a importância da coterapia com animais no tratamento de

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A IMPORTÂNCIA DA COTERAPIA COM ANIMAIS NO
TRATAMENTO DE DIVERSAS PATOLOGIAS
BÜCHELE Daniele Santos1; CAMARGO, Maria Aparecida Santana2
O presente trabalho teve como objetivo ressaltar a importância da coterapia com animais
no tratamento de variadas patologias. É um estudo de origem descritiva, com caráter bibliográfico,
sendo que os dados foram obtidos de forma indireta, ou seja, retirados de outra fonte já coletada.
Os primeiros conceitos da Psicologia Analítica foram formulados no início do século passado pelo
psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Após o encontro entre a médica e psiquiatra brasileira Nise da
Silveira e Jung, iniciou-se o desenvolvimento da Psicologia Analítica no Brasil. Nise não aceitava
as técnicas psiquiátricas da época, então optou por outra forma de tratamento, pouco valorizada na
Psiquiatria: a Terapia Ocupacional. Em 1955, após um fato inusitado, Nise decidiu implantar a
coterapia com animais. Ela percebeu a facilidade com que esquizofrênicos se vinculavam a cães.
Em seu trabalho pioneiro com essas pessoas, a médica desenvolveu o conceito de afeto catalisado.
Nise não via os animais apenas como animais de estimação, mas como companheiros e possíveis
auxiliares para se ter uma outra visão sobre o mundo. Ela parte da idéia de que é importante que o
paciente conte com a presença não invasiva de um coterapeuta que permaneça com ele,
funcionando como ponto de apoio seguro, a partir do qual o doente possa se organizar
psiquicamente. A utilização de animais como parte de um programa terapêutico foi registrada pela
primeira vez no século IX, na Bélgica, onde pessoas com necessidades especiais foram
autorizadas a cuidar de animais domésticos. Na década de 1960, assiste-se ao ressurgimento deste
tipo de terapia graças ao psicólogo americano Boris Levinson. Este descobriu que o contato com
animais poderia ser benéfico para o desenvolvimento de crianças com problemas de socialização
ou com algumas doenças. Hoje em dia, as teorias de Levinson são levadas muito a sério. Está
comprovado que a convivência com animais faz bem à saúde física e mental dos seres humanos
de qualquer idade, qualquer que seja a sua problemática. Em 1997, a equoterapia foi reconhecida
como “método terapêutico” pelo Conselho Federal de Medicina. Tal experiência aprimora a
propriocepção profunda e proporciona estimulações vestibulares melhorando, assim, as noções de
equilíbrio, distância e lateralidade. Desde 2004 um grupo de profissionais vem utilizando a
Terapia Assistida por Animais (TAA) no acompanhamento de pacientes com demência no Centro
de Referência para Doença de Alzheimer do Hospital Universitário de Brasília (HU-UnB). Em
São Paulo, a Organização Brasileira de Interação Homem-Animal Cão Coração (OBIHACC), um
grupo de profissionais da saúde, também comemora os resultados positivos obtidos com a
aproximação entre cães e pacientes. Mesmo animais menos convidativos ao toque podem
desempenhar papel terapêutico e educativo. Na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
Alimentos da Universidade de São Paulo, em Pirassununga, são usados moluscos há seis anos no
Projeto Dr. Escargot, que atende crianças com deficiências físicas e problemas de aprendizagem.
Sendo assim, conclui-se que a utilização da coterapia, realizada através de várias espécies de
animais, obteve resultados positivos no tratamento de diversas patologias humanas. Entre estas
patologias estão a paralisia cerebral, o autismo, a síndrome de down, a doença de Alzheimer, as
deficiências físicas e as deficiências de aprendizagem, podendo tornar-se uma terapia ocupacional
de grande valor se implantada em diversas unidades de saúde.
1 Acadêmica do 6º semestre do Curso de Ciências Biológicas da UNICRUZ. E-mail [email protected]
2 Professora e Pesquisadora Integrante do Grupo de Pesquisa em Estudos Humanos e Pedagógicos da
UNICRUZ. E-mail [email protected]
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