Projeto de Comunicação da Política Nacional de Humanização Práticas Integrativas e Complementares no SUS: combinação equilibrada de saberes tradicionais e medicina moderna Ervas, sementes e agulhas de acupuntura, respiração e técnicas de ioga são alguns dos recursos usados no Centro de Saúde da Lagoa, em Florianópolis, Santa Catarina. Seguindo uma tradição local, os médicos oferecem tratamentos centrados no indivíduo e no autocuidado, e não apenas nas doenças Olgandina da Costa é uma senhora de bem vividos 93 anos. Uma vez por semana, ou no máximo, a cada 15 dias, procura o Centro de Saúde da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, para fazer acupuntura. A técnica ajuda a suportar uma lombalgia crônica. Apesar da dor, ela se mostra sempre animada e em busca de cuidados. Vive caminhando e dançando pela comunidade. Quem descreve a personagem, usuária do SUS, é o médico da família Murilo Leandro Marcos. "É uma das mais velhas moradoras da Lagoa e por felicidade também é nossa amiga e paciente. Ela provavelmente encontra uma boa acolhida e sorrisos por aqui, pode conversar com os profissionais mais antigos e recebe atenção para sua dor." As Práticas Integrativas e Complementares (PICs)não são novidade ou modismo na Ilha, como é carinhosamente chamada a capital de Florianópolis. "Na comunidade da Lagoa, as pessoas estão acostumadas aos tratamentos com base nas rezadeiras, nas parteiras, na medicina tradicional. Existe o uso do saber popular, do saber místico e espiritual", diz Murilo. Essa história recente, segundo ele, remonta ao início dos anos 80, com o médico generalista Pedro Schmidt, considerado um mestre por Murilo e outros de sua geração. Além de trabalhar com quiropraxia, fitoterapia e acupuntura, Schmidt realizou mais dois mil partos. Desde 2010, uma Portaria implantou e regulamentou as Práticas Integrativas e Complementares na rede municipal, com prioridade na atenção primária. Hoje, dos 54 centros de saúde que compõem a rede de atenção primária em Florianópolis, mais de 30 oferecem esse tipo de ferramenta terapêutica, presente nos atendimentos individuais e também nos grupos terapêuticos. São práticas como auriculoterapia -uso de sementes na região da orelha - e acupuntura, no grupo de tratamento de tabagismo; técnicas de ioga nos grupos de gestantes e de relaxamento, e nas rodas de conversa sobre plantas medicinais, explica Murilo, que divide o atendimento no CS da Lagoa com Pedro Schmidt e Wagner Cury Silva, o coordenador do grupo de tratamento de tabagismo. Para o consultor da Política Nacional de Saúde, Carlos Garcia Jr., as práticas integrativas revelam duas diretrizes da PNH: o Acolhimento e a Clínica Ampliada. Esta última "como uma clínica aberta ao sujeito e aberta a formas de produzir saúde com alternativas que possam colocar o diálogo entre diferentes saberes." Murilo Leandro Marcos reflete que as práticas integrativas caminham na direção do autocuidado. "É complexo falar em cura, mas podemos colocar na dimensão da manutenção e da promoção da saúde individual e comunitária". Lembra do caso de uma paciente de 32 anos que se surpreendeu com os resultados do tratamento de uma insônia que durava mais de 30 dias. A auriculoterapia associada à aromaterapia, utilizando óleo essencial de lavanda em alguns pontos de acupuntura, foi eficaz. "Ela também tem tratado sua lombalgia com acupuntura." O maior desejo do médico e da comunidade é conseguir construir um espaço próprio para as práticas integrativas com financiamento público já garantido. Tudo isso, sem prejudicar o acesso dos usuários. A ideia, segundo ele, é "diminuir os remédios e promover saúde". Para saber mais sobre as PICs: www.picfloripa.blogspot.com/ Vídeo da oficina "Reconhecendo as Plantas Medicinais", realizado com profissionais da rede municipal de Florianópolis, coordenado por César Paulo Simionato, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina e premiado no 12o. Congresso brasileiro de medicina de família www.youtube.com/watch?v=Xy64WVfE_KI&feature=youtu. be Sobre a Rede Humaniza SUS imprensa www.redehumanizasus.net/85282-projeto-de-comunicacaoda-politica-nacional-de-humanizacao Contatos: Murilo Leandro Marcos [email protected] Tel.: 48 3232 0639 Médico da família no Centro de Saúde da Lagoa da Conceição - Florianópolis - SC Carlos Garcia Jr. carlos. [email protected] Cel.: 48 9948 6694 Consultor da PNH em Santa Catarina Sheila Souza [email protected] Tel. 61 3315 9130 Jornalista da PNH - Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde www.saude.gov/humanizasus www.redehumanizasus.net O que é PNH – A Política Nacional de Humanização é uma política pública transversal e atua como eixo norteador em todas as esferas do SUS. Além do respeito ao direito do usuário, apóia processos de mudanças nos serviços para torná-los mais acolhedores, com atenção para as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários. Promove a gestão participativa, ampliando o diálogo entre os gestores dos serviços, os profissionais de saúde e a população. A PNH completou 10 anos em 2013. Para saber mais: Rede Humaniza SUS - Imprensa www.redehumanizasus.net/85282-projeto-de-comunicacao-da-politicanacional-de-humanizacao