1 CEAFI PÓS-GRADUAÇÃO CINDY DIEQUES DO AMARAL SOUSA QUALIDADE DE VIDA ENTRE CUIDADORES E PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA GOIÂNIA – GO 2016 2 Cindy Dieques Do Amaral Sousa Qualidade de vida entre cuidadores e pacientes com diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica Artigo elaborado ao curso de Pós – Graduação em Fisioterapia Neurológia do CEAFI – Pós Graduação, como critério de avaliação. Orientadora:Cristina Rodrigues Albuquerque Goiânia – GO 2016 3 Qualidade de vida entre cuidadores e pacientes com diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica Quality of life among caregivers and patients with amyotrophic lateral sclerosis Cindy Dieques do Amaral Sousa Pós-graduanda em Fisioterapia Neurológica [email protected] Cristina Rodrigues Albuquerque Pós-graduada em Fisioterapia Neurológica [email protected] RESUMO Introdução:A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença do neurônio motor mais comum em adultos, é uma entidade progressiva degenerativa e letal, de etiologia desconhecida, que se caracteriza pela atrofia progressiva da musculatura estriada esquelética, atingindo os membros superiores e inferiores, a fala e a deglutição e resultando no comprometimento das atividades funcionais. Cuidador primário pode ser definido como a principal pessoa responsável pela assistência ao paciente. Já o termo cuidador secundário refere-se a outras pessoas que também prestam assistência ao paciente. Objetivo:O presente estudo teve como objetivo fornecer evidências atuais da literatura a respeito da qualidade de vida (QV) de pacientes com ELA e seus respectivos cuidadores.Metodologia:Foi realizada uma busca de artigos nas bases de dadosBireme, Scielo e Pubmed com as seguintes palavras-chave:esclerose lateral amiotrófica, doenças neuromusculares, qualidade de vida, cuidador. Resultados e discussão:Os estudos mostram que nos pacientes com ELA os fatores psicossociais, emocionais, dependência funcionalsão mais afetados. Nos cuidadores observa que os domínios de aspectos emocionais, sociais, vitalidade e saúde mental são os quesitos mais acometido pelos cuidadores ao longo do curso desta doença.Conclusão:Os resultados mostraram que a QV dos cuidadores tem impacto direto na QV dos pacientes com ELA, por ser um elemento imprescindível para a sobrevivência dos pacientes, concluindo que qualquer tratamento que possa reduzir o impacto da doença sobre os pacientes também traz benefícios para os que prestam cuidados.Em relação à análise da QV dos pacientes com ELA observou-se que todos os domínios estão afetados ocasionando impacto sobre a QV, exceto no status físico que não é relevante para determinar a QV dos pacientes. É necessário uma maior atenção aos cuidadores e pacientes com ELA, além de mais estudos no sentido de avaliar os determinantes da QV nesses pacientes. Palavras-chave:esclerose lateral amiotrófica, doenças neuromusculares, qualidade de vida, cuidador. 4 ABSTRACT Background: Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS), neuron disease most common motor in adults, is a degenerative and fatal progressive entity of unknown etiology that is characterized by progressive atrophy of skeletal striated muscle, reaching the upper and lower limbs, speech and swallowing, resulting in impairment of functional activities. primary caregiver can be defined as the main person responsible for patient care. The secondary caregiver term refers to others who provide patient care. Objective: This study aimed to provide current evidence in the literature regarding the quality of life (QoL) of patients with ALS and their caregivers. Methodology: a search for articles in the databases Bireme, Scielo and Pubmed with the following keywords was performed: amyotrophic lateral sclerosis, neuromuscular diseases, quality of life, caregiver. Results and discussion: Studies show that in patients with ALS psychosocial factors, emotional, functional dependence are most affected. In caregivers observed that the areas of emotional, social, mental health and vitality are the questions most affected by caregivers throughout the course of this disease. Conclusion: The results showed that the QoL of caregivers has a direct impact on QoL of patients with ALS, it is a vital element for the survival of patients, concluding that any treatment that can reduce the impact of the disease on patients also brings benefits to the providing care. Regarding the analysis of the QoL of patients with ALS it was observed that all areas are affected resulting impact on QoL, except in the physical status that is not relevant to determine the QoL of patients. greater attention to caregivers and patients with ALS is necessary, and further studies to assess the determinants of QoL in these patients. Keywords: amyotrophic lateral sclerosis, neuromuscular diseases, quality of life, caregiver. 5 Introdução A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença do neurônio motor mais comum em adultos, é uma entidade progressiva degenerativa e letal, de etiologia desconhecida, que se caracteriza pela atrofia progressiva da musculatura estriada esquelética, atingindo os membros superiores e inferiores, a fala e a deglutição e resultando no comprometimento das atividades funcionais. Em geral, leva a morte devido às complicações respiratórias em um período de 3 a 5 anos após o início dos sinais e sintomas1,2. Como o paciente torna-se gravemente incapacitado e dependente em um intervalo de meses ou poucos anos, após o início dos primeiros sinais e sintomas, fica um desafio para os cuidadores, que na maioria das vezes são o cônjuge ou um parente próximo3. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida (QV) é a percepção do indivíduo acerca de sua posição na vida, de acordo com o contexto cultural e sistema de valor com os quais convive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”4. Na ELA, a rápida progressão e a gravidade da fraqueza muscular afetam profundamente os sentimentos de esperança, autoestima e dignidade do paciente, assim como suas oportunidades para atividades pessoais, realização de metas e permanência no trabalho. Em relação à função social do paciente, a doença afeta o papel social, a participação em atividades recreacionais e de lazer, assim como a atividade sexual. A doença, a perda de independência funcional e o estresse psicossocial possuem papéis importantes na percepção do paciente sobre a sua saúde ao longo da evolução da doença 5,6,7 . Assim o reconhecimento dos fatores que interferem na QV passa a ter grandes implicações, tanto em relação ao cuidado do paciente, quanto no desenvolvimento de pesquisas clínicas8. Provavelmente a definição mais adequadade cuidador é a que divide o mesmo em cuidador primário e secundário9. Cuidador primário pode ser definido como a principal pessoa responsável pela assistência ao paciente e a mais intimamente envolvida no cuidado deste10. A este cabe a realização de trabalhos considerados primários ou básicos, tais como cuidar da casa, hospedar, sustentar, manter e proporcionar cuidados pessoais e de saúde no ambiente domiciliar. Já o termo cuidador secundário refere-se a outras pessoas que também prestam assistência ao paciente, porém o que os distingue do cuidador primário é o fato de não possuírem o mesmo grau de responsabilidade11. 6 O cuidador primário também pode desempenhar tarefas tidas como secundárias, como transporte, proporcionar atividades sociais e recreativas, cuidar de questões legais e burocráticas, fornecer apoio psicológico e espiritual. Tais cuidados também são de extrema importância, no entanto representam menor ônus direto para o cuidador. Estas tarefas também podem ser realizadas pelos cuidadores secundários11. As tarefas atribuídas ao cuidador, em sua maioria, realizadas sem a orientação adequada ou o suporte das instituições de saúde, a alteração das rotinas e o tempo despendido no cuidado acarretam impactos sobre a QV do mesmo13. A “síndrome do cuidador” se caracteriza pela existência de um quadro plurissintomático, que afeta todas as esferas da vida do cuidador, com repercussões fisiológicas, sociais, econômicas e psicológicas que podem gerar no individuo um grau de tamanha insatisfação e frustração que o torne incapaz de prestar os cuidados ao doente13. A mensuração da QV dos pacientes com ELA e seus cuidadores, nos dias atuais, é um importante recurso para avaliar os resultados do tratamento na perspectiva do paciente e seu cuidador14-15. O objetivo do presente estudo é fornecer evidências atuais da literatura a respeito da QV vida de pacientes com ELA e seus respectivos cuidadores. Metodologia Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre a temática “qualidade de vida entre cuidadores e pacientes com diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica”. Para a coleta dos dados foram realizadas buscas bibliográficas nas bases de Bireme, Scielo e Pubmed com as seguintes palavras-chave: esclerose lateral amiotrófica, doenças neuromusculares, qualidade de vida, cuidador, sendo analisados 24 artigos para uma compreensão da QV de pacientes com ELA e seus cuidadores. Os artigos foram analisados quanto aos seguintes critérios de inclusão: terem como finalidade investigar a qualidade de vida dos pacientes e cuidadores diagnosticados com ELA, entre o anos de 1994 à 2012. 7 Resultados e Discussão Em um estudo realizado por KüblerA et al., 80% dos pacientes com ELA avaliaram sua QV como satisfatória ou boa16.De acordo Lule Det al., a comparação direta dos pacientes com ELA com controle de pessoas saudáveis não revelaram diferenças na QV17.JáGoldstein LHet al., demonstraram queapesar do importante comprometimento físico associado a ELA, os fatores psicossociais são determinantes para o bem-estar psicológico de cuidadores de pacientes com ELA3. Coco GL et al. investigou a QV de pacientes e cuidadores por meio do WHOQOLbreef e SEIQoLDW. O estudo confirma que a ELA tem um impacto negativo na QV em ambos os pacientes e cuidadores. No entanto, os cuidadores que apresentam níveis de QV mais baixos nem sempre são aqueles que têm de cuidar dos pacientes mais fisicamente ou psicologicamente deficientes18. Podendo observar que a progressão da doença não necessariamente resulta em baixa da QV.Rabkin JG et al., mensurou-se a QV, depressão e ansiedade em pacientes com ELA e seus respectivos cuidadores, e não apontou níveis elevados de depressão clínica em nenhum dos grupos20. Outro fator importante, Couto CB., mostra que o acompanhamento psicológico de pacientes aponta para o surgimento de quadros de depressão, ansiedade e desespero, não sendo raros os casos de pacientes que desejam e inclusive tentam o suicídio. Já os cuidadores se mostram exaustos, estressados e apresentando sentimentos ambíguos, que geram sentimento de culpa e depressão. Muitos se veem em uma situação sem escolhas e estressante, além de não encontrarem apoio na família ou na instituição que trata o paciente19. Segundo Chiòet al.,em um estudo transversal para avaliar os fatores determinantes da QV dos pacientes com ELA, utilizando para tal a escala SEIQoL-DW e o questionário de McGill, a variável mais importante foi o suporte social recebido, enquanto o status físico não foi relevante para determinar a QV.Diversos fatores relacionados ao próprio paciente (como o grau de incapacidade, alterações comportamentais e duração da doença), ao cuidador (como idade, sexo, renda, grau de parentesco, relação com o paciente, presença de doenças), e ao contexto familiar e social de ambos também atuam influenciado o impacto sobre a QV do cuidador8.Sendo assim Mello MPet al., ressalta que poucos estudos foram desenvolvidos no sentido de avaliar os determinantes da QV na ELA. Em geral, a capacidade física demonstra pouca relação com a QV, enquanto que fatores psicológicos, existenciais e o suporte recebido 8 parecem ser os fatores preponderantes24. Mostrandoque qualquer tratamento que possa reduzir o impacto da doença sobre os pacientes também traz benefícios para os que prestam cuidados. De acordo comGanzini L et al., a comparação da QV, dor e sofrimento de pacientes com ELA e seus cuidadores demonstrou maior concordância entre os dois grupos nos itens dor e sofrimento do que na QV22.JáRoach ARet al., avaliou pacientes e cuidadores por meio do questionário de McGill, e constatou que em ambos os grupos a variação da QV deveu-se principalmente as diferenças individuais pré-existentes. Além disso, não houve alterações na QV dos pacientes durante o período de acompanhamento, no entanto entre os cuidadores houve declínio no escore total de QV e particularmente no domínio relacionado aos sintomas físicos21.Podendo estar relacionado ao fato de exigir demais do cuidador, já que as demandas impostas pela doença são de várias ordens, pois quanto maior o comprometimento físico do paciente, maior é a demanda física sobre o cuidador. Ao analisar nove cuidadores,Orsini Metal., evidenciaram que os domínios aspectos emocionais, sociais, vitalidade e saúde mental são os quesitos mais acometido pelos cuidadores ao longo do curso desta doença. O estudo destes autores, mostra ser relevante a comunidade científica, no que diz respeito a QV dos cuidadores, necessitando uma maior atenção a estas pessoas23. Pois o ato de cuidar se torna um importante fator estressor, por exigir demais do cuidador e por alterar sua rotina de vida. Conclusão Os resultados mostraram que a QV dos cuidadores tem impacto direto a QV dos pacientes com ELA, por ser um elemento imprescindível para a sobrevivência dos pacientes, concluindo que qualquer tratamento que possa reduzir o impacto da doença sobre os pacientes também traz benefícios para os que prestam cuidados. Necessitando de uma atenção maior aos cuidadores. Pois o número de estudo para avaliar QV destes é bem reduzido. Em relação à análise da QV dos pacientes com ELA observa-se que todos os domínios estão afetados ocasionando impacto sobre a QV, exceto no status físico. Também sendo necessários mais estudos no sentido de avaliar os determinantes da QV na ELA. 9 Referências Bibliográficas 1. Nelson ND, Trail M, Van JN, appel SH, Lai EC. Quality of Life in Patients with Amyotrophic Lateral Sclerosis: Perceptions, Coping Resources, and Illness Characteristics. J Palliat Med 2003;6(3):417-424. 2. De Groot IJM, Post MWM, Heuveln TV, Van Den Berg LH, Lindeman E. Crosssectional and longitudinal correlations between disease progression and different health-related quality of life domains in persons with amyotrophic lateral sclerosis. Amyotrophic Lateral Sclerosis. 2007; 8: 356–361. 3. Goldstein LH, Atkins L, Landau S, Brown R, Leigh PN. Predictors of psychological distress in carers of people with amyotrophic lateral sclerosis: a longitudinal study. PsycholMed 2006; 36: 865–875. 4. 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