Trimestral Avaliação da Evolução da Carga X PIB 1º Trimestre de 2010 1. Introdução Esse trabalho tem como objetivo fazer uma avaliação comparativa entre a evolução da carga no Sistema Interligado Nacional e o crescimento do PIB Nacional. O resultado registrado pelo PIB no primeiro trimestre do ano evidencia os efeitos positivos mais recentes da retomada do crescimento impulsionado pela atividade industrial, através do estímulo das desonerações fiscais e da geração de emprego e aumento da massa salarial, com reflexo no nível de consumo interno. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 9% no primeiro trimestre de 2010 frente ao o mesmo período do ano anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2009 a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, foi de 2,7%. Esse resultado expressivo em relação ao ano anterior reflete também a base de comparação, já que 2009 foi um ano em que a economia sofreu os efeitos da crise financeira mundial iniciada em 2008. Ressalta-se que no primeiro trimestre de 2009, o PIB tinha caído 2,1% considerado um recorde de queda. Esse resultado segundo o IBGE é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada com essa metodologia em 1995. Esse desempenho indica a continuidade da trajetória de recuperação da atividade econômica, que vêm ocorrendo desde o segundo semestre de 2009. Também contribuiu para o comportamento do 1º trimestre, a ocorrência de temperaturas elevadas, cujas máximas foram superiores tanto a média histórica do período quanto as verificadas nesse mesmo período do ano anterior, cujos efeitos foram sentidos no desempenho das classes residencial e comercial, devido à aquisição de novos eletrodomésticos e uso intensivo de aparelhos de refrigeração pelas famílias. Adicionalmente, a incorporação de cerca de 400 MW médios com a interligação ao Subsistema Sudeste/Centro-Oeste do SIN do Sistema Isolado Acre-Rondônia , no final de outubro/09, contribuiu com aproximadamente 1,0% na taxa de crescimento do período. 3. Crescimento de carga X crescimento do PIB A evolução da carga seguiu a forte expansão do PIB e também foram observados indicadores de evolução da carga de energia elétrica do SIN na mesma intensidade. Apesar da recente crise que atingiu a Zona do Euro, a economia brasileira não foi afetada no primeiro trimestre do ano de 2010, nem as excelentes perspectivas para o restante do ano. Ressalta-se que cerca de 20% das exportações brasileiras são destinadas à Europa e metade desse total é de produtos básicos pouco sensíveis às alterações de curto prazo. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve o maior crescimento da série histórica, (26% frente ao mesmo trimestre de 2009 e 7,4% ante o último trimestre do ano passado), principalmente com o crescimento da produção interna de máquinas e equipamentos. A construção civil também apresentou o maior crescimento desde o início da série( 14,9%), beneficiada pelo aumento das operações de crédito para habitação, o que também contribuiu para o desempenho da FBCF. A indústria apresentou uma taxa de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 4,2% em relação ao último trimestre de 2009, deixando para trás qualquer sinal de crise. No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB apresentou um crescimento de 2,4%. Além de fatores conjunturais já explicitados, a evolução de carga reflete o desempenho da produção física industrial no país, que até o mês de março cresceu 18,1%. 3 Cresc.(%)do PIB em relação trimestre anterior 2,7 2,5 2. Crescimento da Carga O crescimento da carga do SIN no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano anterior foi de 10,8%. 2,2 2 1,5 2,3 1,5 1 0,5 Esse desempenho foi influenciado pelo MW médio Variação % comportamento dos subsistemas, que SUBSISTEMAS (jan-mar-10 / jan-mar/10 apresentaram taxas jan-mar-09) expressivas de crescimento em SIN 57.579 10,8 relação ao mesmo SE/CO 35.447 11,4 período do ano Sul 9.807 9,2 anterior, quando o país passava pelo Nordeste 8.464 11,4 pior momento da Norte 3.862 7,5 crise. Os subsistemas que apresentaram as maiores taxas em relação ao ano anterior foram o Sudeste/Centro-Oeste cuja carga tem uma participação de cerca de 60% da carga do SIN e o Nordeste, ambos com 11,4%. Evolução da carga 0 -0,5 2009-1 tri 2009-2 tri 2009-3 tri 2009-4 tri 2010-1 tri -1 -1,5 -1,5 -2 Segundo dados da EPE - Empresa de Pesquisa Energética, a classe de consumo que mais cresceu nesse período foi a Industrial, com 13,3%, seguida das classes Comercial com 9,2% e Residencial com 9,1%. O aumento de consumo dos setores industriais intensivos no uso de energia elétrica, a aquisição de novos eletrodomésticos e o uso intensivo de aparelhos de refrigeração pelas famílias são fatores que tem contribuído para o crescimento da carga. Diretoria de Planejamento e Programação da Operação (DPP) Gerência Executiva de Metodologias, Modelos e Cargas (GMC) - Gerência de Previsão e Acompanhamento de Carga (GMC1)