Resgate e aplausos aos que brilham na arte do Brasil

Propaganda
CP MEMÓRIA
PORTO ALEGRE, SÁBADO, 22 DE ABRIL DE 2006
A organista
uruguaia Cristina
Banegas, o
cantador baiano
Xangai e Paulo
Dorfmann Trio
estão entre as
opções musicais
do final de
semana.
Página 3
Dina Sfat numa cena do filme brasileiro ‘Álbum de família”, em 1981, a última década de sua carreira
MONTAGEM VIVIANE SCHAAK
Atrizes brasileiras que marcaram sua época e suas biografias
A atriz Sharon
Stone volta ao seu
personagem mais
famoso em
“Instinto selvagem
2”, uma das
novidades nos
cinemas de Porto
Alegre neste fim
de semana.
Página central
O elenco da arte brasileira é formado por talentos que o público recente não lembra ou desconhece. A
coleção Aplauso (Fundação Padre
Anchieta e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo) resgata estas personalidades, algumas na ativa; outras,
como Dina Sfat, foram embora cedo.
“Dina Sfat – Retratos de uma guerreira”, de Antonio Gilberto, ganhou edição especial. Como garante a biografia que abre o livro.
Dina Sfat foi única em seus 27
anos de carreira. Brilhou na tela,
teatro e TV. Começou em 1962, com
a peça “O julgamento do Tião” e estrelaria “Arena conta Zumbi”, “O rei da
vela” e “Dorotéia vai à guerra”. Sua
última exibição, de 1985, foi a peça
“Irresistível aventura”. No cinema, fez
“O homem do Pau-Brasil”, “Das tripas coração”, “Eros, o deus do amor”,
“Macunaíma” e “Álbum de família”.
Estourou na TV em 1970, com “Verão
vermelho”, de Dias Gomes. Um de
seus personagens mais famosos foi a
Fernanda, de “Selva de pedra” (1971
e 1972). Seu último trabalho foi “Bebê a bordo”, novela gravada em 1988,
quando já estava doente.
Atenção ainda às obras dedicadas
a Irene Ravache, Carla Camurati, Etty Fraser, Ruth de Souza e Miriam
Mehler. “Caçadora de emoções”, da
jornalista paulista Tânia Carvalho,
sobre Irene Ravache, revela, entre outros detalhes, como Irene deixou de
ser a Rainha dos Baixinhos e outras
histórias divertidas ou marcantes.
Carlos Alberto Mattos escreveu “Luz
natural”, dedicado à atriz e agora cineasta, Carla Camurati. Seu último
filme, a adaptação de “O mistério de
Irma Vap” está em cartaz nos cinemas. Maria Ângela da Luz escreveu
“Estrela negra”, sobre Ruth de Souza,
pioneira de uma época em que os atores negros eram minoria ou quase
não existiam. Ruth atuou na Atlântida e na Vera Cruz e tornou a primeira estrela negra do nosso cinema.
Vilmar Ledesma assina “Virada
Resgate e
aplausos
aos que
brilham
na arte
do Brasil
pra Lua”, sobre Etty Frazer e “Sensibilidade e paixão”, sobre Miriam Mehler. Frazer foi uma das fundadores
do Grupo Oficina, brilhou em novelas
da Tupi e marcou sua carreira principalmente em São Paulo. Seu livro
destaca sua longa união, 41 anos,
com o colega Chico Martins. Heroína
da telenovela mais longa da história
brasileira, “Redenção”, da TV Excelsior, Mehler recheia sua biografia
com histórias divertidas, dramáticas,
de uma grande batalha de sua vida
pelo direito de ser uma atriz.
RELEMBRANDO O ‘REI DA PORNOCHANCHADA’
OS QUE ESCREVEM TAMBÉM SÃO LEMBRADOS
Bem ilustrado por inúmeras fotos do diretor e
ator, a autobiografia “David Cardoso – O rei da pornochanchada”, roteirizada
por Henrique Alberto de
Medeiros Filho para a Letra Livre Editora, merecia
uma estrutura melhor.
Cardoso tem muito o que
contar em sua carreira
numa época especial da
produção cinematográfica
brasileira, seus contatos
com personalidades inesquecíveis (como os atores
Mazzaropi e Anselmo
Duarte, o jogador Pelé ou
a estrela Vera Fischer) e
suas esporádicas aparições na televisão (ele estrelou “O homem
proibido”, com Lídia Brondi, na Globo; fez “Cara a cara”, com
Débora Duarte, na Band; e participou da fase inicial de “Pantanal”, na extinta TV Manchete). Anselmo assina o prefácio do livro que revela os bastidores do cinema Boca do Lixo de São
Paulo e a realidade de quem participou de mais de 80 produções de cinema, televisão e teatro. Oitenta páginas do livro, que
poderia ser reescrito de forma mais interessante, foram dedicadas às fotografias. Uma das orelhas da obra foi escrita pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho.
O perfil de Maria Adelaide Amaral, “A emoção libertária”, foi
lançado quando a minissérie “JK”, escrita pela roteirista, brilhava no vídeo. Portuguesa de nascimento, Amaral é consagrada como escritora e bastante premiada (tem quatro prêmios
Moliére), Maria Adelaide ganhou uma biografia escrita pela
mesma autora da obra de seu colega Alcides Nogueira, a jornalista Tuna Dwek. A biografia da autora resgata sua obra literária, seu trabalho na TV (entre outros, os textos de minisséries
como “A muralha”, “Os Maias”, “A casa das sete mulheres” e
“Um só coração”) e sua incursão no teatro. “O teatro de Alcides
MONTAGEM VIVIANE SCHAAK Nogueira”, traz textos
completos e comentados e três obras denominadas por ele
como “A trilogia do
discurso moderno”.
A série Aplauso
lançou este mês três
livros dedicados à
obra da autora Renata Pallotini, por Rita
Ribeiro Guimarães;
ao crítico de cinema,
já falecido, Edmar
Pereira e a Jairo Ferreira, com o título de
“Críticas de invenção:
Os anos de São Paulo
Shinbun”.
As obras de Amaral e de Nogueira
Os muitos grupos
musicais que
cantam as
músicas do Rio
Grande do Sul são
destaque na
coluna Mercado,
sobre
lançamentos de
novos CDs.
Página 3
Download