comportamento de diferentes cultivares de soja na região de

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Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS
CURSO DE AGRONOMIA
COMPORTAMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES
DE SOJA NA REGIÃO DE INHUMAS-GO
JERÔNIMO BARBOSA
Goiânia
NOVEMBRO 2013
2
JERÔNIMO BARBOSA
COMPORTAMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES
DE SOJA NA REGIÃO DE INHUMAS-GO
Trabalho de conclusão de curso
apresentado
ao
curso
de
Agronomia
do
Centro
Universitário de Goiás, UniAnhanguera, sob orientação da
Professora Luciana Domingues B
Ferreira, como requisito para
obtenção do titulo de Bacharel em
Agronomia.
Goiânia
NOVEMBRO 2013
3
4
RESUMO
Existe grande variabilidade entre os cultivares de soja com relação e a sensibilidade à época
de semeadura e a mudanças na região de cultivo. Por isso, são importantes os ensaios
regionais de avaliação de cultivares de soja realizados em diferentes épocas em uma mesma
região. Neste trabalho objetivou-se avaliar cultivares de soja quanto ao rendimento de grãos e
características agronômicas em uma safra, em cultivo de verão (2012/2013), buscando
fornecer subsídios para a escolha adequada de cultivares para a região de Inhumas-GO.
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos inteiramente casualizados, com três
tratamentos e nove repetições, num total de 27 parcelas. As variáveis avaliadas foram:
quantidade de plantas por m², peso de matéria seca, número de vagem e produtividade. Os
dados analisados não apresentaram diferença significativa entre eles, ou seja, as três cultivares
se comportaram de maneira semelhante quanto às condições em que foram cultivadas,
entretanto a cultivar BRSGO 8560RR foi a que mais se destacou.
Palavras chave- Glycine max L. Variabilidade.
.
5
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
6
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8
2.1
Classificação botânica da Soja
8
2.2
Características Agronômicas da cultura da Soja
9
2.3
Fatores edafoclimáticos
11
2.4
Soja transgênica
12
2.5
Introdução da cultura da Soja no Brasil
13
2.6
Adubação da Soja
13
2.6.1 Nitrogênio
13
2.6.2 Fósforo
13
2.6.3 Potássio
14
2.6.4 Adubação com enxofre
15
2.6.5 Adubação com micronutrientes
16
2.6.6 Adubação foliar com macro e micronutrientes
16
2.6.7 Adubação com cobalto e molibdênio
17
2.7
Cultivares de Soja
17
3
MATERIAL E MÉTODOS
19
3.1
Localização e caracterização da área do experimento
19
3.2
Tratamento e delineamento experimental
19
3.3
Implantação e condução do experimento
19
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
20
4.1
Rendimento de Grãos
20
4.2
Peso de matéria seca
21
6
4.3
Quantidade de vagem M2
21
4.4
Quantidade de plantas por M2
22
5
CONCLUSÕES
REFERÊNCIA S
23
24
7
1 INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma das culturas que apresenta maior crescimento
em área plantada no segmento agroindustrial brasileiro. Sua expansão e o estabelecimento de
fronteiras agrícolas somente foi possível devido ao desenvolvimento de cultivares com alta
produtividade, ampla adaptação às diferentes condições edafoclimáticas e resistentes a pragas
e doenças (EMBRAPA, 2006).
A soja é uma espécie exótica para o Brasil e apresenta grande interesse
socioeconômico, em função dos teores elevados de proteína (40%) e óleo (20%), da alta
produtividade de grãos e da possibilidade de adaptação a ambientes diversos. Além disso,
vem crescendo também como fonte de óleo para produção de biocombustível. Nesse sentido,
o Brasil é considerado a grande promessa no fornecimento do esperado incremento da
demanda mundial de soja, cujo crescimento médio, nos últimos 40 anos, tem sido da ordem
de cinco milhões de toneladas por ano (GUIMARÃES et al., 2008).
A soja é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e
corresponde a 49% da área plantada em grãos do país. O aumento da produtividade está
associado aos avanços tecnológicos, ao manejo e eficiência dos produtores. O grão é
componente essencial na fabricação de rações animais e o uso crescente na alimentação
humana encontra-se em franco crescimento (MAPA, 2012).
Esta leguminosa produz grãos que são cultivados em quase toda a extensão do país,
com as maiores áreas de cultivo e de produção nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste. Mais
recentemente, seu cultivo se expandiu para as regiões Norte e Nordeste, em decorrência do
sucesso produtivo e adaptativo de cultivares melhoradas (EMBRAPA, 2001).
O cultivo de soja no Brasil tem se orientado por um padrão ambientalmente
responsável, ou seja, com o uso de práticas de agricultura sustentável, como o sistema
integração-lavoura-pecuária e a utilização da técnica do plantio direto. São técnicas que
permitem o uso intensivo da terra e com menor impacto ambiental, o que reduz a pressão pela
abertura de novas áreas e contribui para a preservação do meio ambiente (MAPA, 2012).
A indústria nacional transforma, por ano, cerca de 30,7 milhões de toneladas de soja,
produzindo 5,8 milhões de toneladas de óleo comestível e 23,5 milhões de toneladas de farelo
proteico, contribuindo para a competitividade nacional na produção de carnes, ovos e leite.
Além disso, a soja e o farelo de soja brasileiros possuem alto teor de proteína e padrão de
qualidade Premium, o que permite sua entrada em mercados extremamente exigentes como os
da União Europeia e do Japão (MAPA, 2012).
8
As principais práticas de manejo que devem ser consideradas são: a semeadura na
época recomendada para a região de produção; a escolha dos cultivares mais adaptados a essa
região; o uso de espaçamentos e densidades adequados a esses cultivares; o monitoramento e
controle das plantas daninhas, pragas e doenças e redução ao mínimo das possíveis perdas
de colheita (RITCHIE et al., 1994). Sabe-se que os fatores climáticos que condicionam o
ambiente são determinantes no grau de adaptação dos indivíduos. Medeiros et al. (1991)
relatam que as causas dos baixos níveis de rendimentos de grãos podem ser atribuída pelo
fator de aptidão climática e edáfica da região e nível de tecnologia aplicada. De acordo com
Câmara (1998), durante o seu ciclo, a planta permanece exposta a muitos fatores externos
que podem favorecer ou prejudicar a produção final.
Existe grande variabilidade entre os cultivares com relação à sensibilidade, à época de
semeadura e à mudanças na região de cultivo. Por isso, são importantes os ensaios regionais
de avaliação de cultivares de soja, realizados em diferentes épocas em uma mesma região
(PEIXOTO et al., 2000).
Este trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho de cultivares de soja no
município de Inhumas-GO, durante a safra 2012/2013.
9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Classificação botânica da soja
De acordo com Sediyama (2009), a soja pertence ao reino Plantae, filo/divisão classe
Magnoliopsida, ordem Fabales, família Fabaceae (Leguminosae), subfamília Faboideae
(Papilionoideae), gênero Glycine, espécie Glycine max e forma cultivada Glycine max (L.)
Merrill. Esta possui 2n=40 cromossomos (DONG et al., 2004). A soja, espécie exótica para o
Brasil, originou-se na costa leste da Ásia, principalmente na China, ao longo do rio Yang-Tsé.
A literatura chinesa antiga revela que a soja pode ter sido cultivada extensivamente na China e
Manchúria. Provavelmente a China é o centro genético primário e a Manchúria o centro
secundário ou centro de diversidade genética, ocorrendo a partir dessas regiões sua dispersão
geográfica (EMBRAPA, 2000).
Quanto ás características morfológicas o sistema radicular é constituído por uma raiz
principal pivotante, com ramificações distribuídas em quatro ordens. O seu caule é
ramificado, desenvolve-se á partir do eixo embrionário. O desenvolvimento é dependente do
tipo de crescimento, sendo que na maioria das cultivares o crescimento é ortótropo, podendo
sofrer influência das condições externas. Para cultivares de crescimento determinado e
semideterminado, a gema terminal transforma-se em uma inflorescência terminal. Já no
crescimento indeterminado o caule continua a crescer após o florescimento. Geralmente
plantas cultivadas em baixa luminosidade e fotoperíodos longos tornam as cultivares volúveis,
com caule delgado e podendo a tingir mais de 3 m de comprimento (MÜLLER, 1981;
SEDIYAMA, 2009).
A planta de soja possui um par de folhas simples, as quais estão inseridas opostamente
no primeiro nó, acima do nó cotiledonar; possuem pecíolos longos, porém o seu comprimento
varia em função do tipo de folha, posição da folha,
da cultivar e das condições de
luminosidade. As demais folhas são compostas, trifolioladas, cujas dimensões foliares
dependem do vigor da planta (MÜLLER, 1981; SEDIYAMA et al., 1996; SEDIYAMA,
2009).
As flores são completas e axilares ou terminais, variando de 2 a 35 por racemo, do tipo
papilionada, brancas, amarelas ou violáceas, segundo a cultivar. Os frutos, do tipo vagem, são
achatados, curtos, de 2 a 7 cm de comprimento, de cor cinzenta, amarelo-palha ou preta e
pode chegar a 400 por planta, com número de grãos variando de 1 a 5 por vagem, mas a
10
maioria das cultivares possuem 2 a 3 sementes (MÜLLER, 1981; SEDIYAMA et al., 1996;
MASCARENHAS et al., 2005; SEDIYAMA, 2009)
As sementes são geralmente elípticas e achatadas, completamente lisas e ligeiramente
brilhantes, diferindo quanto à intensidade de seu brilho em razão da presença de ceras na
superfície da cutícula. Todavia, existem cultivares que possuem sementes foscas, de cor
amarela, verde ou preta. O hilo pode apresentar variação na cor de marrom, amarela, marromclara, preta imperfeita e preta, no entanto podem ocorrer variações nas tonalidades, em razão
da origem genética e das condições de cultivo (MÜLLER, 1981; SEDIYAMA et al., 1996).
2.2 Características Agronômicas da cultura da soja
A caracterização dos estádios de desenvolvimento da planta de soja é fundamental
para a descrição dos diversos períodos ou fases de crescimento durante o ciclo da cultura. O
uso de uma linguagem unificada na descrição dos estádios de desenvolvimento agiliza o seu
entendimento porque facilita a comunicação entre os diversos públicos envolvidos com a
cultura da soja.
As características agronômicas que se buscam em cultivares de soja são: altura da
planta, altura de inserção da primeira vagem maior que 10 cm, haste herbácea, porte ereto,
resistência
ao acamamento e à deiscência das vagens, resistência a doenças, pragas e
nematoides, qualidade da semente, elevado teor de óleo e proteína, alto rendimento dos grãos,
estabilidade da produção, maturação uniforme, alta capacidade para fixação de N2, tolerância
ao alumínio e ao manganês tóxicos e período juvenil longo (PJL) ou fase não suscetível ao
fotoperíodo. Baseando-se na faixa de latitude da área de cultivo, o ciclo pode variar de 75 a
200 dias, dentro de uma estação de plantio. Estas características variam entre cultivares e são
alteradas pelas condições ambientais, local e épocas de plantio e pela densidade de semeadura
(MARCHIORI et al., 1999; YOKOMIZO et al., 2000; CARVALHO et al., 2003).
11
A metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento proposta por Fehr e
Caviness (1977), é a mais utilizada no mundo inteiro.(Figura 1)
Figura 1: Descrição dos estádios de desenvolvimento da soja proposto por Fehr e Caviness (1977).
Estádio
Vegetativo
Período
VE
Cotilédones acima da superfície do solo
VC
Cotilédones completamente abertos
V1
Folhas unifolioladas completamente desenvolvidas1
V2
Primeira folha trifoliolada completamente desenvolvida
V3
Segunda folha trifoliolada completamente desenvolvida
Vn
Ante-enésima folha trifoliolada completamente desenvolvida
Início do florescimento - Uma flor aberta em qualquer nó do
caule
R1
R2
R3
R4
Reprodutivo
Descrição
R5
Subdivisões do
estádio R5
Florescimento pleno - Uma flor aberta num dos 2 últimos
nós3 do caule com folha completamente desenvolvida.
Início da formação da vagem - Vagem com 5 mm de
comprimento num dos 4 últimos nós 3 do caule da folha
completamente desenvolvida
Vagem completamente desenvolvida - Vagem com 2 cm de
comprimento num dos 4 últimos nos com caule com folha
completamente desenvolvida
Início do enchimento do grão - Grão com 3 mm de
comprimento em vagem num dos 4 ultimos nos do caule com
folha completamente desenvolvida
• R5.1 - grãos perceptíveis ao tato (o equivalente a
10% da granação);
• R5.2 – 11% a 25% da granação;
• R5.3 – 26% a 50% da granação;
• R5.4 – 51% a 75% da granação;
• R5.5 – 76% a 100% da granação.
R6
Grão cheio ou completo - vagem contendo grãos verdes
preenchendo as cavidades da vagem de um dos 4 últimos nos do
caule com folha completamente desenvolvida
R7
Início da maturação - Uma vagem normal no caule com
coloração de madura
R8
Maturação plena 95% das vagens com coloração madura
Fonte: Escala de FEHR e CAVINESS (1977), associada ao detalhamento do estádio R5
proposto por RITCHIE et al. (1977).
A soja apresenta inúmeras pesquisas dirigidas para a obtenção de informações que
possibilitem aumentos de produtividade. Considerando que o desenvolvimento da soja é
influenciado por vários fatores ambientais, entre estes a temperatura, a precipitação pluvial, a
umidade relativa do ar, a umidade do solo e, principalmente o fotoperíodo, a época de
semeadura exerce influência decisiva sobre a quantidade e a qualidade da produção (MOTTA
et al., 2000).
12
2.3 . Fatores edafoclimaticos
Agricultura é a atividade econômica que apresenta maior dependência das condições
climáticas. Estas são as principais responsáveis pelas oscilações e frustrações das safras
agrícolas em todo o Brasil (MORAES et al., 1998). O crescimento, desenvolvimento e
rendimento da produção de soja resultam da interação entre o potencial genético de uma
determinada cultivar com o ambiente em que é cultivada. O crescimento e o desenvolvimento
da soja são medidos pela quantidade de massa seca acumulada na planta (POTAFOS, 1997).
Destacam-se a umidade, a temperatura e o fotoperíodo com os fatores ambientais que
podem influenciar diretamente a manifestação do máximo potencial genético de planta. Ou
seja, seu melhor crescimento e desenvolvimento variam entre as cultivares e de acordo com as
diferentes épocas do ano, mas que determina o genótipo para uma região (REZENDE;
CARVALHO, 2007).
A previsão de comportamento destas cultivares em um determinado local é dificultada,
visto que em latitudes semelhantes ocorrem disponibilidade térmicas diferentes, tornando-se
necessário a realização de ensaios de campo para se conhecer a fenologia das diferentes
cultivares (VERNETTI, 1983).
A soja é uma planta termo e fotossensível, tendo seu rendimento afetado pela época de
semeadura e pela temperatura do ar, esta última deve variar, preferencialmente, de 20 a 30° C,
quando a indução floral é ótima nesse intervalo, porém a temperatura ideal para seu
crescimento e desenvolvimento oscila em torno dos 30º C (EMBRAPA, 2006; SEDIYAMA,
2009).
As baixas temperaturas (inferiores a 24º C) podem provocar atrasos nas diferentes
fases, normalmente retardando o florescimento em até três dias, para cada decréscimo de
0,5ºC, enquanto o aumento excessivo com temperaturas médias superiores a 24º C, em
especial as noturnas, ocasiona rápido crescimento vegetativo, podendo provocar florescimento
precoce, distúrbios na frutificação e acelerar a maturação dos grãos, ocasionando reduções na
produção (SEDIYAMA , 1996).
A população é fator determinante para o arranjo das plantas no ambiente de
produção e influencia o crescimento da soja. Dessa forma, a melhor população de plantas
deve possibilitar além do alto rendimento, altura de planta e de inserção da primeira vagem
adequada à colheita mecanizada e plantas que não acamem (GAUDÊNCIO et al., 1990).
O uso de populações de plantas muito acima da recomendada, além de não proporcionar
acréscimos no rendimento de grãos, pode acarretar riscos de perdas por acamamento e
13
aumento do custo de produção. Por outro lado, densidades muito baixas resultam em plantas
de baixo porte, menor competição da soja com as plantas daninhas e maiores perdas na
colheita (CÂMARA, 1998).
2.4 Soja transgênica
A biotecnologia disponibilizou organismos geneticamente modificados (OGMs),
popularmente conhecidos como transgênicos, que são variedades desenvolvidas pela
introdução de genes de outras espécies por meio das técnicas de engenharia genética. Essas
variedades, ditas transgênicas, podem ser obtidas pela da introdução de genes de bactérias,
proteínas ou genes de outras espécies, com o objetivo de aperfeiçoar o valor nutricional da
planta ou torná-la mais resistente a pragas e doenças ou defensivos. Em meados da década de
1980, foram obtidas e liberadas no campo as primeiras plantas geneticamente modificadas
(LEITE, 2000).
Entre os milhares de testes de vegetais transgênicos existem dois principais, plantas
resistentes à herbicidas e plantas resistentes à insetos. Na resistência a herbicidas, o mais
conhecido é o da soja Roundup Ready - RR, da Monsanto, tolerante ao herbicida Roundup, e
nome genérico glifosato (Glyphosate), da própria Monsanto, empresa multinacional
identificada com a tecnologia transgênica. A ideia geral é tornar a planta produtora resistente
ao herbicida, transferindo-lhe um gene com o código de uma proteína que funcione como
antídoto (VENTURA; PINHEIRO, 1999).
Desse modo, a aplicação do defensivo poderia ser feita a qualquer momento,
garantindo a morte de ervas daninhas sem provocar prejuízos à plantação. Já a obtenção de
cultivares com resistência às principais pragas têm como finalidade básica a diminuição da
necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Isso traz benefícios econômicos em virtude
da diminuição do custo de produção, benefícios ecológicos, por reduzir o nível de agressão ao
meio ambiente, e benefícios sociais, por permitir que o cultivo da soja seja praticado por
agricultores com menor disponibilidade de capital e de equipamentos para aplicação de
defensivos (VENTURA; PINHEIRO, 1999).
14
2.5 Introdução da Cultura da Soja no Brasil
A introdução da soja no Ocidente deu-se a partir do século XVIII quando, em 1739,
foi introduzida experimentalmente na Europa. O primeiro relato do comportamento da soja foi
em 1804, nos Estados Unidos, onde foi cultivada como forrageira e, posteriormente, como
produtora de grãos. Já os primeiros relatos de estudos científicos feitos com soja nos Estados
Unidos, foram em 1879, no Rutgers Agricultural College, em New Jersey, onde as primeiras
variedades utilizadas eram originárias da China (FEDERIZZI, 2005).
A introdução dessa cultura no Brasil ocorreu em 1882 quando alguns genótipos de
origem desconhecida foram experimentalmente cultivados e estudados por Gustavo D’Utra,
professor da Escola Agrícola da Bahia (SANTOS, 1988). Posteriormente, esses genótipos
foram semeados na região sul, onde tivera uma melhor adaptação, face às condições
bioclimáticas serem mais semelhantes àquelas das regiões tradicionais de cultivo
(VERNETTI, 1983)
O cultivo comercial da soja no Brasil
iniciou nas décadas de 70 e 80, com o
desenvolvimento de programas de melhoramento genético da cultura. Atualmente com as
técnicas de melhoramento genético podem-se melhorar praticamente todas as características
de interesse agronômico (CAVALCANTE et al., 2010).
2.6 Adubação da Soja
2.6.1 Nitrogênio
O elemento mais requerido pela soja é o Nitrogênio. Portanto, para uma produção de
3.000 kg/ha, há a necessidade de 246 kg de Nitrogênio, que são obtidos, em pequena parte, do
solo (25% a 35%) e, na maior parte, pela fixação simbiótica do nitrogênio (65% a 85%).
Quando a adubação for feita com adubo formulado, cuja fórmula possua nitrogênio e esta seja
de menor custo que a mesma fórmula sem Nitrogênio, pode-se utilizá-la na semeadura desde
que não ultrapasse 20 kg de N/hectare (POTAFOS, 1994).
2.6.2 Fósforo
A indicação da quantidade de nutrientes, principalmente em se tratando de adubação
corretiva, é feita com base nos resultados da análise do solo. Na Tabela 1 são apresentados os
teores de P extraível, obtidos pelo método Mehlich 1, e a correspondente interpretação,
quevaria em função dos teores de argila. Duas proposições são apresentadas para a indicação
15
de adubação fosfatada corretiva: a correção do solo de uma só vez, com posterior manutenção
do nível de fertilidade atingido e a correção gradativa através de aplicações anuais no sulco de
semeadura (Tabela 2) (EMBRAPA, 2011).
Tabela: 1. Classificação do teor de P (mg-dm-3) quanto ao teor de argila presente no solo.
Fonte: SOUSA; LOBATO (1996).
Tabela :2 Interpretação de análise de solo para indicação de adubação fosfatada (fósforo extraído
pelo método Mehlich I), para solos de Cerrado.
Fonte: SOUSA ; LOBATO (1996).
2.6.3 Potássio
A indicação para adubação corretiva com potássio, de acordo com a análise do solo, é
apresentada na Tabela 3. Esta adubação deve ser feita a lanço, em solos com teor de argila
maior que 20%. Em solos de textura arenosa (< 20% de argila), não se deve fazer adubação
corretiva de potássio, devido às acentuadas perdas por lixiviação. Na semeadura da soja,
como manutenção, aplicar 20 kg de K2O para cada 1.000 kg de grãos que se espera produzir
(POTAFOS, 2006).
16
Tabela: 3. Adubação corretiva de potássio para solos de Cerrados com teor de argila >20%, de
acordocom dados de análise de solo
Fonte: SOUSA; LOBATO (1996).
2.6.4 Adubação com Enxofre
O enxofre (S) é um elemento essencial às plantas. Os solos de Goiás, assim como os
solos de outros estados da Região Central do Brasil são naturalmente deficientes em S,
sendo frequente a deficiência visual deste nutriente, que pode ser visualizada tanto em
pastagens degradadas, como nas culturas anuais como a soja. Para determinar a necessidade
de enxofre deve-se fazer a análise de solo em duas profundidades, 0 a 20 cm e 20 a 40 cm,
devido à mobilidade deste nutriente no solo e o seu acúmulo na camada de 20 a 40 cm
(SOUZA, 2004).
A Tabela 4 apresenta as quantidades recomendadas, de acordo com a classe de teores
no solo. Os níveis críticos são 10 mg dm-3 e 35 mg dm-3 para solos argilosos (> 40% de
argila) e 3 mg dm-3 e 9 mg dm-3 para solos arenosos (≤ 40% de argila), respectivamente nas
profundidades 0 a 20 cm e 20 a 40 cm (Sfredo et al., 2003). Considerando a absorção e a
exportação do nutriente, a adubação de manutenção corresponde a 10 kg de S para cada 1.000
kg de produção de grãos esperada. No mercado, encontram-se algumas fontes de enxofre, que
são: gesso agrícola (15% de S), superfosfato simples (12% de S) e “flor” de enxofre ou
enxofre elementar (98% de S). Além disso, há várias fórmulas N-P-K no mercado que contém
S (EMBRAPA, 2011).
17
Tabela: 4 . Indicação de adubação de correção e de manutenção com enxofre (S), conforme as
faixas
de teores de S no solo (mg dm-3),a duas profundidades no perfil do solo, para a cultura da
Soja no Brasil. 2ª aproximação.
Fonte: SFREDO et al. (2003).
2.6.5 Adubação com micronutrientes
Para a prevenção da deficiência em micronutrientes em solos sob Cerrado, recomendase sua aplicação nas seguintes dosagens: Zn: 4 a 6 kg/ha; B: 0,5 a 1,0 kg/ha; Cu: 0,5 a 2,0
kg/ha; Mn: 2,5 a 6,0 kg/ha; Mo: 50 a 250 g/ha; Co: 50 a 250 g/ha. As fontes podem ser
solúveis ou insolúveis em água, desde que o produto satisfaça a dose indicada. Para
reaplicação de qualquer um desses micronutrientes, utilizar a análise foliar como instrumento
indicador (POTAFOS, 1994).
2.6.6 Adubação foliar com macro e micronutrientes
No caso da deficiência de manganês (Mn), constatada por meio de exame visual,
indica-se a aplicação de 350 g ha-1 de Mn (1,5 kg MnSO4) diluído em 200 litros de água
com 0,5% de uréia (EMBRAPA, 2011).
18
2.6.7 Adubação com cobalto e molibdênio
As indicações técnicas atuais desses nutrientes são para aplicação de 2 a 3 g de Co e
12 a 25 g de Mo/ha via semente ou em pulverização foliar, nos estádios de desenvolvimento
V3-V5 (SFREDO; OLIVEIRA, 2008).
2.7 Cultivares de Soja
A divulgação de cultivares de soja é feita todo e ano e especifica para cada estado, e
todas essa cultivares estão inscritas no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (RNC/MAPA), Porém,
existem um número
considerável de cultivares registradas que não constam nas tabelas, pelo fato de não ter sido
apresentadas nas Reuniões de Pesquisa de Soja na Região Central do Brasil (RPSRCB).
Cultivares melhoradas, portadoras de genes capazes de expressar alta produtividade, ampla
adaptação e boa resistência/tolerância a fatores bióticos ou abióticos adversos, representam
usualmente uma das mais significativas contribuições à eficiência do setor produtivo
(EMBRAPA, 2011).
Especificação dos cultivares de soja que foram utilizados no projeto:
BRSGO 7950RR é um cultivar precoce com alto poder produtivo é ideal para solos
bem corrigidos. Seu ciclo em media é de 123 dias e recomendando o plantio de 240 a 320 mil
plantas/ha. Seu grupo de maturidade é 7.9, também é uma cultivar resistente a pústula
bacteriana, mancha olho-de-rã e cancro haste.
BRSGO 8560RR é um cultivar de alto potencial produtivo. Tem uma boa resistência a
nematoides formadores de galhas. Em media seu ciclo é de 128 dias, e o plantio e
recomendado de 260 a 300 mil plantas/ha. Seu grupo de maturidade é 8.5, também e um
cultivar resistentes a pústula bacteriana, mancha olho-de-rã, cancro da haste, oídio,
Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica.
BRSGO 8360 é uma cultivar de ampla adaptação elevado potencial produtivo e
estabilidade de produção. E ideal para solos bem corrigidos seu ciclo e media e de 123 dias. E
recomendado de 250 a 300mil plantas/ha. Seu grupo de maturidade e 8.1, e também e uma
cultivar resistente a pústula bacteriana, mancha olho-de-rã, cancro da haste,
oídio e
nematoide de galhas meloidogyne javanica (EMBRAPA, 2012).
A Tabela 5 apresentam as cultivares de soja indicados para o estado de Goiás e
Distrito federal, por grupo de maturação, visando facilitar a tomada de decisão dos usuários
19
quanto às épocas de semeadura, à diversidade de ciclos das cultivares nas propriedades e aos
sistemas de sucessão/rotação com outras culturas (EMBRAPA, 2011).
Tabela: 5 . Cultivares de soja indicadas para o Estado de Goiás e o Distrito Federal, presentadas nas
Reuniões de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil e inscritas no Zoneamento Agrícola de
Soja Safra 2011/2012.
Fonte: (EMBRAPA, 2012).
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e caracterização da área do experimento
O experimento foi instalado em dezembro de 2012, na Escola Agropecuária Senador
João Abrahão Sobrinho, BR 070 km, Município de Inhumas-GO. O solo foi caracterizado
como Latossolo Vermelho, sendo que a cultura antecessora ao experimento foi braquiária. As
cultivares trabalhadas nesse experimento foram: BRSGO79S50RR, BRS8560RR e
BRSGO8360.
3.2. Tratamentos e delineamento experimental
O experimento
foi instalado
casualizados, com três tratamentos
seguindo o delineamento em blocos inteiramente
e nove repetições, num total de 27 parcelas, cada
tratamento correspondendo a uma cultivar.
O experimento ocupou uma área de 162m x 80m = 12.960 m². As plantas foram
dispostas no espaçamento de 0.50m x 6,25cm, para manter uma população de plantas de
320.000 planta/ha, sendo que cada parcela foi constituído de 15.360 plantas. Cada bloco
ocupou 480 m² e contou com 414.720 plantas no experimento.
3.3. Implantação e condução do experimento.
O plantio
foi
realizado de forma convencional com duas
gradagens e um
nivelamento. As sementes foram tratadas com 150 ml de inoculantes e 50 ml de fungicidas
Standak para cada 50 kg de sementes. A adubação realizado na planta foi de 360g de 00 30
15/ 10 m linear.
As variáveis analisadas foram: peso da matéria seca, quantidade de vargem por planta,
numero de plantas por m² e produção.
21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Rendimentos de grãos
Analisando as cultivares separadamente pode-se observar que
não houve uma
diferença significativa estatisticamente mas a variedade que mas se destacou foi a cultivar
BRSGO 8560RR com uma produtividade media de (1853 kg/ha) em seguida veio a BRSGO
8360 com uma produtividade de (1725 kg/há) e por ultimo a cultivar BRSGO 79S50RR com
uma produção de (1672 kg/ha).
Figura: 2. Valores coletados de grãos por M² das diferentes cultivares de soja
MÉDIA DE GRÃOS POR M²
190
185
180
175
170
165
160
155
Cultivres
BRSGO 8560RR
BRSGO 8360
BRSGO 7950RR
22
4.2 Peso de material seca
Figura: 3. Valores coletados de matéria seca por M².
MÉDIA DE MATÉRIA SECA POR M²
700
600
500
400
300
200
100
0
Cultivares
BRSGO 8560RR
BRSGO 8360
BRSGO 7950RR
4.3 Media de vagem por M²
Tabela: 8. Valores coletados de vagem por M².
MÉDIA DE VAGEM POR M²
1200
1000
800
600
400
200
0
Cultivares
BRSGO 8560RR
BRSGO 8360
BRSGO 7950RR
23
4.4 Médias de Plantas por M²
Tabela: 8. Valores coletados de numero de plantas por M² .
MÉDIA DE PLANTA POR M²
30
25
20
15
10
5
0
Cultivares
BRSGO 8560RR
BRSGO 8360
BRSGO 7950RR
24
5 CONCLUSÕES
A região de Inhumas/GO é propícia para desenvolvimento da cultura de soja, visto
que as cultivares apresentaram características agronômicas desejáveis durante experimento.
Os dados analisados não apresentaram diferença significativa entre eles, ou seja, as três
cultivares se comportaram de maneira semelhante quanto às condições em que foram
cultivadas, entretanto a cultivar BRSGO 8560RR foi a que, mas se destacou.
25
26
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