16 0 10k vt2 17 0 pulse (-5 5 12.5u 12.45u 12.45u .1u 25u) rt2 17 0 10k vt3 18 0 pulse (-5 5 6.25u 12.45u 12.45u .1u 25u) rt3 18 0 10k vt4 19 0 pulse (-5 5 18.75u 12.45u 12.45u .1u 25u) rt4 19 0 10k x2 14 16 p n 20 n lm311 rpu1 p 20 1k rco1 20 0 10k x3 14 17 p n 21 n lm311 rpu2 p 21 1k rco2 21 0 10k x4 14 18 p n 22 n lm311 rpu3 p 22 1k rco3 22 0 10k x5 14 19 p n 23 n lm311 rpu4 p 23 1k rco4 23 0 10k .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .probe v(3) v(4) v(5) v(6) v(7) i(vs) i(lr) i(lf) v(14) v(16) .lib .tran 1u 200m 183.3333m 1u uic ; *ipsp* .options itl4=200 itl5=0 reltol=0.1 abstol=10u vntol=10u ; *ipsp* .end Anexos 185 2.5 INVERSOR DE TENSÃO EM PONTE COMPLETA COM A MALHA DE TENSÃO E CORRENTE (FIG. 2.56, FAMT.CIR) vsref 22 0 sin (0 .5 60 0 0 180) rsref 22 0 10k e2 9 0 value={v(22)*v(21)} *malha de corrente f1 0 8 vs 30u r2 8 0 10k x2 9 8 p n 11 lf411 dz1 12 11 d1n748 dz2 12 0 d1n748 vp p 0 16 vn 0 n 16 c1 10 11 3.3n c2 8 11 110p r3 8 10 50k vt1 13 0 pulse (-5 5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 13 0 10k vt2 14 0 pulse (-5 5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 14 0 10k x3 11 14 p n 15 n lm311 rpu1 p 15 1k rco1 15 0 10k x4 13 11 p n 16 n lm311 rpu2 p 16 1k rco2 16 0 10k .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .model diodo d .lib .tran 1u 200m 183.333333m 1u uic ;*ipsp* .options itl4 = 200 itl5 = 0 reltol = .02 ; *ipsp* .end vs 3 4 sin (0 311 60 0 0 0) *carga lr 3 2 150u dr1 2 1 diodo dr2 7 2 diodo dr3 4 1 diodo dr4 7 4 diodo *co 1 7 900u ic=280 *ro 1 7 49 ro 1 77 20 lo 77 7 60m *filtro ativo lc 3 5 810u ic=0 s1 6 5 15 0 interruptor s2 5 0 0 15 interruptor s3 6 4 16 0 interruptor s4 4 0 0 16 interruptor d1 5 6 diodo d2 0 5 diodo d3 4 6 diodo d4 0 4 diodo cf 6 0 1.88m ic=400 *vf 6 7 400 rn1 7 0 1meg *controle *malha de tensao *vref 9 0 sin (0 3 60 0 0 180) e1 17 0 6 0 0.015 rv1 17 19 22k rv2 19 20 180k cv1 20 21 220n vref 18 0 6 rref 18 0 10k x1 18 19 p n 21 lf411 CAPÍTULO 3 3 PRÉ-REGULADOR BUCK EM DCM (FIG. 3.2) (buckdcm.cir) Sb 4 1 Vs is D r1 Lf D r2 Lo 5 + - 6 + i Lo + 7 3 Cf Db Co Ro Vo 2 D r3 D r4 0 vs 1 2 sin (0 155 60 0 0 0) cf 4 0 18u lf 1 3 3.85m dr1 3 4 diodo dr2 2 4 diodo dr3 0 3 diodo dr4 0 2 diodo db 0 5 diodo 186 Anexos .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 10.000u + reltol = .02 vntol = 10.000u ; *ipsp* .tran 1u 16.666666m 0 1u uic ; *ipsp* .end sb 4 5 7 0 interruptor lo 5 6 156u ic=0 co 6 0 24m ic=60 ro 6 0 7.2 vs1 7 0 pulse (0 15 0 .1u .1u 64.5u 166.66667u) rs1 7 0 10k 3.1 PRÉ-REGULADOR BUCK EM CCM (FIGS. 3.4, 3.5 E 3.6) (buckccm.cir) Sb 4 Lo 5 + - 6 + i Lo + - 1 is Lf D r1 R AC D r2 Ro 12 Cf R Vo1 15 3 Vs Io Co Db Vo R REF 2 D r3 8 R Vo2 D r4 - 0 R2 A C1 16 Sb 15 vs 1 2 sin (0 155 60 0 0 0) *vs 3 2 sin (0 155 60 0 0 0) cf 4 0 8u lf 1 3 8.8m dr1 3 4 diodo dr2 2 4 diodo dr3 0 3 diodo dr4 0 2 diodo db 0 5 diodo sb 4 5 15 0 interruptor lo 5 6 2 ic=8.3333 *lo 5 6 25m ic=8.3333 co 6 0 12m ic=60 ro 6 0 7.2 *malha de tensao rvo1 6 8 50k rvo2 8 0 2.7k r1 8 9 270k r2 9 16 22k c1 16 10 2.2u vref 11 0 3 x1 11 9 p n 10 lf411 Vm 14 Vp 13 Ax B B R1 9 10 11 Vref vp p 0 16 vn 0 n 16 rac 4 12 47k rref 12 0 390 e3 13 0 value={v(10)*v(12)} re3 13 0 10k vs1 14 0 pulse (-0.5 5 0 165.66667u .5u .5u 166.666667u) rs1 14 0 10k x2 13 14 p n 15 n lm311 rpu p 15 1k rco 15 0 10k .probe v(1) v(2) v(6) i(lo) i(vs) .lib linear.lib .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 10.000u + reltol = .02 vntol = 10.000u ; *ipsp* .tran 1u 66.66667m 50m 1u uic ; *ipsp* .end Anexos 187 3.2 PRÉ-REGULADOR BUCK POR [36] EM CCM COM A ESTRATÉGIA CONTROLE PROPOSTA DE (FIG. 3.9) (bccmft.cir) Sb 4 Lo 5 + - 6 + i Lo + - 1 is Lf D r1 R AC D r2 Ro 12 Cf R Vo1 15 3 Vs Io Co Db Vo R REF 2 D r3 8 R Vo2 D r4 R sh - 0 R2 A C1 16 Sb 15 Vm 14 Vp Ax B B R1 9 10 11 Vref St vs 1 2 sin (0 155 60 0 0 0) cf 4 7 8u lf 1 3 8.8m dr1 3 4 diodo dr2 2 4 diodo dr3 7 3 diodo dr4 7 2 diodo db 7 5 diodo sb 4 5 15 0 interruptor lo 5 6 25m ic=8.3333 co 6 0 12m ic=60 ro 6 0 7.2 rsh 0 7 0.12 *malha de tensao rvo1 6 8 50k rvo2 8 0 2.7k r1 8 9 270k r2 9 16 22k c1 16 10 2.2u vref 11 0 3 x1 11 9 p n 10 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 rac 4 12 47k rref 12 0 420 13 Ct e3 13 0 value={v(10)*v(12)} re3 13 0 10k *sinal triangular proporcional a ilo g1 0 141 0 7 1 cg1 141 0 23.4u vcg1 14 141 -0.5 sg1 141 0 100 0 interruptor1 vg1 100 0 pulse (0 15 166.366667u .1u .1u .1u 166.666667u) rg1 100 0 10k x2 13 14 p n 15 n lm311 rpu p 15 1k rco 15 0 10k *.probe v(1) v(2) v(6) i(lo) i(vs) .lib linear.lib .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .model interruptor1 vswitch (ron=0.1m roff=1meg von=8 voff=2) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 5.000u + reltol = .02 vntol = 5.000u ; *ipsp* .tran 1u 200m 183.333333m 1u uic ; *ipsp* .end 188 Anexos 3.3 PRÉ-REGULADOR BUCK EM CCM COM O CONTROLE FEEDFORWARD PROPOSTO (FIG. 3.10) Sb 4 Lo 5 + - 6 + i Lo + - 1 is Lf D r1 R AC D r2 Ro 12 Cf R Vo1 15 3 Vs Io Co Db Vo R REF 2 D r3 8 R Vo2 R sh D r4 - 0 C1 R2 C A 16 Sb 15 vs 1 2 sin (0 155 60 0 0 0) cf 4 7 8u lf 1 3 8.8m dr1 3 4 diodo dr2 2 4 diodo dr3 7 3 diodo dr4 7 2 diodo db 7 5 diodo sb 4 5 15 0 interruptor lo 5 6 25m ic=8.3333 co 6 0 12m ic=60 ro 6 0 7.2 rsh 0 7 0.12 *malha de tensao rvo1 6 8 50k rvo2 8 0 2.7k r1 8 9 270k r2 9 16 22k c1 16 10 2.2u vref 11 0 3 x1 11 9 p n 10 lf411 vp p 0 16 Vm 14 Vp 13 Ax B _______ B C 10 11 Vref vn 0 n 16 rac 4 12 47k rref 12 0 420 e3 13 0 value={v(10)*v(12)/v(0,7)} re3 13 0 10k *sinal triangular proporcional a ilo vs1 14 0 pulse (-0.5 5 0 165.66667u .5u .5u 166.666667u) rs1 14 0 10k x2 13 14 p n 15 n lm311 rpu p 15 1k rco 15 0 10k .lib linear.lib .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .model interruptor1 vswitch (ron=0.1m roff=1meg von=8 voff=2) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 5.000u + reltol = .02 vntol = 5.000u ; *ipsp* .tran 1u 200m 183.333333m 1u uic ; *ipsp* .end 3.3.1 Potência Nominal e Mínima (Fig. 3.32) (bccmnm.cir) vs 1 2 sin (0 311 60 0 0 0) cf 4 7 2u lf 1 3 1.4m dr1 3 4 diodo dr2 2 4 diodo dr3 7 3 diodo dr4 7 2 diodo db 7 5 diodo sb 4 5 15 0 interruptor lo 5 6 8.9m ic=0 co 6 0 8.6m ic=0 ro 6 0 2.4 *ro 6 0 4.8 R1 9 rsh 0 7 40m *malha de tensao rvo1 6 8 56k rvo2 8 0 8k r1 8 9 220k r2 9 16 3.9k c1 16 10 2200n vref 11 0 7.5 x1 11 9 p n 10 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 rac 4 12 47k rref 12 0 60 Anexos 189 .lib linear.lib .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=4 voff=1) .model interruptor1 vswitch (ron=0.1m roff=1meg von=8 voff=2) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .02 vntol = 20.000u ; *ipsp* .tran 1u 100m 83.333333m 1u uic ; *ipsp* .end *rref 12 0 27 e3 13 0 value={v(10)*v(12)/v(0,7)} re3 13 0 10k *sinal triangular proporcional a ilo vs1 14 0 pulse (0 6 0 33.133333u .1u .1u 33.333333u) rs1 14 0 10k x2 13 14 p n 15 n lm311 rpu p 15 1k rco 15 0 10k .probe v(1) v(2) v(6) v(8) v(10) v(13) v(14) v(15) i(lo) i(vs) i(sb) i(db) i(dr1) 3.4 PRÉ-REGULADOR ABAIXADOR OPERANDO COMO CARREGADOR BATERIAS DE (FIG. 3.46) (bcareg.cir) 1 Sb Lo 2 Vo 3 i Lo 5 is Lf R Vo1 D r1 D r2 Co 4 Vs + Io Cf 8 Db 70 R Vo2 6 D r3 Rsh D r4 - 3 x 1Ω 3W 7 100nF 2,6 µF 9a 5,6kΩ 11 220Ω 10k Ω 180k Ω 270 Ω Vref 100nF 6,8k Ω 50k Ω 23 24 2V 22 50k Ω 14 10kΩ lf 351 25 -Vcc 26 10k Ω 12 lf 351 A -Vcc 13 B 10k Ω 2,2 µ F 18 Ax B 20 21 Vp 16 Vcc Vcc Vcc Vcc 9 19 17 220kΩ 15 lf 351 -Vcc 10kΩ vs 5 6 sin (0 311 60 0 0 0) lf 5 4 2.8m cf 1 7 1u d1 4 1 diodo d2 7 4 diodo d3 6 1 diodo d4 7 6 diodo sb 1 2 21 0 interruptor db 7 2 diodo lo 2 3 150m ic=3 co 3 70 1880u ic=120 rse 70 7 220.5m ro 3 0 40 rsh 0 7 333.333333m *controle de tensao rvo1 3 8 100k rvo2 8 0 3.3k rv1 8 9a 220 rv2 9a 9 180k rv3 9 11 5.6k cv1 9a 9 100n cv2 11 12 2.6u vvref 10 0 3 x1 10 9 p n 12 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 ds1 18 12 diodo *controle de corrente ri1 23 0 50k ri2 22 24 50k v2 22 0 2 ro3 24 26 10k ro34 23 25 6.8k ro4 25 26 10k ro5 26 7 10k xo3 24 23 p 0 25 lf411 rc1 0 14 270 rc2 14 15 220k cc1 14 15 100n rc3 15 16 10k cc2 16 17 2.2u x3 26 15 p 0 17 lf411 ds2 18 17 diodo rm 18 p 10k *amostra da tensao da rede retificada rvs1 1 13 820k rvs2 13 7 8.9k *multiplicacao e comparacao e3 20 0 value={v(18)*v(13,7)} re3 20 0 10k vp1 19 0 pulse (0 6.5 0 33.133333u .1u .1u 33.333333u) rvp1 19 0 10k x2 20 19 p n 21 n lm311 190 Anexos rpu p 21 1k rco 21 0 10k .model interruptor vswitch roff=1meg von=8 voff=2) .model diodo d .lib linear.lib .lib diode.lib .options itl5=0 itl4=200 reltol=20m abstol=1u vntol=1u ; *ipsp* .tran 2u 100m 83.333333m 2u uic; *ipsp* .end (ron=0.1 CAPÍTULO 4 4.1 INVERSOR DE CORRENTE GERANDO REDE (CONTROLE UMA CORRENTE: DEFASADA DO FLUXO DE POTÊNCIA) (FIG. 3.13), COM DA TENSÃO DA COMPONENTES HARMÔNICAS (FIG. 3.15) (invcp.cir) 1 D3 D1 5 2 10 12 S1 if R1 L1 8 Vs S3 3 9 ifc If C1 filtro alta freqüência 6 D2 D4 4 7 11 13 S2 S4 0 V p2 15 _ S1 , S3 18 Vm 16 _ S2 , S4 Vp1 17 14 vs 8 6 sin (0 311 60 0 0 0) i1 1 0 25 xs1 3 10 2 irg4pc50ud xd1 2 2 1 mur3040pt xs2 0 11 4 irg4pc50ud xd2 4 4 3 mur3040pt xs3 6 12 5 irg4pc50ud xd3 5 5 1 mur3040pt xs4 0 13 7 irg4pc50ud xd4 7 7 6 mur3040pt l1 8 9 1.4m r1 9 3 5 c1 3 6 2u vc1 14 0 pulse (-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rc1 14 0 10k vc2 15 0 pulse (-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rc2 15 0 10k vc3 16 0 sin (0 1.03 60 0 0 180) rec 16 0 10k x1 14 16 p n 17 n lm311 x2 16 15 p n 18 n lm311 vp p 0 16 vn 0 n 16 rpu1 p 17 1k rco1 17 0 10k rpu2 p 18 1k rco2 18 0 10k es1 10 2 18 0 1 es2 11 4 17 0 1 es3 12 5 0 18 1 es4 13 7 0 17 1 .lib irg4pc~5.spi .lib diode.lib .lib linear.lib .options itl4=200 itl5=0 reltol=50m abstol=20u vntol=20u; *ipsp* .tran 1u 33.333334m 16.666666m 1u uic; *ipsp* .end Anexos 191 4.2 INVERSOR DE CORRENTE OPERANDO COMO RETIFICADOR REVERSÍVEL 4.2.1 Sem o Controle Feedforward (retrev2.cir) 1 filtro alta freqüência 5 L1 is Lo i Lo D1 + 2 D3 Io R Vo1 S1 S3 R1 3 Vs 4 R AC Ro C1 Co 13 Vo 8 R REF 6 D4 D2 S2 R Vo2 S4 - + 181 - 182 *rede vs 5 6 sin (0 311 60 0 0 0) *filtro baixa frequencia l1 5 4 1.4m r1 4 3 5 c1 3 6 2u *inversor de corrente xs1 3 20 19 irg4pc50ud xd1 19 19 1 mur3040pt xs2 0 22 21 irg4pc50ud xd2 21 21 3 mur3040pt xs3 6 24 23 irg4pc50ud xd3 23 23 1 mur3040pt xs4 0 26 25 irg4pc50ud xd4 25 25 6 mur3040pt lo 1 2 8.9m ic=25 co 2 0 8.6m ic=60 ro 2 0 2.4 *controle rvo1 2 8 56k rvo2 8 0 8k vref 10 0 8 rverf 10 0 10k r1 8 9 220k r2 11 12 3.9k c1 9 11 2200n x1 10 9 p n 12 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 A _ S1 , S 3 _ S2 , S 4 R c2 11 16 Vp1 Vm 14 + 15 Vp2 A x B B Vc 0 C c1 R c1 Vo' 9 12 10 V ref rac 5 13 47k rref 13 6 67 e3 14 0 value={v(12)*v(13,6)} re3 14 0 10k *pwm vt1 15 0 pulse(-6 6 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 15 0 10k vt2 16 0 pulse(-6 6 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 16 0 10k x4 14 16 p n 181 n lm311 x5 15 14 p n 182 n lm311 rpu1 p 181 1k rco1 181 0 10k rpu2 p 182 1k rco2 182 0 10k es1 20 19 181 0 1 es2 22 21 182 0 1 es3 24 23 0 181 1 es4 26 25 0 182 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .probe v(5) v(6) v(2) v(8) v(12) v(14) i(vs) i(lo) .options itl4=210 itl5=0 abstol=21.000u reltol=.05 vntol=20.000u; *ipsp* .tran 1u 100m 83.3333m 1u uic ; *ipsp* .end 192 Anexos 4.2.2 Com o Controle Feedforward (retrev3.cir) Lo 1 2 + i Lo D1 D2 Io R Vo1 filtro alta freqüência 5 L1 is S1 S2 R1 3 Vs 4 R AC Ro C1 Co 13 Vo 8 R REF 6 D3 S3 D4 R Vo2 S4 R sh 0 7 _ S 1, S 3 181 _ S 2, S 4 182 *rede vs 5 6 sin (0 311 60 0 0 0) *filtro baixa frequencia l1 5 4 1.4m r1 4 3 5 c1 3 6 2u *inversor de corrente xs1 3 20 19 irg4pc50ud xd1 19 19 1 mur3040pt xs2 0 22 21 irg4pc50ud xd2 21 21 3 mur3040pt xs3 6 24 23 irg4pc50ud xd3 23 23 1 mur3040pt xs4 0 26 25 irg4pc50ud xd4 25 25 6 mur3040pt lo 1 2 8.9m ic=25 co 2 7 3.3m ic=60 ro 2 7 2.4 rsh 7 0 40m *controle rvo1 2 8 10k rvo2 8 0 527 vref 10 0 3 rverf 10 0 10k r1 8 9 67k r2 11 12 33k c1 9 11 220n x1 10 9 p n 12 lf411 vp p 0 16 R c2 C A + - C c1 11 16 VT1 Vm AxB ____ 14 C B R c1 9 12 10 + 15 V T2 Vref vn 0 n 16 v3 13 0 sin (0 0.321543 60 0 0 0) rv3 13 0 10k e3 14 0 value={v(12)*v(13)/v(7)} re3 14 0 10k *pwm vt1 15 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 15 0 10k vt2 16 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 16 0 10k x4 14 16 p n 181 n lm311 x5 15 14 p n 182 n lm311 rpu1 p 181 1k rco1 181 0 10k rpu2 p 182 1k rco2 182 0 10k es1 20 19 181 0 1 es2 22 21 182 0 1 es3 24 23 0 181 1 es4 26 25 0 182 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .options itl4=200 itl5=0 abstol=20.000u reltol=.04 vntol=20.000u; *ipsp* .tran 1u 100m 83.3333m 1u uic ; *ipsp* .end Anexos 4.3 INVERSOR 193 DE CORRENTE OPERANDO FILTRO ATIVO COMO COM FONTE DE CORRENTE CONSTANTE NO BARRAMENTO CC 4.3.1 Carga do Tipo Fonte de Corrente (invcpt2.cir) 6 is Rsh 23 Carga não-linear i o total Vs i of i o5 i o3 if 0 Filtro Ativo 1 D1 D3 5 2 10 12 S1 L1 R1 S3 3 If 9 C1 D2 D4 7 4 11 13 S2 S4 22 R2 R1 _ S1, S 3 15 20 19 Vref _ S2, S 4 Vs ' + - *rede vs 6 0 sin (0 311 60 0 0 0) rsh 6 23 0.1 *carga io1 0 23 sin (0 10.3 60 0 0 0) io2 0 23 sin (0 10.3 180 0 0 0) io3 0 23 sin (0 10.3 300 0 0 0) *filtro baixa frequencia l1 0 9 1.4m r1 9 3 5 c1 3 23 2u *inversor de corrente xs1 3 10 2 irg4pc50ud xd1 2 2 1 mur3040pt xs2 22 11 4 irg4pc50ud xd2 4 4 3 mur3040pt xs3 23 12 5 irg4pc50ud xd3 5 5 1 mur3040pt xs4 22 13 7 irg4pc50ud xd4 7 7 23 mur3040pt if 1 22 40 *controle esh 19 0 23 6 1 resh 19 0 10k vref 21 0 sin (0 1.03 60 0 0 0) rvref 21 0 10k rk1 19 20 10k rk2 20 16 100k R sh x i s 18 16 21 14 17 x3 21 20 p n 16 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 *pwm vt1 14 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 14 0 10k vt2 15 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 15 0 10k x4 14 16 p n 17 n lm311 x5 16 15 p n 18 n lm311 rpu1 p 17 1k rco1 17 0 10k rpu2 p 18 1k rco2 18 0 10k es1 10 2 18 0 1 es2 11 4 17 0 1 es3 12 5 0 18 1 es4 13 7 0 17 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .03 vntol = 20.000u ; *ipsp* .tran 1u 33.333333m 16.6666m 1u uic ; *ipsp* .end 194 Anexos 4.3.2 Carga do Tipo Retificador a Diodos com Filtro Capacitivo (invcret.cir) Carga Não-Linear 23 + 6 D1 Ld io is D3 24 Vs if Co Vo Ro 25 8 Rsh D2 D4 - 0 Filtro Ativo 1 D1 D3 2 5 10 12 S1 L1 R1 S3 3 If 9 C1 D2 D4 7 4 11 13 S2 S4 22 R2 R1 _ S1, S 3 15 20 19 Vref _ S2, S 4 Vs ' + - *rede vs 6 8 sin (0 311 60 0 0 0) rsh 8 25 62.5m *carga ld 6 24 500u xdr1 24 24 23 mur3040pt xdr2 0 0 24 mur3040pt xdr3 25 25 23 mur3040pt xdr4 0 0 25 mur3040pt co 23 0 900u ic=280 ro 23 0 49 *filtro alta frequencia l1 6 9 1.4m r1 9 3 5 c1 3 25 2u *inversor de corrente xs1 3 10 2 irg4pc50ud xd1 2 2 1 mur3040pt xs2 22 11 4 irg4pc50ud xd2 4 4 3 mur3040pt xs3 25 12 5 irg4pc50ud xd3 5 5 1 mur3040pt xs4 22 13 7 irg4pc50ud xd4 7 7 25 mur3040pt ifa 1 22 40 *controle vp p 0 16 vn 0 n 16 vref 21 0 sin (0 1.03 60 0 0 0) rref 21 0 10k ersh 19 0 25 8 1 R sh i s x 18 16 21 14 17 rc1 19 20 10k rc2 20 16 150k x3 21 20 p n 16 lf411 *pwm vt1 14 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 14 0 10k vt2 15 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 15 0 10k x4 14 16 p n 17 n lm311 x5 16 15 p n 18 n lm311 dz1 161 16 dzener dz2 161 0 dzener rpu1 p 17 1k rco1 17 0 10k rpu2 p 18 1k rco2 18 0 10k es1 10 2 18 0 1 es2 11 4 17 0 1 es3 12 5 0 18 1 es4 13 7 0 17 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .model dzener D(Is=5u Rs=14 Bv=1.1 Ibv=5u) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .03 vntol = 20.000u ; *ipsp* .tran 1u 200m 183.333333m 1u uic ; *ipsp* .end Anexos 195 4.3.3 Carga do Tipo Resistiva-Indutiva (invcrl.cir) Carga linear is 6 Vs io if 23 Lo 34,7mH Ro 22,68 Ω 0 24 R sh Filtro Ativo 1 D1 D3 5 2 10 12 S1 L1 R1 S3 3 If 9 C1 D2 D4 7 4 11 13 S2 S4 22 R2 R1 _ S 1, S 3 15 20 19 V ref 16 _ S 2, S 4 Vs' + - *rede vs 6 24 sin (0 311 60 0 0 0) rsh 24 0 62.5m *carga lo 6 23 34.7m ro 23 0 22.68 *filtro alta frequencia l1 6 9 1.4m r1 9 3 5 c1 3 0 2u *inversor de corrente xs1 3 10 2 irg4pc50ud xd1 2 2 1 mur3040pt xs2 22 11 4 irg4pc50ud xd2 4 4 3 mur3040pt xs3 0 12 5 irg4pc50ud xd3 5 5 1 mur3040pt xs4 22 13 7 irg4pc50ud xd4 7 7 0 mur3040pt ifa 1 22 40 *controle vp p 0 16 vn 0 n 16 vref 21 0 sin (0 1.03 60 0 0 0) rref 21 0 10k ersh 19 0 0 24 1 rc1 19 20 10k rc2 20 16 150k x3 21 20 p n 16 lf411 R sh x i s 18 21 14 17 *pwm vt1 14 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 14 0 10k vt2 15 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 15 0 10k x4 14 16 p n 17 n lm311 x5 16 15 p n 18 n lm311 dz1 161 16 dzener dz2 161 0 dzener rpu1 p 17 1k rco1 17 0 10k rpu2 p 18 1k rco2 18 0 10k es1 10 2 18 0 1 es2 11 4 17 0 1 es3 12 5 0 18 1 es4 13 7 0 17 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .model dzener D(Is=5u Rs=14 Bv=1.1 Ibv=5u) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .03 vntol = 20.000u ; *ipsp* .tran 1u 33.33334m 16.6666m 1u uic ; *ipsp* .end 196 Anexos 4.4 INVERSOR DE CORRENTE OPERANDO COMO FILTRO ATIVO COM INDUTOR NO BARRAMENTO CC 4.4.1 Carga do Tipo Resistiva Indutiva (invcrl1.cir) *rede vs 5 6 sin (0 311 60 0 0 0) rsh 6 66 62.5m *carga lo 661 66 34.7m ro 5 661 22.68 *filtro alta frequencia l1 5 4 1.4m r1 4 3 5 c1 3 66 2u *inversor de corrente xs1 3 20 19 irg4pc50ud xd1 19 19 1 mur3040pt xs2 7 22 21 irg4pc50ud xd2 21 21 3 mur3040pt xs3 66 24 23 irg4pc50ud xd3 23 23 1 mur3040pt xs4 7 26 25 irg4pc50ud xd4 25 25 66 mur3040pt *lf 1 0 10m ic=40 lf 1 0 2m ic=40 rshif 0 7 25m *controle eshif 8 0 0 7 1 rif 8 0 10k vp p 0 16 vn 0 n 16 vref 10 0 1 rvref 10 0 10k *r1 8 9 22k r1 8 9 82k r2 9 9a 10k c1 9a 12 220n x1 10 9 p n 12 lf411 rvs1 5 13 820k rvs2 13 6 1.7k e3 14 0 value={v(12)*v(13,6)} r3 14 0 10k ersh 141 0 66 6 1 rc1 141 142 10k rc2 142 143 100k x3 14 142 p n 143 lf411 *pwm vt1 15 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 15 0 10k vt2 16 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 16 0 10k x4 143 16 p n 181 n lm311 x5 15 143 p n 182 n lm311 rpu1 p 181 1k rco1 181 0 10k rpu2 p 182 1k rco2 182 0 10k es1 20 19 181 0 1 es2 22 21 182 0 1 es3 24 23 0 181 1 es4 26 25 0 182 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .03 vntol = 20.000u ; *ipsp* .tran 1u 100m 83.333333m 1u uic ; *ipsp* .end 4.4.2 Carga do Tipo Retificador a Diodos com Filtro Capacitivo (invcret1.cir) *rede vs 5 6 sin (0 311 60 0 0 0) rsh 6 66 62.5m *carga ld 5 27 500u xdr1 27 27 28 mur3040pt xdr2 0 0 27 mur3040pt xdr3 66 66 28 mur3040pt xdr4 0 0 66 mur3040pt co 28 0 900u ic=280 ro 28 0 49 *filtro alta frequencia l1 5 4 1.4m r1 4 3 5 c1 3 66 2u *inversor de corrente xs1 3 20 19 irg4pc50ud xd1 19 19 1 mur3040pt xs2 7 22 21 irg4pc50ud xd2 21 21 3 mur3040pt xs3 66 24 23 irg4pc50ud xd3 23 23 1 mur3040pt xs4 7 26 25 irg4pc50ud xd4 25 25 66 mur3040pt lf 1 77 10m ic=40 rshif 77 7 25m *controle eshif 8 0 77 7 1 resh 8 0 10k vref 10 0 1 rveref 10 0 10k r1 8 9 22k c1 9 1212 220n rrc2 1212 12 10k Anexos 197 x1 10 9 p n 12 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 rvs1 5 13 820k rvs2 13 6 1.8k e3 14 0 value={v(12)*v(13,6)} re3 14 0 10k ersh 141 0 66 6 1 rc1 141 142 10k rc2 142 143 100k x3 14 142 p n 143 lf411 dz1 144 143 d1n746 dz2 144 0 d1n746 *pwm vt1 15 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 15 0 10k vt2 16 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 16 0 10k x4 143 16 p n 181 n lm311 x5 15 143 p n 182 n lm311 rpu1 p 181 1k rco1 181 0 10k rpu2 p 182 1k rco2 182 0 10k es1 20 19 181 0 1 es2 22 21 182 0 1 es3 24 23 0 181 1 es4 26 25 0 182 1 .lib linear.lib .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .model diodo d .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .03 vntol = 20.000u ; *ipsp* *.probe i(vs) i(rshs1) i(rshs3) i(lfa) i(lf) i(ld) v(5) v(6) v(333) v(19) *v(1) v(7) v(21) v(3) v(6666) v(23) v(14) v(20) v(24) .tran 1u 200m 183.333333m 1u uic ; *ipsp* .end 4.4.3 Carga do Tipo Retificador a Diodos com Filtro Capacitivo + Gradador (invcmult.cir) *rede vs 5 6 sin (0 311 60 0 0 0) rsh 6 66 62.5m *carga 1 ld 5 27 500u xdr1 27 27 28 mur3040pt xdr2 0 0 27 mur3040pt xdr3 66 66 28 mur3040pt xdr4 0 0 66 mur3040pt co 28 0 900u ic=280 ro1 28 0 98 *carga 2 lt 5 29 150u sg1 29 30 60 0 interruptor dg1 30 31 diodo sg2 31 32 70 0 interruptor dg2 32 29 diodo ro2 31 66 60.5 vsg1 60 0 pulse (0 15 4.166667m 1u 1u 9m 16.6666667m) rsg1 60 0 10k vsg2 70 0 pulse (0 15 12.5m 1u 1u 9m 16.6666667m) rsg2 70 0 10k *filtro alta frequencia lf1 5 4 1.4m rf1 4 3 5 cf1 3 66 2u *inversor de corrente xs1 3 20 19 irg4pc50ud xd1 19 19 1 mur3040pt xs2 7 22 21 irg4pc50ud xd2 21 21 3 mur3040pt xs3 66 24 23 irg4pc50ud xd3 23 23 1 mur3040pt xs4 7 26 25 irg4pc50ud xd4 25 25 66 mur3040pt lf 1 77 10m ic=40 rshif 77 7 25m *controle eshif 8 0 77 7 1 resh 8 0 10k vref 10 0 1 rveref 10 0 10k r1 8 9 50k r2 9 9a 10k c1 9a 12 220n x1 10 9 p n 12 lf411 vp p 0 16 vn 0 n 16 rvs1 5 13 820k rvs2 13 6 1.8k e3 14 0 value={v(12)*v(13,6)} re3 14 0 10k ersh 141 0 66 6 1 rc1 141 142 10k rc2 142 143 100k x3 14 142 p n 143 lf411 *pwm vt1 15 0 pulse(-2.5 2.5 0 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt1 15 0 10k vt2 16 0 pulse(-2.5 2.5 16.666666u 16.616666u 16.616666u .1u 33.333333u) rt2 16 0 10k x4 143 16 p n 181 n lm311 198 x5 15 143 p n 182 n lm311 rpu1 p 181 1k rco1 181 0 10k rpu2 p 182 1k rco2 182 0 10k es1 20 19 181 0 1 es2 22 21 182 0 1 es3 24 23 0 181 1 es4 26 25 0 182 1 .lib linear.lib Anexos .lib diode.lib .lib irg4pc~5.spi .model diodo d .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .options itl4 = 200 itl5 = 0 abstol = 20.000u + reltol = .03 vntol = 20.000u ; *ipsp* .tran 1u 200m 183.333333m 1u uic ; *ipsp* .end CAPÍTULO 5 5.1 FILTROS ATIVOS DISTRIBUÍDOS (IT6K3.CIR) inversor tensao , pc, vm, 3n vs 1 2 sin (0 311 60 0 0 0) ls 1 3 150u csf 3 2 10u *sistema 1 rsh1 2 6 100m *carga 1 - retificador diodos filtro cap. lr1 3 4 500u d1 4 5 diodo d2 100 4 diodo d3 6 5 diodo d4 100 6 diodo co1 5 100 1000u ic=280 ro1 5 100 39 rn1 0 100 10k *carga 2 - retificador diodos rl lr2 3 7 200u d5 7 8 diodo d6 10 7 diodo d7 6 8 diodo d8 10 6 diodo lo2 8 9 60m ro2 9 10 20 rn2 0 10 10k *carga 3 - indutiva lo3 3 11 96m ro3 11 6 20.93 *filtro ativo 1 lf1 6 12 810u ic=0 s1 13 12 24 0 interruptor s2 12 14 0 24 interruptor s3 13 3 23 0 interruptor s4 3 14 0 23 interruptor ds1 12 13 diodo ds2 14 12 diodo ds3 3 13 diodo ds4 14 3 diodo vf1 13 14 400 rfn 14 0 10k *controle filtro ativo 1 esh1 15 0 6 2 1 r2 15 16 10k vref1 17 0 sin (0 3.86 60 0 0 0) rref1 17 0 10k x1 17 16 p n 19 lf411 dz1 20 19 d1n749 dz2 20 0 d1n749 vp p 0 16 vn 0 n 16 c1 18 19 2.2n c2 16 19 89p r3 16 18 50k vt1 21 0 pulse (-5 5 0 62.45u 62.45u .1u 125u) rt1 21 0 10k vt2 22 0 pulse (-5 5 62.5u 62.45u 62.45u .1u 125u) rt2 22 0 10k x2 21 19 p n 23 n lm311 rpu1 p 23 1k rco1 23 0 10k x3 19 22 p n 24 n lm311 rpu2 p 24 1k rco2 24 0 10k *sistema 2 rsh2 2 26 100m *carga 4 - ret. diodos filtro cap. lr4 3 27 500u d9 27 28 diodo d10 29 27 diodo d11 26 28 diodo d12 29 26 diodo co4 28 29 1m ic=280 ro4 28 29 39 rn3 0 29 10k *carga 5 - ret. diodos filtro cap. lr5 3 30 500u d13 30 31 diodo d14 32 30 diodo d15 26 31 diodo d16 32 26 diodo co5 31 32 1m ic=280 ro5 31 32 39 rn5 32 0 10k Anexos *carga 6 - ret. diodos filtro cap. lr6 3 33 500u d17 33 34 diodo d18 35 33 diodo d19 26 34 diodo d20 35 26 diodo lo6 34 34a 60m ro6 34a 35 20 rn6 35 0 10k *filtro ativo 2 lf2 26 36 810u ic=0 s5 37 36 48 0 interruptor s6 36 38 0 48 interruptor s7 37 3 47 0 interruptor s8 3 38 0 47 interruptor ds5 36 37 diodo ds6 38 36 diodo ds7 3 37 diodo ds8 38 3 diodo vf2 37 38 400 rfb 38 0 10k *controle filtro ativo 2 esh2 39 0 26 2 1 r5 39 40 10k vref2 41 0 sin (0 3.86 60 0 0 0) rref2 41 0 10k x4 41 40 p n 43 lf411 dz3 44 43 d1n749 dz4 44 0 d1n749 r6 40 42 50k c3 42 43 2.2n c4 41 43 89p vt3 45 0 pulse (-5 5 0 62.45u 62.45u .1u 125u) rt3 45 0 10k vt4 46 0 pulse (-5 5 62.5u 62.45u 62.45u .1u 125u) rt4 46 0 10k x5 45 43 p n 47 n lm311 rpu3 p 47 1k rco3 47 0 10k x6 43 46 p n 48 n lm311 rpu4 p 48 1k rco4 48 0 10k *sistema 3 rsh3 2 49 100m *carga 7 lr7 3 51 200u d21 51 52 diodo d22 54 51 diodo d23 49 52 diodo d24 54 49 diodo lo7 52 53 60m ro7 53 54 20 rn7 54 0 10k *carga 8 lr8 3 55 200u d25 55 56 diodo d26 58 55 diodo 199 d27 49 56 diodo d28 58 49 diodo lo8 56 57 60m ro8 57 58 20 rn8 58 0 10k *carga 9 lr9 3 59 500u dr29 59 60 diodo dr30 61 59 diodo dr31 49 60 diodo dr32 61 49 diodo co9 60 61 1m ic=280 ro9 60 61 39 rn9 61 0 10k *filtro ativo 3 lf3 49 62 810u ic=0 s9 63 62 73 0 interruptor s10 62 64 0 73 interruptor s11 63 3 72 0 interruptor s12 3 64 0 72 interruptor ds9 62 63 diodo ds10 64 62 diodo ds11 3 63 diodo ds12 64 3 diodo vf3 63 64 400 rfn3 64 0 10k *controle filtro ativo 3 esh3 65 0 49 2 1 r7 65 66 10k vref3 67 0 sin (0 3.8 60 0 0 0) r9 67 0 10k r8 66 68 50k c5 68 69 2.2n c6 66 69 89p x7 67 66 p n 69 lf411 dz5 70z 69 d1n749 dz6 70z 0 d1n749 vt5 70 0 pulse (-5 5 0 62.45u 62.45u .1u 125u) rt5 70 0 10k vt6 71 0 pulse (-5 5 65.5u 62.45u 62.45u .1u 125u) rt6 71 0 10k x8 70 69 p n 72 n lm311 rpu5 p 72 1k rco5 72 0 10k x9 69 71 p n 73 n lm311 rpu6 p 73 1k rco6 73 0 10k .model interruptor vswitch (ron=0.1 roff=1meg von=5 voff=1) .model diodo d .lib .tran .1u 50m 0 .1u uic ;*ipsp* .probe v(1) v(2) v(3) i(ls) i(lr1) i(lr2) i(lo3) i(lr4) i(lr5) i(lr6) i(lr7) i(lr8) i(lr9) i(lf1) i(lf2) i(lf3) .options itl5=0 itl4=200 abstol=20u reltol=100m vntol=20u ; *ipsp* .end 200 Anexos ANEXO 2 PROJETO FÍSICO DOS INDUTORES CAPÍTULO 2 O projeto físico do indutor Lc utilizado no filtro ativo empregando o inversor de tensão em ponte completa é apresentado a seguir. Por este indutor circula uma corrente com pequena parcela de componente fundamental, harmônicas de ordem 3, 5, …n, e as harmônicas devido à comutação. Especificações: Lc = 810 × 10−6 H ispico = 10,3 A ∆ifmax = 2,06 A Considerando que, por exemplo, o filtro ativo esteja compensando uma carga do tipo retificador a diodos com filtro capacitivo com uma corrente de pico (iopico) de 30A, calcula-se a corrente de pico no indutor Lc. ifpico = iopico − ispico + ∆ifmax 2 = 30 − 10,3 + 2,06 = 20,73 A 2 A corrente eficaz no filtro ativo é calculada de maneira aproximada [41]. ifef = 1,7 Po = 8,75 A Vspico O produto Ae Aw é dado por: Ae A w = L f ifpico ifef 10 4 810 × 10 − 6 × 20,73 × 8,75 × 10 4 = = 27,98cm4 k w Bmax Jmax 0,7 × 0,25 × 300 O núcleo escolhido (Fig. 2.1) foi: 2 nucleos EE 65/39 em paralelo 2 A e = 16,16cm 2 A w = 3,7cm A e A w = 59,8cm2 Ae Aw Fig. 2.1 – Núcleo EE. Anexos 201 O número de espiras e o entreferro são calculados como segue: N= lg = L f ifpico 10 4 Bmax A e = 810 × 10 − 6 × 20,73 × 10 4 = 42 espiras 0,25 × 16,16 N2 µo A e 10−2 422 × 4 × π × 10 −7 × 16,16 × 10 −2 = = 0,44mm Lc 810 × 10 −6 A seção do cobre e a profundidade de penetração são calculadas a seguir: if 8,75 = 0,0202cm2 Scu = ef = J 300 ∆= 7,5 fs = 7,5 30k = 0,0433cm Assim define-se o diâmetro máximo de cada condutor para melhor aproveitamento da seção de cobre do mesmo. Diammax = 2 ∆ = 0,0866cm Fio: 20AWG ⇒ Diam. = 0,081cm, Scu = 0,005176cm2 Calcula-se então o número de condutores em paralelo que suporte a corrente de cada enrolamento. n= 0,0292 = 6 fios em paralelo 0,005176 CAPÍTULO 3 A. Indutor Lfiltro O projeto físico [43] do indutor de filtro Lfiltro utilizado no pré-regulador abaixador (BUCK) apresentado no capítulo 3 é mostrado a seguir. Por este indutor circula uma corrente com uma componente fundamental e as harmônicas devido à comutação. Especificações: L filtro = 1,4 × 10 −3 H ispico = 9,65 A frede = 60Hz A reatância indutiva, a queda de tensão no indutor e a potência aparente do indutor são calculadas como segue: XL filtro = 2 π frede L filtro = 2 × π × 60 × 1,4 × 10 −3 = 0,53Ω ∆V = XL filtro ispico 2 = 0,53 × 9,65 2 = 3,62 V 202 Anexos WA = ∆V ispico = 3,62 × 9,65 = 35 VA W2 = WA 35 = = 17,5 VA 2 2 As seções magnéticas e geométrica são então calculadas. Sm = 7,5 W2 17,5 = 7,5 × = 4,05cm2 frede 60 Sg = 1,1 Sm = 1,1× 4,05 = 4,46cm2 A chapa de ferro-silício escolhida é de 2,8cm x 2,8cm (a x f), como mostra a Fig. 3.1. f a Fig. 3.1 – Núcleo laminado de ferro-silício. Recalcula-se as seções magnética e geométrica para o núcleo escolhido e o número de espiras. Sg la min a = a f = 2,8 × 2,8 = 7,84cm2 Sm la min a = Esp volt = Sg 1,1 = 7,13cm2 40 Sm la min a = 40 = 5,61 7,13 N = Esp volt ∆V = 5,61× 3,62 = 20,3 espiras ⇒ 21 espiras Para reduzir a queda ôhmica no indutor, a densidade de corrente (d) é mantida mais baixa do que nos transformadores (2,5-3A/mm2). A seção do condutor é calculada como segue: S= ispico d = 9,65 = 3,22mm2 3 ( São utilizados três fios de 16AWG 3 × 1,3088mm2 = 3,93mm2 resultando na seguinte seção de cobre: Scu = N × 2 × 1,3088 = 26 × 3 × 0,0393 = 1,021cm2 S j = a2 × 0,75 = 2,82 × 0,75 = 5,88cm2 Possibilid ade de Execução = Sj Scu = 5,88 = 5,75 > 3 1,021 ) em paralelo, Anexos 203 O comprimento do circuito magnético (lF) no ferro é dado por: lF = 5,6 × a = 5,6 × 2,8 = 15,68cm O valor máximo da força magneto motriz (fmm) que atua sobre o núcleo é calculado a seguir: Nlm = N ispico 2 = 22 × 9,65 × 2 = 300 As ampére-espiras máximas (AeF) necessárias à magnetização do núcleo, cujo comprimento em centímetros é dado por lf resultam: A eF = 5,6 × lF = 5,6 × 15,68 = 87,8 Deduzindo-se este valor das ampére-espiras máximas totais (Nlm), obtém-se o valor das ampére-espiras máximas destinadas ao entreferro (AeE). A eE = NlM − A eF = 300 − 87,8 = 212,92 Sabendo-se que cada circuito magnético do núcleo tem dois entreferros e que para o ar A eE = 0,8 × Bm × 2 × lE , o comprimento de entreferro em centímetros resulta: lE = A eE 212,92 = = 0,012cm 0,8 × Bm × 2 0,8 × 11300 × 2 O mesmo procedimento de projeto foi utilizado para o cálculo do indutor de de filtro (Lfiltro) do capítulo 4 e do indutor de acoplamento (Lc) do capítulo 5. B. Indutor Lo1 O projeto físico [44] do indutor Lo1 utilizado no carregador de baterias é apresentado a seguir. Por este indutor circula uma corrente média com ondulação de 120Hz. Especificações: Lo1 = 150 × 10−3 H Io = 3 A ∆Io = 1,59 A A corrente de pico no indutor Lo1 é dada por: ILo1pico = Io + ∆Io 1,59 =3+ = 3,795 A 2 2 Calcula-se em seguida a energia: Energia = LILo1pico 2 2 = 150 × 10 −3 × 3,795 2 = 1,08J 2 204 Anexos O produto de áreas é calculado como mostrado a seguir. O fator de utilização da janela (ku) adota-se sendo 0,4, a densidade de fluxo adota-se 1,4T, a constante kj, que está relacionada como o aumento de temperatura, é 534 para o núcleo laminada (de acordo com a tabela 3.1 da referência [42]). A constante “x” (de acordo com a tabela 3.1) é de 1,14. x 1,14 4 2 × Energia × 10 4 = 2 × 1,08 × 10 Ap = 1,4 × 0,4 × 534 Bm k u k j = 132cm4 Para o núcleo laminado de ferro silício (Fig. 3.2) escolheu-se a chapa com as seguintes dimensões: D = 4cm, E = 4cm, F = 2cm, G = 6cm. D E G F Fig. 3.2 – Núcleo laminado de ferro-silício. O produto de áreas recalculado para o núcleo escolhido. A c = D E = 4 × 4 = 16cm2 Wa = G F = 6 × 2 = 12cm2 Ap = A c Wa = 16 × 12 = 192cm2 A densidade de corrente é calculada utilizando-se a constante kj. A constante “y” é também obtida na tabela 3.1. J = k j A p y = 534 × 192-0,12 = 284 A cm2 A área de cobre (seção do condutor) é calculada para a densidade de corrente obtida. Scu = (S cu São iLo pico J = 3,795 = 0,0134cm2 284 utilizados dois fios em ) paralelo fios de 19 AWG = 6,531× 10 −3 cm2 , Scuisolado = 7,539 × 10 −3 cm2 , resultando na seguinte seção do condutor: Scutotal = 2 × 6,531× 10 −3 = 0,01306cm2 Scuisolado total = 2 × 7,539 × 10 −3 = 0,015cm2 Anexos 205 A área efetiva da janela é calculada utilizando a área da janela W a. O valor típico para a constante “S3” é 0,75. Waefetivo = Wa S3 = 120 × 0,75 = 9cm2 O número de espiras é calculado como segue. O valor típico para a constante “S2” é 0,6. N= Waefetivo S2 Scuisolado total = 9 × 0,6 = 360 espiras 0,015 O entreferro é calculado utilizando-se a área de ferro Ac. lg = 0,4 × π × N2 × A c × 10 −8 0,4 × π × 360 2 × 16 × 10 −8 = 0,172cm = L 150 × 10 −3 Com o entrefero recalcula-se o número de espiras. F = 1+ 2×G = 1 + 0,172 × ln 2 × 6 = 1,18 ln A c lg 16 0,172 lg 1 1 2 0,172 × 150 × 10 −3 2 lg L = = 330 espiras N= 0,4 × π × A × F × 10 −8 0,4 × π × 16 × 1,18 × 10 −8 c Os demais indutores que operam em corrente contínua tanto do capítulo 3 como do capítulo 4 foram calculados de acordo com o mesmo procedimento de projeto. ANEXO 3 PROJETO DO MULTIPLICADOR MC1595L O multiplicador utilizado no circuito de controle dos filtros ativos do capítulo 2, 4 e 5 é o circuito integrado MC1595L da Motorola. Este integrado foi projetado para produzir um sinal de saída linear proporcional às duas tensões de entrada. Na Fig. 3.1 é apresentado o esquema de ligação recomendado pela Motorola. O amplificador operacional na saída permite a obtenção de uma tensão de saída referenciada ao terra. Além disso, praticamente eliminam-se problemas de oscilação da tensão de saída. O amplificador operacional recomendado pelo fabricante é MC1556 ou MC1741. A seguir é apresentado o procedimento de projeto dos elementos externos ao multiplicador. 206 • Anexos Selecionar os resistores R3 e R13: A única restrição para a escolha destes resistores é a potência dissipada. As corrente I3 e I13 podem estar na faixa de 1mA a 2mA, e são de mesmo valor (I3 = I13). Escolhido o valor das correntes calcula-se os resistores R3 e R13 de acordo com a equação abaixo. R 3 = R 13 = − Vcc − 0,7 V − 500 Ω I13 (3.1) Em aplicações que requerem um fator de escala mais preciso, o ajuste de R3, e consequentemente de I3, auxilia no ajuste do fator de escala. Assim, R3 é escolhido como um resistor fixo em série com um potenciômetro. -Vcc Vcc 100nF 100nF Rx 11 10 Vy R1 Ro Ro Ry 5 6 7 -Vcc 1 4 3 2 MC 1595L 7 4 6 2 14 Vo Lf 741 Vx 9 3 13 I3 8 RL 12 I13 Ajuste RL Ajuste Offset Saida R13 R3 Ganho k Vy 15V 10k Ω Vx 10k Ω Ajuste Offset Vx e Vy 10k Ω 2k Ω -15V 2kΩ 10k Fig. 3.1 - Esquema de ligação do multiplicador. • Selecionar os resistores Rx e Ry: Para garantir que os transistores de entrada estarão sempre ativos deve-se seguir as seguintes condições: Vx < I13 Rx Vy Ry < I3 (3.2) (3.3) Anexos 207 Quanto maior o produto I3.Ry e I13.Rx em relação a Vy e Vx respectivamente, mais preciso será o multiplicador. • Selecionar RL: Após escolher Rx, Ry e I3, RL pode ser calculado de acordo com a seguinte equação: RL = k R x R y I3 (3.4) 2 sendo: k - ganho do multiplicador • Determinar a tensão de alimentação necessária e o resistor R1: A tensão no pino 1 deve ser algo em torno de 2V acima da tensão máxima aplicada nas entradas Vx e Vy. Assim, define-se o valor do resistor R1. Vpino 1 ≥ Vx max + 2V (3.5) Vcc − Vpino 1 2 I3 (3.6) R1 = • Escolher o resistor Ro: As tensões nos pinos 2 e 14 devem ser de um valor entre a tensão no pino e e a tensão de alimentação (+Vcc). Definida a tensão no pino 2, calcula-se o resistor Ro. Ro = + Vcc − Vpino 2 (Vpino 2 RL ) (3.7) + I13 A configuração implementada é a apresentada na na Fig. 3.1, porém sem o ajuste de offset de Vx e Vy, ou seja, os pinos 8 e 12 do multiplicador foram aterrados. Para o cálculo dos resistores R3 e R13 empregou-se a expressão (3.1). Definiu-se I 3 = I13 = 1mA , assim: R 3 = R 13 = R 13 = 12kΩ − Vcc − 0,7 V I13 − 500 Ω = 15 − 0,7 − 500 = 13,8kΩ 1m 208 Anexos R 3 = 12kΩ + pot. 5kΩ Para o cálculo dos resistores Rx e Ry empregou-se as expressões (3.2) e (3.3). Definiu-se Vxmax = Vymax = 5 V , assim: Rx ≥ 1,5 × 5 = 7,5kΩ 1m R x = 15kΩ Ry ≥ 1,5 × 5 = 7,5kΩ 1m R y = 15kΩ Para a escolha de RL utilizou-se a expressão (3.4). Definiu-se: k = 0,25 , assim: RL = k R x R y I3 2 = 0,25 × 10k × 10k × 1m = 12,5kΩ 2 RL = 15kΩ + pot. 5kΩ Para a escolha do resistor R1 empregou-se a expressão (3.6). Definiu-se: Vpino 1 = 9 V . R1 = Vcc − Vpino 1 15 − 9 = 3kΩ = 2 I3 2 × 1m R 1 = 3,3kΩ Para a escolha do resistor Ro utilizou-se a expressão (5.46). Sabe-se que Vpino 1 ≤ Vpino 2 ≤ Vcc . Portanto definiu-se Vpino 2 = 11V , assim: Ro = + Vcc − Vpino 2 (Vpino 2 R o = 3,3kΩ RL ) + I13 = 15 − 11 = 2,5kΩ (11 18k ) + 1m Anexos 209 ANEXO 4 PROJETO DO CIRCUITO PARA GERAÇÃO DOS SINAIS TRIANGULARES A Fig. 4.1 mostra o circuito utilizado para a geração dos sinais triangulares. As formas de onda da tensão VS, VT1 e VT2 são mostradas na Fig. 4.2. O sinal triangular VT1 está disponível na saída do integrador. Na saída do comparador tem-se uma forma de onda quadrada. Quando Vs está em nível alto (Vsat), uma corrente constante igual a Vsat/Ri passa por Ci carregando-o, ou seja, VT passa de +VTp para -VTp. Quando VT atinge -VTp o comparador satura em -Vsat. Assim tem-se uma corrente igual a -Vsat/Ri passando pelo capacitor Ci, carregando-o no sentido oposto, ou seja, VT passa de -VTp para +VTp, iniciando-se outro período de funcionamento. Para obter-se o sinal triangular VT2 defasado de 180o de VT1 utiliza-se um amplificador operacional na configuração inversora. Os valores de pico do sinal triangular podem ser estabelecidos pela relação entre as resistências pR e R. VTp = ± Vsat p (4.1) Comparador pR 15V R Integrador 3 Ci 2 R//pR Ri 7 6 lm318 VS 4 -15V 15V 7 2 3 lf 351 4 -15V 6 VT1 Rc 15V 7 Rc 2 3 lf 351 6 VT2 4 -15V Fig. 4.1 - Geração dos sinais triangulares. 210 Anexos VS Vsat t -Vsat Ts VT1 V Tp t -V Tp VT2 V Tp t -V Tp Fig. 4.2 - Formas de onda básicas. Se as tensões de saturação (Vsat, -Vsat) do comparador são razoavelmente iguais, a freqüência de oscilação é dada por: fs = p 4 Ri Ci Escolhendo-se Ci calcula-se Ri. (4.2)