DOSSIER DE IMPRENSA SOS TERRA – LIVE EARTH A Causa São, pelo menos, quatro os problemas ambientais globais com os quais a humanidade se confronta no nosso tempo: alterações climáticas; destruição da camada do ozono; a extinção de espécies e consequente perda de biodiversidade e os poluentes orgânicos persistentes. O aquecimento global é o sintoma maior de que o planeta está doente. Uma doença que irá potencialmente desencadear alterações irreversíveis e graves na Terra. E é para esta realidade que se juntam esforços no sentido de sensibilizar a população mundial, os decisores políticos e as forças económicas. Há que alterar modos de vida e de convivência com o planeta em que vivemos. Al Gore, antigo vice-presidente norte-americano, pretende, até 2009, um novo tratado internacional que contribua de forma significativa para a diminuição do Aquecimento Global do Planeta. O seu documentário “Uma verdade inconveniente” tornou-se um poderoso veículo de alerta e sensibilização para esta questão. Mas Al Gore quis fazer mais. Com a ajuda de mais de 100 estrelas da música mundial organizou o SOS Terra – Live Earth. Gore espera que o mega evento seja um sucesso e um marco na luta por um mundo melhor. O Live Earth vai pedir aos cidadãos de todo o mundo que se comprometam a fazer mudanças nas suas vidas e a motivar outras pessoas, comunidades, empresas e governos para que reduzam as emissões de CO2 em 90 por cento, até 2050. Os últimos anos confirmaram que todos os problemas ambientais globais – desde a destruição da camada do ozono, às alterações climáticas passando pela perda de biodiversidade – estão directamente relacionados com a actividade humana, em especial com o aumento da população, o consumo e a tecnologia. A concentração de CO2 e de outros gases de efeito de estufa na atmosfera é consequência directa da intensificação da actividade humana, especialmente da actividade económica, fortemente baseada nos combustíveis fósseis (carvão e petróleo). Se continuarmos a consumir e a emitir as taxas de gases que provocam efeitos de estufa como temos feito até agora, a sobrevivência da espécie humana e toda a vida na Terra corre graves riscos. A actividade económica, tal como a conhecemos hoje, é contrária ao conceito de desenvolvimento sustentável. A sociedade de mercado, cujo paradigma são os EUA, é característica de todos os países industrializados, correspondendo a 1/4 da população mundial e a um consumo de cerca de 60-80% dos combustíveis fósseis e minerais. A única forma de resolver os problemas ambientais globais será mantendo a actividade económica dentro dos limites ecológicos da biosfera, bem como combatendo a pobreza, uma vez que ela própria é causa da degradação ambiental. No entanto, devido às desigualdades persistentes entre os diferentes países e economias esta é uma questão política de difícil resolução, tendo em conta que estão em causa muitos e distintos interesses. O que é o aquecimento global? A energia solar entra na atmosfera sob a forma de ondas de luz e aumenta a temperatura da Terra. Uma parte dessa energia aquece a terra e é depois “reenviada” para o espaço sob a forma de ondas infravermelhas. Em condições normais, uma porção da radiação infravermelha emitida é naturalmente retida pela atmosfera, o que é bom porque mantém a temperatura da Terra dentro de parâmetros confortáveis. Os gases com efeito de estufa sobre Vénus, por exemplo, são tão espessos que as temperaturas são demasiado elevadas para o ser humano. Os gases com efeito de estufa que rodeiam Marte quase não existem, pelo que aí a temperatura é demasiado baixa. O problema que se coloca é que esta fina camada da atmosfera está a tornarse mais espessa devido às enormes quantidades de dióxido de carbono - e de outros gases com efeito de estufa - atirados para a atmosfera pelo ser humano. À medida que esta se torna mais espessa, retém uma grande quantidade de radiação infravermelha, que, se assim não fosse, se escaparia da atmosfera e continuaria a avançar pelo Universo. Em resultado disso, a temperatura da atmosfera da terra e dos oceanos está a aumentar perigosamente. O CO2 é o principal dos gases com efeito de estufa (responsável por cerca de 80% do total de emissões de gases com efeitos de estufa), mas existem outros. Uma determinada quantidade de gases com este efeito é benéfica. Sem eles a temperatura média da superfície da terra andaria pelos 18 graus negativos. Quando queimamos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão) nas nossas casas, carros, fábricas e centrais de energia, quando abatemos ou queimamos florestas ou quando produzimos cimentos, lançamos CO2 para a atmosfera. Tal como o CO2, o metano e o óxido nitroso são anteriores à nossa presença na Terra, mas sofreram um aumento gigantesco por nossa causa. Cerca de 60 por cento do gás metano existente actualmente na atmosfera é obra humana, provindo de aterros, da pecuária, da queima de combustíveis fósseis, do tratamento de águas residuais… A actividade humana acrescentou 17% da quantidade de óxido nitroso presente na atmosfera apenas no decurso da era industrial, devido aos fertilizantes, aos combustíveis fósseis, aos incêndios das florestas e aos resíduos das colheitas. O hexafluoreto, os PFC e os HFC são gases com efeito de estufa produzidos exclusivamente pela actividade humana, sendo libertados para a atmosfera por indústrias como as da fusão do alumínio e a de fabrico de semicondutores, bem como pelos sistemas de transmissão e distribuição da electricidade que ilumina as cidades. Também estes estão a aumentar. O que vai acontecer É já no próximo dia 7 de Julho que, ao longo de mais de 24 horas, vai poder assistir a um espectáculo global composto por uma maratona de concertos que juntará mais de 100 artistas em torno de uma causa comum: alertar para os perigos decorrentes do aquecimento global. Com a presença de muitos dos principais nomes da música actual, o SOS Terra – Live Earth é um evento à escala planetária que pretende sensibilizarnos para as profundas alterações climáticas e para as suas consequências na vida de todos nós. Através de uma cobertura alargada, que irá abranger vários meios de comunicação (TV, rádio, Internet e canais wireless), o SOS Terra – Live Earth será um marco na luta por um Planeta melhor. Este evento surge da vontade de várias organizações como a Alliance for Climate Protection, a The Climate Group e outras entidades internacionais que se preocupam com o Aquecimento Global. Al Gore é o impulsionador e o rosto mais mediático por detrás deste evento cuja missão é fazer com que cidadãos, corporações e governos adoptem comportamentos e políticas capazes de fazer frente a uma possível crise climática. O SOS Terra – Live Earth terá em Nova Iorque, Londres, Joanesburgo, Rio de Janeiro, Shangai, Tóquio, Sydnei e Hamburgo os seus principais palcos, aos quais se une a cidade de Lisboa, com um concerto no Pavilhão Atlântico que junta nomes grandes da música nacional. Todos os locais que receberão este acontecimento foram concebidos com preocupações ambientais, sobretudo ao nível da utilização racional de energia e na gestão do impacto da sua presença no Ambiente. Os Sete Pontos pela defesa do Planeta Al Gore e a organização do Live Earth emitiram um apelo à comunidade internacional. É um pedido aos cidadãos do mundo para que alterem as suas vidas em prol de um Planeta melhor. Os sete pontos da “Convocatória para a acção”: - Exigir que todos os países do mundo assinem, até 2009, um tratado internacional que contribua para a redução em 90 por cento das emissões poluentes de CO2. Com a diminuição do aquecimento global, a próxima geração herdará um Planeta mais saudável; - Adoptar comportamentos individuais que ajudem à resolução da crise climática, através da redução ao máximo das emissões de CO2 para a atmosfera. Agir no sentido de neutralizar o CO2 produzido durante o dia-a-dia; - Lutar para impossibilitar a construção de novas centrais incineradoras que não tenham capacidade de filtragem eficiente de CO2; - Trabalhar para aumentar a eficiência energética de cada casa, local de trabalho, escola e meio de transporte; - Lutar por legislação e políticas que incentivem o uso de fontes de energia renováveis e reduzam a dependência do petróleo e carvão; - Plantar novas árvores e juntar os cidadãos em grupos civis para ajudar na preservação e protecção das florestas; - Apoiar iniciativas que invistam em soluções para a resolução da crise climática, contribuindo para a construção de um mundo mais sustentável, justo e próspero, já neste século XXI.