ii congresso sammg 11 a 13 de outubro / 2013

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Revista Médica de Minas Gerais
23/S3
volume 23 • suplemento 3
Outubro / 2013
issn 0103-880 X
RMMG
Revista Médica de Minas Gerais
volume 23 • suplemento 3
Outubro / 2013
a rmmg é resultado da parceria entre as seguintes Instituições
II CONGRESSO SAMMG
11 A 13 DE OUTUBRO / 2013
issn 0103-880 X
Expediente
Corpo Editorial
EDITOR GERAL
Uma publicação do
INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM SAÚDE (IEPS)
Conselho Curador (mandato – 2012/2014):
Lincoln Lopes Ferreira (AMMG) – Presidente •
Helton Freitas (UNIMED BH) – Vice-presidente •
Amélia Maria Fernandes Pessôa (Sinmed) •
Francisco José Penna (Faculdade de Medicina da UFMG) •
João Batista Gomes Soares (CRM-MG) •
Lucas Vianna Machado (FCMMG-Feluma) •
Marcelo Gouveia Teixeira (SMSa-PBH)
Conselho Diretor (mandato 2010/2014):
Lincoln Lopes Ferreira – Diretor Presidente •
Amélia Maria Fernandes Pessôa – Diretor Vice-presidente •
Helton Freitas – Diretor Administrativo-Financeiro
Conselho Fiscal (mandato 2010/2014):
Ciro José Buldrini Filogonio •
Cristiano Gonzaga da Mata Machado •
Lucas Vianna Machado
Mantenedoras/Apoio:
Associação Médica de Minas Gerais – AMMG •
Cooperativa Editora e de Cultura Médica Ltda – COOPMED •
Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais – CRM-MG •
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG •
Faculdade de Medicina da UFMG – FM/UFMG •
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – SES/MG •
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – SMSa/BH •
Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais – SINMED-MG •
Unimed-BH Cooperativa de Trabalho Médico Ltda – UNIMED-BH
Conselho Gestor da RMMG:
Amélia Maria Fernandes Pessôa (Sinmed) •
Cláudio de Souza (CRM-MG) •
Francisco José Penna (FM-UFMG) •
Helton Freitas (Unimed) •
José Ricardo de Paula Xavier Vilela (Coopmed) •
Luciana Costa Silva (AMMG) •
Lucas Viana Machado (FCMMG) •
Marcelo Gouveia Teixeira (SMSa-BH)
Editor Geral:
Enio Roberto Pietra Pedroso
Editor Administrativo:
Maria Piedade Fernandes Ribeiro Leite
Enio Roberto Pietra Pedroso
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
EDITORES ASSOCIADOS
Cirurgia
Alcino Lázaro da Silva
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Revisores:
Magda Barbosa Roquete de Pinho Taranto (Português) •
Maria Piedade Fernandes Ribeiro Leite (Normalização) •
Maria Rita Dumond Viana (Inglês)
Andy Petroianu
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Produção Editorial:
Folium
Clínica Médica
Tiragem:
2500 exemplares
Indexada em:
LILACS-Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde;
PERIÓDICA-Índice de Revistas Latinoamericanas;
LATINDEX – Sistema Regional de Información em Línea para
revistas Científicas da América latina, El Caribe y Portugal.
ISSN: 0103-880X
e-ISSN: 2238-3181
Disponível em:
www.rmmg.org
Faculdade de Medicina da UFMG:
<http://rmmg.medicina.ufmg.br/>
Biblioteca Universitária da UFMG:
<https://www.bu.ufmg.br/periodicos/revista-medica-de-minas-gerais>
Portal de Periódicos CAPES:
<http://www-periodicos-capes-gov-br.ez27.periodicos.capes.gov.br/>
Afiliada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC)
Início da Publicação: v.1, n.1, jul./set. 1991
Periodicidade: Trimestral
Normas para publicação, instruções aos autores e submissão
de manuscritos estão disponíveis em: <www.rmmg.org>
Correspondências e Artigos:
Revista Médica de Minas Gerais –
Faculdade de Medicina da UFMG
Av. Prof. Alfredo Balena, 190 – Sala 12. CEP: 30130-100
Belo Horizonte, MG – Brasil. Telefone: 55-31-3409-9796
e-mail (artigos): [email protected]
Submissão de artigos: www.rmmg.org
Tarcizo Afonso Nunes
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
David de Pádua Brasil
Faculdade de Ciências Médicas de MG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Manoel Otávio da Costa Rocha
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Ginecologia e Obstetrícia
Fernando Marcos dos Reis
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Pediatria
Ennio Leão
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Dulciene Maria Magalhães Queiroz
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Luiz Henrique Perocco Braga
McMaster University, Department of Surgery/Urology
Hamilton, Ontário, Canadá
Edmundo Anderi Júnior
Faculdade de Medicina do ABC
São Paulo, SP – Brasil
Manoel Roberto Maciel Trindade
Departamento de Cirurgia da UFRGS
Porto Alegre, RS – Brasil
Enio Cardillo Vieira
Instituto de Ciências Biológicas da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Marco Antonio de Avila Vitoria
Organização Mundial da Saude – OMS
Genebra, SUIÇA
Fábio Leite Gastal
Hospital Mãe de Deus
Porto Alegre – RS, Brasil
Marco Antonio Rodrigues
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Fabio Zicker
Organizaçao Mundial da Saúde
Genebra, SUIÇA
Maria Inês Boechat
Dept. of Radiological Sciences
David Geffen School of Medicine at UCLA
University of Califórnia
Los Angeles – CA, USA
Federico Lombardi
Universtá degli Studi di Milano
Milano, ITALY
Francisco José Dutra Souto
Universidade Federal do Mato Grosso
Cuiabá – MT, Brasil
Genival Veloso de França
Centro de Ciências da Saúde da UFPB
João Pessoa – PB, Brasil
Georg Petroianu
Department of Cellular Biology &
Pharmacology Herbert Wertheim
College of Medicine
Florida International University
Miami, FL – USA
Mauro Martins Teixeira
Instituto de Ciências Biológicas da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Mircea Beuran
Clinical Emergency Hospital Bucharest
Bucharest, ROMENIA
Naftale Katz
Fundação Oswaldo Cruz,
Centro de Pesquisas René Rachou
Belo Horizonte – MG, Brasil
Nagy Habib
Imperial College London. Department of Surgery
London, UK
Gerald Minuk
University of Manitoba, Department of Internal Medicine
Manitoba, CANADA
Nicolau Fernandes Kruel
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e UNISUL
Florianópolis. SC – Brasil
Geraldo Magela Gomes da Cruz
Faculdade de Ciências Médicas de MG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Nilson do Rosário Costa
Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Saúde Mental
Giselia Alves Pontes da Silva
Centro de Ciências da Saúde da UFPE
Recife – PE, Brasil
Humberto Corrêa da Silva
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Henrique Leonardo Guerra
PUC Minas
Belo Horizonte – MG, Brasil
Orlando da Silva
Department of Paediatrics, UWO
Neonatal Intensive Care Unit
London, Ontario, Canadá
Maria do Carmo Barros de Melo
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Saúde Coletiva
Maria da Conceição J. Werneck Côrtes
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
CONSELHO EDITORIAL
Ahmed Helmy Salem
Assiut University Hospitals & Faculty of
Medicine Tropical Medicine &
Gastroenterology Department
Assiut EGYPT
Aldo da Cunha Medeiros
Centro Ciências da Saúde da UFRN
Natal – RN, Brasil
Almir Ribeiro Tavares Júnio
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Antônio Luiz Pinho Ribeiro
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Aroldo Fernando Camargos
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Bruno Caramelli
Faculdade de Medicina da USP
São Paulo – SP, Brasil
Bruno Zilberstein
Faculdade de Medicina da USP
São Paulo – SP, Brasil
Carlos Teixeira Brandt
Centro de Ciências da Saúde da UFPE
Recife – PE, Brasil
Cor Jesus Fernandes Fontes
Faculdade de Medicina da UFMT
Cuiabá – MT, Brasil
Henrique Neves da Silva Bittencourt
Centre Hospitalier Universitaire Sainte-Justine –
Universite de Montreal
Montreal – QC, CANADÁ
Paulo Roberto Corsi
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP
São Paulo, SP – Brasil
Pedro Albajar Viñas
Organização Mundial da Saúde
Genebra, Suiça
Jacques Nicoli
Instituto de Ciências Biológicas da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Pietro Accetta
UFF / Faculdade de Medicina
Niterói – RJ – Brasil
Jair de Jesus Mari
Faculdade de Medicina da UNIFESP
São Paulo – SP, Brasil
Protásio Lemos da Luz
Universidade de São Paulo – Incor
São Paulo – SP, Brasil
João Carlos Pinto Dias
Centro de Pesquisas René Rachou-FIOCRUZ
Belo Horizonte – MG, Brasil
Renato Manuel Natal Jorge
Universidade do Porto
Porto – Portugal
João Carlos Simões
Curso de Medicina da Faculdade Evangélica do Paraná
( FEPAR)
Curitiba, PR – Brasil
Roberto Marini Ladeira
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
Belo Horionte – MG, Brasil
João Galizzi Filho
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Rodrigo Correa de Oliveira
Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas
René Rachou, Laboratório de Imunologia
Belo Horizonte – MG, Brasil
José Carlos Nunes Mota
Departamento de Medicina da UFS
Aracaju, SE – Brasil
Ruy Garcia Marques
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – RJ, Brasil
José da Rocha Carvalheiro
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP
São Paulo, SP – Brasil
Sandhi Maria Barreto
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Leonor Bezerra Guerra
Instituto de Ciências Biológicas da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
Sérgio Danilo Pena
Instituto de Ciências Biológicas – UFMG
Núcleo de Genética Médica – GENE
Belo Horizonte – MG, Brasil
Luiz Armando Cunha de Marco
Faculdade de Medicina da UFMG
Belo Horizonte – MG, Brasil
William Hiatt
Colorado Prevention Center
Denver, Colorado, USA
23/S3
Editorial
Mensagem do Presidente do II Congresso SAMMG
Diferentes percepções e abordagens adotadas por médicos de distintas especialidades são observadas na
prática da interconsulta, cenário em que a Medicina e seu principal objeto de estudo, o paciente, são segmentados em porções cada vez menores de conhecimento. Ainda nessa linha, são formados especialistas extremamente conceituados em cada tipo de doença. Mas, e o doente?
Não me interprete mal. A aquisição de todo o conhecimento médico por apenas um indivíduo torna-se tarefa
utópica e portadores de afecções raras necessitam de profissionais que compreendam bem casos bastante específicos para darem prosseguimento terapêutico adequado.
No âmbito da educação médica, por outro lado, na qual estudamos para nos formarmos inicialmente generalistas,
vivemos a era do encaminhamento. Aprendemos cada sistema anatomofisiológico separadamente e nos faltam direções para podermos trilhar entre aspectos psicossociais e emocionais. A complexidade do paciente se contrapõe aos
raros momentos em que somos cobrados a montar todo o quebra-cabeça, e apenas algumas peças nem sempre bastam.
Os Congressos da Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais surgiram em meio a essas reflexões, com o intuito de contribuir na integralização do conhecimento médico ao estudante de Medicina. Um
dos braços do evento, a participação ativa dos congressistas no intercâmbio científico proporcionado no II
Congresso SAMMG, é registrada neste suplemento. Fica aqui evidente a grande complexidade dessa jornada que
avançou alguns passos nos dias 11, 12 e 13 de outubro de 2013.
Que essa iniciativa não se restrinja a apenas um evento.
E o desafio de integrar continua.
Leonardo Antunes Mesquita
Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG
Presidente do II Congresso SAMMG
Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais – Gestão 2013
PRESIDENTE
Erickson Ferreira Gontijo
COORDENADOR CIENTÍFICO
Leonardo Antunes Mesquita
SECRETÁRIO GERAL
Matheus Santos Alves Ferreira
COORDENADORA CULTURAL
Myrian Goulart Caldas
SECRETÁRIO GERAL DE FINANÇAS
José Carlos Domingues Júnior
COORDENADOR DE ENSINO MÉDICO
Júlio Boriollo Guerra
SECRETÁRIA DE RELAÇÕES EXTERNAS
Bruna Fernanda Gomes de Morais
COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO
Marina Costa Leite
23/S3
sumário
1 • Editorial
3 • Comissão Organizadora
5 • Programação Científica
10 • Sumário dos Resumos
12 • Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia
chagásica: protocolo de estudo caso-controle
Capa: Logomarca do II Congresso SAMMG.
18 • Hiperidrose compensatória, uma revisão:
fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
23 • Pediatria de A a Z: o uso do meio digital
para divulgação de informações sobre
saúde – a experiência do projeto
Observatório da Criança e do Adolescente
da Universidade Federal de Minas Gerais
28 • Epidemiologia e análise de sobrevida
de pacientes com melanoma metastático
de sítio primário conhecido e desconhecido
34 • Resumos
34 • Temas Livres
36 • Pôsteres
2
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
23/S3
II CONGRESSO SAMMG
COMISSÃO ORGANIZADORA
PRESIDENTE
Leonardo Antunes Mesquita
TESOUREIRO
José Carlos Domingues Júnior
SECREATÁRIA GERAL
Myrian Goulart Caldas
COMISSÃO CIENTÍFICA
Bruna Fernanda Gomes de Morais
Kamila Reder Monte-Mor
Gustavo Fernandes Ferreira
Alessandra Pinheiro Caminhas
Ana Carolina Martins Faria de Abreu
Ana Elisa Resende Tavares
Ana Flávia Vieira Ferreira
Andreza de Jesus Prates
Astaruth Guimarães Froede
Augusto Biagioni de Almeida Linhares
Beatriz Santos Cordeiro
Brenno Lopes Lima Lages
Bruna Haueisen Figueiredo
Brunno Barbalho Cardoso
Camilla Santos Santiago
Carla Oliveira Vinhal
Carolina Maziero Versiani
Caroline Alves Moreira da Silva
Clarice Garcia Valadares Xavier
Daniela Prates Horta
Eduarda Lara Resende
Eduardo Prados de Carvalho
Felipe Augusto Azeredo Leão
Fernanda Scaramello Gonçalves
Filipe Camargo de Carvalho
Flavia Emy Onaga Rezende de Souza
Flávia Lage Gonçalves
Guilherme Nogueira Santana
Gustavo Alvarenga Bicalho
Henrique Bicalho Rosa
Henrique Solis F. de Mendonça
Isabela Lage Pimenta
Isabelle C. Oliveira
Jéssica Fernandes dos Anjos
Júlia Pessoa de Assis
Juliana Alves da Silva
Karen Figueiredo de Magalhães
Larissa Figueiredo Vieira
Letícia Mattos Menezes
Lucas Rodrigues de Castro
Lucas Tarabal da Matta
Luisa Linhares de Carvalho Carim
Maíra Amorim Silveira Santos
Marcela Thiemi
Mariana Mendes Teixeira
Marina Bernardes Leão
Marina Buldrini Filogônio Tecaidareau
Morgana Beckler de Moro
Pamela de Souza Haueisen Barbosa
Paula Alves Pinheiro
Paula Braga Fernandes
Pedro Damião Jansen
Pedro Paulo Martins Alvarenga
Poliana de Araújo Gonçalves
Rafael Pereira Freitas Mendes
Raphael William Coelho da Rocha
Rebeca da Silva Gusmão
Renata Silva Lima
Romero Vitor Silva Junior
Sílvia Lunardi Rocha
Teruã Borges de Oliveira
William Rodrigues Alves
COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO
Felipe Vale de Araújo
Breno Augusto Silva de Resende
Bruna Mota Machado Gomes
Débora de Pádua Monteiro
Fernanda Alves Morais Ferreira
Fernanda Fonseca Martins Costa
Filipe Ferreira Lemos
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
3
Flávio dos Santos Campos
Gabriela Resende Pretti
Haroldo Oliveira de Freitas Júnior
Hercules Hermes Riani Martins Silva
Juliana Cristina de Oliveira Lima
Laura Amaral Quintino da Silva
Rafael Pereira Mansur
Raissa Naiara Barros
Raquel Fernandesde Barros
Renata Arruda Cerqueira
Sofia Pereira Tironi
Thyago Oliveira de Queiroz
Werlley Meira de Oliveira
Wilson Ferreira de Souza Neto
COMISSÃO CULTURAL
Jéssica da Cruz Arantes
Aline Alves Pacheco
Aluísio Miranda Reis
Ana Laura Rabelo Soares Pereira
Anna Cecília Santana do Amaral
Bruna Veloso
Fernanda Luiza Alberto Braga
Ian Cunha Ribeiro Christoff
Izabelle Queiroz dos Santos
Jonathan Phillip Souza Sá
Laís Domingues Silva
Laura Defensor Ribeiro
Lorena Carolina Moura Pereira
Paula Siqueira Lima
Vivian Santos Teixeira
COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERNAS
Rosiane Santos Goulart
Marina Resende Barata
Diego Oliveira da Mata
Leandro Ricardo Aquino Santos
Márcio Antônio Ferreira Arantes Júnior
Nathália Ribeiro Notaro
Tiago Henrique Guimarães Pereira
COMISSÃO DE LIGAS ACADÊMICAS
Aline Andrade Godinho
Cássia Verçosa Jardim
Fabiana Gomes Lopes
Édio Henrique do Carmo Barros
Marcelo Carlos Dias de Souza
COMISSÃO ESTRUTURAL
Teruã Borges de Oliveira
4
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
Bárbara Lopes Farace
Ana Luiza Paione Rezende
Bruna Macedo
Bruna Sodré Reis
Bruno Ricardo de Oliveira
Caio Fontes
Daniel Messias Martins Alves Neiva
Daniela Moreno Fagundes
Dheyvisson Nazareth Rodrigues da Silva
Fernando Henrique de Assis
Filipe Bruno Fernandes
Francisco Serapião da Silva Júnior
Guilherme Massote Fontanini
Gustavo Contim Rodrigues
Isabela Pinto Braga
Ítalo Ponsá Pinto
Jéssica de Cássia Mendes Eleutério
Kamilla Fernanda Babilônia Corrêa
Karen de Almeida Prado Rabello
Karolline Souza Guimarães
Larissa Magalhães
Lucia Cristina de Carvalho
Mariana Fauster
Michelly Monteiro Braz
Mônica Araújo
Rafael Pinetti Quemelli
Renato Fernades Júnior
Amanda Vieira Couto
Sophia Cerceau Pinto Coelho
COMISSÃO FINANCEIRA
Marina Costa Leite
Ajna Rocha Guadalupe
Ana Luiza Gatti Machado
Daniel I. Silveira Almeida
Ester Gomes Amorim
Gleydson Tadeu Correia Bambirra
Gustavo Henrique Borges de brito
Izabela Guimaraes Vieira Coelho
Laís Martins Magalhães Almeida
Marina Gontijo Pinto
Marina Mafra Carvalhais
Natália Nicolai Gomes
Nataly Barros Ubaldo Pereira
Pedro de Mello Nogueira
Pedro Henrique Costa Serra
Renata Campolina Veloso
Rômulo Santos Peçanha Rezende
Talita Cardoso Rios
Thassio Siman
Thiago Dutra Schaefer Matins
Valéria Yasmine Marinelli Vicente
programação científica
PRÉ-CONGRESSO
Horário
11/10 – SEXTA (18h às 22h)
Assuntos Controversos em Medicina: Derrubando Estigmas
Local: Auditório Borges da Costa
18h00 às 18h30
Palestra de abertura: Medicina Baseada em Evidências: Estamos no caminho certo? Palestrante: Dra. Vera Lúcia Ângelo Andrade
18h35 às 18h55
Conferência: Como diferenciar gripe e resfriado? Palestrante: Dr. Florentino Fernandes Junior
19h00 às 19h30
Intervalo
19h35 às 20h35
Mesa Redonda: Atualizações em Medicina do Exercício e do Esporte
19h35 às 19h55
Quando e com qual objetivo indicar atividades aeróbias e anaeróbias Palestrante: Dr. João Antônio da Silva Júnior
19h55 às 20h15
Lesões músculo-esqueléticas: Utilizamos bolsa de água quente ou água fria? Palestrante: Dr. Lucas de Castro Boechat
20h15 às 20h35
Diferenças na avaliação e orientação do atleta de elite e o atleta de "final de semana" Palestrante: Dr. Marconi Gomes da Silva
20h40 às 21h00
Conferência: Arnica e suas propriedades medicinais Palestrante: Dr. Weslei Luiz de Oliveira
21h05 às 21h25
Conferência: A relação entre consumo de álcool e doenças cardiovasculares Palestrante: Dr. Felipe Lopes Prado
21h30 às 22h00
Palestra Welch Allyn: As novas tecnologias no diagnóstico básico Palestrante: Camila Cristina da Silva
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
5
12/10 – SÁBADO (08h às 12h)
Salas Multidisciplinares
Horário
Local e Tema
Teatro Oromar
Cardiologia, Pneumologia e Otorrinolaringologia
Auditório Borges da Costa
Cirurgia, Nefrologia e Imaginologia
08h00 às 08h20
Conferência: Novos métodos de diagnóstico
de cepas do M. tuberculosis resistentes aos fármacos:
Aplicabilidade no Brasil
Palestrante: Dra. Silvana Spíndola de Miranda
Conferência: Indicações para a realização de
transplante pancreático
Palestrante: Dr. Márcio Lauria
08h25 às 08h35
Tema Livre: Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: estudo caso-controle
Autor: Priscila Isa de Resende
Tema Livre: hiperidrose compensatória, uma revisão:
fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
Autor: Rômulo Santos Peçanha Rezende
08h40 às 09h20
Simpósio: As duas faces da Rinoplastia
Simpósio: Desafios em Nefrologia
08h40 às 09h00
Indicações e realização de rinosseptoplastia funcional
Palestrante: Dr. Paulo Fernando Tormin Borges Crosara
Síndrome Hepatorrenal: Diagnóstico precoce
e procedimentos terapêuticos
Palestrante: Dra. Cláudia Alves Couto
09h00 às 09h20
Rinoplastia estética: como e quando realizar
Palestrante: Dr. Sérgio Moreira
Qual a conduta frente à Nefropatia por IgA?
Palestrante: Dra. Silvana Miranda
09h25 às 10h10
Caso Clínico: Caso integrando Cardiopatias e Eletrocardiografia
Apresentadora: Dra. Rosália Morais Torres Debatedores: Dra. Rose
Mary Ferreira Lisboa da Silva e Dr. Carlos Eduardo de Souza Miranda
Caso Clínico: Caso abordando o Nódulo Pulmonar Solitário
Apresentador: Dr. Daniel Bonomi
Debatedora: Dra. Silvana Spíndola de Miranda
10h10 às 10h40
Intervalo
10h40 às 12h00
Mesa Redonda: Incorporando os novos conceitos sobre
a síndrome da apneia obstrutiva do sono
Mesa Redonda: Enfrentando as malformações
renais e disfunções do trato geniturinário
10h40 às 10h55
Conceitos, epidemiologia e identificação do paciente com SAOS
Palestrante: Acad. Marina Buldrini
Principais malformações renais e indicações terapêuticas
Palestrante: Acad. Pedro Damião Jansen
10h55 às 11h10
De respirador oral à evolução para SAOS
Palestrante: Dra. Cláudia Pena Galvão dos Anjos
Conduta e repercurssões clínicas na vigência
de malformações não diagnosticadas
Palestrante: Aline Aparecida Campos Reis
11h10 às 11h25
Impactos e repercussões clínicas ao paciente com SAOS
Palestrante: Dr. Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas
Abordando a disfunção erétil
Palestrante: Dr. Antônio Peixoto de Lucena Cunha
11h25 às 11h40
Diagnóstico definitivo e terapêutica subsequente
para o tratamento da SAOS
Palestrante: Dra. Eliane Viana Mancuzo
Procedimento cirúrgico para correção do rim em ferradura
Palestrante: Dr. Augusto Barbosa Reis
11h40 às 12h00
Discussão
Discussão
Cursos Práticos
Horário
08h00 às 12h00
6
Local e Tema
Salas 5, 6 e 7
Urgências e Emergências Neurológicas
Auditório José Bolivar
Acidentes com Animais Peçonhentos
Palestrantes: Dr. Rodrigo Moreira Faleiro,
Dr. Marco Túlio Reis e Dr. Augusto César de Jesus dos Santos
Palestrantes: Dra. Cecília Haddad, Dra. Luciana Silveira, Dra.
Solange Magalhães
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
Atividades Culturais
Horário
Local e Tema
Auditório Lívio Renault
Sessões Médico-Culturais
08h00 às 08h15
Apresentação da dinâmica relacionada
ao filme The Doctor
08h15 às 10h10
Sessão 1: Dr. House
Palestrante: Dr. Florentino
Fernandes Dias Júnior
Sala 2
Interativo
Lounge
Exposições
Workshop: Transmissão de Más Notícias
Palestrante: Dra. Melissa Guarieiro
Ramos Murad
“Vida Além da Medicina”
10h10 às 10h40
10h40 às 12h00
Intervalo
Sessão 2: Autópsia de Um Crime
Palestrante: Dr. Murilo Ranufo
Taveres Júnior
Dinâmica: Palhaçoterapia
Palestrante: Zildo André Vieira Flores
12h00 às 14h00
Dinâmica: Yoga
Palestrante: Juliana Fonseca Martins
Horário
Local: Salão Multimeios
12:00 às 14:00
Apresentação de Pôsteres
"Vida Além da Medicina"
12/10 – SÁBADO (14h às 18h)
Salas Multidisciplinares
Horário
Local e Tema
Teatro Oromar
Endocrinologia, Geriatria e Psiquiatria
Auditório Borges da Costa
Clínica Médica, Infectologia e Terapia Intensiva
14h00 às 14h20
Conferência: Quando suspeitar e como
diagnosticar a Síndrome de Cushing?
Palestrante: Dr. Paulo Augusto Carvalho Miranda
Conferência: Impactos clínicos e tratamento
de bactérias multiresistentes
Palestrante: Dra. Mariana de Carvalho Melo
14h25 às 14h35
Tema Livre: O uso de metilfenidato em pacientes com distúrbio
de déficit de atenção e em pessoas saudáveis
Autor: Thaís Ferraz Fernandes
Tema Livre: Uso racional da vancomicina através das
características de susceptibilidade de bactérias isoladas
em pacientes hospitalizados
Autor: Rafael Bernardi de Oliveira
14h40 às 15h20
Simpósio: Situações adversas em Geriatria
Simpósio: Clínica Médica: Como eu faço?
14h40 às 15h00
Como abordar os vícios no paciente idoso?
Palestrante: Dr. Frederico Duarte Garcia
Prevenção e identificação de lesões de
órgãos-alvo em pacientes com DM2
Palestrante: Dr. Paulo Fernando Meira
15h00 às 15h20
Queixas de mémoria no envelhecimento: normal ou
patológico? Como diagnosticar e avaliar
Palestrante: Dr. João Carlos Barbosa Machado
Diferenciação e tratamento das cefaleias
Palestrante: Dr. Ricardo Oliveira Horta Maciel
15h25 às 16h10
Caso Clínico: Caso integrando
transtornos de humor e de personalidade
Apresentador: Dra. Cíntia Satiko Fuzikawa
Debatedores: Dr. Bruno Cópio Fábregas e Dr. Hugo Prais
Caso Clínico: Caso abordando as hepatites
Apresentador: Dr. Rodrigo Dias Cambraia
Debatedores: Dra. Luciana Diniz Silva e
Guilherme Santiago Mendes
16h10 às 16h40
Intervalo
16h40 às 18h00
Mesa Redonda: Abordando a iatrogenia medicamentosa
Mesa Redonda: Sepse: O que precisamos saber?
16h40 às 16h55
Qual o limite entre a iatrogenia, o erro médico e
as atitudes do próprio paciente?
Palestrante: Acad. Carla Oliveira Vinhal
Principais agentes etiológicos e
situações clínicas predisponentes
Palestrante: Acad. Beatriz Santos Cordeiro
Continua...
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
7
... continuação
Salas Multidisciplinares
Horário
Local e Tema
Teatro Oromar
Endocrinologia, Geriatria e Psiquiatria
Auditório Borges da Costa
Clínica Médica, Infectologia e Terapia Intensiva
16h55 às 17h10
Interações medicamentosas mais comuns:
Quais as repercussões e como evitar?
Palestrante: Patricia Drumond Ciruffo
Sinais de alerta na suspeita de sepse
Palestrante: Dra. Mariana de Carvalho Melo
17h10 às 17h25
Dois extremos: o hipertireoidismo iatrogênico
Palestrante: Dra. Luciana Sarmento Drumond
Controvérsias no tratamento da sepse:
O uso de corticoides é realmente benéfico?
Palestrante: Dr. Alexandre Braga de Miranda
17h25 às 17h40
Iatrogenia medicamentosa em pacientes idosos: Como lidar?
Palestrante: Dr. Marco Túlio Gualberto Cintra
Abordagem da sepse grave, choque séptico, síndrome de
disfunção de múltiplos órgãos e terapias adjuntas
Palestrante: Dr. Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas
17h40 às 18h00
Discussão
Discussão
Cursos Práticos
Local e Tema
Horário
14h00 às 18h00
Salas 5
Improvisações
Médicas Magaiver
Salas 6
Exame Físico
de Ortopedia
Salas 7
Revisando o
Exame Físico
Auditório José Bolivar
Instrumentação e
Paramentação Cirúrgica
Palestrantes: Dr. Igor de
Oliveira Claeber Siqueira,
Dr. Christian Morato de
Castilho e Dr. Fabiano
Gonçalves Guimarães
Palestrantes: Dr. Jader
Andrade Neto, Dr. Pedro Ivo,
Dr. Henrique Cembranelli,
Dr. Leandro Leão Marim,
Dr. Frederico Zatti,
Palestrantes:
Dr. Ricardo Menezes
(13h às 17h)
Palestrantes: Gisele Teixeira
de Oliveira Andrade
Atividades Culturais
Horário
14h00 às 16h10
Local e Tema
Auditório Lívio Renault
Sessões Médico-Culturais
Sala 2
Interativo
Lounge
Exposições
Sessão 3: The Doctor
(Exibição do filme + Devolutiva da dinâmica)
Palestrante: Dr. Wellerson Durães de Alkmim
Workshop: Relação Médico-Paciente
Palestrante: Dr. Enio Pietra Pedroso
Quadros e Charges: LOR
Sessão 4: You Don't Know Jack
Palestrante: Dr. Luiz Guilherme de Mendonça
Dinâmica: Musicoterapia com Tambores
Palestrante: Marina Horta Freire
16h10 às 16h40
16h40 às 18h00
Intervalo
Solenidade de Abertura
Horário
Tema
19h00 às 20h00
8
Mesa de Abertura
20h00 às 20h10
Lançamento do Projeto se Liga
20h10 às 20h50
Conferência magna: A doença na família do médico
Palestrante: LOR
21h00 às 22h00
Apresentação Stand Up: Grupo Queijo, Comédia e Cachaça
22h00
Coquetel
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
Quadros e Charges: LOR
13/10 – DOMINGO (10h às 14h)
Salas Multidisciplinares
Horário
Local e Tema
Teatro Oromar
Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia
Auditório Borges da Costa
Hematologia, Oncologia e Pediatria
10h00 às 10h20
Conferência: Endarterectomia x Angioplastia na abordagem da
estenose carotídea
Palestrante: Dr. Túlio Pinho Navarro
Conferência: Diagnóstico precoce do câncer pediátrico
Palestrante: Dr. Lucas Teiichi Macedo Monteiro de Castro
Hyodo
10h25 às 10h35
Tema Livre: Placenta humana como modelo de treinamento
microvascular e endovascular
Autor: Austen Venâncio Drummond
Tema Livre: Eventos adversos nos pacientes da unidade de
internação pediátrica de um hospital universitário
Autor: Valéria Yasmine Marinelli Vicente
10h40 às 11h20
Simpósio: Ortopedia em foco
Simpósio: A Pediatria do dia-a-dia
10h40 às 11h00
Opções de tratamento para instabilidade do ombro no paciente jovem
Palestrante: Dr. Ubiratan Brum de Castro
Como realizar o manejo da obesidade infantil?
Palestrante: Dra. Valéria de Melo Rodrigues e Oliveira
11h00 às 11h20
Lesão meniscal no atleta: sutura ou meniscectomia?
Palestrante: Dr. Thiago Ildefonso Dornellas Torres
Diagnóstico e repercussões clínicas da HAS em crianças
Palestrante: Dr. Nonato Mendonça Lott Monteiro
11h25 às 12h10
Caso Clínico: Caso integrando Medicina Forense,
Balística e Trauma
Apresentador e Debatedor: Dr. Leo Bordoni
Caso Clínico: Caso envolvendo alterações hematológicas
Apresentador: Dra. Andréa Conceição Brito
Debatedor: Dr. Nonato Mendonça Lott Monteiro
12h10 às 12h40
Intervalo
12h40 às 14h00
Mesa Redonda: Dificuldades no
atendimento do paciente politraumatizado
Mesa Redonda: O comportamento das leucemias
12h40 às 12h55
O que fazer e o que não fazer no momento do acidente?
Palestrante: Acad. Ana Carolina Abreu
Leucemia secundária ao tratamento antineoplásico
Palestrante: Acad. Glauber Coutinho Eliazar
12h55 às 13h10
Fraturas expostas: Fixação definitiva ou provisória?
Palestrante: Dr. Robinson Esteves Santos Pires
Leucemia mieloide aguda em crianças
Palestrante: Dra. Nelma Cristina Diogo Clementino
13h10 às 13h25
Atendimento inicial do paciente neurológico grave
Palestrante: Dr. Walter Ariel Perez Lozada
Leucemia mieloide aguda em adultos
13h25 às 13h40
A propedêutica inicial de imagem da coluna para o paciente
vítima de politraumatismo
Palestrante: Dr. Marco Túlio Reis
Quando não tratar?
13h40 às 14h00
Discussão
Discussão
Cursos Práticos
Horário
10h00 às 14h00
Local e Tema
Salas 5, 6 e 7
Atendimento Inicial à Urgência
Auditório José Bolivar
Curso de Sutura Professor Alcino Lázaro da Silva
Palestrantes: Dr. Yorghos Michalaros, Marcella de Araújo Fonseca
Palestrante: Dr. Cirênio Almeida Barbosa
Atividades Culturais
Horário
10h00 às 12h10
Local e Tema
Auditório Lívio Renault
Sessões Médico-Culturais
Sala 2
Interativo
Lounge
Exposições
Sessão 5: Amor e Outras Drogas
Palestrante: Prof. Fabrício de Araujo Moreira
Workshop: Direito Médico Palestrante:
Aline de Souza Lima Dias Paes Nahass
Oficina: Caricaturas
Ciência e Espiritualidade
Palestrante: Dra. Leonor Bezerra Guerra
Dinâmica: Medicina Indígena
Palestrante: Adana Kambeba
12h10 às 12h40
12h40 às 14h00
14:30 às 16:00
Intervalo
Oficina: Caricaturas
Premiação e Encerramento
Local: Teatro Oromar
Sorteio de um kit High End da Welch Allyn
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
9
Sumário dos Resumos
Temas Livres
TL01 - EVENTOS ADVERSOS NOS PACIENTES DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.......34
TL02 - HIPERIDROSE COMPENSATÓRIA, UMA REVISÃO: FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO..................................34
TL03 - O USO DE METILFENIDATO EM PACIENTES COM DISTÚRBIO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E EM PESSOAS SAUDÁVEIS.........34
TL04 - PLACENTA HUMANA COMO MODELO DE TREINAMENTO MICROVASCULAR E ENDOVASCULAR.........................................35
TL05 - PREDITORES PARA DESENVOLVIMENTO DE ARRITMIA
VENTRICULAR MALIGNA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA: ESTUDO CASO-CONTROLE........................................................................35
TL06 - USO RACIONAL DA VANCOMICINA ATRAVÉS DAS CARACTERÍSTICAS
DE SUSCEPTIBILIDADE DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS.........................................................................35
Pôsteres
PO01 - A DIFICULDADE DIAGNÓSTICA NO TUMOR TROFOBLÁSTICO DO LEITO PLACENTÁRIO: UM RELATO DE CASO...............36
PO02 - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA...........................................................................................................36
PO03 - ABORDAGEM CRITERIOSA NO PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES IDOSOS: UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA......36
PO04 - ANÁLISE COMPARATIVA DA OCORRÊNCIA DE ÓBITOS EM CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME TRIADAS PELO
PROGRAMA ESTADUAL DE TRIAGEM NEONATAL DE MINAS GERAIS NOS PERÍODOS DE 1998-2003 E 2007-2012............................37
PO05 - ANÁLISE DE MUTAÇÃO NO GENE KRAS EM PACIENTES
BRASILEIROS COM CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS................................................................................................37
PO06 - ANÁLISE DO PERFIL E EVOLUÇÃO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS EM BELO HORIZONTE/MG......................................37
PO07 - ANTISSEPSIA DAS MÃOS: ÁLCOOL 70% É SUFICIENTE?..................................................................................................................38
PO08 - ASCITE URINÁRIA: RELATO DE CASO................................................................................................................................................38
PO09 - ASSOCIAÇÕES ENTRE COGNIÇÃO, QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE NA ESQUIZOFRENIA..................................38
PO10 - ASSOCIAÇÃO DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E HEPATITE B CRÔNICA E A IMPORTÂNCIA
DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE CIRROSE HEPÁTICA E FIBROSE DE SYMMERS: RELATO DE CASO....................................39
PO11 - AVALIAÇÃO E CORRELAÇÃO DE SINTOMAS E DISTÚRBIOS DA CONDUÇÃO ATRIOVENTRICULAR
ENCONTRADOS EM IDOSOS SUBMETIDOS A ELETROCARDIOGRAFIA DINÂMICA PELO MÉTODO HOLTER...................................39
PO12 - AVALIAÇÃO INTEGRADA: UM INSTRUMENTO PARA A
INTERDISCIPLINARIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO.....................................................................................39
PO13 - AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ALTERAÇÕES HORMONAIS, EM MULHERES NO MENACNE COM DISFUNÇÃO SEXUAL.....40
PO14 - BENZODIAZEPÍNICOS E QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS.......................................................................................40
PO15 - CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA: ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS.....................40
PO16 - COMO A BIÓPSIA DO LINFONODO SENTINELA (BLS) É APLICÁVEL
E ACURADA NO ESTADIAMENTO DO MELANOMA DE CONJUNTIVA (MC).............................................................................................41
PO17 - DELEÇÃO DA INTERLEUCINA-4 INIBE A DEPLEÇÃO DE GLUTATIONA E REDUZ LESÃO HEPÁTICA POR PARACETAMOL........41
PO18 - DEPRESSÃO E ABUSO DE SUBSTÂNCIAS ENTRE MÉDICOS............................................................................................................41
PO19 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES DEMENCIAIS........................................................................................................42
PO20 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA GRAVIDEZ........................................................................42
PO21 - DIETA EXTENSAMENTE AQUECIDA NO TRATAMENTO DA ALERGIA ALIMENTAR....................................................................42
10
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
PO22 - DISTRIBUIÇÃO DAS DÚVIDAS DE ALUNOS EM INTERNATO RURAL DE ACORDO COM ESPECIALIDADE MÉDICA..............43
PO23 - DOENÇA FALCIFORME NA GESTAÇÃO: COMPLICAÇÕES NO BINÔMIO MATERNO-FETAL.......................................................43
PO24 - EXISTE DIFERENÇA DE SOBREVIDA GLOBAL ENTRE PACIENTES COM MELANOMA COM
SÍTIO PRIMÁRIO CONHECIDO COMPARADO AOS PACIENTES COM MELANOMA PRIMÁRIO DESCONHECIDO?.............................43
PO25 - FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CAROTÍDEA E
OCLUSÃO BILATERAL DE ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA: RELATO DE CASO........................................................................................44
PO26 - FISIOPATOLOGIA DA FEBRE REUMÁTICA - REPERCUSSÕES CARDÍACAS DA DOENÇA............................................................44
PO27 - HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA FISIOPATOLOGIA...............................................................44
PO28 - HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA AGUDA DE ORIGEM ANEURISMÁTICA....................................................................................45
PO29 - HEPATITE AUTOIMUNE: EVOLUÇÃO CLÍNICA E RESPOSTA AO TRATAMENTO EM CRIANÇAS E ADULTOS.........................45
PO30 - INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA: AS DIVERSAS OPÇÕES DE TRATAMENTO..........................................................................45
PO31 - MECANISMOS DE REGRESSÃO NATURAL DE NEOPLASIAS............................................................................................................46
PO32 - MELANOMA CUTÂNEO: SISTEMATIZAÇÃO DA BIÓPSIA NAS LESÕES PRIMÁRIAS....................................................................46
PO33 - NEUROIMUNOLOGIA, GENÔMICA FUNCIONAL E NEUROIMAGEM:
UMA ABORDAGEM INTEGRADA NO ESTUDO DA FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DA EPILEPSIA REFRATÁRIA........................46
PO34 - O ÍNDICE DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO CLIMATÉRIO E PÓS-MENOPAUSA UMA REVISÃO DE LITERATURA.......47
PO35 - O MEIO DIGITAL NA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE PEDIATRIA – PROJETO OBSERVATÓRIO
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE / PEDIATRIA DE A A Z, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.................................47
PO36 - O PAPEL DA CIRURGIA BARIÁTRICA NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO II.......................................................47
PO37 - O USO DO SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO FETAL..........................................................................................48
PO38 - PENTALOGIA DE CANTRELL: RELATO DE CASO..............................................................................................................................48
PO39 - PERFUSÃO ISOLADA DE MEMBROS NO MELANOMA......................................................................................................................48
PO40 - PERSPECTIVAS FUTURAS PARA O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER (DA)...........................49
PO41 - RELATO DE CASO: CISTO BRONCOGÊNICO COMO UM TIPO DE MASSA MEDIASTINAL...........................................................49
PO42 - RELATO DE CASO: ERITEMA PIGMENTAR FIXO RELACIONADO AO USO DE DIPIRONA E NIMESULIDA...............................49
PO43 - RELATO DE CASO: SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR (SVCS).................................................................................................50
PO44 - RETINOPATIA DECORRENTE DO DIABETES MELLITUS, UMA REVISÃO DA LITERATURA.......................................................50
PO45 - SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL: RELATO DE CASO...........................................................................................................................50
PO46 - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: UM CONFLITO ÉTICO-PROFISSIONAL – RELATO DE CASO............................................................51
PO47 - TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: ASPECTOS GERAIS.............................................................................................................................51
PO48 - TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS: UMA COMPLEXA ÁREA ENTRE A PSIQUIATRIA E A CLÍNICA MÉDICA.......................51
PO49 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME METABÓLICA:
PRINCIPAIS TÉCNICAS E SEUS EFEITOS ABORDADOS EM UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA.....................................52
PO50 - TRIAGEM DE SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E HIPOPNEIA ATRAVÉS DE
HOLTER DE 24 HORAS, EM IDOSOS ACIMA DE 75 ANOS E CORRELAÇÃO COM AS ARRITMIAS DETECTADAS................................52
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52
11
EXPERIMENTAL
Preditores para desenvolvimento de arritmia
ventricular maligna na cardiopatia chagásica:
protocolo de estudo caso-controle
Predictors for development of malignant ventricular arrhythmia in Chagas heart disease: case-control study protocol
Bárbara Carolina Silva Almeida1, Priscila Isa de Resende1, Laura Lopes Nogueira Pinto2,
André Assis Lopes do Carmo3, Manoel Otávio da Costa Rocha4, Antônio Luiz Pinho Ribeiro5
RESUMO
Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Belo Horizonte, MG – Brasil.
2
Acadêmica do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil.
3
Médico cardiologista e eletrofisiologista.
Pós-graduando do Programa de Infectologia e
Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da UFMG.
Belo Horizonte, MG – Brasil.
4
Médico Infectologista. Professor Titular do
Departamento de Clínica Médica e Coordenador do
Centro de Pós-graduação da Faculdade de Medicina
da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil.
5
Médico. Professor Titular do Departamento de Clínica
Médica da Faculdade de Medicina, Diretor Geral do Hospital das Clínicas da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil.
1
Introdução: A doença de Chagas acomete três a quatro milhões de brasileiros. O curso clínico da doença é extremamente variável e aproximadamente um terço dos pacientes infectados desenvolve doença cardíaca potencialmente letal, incluindo arritmias ventriculares
malignas e insuficiência cardíaca. Os mecanismos eletrofisiológicos mais frequentemente
envolvidos na morte súbita nos chagásicos são representados pela taquicardia ventricular e
fibrilação ventricular. Objetivo: Descrever protocolo de estudo que busca preditores da evolução para a morte por arritmia na doença de Chagas. Metodologia: Está sendo estudada a
associação de arritmias malignas com marcadores relacionados à repolarização ventricular
(microalternância de onda T e intervalo Tpeak a Tend - TpTe) e aqueles relacionados ao parasitismo e à inflamação, além dos marcadores clássicos de risco na cardiopatia chagásica.
Trata-se de estudo do tipo caso-controle e a amostra estimada foi de 240 pacientes chagásicos, sendo 120 casos (arritmia ventricular) e 120 controles (sem arritmia ventricular). Esses
pacientes são submetidos a: entrevista médica e exame físico; eletrocardiograma, com
medida do intervalo TpTe na derivação V5; ecocardiograma, holter de 24h e teste ergométrico; dosagem de TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES, BDNF, NT-proBNP e de PCR
para Trypanosoma cruzi. Resultados e conclusões: O presente estudo pretende fornecer informações acerca da fisiopatologia e mecanismos patogenéticos das arritmias malignas na
doença de Chagas. A identificação de marcadores não invasivos de risco para morte súbita
tornará possível a identificação de subgrupos que se beneficiam do implante de CDI.
Palavras-chave: Cardiomiopatias; Doença de Chagas; Mortalidade; Morte Súbita; Desfibriladores Implantáveis.
ABSTRACT
Instituição:
Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte, MG – Brasil
Endereço para correspondência:
Antônio Luiz Pinho Ribeiro
E-mail: [email protected]
12
Introduction: Chagas disease affects three to four million Brazilians. The clinical course of
the disease is extremely variable, and about one third of infected patients develop life-threatening heart disease, including malignant ventricular arrhythmias and heart failure. The
electrophysiological mechanisms most frequently associated with sudden death in Chagas
disease are represented by ventricular tachycardia and ventricular fibrillation. Objective: To
study predictors of progression to death from arrhythmia in Chagas disease. Methodology :
It is being studied the association of markers of malignant arrhythmias related to ventricular
repolarization ( micro - alternation of the T wave interval and Tpeak to Tend - TpTe ) and
those related to parasitism and inflammation, in addition to the classical risk markers in
Chagas heart disease. This is a case-control study and the sample was estimated at 240
chagasic patients, 120 cases (ventricular arrhythmias ) and 120 controls (without ventricular arrhythmias) These patients are being subjected to: medical interview and physical
examination; Electrocardiogram, with measurement TpTe interval in lead V5; echocardiogram, Holter 24-hour stress test; determination of TNF sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP -1 and
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17
Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle
RANTES, BDNF, NT -proBNP and PCR for Trypanosoma
cruzi. Results and Conclusions: The present study aims
to provide information about the pathophysiology and
pathogenetic mechanisms of malignant arrhythmias
in Chagas disease. The identification of non-invasive
markers of risk for arrhythmic death will make possible to
identify patients who benefit from ICD implantation.
Key words: Cardiomyopathies; Chagas Disease; Mortality; Death, Sudden; Defibrillators, Implantable.
INTRODUÇÃO
A doença de Chagas, causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, é um grande problema médico-social
no Brasil. A doença apresenta elevada morbimortalidade e consequente impacto socioeconômico. Implica internações, absenteísmos, incapacidade física e
mortes precoces. Acomete três a quatro milhões de
brasileiros e oito a dez milhões de pessoas no mundo.
O curso clínico da doença é extremamente variável
e não são bem estabelecidos fatores determinantes
para a progressão da doença da forma indeterminada, totalmente assintomática e com prognóstico excelente,1 para formas com pior prognóstico.
Estima-se que cerca de 20 a 40% dos indivíduos
infectados irão desenvolver cardiopatia crônica,2 caracterizada por miocardite crônica, fibrose miocárdica
extensa, lesão do sistema de condução e ampla redução
do número de neurônios cardíacos, com deterioração
progressiva da função cardíaca e aparecimento de arritmias ventriculares malignas.3 Sua patogênese envolve
persistência do parasita em tecido cardíaco e lesão miocárdica imunomediada. A apresentação típica da doença cardíaca inclui três síndromes básicas: insuficiência
cardíaca, tromboembolismo e arritmias cardíacas.4-6
A morte súbita, na cardiopatia avançada ou não, é
um dos fenômenos característicos da doença de Chagas desde suas descrições iniciais. Os mecanismos
eletrofisiológicos mais frequentemente envolvidos
nesse fenômeno são a taquicardia ventricular (TV)
e a fibrilação ventricular (FV). Mais de 50% da mortalidade nos pacientes com insuficiência cardíaca é
atribuível à morte súbita cardíaca.7,8
O cardiodesfibrilador implantável (CDI) é uma
estratégia terapêutica bem aceita para a prevenção
secundária da morte súbita por fibrilação ventricular em pacientes chagásicos. Entretanto, o implante
de CDI para a prevenção primária nos pacientes com
cardiopatia chagásica não é bem estabelecido. O uso
indiscriminado do CDI não é custo-efetivo e é economicamente inviável.9 Seu implante é um procedimento in-
vasivo, com riscos intrínsecos (choques inapropriados,
pró-arritmias, complicações per e pós operatórios, problemas com os eletrodos, infecção) e que pode levar a
depressão, ansiedade e piora da qualidade de vida do
paciente.10,11 Aproximadamente 1/3 dos pacientes que
recebem o implante de CDI apresentará algum efeito
adverso.12 Além disso, não há forma adequada de definir qual paciente chagásico está em risco maior para
o desenvolvimento de arritmias ventriculares malignas,
que se beneficiaria realmente da prevenção primária.
Diversas variáveis têm sido descritas como marcadores para mortalidade na doença de Chagas. Entretanto, nesses estudos prognósticos, as populações são
heterogêneas e incluem pacientes sem envolvimento
cardíaco aparente e, também, pacientes em estágio
variado de doença cardíaca;13 e quase a totalidade deles utilizou como desfecho a mortalidade geral e não a
morte arrítmica.4 Taquicardia ventricular não sustentada ao holter ou ao teste ergométrico,14-16 potenciais tardios ao ECG de alta resolução,16 taquicardia ventricular
induzida ao estudo eletrofisiológico,17 prolongamento
do intervalo QT ou aumento de sua dispersão18 e, mais
recentemente, a variabilidade da amplitude da onda T19
e níveis elevados de BNP20 são algumas das variáveis
relacionadas ao risco aumentado de morte, com a
capacidade ainda desconhecida para o desfecho de
morte por arritmias ventriculares malignas.
Embora várias características clínicas, como idade, classe funcional e disfunção ventricular esquerda tenham sido avaliadas como possíveis fatores de
risco para o desenvolvimento de arritmias fatais, a
sensibilidade e a especificidade de qualquer teste
isolado para prever arritmias fatais são limitadas.21
Há considerável interesse no desenvolvimento
de estratégias capazes de predizer a evolução para
a morte súbita por arritmias malignas na doença de
Chagas; e o estabelecimento de estratificação de risco para tal evolução é necessário para viabilizar uma
possível estratégia terapêutica de prevenção primária com o implante do CDI.
OBJETIVO
Buscar preditores da evolução para a morte por arritmia na doença de Chagas para, assim, selecionar de
forma adequada os pacientes para o implante do CDI.
Enfatizar-se-á o estudo de marcadores relacionados à
repolarização ventricular (microalternância de onda T e
intervalo Tpeak a Tend - TpTe) e aqueles relacionados ao
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17
13
Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle
parasitismo (PCR quantitativo) e à inflamação (TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES e BDNF), além dos
marcadores clássicos de risco na cardiopatia chagásica.
Marcadores relacionados
à repolarização ventricular
A - Microalternância de onda T: a microalternância de onda T foi descrita em 1994 como um método
simples e eficaz de predizer o risco de morte súbita
na cardiopatia isquêmica.22 O teste de microalternância de onda T é um exame fácil de realizar, não invasivo, com sensibilidade e especificidade adequadas
para prever arritmias fatais. O sistema HearTwave®
II é capaz de identificar microalternância de onda T
que, por sua vez, associa-se fortemente ao aparecimento de taquiarritmias ventriculares fatais,23-25 em
diferentes condições clínicas. Em metanálise recente, concluiu-se que a microalternância de onda T tem
poder preditor elevado tanto na cardiopatia isquêmica como em outras cardiopatias, com valor preditivo
negativo de 97% e risco relativo de 3,7.26 Entretanto,
não existem estudos sobre o valor prognóstico da microalternância de onda T na cardiopatia chagásica.
B - Intervalo TpTe: o intervalo medido do pico
da onda T ao final onda T no ECG de 12 derivações
(Tpeak to Tend, TpTe) é uma medida da dispersão da
repolarização transmural do ventrículo esquerdo e seu
prolongamento representa um período de potencial
vulnerabilidade para a ocorrência de arritmias ventriculares reentrantes.27,28 O intervalo TpTe tem sido associado ao aumento de mortalidade nas síndromes do
QT longo adquirido e congênito,29 na cardiomiopatia
hipertrófica com mutação na troponina I,30 em pacientes submetidos à angioplastia primária por infarto agudo do miocárdio31 e também na população geral.32 No
entanto, não há qualquer informação correlacionando
o intervalo TpTe com a ocorrência espontânea de arritmias ventriculares malignas na doença de Chagas.
Marcadores relacionados
ao parasitismo e à inflamação
em especial no tocante aos eventos arrítmicos. Assim,
sabe-se que os níveis circulantes de marcadores inflamatórios estão aumentados na cardiopatia chagásica33,34 e que podem estar relacionados ao prognóstico
adverso.35 Em outras cardiopatias, elevados níveis de
marcadores pró-inflamatórios e de NTproBNP relacionaram-se a alta frequência de tempestades elétricas
em portadores de CDI.36 Sua relação com a arritmia
ventricular na cardiopatia chagásica é ainda incerta.
Em modelos experimentais, infiltrado inflamatório
relaciona-se ao parasitismo tecidual,37,38 fenômeno hoje
reconhecidamente importante na fisiopatologia da doença de Chagas.39 Alguns autores postulam que a intensidade do parasitismo tecidual é um importante marcador
prognóstico, o que serviu de base lógica para a realização de um grande estudo terapêutico aleatorizado de
tratamento específico com benzonidazol na cardiopatia
chagásica, o estudo BENEFIT, ainda em curso.40 É uma
hipótese atraente que focos de miocardite relacionados
ao parasitismo tecidual de baixa intensidade, associados
à fibrose, constituam-se em substrato eletrofisiológico
para a gênese das taquiarritmias ventriculares malignas.
Desse modo, o estudo das relações entre carga parasitária, marcadores de inflamação e arritmias ventriculares
malignas tem importância não só para a eventual estratificação de risco, mas também para avanço no conhecimento da fisiopatologia da doença de Chagas.
METODOLOGIA
Tipo de desenho: observacional, caso-controle
Seleção de amostra
A população em estudo consiste de pacientes chagásicos ambulatoriais e internados, com indicação de
CDI para profilaxia secundária (casos), com implante
autorizado pela comissão de alta complexidade do
SUS, segundo a Portaria no 152, de 8 de março de 2007,
e pacientes chagásicos ambulatoriais, sem história
prévia de arritmia ventricular sustentada (controles).41
Critérios de inclusão
A maioria dos estudos citados avaliou a importância de marcadores primariamente cardiológicos,
sendo que outros fatores têm sido pouco estudados,
14
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17
■■
■■
maior de 18 anos de idade;
sorologia positiva para doença de Chagas;
Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle
■■
■■
■■
■■
pacientes que apresentaram taquicardia ventricular sustentada ou fibrilação ventricular, com
indicação de CDI como profilaxia secundária de
morte súbita conforme portaria do SUS (casos);41
pacientes portadores de cardiopatia chagásica
crônica definida, sem história de arritmias ventriculares malignas, acompanhados no ambulatório
de Doenças Infectoparasitárias (controles).
Os pacientes chagásicos encaminhados para prevenção secundária de morte súbita foram alocados
no grupo “caso”. Os pacientes do grupo-controle foram obtidos entre os pacientes sem arritmias ventriculares malignas (sem CDI), selecionados do Ambulatório de Doenças Infectoparasitárias.
Critérios de exclusão
O desfecho de interesse é a arritmia maligna, definida por fibrilação ventricular e taquicardia ventricular.
As variáveis de interesse predefinidas (preditoras do
desfecho de arritmia ventricular maligna) foram: intervalo TpTe, índice de microalternância de onda T, valores da PCR quantitativa e biomarcadores inflamatórios
e NT-proBNP. As seguintes covariáveis foram consideradas na regressão logística: idade, sexo, duração do
QRS, fração de ejeção do ventrículo esquerdo ao eco,
taquicardia ventricular não sustentada ao holter e uso
de medicação antiarrítmica e betabloqueadores.
O banco de dados foi montado em Epidata e a
análise estatística feita pelo sofware SPSS versão 19.0
(Statistical Package for Social Sciences). Todos os
dados foram expressos em média e desvio-padrão,
mediana e intervalo interquartil e número absoluto
e percentagem. Para caracterização da amostra foi
utilizada estatística descritiva. Os grupos foram comparados por testes estatísticos habituais para variáveis contínuas e categóricas (teste exato de Fisher,
t de Student e Kruskal-Wallis). Utilizou-se regressão
logística para a avaliação da associação entre as variáveis de interesse e o desfecho, ajustada para as
covariáveis predeterminadas.
O cálculo amostral foi realizado a partir da estatística Wald, com a correção de Bonferroni para
comparações múltiplas. A magnitude do efeito e a variância foram extraídas de estudos similares e de dados ainda não publicados de estudos em andamento.
Considerando-se erro alfa de 0,05 e beta de 0,20 (poder estatístico de 80%), obteve-se número total de 240
indivíduos, sendo 120 casos e 120 controles.
recusa a assinar o termo de consentimento;
doenças sistêmicas associadas.
Plano de coleta dos dados
O recrutamento dos pacientes está sendo feito no
Laboratório de Marca-passo do Serviço de Cardiologia
e Cirurgia Cardiovascular do HC-UFMG, nos leitos da
Cardiologia do HC-UFMG e no ambulatório de Doenças
Infectoparasitárias do HC-UFMG. Ao primeiro contato
com o pesquisador responsável, os indivíduos selecionados receberam todas as informações sobre os procedimentos do estudo e apenas após concordarem com
a proposta assinaram termo de consentimento livre e
esclarecido para participação no projeto. Após a assinatura do termo de consentimento pós-informação, os pacientes foram submetidos aos seguintes procedimentos:
■■ entrevista médica e exame físico padronizado,
com ênfase na obtenção da classificação funcional (NYHA), uso de medicações antiarrítmicas
e betabloqueadores e reconhecimento de marcadores de acometimento cardíaco (dispneia,
síncope, palpitações, edema, elevação do pulso
venoso jugular, B3, B4);
■■ anotação em questionário padronizado da entrevista médica citada, do exame físico e dos exames laboratoriais que o paciente possui;
■■ eletrocardiograma basal de 12 derivações, com interpretação padronizada conforme código de Minessota e medida do intervalo TpTe na derivação V5;
■■ realização de ecocardiograma, holter de 24h e teste
ergométrico com pesquisa de microalternância da
onda T (MTWA);
■■ ecocardiograma com strain bidimensional;
■■ coleta de sangue para dosagem de TNF, sTNFR1,
sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES, BDNF, NT-proBNP
e PCR quantitativo para T. cruzi40.
Cálculo amostral e análise estatística
Questões éticas
O presente estudo está de acordo com os princípios éticos correntes e já foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UFMG (COEP 7918/12). Todos
os pacientes foram convidados para participação voRev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17
15
Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle
luntária no estudo após esclarecimento e assinatura
de termo de consentimento livre esclarecido.
Contribuições científicas
Esta pesquisa pretende fornecer informações
acerca da fisiopatologia e mecanismos patogenéticos das arritmias malignas na doença de Chagas,
que ainda hoje é uma das causas mais importantes
de morte precoce por doenças infecciosas no país.
A identificação de marcadores não invasivos de
risco para morte súbita torna possível identificar subgrupos que merecem atenção médica especial, direcionando condutas que objetivam prevenir a evolução
para o óbito. A melhoria dos métodos de predição de
risco arrítmico na doença de Chagas tem implicações
clínicas diretas e pode ser transposta a prática médica.
O estudo trabalha com originalidade ao incluir
na avaliação da cardiopatia chagásica o uso de técnicas na fronteira do conhecimento em nosso meio.
Outra inovação que o estudo se propõe é o fato de
buscar fatores de risco para a morte súbita por arritmia maligna nos chagásicos, sendo que os fatores de
risco de morte já estabelecidos na doença de Chagas
referem-se a risco de mortalidade geral, e não a risco
de morte arrítmica.
Ao se conseguir estabelecer fatores de risco para
morte arrítmica, o implante de cardiodesfibrilador poderá ser mais bem avaliado na estratégia de prevenção
primária de morte súbita. Por fim, é absolutamente original a relação entre os marcadores inflamatórios e a
parasitemia com arritmias malignas, o que certamente
representa uma questão com amplas implicações fisiopatológicas e terapêuticas na doença de Chagas.
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[Citado em 2013 jul. 13]. Disponível em: http://dtr2001.saude.
gov.br/sas/PORTARIAS/PORT2002/PT-987.htm
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17
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ARTIGO DE REVISÃO
Hiperidrose compensatória, uma revisão:
fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
Compensatory hyperhidrosis, a review: pathophysiology,
diagnosis and treatment
Rômulo Santos Peçanha Rezende1, Ian Rodrigues Caldeira1, Ronaldo Peixoto Gontijo1,
Matheus Marques de Oliveira Brito1, Guilherme Messias da Cunha2
RESUMO
Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH), Vespasiano, MG – Brasil.
2
Médico. Mestre em Fisiologia e Farmacologia. Professor
de Fisiologia e Medicina Geral do Adulto e do Idoso da
FASEH. Vespasiano, MG – Brasil.
1
A hiperidrose compensatória tem sido reconhecida como o aumento da sudorese
que ocorre no pós-operatório de cirurgia de simpatectomia torácica. A simpatectomia
torácica é considerada método efetivo e seguro que melhora a qualidade de vida
do paciente em casos de sudorese excessiva, mas pode acarretar complicações no
pós-operatório. Apesar de ser um problema comum no pós-operatório da simpatectomia, essa condição ainda não é bem esclarecida. Este artigo é uma revisão sobre a
hiperidrose compensatória, abordando a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento.
Para isso, foram pesquisados publicações indexadas da área de saúde e livros-textos
que auxiliavam na compreensão dessa condição.
Palavras-chave: Hiperidrose; Sudorese; Fisiopatologia; Simpatectomia; Cirurgia; Complicações Pós-Operatórias.
ABSTRACT
Compensatory Hyperhidrosis has been recognized as an increase sweating that occurs in the postoperative thoracic sympathectomy surgery. Thoracic sympathectomy is
indicated as an effective and safe method that improves the quality of life of patients in
cases of excessive sweating, but can cause complications in the postoperative period.
A review of the pathophysiology, diagnosis and treatments of Compensatory Hyperhidrosis, was developed. To do this, several peer-reviewed articles and textbooks were
searched. Despite being a common problem in the postoperative sympathectomy, there
is a gap in the literature about this condition.
Key words: Hyperhidrosis; Sweating; Physiopathology; Sympathectomy; Surgery; Postoperative Complications.
INTRODUÇÃO
Instituição:
Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH)
Vespasiano, MG – Brasil
Endereço para correspondência:
Rômulo Santos Peçanha Rezende
E-mail: [email protected]
18
A hiperidrose primária ou essencial é condição determinada pela exacerbação
da secreção de glândulas sudoríparas écrinas, tendo o suor excessivo como principal característica. A sudorese em questão pode ser localizada com alguns locais
preferenciais – mãos e axilas, tórax, região dorsal, abdome, região lombar, cintura
pélvica, fossa poplítea e região plantar – ou podendo ser de forma difusa. A incidência chega a 0,5 a 1% da população, sendo uma condição clínica frequente que afeta
igualmente indivíduos do sexo masculino e feminino.1
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22
Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
O tratamento da hiperidrose consiste basicamente
em inibir os estímulos do sistema nervoso simpático.
Para o tratamento não invasivo pode-se realizar a acupuntura, dieta evitando alimentos termogênicos, uso
de medicamentos anticolinérgicos ou injeção de toxina botulínica. Porém, estes não têm mostrado resultado definitivo e satisfatório.2 No tratamento invasivo
há interrupção dos ramos aferentes simpáticos para
o hipotálamo por simpatectomia, simpaticotomia ou
clipagem. Em termos de definição, a simpatectomia é
caracterizada pela retirada das cadeias simpáticas, já
a simpaticotomia é a secção seletiva dos ramos simpáticos (menos usada).3 Por fim, pode-se utilizar o clampeamento que é realizado, a inserção de grampos na
cadeia simpática, a fim de tornar o processo reversível.
Quanto à simpatectomia torácica, esta é tida como
um método efetivo e seguro que melhora a qualidade
de vida do paciente em casos de hiperidrose primária
ou essencial, porém pode apresentar resultados negativos no pós-operatório.1,3 A hiperidrose compensatória (HHC) ou hiperidrose reflexa (HHR) tem sido reconhecida como o aumento da sudorese que ocorre
no pós-operatório cirúrgico e, na maioria das vezes,
manifesta-se em pequena intensidade. A respeito de
outras complicações, podem-se citar a síndrome de
Horner, dor torácica, hemotórax ou pneumotórax. A
HHC de forma intensa ocorre em torno de 0,9% de todas as cirurgias e apresenta expressiva relação com
o nível cirúrgico em que se realiza o procedimento.3
MÉTODOS
Este trabalho constituiu-se na busca por artigos
publicados em revistas indexadas entre janeiro/1933 e
fevereiro/2014. Foram consultadas as bases de dados
Pubmed, Scielo e Cochrane, tendo como palavras-chave os termos hiperidrose compensatória, simpatectomia, suor, pós-operatório e seus correspondentes
na língua inglesa – compensatory hyperhidrosis, sympathicotomy, sweat, postoperative.
Os critérios de inclusão foram:
■■ os termos pesquisados deveriam estar no título e/
ou no resumo dos artigos;
■■ a data de corte para os artigos publicados deveria
estar entre janeiro de 1990 e fevereiro de 2014;
■■ os artigos deveriam se relacionar ao tema e objetivo da revisão. O critério de exclusão utilizado foram os artigos que não se adequavam ao objetivo
desta revisão.
DISCUSSÃO
Incidência
Estudos demonstram que a HHC apresenta significativa incidência, podendo, no entanto, variar de acordo com,
principalmente, estado nutricional e número de gânglios
seccionados. Foi demonstrado que a mais alta incidência tem se dado em adultos do sexo masculino com índice de massa corporal (IMC) superior a 24,9g/m². Além
disso, evidenciou-se acentuada diferença quando comparados grupos de pacientes com um ou dois gânglios
seccionados3. Em estudo de 2007, sudorese de forma
moderada a importante foi relatada em 45% em nível de
T2 e 19% em nível de T3, demonstrando a significativa
diferença entre o nível cirúrgico a ser realizado.1
É importante lembrar que devem ser considerados
os níveis de intensidade da sudorese compensatória,
que variam entre leve, moderado e intenso, sendo o
último o único em que é relatada ampla insatisfação
no pós-cirúrgico. Dessa forma, com a melhoria da
técnica cirúrgica e com o melhor conhecimento dos
grupos e métodos de elevado risco, a HHC intensa
pôde ser reduzida, nos últimos anos, de 4% para 0,9%
nos pacientes submetidos à simpatectomia3.
FISIOPATOLOGIA
Para melhor entendimento da fisiopatologia, é
importante relatar primeiramente a respeito da hiperidrose primária e como é causada. Assim, consegue-se ter mais compreensão sobre a fisiopatologia da
HHC, que será abordada posteriormente.
O hipotálamo é considerado uma das estruturas
mais importantes na homeostase corporal e que possui inúmeras funções, entre elas a regulação da temperatura corporal4.
A temperatura é regulada por mecanismos de
feedback neurais que operam por meio de centros
regulatórios da temperatura do hipotálamo. Em experimento com o uso de termódio, apurou-se que as
principais áreas do cérebro que afetam o controle da
temperatura são os núcleos pré-óptico e hipotalâmico anterior do hipotálamo5 (Figura 1).
A temperatura fisiológica axilar varia em torno de
35,5ºC a 37ºC e variações dessa temperatura estimulam
os termorreceptores periféricos e os neurônios da porção anterior do hipotálamo. Se o estímulo for de alta
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22
19
Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
temperatura, ocorre a perda de calor por três mecanismos importantes, que são: vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos por inibição dos centros simpáticos no
hipotálamo posterior; sudorese; diminuição da produção de calor com inibição de calafrios e a termogênese
química. No caso de estímulos a baixas temperaturas,
acontece o oposto: vasoconstrição dos vasos da pele por
todo o corpo por estimulação da região posterior do hipotálamo; piloereção para reter uma camada de ar próxima da pele; aumento da termogênese com promoção
de calafrios, excitação simpática e secreção de tiroxina.5
Some of our patients have stated emphatically that the secretion of sweat has
been considerably more profuse in the
areas not affected by the operation. At first
we were inclined to regard this merely as
an error of observation, the usual amount
of sweat being considered excessive when
contrasted with the completely dry denervated area. However, the remark has been so
frequently made, and it has been possible to
observe the profuse secretion so often, that
the possibility of compensatory hypersecretion cannot be excluded6.
Na fisiopatologia da hiperidrose, primeiramente,
as alterações hipotalâmicas levam à exacerbação do
reflexo simpático por meio de fibras pré-ganglionares
com liberação de acetilcolina, promovendo secreção
excessiva, fato denominado de hiperidrose (Figura 2).
O fenômeno tem uma base reflexa no hipotálamo, relacionada ao sistema de feedback7. O centro
regulador do suor encontra-se no hipotálamo, na região pré-óptica. As descargas eferentes simpáticas
são controladas por mecanismos de feedback negativo ou positivo de vias aferentes simpáticas.7 Em
simpatectomias em nível mais superior, como T2,
seccionaria praticamente todas as vias aferentes e
com contínua liberação de estímulos eferentes pelo
hipotálamo, levando à hiperidrose compensatória.
Em secção mais caudal, menor número de fibras
seria seccionado e evitaria o bloqueio do feedback
(Figura 3). Quanto mais caudal a simpatectomia,
menor o efeito adverso.8
Figura 2 - Fisiopatologia da Hiperidrose. Esquema feito pelos autores para o resumo da fisiopatologia da hiperidrose
a fim de maior entendimento sobre a HHC.
Fonte: autoria própria.
Figura 3 - Fisiopatologia da Hiperidrose Compensatória.
Esquema simplificado feito pelos autores sobre a fisiopatologia da HHC e como ocorre.
Fonte: autoria própria.
Figura 1 - Principais núcleos hipotalâmicos. Na ordem:
1- núcleo paraventricular, 2- núcleo pré-optico, 3- núcleo
ventromedial, 4- núcleo supra-óptico, 5- núcleo ou área hipotalâmica posterior e 6- área hipotalâmica anterior.
Fonte: ROHEN, J.W.; YOKOCHI, C. Anatomia Humana. p. 106.
20
Na busca de uma reversão ao tratamento, muitos pacientes buscam a solução cirúrgica e se deparam no pós-operatório com a hiperidrose compensatória ou hiperidrose reflexa. A fisiopatologia
desse quadro vem sendo estudada desde o primeiro relato, em 1933:
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22
Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
DIAGNÓSTICO
Os sintomas de HHC iniciam-se com ocorrência
média de 8,2 semanas em 96,7% dos pacientes avaliados e costumam piorar para o grau máximo dentro de
duas semanas após o início9. Os sintomas costumam
se agravar com alterações climáticas, alterações psicológicas, dieta do paciente, entre outros fatores7. É
importante considerar que, por ser um efeito colateral da simpatectomia no qual é observada a sudorese
em áreas que eram previamente livres, o diagnóstico
e avaliação da intensidade são basicamente clínicos,
não havendo métodos complementares que sejam
utilizados no cotidiano médico10.
TRATAMENTO
Pacientes com HHC podem ter problemas de sociabilidade devido ao constrangimento que surge com o
excesso de suor.3 Além disso, o problema de bromidrose
é mais comum em pacientes com excesso de sudorese
que acaba acarretando prejuízo na qualidade de vida.
O tratamento da HHC se direciona a fim de diminuir ou parar a sudorese excessiva para haver melhora na sociabilidade do paciente.3 Existem diversas
formas de tratamento, e, além da orientação do cirurgião torácico, a avaliação multidisciplinar do paciente é altamente recomendável.
Uma das medidas para controle da sudorese seria o
controle do peso, uma vez que o índice de massa corpórea esta associado à maior necessidade de transpiração. Além disso, dieta evitando alimentos não termogênicos – como pimenta, chocolate, carnes vermelhas ou
de porco, alho, café etc. – poderia ajudar no controle.
A realização de exercícios físicos e a vestimenta mais
adequada poderiam auxiliar no tratamento.3
Em um tratamento medicamentoso, muitos pacientes rejeitam o uso de medicação anticolinérgica3
como a oxibutinina, valendo a ressalva de que o simpático atua por meio da acetilcolina nas glândulas
sudoríparas écrinas5. Nos tratamentos conservadores
podem ser utilizados agentes tópicos à base de cloridrato de alumínio, sendo esses a primeira escolha
por promoverem o bloqueio dos ductos excretores
das glândulas écrinas11. Ainda, há a iontoforese que
causa bloqueio temporário do ducto do suor no estrato córneo, reduzindo por 15 a 30 dias a sudorese
em locais específicos11. Por fim, pode ser utilizada a
toxina botulínica, que bloqueia a liberação do neu-
rotransmissor acetilcolina, sendo um tratamento de
fácil realização e com uma área definida.3,11
A acupuntura ainda é empregada no tratamento
de HHC, mas está em fase de estudo.3
O tratamento cirúrgico poderá ser realizado por
três formas:
■■ reinervação da cadeia simpática: a fim de renovar
as aferências simpáticas ao hipotálamo, é realizada
uma reinervação da cadeia simpática seccionada.12
Essa reinervação pode ser realizada com enxertos
do nervo sural ou retalhos do nervo intercostal;
■■ reinervação cirúrgica para remoção do clip: em pacientes submetidos à técnica de clipagem das cadeias
simpáticas, existe a possibilidade de remoção do
clip metálico e regeneração nervosa para reverter a
HHC.13 É necessário salientar que quanto mais precoce ocorrer a remoção, maior será a possibilidade de
resultado positivo.3 Para a remoção, é necessário um
novo procedimento cirúrgico com a retirada do clip
por meio de uma pinça endoscopia;
■■ simpatectomia lombar: a simpatectomia lombar
melhora a hiperidrose plantar em até 65% dos casos.14,15 No caso, ela é utilizada em pacientes com
hiperidrose plantar primária ou naqueles em que
após simpatectomia torácica ainda apresentam
a hiperidrose plantar. Ressalta-se que a cirurgia
pode potencializar a HHC16.
CONCLUSÃO
A hiperidrose compensatória (HHC) é um quadro
comum no pós-operatório da simpatectomia torácica.
Apesar de grande avanço dos estudos e mais entendimento da HHC, ainda persistem algumas dúvidas
e variações de dados sobre o real risco cirúrgico. A
substituição da simpatectomia pela clipagem, indicada por muitos como uma solução para os problemas,
ainda é controversa. Estudo com ratos, em 2013, revela que a clipagem ainda não pode ser considerada
uma técnica reversível nem totalmente eficaz17.
Fica ainda a questão se o tratamento cirúrgico para
hiperidrose seria eficaz com risco frequente de quadro de
sudorese compensatória. O recomendado ainda é a informação para o paciente sobre os riscos da cirurgia e a respeito de outras formas de tratamento que poderiam diminuir o desconforto de pacientes com hiperidrose primária.
Por fim, a própria atualização do cirurgião com
novas técnicas e critérios pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Torácica podem diminuir o risco de HHC
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22
21
Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento
ou outras condições no pós-operatório. Além disso,
a preferência por níveis mais caudais seria aceitável.
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Revista % 20AMRIGS.pdf.
EDUCAÇÃO MÉDICA
Pediatria de A a Z: o uso do meio digital
para divulgação de informações sobre
saúde – a experiência do projeto Observatório da Criança e do Adolescente da
Universidade Federal de Minas Gerais
Pediatria de A a Z: The use of social media to
dissaminate health information – The expecience
of Observatório da Criança e do Adolescente from
Universidade Federal de Minas Gerais
Edison José Corrêa1, Joaquim Antônio César Mota2, Keyla Christy Christiane Mendes Sampaio Cunha3,
Ana Conceição Norbim Prado Cunha4, Débora Vianna D’Almeida Lucas 4, Natalia Norbim Prado Cunha4
RESUMO
Objetivo: Analisar o cenário atual de divulgação pela internet de informações da área
da saúde com ênfase na experiência do “Pediatria de A a Z”, eixo que integra o projeto
Observatório da Criança e Adolescente do Departamento de Pediatria da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM-UFMG). Metodologia: Revisão
bibliográfica utilizando as bases de dados SciELO, Portal Capes e MEDLINE - PubMed.
Conclusão: O desenvolvimento de estratégias com a finalidade de assegurar a segurança de quem consulta informações sobre saúde em meios eletrônicos - tais como
certificação de sites por especialistas, utilização do selo HON Code of Conduct, emitido
pela Health On the Net Foundation (HON) pelos sites e a utilização do “Guia Para
Encontrar Informações Seguras” por quem procura - é uma questão de saúde pública.
Em consonância com essa necessidade, o site do “Pediatria de A a Z” criou um espaço
interativo eletrônico certificado por equipe de médicos e estagiários, a fim de orientar
os responsáveis por crianças e até as próprias crianças e adolescentes sobre a maneira
correta de lidar com diferentes situações.
1
Médico Pediatra. Professor Adjunto IV da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil.
2
Médico. Professor Associado do Departamento de
Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG. Belo
Horizonte, MG – Brasil.
3
Médica. Professora Adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina Universidade Federal de
Minas Gerais. Belo Horizonte, MG – Brasil.
4
Acadêmica do Curso de Medicina da Faculdade de
Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil.
Palavras-chave: Pediatria; Internet; Redes de Comunicação de Computadores; Comunicação em Saúde; Mídias Sociais.
ABSTRACT
Objective: To analyse the current situation of internet dissemination of health information with emphasis on the experience of Pediatria de A a Z, that integrates the project
Observatório da Criança e do Adolescente from the Universidade Federal de Minas
Gerais. Methods: A literature review was made using the data bases SciELO, Portal
Capes and MEDLINE-PubMed Conclusions: The development of strategies in order to
protect the safety of those who consult health information in electronic media, such as
the certification of sites by experts, the use of HON Code of Conduct Seal, issued by
Health On the Net Foundation (HON) or the use of the “Guia para Encontrar Informações Seguras” is a public health issue. According this need, Pediatria de A a Z created an
interactive electronic space, certified by a team of doctors and medical students in order
to guide those responsible for children or even the children and adolescentes the right
way to deal with different situations.
Key words: Pediatrics; Internet; Computer Communication Networks; Health Communication; Social Media.
Instituição:
Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte, MG – Brasil
Endereço para correspondência:
Ana Conceição Norbim Prado Cunha
E-mail: [email protected]
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27
23
Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ...
INTRODUÇÃO
A internet é um meio amplamente utilizado para
busca de informações em diversas áreas, incluindo
a área da saúde. Entre os atuais usos do meio eletrônico na área de saúde, ressaltam-se iniciativas de
capacitação de profissionais, como cursos não presenciais de ensino a distância e divulgação de informações, certificadas ou não, ao público em geral. O
uso da internet na capacitação de profissionais de
saúde tem como grande exemplo as redes de telessaúde instituídas por diversas entidades.
No Brasil, o Programa Nacional de Telessaúde,
instituído pelo Ministério da Saúde em parceria com
diversas Universidades, tem como objetivo central
o uso de tecnologias da informação e comunicação
em atividades à distância relacionadas à melhoria da
saúde da população por meio da qualificação de profissionais do Sistema Único de Saúde. Esse programa,
segundo dados do Ministério da Saúde1, utiliza a tecnologia para promover a teleassistência, teleconsultoria e teleducação no SUS. O funcionamento ocorre a
partir de Núcleos de Telessaúde Técnico-Científicos
implementados em 11 estados que, conectados em
rede, oferecem teleconsultorias a aproximadamente
1.500 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Até 2011 foram ofertadas mais de 40 mil teleconsultorias e 400 mil
exames de apoio diagnóstico no âmbito do programa.
No estado de Minas Gerais, a UFMG responsabiliza-se
pelas ações do programa e atende cerca de 140 UBS.
Outra utilização da internet tem sido a consulta de
informações pelos pacientes na busca por esclarecer
melhor suas dúvidas na área da saúde. Estudo realizado pela Health On the Net Foundation (HON)2 em
julho e agosto de 2010, com o objetivo de verificar a
tendência da postura do público em geral e de profissionais da área da saúde em relação ao uso da internet
para fins de saúde desde 1996, constatou que médicos
e pacientes consideram que a internet pode ser útil
para facilitar a comunicação durante as consultas clínicas. O estudo “Acesso a informações de saúde na internet: uma questão de saúde pública?”, publicado na
Revista da Associação Médica Brasileira3, revela que
89% das pessoas que buscam informações na área da
saúde em sites são mulheres. Informa também que a
maioria dos usuários pesquisados considera os sites
com informações de especialistas mais confiáveis.4
Tais informações reiteram a ideia de que se deve considerar como estratégia de melhoria da qualidade de
informações a certificação de sites por especialistas.
24
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27
Seguindo a tendência da certificação de sites, o
Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina
da UFMG, em seu projeto de extensão Observatório
da Saúde da Criança e do Adolescente (ObservaPED),
propôs-se a criar um ambiente interativo eletrônico,
certificado por equipe de médicos, estagiários e outros profissionais de saúde, capaz de aproximar pais,
crianças, adolescentes e profissionais de saúde. No
ano de 2010, esse projeto optou pela incorporação do
projeto “Pediatria de A a Z” como um eixo que consiste em um sítio eletrônico de divulgação de informações acerca de temas de saúde da área de Pediatria.
Funciona como um “glossário”, sendo o conteúdo produzido por alunos da graduação do curso de Medicina da UFMG e por professores do Departamento de
Pediatria da UFMG, a partir de revisão bibliográfica.
Os textos são produzidos em linguagem objetiva e de
fácil entendimento, orientando os cuidadores, sempre
que necessário, a procurarem atendimento nos serviços de saúde. Eles são então revisados pela equipe do
projeto e atualizados à medida que surgem mudanças
na literatura. Assim, pode-se definir o “Pediatria de A
a Z” como um espaço no site do ObservaPED que oferece divulgação de informações seguras sobre temas
e termos comuns em Pediatria.
OBJETIVOS
O presente estudo pretende analisar o cenário atual
de divulgação pela internet de informações da área da
saúde, com ênfase na experiência do “Pediatria de A a
Z”, eixo que integra o projeto ObservaPED do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
No período entre junho de 2013 e outubro de 2013,
realizou-se revisão bibliográfica utilizando-se as bases de dados SciELO, Portal Capes e MEDLINE-PubMed. Realizou-se busca por artigos nacionais e internacionais (nos idiomas português, inglês e francês)
relacionados ao uso da internet para a divulgação de
informações a respeito da saúde e sobre o impacto
da internet na relação médico-paciente. Foram utilizados os descritores pediatria, internet, meio digital
e certificação de sites. A seleção dos artigos foi realizada com base no título e resumo dos artigos. Foram priorizadas as publicações com mais alto nível
Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ...
de evidência e as mais recentes. A partir da revisão
bibliográfica realizada analisou-se o atual papel da
internet na divulgação de informações relacionadas
à saúde. A experiência do “Pediatria de A a Z” é descrita contextualizando-se com a atual tendência do
uso da internet como fonte de informações, evidenciado na revisão bibliográfica.
RESULTADOS
O site do “Pediatria de A a Z”, segundo levantamento de dados realizado pela equipe de Assessoria
de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG,
obteve cerca de 5.078 acessos em sua página principal
no período de julho de 2011 a julho de 2013, sem contabilizar os acessos a cada item do site. Foi contado no
primeiro semestre de 2013 o número de 11.913 acessos
a verbetes. A maioria dos acessos (45%) originou-se
dos estados de Minas Gerais e São Paulo, mas também
foram referidos acessos dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal,
Ceará, Pernambuco e Santa Catarina. Isso enfatiza o
alcance do site na divulgação de suas informações. O
eixo “Pediatria de A a Z” apresenta, no momento, 76
verbetes publicados em seu site que abordam temas
diversos, como vacinação, doenças mais prevalentes
com seus sintomas, forma de transmissão e cuidados
necessários, alimentação, entre outros. Os verbetes
mais visibilizados foram doença exantemática, caderneta da saúde, corrimentos e sais de reidratação oral.
O meio eletrônico permite a comunicação entre o
público que acessa o site e a equipe do “Pediatria de
A a Z” e levou à criação de um espaço interativo onde
são apresentados e discutidos mensalmente novos temas. O site do “Pediatria de A a Z” constitui fonte para
melhor esclarecimento das dúvidas dos usuários e de
levantamento de dados para a criação de novos verbetes. A divulgação do e-mail de contato da equipe no
site permite a comunicação entre usuários e equipe.
A Tabela 1 mostra os verbetes publicados no site do
ObservaPED referentes ao conteúdo do “Pediatria de
A a Z” e o número de acessos referentes a cada uma
das letras acessadas no glossário eletrônico do site.
Tabela 1 - Baseada em dados de acesso de julho de 2010 a julho de 2013. Dados fornecidos pela Assessoria de
Comunicação da Faculdade de Medicina de Minas Gerais
Número de
acessos
Verbetes
A
1439
Adoção; afastamento escolar; assaduras; alimentação; acne.
B
674
Brotoeja; broto; bicho geográfico; boqueira; banho de sol.
C
858
Caderneta de Saúde da Criança; candidíase oral; cartão espelho; caspa; caxumba; cafaleia; cisco nos olhos;
conjuntivite; constipação intestinal; controle de eliminação de fezes e de urina; convulsão febril;
coqueluche; corpo estranho nos olhos; corrimento vaginal; crupe.
D
481
Dengue; dermatite atópica; dermatite de fraldas; desidratação; desmame; desnutrição; diarreia aguda;
difteria; disciplina e castigo; doença mão-pé-boca; doenças transmissíveis; dor de cabeça; dor de garganta.
E
457
Encoprese; enjoo; enxaqueca; erupção; escarlatina; espinha; estomatite;
estrabismo; evacuações e aleitamento; exantema; exantema súbito.
F
266
Fimose; ferimentos superficiais; febre.
G
171
Gripes e resfriados.
H
175
Higiene bucal; herpes simples; hepatite.
Letra
I
159
Impetigo.
L
80
Larva migrans.
M
242
Mononucleose infecciosa; molusco contagioso; mecônio.
O
291
Oxiúro; obstrução nasal.
P
243
Pereba.
Q
6
Queimaduras de sol.
R
?
Regurgitação; roseóla infantil.
S
346
Sais de reidratação oral; sapinho; sarampo; sarna; sono e repouso.
T
188
Terçol; tosse.
V
368
Vômitos; verruga.
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27
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Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ...
DISCUSSÃO
A discussão se a internet é um meio efetivo na divulgação de informações deve ser levada em conta ao
se utilizá-la. O estudo “Navegar é preciso: avaliação de
impactos do uso da internet na relação médico-paciente”5 ressalta que, dos entrevistados, a maioria (95,7%)
acessa a internet com a frequência de pelo menos uma
vez por semana e 83,6% costumam acessar informações
sobre saúde e doença. A consulta é feita para esclarecimento de informações relacionadas a casos vivenciados pelo usuário, por familiares e pessoas próximas ou
após alguma consulta médica, para verificar, entender
ou complementar as orientações feitas pelos médicos.
Além disso, segundo análise qualitativa do estudo, parte significante dos entrevistados considera que as informações acessadas na internet sobre saúde e doenças
são úteis. Eles utilizam tais informações para conversar
com seus médicos em consultas posteriores e adquirir
uma postura mais participativa no processo de decisão sobre sua saúde. A enquete “Utilisation d’Internet:
résultats de l’enquête effectuée auprès des médecins du
Canton de Genève”, realizada em novembro de 20086,
por outro lado, demonstrou que 46% dos médicos entrevistados já recomendaram websites para pacientes e
que 70% dos médicos com acesso à internet em seus
consultórios fornecem aos pacientes uma lista impressa
de sites pré-selecionados de acordo com um tópico ou
doença específica, a fim de guiá-los.7 Dessa forma, este
estudo mostra que a internet é um meio de grande impacto na divulgação de informações da área de saúde.
Outro aspecto importante é diferenciar as informações que são divulgadas no meio eletrônico. Existem sites considerados certificados, que possuem
uma equipe de especialistas que se responsabilizam
pelo conteúdo divulgado, e sites não certificados,
que propagam informações não comprovadas por
evidências científicas ou que não têm equipe capacitada responsável pelas informações divulgadas. O
estudo “A qualidade das informações sobre doenças
disponíveis em websites brasileiros: uma revisão”,
publicado nos Arquivos Brasileiros de Ciências da
Saúde no ano de 20117, mostra que, entre os 173 websites analisados, 86,1% não estavam de acordo com o
Manual de Princípios Éticos para Sites de Medicina e
Saúde do Conselho Regional de Medicina do estado
de São Paulo. Nesse mesmo estudo foram encontradas irregularidades nos websites, de acordo com os
itens avaliados, nas seguintes proporções: qualidade
(84,4%), privacidade (46,2%) honestidade (18,5%),
26
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27
consentimento livre e esclarecido (15,6%), responsabilidade (13,9%), transparência (12,1%) e ética médica (2,3%). Além disso, foi constatado que havia informações inexatas em 24,3% dos websites.8
Uma estratégia para que o público que acessa a
internet possa se certificar de que as informações de
saúde são confiáveis é a utilização do selo HON Code
of Conduct emitido pela Health On the Net Foundation
(HON)2, organização não governamental criada em
1995 e que tem por objetivo promover a difusão de
informações confiáveis de saúde pela internet. Essa
organização tem como equipe parte do corpo médico do Geneva Hospital, em Genebra na Suíça e apoio
da autoridade nacional de saúde francesa.
Outra estratégia foi a criação do “Guia Para Encontrar Informações Seguras”, que é uma adaptação
de um documento da Organização Mundial de Saúde à realidade do Brasil, que ressalta que a informação em saúde via internet pode complementar, mas
nunca substituir a relação pessoal entre o paciente
e o médico ou profissional de saúde que o assiste.
Tal guia foi desenvolvido durante um cenário em que
médicos alertavam sobre as informações publicadas
na internet serem genéricas, não considerando as
particularidades de cada paciente e, portanto, podendo oferecer certo risco ao paciente se divulgadas
de maneira não certificada.
Devido à importância da certificação dos sites com
informações relacionadas à saúde, o Departamento
de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, em
seu projeto de extensão ObservaPED, desenvolveu
em 2010 o eixo “Pediatria de A a Z”, um “glossário”.
Esse eixo objetiva divulgar, de forma certificada, à população em geral e aos profissionais da área da saúde,
informações básicas sobre conceitos importantes em
Pediatria, que são recorrentes no cotidiano de crianças e adolescentes e que são dúvidas frequentes nos
atendimentos médicos e de outros profissionais nessa
área. Trata-se de um espaço interativo, uma vez que o
meio eletrônico permite atualizações fáceis e frequentes do material já publicado, e que possibilita a comunicação entre os usuários e a equipe do “Pediatria de
A a Z” a partir do envio de dúvidas e sugestões. Isso
também motiva e auxilia a criação de novos conceitos. Os verbetes a serem elaborados são escolhidos de
acordo com os problemas clínicos mais prevalentes
em ambulatórios pediátricos do SUS e, a partir de revisão bibliográfica, os estagiários produzem textos em
linguagem acessível, contendo informações relevantes a respeito desses problemas.
Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ...
Os verbetes são revisados, aprovados pela equipe
do “Pediatria de A a Z” e divulgados em espaço próprio no site do ObservaPED. Atenção especial durante a elaboração dos textos garante que essas informações não criem a ideia de que o acompanhamento
médico é dispensável. A automedicação também é
desaconselhada. O alto número de acessos ao site do
projeto motivou a criação do fórum – um ambiente
interativo virtual –, que propicia contato dinâmico
entre o público e os profissionais de saúde. O fórum
permite que os usuários enviem dúvidas acerca de
um tema de discussão, comentários e sugestões. Para
os acadêmicos participantes, o projeto é uma oportunidade de aprofundamento nos conhecimentos sobre a Pediatria, além de ser um exercício, ainda que
indireto, de comunicação com a população.9-11
CONCLUSÃO
Dada a importância do meio eletrônico nos dias
atuais para busca e divulgação de informações de
saúde, a certificação de sites por especialistas e outras estratégias que visam a assegurar a confiabilidade da informação publicada em meio eletrônico,
tais como a utilização do selo HON Code of Conduct
pelos sites e do “Guia Para Encontrar Informações Seguras”, é de grande importância para a promoção de
saúde e para a segurança do leitor. O eixo “Pediatria
de A a Z” segue a tendência de certificação de site
por especialistas, com um trabalho contínuo de produção e atualização de materiais que abordam temas
frequentes que surgem na prática pediátrica, e visa
a orientar os responsáveis ou até mesmo as próprias
crianças e adolescentes sobre a maneira correta de lidar com diferentes situações na área de saúde. Além
disso, é fonte de aprendizado para os estagiários que
integram a equipe, tanto pela oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em Pediatria, quanto
pela representativa comunicação com a população.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27
27
ARTIGO ORIGINAL
Epidemiologia e análise de sobrevida
de pacientes com melanoma metastático
de sítio primário conhecido e desconhecido
Epidemiology and analysis of survival of patients with
known and unknown primary melanoma site
Gustavo de Oliveira Bretas1, Alberto Julius Alves Wainstein2, Ana Paula Drummond-Lage3,
Fernando Augusto de Vasconcellos Santos 4, Milhem Jameledien Morais Kansaon5,
Flávia Vasques Bittencourt6, Flávia Magalhães Cardoso1
RESUMO
Acadêmico(a) do curso de Medicina da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil.
2
Cirurgião Oncologista. Pós-doutor em Pesquisa e
Vacinas para o câncer pelo Karmanos Cancer Institute
(EUA). Pós-doutor em imunoterapia de tumores pelo
Albert Einstein Center (EUA). Coordenador da Unidade
de Oncologia do HAC – FHEMIG. Professor da Faculdade
de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG).Belo
Horizonte, MG – Brasil.
3
Farmacêutica. Doutora em Fisiologia e Farmacologia.
Professora da FCMMG. Diretora de Pesquisa da Trymed
Pesquisa Clínica S.A. Belo Horizonte, MG – Brasil.
4
Cirurgião Oncologista e do Aparelho Digestivo. Mestre
em Cirurgia. Coordenador das residências de
Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo do
Hospital Governador Israel Pinheiro – IPSEMG.
Belo Horizonte, MG – Brasil.
5
Cirurgião Oncologista e Geral. Oncologia Cirúrgica e
Cirurgia do Aparelho Digestivo (ONCAD) da FCMMG; Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas
da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil.
6
Dermatologista. Pós-doutora em lesões pigmentadas New York University. Professora da Faculdade de
Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil.
1
Introdução: O melanoma é essencialmente cutâneo. Em alguns pacientes, não é
possível determinar a localização do tumor primário. A incidência de melanoma
com sítio primário desconhecido varia de 2 a 15%. Objetivos: Determinar se há
diferença de sobrevida global entre os pacientes com melanoma primário conhecido comparado aos pacientes com melanoma primário desconhecido. Métodos:
Foi realizada análise retrospectiva de pacientes com melanoma no banco de dados
da Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo (ONCAD) e identificados
aqueles com sítio primário desconhecido e metástases para diferentes locais.
Resultados: O principal local de metástases foi o linfonodo (50%) - inguinais (25%),
axilares (16%) e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares foram encontradas
em três pacientes (25%). Metástases para fígado, osso e pele foram observadas em
um caso cada (8,3%). Conclusão: A evolução clínica dos pacientes metastáticos
com melanoma de sítio primário desconhecido é melhor em relação aos pacientes
metastáticos com lesão primária conhecida, quando os dois grupos estão no mesmo
estádio. Dessa forma, o fator mais determinante do curso clínico e do prognóstico é
a localização das metástases. A maioria dos pacientes que apresenta doença sistêmica ao diagnóstico perde a chance de cura, como muitos pacientes com cutâneo
primário fino e doença regional ao diagnóstico.
Palavras-chave: Melanoma; Neoplasias Primárias Desconhecidas; Neoplasias Cutâneas; Recidiva.
ABSTRACT
Instituição:
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo (ONCAD)
Belo Horizonte, MG – Brasil
Endereço para correspondência:
Gustavo de Oliveira Bretas
E-mail: [email protected]
28
Introduction: Melanoma is essentially cutaneous. In some patients, it is not possible to
determine the location of the primary tumor. The incidence of melanoma of unknown
primary site varies from 2 – 15%. Objectives: To determine whether there is difference
in overall survival between patients with known primary melanoma compared to patients with unknown primary melanoma. Methods: A retrospective analysis of patients
with melanoma in the database of Surgical Oncology and Digestive Surgery (ONCAD)
was performed and identified those with unknown primary site and metastases to different locations. Results: Lymph node was the main site of metastases (50%) - inguinal
(25%), axillary (16%) and periaortic (8.3%). Pulmonary metastases were found in
three patients ( 25%). Metastasis to the liver, bone and skin were observed in one case
each (8.3%). Conclusions: The clinical course of patients with metastatic melanoma
of unknown primary site is better than metastatic patients with known primary lesion,
when both groups are on the same stage. Thus, the most relevant determining factor
affecting clinical course and prognosis is the metastasis location. Most patients present-
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33
Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido
ing systemic disease at diagnosis loses the chance of
cure as many patients with thin primary cutaneous and
regional disease at diagnosis.
Key words: Melanoma; Neoplasms, Unknown Primary;
Skin Neoplasms; Recurrence.
INTRODUÇÃO
Os tumores com localização primária desconhecida representam aproximadamente 3 a 5% de todos os
tipos de cânceres, estando entre as seis maiores causas de óbito nos países ocidentais. Pode ser reconhecido como doença órfã, porque geralmente é diagnosticado baseado nas metástases e o tumor primário
permanece não detectado em muitos pacientes.1
O melanoma da pele é menos frequente do que os
outros tumores de pele, porém sua letalidade é mais
elevada. A incidência dessa neoplasia está aumentando em taxas muito mais aceleradas do que muitas
outras malignidades.2 No Brasil, estima-se a incidência
de 6.230 novos casos de melanoma por ano.3 Sua letalidade é elevada, mas se detectado nos estádios iniciais
seu prognóstico pode ser considerado bom, porém
não significa necessariamente a cura, já que esse câncer apresenta evolução frequentemente imprevisível.
Clinicamente, o melanoma pode se apresentar
como doença metastática, sem qualquer evidência
de acometimento cutâneo primário. O diagnóstico de
melanoma de origem desconhecida é relativamente
frequente, feito em cerca de 2 a 15% dos casos4-6. Ainda não se sabe qual a causa exata dessa ausência de
lesão primária, que foi primeiramente descrita por
Pack et al.7, em 1952. A importância prognóstica desse diagnóstico é alvo de muitas pesquisas.
Neste estudo, foram avaliadas as características de
pacientes portadores de melanoma metastático de sítio
primário desconhecido e a sobrevida destes de acordo
com o sítio da metástase, o tipo histológico do tumor e
o envolvimento de linfonodos e órgãos internos.
MATERIAL E MÉTODO
Foi realizada análise retrospectiva de pacientes
com diagnóstico histopatológico de melanoma, sob
os cuidados de uma mesma equipe em uma única
instituição localizada em Belo Horizonte, entre os
anos de 2001 e 2011. A amostra foi de conveniência, não probabilística, incluindo todos os pacientes
com diagnóstico de melanoma no período. O total
de 523 casos de melanoma cutâneo primário ou metastático foi avaliado.
Foram coletados dados demográficos como idade
e sexo; e dados referentes ao melanoma como localização do tumor, tipo histológico, grau de invasão
baseado no nível de Clark e Breslow, crescimento
vertical, índice mitótico e ulceração; metástases e localização das mesmas.
RESULTADOS
O total de 523 pacientes foi incluído na análise,
sendo 227 (43,4%) homens e 269 (56,6%) mulheres.
No momento do diagnóstico, 378 (71,3%) pacientes
tinham 40 anos ou mais, 126 (24,1%) tinham menos
de 40 anos e em 19 (3,63%) a idade era desconhecida. Sobre a cor da pele, 195 (37,3%) pacientes eram
brancos, dois (0,38%) negros, 16 (3,05%) pardos e em
310 (59,3%) essa informação não estava disponível.
Em relação à localização do tumor primário, 64
(12,23%) apresentavam melanoma na face, 10 (1,91%)
na região cervical, 192 (36,71%) no tronco, 54 (10,32%)
nos membros superiores, 86 (16,4%) nos membros superiores, 79 (15,1%) na região acral, sete (1,33%) no couro
cabeludo e 18 (3,4%) não continham informações.
Dos melanomas, 145 (27,7%) eram metastáticos,
sendo que 12 (2,2%) pacientes apresentavam melanoma metastático de sítio primário desconhecido.
Em relação à classificação histológica, 223
(42,63%) pacientes apresentavam o tipo extensivo
superficial, enquanto 68 (13%) eram nodulares e os
tipos lentiginoso acral 42 (8%), lentigo maligno 34
(6,5%) e outros ou desconhecidos, 156 (29,8%).
Dos 523 pacientes, quatro (0,7%) tinham melanoma cutâneo in situ, 371 (70,9%) melanoma cutâneo
invasivo e em 148 (28,2%) o índice de Clark era desconhecido ou não se aplicava.
A respeito do índice de Breslow, 177 (33,84%)
apresentavam índice igual ou inferior a 1 mm, enquanto 150 (26,7%) tinham o índice acima de 1 mm.
Já 196 (37,5%) tinham o índice de Breslow desconhecido ou não se aplicava.
Sobre o índice mitótico, 279 (53,34%) pacientes tinham melanoma com índice mitótico abaixo de seis,
53 (10,1%) tinham o índice igual ou superior a seis e
em 191 (36,52%) esse índice era desconhecido.
Em relação à ulceração do tumor primário, era
ausente em 241 (46%), presente em 57 (10,9%) e desconhecido em 218 (36,2%) dos tumores.
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33
29
Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido
Tabela 1 - Perfil dos 523 pacientes contidos no estudo
Masculino
Feminino
Total
N = 227
% = 43,4
N = 296
% = 56,6
N = 523
% = 100%
> 40 anos
168
74
210
70,94
378
71,27
< 40 anos
51
22,46
75
25,33
126
24,09
Desconhecido
8
3,52
11
3,71
19
3,63
Branca
92
40
103
34,79
195
37,28
Preta
0
0
2
0,67
2
0,38
Parda
3
1,32
13
4,39
16
3,05
Amarela ou indígena
0
0
0
0
0
0
132
58,15
178
60,13
310
59,27
139
61,23
42
14,18
181
34,6
Idade ao diagnóstico
Cor da pele
Outra
Histórico familiar
Sim
Não
27
11,89
188
63,51
215
41,1
Desconhecido
61
26,87
66
22,29
127
24,28
Localização do tumor primário
Face
33
14,54
31
10,47
64
12,23
Cervical
6
2,64
4
1,35
10
1,91
Tronco
106
46,7
86
29,05
192
36,71
Membros superiores
18
7,93
36
12,16
54
10,32
Membros inferiores
15
6,61
71
23,98
86
16,44
Acral
24
10,57
55
18,58
79
15,1
Couro cabeludo
7
3,08
0
0
7
1,33
Desconhecido
10
4,41
8
27,02
18
3,44
Sim
74
32,6
56
18,91
130
24,85
Não
143
63
235
79,39
378
72,27
Desconhecido
10
4,4
5
1,68
15
2,86
Mestástases
Tipo histológico
Extensivo superficial
84
37
139
46,95
223
42,63
Lentigo maligno
20
8,82
14
4,72
34
6,5
Nodular
28
12,33
40
13,51
68
13
Lentiginoso acral
15
6,61
27
9,12
42
8,03
Outro
15
6,61
12
4,05
27
5,16
?
65
28,63
64
21,62
129
24,66
64
28,19
113
28,17
177
33,84
Breslow
≤ 1 mm
> 1 mm
86
37,88
64
31,62
150
28,68
Desconhecido
77
33,92
119
40,2
196
37,47
Clark
II
52
22,9
84
28,37
136
26
III
55
24,22
69
23,31
124
23,7
17,59
IV
36
15,85
56
18,91
92
V
12
5,28
11
3,71
23
4,39
Desconhecido
72
31,71
76
25,67
148
28,29
Continua...
30
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33
Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido
... continuação
Tabela 1 - Perfil dos 523 pacientes contidos no estudo
Masculino
Feminino
Total
N = 227
% = 43,4
N = 296
% = 56,6
N = 523
% = 100%
109
48,01
170
57,43
279
53,34
Índice mitótico
<6
> ou = 6
20
8,81
33
11,14
53
10,13
Desconhecido
98
43,17
93
31,41
191
36,52
Ulceração
Ausente
96
42,29
145
48,98
241
46,08
Presente
20
8,81
37
12,5
57
10,89
Desconhecido
104
45,81
114
38,51
218
41,68
Dos 523 pacientes com melanoma avaliados
neste estudo, 12 (2,3%) tiveram diagnóstico de doença metastática sem tumor primário detectável. O
principal sítio de metástases foi o linfonodo (50%)
- linfonodos inguinais (25%), axilar (16%) e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares foram encontradas em três pacientes (25%). Metástases para
fígado, osso e pele foram observadas em um caso
para cada sítio (8,3%).
A faixa etária dos pacientes com melanoma de sítio primário desconhecido ao diagnóstico variou de
33 a 83 anos, com idade média de 51,9 anos. A mais
alta incidência aconteceu na faixa etária de 45 anos.
Dos 12 pacientes, quatro (33,3%) eram mulheres e
oito (66,6%) eram homens.
Em relação ao estadiamento dos pacientes, seis
(50%) eram estádio III e seis (50%) eram estádio IV.
Sobre o tempo de acompanhamento, quatro
(33,3%) foram acompanhados por menos de seis meses, dois (16,6%) acompanhados por seis meses a um
ano e seis (50%) por mais de um ano.
Desses 12 pacientes com melanoma metastático
com sítio primário desconhecido, quatro (33,3%) evoluíram para óbito em seis meses, quatro evoluíram para
óbito em um ano, dois perderam o seguimento e dois
foram tratados e não apresentam recidivas até o momento. Dos pacientes com óbito precoce, três tinham
sido estadiados como estádio IV e um como estádio III.
DISCUSSÃO
Em nossa série, a frequência de melanomas metastáticos com primário desconhecido (2,3%) é comparável com os dados descritos na literatura.6,8,9 Em
relação ao estadiamento, estudo10 com 19 pacientes
mostrou que 11 (58%) foram estadiados como IV, enquanto oito (42%) eram estádio III. Não foi observado
diferença de estadiamento entre os pacientes deste
estudo, já que metade foi considerada estadio III e a
outra metade estadio IV.
Em relação à idade ao diagnóstico, tanto o presente estudo quanto outros mostram que a média
ocorre na sexta década de vida.11 O melanoma cujo
sítio primário é desconhecido pode ser dividido em
dois grupos clínicos: envolvimento metastático linfonodal ou não linfonodal (metástases viscerais).
A etiologia do melanoma de origem desconhecida é controversa. Existem algumas teorias para justificar sua existência:
■■ melanoma previamente retirado e não diagnosticado corretamente;
■■ transformação maligna de célula de um nevo melanocítico previamente ectópica em um linfonodo ou em tecido não pele12;
■■ regressão do tumor primário provocado pelo sistema imune após o estabelecimento da metástase.13
A regressão do melanoma já é bem documentada
com frequência variando de 3,7 a 8,7% dos casos
– característica tumoral que só é compartilhada
com o neuroblastoma e o hipernefroma2.
Os critérios diagnósticos atuais do melanoma
primário de sítio desconhecido incluem melanoma
metastático confirmado clinicamente, histologicamente ou a partir de imuno-histoquímica; ausência
de tumor cutâneo prévio, pigmentado ou não, que
tenha sido excisionado sem histologia; exclusão de
sítios primários não usuais como urogenital, otorrinolaringológico ou oftalmológico.2 Todos os 12 pacientes deste trabalho foram exaustivamente estudados
em busca de um melanoma primário.
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33
31
Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido
Nos pacientes com doença metastática linfonodal,
a busca pelo tumor primário deve ser restrita à inspeção da pele e das mucosas, principalmente na região
de drenagem linfática do grupo linfonodal acometido.
Nos pacientes com doença visceral, exame mais detalhado deve ser feito com o auxílio de exames de imagem complementares. Todos esses pacientes devem
ser submetidos aos exames de estadiamento preconizados para melanoma, principalmente a dosagem de
desidrogenase láctica (LDH) e tomografia computatorizada de tórax e abdome/pelve.14 Quando indicado,
esses pacientes devem ser submetidos a rectoscopia e
exames ginecológico, oftalmológico e laringoscópico,
na tentativa de se identificar o tumor primário.
Quanto ao tratamento, o padronizado nos casos
de doença nodal é a linfadenectomia radical ou modificada. Quimioterapia pode ser utilizada em esquema
de adjuvância ou paliação. As drogas mais comumente usadas eram interferon-a, interleucina-2 e dacarbazina. Atualmente, os inibidores da tirosina quinase,
imunomoduladores como antiPD1, PD1L e antiCTLA4
estão apresentando resultados surpreendentes, proporcionando grandes esperanças para pacientes e
médicos que lidam com melanoma. A radioterapia
também é utilizada em alguns esquemas de tratamento, para casos devidamente selecionados.15
Metanálise publicada em 201116 mostra resultados
diferentes entre os pacientes que têm metástases nodal ou em trânsito (estádio III) e aqueles com doença sistêmica (estádio IV). As taxas de sobrevida em
cinco anos variaram entre 28,6 e 75,6%, enquanto
as taxas de sobrevida em 10 anos chegaram a 18,8
a 62,9%. Nos casos dos pacientes com doença visceral à distância, o prognóstico é bem pior. A taxa de
sobrevida em cinco anos ficou entre 5,9 e 18%. Não
houve relato de pacientes vivos após 10 anos de seguimento em algum estudo apresentado. Já em pesquisas que avaliaram a sobrevida de pacientes com
melanoma metastático dentro de um mesmo estádio
(III ou IV), variando o conhecimento ou não do sítio
primário, foi possível associar melhor prognóstico ao
grupo dos pacientes com sítio desconhecido.17 Vários
fatores também têm sido apresentados influenciando
a sobrevida. Entre aqueles relacionados como de melhor prognóstico, podem ser citados: baixo número
de linfonodos acometidos; cirurgias precoces; metástases nodais e não sistêmicas e melanomas que sofreram regressão espontânea.18 Níveis elevados de LDH
foram associados a piores prognósticos em pacientes
no estádio IV.2
32
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33
CONCLUSÕES
Não há dados brasileiros para prevalência de melanomas metastáticos com sítio primário desconhecido. Melanoma metastático deve ser considerado
como diagnóstico diferencial para todos os pacientes
que tenham alguma neoplasia de origem desconhecida, principalmente quando estes apresentarem metástases cutâneas ou linfonodais ao diagnóstico.
O tratamento para a doença metastática é o mesmo dos casos de melanoma cutâneo metastático com
primário conhecido, devendo ser instituído o mais precocemente possível. Os melhores índices de sobrevida
pós-operatórios nos pacientes com sítio primário desconhecido sugerem o papel de uma forte resposta imune
endógena contra o melanoma primário. Sempre deve ser
procurado o melanoma primário, sendo que nos casos
com estadiamento III e IV, o estadiamento T do tumor
primário causa pouco ou nenhum impacto na sobrevida.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33
33
TEMAS LIVRES
TL01 - EVENTOS ADVERSOS NOS PACIENTES DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Vicente VYM1, Gusmão RS1, Vasconcelos MM1, Gualberto LIPS1, Nigri P1, Campos AF1, Souza LG1, Souza TLM1, Martins MA1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: Um dos pré-requisitos da saúde de qualidade é garantir tratamento isento de danos. Porém, podem ocorrer eventos adversos (EA) ao enfermo. EA
são injúrias decorrentes dos cuidados prestados ao paciente, não relacionadas à sua doença, com extensão ou não do tempo de internação e até morte. Objetivos: Identificar e especificar os EA relacionados a erros de medicação, equipamentos, hemoderivados e infecção hospitalar e outros descritos em fichas de
notificação de EA, ocorridos em pacientes internados no Centro de Tratamento Intensivo Pediátrico (CTI-PED). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal
feito por meio de levantamento de dados através da análise de prontuários de pacientes internados no CTI-PED do Hospital das Clínicas da UFMG de setembro
a novembro de 2011. Foram estratificados os tipos de EA por faixa etária e tempo de permanência hospitalar. Resultados: Numa população de 99 pacientes,
44 sofreram EA (incidência de 44%), totalizando 155 eventos. Destes, os mais significativos foram relacionados a medicamentos, 54%, e equipamentos, 35%. As
faixas etárias mais acometidas foram as de pacientes de 30 dias até 1 ano, de 1 até 5 anos, e 10 a 18 anos. Destes 55%, 45% e 41% sofreram EA, respectivamente.
Quanto ao tempo de permanência, sofreram EA os pacientes internados: por até 5 dias, 29% ; de 6 a 10 dias, 52%; de 11 a 20 dias, 58%; de 21 a 30 dias ou mais,
100%. Discussão: Embora os resultados obtidos sejam corroborados pela literatura, talvez eles estejam subestimados, já que não se pode ter certeza de que
todos os EA avaliados foram mesmo notificados. Porém, esta pesquisa não deixa de ter grande valor por se tratar de um projeto piloto. Conclusão: O estudo
permite inferir que a incidência de EA no CTI-PED no período observado foi alta e a maioria deve-se a erros relacionados à medicação. Foi verificado que o
tempo permanência está diretamente relacionado à maior ocorrência de EA. Poderão ser traçadas intervenções para prevenir EA a partir dos dados ora obtidos.
Palavras-chave: Eventos adversos, Centro de Tratamento Intensivo, Pediatria.
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TL02 - HIPERIDROSE COMPENSATÓRIA, UMA REVISÃO: FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Rezende RSP1, Brito MMO1, Caldeira IR1, Gontijo RP1, Santos GCM1
Instituições: 1FASEH
Introdução: A Hiperidrose Compensatória (HHC) ou Hiperidrose Reflexa (HHR) tem sido reconhecida como o aumento da sudorese que ocorre no pós-operatório de cirurgia de simpatectomia torácica. A simpatectomia torácica é apontada como um método efetivo e seguro que melhora a qualidade de vida do paciente
em casos de suor excessivo, mas pode acarretar complicações no pós-operatório. A epidemiologia varia de acordo com o local da simpatectomia torácica, sendo
os principais em nível de T2 com 97,3% dos pacientes apresentando HHC e em nível de T3 96% manifestando HHC. Objetivo: Relatar a fisiopatologia da HHC,
discutir os principais fatores precipitantes que podem acarretar ou agravar esse distúrbio e apresentar os possíveis tratamentos. Discussão: A HHC ocorre no
pós-operatório da cirurgia de simpatectomia torácica, sendo caracterizada por graus variados e acometendo regiões que não apresentavam sudorese anormal.
A fisiopatologia auxilia no entendimento da HHC e pode ser descrita por um bloqueio do feedback negativo dos estímulos aferentes ao hipotálamo, pela secção
das vias aferentes. O diagnóstico pode ser realizado após a cirurgia, quando os sinais e sintomas já iniciam e podem agravar com alterações no clima, psicológicas ou emocionais do paciente; deve-se observar as regiões acometidas; pacientes podem trocar de roupa várias vezes ao dia interferindo sobremaneira nas
suas atividades corriqueiras e profissionais com consequência na qualidade de vida. O tratamento consiste em tratamentos não-medicamentos, com controle
do peso, dieta não-termogênica, exercício físico, sono; e o tratamento medicamentoso que consiste em aplicações tópicas, aplicações intradérmicas de toxina
botulínica ou medicamentos por via oral. Considerações finais: A HHC acarreta problemas maiores em nível psicológico ao paciente, podendo ser evitada
realizando simpatectomias torácicas em nível mais caudal ou utilizando a técnica de clipagem, que vem apresentando bons resultados.
Palavras-chave: Hiperidrose compensatória, Complicações pós-cirurgicas, Sudorese.
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TL03 - O USO DE METILFENIDATO EM PACIENTES COM DISTÚRBIO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E EM PESSOAS SAUDÁVEIS
Fernandes TF1, Cardoso BB2, Cardoso DB3
Instituições: 1Universidade Federal de São João Del Rei, 2Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, 3Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: O distúrbio de déficit de atenção (DDA) é caracterizado por padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade. Os sintomas
frequentemente apresentados são: dificuldade em manter a atenção, hiperatividade, inquietação e impulsividade. O uso de metilfenidato (Ritalina® e Concerta®) vem sendo amplamente utilizado, tanto para tratar indivíduos com déficit de atenção, como para melhorar funções cognitivas em pessoas saudáveis.
Objetivos: Realizar uma revisão de literatura sobre o uso de metilfenidato em pessoas com déficit de atenção e em pessoas saudáveis que desejam melhorar a
capacidade de concentração. Discussão: O metilfenidato é um medicamento estimulante leve do Sistema Nervoso Central, que potencializa a ação das substâncias cerebrais noradrenalina e dopamina, melhorando a capacidade de concentração. Essa substância é recomendada para pacientes com diagnóstico de
déficit de atenção. Entretanto, vem sendo amplamente utilizada por pessoas que desejam melhorar a capacidade de concentração e diminuir o cansaço, principalmente estudantes que precisam estudar por um longo período com um desempenho melhor, como os estudantes universitários e os que desejam passar
em concursos. Existem perigos relacionados ao uso inadequado do medicamento. O consumo aumenta os riscos de problemas do coração e pode levar a um
quadro de arritmia cardíaca. Além disso, tratando-se de uma anfetamina, a droga apresenta também um potencial de abuso, razão pela qual é controlada e só
pode ser comprada com receita especial. Por isso, muitas pessoas recorrem ao mercado ilegal para comprar o medicamento. Considerações finais: Observa-se
um alarmante fenômeno mundial da expansão de uso de psicotrópicos. O metilfenidato é um dos principais medicamentos usados, pois objetiva melhorar a
concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos tempo. Entretanto, seu uso abusivo pode trazer consequências negativas se usado por
pessoas que não necessitam da medicação.
Palavras-chave: Metilfenidato, Ritalina, Déficit de atenção.
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TL04 - PLACENTA HUMANA COMO MODELO DE TREINAMENTO MICROVASCULAR E ENDOVASCULAR
Drummond AV1, Godinho JVVG1, D’Assumpção LCG1, Prosdocimi AMA1, Oliveira MMR1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: As técnicas microcirúrgicas envolvendo a vasculatura cerebral são bem estabelecidas e devem fazer parte do arsenal técnico do neurocirurgião.
Elas exigem, porém, treinamento rigoroso e preciso em um modelo similar ao da anatomia cerebral. Dentre os vários modelos experimentais descritos há uma
escassez geral de estudos sistematizando-os e correlacionando-os à microvasculatura cerebral. Objetivos: Correlacionar a vasculatura placentária com a cerebral e sistematizar o uso da placenta humana como método de treinamento microvascular e endovascular em neurocirurgia. Metodologia: Foram analisadas
12 placentas oriundas do serviço de Patologia da UFMG. Estas foram lavadas e seus vasos canulados. O calibre dos vasos foi mensurado com paquímetro digital
durante fluxo constante de soro à 74 mmHg. Foram medidas até 4 ramificações dos vasos, 3 a 5 mm antes das bifurcações. Ramificações com calibres destoantes
e em 90° foram desconsideradas. Foi obtida a autorização por escrito das gestantes envolvidas, e o projeto aprovado pelo COEP/UFMG. Resultados: As medidas
dos calibres tanto das artérias quanto das veias placentárias encontradas a partir da terceira bifurcação são as que mais se assemelham às principais artérias
cerebrais. Discussão: Dentre os vários modelos experimentais para treinamento microvascular e endovascular em neurocirurgia, a placenta humana se apresenta como o mais econômico, com a melhor estrutura vascular e variabilidade no calibre dos vasos. A literatura, porém, é falha ao correlacionar a vasculatura
placentária com a cerebral, além de não haver relato do uso da placenta para a prática endovascular. Além disso, as técnicas para coloração, fixação, extração
da vasculatura e dissecção da placenta também ainda não haviam sido descritas. Conclusão: A padronização do uso da placenta humana no treinamento representa um avanço na formação do neurocirurgião, com grande potencial como modelo experimental eficaz e de baixo custo.
Palavras-chave: Neurocirurgia, Treinamento, Microcirurgia.
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TL05 - PREDITORES PARA DESENVOLVIMENTO DE ARRITMIA VENTRICULAR MALIGNA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA: ESTUDO CASO-CONTROLE
Resende PI1, Almeida BCA1, Carmo AAL1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A doença de Chagas acomete três a quatro milhões de brasileiros. O curso clínico da doença é extremamente variável e, aproximadamente um
terço dos pacientes infectados desenvolvem doença cardíaca potencialmente letal, incluindo arritmias ventriculares malignas e insuficiência cardíaca. As etiologias mais frequentemente envolvidas com a morte súbita nos pacientes chagásicos são a taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular. Objetivo: Buscar
preditores da evolução para a morte por arritmia na Doença de Chagas, para assim selecionar de forma adequada os pacientes para o implante do cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). Metodologia: Está sendo estudada a associação de arritmias malignas com marcadores relacionados à repolarização ventricular (micro-alternância de onda T) e aqueles relacionados ao parasitismo (PCR quantitativo) e à inflamação (TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES e
BDNF), além dos marcadores clássicos de risco na cardiopatia chagásica. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle e a amostra estimada foi de 240 pacientes
chagásicos, sendo 120 casos (arritmia ventricular) e 120 controles (sem arritmia ventricular). Esses pacientes são submetidos a: • Entrevista médica e exame
físico padronizado, • Ecocardiograma, Holter de 24 h e teste ergométrico com pesquisa de micro-alternância da onda T (MTWA). • Ecocardiograma com strain
bidimensional • Dosagem de TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES, BDNF, NT-proBNP e realização de PCR quantitativo para T. cruzi. Resultados e conclusões: O presente estudo pretende fornecer informações acerca da fisiopatologia e mecanismos patogenéticos das arritmias malignas na doença de Chagas.
A identificação de marcadores não invasivos de risco para morte súbita tornará possível a identificação de subgrupos que podem se beneficiar da prevenção
primária de morte súbita através do implante do CDI.
Palavras-chave: Cardiopatia chagásica, CDI.
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TL06 - USO RACIONAL DA VANCOMICINA ATRAVÉS DAS CARACTERÍSTICAS DE SUSCEPTIBILIDADE DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
Oliveira RB1, Penso C1, Barbosa GL1,2, Pagnussat LR1, Zin BB1, Nesello G1, Langaro E1, Barelli C1
Instituições: 1Universidade de Passo Fundo, 2Hospital São Vicente de Paulo
Introdução: Relatos a partir de dados hospitalares informaram que o uso inapropriado de vancomicina (vanco) está na ordem de 40% a 60%. Isto apresenta certo
alerta, pois o uso deste antibiótico é frequentemente visto como fator de risco para colonização ou infecção de enterecocos resistentes à vanco. Objetivo: O
objetivo deste estudo é descrever o perfil de susceptibilidade de bactérias isoladas em pacientes internados após o uso da vanco. Metodologia: Realizou-se um
estudo de coorte concorrente, incluindo pacientes maiores de 12 anos, internados num hospital de referência regional no norte do Rio Grande do Sul tratados
com vanco, excluindo os que tiveram alta/óbito nas primeiras 24h de uso desse antibiótico. As variáveis do estudo foram definidas a partir do laudo de liberação
da vanco baseado no protocolo clínico (PC) e nos resultados laboratoriais de cultura (RLC) e testes de susceptibilidade (TS). Os dados finais foram analisados
por parâmetros de estatística descritiva inferencial. Resultados: Foram avaliadas 248 prescrições de vanco. A terapia com vanco foi baseada em RLC e TS antimicrobiana em 21,4% dos pacientes. A cultura microbiana (CM) foi realizada em 190 prescrições. Destas, 107 CM positivas houve isolamento de S. aureus (41,1%),
estafilococos coagulase negativos (29%) e bacilos gram negativos (20%). Entre os isolados S. aureus (44), 75% foram oxacilina resistente e 100% sensíveis à vanco
e à linezolida. Pelo E-test, 25% dos isolados apresentaram concentração inibitória mínima maior ou igual a 2 (MIC ³ 2). Discussão: As informações de CM e a
dosagem da MIC constituíram excelentes formas de auxílio diante da utilização racional de vanco no ambiente hospitalar. Conclusão: A maior utilização das informações com RLC pela atuação do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar associada ao PC apresentaram sucesso na monitorização terapêutica da vanco.
Palavras-chave: Vancomicina, Protocolo Clinico, Cultura microbiana.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PÔSTERES
PO01 - A DIFICULDADE DIAGNÓSTICA NO TUMOR TROFOBLÁSTICO DO LEITO PLACENTÁRIO: UM RELATO DE CASO
Tavares AER1, Faria ARV1, Mesquita LA1, Loures LF2, Batista EC2, Silva Filho AL 2
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Instituto Jenny de Andrade Faria/ Hospital das Clínicas
Introdução: Cerca de 10% das doenças do trofoblasto gestacional (DTG) são compostas por neoplasias com potencial para invasão local e metastização. Entre
essas incluem, maioritariamente, molas invasivas ou coriocarcinoma ou ainda tumores raros como o tumor trofoblástico do leito placentário (TTLP) e o tumor
trofoblástico epitelioide (TTE). Objetivos: Por compreender cerca de 0,2% das neoplasias trofoblásticas e haver menos de 300 casos relatados na literatura, o
TTLP ainda é pouco conhecido por profissionais da saúde. Assim, o objetivo desse trabalho é difundir conhecimentos sobre esse agravo ao acadêmico. Relato:
Paciente do sexo feminino, 34 anos, queixa de amenorreia há quase 9 meses, dor pélvica há quase 2, e dispaurenia. Funções fisiológicas preservadas. Marido
vasectomizado. G3PN3A0. Última gestação há 11 anos. Nega DSTs ou cervicopatias. Ao exame físico: abdome doloroso a palpação profunda em andar inferior.
Ao toque: colo fechado, grosso e presença de massa uterina móvel, não se separando útero-massa. Dosagem de β- HCG e demais hormônios dentro dos valores
de referência. USG endovaginal: útero aumentado e irregular. Múltiplos focos hiperecogênicos difusos. Extensa coleção anecóica intrauterina. HD: DIP e abcesso
hemático. Conduta: Encaminhamento para a cirurgia. À videolaparoscopia: Massa com aspecto vegetante, infiltrativo e cruenta no istmo uterino com cerca 6 cm.
Biópsia de peça cirúrgica simples evidenciando aglomerados de células do cito e sinciotrofloblasto, com núcleos volumosos, pleomórficos, além de focos de
calcificação. Imunohistoquímica indicando TTLP. Discussão: O TTLP tem origem nas células do trofoblasto intermediário, extra viloso, e é um tumor de crescimento lento. Pode ocorrer após qualquer tipo de gravidez e manifestar-se até mais de 10 anos depois. Dado que estes tumores segregam pequenas quantidades
de ßHCG, os títulos são normalmente baixos. A cirurgia é o tratamento de primeira linha, pois este tumor é quimioresistente.
Palavras-chave: Ginecologia, doenças trofoblásticas gestacionais, tumor trofoblástico do leito placentário.
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PO02 - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Franco AFQ1, Costa M1, Carvalho MC1, Esteves WAM1
Instituições: 1Universidade de Itaúna
Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma pandemia e uma das prioridades entre as enfermidades crônicas da Organização Mundial de Saúde. Estima-se
que quase três milhões de brasileiros sejam portadores de IC. Os estudos atualizados têm mostrado que a IC com fração de ejeção preservada (ICFEP) responde
por metade dos pacientes com IC. A ICFEP tem alta incidência em idosos, hipertensos, diabéticos, obesos, sendo mais prevalente entre mulheres. Dessa forma, é
uma síndrome clínica comum e sub diagnosticada, de cujos tratamentos ainda não mostraram eficácia na redução da sua elevada morbimortalidade. Objetivos:
Evidenciar a existência da ICFEP, apresentando orientações que permitirão o diagnóstico e a propedêutica corretos para aplicabilidade na atenção primária.
Discussão: A ICFEP não é causada por uma contratilidade miocárdica anormal e deve ser compreendida como uma síndrome complexa, com um componente
periférico (vasculatura arterial) e um componente central (miocárdio) acometido por estímulos agressores. Os pacientes com ICFEP podem se apresentar de
três formas: síndrome de diminuição de tolerância aos esforços; síndrome de retenção de líquidos ou apenas com achados de disfunção diastólica (DD) assintomática. Portanto, estabeleceram-se três etapas obrigatórias para o diagnóstico da ICFEP: presença de sinais ou sintomas de IC; presença de fração de ejeção
do ventrículo esquerdo maior ou igual a 50% e evidências de DD (relaxamento, enchimento e rigidez). Os métodos padrão-ouro para o diagnóstico são o EcoDopplercardiograma convencional, Doppler tecidual e peptídeos natriuréticos (BNP/Pró-BNP). Considerações finais: São fundamentais o diagnóstico precoce
da ICFEP e o tratamento das comorbidades associadas, já que influenciarão diretamente na redução da morbimortalidade, tendo em vista que o tratamento da
ICFEP é empírico e ainda exige mais resultados em estudos randomizados.
Palavras-chave: Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, Insuficiência, Preservada.
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PO03 - ABORDAGEM CRITERIOSA NO PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES IDOSOS: UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA
Reggiani TAS1, Santana HDAS1, Moreira PM1, Pimentel CCSB1, Tótola J1
Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior
Introdução: Aproximadamente 10,8% da população brasileira serão de pessoas com mais de 60 anos de idade, segundo o DATASUS. Devido a grande representatividade dessa população no SUS, torna-se cada vez mais importante ensinar e conscientizar os profissionais de saúde sobre os cuidados com os pacientes
idosos. Por possuírem comorbidades clínicas associadas e devido às mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento, o ato cirúrgico realizado em
paciente idoso exige cuidados específicos e individualizados, tornando o pré, per e pós-operatório um desafio para todos os profissionais de saúde de uma
equipe multidisciplinar. Objetivos: Estabelecer as ações necessárias e a importância de um tempo pós-operatório adequado ao paciente idoso, incluindo
normas e condutas e as comorbidades clínicas associadas, para um reestabelecimento imediato do paciente. Discussão: No pós-operatório ocorrem diversas
alterações neuroendócrinas em resposta ao trauma anestésico cirúrgico. Como consequência, atos cirúrgicos menos invasivos, menos traumáticos e com menor
duração, geram menor influência sobre o equilíbrio orgânico, muitas vezes já comprometido. Nessa população, na maioria das vezes acometida por doenças
consumptivas, cardiovasculares (ICC, HAS), endócrinas (DM), respiratórias (DPOC) e osteoarticulares (osteoastrose), exigem-se ações específicas no pré, per e
pós-operatório que levem em conta as afecções associadas a capacidade adaptativa do organismo, garantindo assim, menor morbimortalidade. Considerações
finais: O provimento de cuidados na saúde de pacientes idosos representa ainda um grande desafio para os profissionais de uma equipe multidisciplinar em
saúde, mas também do sistema público e privado. Trata-se de um cuidado dinâmico, contínuo e multidisciplinar. Ocorre traumatismo e desencadeiam alterações
orgânicas, os atos cirúrgicos representam um grande desafio para o cirurgião e toda equipe.
Palavras-chave: Idoso, Atos cirúrgicos.
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PO04 - ANÁLISE COMPARATIVA DA OCORRÊNCIA DE ÓBITOS EM CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME TRIADAS PELO PROGRAMA ESTADUAL DE
TRIAGEM NEONATAL DE MINAS GERAIS NOS PERÍODOS DE 1998-2003 E 2007-2012
Lima GO1, Silva LML1, Sabarense AP1, Viana MB1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A doença falciforme (DF) é considerada a doença hereditária monogênica mais comum no Brasil. Em Minas Gerais, a incidência da DF é de 1:1400
recém-nascidos triados, tendo como base o Programa de Triagem Neonatal (PTN-MG). A DF é caracterizada pela predominância da hemoglobina S (HbS). Em
certas situações ocorre polimerização da HbS com consequente deformação das hemácias em forma de foice. Essas não circulam adequadamente na microcirculação, resultando em obstrução do fluxo sanguíneo capilar e sua destruição precoce, o que acarreta graves manifestações clínicas. A mortalidade em crianças
abaixo de 5 anos com DF é devida a infecções fatais, sequestro esplênico ou crise aplástica. Objetivo: Realizar análise comparativa da ocorrência dos óbitos de
crianças com DF nos períodos de 1998-2003 e 2007-2012. Metodologia: Estudo descritivo e transversal dos óbitos ocorridos. O estudo comparativo da ocorrência
de óbitos entre os períodos de 1998-2003 e 2007-2012 tem o desenho de coorte prospectiva. Resultados e Discussão: Foram diagnosticadas 2.591 crianças com
DF entre 1998 e 2012; 15 foram excluídas da análise devido a abandono ou transferência, sem nenhuma consulta. Ocorreram 193 óbitos, sendo 98 meninos e 95
meninas. Desses, 153 foram em crianças com genótipo SS ou S/beta0 talassemia, 34 com genótipo SC e 6 em crianças com genótipo S/beta+ talassemia. Dois
terços das crianças que faleceram residiam em municípios de pequeno porte. Embora o grupo 2007-2012 tenha estimativa de sobrevida aos 5 anos superior à do
grupo 1998-2003, a diferença não foi estatisticamente significativa (p=0.31). Conclusão: Apesar de termos um programa de triagem neonatal com rígido controle
de tratamento, a mortalidade de crianças com DF ainda não se alterou significativamente desde a implantação do PTN em 1998. Necessita-se de desenvolvimento econômico e social do estado e ampliação, pela educação continuada, do conhecimento sobre a DF entre os profissionais de saúde e familiares.
Palavras-chave: Doença Falciforme, Mortalidade, Triagem Neonatal.
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PO05 - ANÁLISE DE MUTAÇÃO NO GENE KRAS EM PACIENTES BRASILEIROS COM CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS
Bicalho AJFD1, Oliveira FGR1, Couto PGP1, Rodrigues LB1, Sábato CS1, Sarubi HC1, Marco LAC1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: O câncer de pulmão é o tipo de câncer que apresenta maior mortalidade mundial. A família de proteínas RAS tem sido relacionada ao desenvolvimento de tumores em humanos. O oncogene KRAS reside no cromossomo 12p12 e codifica a proteína p21ras, envolvida na transdução de sinal de MAP-quinase,
via de modulação de proliferação e diferenciação celular. Mutações no KRAS, principalmente nos códons 12, 13 e 61 (exons dois e três) estão presentes em cerca
de 25% dos tumores de câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC), mas o impacto global dessas mutações na clínica em NSCLC permanece desconhecido. Objetivo: Desvendar os mecanismos moleculares relacionados com o desenvolvimento e progressão do câncer. Métodos: Para determinar a presença de
mutações do KRAS em uma população brasileira, estudamos 50 pacientes com NSCLC. As regiões-alvo dos exons 2 e 3 do KRAS foram amplificados usando primers específicos. As amostras de PCR foram posteriormente purificadas e sequenciadas. Também foi verificada a ancestralidade dos pacientes usando 40 indels
informativos de ancestralidade. Resultados: Nenhuma mutação em KRAS foi encontrada e a análise de ascendência revelou maior componente africano entre
pacientes com câncer do que os controles. Discussão e conclusões: De acordo com dados da literatura, nosso estudo é o primeiro a examinar a associação
entre mutações no gene KRAS e NSCLC na população brasileira. A falta de mutação pode ser explicada pelo fato de que o adenocarcinoma (o principal subtipo
de câncer, associado com mutações no KRAS) é o menos prevalente em nossa amostra, (24%). Estes achados sugerem que outros genes estão relacionados ao
NSCLC. Portanto, é necessário investigar possíveis alterações moleculares em outros genes relacionados a tumores.
Palavras-chave: Câncer de Pulmão, KRAS, Biologia Molecular.
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PO06 - ANÁLISE DO PERFIL E EVOLUÇÃO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS EM BELO HORIZONTE/MG
Lima GO1, Ferreira RK 2, Santos GRA1, Murta SMGF2, Giordano LFC2
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Introdução: A doença renal crônica possui elevada morbimortalidade, sendo que sua incidência e prevalência têm aumentado em todo o mundo. O transplante
renal é uma eficiente opção terapêutica para pacientes em fase terminal da doença, representando o fim do tratamento dialítico e um aumento da sobrevida do
paciente. Objetivo: Analisar o perfil do paciente transplantado renal e o desfecho do transplante no primeiro ano pós-transplante. Métodos: Estudo de coorte,
analítico e retrospectivo dos prontuários de 115 pacientes submetidos ao transplante renal intervivo no Hospital Universitário São José (Belo Horizonte), entre
os anos de 2009 e 2011. Resultados e Discussão: A maioria dos pacientes transplantados pertencia ao sexo masculino (63,5%). Em relação ao tipo de doador,
82,4% eram relacionados. As comorbidades mais frequentemente associadas aos transplantados foram: hipertensão arterial sistêmica, osteodistrofia, diabetes
mellitus e dislipidemia. Não foi possível determinar a causa da doença renal crônica em 48,7% dos pacientes. A re-operação foi necessária em 20,9% e a indução
foi realizada em 15,8% dos pacientes. Apenas 16,5% apresentaram disfunção precoce do enxerto. O tempo médio de cirurgia, internação e CTI foi de 279 minutos,
14 e 3 dias, respectivamente. A média da creatinina sérica foi de 1,6 mg/dL no 1º mês, 1,5 mg/dL no 6º mês e 1,4 mg/dL no 1º ano. Conclusão: O maior tempo de
internação/CTI, o maior valor de creatinina no 1º mês, a re-operação, a necessidade de indução e a presença de disfunção precoce do enxerto foram associados
ao pior prognóstico no primeiro ano pós-transplante.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Transplante Renal, Evolução.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PO07 - ANTISSEPSIA DAS MÃOS: ÁLCOOL 70% É SUFICIENTE?
Barros RF1, Almeida MLP1, Regazzoni LAA1, Rodrigues ACP1
Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano
Introdução: A relação entre o ambiente, higiene e infecções é, hoje, amplamente aceita. Infecções nosocomiais são problema frequente entre pacientes hospitalizados, aumentando o tempo de internação, a mortalidade e os gastos públicos. Essas infecções podem ser disseminadas diretamente por contato pessoa-pessoa, ou indiretamente através de fomites, sendo as mãos dos atendentes importante vetor para transmissão de vírus e bactérias, muitas vezes multirresistentes.
Objetivo: Avaliar se a antissepsia das mãos dos profissionais de saúde com álcool 70% é suficiente para, isoladamente, reduzir a colonização do examinador,
dispensando a lavagem de mãos com água e sabão, na prática clínica. Discussão: A higiene mais rigorosa das mãos acarretou decréscimo significativo das taxas
de infecções e mortalidade, sendo reconhecida como a mais importante arma contra as infecções hospitalares. Apesar disso, ainda é difícil incluir tal prática
na rotina dos trabalhadores de saúde. BISCHOFF, WE; et al (2000) observou que o fácil acesso a dispensers com desinfetante sem enxágue para mãos, a base de
álcool, aumentou significativamente a frequência da desinfecção das mãos, entre os trabalhadores. Tal aumento levou EIREF, SD; LEITMAN, IM; RILEY, W. (2012)
a questionarem o papel dos dispensers também como fomites. Esse estudo evidenciou 100% dos dispensers analisados contaminados com uma ou mais espécies
de bactérias tanto da flora comensal da pele, como com microorganismos gram-negativos entéricos. Considerações finais: Segundo o Ministério da Saúde, no
Brasil, a taxa média de infecção hospitalar é de cerca de 15% do total de pacientes internados, gerando importante custo adicional à assistência a saúde. Dessa
forma, urge a necessidade de viabilizar a antissepsia de mãos e materiais de uso corriqueiro de forma fácil, próxima aos leitos, com baixo custo e alta efetividade.
Palavras-chave: Infecções nosocomiais, Antissepsia, Álcool 70%
E-mail: [email protected]
PO08 - ASCITE URINÁRIA: RELATO DE CASO
Barros RF1, Guerra VM1, Coelho MCF2
Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano, 2Hospital Santa Casa de Misericórdia
Introdução: O extravasamento de urina diretamente na cavidade peritoneal pode levar à ascite urinária. As principais causas são: ruptura de bexiga, ruptura de
ureter e ruptura da pelve renal. O paciente se apresenta com ascite tensa, refratária de muito rápido reacúmulo, associado à oligúria, hiponatremia, hipercalemia
e creatinina aumentada. À paracentese propedêutica, o fluido ascítico apresenta-se amarelado, presença de ureia e concentração de creatinina e potássio mais
altas que as plasmáticas. Objetivos: Análise de caso de ascite urinária que, apesar da baixa frequência de tal patologia, foi atendido no ambulatório de gastroenterologia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Relato de Caso: AF, masculino, 66 anos. Paciente admitido em 15/08/2013 com relato de
aumento do volume abdominal e hematoquezia, sem repercussão hemantimétrica ou recorrência do sangramento. Sem outras queixas. Realizada paracentese
propedêutica: estudo de líquido ascítico sem PBE, proteína total: 3,4 (Exsudato). Evoluiu com piora da ascite, da função renal e limitação à expansão torácica.
HPP: tumor de bexiga, feita neobexiga em 1996, HAS, DRC com hidronefrose bilateral. US abdominal externo evidenciou massa em epigastro. HD: Tumor metastático? Hepatite medicamentosa? Conduta: Realizada paracentese de alívio. Retirado 4L em 29/08 e 5,3L em 04/09. Sem critérios infeciosos. Descoberta etiologia
urinária da ascite, foi proposta intervenção cirúrgica. Paciente evoluiu com choque, foi operado na urgência com uso de noradrenalina evoluindo para óbito
no pós-operatório imediato. Discussão: Apesar de patologia rara e da pouca literatura disponível sobre ascite urinária em adultos, é importante diagnóstico
diferencial nos casos de ascite refratária de muito rápido reacúmulo, em pacientes sem lesão hepática.
Palavras-chave: Ascite, refratária, Urinária.
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PO09 - ASSOCIAÇÕES ENTRE COGNIÇÃO, QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE NA ESQUIZOFRENIA
Pereira TA1, Campos SM2, Oliveira K3, Guimarães FC4, Quintão JHC1, Camargos MH1, Pereira LFF1, Santos CLS1, Salgado JV1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Instituto de Ciências Biológicas, 3Instituto Raul Soares, 4FHEMIG
Introdução: A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico caracterizado por sintomas positivos e negativos, prejuízo cognitivo e incapacidade funcional. O
tratamento farmacológico disponível é eficaz normalmente apenas para a sintomatologia positiva. Objetivos e métodos: Foram avaliados 33 pacientes com
diagnóstico de Esquizofrenia, sem comorbidades neurológicas, entre 18-50 anos, estáveis do ponto de vista da sintomatologia positiva. Tudo em acordo com
as exigências do comitê de ética. A qualidade de vida foi avaliada com a escala QLS-BR. A SCoRS e BACS examinaram habilidades motoras; aprendizagem;
memória operacional; atenção; fluência verbal e resolução de problemas. Foram feitas análises de correlação pelo teste de Spearman no MATLAB. Resultados:
A associação entre o domínio de fluência verbal da BACS e o fator rede social foi relevante demonstrando que pacientes com melhor fluência verbal exibiam
quadros mais satisfatórios em relação às relações interpessoais. A correlação entre a sub-escala de nível ocupacional da QLS e a sub-escala do informante da
SCORS reflete que quanto mais grave a dificuldade cognitiva do paciente pior o desempenho ocupacional do paciente no que se refere a sub-emprego, utilização
do tempo, funcionamento e satisfação ocupacionais. A relação entre a pontuação na PANSS negativa e a pontuação na BACS em relação à memória verbal, fluência verbal e memória de trabalho mostrou correlação. Indicando que haveria menor sintomatologia negativa em acordo com maior preservação dessas funções.
Conclusões: A pior disfunção executiva e cognitiva coexiste com uma sintomatologia negativa mais grave. A ausência de relação entre a QLS e a sub-escala do
paciente da SCORS pode envolver a falta de insight dos pacientes. Estes dados devem ser considerados preliminares devido ao número reduzido de sujeitos, mas
são também encorajadores pela força da correlação encontrada.
Palavras-chave: Esquizofrenia, Qualidade de vida, Funcionalidade.
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PO10 - ASSOCIAÇÃO DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E HEPATITE B CRÔNICA E A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
ENTRE CIRROSE HEPÁTICA E FIBROSE DE SYMMERS: RELATO DE CASO
Flores L1, Costa AL1, Carvalho G1, Moraes V1, Menezes EG1
Instituições: 1Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH
Introdução: O rastreamento das diferentes causas de hepatopatia crônica também se justifica nos portadores de esquistossomose mansônica, com atenção
especial ao dg. diferencial entre cirrose hepática e fibrose de Symmers-Bogliolo. Objetivos: Relatar o caso de um paciente cujo diagnóstico tardio de hepatite
B (HBV) crônica (associada à esquistossomose) contribuiu para o agravamento da fibrose e para o desenvolvimento de complicações da cirrose hepática.
Relato de Caso: J. R. S., masculino, 47 a., natural de Curvelo-MG, com esquistossomose diagnosticada há 5 a., tratado com oxamniquine. US abdominal: sinais
de hepatopatia crônica. Biópsia: “fibrose periportal (esquistossomose)”. Reinternação 4 anos depois com adinamia, ascite e febre. Propedêutica etiológica para
hepatopatias crônicas revelou HBV crônica, com cirrose hepática descompensada (Child B7) e hipertensão portal. EDA: varizes esofagianas de pequeno calibre.
Instituída ATB para peritonite bacteriana espontânea. Revisão das lâminas da biópsia hepática prévia: “cirrose hepática”. Alta hospitalar (Child A6), para controle
ambulatorial e tratamento antiviral. Discussão: O quadro clínico inicial do paciente parecia ser decorrente da esquistossomose. Um segundo fator de agressão
(HBV) não foi identificado, o que contribuiu para a aceleração da fibrose. A persistência do vírus após o tratamento da esquistossomose permitiu a progressão
da inflamação hepática e da fibrose, o que levou à descompensação da hepatopatia e à piora do prognóstico. Conclui-se, portanto, que pacientes com evidências
de hepatopatia crônica devem ser submetidos rotineiramente à extensa propedêutica etiológica, ainda que haja um diagnóstico evidente para a doença em
questão. Há ainda que se destacar a importância da correta diferenciação entre os quadros histológicos hepáticos na esquistossomose e na cirrose, o que pode
contribuir para o diagnóstico preciso da(s) hepatopatia(s) de base.
Palavras-chave: Esquistossomose, Hepatite B, Coinfecção.
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PO11 - AVALIAÇÃO E CORRELAÇÃO DE SINTOMAS E DISTÚRBIOS DA CONDUÇÃO ATRIOVENTRICULAR ENCONTRADOS EM IDOSOS SUBMETIDOS A ELETROCARDIOGRAFIA DINÂMICA PELO MÉTODO HOLTER
Mesquita LA1, Morais BFG1, Abreu LAN2, Abreu LAA3, Souza SB3, Freitas OGA3, Freitas OGA4
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, 3Minascor Centro Médico, 4Centro Médico / IEP Santa
Casa de Belo Horizonte
Introdução: A utilização da eletrocardiografia dinâmica de 24 horas pelo método Holter (Holter) no diagnóstico dos bloqueios atrioventriculares (BAVs) é
consagrada pela literatura. Entretanto, estudos atuais correlacionando a sintomatologia dos pacientes idosos a estes bloqueios são raros e suscitam necessidade
constante de investigação. Objetivos: Determinar a correlação de sintomas e distúrbios da condução atrioventricular em idosos submetidos ao Holter. Método:
Estudo retrospectivo, coorte, de 6.492 exames Holter, ambos sexos, de agosto de 2009 a fevereiro de 2013. Seleção dos participantes: 75 anos ou mais, totalizando
1.452 indivíduos (971 mulheres e 481 homens). Análise estatística: software estatístico IBM/SPSS, com p<0,05. Resultados: Média de 83,5 anos, 491 exames com
BAV de primeiro grau, 132 BAV de segundo grau Mobitz tipo 1, 41 BAV Mobitz tipo 2, BAV tipo 2:1 em 56 e BAV total em 62 exames. Sintomas (22% dos exames)
sendo os mais frequentes associados ao BAV: tontura (31%), cansaço/fadiga (19%), “falta de ar” (dispneia – em 16%) e síncope (2,9%). O BAV de primeiro grau não
esteve correlacionado signficativamente a sintomas; outros apresentaram graus de significância. Discussão: A correlação entre os bloqueios atrioventriculares e
sintomas ocorridos durante o Holter em pacientes com idade igual ou superior a 75 anos mostrou-se efetivo em correlacionar alguns dos sintomas apresentados.
O BAVT esteve associado a sintomas mais graves e, o BAV de I grau não apresentou associação significativa com os sintomas. Estes dados são semelhantes a
relatos de literatura internacional. Ainda há divergência na literatura sobre a correlação dos sintomas e arritmias, sendo necessário estudos adicionais, prospectivos, para elucidar a questão. Conclusão: O valor diagnóstico do Holter em participantes com idades entre 75 e mais velhos mostrou-se efetivo e apresenta uma
correlação de sintomas semelhantes a relatada em literatura internacional.
Palavras-chave: Idosos, Bloqueios Atrioventriculares, Holter de 24 horas.
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PO12 - AVALIAÇÃO INTEGRADA: UM INSTRUMENTO PARA A INTERDISCIPLINARIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO
Mendes HG1, Rezende AC1, Alves J1, Gregorio L1, Oliveira PS1, Machado MA1, Alvim CG1, Gontijo ED1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A educação médica contemporânea deve estimular a autonomia do aluno no que se refere à evolução das competências clínicas. Relatamos aqui
a experiência desenvolvida ao longo de 2012 e 2013, sobre um sistema de avaliação integrada aplicado ao final do terceiro ano de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais. Objetivos: Identificar áreas do conhecimento médico em que o desempenho dos alunos é insatisfatório e sua capacidade de raciocínio clínico. Verificar, ainda, a efetividade e a aceitação de ferramentas avaliativas integradas implantadas na graduação. Metodologia: A Avaliação Integrada é
composta por um seminário e uma prova final, abordando todas as disciplinas do terceiro ano. O seminário é baseado na discussão de casos clínicos, focados
no raciocínio clínico, trabalho em equipe, habilidades de comunicação e integração de conteúdo. A prova demanda associação de temas e elaboração de raciocínio abrangente através de questões discursivas e de múltipla escolha. Os alunos relataram a sua impressão da avaliação posteriormente. Essa retroalimentação
e os dados quanto ao desempenho na prova foram então analisados. Resultados: Entre os 329 alunos avaliados, 85% sentiram-se motivados a participar de
Avaliação Integrada e 90% concordaram que o sistema contribuiu para o desenvolvimento do raciocínio clínico. 82% trabalharam bem em equipe. As notas do
exame final obedecem a uma distribuição gaussiana. Discussão: Foi possível apontar as lacunas de conhecimento e analisar a evolução do raciocínio clínico
dos alunos até a metade do curso médico. A Avaliação Integrada mostrou-se eficiente na associação de várias áreas do conhecimento e pode ser considerada
uma importante ferramenta educacional. Conclusão: A abordagem integrada é bem avaliada pelos estudantes e ajuda a formar um aluno crítico, enquanto
estimula uma abordagem interdisciplinar e o aperfeiçoamento de competências médicas.
Palavras-chave: Educação Médica, Interdisciplinaridade, Competências Clínicas.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PO13 - AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ALTERAÇÕES HORMONAIS, EM MULHERES NO MENACNE COM DISFUNÇÃO SEXUAL
Silva DNR1, Vale FBC1, Geber S1
Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A disfunção sexual feminina (DSF) é uma desordem do interesse sexual, da excitação subjetiva e genital, do orgasmo e/ou dor/dificuldade para
permitir a relação sexual. Tem-se conhecimento que hormônios estão envolvidos nos na modulação da resposta sexual. Objetivo: Avaliar a frequência das
alterações dos níveis de prolactina, hormônio estimulante da tireoide (TSH), testosterona total, globulinas ligadoras dos hormônios sexuais (SHBG) e no índice
de testosterona livre em mulheres no menacme, com disfunção sexual do desejo, excitação, orgasmo e vaginismo/dispareunia. Metodologia: Estudo transversal, incluindo 60 mulheres atendidas no Hospital das Clínicas da UFMG, no período de março de 2011 a agosto de 2012. Para diagnóstico da disfunção sexual
foi utilizado anamnese dirigida padronizada e solicitado às pacientes exames para a identificação do perfil hormonal para níveis séricos de prolactina, TSH,
testosterona total, SHBG e testosterona livre calculada. Resultados: Dos 60 pacientes selecionadas, 71,7% apresentaram o diagnóstico do Distúrbio do Desejo
Sexual Hipoativo (HSDD), 15% Anorgasmia e 3,3% apresentaram Disfunção da Dor Sexual. Das 5 pacientes com disfunção da dor sexual, 3 (5%) apresentavam
dispareunia e 5 (8,3%) vaginismo. Das mulheres com HSDD, 20,9% tinham níveis séricos baixos de Testosterona Total. Foram observados níveis baixos de
Testosterona Livre em 53,5% das pacientes com HSDD, em 55,6% das pacientes com Anorgasmia e em 40% das pacientes com vaginismo. Os níveis séricos de
prolactina estavam elevados em 16,3 % das pacientes com HSDD. Os níveis séricos de TSH estavam elevados em 7% das pacientes com HSDD. Conclusão: Existe
uma importante associação entre a Síndrome de Insuficiência Androgênica Feminina e a DSF.
Palavras-chave: Menacne, Disfunção sexual, Insuficiência Androgênica.
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PO14 - BENZODIAZEPÍNICOS E QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Maia DF1, Lima PA1, Tavares AR1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: Os problemas de saúde fazem do idoso uma pessoa frágil e suscetível a enfermidades, que outrora não seriam problemas – gripes, diarreias e quedas, por
exemplo. A suscetibilidade às quedas ainda aumenta quando alguns dos fármacos podem aumentar a fragilidade do idoso, como os benzodiazepínicos, largamente discutidos na literatura. Objetivo: verificar se a utilização do fármaco resulta no aumento de quedas entre idosos. Metodologia: Os moradores do Lar de Idosos São José foram divididos em dois grupos: idosos que fazem uso de benzodiazepínicos e idosos que não fazem uso de benzodiazepínicos e seus prontuários foram consultados para verificar
a ocorrência de queda entre eles e comparar em qual dos grupos esse evento é mais frequente. Resultados: Dezesseis idosos fazem uso de benzodiazepínicos diariamente
e, destes, oito apresentaram queda no último ano, uma porcentagem de 50%. Dentre os vinte e três idosos que não usam benzodiazepínicos diariamente, seis apresentaram
quedas no último ano, correspondendo a 26,08% da população. Discussão: O uso de benzodiazepínicos podem gerar efeitos indesejados, os quais podem ocorrer mesmo
com o uso de doses terapêuticas. São eles: graus variados de tonteira, lassitude, tempo de reação aumentado, falta de coordenação motora, comprometimento das funções
mental e motora, confusão, amnésia anterógrada, e alterações nos padrões de sono. Esses efeitos são os mais prejudiciais em idosos e constituem fator importante no
aumento do risco de queda. Conclusão: O uso contínuo de benzodiazepínicos está associado ao aumento da frequência de quedas em idosos. Assim, é necessária a prescrição consciente dessa classe de fármacos aos idosos, a fim de evitar danos ao organismo, maiores gastos com a saúde e a invalidez ou asilamento precoces dos idosos.
Palavras-chave: benzodiazepínicos, quedas, idosos institucionalizados.
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PO15 - CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA: ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS
Dias VA1, Esteves WAM2
Instituições: 1Universidade de Itaúna, 2Hospital Vera Cruz
Introdução: A Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva (CHMO) é uma doença de caráter genético, com prevalência na população geral de 1:500. Caracteriza-se
por hipertrofia idiopática assimétrica do ventrículo esquerdo (VE), acometendo principalmente o septo interventricular (SIV). As manifestações clínicas são variáveis e decorrem da hipo-diastolia secundária à disfunção diastólica e à obstrução dinâmica da via de saída do VE. A terapia inicial com fármacos inotrópicos
negativos pode ser ineficaz e, nos casos refratários, são utilizadas terapias não farmacológicas que incluem alcoolização septal, miectomia cirúrgica e implante
de marca-passo. Objetivos: Apresentar e discutir as modalidades de tratamento não medicamentoso na CMHO. Discussão: A miectomia cirúrgica consiste na
ressecção cirúrgica do SIV com melhora dos sintomas, sendo indicada em pacientes jovens. A alcoolização septal caracteriza-se por embolização com solução
alcoólica de um ramo septal da artéria descendente anterior, reduzindo a espessura da parede do SIV. Deve ser realizada por profissionais experientes em
pacientes que tenham anatomia favorável para reduzir o risco de arritmia ventricular e bloqueio cardíaco. Os estudos têm apontado que ambas as abordagens
supracitadas para a modificação septal têm segurança e efetividade semelhantes, o que contribui para controvérsias de qual seria o padrão-ouro de tratamento.
O implante de marca-passo pode ser benéfico para alguns pacientes reduzindo até 40 a 51% no gradiente intraventricular, mas seus benefícios sintomáticos e
funcionais foram pouco evidentes nos ensaios realizados, o que tem limitado seu uso na prática. Considerações finais: A inexistência de estudos randomizados
limita a definição de qual seria a melhor forma de tratamento não farmacológico. Assim, há necessidade de estudos que analisem a eficácia e esclareçam a
indicação dessas terapias nos pacientes com CMHO.
Palavras-chave: cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, miectomia cirúrgica, alcoolização septal.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
PO16 - COMO A BIÓPSIA DO LINFONODO SENTINELA (BLS) É APLICÁVEL E ACURADA NO ESTADIAMENTO DO MELANOMA DE CONJUNTIVA (MC)
Cardoso FM1, Bretas GO1, Kansaon MJM2, Wainstein AJA 2
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2ONCAD – Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo
Introdução: O MC é um tumor raro, representando menos de 1% dos tumores malignos do olho. Porém, apresenta altas taxas de mortalidade (20% em 10 anos).
Seu principal tratamento consiste em excisão da lesão com margem ampla e livre. A indicação da BLS ajuda no estadiamento e na definição de prognóstico do
tumor. Objetivos: Descrever a metodologia da BLS em quatro casos de MC e estabelecer rotinas e indicações para essa ferramenta propedêutica nesses casos.
Relato de Caso: Foi realizada a BLS em quatro pacientes diagnosticados com MC e associados a prática com a literatura publicada nesse assunto. Todos os
pacientes apresentavam uma lesão melanocítica de crescimento rápido no olho. Eles foram submetidos à biópsia incisional e a histopatologia confirmou o diagnóstico de melanoma. Portanto, foi decidido por realizar a BLS juntamente com excisão cirúrgica ampla. Os pacientes foram submetidos à linfocintilografia para
localizar o linfonodo sentinela (LS). Na sala cirúrgica, o Gamma Probe foi utilizado para localizar exatamente o LS e retirá-lo. A imunoistoquímica foi realizada
com S100, HMB45 e Melan A. Discussão: A técnica no LS foi exequível em 100% dos quatro pacientes, com a identificação precisa do LS utilizando corante azul
patente e marcadores radioativos. Todos os LS analisados foram negativos à histologia e à imunohistoquímica. Nenhum dos pacientes apresentou recorrência
local ou regional. Considerações finais: Se, na BLS, o LN não possuir metástases, o paciente é poupado da linfadenectomia radical, mas, se não for, o paciente
deverá ser submetido à linfadenectomia regional.
Palavras-chave: melanoma, conjuntiva, biópsia de linfonodo sentinela.
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PO17 - DELEÇÃO DA INTERLEUCINA-4 INIBE A DEPLEÇÃO DE GLUTATIONA E REDUZ LESÃO HEPÁTICA POR PARACETAMOL
Pires AD1, Marques PE1, Amaral SS1, Pereira RVS1, Ferreira LG1, David BA1, Menezes GB1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A Falência Hepática Aguda (FHA) é um quadro associado a altos níveis de morbi-mortalidade e a grande ônus para o sistema de saúde. Uma das
causas em ascendência para a FHA é a overdose por Paracetamol (APAP), a qual apresenta patogênese associada à ativação do sistema imune. Portanto, o
estudo do papel da Interleucina-4 (IL-4) se torna relevante na exacerbação da lesão hepática inicial. Método: Overdose oral de APAP (dose 200 – 500mg/kg)
em camundongos convencionais (WT) e em IL-4 nocautes (IL-4 -/-). A lesão hepática foi quantificada por meio da análise dos níveis séricos de alanina-aminotransferase (ALT) no soro e pelo infiltrado neutrofílico no parênquima hepático (quantificação mieloperoxidase (MPO)). Quantificação direta de macrófagos
no fígado (mensuração de N-acetilglicosamina (NAG)) e avaliação metabólica da intoxicação (mensuração de glutationa – GSH). Análise histológica e in vivo
(microscopia intravital) do tecido hepático. Resultados: A administração de APAP em baixas doses (200mg/Kg) não causa dano hepático, ao passo que nas
demais doses uma extensa necrose é observada e confirmada por histologia. Animais WT tratados com APAP apresentam elevados níveis séricos de ALT e MPO,
de forma dose dependente. Animais IL-4 -/- apresentam maior sobrevida, associada a baixos níveis séricos de ALT e à inibição da depleção dos níveis de GSH.
Além disso, o grupo WT apresenta aumento da atividade de NAG, ao contrário do grupo nocaute. Discussão: A redução dos níveis de ALT confirma a proteção
dos animais IL-4 -/- quando analisado em concomitância com altos níveis de sobrevivência do grupo, assim como redução das zonas de necrose no fígado. Tal
fato se justifica pelo atraso na depleção dos níveis de glutationa, implicando em maior metabolização do APAP. Conclusão: A produção da Interleucina-4 consiste no elo entre a resposta imune e metabólica durante a FHA induzida por Paracetamol, podendo ser uma via de intervenção nos pacientes com tal quadro.
Palavras-chave: Interleucina-4, Falência hepática, Glutationa.
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PO18 - DEPRESSÃO E ABUSO DE SUBSTÂNCIAS ENTRE MÉDICOS
Silva SM1, Vilela L1, Castro JO1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: Enfrentados silenciosa e solitariamente por grande parte dos médicos, os transtornos mentais e problemas relacionados ao abuso do álcool e
de outras drogas apresentam alta incidência nesse meio, mostrando-se como tema que merece a mais ampla discussão. Aqui, temos por objetivo apresentar
a frequência destes transtornos, explicitando a relação entre eles. Método: Foram utilizados artigos publicados por especialistas, periódicos da ABP, CFM,
reportagens e depoimentos. Discussão: É um consenso que a profissão médica apresenta, em si, um conjunto de estressores que acompanham os médicos em
seu cotidiano: alta carga de trabalho, privação de sono, convivência com a dor, possibilidade do erro, etc. Alguns autores vão além: afirmam que os médicos
tendem a escolher a profissão por temerem a própria morte. Para eles, o exercício da medicina seria a concretização da onipotência, em que o profissional é
capaz de curar, retardar ou anular a ameaça de morte. No entanto, a realidade da limitação frente à morte gera culpa, angústia, ansiedade e frustração devido
à necessidade de enfrentar seus medos na prática diária. O estresse, somado a quaisquer problemas pessoais, pode culminar em depressão, abuso de álcool
e de outras drogas, além do suicídio – que tem maior incidência entre os médicos do que em qualquer outra profissão. Pesquisas da UNIFESP corroboram este
olhar, mostrando que em um grupo de 192 médicos 67,7% foram diagnosticados com algum transtorno mental acompanhado de dependência de álcool ou de
outras drogas. Conclusão: Dados como esse explicitam a gravidade da situação e também a associação entre os transtornos mentais e o abuso de substâncias
entre médicos, riscos a que estão sujeitos tanto no nível físico quanto emocional.
Palavras-chave: Médicos, uso de substâncias, dependência, saúde mental
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PO19 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES DEMENCIAIS
Faria ARV1, Tavares AER1, Mesquita LA1, Faria ARV1, Caramelli P1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: Amparado pela maior expectativa de vida, o número de brasileiros acima de 65 anos deve praticamente quadruplicar até 2060. Esta tendência faz
com que a Medicina se volte cada vez mais para as patologias que acometem indivíduos nas fases pré-senil e senil, dentre as quais as Síndromes Demenciais
têm papel de destaque. As Síndromes Demenciais são caracterizadas pela presença de déficit progressivo na função cognitiva, com maior ênfase na perda de
memória, e interferência nas atividades sociais e ocupacionais. Objetivo: Revisar os diversos diagnósticos reunidos sob a denominação de “Síndromes Demenciais”. Discussão: O diagnóstico diferencial das demências deve, primeiramente, identificar os quadros secundários a outras patologias, de etiologias diversas,
tais como alterações metabólicas, intoxicações e infecções. Nas demências degenerativas primárias e nas formas vasculares, o diagnóstico etiológico carrega
implicações terapêuticas e prognósticas. Dentre os principais quadros demenciais, devem ser destacados: 1 – Doença de Alzheimer: responde por cerca de
60% de todas as demências, o que a torna sua principal causa. Quanto ao curso clínico, apresenta-se com início insidioso e deterioração progressiva. O prejuízo
de memória é o evento clínico de maior magnitude. 2 – Demência vascular: É largamente aceito que as doenças cerebrovasculares possam ser responsáveis
pelo desenvolvimento de quadros demenciais. As demências vasculares constituem a segunda maior causa de demência. Ainda não há consenso sobre os
mecanismos fisiopatológicos exatos que levam à demência. 3 – Demência frontotemporal: caracteriza uma síndrome neuropsicológica marcada por disfunção
dos lobos frontais e temporais, geralmente associada à atrofia dessas estruturas, e relativa preservação das regiões cerebrais posteriores, levando a mudanças
significativas na personalidade e na linguagem do indivíduo. Considerações finais: Sabe-se que o diagnóstico definitivo da maioria das síndromes demenciais
depende do exame neuropatológico. Porém, uma avaliação clínica cuidadosa associada a determinações bioquímicas e de neuroimagem, podem possibilitar
maior acurácia no diagnóstico. Inovações tecnológicas servindo-se de métodos de neuroimagem estrutural e funcional, bem como de técnicas de biologia e
genética molecular, têm apresentado perspectivas para o diagnóstico precoce das demências, particularmente da Doença de Alzheimer.
Palavras-chave: Síndromes Demenciais, Neurologia, Neuropatologia.
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PO20 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA GRAVIDEZ
Pereira AL1, Fagundes MR1, Ribeiro LMG1, Caetano RM1, Tafuri M2
Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Maternidade Santa Fé
Introdução: As síndromes hipertensivas da gravidez são frequentes e apresentam grande variabilidade de apresentação: hipertensão crônica, hipertensão gestacional, pré-eclampsia, pré-eclampsia sobreposta a hipertensão crônica e eclampsia. Suas complicações são a principal causa de morte materna no Brasil atualmente, e a grande maioria dessas possuem tratamento e prevenção eficaz. Dessa forma, o diagnóstico adequado, realização de pré-natal eficiente e encaminhamento a serviço especializado são essenciais para melhora das condições materno-fetais e diminuição da morbidade e mortalidade decorrentes dessas patologias.
Objetivos: Identificar e classificar as principais síndromes hipertensivas da gravidez, assim como definir a conduta mais adequada para cada caso. Discussão: O
diagnóstico diferencial das síndromes hipertensivas da gravidez é: 1- hipertensão crônica (aumento de PA maior que 140/90 em duas medidas anteriores ou diagnosticada com menos de 20 semanas de gestação na ausência de doença trofoblástica); 2- hipertensão gestacional (presença de aumento de PA sem proteinúria
após 20 semanas de gestação); 3- pré-eclampsia (Leve: PA maior que 140/90 em duas medidas e proteinúria maior que 300mg/24hs. Grave: PA maior que 160/110
ou proteinúria maior que 2g/24hs ou creatinina maior que 1,2 ou presença de sintomas ou síndrome HELLP); 4- pré-eclampsia sobreposta a hipertensão crônica
(aumento de PA com surgimento de proteinúria após 20 semanas de gestação); 5- eclampsia (presença de convulsões em gestantes com pré-eclampsia). Considerações finais: Síndromes hipertensivas na gravidez são a principal causa de morte materna no Brasil, seguida pelas síndromes hemorrágicas e as infecções.
Seu diagnóstico precoce é muito importante e a eclampsia, principal complicação, é evitável e possui tratamento eficaz desde que diagnosticada precocemente.
Palavras-chave: Gravidez, Hipertensão.
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PO21 - DIETA EXTENSAMENTE AQUECIDA NO TRATAMENTO DA ALERGIA ALIMENTAR
Pena BM1, Rocha CL1, Krein TLS1, Silva FM2
Instituições: 1Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais, 2Hospital Infantil João Paulo II
Introdução: A hipersensibilidade alimentar é definida como uma reação clínica adversa reproduzível após ingestão de proteínas alimentares, mediada por resposta imunológica anormal. As reações de hipersensibilidade podem ser mediadas ou não pela IgE. Cerca de 90% das reações alérgicas são causadas por oito
principais alimentos: leite de vaca, ovo, amendoim, nozes, soja, trigo, peixe e crustáceos. O processamento térmico dos alimentos é um elemento importante no
tema porque o calor induz alterações estruturais nas proteínas e assim, mudanças em sua natureza alergênica. Objetivos: Estudar alergia alimentar e o impacto
do tratamento com dieta extensamente aquecida, mediante análise de artigos científicos, livros e publicações recentes. Discussão: A estrutura da proteína,
propriedades intrínsecas, a composição global e o processamento sofrido pelo alimento influenciam o potencial alergênico do alimento. O processamento
do alimento pode diminuir a alergenicidade da proteína de várias maneiras. Reações químicas entre proteína, gordura e açúcar na matriz do alimento podem
levar a uma menor disponibilidade da proteína para o sistema imune. Com isso, o sistema imune gastrointestinal teria dificuldade de reconhecer a proteína em
questão, diminuindo a possibilidade de se desenvolver sintomas clínicos. Considerações finais: A importância do aquecimento vai além da questão de qual
proteína é mais ou menos alergênica, pois tem impacto na criação de novas dietas protéicas, novos ingredientes e criação de novos métodos de processamento,
que podem diminuir a alergenicidade dos alimentos.
Palavras-chave: Alergia Alimentar, Dieta Extensamente Aquecida, Crianças.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
PO22 - DISTRIBUIÇÃO DAS DÚVIDAS DE ALUNOS EM INTERNATO RURAL DE ACORDO COM ESPECIALIDADE MÉDICA
Santos RC1, Santos AF1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivo: Durante o período de internato rural, os alunos em seus heterogêneos atendimentos são questionados acerca de assuntos diversos e sobre os quais,
muitas vezes, ainda não se sentem seguros para uma resposta definitiva. Para isso, o serviço de telemedicina da UFMG disponibiliza um canal de comunicação
entre alunos participantes do internato rural e os professores orientadores no qual as dúvidas são esclarecidas. Para que tal programa seja aprimorado, fez-se
necessário descobrir quais as temáticas/especialidades das perguntas são mais frequentes possibilitando aprimorar a distribuição de colaboradores disponíveis
assim como uma melhor preparação dos alunos antes de partirem. Para isso foi proposto pelo Departamento de Medicina Preventiva e Social, por meio da professora Alaneir de Fátima dos Santos, uma pesquisa teórica no material já coletado por esse departamento. Essa é uma etapa de um amplo trabalho descritivo no
qual ainda pertencerá a separação por temática dentro de cada especialidade. Metodologia: Essa pesquisa baseou-se nos dados obtidos no setor de medicina
preventiva e social, em programa Planilha do Microsoft Office Excel 97-2003 (.xls) o qual contém nome do aluno participante do internato rural, sua formação
acadêmica em curso, data, assim como a dúvida em formato de pergunta e especialidade capaz de respondê-la. Resultado: Foi observado que de 2659 perguntas enviadas no ano de 2012 pelos alunos, 614 foram de dermatologia, 311 de clínica médica, 227 ginecologia e obstetrícia, 157 cardiologia, 109 endocrinologia,
com 1241 perguntas de outras especialidades. Conclusão: As dúvidas mais frequentes foram de dermatologia, seguidas por clínica médica e Ginecologia e obstetrícia e cardiologia. Assim pode ser questionado o porquê de tais especialidades serem mais frequentes, assim como colabora para uma melhor distribuição
dos orientadores e melhor preparação dos alunos para iniciarem o programa de internato rural.
Palavras-chave: DMPS, Internato rural, UFMG.
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PO23 - DOENÇA FALCIFORME NA GESTAÇÃO: COMPLICAÇÕES NO BINÔMIO MATERNO-FETAL
Cunha ACNP1, Araújo ACRA1, Di Flora ALM1, Silva LF1, Ozanan GC1
Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A doença falciforme é um grupo de doenças genéticas que têm em comum a hemoglobina S. Os eritrócitos falcizados promovem vaso-oclusão e
dano tecidual, e sua destruição precoce provoca anemia hemolítica. As gestações apresentam morbidade materno-fetal significativa e estas, em parte, estão
associadas a demanda metabólica, ao estado de hipercoagulabilidade e a estase vascular típicos da gestação. Objetivos: Revisão de literatura acerca das
complicações materno-fetais na gestação complicada pela doença falciforme. Discussão: A vaso-oclusão característica da doença pode ocorrer na placenta,
causando a redução do O2 na circulação placentária e sua liberação diminuída para o feto. Por isso, observa-se uma maior incidência abortamento, parto prematuro, restrição do crescimento intrautero, natimortalidade, baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia. Assim, é mandatória uma propedêutica fetal adequada. A
gestação também pode apresentar impacto negativo para a doente falciforme. São relativamente comuns pré-eclâmpsia, crises álgicas, infecções urinárias e
puerperais, piora da anemia e agravamento das lesões ósseas e retinopatia. Pode ocorrer ainda sepse e síndromes torácicas agudas. A gestante falciforme não
apresenta indicação formal de transfusões sanguíneas profiláticas de rotina, mas para os pacientes com complicações graves elas são uma importante terapêutica. Conclusão: Na gestação falciforme é importante rastrear complicações maternas, tratando-as de forma precoce, agressiva e eficaz. É importante ainda rastrear aloimunização materna. É essencial rastreamento ultrassonográfico do crescimento e vitalidade fetal. O acompanhamento por equipes multidisciplinares,
o cuidado pré-natal criterioso, a instituição de medidas educativas e a disponibilidade de serviço hospitalar especializado no atendimento dos drepanocíticos
são estratégias fundamentais na redução da morbi-mortalidade materno-fetal.
Palavras-chave: Doença falciforme, gravidez, aloimunização
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PO24 - EXISTE DIFERENÇA DE SOBREVIDA GLOBAL ENTRE PACIENTES COM MELANOMA COM SÍTIO PRIMÁRIO CONHECIDO COMPARADO AOS PACIENTES COM MELANOMA PRIMÁRIO DESCONHECIDO?
Cardoso FM1, Bretas GO1, Kansaon MJM2, Bittencourt FV2, Wainstei AP2, Santos FAV2, Wainstein AJA 2
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2ONCAD – Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo
Introdução: O melanoma é essencialmente cutâneo. Em alguns pacientes, não é possível determinar a localização do tumor primário. A incidência de melanoma com sítio desconhecido varia de 1 – 15%. Objetivos: Determinar se há diferença de sobrevida entre os pacientes com melanoma primário conhecido comparado aos pacientes com sítio desconhecido. Metodologia: Realizamos uma análise retrospectiva de 262 pacientes com melanoma e identificamos 12 casos
de melanoma com sítio primário desconhecido e metástases para diferentes sítios. Resultados: Os dados apresentados são referentes aos 12 pacientes com
sítio desconhecido. O principal sítio de metástases é o linfonodo (50%) – linfonodos inguinais (25%), axilar (16%) e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares
foram encontrados em 3 pacientes (25%). Metástases para fígado, osso e pele foram observados em um caso cada (8,3%). Discussão: Após o diagnóstico das
metástases, de acordo com a literatura, a sobrevida global dos pacientes com sítio desconhecido é comparável à sobrevida dos pacientes com melanoma de sítio
conhecido quando relacionadas aos mesmos tipos de metástases. Em nossos dados, mesmo pacientes que inicialmente se apresentavam com melanoma estadio
III com primário desconhecido tiveram um prognóstico pior porque a maioria era IIIc ao diagnóstico enquanto que na literatura os pacientes eram diagnosticados como IIIa ou IIIb. Conclusão: A evolução clínica dos pacientes metastáticos com melanoma desconhecido é semelhante aos pacientes com lesão primária
conhecida. O maior fator determinante do curso clínico e do prognóstico é a localização das metástases.
Palavras-chave: melanoma, sobrevida, sítio primário conhecido
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PO25 - FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CAROTÍDEA E OCLUSÃO BILATERAL DE ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA:
RELATO DE CASO
Reggiani TAS1, Santana HDAS1, Moreira PM1, Pimentel CCSB1, Ulhoa SF1
Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior
Introdução: A aterosclerose é uma doença degenerativa multicausal, com incidência em mais de 50% da população adulta mundial. A artéria carótida é um dos
segmentos arteriais mais acometidos, sendo responsável por cerca de 90% das doenças cerebrovasculares extracranianas. Objetivo: Esclarecer achados clínicos, laboratoriais e em exames de imagem que justifiquem o rastreamento de doença aterosclerótica carotídea. Relato de Caso: Paciente, 65 anos, apresentou
queixa de ansiedade há 03 anos. Queixou-se ainda de cefaleia focal variável, iniciada há aproximadamente 10 anos. Quanto à presença de patologias pregressas,
relatou diagnóstico de Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus tipo II há 04 e 03 anos, respectivamente. No ano de 1999, a mesma paciente apresentou
quadro súbito de perda de força muscular em membro superior direito, associado a parestesia em mesmo membro, sendo que nesse período foi realizada TC de
crânio, cujo laudo evidenciou lesões isquêmicas cerebrais. Destaca-se a ausência de outras medidas propedêuticas para investigação etiológica do episódio,
sendo realizado, apenas no ano de 2002, Duplex scan de carótidas e vertebrais, que mostrou lesões ateroscleróticas carotídeas bilaterais. No ano de 2006 realizou angiografia de carótidas e vertebrais, que evidenciou oclusão de aa. carótidas internas bilaterais. Ao exame psíquico, constatou-se desorientação temporal,
hipomnésia de evocação e fixação, linguagem e pensamento com curso lentificado. Foi realizado ainda o Mini-exame do estado mental (MEEM), com total de
17 pontos. Discussão: Idade (> 64 anos), gênero, valor da pressão arterial, colesterolemia, baixos níveis de HDL e elevados níveis de triglicerídeos indicam risco
e justificam o rastreamento para doença aterosclerótica. História de acidente vascular cerebral, coronariopatia isquêmica, precordialgia, obesidade e tabagismo
também são fatores fortemente relacionados.
Palavras-chave: Aterosclerose, Artéria carótida, Doenças cerebrovasculares.
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PO26 - FISIOPATOLOGIA DA FEBRE REUMÁTICA - REPERCUSSÕES CARDÍACAS DA DOENÇA
Silva SOS1, Sasdelli IM1, Sampaio MM1, Carvalho RS1, Prado FL1
Instituições: 1Faculdade de Ciencias Medicas de Minas Gerais
Introdução: O coração é uma bomba que funciona por ciclos cardíacos, que é um conjunto de eventos que ocorrem do início de um batimento cardíaco até
o início do próximo, em que as valvas átrio ventriculares impedem o refluxo sanguíneo dos ventrículos para os átrios durante a sístole ventricular e as valvas
semilunares evitam o refluxo das artérias pulmonares e da aorta para os ventrículos durante a diástole. O coração pode ser acometido pela febre reumática, que
é doença inflamatória não-supurativa, auto-imune, secundária a um quadro de faringoamigdalite, gerado por infecção pelo estreptococo beta-hemolítico do
grupo A, sendo que a sequela mais significativa da doença é a doença valvular fibrótica deformante, que produz disfunção permanente e insuficiência cardíaca
grave, a febre reumática é avaliada de acordo com os critérios de Jones. Objetivos: Discutir a fisiopatologia da febre reumática com enfoque nas repercussões
cardíacas. Discussão: A cardite é a manifestação mais grave da doença, sendo que o quadro clínico e o prognóstico da febre reumática são determinados pelas
lesões das valvas cardíacas. A valva mitral é a mais comumente lesada. De acordo com a gravidade do comprometimento cardíaco, a cardite pode variar desde
a forma subclínica até a fulminante. O ecocardiograma é um método diagnóstico indispensável, por permitir analise detalhada das lesões cardíacas e detecção
de anormalidades valvares em pacientes sem apresentação clínica de cardite. O tratamento da cardite baseia-se no controle do processo inflamatório, dos sinais
de insuficiência cardíaca e das arritmias. A cirurgia cardíaca pode ser necessária para reparar ou substituir as valvas cardíacas em pacientes com lesão grave.
Considerações finais: A detecção precoce da infecção por estreptococos, juntamente com exames de diagnóstico, tratamento adequado e continuado proporcionam melhor qualidade de vida para os pacientes com essa afecção.
Palavras-chave: Fisiologia Cardíaca, Febre Reumática, Alterações Cardíacas.
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PO27 - HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA FISIOPATOLOGIA
Alvarenga PPM1, Pires PH1, Gazzola LPL1
Instituições: 1UNIBH
Introdução: A hemocromatose hereditária (HH) é doença genética provocada por mutações nos genes que codificam proteínas relacionadas à homeostase do
ferro, resultando no acúmulo excessivo do íon no organismo, em órgãos como fígado, pâncreas e coração. Apesar de se reconhecer quatro tipos de HH, será
abordada a HH tipo 1, uma herança monogênica autossômica recessiva, que afeta o gene que codifica a proteína HFE. Entretanto, a base de dados da OMIM
reconhece atualmente outros três tipos de HH: Tipo 2 ( subtipos A e B), Tipo 3 e Tipo 4. Objetivos: Apresentar a hemocromatose hereditária, que, mesmo sendo
uma doença genética frequente, principalmente em homens caucasianos, ainda é pouco discutida no meio acadêmico. Discussão: O corpo humano não possui
nenhum mecanismo específico de excreção de ferro, sendo sua concentração regulada por enzimas que realizam a absorção através da mucosa duodenal,
como o produto do gene HFE, uma glicoproteína transmembrana que controla a endocitose do mineral. Havendo mutação no gene HFE, os níveis funcionantes
dessa proteína estão diminuídos, o que, por sua vez, reduz a expressão de Hepcidina, um peptídeo inibitório da absorção intestinal de ferro. Assim, a absorção
de ferro pelo organismo será intermitente, levando ao lento e progressivo acúmulo nos tecidos, com consequentes depósitos teciduais difusos de hemossiderina,
cirrose e fibrose pancreática. Considerações finais: O estudo da patologia é de suma importância, visto que, diagnosticada precocemente, propicia ao paciente
tratamento adequado, diminuindo assim as complicações clínicas causadas pela doença, como carcinoma hepatocelular, diabetes e disfunção cardíaca.
Palavras-chave: Hemocromatose Hereditária, Homeostasia, Lesões Teciduais.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
PO28 - HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA AGUDA DE ORIGEM ANEURISMÁTICA
Lima PS1, Camarinha BC1, Silva LD1, Oliveira MM1, Barros GDVM1
Instituições: 1Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Introdução: A hemorragia subaracnoidea (HSA), condição na qual o sangue invade o espaço subaracnoide, é responsável por 5% de todos os casos de acidentes
vasculares cerebrais (AVC). A incidência aumenta com a idade e é mais frequente nas mulheres, sendo que, diferente dos outros AVC’s, não diminuiu nos últimos
anos. Hoje a taxa de mortalidade está estimada em 50% – 10 a 15% dos pacientes morrem antes do atendimento médico. Neste trabalho, a ênfase será a HSA
devido ao rompimento de aneurismas que é a causa mais comum de HSA espontâneo. Objetivo: Levar ao conhecimento da comunidade acadêmica aspectos
da hemorragia subaracnoidea aguda, como incidência, manifestações clínicas, tratamento e prognóstico, demonstrando a importância do diagnóstico e tratamento precoce uma vez que esta é uma doença de alto índice de mortalidade. Discussão: A HSA começa habitualmente por uma cefaleia abrupta, em 80% dos
pacientes – a pior que já sentiram – seguida por rigidez de nuca. Sintomas menos comuns são vômitos, alteração do nível de consciência e déficits neurológicos
focais. Alguns pacientes, apresentam ainda, a cefaleia sentinela, atribuída a pequenas hemorragias vindas do aneurisma. Esta precede a HSA e seu diagnóstico
pode salvar a vida do paciente. A realização de uma tomografia computadorizada (TC) não contrastada é a primeira medida diagnóstica em pacientes com
suspeita de HAS. Quando os achados na TC são normais a punção lombar é indicada. A angiografia cerebral é o padrão ouro para o diagnóstico, porém nem
sempre é necessária. Seu tratamento inicial visa reduzir a lesão cerebral em evolução, alterações no estado mental e o risco de um novo sangramento antes de
um procedimento de reparo efetivo. Nos quadros mais graves, devem-se assegurar a perfusão e a oxigenação adequadas do cérebro. O tratamento definitivo
dos aneurismas é a excisão cirúrgica, e desde 1980 preconiza-se uma excisão imediata em 48 a 72h, que previne novos sangramentos e permite um tratamento
agressivo do vasoespasmo. As complicações mais importantes são ressangramento, hidrocefalia e vasoespasmo. Alguns sobreviventes são incapacitados por
alterações cognitivas. Considerações finais: Nos serviços de emergência a HSA ainda é subdiagnosticada. Dessa forma, é indispensável que esta patologia seja
mais estuda para que complicações e sequelas sejam menos frequentes.
Palavras-chave: Aneurisma, Hemorragia subaracnoide, Cefaleia.
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PO29 - HEPATITE AUTOIMUNE: EVOLUÇÃO CLÍNICA E RESPOSTA AO TRATAMENTO EM CRIANÇAS E ADULTOS
Resende EL1, Guimarães LH1, Couto CA1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A hepatite autoimune (HAI) é uma doença inflamatória do fígado que cursa com destruição progressiva de seu parênquima e evolui – na ausência
de tratamento adequado – para cirrose hepática. Tem sido descrita doença mais grave em crianças. Objetivo: Avaliar o quadro clínico, laboratorial, histopatológico e resposta ao tratamento, quanto à idade de início dos sintomas, maior ou menor de 16 anos. Metodologia: Estudo transversal, resultante da análise
retrospectiva de dados e acompanhamento clínico prospectivo de 130 pacientes com HAI atendidos no HC-UFMG entre 1995 a 2013. Consideraram-se pacientes
com idade acima de 16 anos adultos. Resultados: 72 pacientes (55,38%) eram adultos e 58 (44,62%) eram pediátricos (p=0,01). De 70 adultos, 63 (90%) tinham
HAI Tipo 1,2 pacientes (2,86%) Tipo 2 e 5 (7,14%) HAI sem marcador; enquanto no grupo pediátrico, 39/54 (72,22%) pacientes eram do Tipo 1, 6 (11,11%) Tipo
2 e 9 (16,67%)sem marcador (p=0,03). 66/71 (92,96%) apresentaram alterações laboratoriais, comparado a 100% de 57 pacientes pediátricos (p=0,01). A cirrose
ocorreu em 26/60 (43,33%) dos adultos e 30/42 (71,43%) das crianças (p=0,004). Quanto à resposta completa ao tratamento, ocorreu em 29/63 (46,03%) e 24/36
(66,67%) em adultos e crianças, respectivamente (p=0,04). 6/47 (12,77%) adultos recidivaram durante o tratamento, enquanto o mesmo ocorreu em 12/30 (40%)
dos pacientes pediátricos (p=0,006). Discussão: Alterações clínicas no início da doença predominaram nas crianças; os adultos responderam pior ao tratamento. Isto sugere que há uma provável diferença na fisiopatologia autoimune da doença quanto à idade do paciente, o que influenciaria no seu prognóstico.
Conclusões: A HAI ocorre em todas as faixas etárias, sendo a Tipo 1 predominante. Pacientes pediátricos apresentaram maior risco de apresentar alterações
laboratoriais e cirrose na apresentação clínica, contudo, eles responderam melhor ao tratamento. A pesquisa segue em andamento.
Palavras-chave: Hepatopatia, Hepatite Autoimune, Gastroenterologia.
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PO30 - INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA: AS DIVERSAS OPÇÕES DE TRATAMENTO
Tavares AER1, Faria ARV1, Faria ARV1, Mesquita LA1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A insuficiência venosa crônica (IVC) é definida como uma anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência
valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso. Pode afetar o sistema venoso superficial, profundo ou ambos. Assim, compreende um conjunto de alterações que ocorrem na pele e no tecido subcutâneo decorrentes de uma hipertensão venosa de longa duração. Objetivo: Difundir ao acadêmico conhecimentos
sobre o tratamento de uma morbidade que, apesar de bastante conhecida, ainda gera grandes impactos sobre a qualidade de vida do paciente e limitações de
suas atividades laborais e de lazer. Discussão: O tratamento da IVC é bastante variado. Uma das opções mais difundidas são as meias elásticas de compressão
graduada. Elas atuam através da diminuição no diâmetro do vaso, suprimindo ou atenuando o refluxo venoso. Já as cirurgias são indicadas na presença de
refluxo em junção safeno-femoral ou safeno-poplítea e quando fica claramente demonstrado que esses troncos não representam via de maior importância no
esvaziamento venoso. Atualmente o padrão-ouro para tratamento cirúrgico de varizes é a ligadura da crossa com fleboextração. Uma outra opção é a escleroterapia, podendo ser feita com soluções detergentes, compostas ou principalmente osmóticas. Elas causam lesão endotelial ou desidratação. A escleroterapia
térmica ou fototermólise é executada devido ao menor coeficiente de absorção do sangue em relação a pele. Porém, depende do estado de bronzeamento e tipo
de pele do paciente. Conclusão: Em se tratando de uma doença muito prevalente na população mundial, os argumentos sobre novas modalidades de tratamento
devem estar bem fundamentados visto o fácil acesso aos meios de comunicação em massa presente nestes dias.
Palavras-chave: Angiologia, Varizes, Insuficiência Venosa, Cirurgia Vascular, Escleroterapia, Meias Compressivas.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PO31 - MECANISMOS DE REGRESSÃO NATURAL DE NEOPLASIAS
Jansen PD1, Alvarenga JC1, Cassali GD1
Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: O câncer é uma das doenças mais agressivas que atingem o ser humano, sendo seu tratamento um desafio da medicina atual. A remissão completa é o resultado ótimo esperado em qualquer terapia. Entretanto, alguns tipos tumorais podem apresentar regressão espontânea, sem o uso de fármacos
ou intervenções cirúrgicas. Esse fato é mais observado em neoplasias benignas, embora existam relatos em neoplasias malignas. O mecanismo de regressão
destes tumores não é completamente elucidado. Objetivos: Realizar uma revisão de literatura sobre regressão espontânea de tumores, através da descrição
dos principais mecanismos elucidados, análises estatísticas e relatos de caso. Discussão: Segundo a literatura consultada, diferentes tumores apresentam mecanismos de regressão distintos, como: apoptose, resposta imune e capacidade proliferativa das células. Enquanto no hemangioma e mastocitoma, a involução
está relacionada a mecanismos de apoptose, no histiocitoma, a regressão está relacionada com a resposta imune, com ativação de células TCD4+, observando-se denso infiltrado inflamatório. Já no papiloma, ocorre diferenciação terminal em queratinócitos, perdendo sua capacidade proliferativa; e no melanoma, a
regulação gênica na fase proliferativa leva a regressão. No hepatocarcinoma, a involução está relacionada com hipóxia das células tumorais. Considerações
finais: Diferentes tipos tumorais parecem apresentar diferentes mecanismos que determinam a sua regressão. Considerando que cada tipo tumoral apresenta
evoluções diferentes, o “gatilho” que leva a involução ainda é desconhecido. O maior conhecimento dos mecanismos de regressão tumoral é fundamental para
possibilitar o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.
Palavras-chave: Tumor, Regressão Espontanea, Involução de Tumores.
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PO32 - MELANOMA CUTÂNEO: SISTEMATIZAÇÃO DA BIÓPSIA NAS LESÕES PRIMÁRIAS
Santos MR1, Sá MLL1, Salmen MS1, Santos LR1, Barbosa CA1
Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior
Introdução: O melanoma cutâneo (MC) representa 6% dos tumores de pele, com 70. 000 casos novos/ano na população mundial. Por se tratar de tumor
agressivo, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são as melhores abordagens para seu controle devido a altos riscos de metástases linfáticas e hematogênicas. O tumor apresenta a fase de crescimento radial, no qual a lesão ainda é plana, pequena e possui comportamento benigno; e a fase de crescimento
vertical, de pior prognóstico, apresentando células malignas localizadas na derme reticular ou mesmo invadindo o subcutâneo. A impressão é de que 1/2 dos
melanomas surge em associação com nevos preexistentes. Objetivos: Na vigência de lesão suspeita, realizamos biópsia que deve ser profunda o suficiente para
o estadiamento baseado nos níveis de Clark e Breslow. Deve-se dar preferência à biópsia excisional para tumores com até 2 cm de extensão na superfície da pele,
sendo que as margens devem ser entre 1-3 mm das bordas da lesão. Tumores em face, região palmar e plantar, subungueal e lesões maiores que 2,0 cm, deve-se
realizar biópsia incisional. Discussão: A classificação de Breslow tornou-se mais prática que a de Clark, devido a maior reprodutibilidade e melhor correlação
com o prognóstico. Sinais precoces em um nevo que podem sugerir malignidade são: variações de cor, prurido, aumento do tamanho, irregularidade das bordas
e satelitose. Após a ressecção cirúrgica e confirmação histológica, procede-se o estadiamento para se definir a proposta terapêutica. Conclusão: O diagnóstico
precoce e o adequado manejo da lesão inicial são, ainda, as melhores e únicas formas de se abordar o portador de melanoma.
Palavras-chave: melanoma cutâneo.
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PO33 - NEUROIMUNOLOGIA, GENÔMICA FUNCIONAL E NEUROIMAGEM: UMA ABORDAGEM INTEGRADA NO ESTUDO DA FISIOPATOLOGIA
E TRATAMENTO DA EPILEPSIA REFRATÁRIA
Mudado F1, Rosa D1, Martins L1, Torres J1, Costa B2, Shutze M1, Silva MAR1
Instituições: 1Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais, 2Clínica Neurocirúrgica da SCM-BH
Introdução: A epilepsia é uma doença crônica, que atinge 50 milhões de pessoas no mundo e caracteriza-se por crises epilépticas repetidas, causadas por
atividade elétrica excessiva de um grupo limitado de neurônios, com potencial de propagação. As crises são controláveis com o uso de medicamentos antiepilépticos, entretanto, cerca de 30% dos pacientes apresentam persistência das crises a despeito do tratamento. Objetivo: Estudar as interações clínicas, genético-ambientais, e neurobiológicas como fatores de risco ou proteção, no desenvolvimento da epilepsia, tendo como ponto de partida a associação entre neuroinflamação e a epilepsia do lobo temporal mesial. Investigar fenômenos neuroinflamatórios, expressão gênica e marcadores imunológicos centrais e periféricos
em pacientes com epilepsia. Metodologia: Os pacientes são recrutados na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Todos têm diagnóstico de epilepsia
fármaco-resistente e são submetidos à amigdalohipocampectomia. O recrutamento de controles acontece via Faculdade de Medicina da UFMG. Os pacientes
são submetidos a exames de imagem: ressonância magnética pré-operatória e PET/CT, este último para a análise do metabolismo cerebral através de glicose
marcada com fluor18. Além disso é feita a análise de citocinas por meio de citomertria de fluxo realizada seguindo o método de imunofluorescência. Resultados:
Dados preliminares da citometria mostram não haver aumento nas citocinas avaliadas após estímulo, sugerindo um estado de hiperestimulação nos pacientes
com Epilepsia Refratária. As análises de imagem estão em processamento. Discussão: Foi possível observar, até o momento, que o perfil imunológico destes
pacientes não foi alterado após estímulo, sugerindo um estado de hiperestimulação. Conclusão: Por estas razões, novos modelos e abordagens inovadoras no
diagnóstico e tratamento de pacientes com epilepsia refratária a medicamentos são necessários.
Palavras-chave: Epilepsia, Tratamento Refratário na Epilepsia, Amigdalohipocampectomia.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
PO34 - O ÍNDICE DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO CLIMATÉRIO E PÓS-MENOPAUSA UMA REVISÃO DE LITERATURA
Godinho LMM1, Herculano BS1, Amorim MFFFM1, Rego MBA1, Prado FL1
Instituições: 1Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Introdução: As doenças cardiovasculares são as maiores causas de mortalidade por patologia determinada no mundo. No Brasil, correspondem a 34,2% das
causas de mortalidade em mulheres, sendo consideravelmente superior se comparado, por exemplo, ao câncer de mama. Objetivo: Revisar estudos previamente realizados que abordaram as consequências cardiovasculares da queda estrogênica no organismo feminino no período do climatério e pós-menopausa.
Discussão: Sabe-se que o estrógeno é um hormônio feminino que participa não só do desenvolvimento das características sexuais secundárias da mulher, mas
possui também um importante efeito cardioprotetor. Foi corroborado que o estrógeno possui diversos mecanismos cardioprotetores, dentre eles a redução dos
níveis séricos de LDL e VLDL, bem como o aumento dos níveis de HDL. Como ações não relacionadas ao metabolismo lipídico, destacam-se formação do complexo hormônio-receptor nos tecidos do sistema cardiovascular, modulação da expressão gênica das enzimas envolvidas na síntese do colágeno e da elastina,
redução da formação dessas moléculas na matriz extracelular, aumento da formação vascular colateral com o aumento do fluxo sanguíneo arterial, melhorando
a perfusão tecidual. Considerações finais: A perda dos mecanismos cardioprotetores estrogênicos está entre as principais mudanças fisiológicas que acometem
as mulheres no período de interrupção do ciclo menstrual, e sua influência sobre a dinâmica cardiovascular merece ser objeto de maior número de pesquisas,
visto que a relação entre queda hormonal e risco cardiovascular é ainda desconhecida por grande parte dos indivíduos.
Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio, Climatérico, Menopausa.
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PO35 - O MEIO DIGITAL NA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE PEDIATRIA – PROJETO OBSERVATÓRIO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
/ PEDIATRIA DE A A Z, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Cunha ACNP1, Cunha NNP1, Lucas DVDA1, Mota JAC1, Cunha KCMS1,2
Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Universidade José do Rosário Vellano
Introdução: Atualmente milhares de pessoas acessam a Internet em todo o mundo, em busca de esclarecimento sobre dúvidas relacionadas à saúde. É essencial
que essas informações sejam confiáveis, pois podem influenciar o comportamento do indivíduo e determinar um impacto sobre sua saúde. Nesse contexto, em
2010 o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, em seu projeto Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente, criou um ambiente
interativo eletrônico, certificado por equipe de docentes, médicos e estagiários. Uma de suas seções é o Pediatria de A a Z, para divulgação de informações acerca de temas da área de Pediatria. O projeto tem apoio da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon)/
UFMG. Objetivos: Relatar experiência de projeto eletrônico — Pediatria de A a Z — para a divulgação e difusão de informações e orientações sobre a atenção à
saúde da criança e do adolescente. Discussão: Estudo realizado por Pletneva et. al.1, ao verificar a tendência da postura do público em relação ao uso da Internet para fins de saúde, desde 1996, constatou que médicos e pacientes a consideram útil para facilitar a comunicação durante as consultas clínicas. Moretti et.
al2 apontam que a maioria dos usuários pesquisados considera os sites com informações de especialistas os mais confiáveis. Tais informações reiteram a ideia
de que se deve considerar como estratégia de melhoria da qualidade de informações a certificação de sites por especialistas. Assim, Pediatria de A a Z divulga
conceitos em linguagem apropriada, com informações certificadas e essenciais ao cuidado de crianças e adolescentes. Considerações finais: Pediatria de A
a Z, site certificado, é uma estratégia para que o público, na Internet, possa obter informações de saúde confiáveis. Está disponível em: http://www.medicina.
ufmg.br/observaped/
Palavras-chave: Pediatria, Internet, Sites Certificados
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PO36 - O PAPEL DA CIRURGIA BARIÁTRICA NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO II
Silva Junior RV1, Queiroz VBS1, Souza JKF2
Instituições: 1Unifenas-BH, 2Universidade Federal de Ouro Preto
Introdução: A prevalência do Diabetes Mellitus tipo II (DM2) está aumentando em um ritmo alarmante. Mais de 1,1 bilhões de adultos em todo o mundo está
com sobrepeso e desses, 312 milhões são obesos. Neste sentido, a divulgação de informações sobre o tema mostra-se de suma importância por permitir uma
melhor compreensão sobre a problemática da DM2. Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica que apresente as técnicas de cirurgias bariátricas mais eficazes
no tratamento de DM2. Metodologia: Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o impacto da cirurgia bariátrica no tratamento do DM2, utilizando as plataformas
Scielo e Medline, solicitando artigos em revistas indexadas e com bom fator de impacto. Resultados: Buchwald et al. afirma que pessoas obesas portadoras
de DM2 podem se beneficiar substancialmente com a realização da cirurgia bariátrica, sendo o tratamento mais eficaz para alcançar e manter uma perda de
peso significativa. Segundo Schauer et al., houve uma melhora acentuada nos pacientes submetidos à intervenção cirúrgica, aqueles que realizaram o By-Pass
Gástrico em Y de Roux (BGYR) e Gastrectomia Sleeve apresentaram valores de hemoglobina glicada de 6,4±0,9% e 6,6±1,0%, respectivamente enquanto que na
intervenção clínica os valores ficaram entre 7,5±1,8%. E de acordo com Oliveira, como uma alternativa muito eficiente para o tratamento da obesidade, a cirurgia
bariátrica pode representar uma economia significativa para os cofres públicos, sendo uma alternativa viável às políticas de saúde pública. Discussão: Estudos
demonstram que cirurgia bariátrica surge como uma opção eficiente em pacientes obesos e mais eficaz do que o tratamento clínico. Cirurgias como a DBP e o
BGYR apresentam resultados em longo prazo que podem representar até mesmo a cura da DM2, o que não substitui a necessidade de mudança de estilo de vida,
bem como o tratamento clínico individualizado.
Palavras-chave: Diabetes, Bariatrica, Cirurgia.
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PO37 - O USO DO SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO FETAL
Resende PI1, Cunha ACNP1, Rocha CFB1, Lima GO1, Osanan GC2
Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Hospital das Clínicas Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A prematuridade é importante fator de risco para doenças neurológicas, notadamente para paralisia cerebral. Comparando-se com gestações a termo, a chance de déficit neurológico ocorrer: entre 34 e 36 semanas é 3 vezes maior; entre 30 e 33 semanas aumenta 8 a 14 vezes, entre 28 e 30 semanas é 46 vezes
maior e quando a gestação é inferior a 28 semanas o risco aumenta 80 vezes. O sulfato de magnésio tem sido referendado como importante droga na prevenção
da paralisia cerebral em prematuros. Objetivos: Realizar revisão bibliográfica acerca do uso do sulfato de magnésio na neuroproteção, visando identificar
motivos de seu uso. Discussão: A partir de 1990, estudos observaram associação entre o uso do sulfato de magnésio e uma menor frequência de morbidades
neurológicas. Ensaios clínicos posteriores avaliaram seu uso na neuroproteção fetal e neonatal. A lesão da substância branca periventricular resultante da vulnerabilidade dos oligodendrócitos imaturos antes de 32 semanas de gestação é comumente observada em casos de paralisia cerebral. Os mecanismos moleculares
pelos quais o sulfato de magnésio impede a paralisia cerebral em prematuros não são totalmente compreendidos. As possíveis ações neuroprotetoras do sulfato
de magnésio parecem dever-se ao bloqueio do receptor específicos, ação antioxidante e antiplaquetária. Somando-se ao seu efeito mais conhecido que é melhorar a perfusão cerebral, tais ações protegeriam o concepto de lesões neurológicas. Atualmente, existem dúvidas sobre a melhor dose e idade gestacional para
utilizá-lo com este objetivo. Considerações finais: Como o sulfato de magnésio pré-natal parece ser capaz de reduzir significativamente a paralisia cerebral, o
seu uso tem sido recomendado pelas principais academias de obstetrícia do mundo.
Palavras-chave: neuroproteção, paralisia cerebral, prematuro.
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PO38 - PENTALOGIA DE CANTRELL: RELATO DE CASO
Ferreira ML1, Gatto LRS1, Lemos PAB1, Cunha KCCMS1
Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano UNIFENAS
Objetivos: Relatar um caso de pentalogia de Cantrell ocorrido no Hospital Santa Casa de Misericórdia de MG no ano de 2012, na equipe de Cirurgia Pediátrica
do município de Belo Horizonte, MG. Relato de Caso: Recém-nascido em seu 7º dia de vida, proveniente de Araçuaí, MG, do sexo feminino, que nasceu a termo
de parto natural, peso=2610g, estatura=49cm, foi admitido no serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Santa Casa de Misericórdia de MG. Apresentava má
formações complexas e extrofia cardíaca completa, caracterizadas por ectopia cordis, onfalocele volumosa, defeito esternal e pericárdico e lábio leporino, o
que sugeria Pentalogia de Cantrell forma grave, com extrofia cardíaca total. Ao exame, ictérica, cianótica, saturação 60%, bulhas de ausculta difícil devido a
ectopia cordis, FC= 140bpm e PA=73/41mmHg, além de onfalocele volumosa. Apresentava sepse precoce, sendo iniciado tratamento com Oxacilina e Meropenen. Criança evoluiu com piora do quadro hemodinâmico e séptico, ao exame foi identificada secreção esverdeada de odor fétido em região torácica, além
de edema generalizado, recebendo tratamento com Dobutamina e Furosemida. Sepse permaneceu, sendo feito uso de Vancomicina e Meropenem. Criança
continuou recebendo aminas vasoativas e uma hemotransfusão, onfalocele iniciou processo de epitelização significativo após uso de Sulfadiazina de Prata. O
tratamento cirúrgico paliativo foi optado e baseou-se em uma sutura da tela de silicone com Marlex na margem da incisão para proteção cardíaca e epitelização
da onfalocele. Criança manteve quadro séptico vindo à óbito após 12 dias do ato cirúrgico. Considerações finais: Ainda hoje, devido à raridade e complexidade
dos pacientes com esta síndrome, contamos apenas com relatos de caso para auxiliar o tratamento paliativo, sendo este trabalho realizado visando auxiliar
e fornecer mais informações sobre o tema.
Palavras-chave: Cantrell, Pentalogia, Cirurgia, Tratamento.
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PO39 - PERFUSÃO ISOLADA DE MEMBROS NO MELANOMA
Gonçalves FS1, Kansaon MJM2, Santos FAV2, Wainstein AJA 2
Instituições: 1FASEH, 2ONCAD – Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo
Introdução: A Perfusão Isolada de Membros (PIM) tem sido empregada como alternativa no tratamento de melanoma locorregional e irressecável de membros
e consiste na perfusão de altas doses de quimioterápico e hipertérmico nos principais ramos arteriovenosos ao nível do membro acometido. Objetivos: Avaliar
a casuística do serviço de cirurgia oncológica da ONCAD em relação à PIM, comparando os resultados obtidos com a literatura internacional. Metodologia:
Estudo composto por 18 pacientes, avaliados de forma prospectiva e não aleatória, sendo incluídos os portadores de melanoma localmente avançado (presença
de metástase em trânsito, metástase linfonodal e/ou satelitose) e lesão primária irressecável em membros, de ambos os sexos e com idade entre 18 e 80 anos.
Resultados: 8 pacientes tiveram remissão completa da doença após o procedimento, sendo que os demais tiveram regressão ou controle de sua progressão.
Em 6 pacientes a doença progrediu ou recidivou após 24 meses. A principal complicação pós-operatória foi edema de membro (80%), seguido de déficit motor
(60%) e dor (20%). Nenhum dos pacientes apresentou síndrome compartimental. Discussão: A PIM constitui ótima alternativa à amputação do membro, visto
que pode levar à remissão completa ou parcial das lesões, preservando a função do membro afetado e a qualidade de vida dos pacientes. Sua completa padronização é alvo de debates e estudos, em função da dificuldade de comparação entre os centros que realizam o procedimento e de oferecer a técnica de alto custo
e complexidade. Conclusão: O presente estudo mostrou que a PIM pode ser realizada com eficácia e segurança. Visamos padronizar técnicas operatórias no
tratamento do melanoma localmente avançado de membros para pacientes de hospitais terciários do SUS, buscando alternativas de menor toxicidade e melhor
resposta clínica para uma doença de incidência crescente em nosso meio.
Palavras-chave: Melanoma, Tratamento, Perfusão.
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PO40 - PERSPECTIVAS FUTURAS PARA O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER (DA)
Lage JMFT1, Costa TV1, Caires VV1
Instituições: 1UNIFENAS-BH
Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é uma das patologias neurodegenerativas mais frequentes associadas à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas levam à deficiência progressiva e incapacitação. Atualmente a terapêutica farmacológica se resume a inibidores da enzima acetilcolinesterase
e à memantina que, apesar de serem úteis no retardo da doença, ainda são insatisfatórias no tratamento a longo prazo. Ensaios clínicos testam drogas mais
eficazes capazes de retardar, interromper ou reverter o quadro demencial. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi revisar, na literatura médica, os ensaios clínicos mais promissores e que estão em fase III de evolução. Discussão: Ao todo cinco drogas estão em fase III de pesquisa e mostraram benefícios em relação
ao placebo: o Alfa-tocoferol, Bapineuzumab, Dimebon®, Imunoglobulina intravenosa e Resveratrol. O Alfa-tocoferol em revisões feitas mostrou eficácia em
pacientes com comprometimento leve. O Bapineuzumab demonstrou diminuição da placa fibrilar, sendo mais efetivo em pacientes com comprometimento leve
a moderado. O Dimebon® mostrou benefícios cognitivos e comportamentais significativos para pacientes com comprometimento leve a moderado. A imunoglobulina intravenosa retardou o declínio cognitivo bem como reduziu a atrofia do cérebro. O Resveratrol reduziu a formação de placa amiloide e aumentou a
expressão de genes antioxidantes. Considerações finais: Todas as drogas em fase III pesquisadas demonstraram benefício em relação ao placebo no que diz
respeito à melhora cognitiva e comportamental, sendo que a droga com resultados mais promissores até o momento é o Dimebon®, pois mostrou benefício em
todas as medidas de cognição e comportamento em pacientes com DA leve a moderada.
Palavras-chave: Alzheimer, Terapia farmacológica, Perspectivas Futuras.
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PO41 - RELATO DE CASO: CISTO BRONCOGÊNICO COMO UM TIPO DE MASSA MEDIASTINAL
Pereira DMA1, Pontelo TM2, Amorim PHO1
Instituições: 1Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, 2Centro Universitário UNI-BH
Introdução: As massas mediastinais podem ter caráter benigno ou maligno e, entre as benignas, estão os cistos que variam no tamanho, local de apresentação
e origem embrionária. Objetivos: Descrição de uma investigação de massa mediastinal e o tratamento oferecido a determinada paciente. Relato de Caso:
Mulher, 46 anos, atendida num hospital de Belo Horizonte em Novembro/2012 com queixa de “dor no peito acompanhada de canseira e tosse” e diagnóstico
prévio de lesão pulmonar em mediastino. Queixava-se havia 2 meses de dispneia aos médios esforços e tosse seca. Negou comorbidades prévias, uso regular de
medicamentos, alergias e tabagismo. Em Setembro/2012, exames de imagem: Raio-X e Tomografia de Tórax evidenciaram lesão expansiva em mediastino superior e pulmão direito, sendo submetida a duas broncoscopias com resultado inconclusivo. Optado pela realização de toracotomia direita e ressecção da lesão
mediastinal. A lesão cística estava aderida ao ápice pulmonar direito, veia cava e nervo vago, medialmente, e veia ázigos, inferiormente. Realizada dissecção
com liberação das estruturas adjacentes aderidas e liberação completa do cisto. Esôfago torácico sem sinais aparentes de lesão. Sem alterações identificáveis ao
inventário da cavidade. Ato sem intercorrências. Resultado do anatomo-patológico: cisto broncogênico. Discussão: O cisto broncogênico congênito é originário
de alterações no desenvolvimento do tubo aerodigestivo normal (4ª semana de vida fetal). A maioria é unilocular, de origem mediastinal (15-20% origina no
parênquima pulmonar/lobo inferior), e também podem estar presentes no pescoço, dura-máter e diafragma. Podem ocasionar desde problemas respiratórios
ao nascimento até sintomas tardios em adultos. Podem também comprimir estruturas adjacentes e causar infecção, hemorragia e ruptura. Todos os cistos broncogênicos respondem melhor se tratados por ressecção simples ou segmentar. Cistos infectados devem ser drenados, e ressecados após ausência de infecção.
Palavras-chave: Cisto Broncogênico.
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PO42 - RELATO DE CASO: ERITEMA PIGMENTAR FIXO RELACIONADO AO USO DE DIPIRONA E NIMESULIDA
Coelho IGV1, Machado ALG1, Almeida LMM1, Leite MC1, Lyon S1
Instituições: 1FASEH
Introdução: O eritema pigmentar fixo (EPF) é uma reação exclusiva a drogas que recorrem em mesma região cutânea ou mucosa, sendo caracterizada por
lesões eritematopigmentares bem delimitadas, únicas ou múltiplas, medindo alguns centímetros de diâmetro. A lesão inicia-se eritemato-violácea e evolui se
tornando acastanhada. Essa patologia não tem predileção por sexo, raça e acomete com mais frequência pacientes na terceira década de vida. Qualquer droga
pode causar EPF, porém os principais responsáveis são AINES, analgésicos, antitérmicos e antibióticos. Acometem preferencialmente os membros, região sacral, genitália, face e os sintomas mais comuns são prurido e queimação local. Embora o mecanismo imunológico seja incerto, pesquisas sugerem que seja um
processo inflamatório (Hipersensibilidade tipo IV). Objetivo: Relatar um caso de EPF por uso de dipirona e nimesulida em uma paciente assistida pela Clínica
Escola da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH) assim como as principais características da doença, evidenciando a importância do diagnóstico
precoce para tratamento. Relato de Caso: Paciente, sexo feminino, parda, 24 anos, estudante, ex-portadora de enxaqueca crônica. Relata uso de dipirona para
crises de enxaqueca e, eventualmente nimesulida para outras intercorrências. Refere lesões hipercrômicas, ovais, de bordas regulares em região submandibular
direita e no lábio inferior. Após a retirada desses medicamentos evidenciou-se desaparecimento da lesão do lábio e despigmentação parcial da área afetada
em região submandibular. Discussão: É fundamental que o médico reconheça a importância dessa patologia no contexto clinico já que reações alérgicas a
medicamentos são a segunda ou terceira manifestação mais comum de eventos adversos a medicamentos. É importante também que se avalie os diagnósticos
diferenciais do EPF para a correta identificação dessa patologia visto que o seu tratamento consiste principalmente na retirada do medicamento.
Palavras-chave: Eritema.
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PO43 - RELATO DE CASO: SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR (SVCS)
Antão JC1, Sá MLL1, Santos MR1, Alves NL1, Gontijo RV1
Instituições: Instituto Metropolitano de Ensino Superior
Introdução: A SVCS é o conjunto de sinais e sintomas decorrentes da estase venosa no seguimento venoso braquiocefálico, devido à obstrução da veia cava
superior. A obstrução pode ser causada por compressão extrínseca, invasão tumoral ou trombose. O paciente pode apresentar dispneia progressiva, ortopneia e
tosse que se agravam em posição supina, também são achados do exame físico, o edema progressivo de face, pescoço e membros superiores, circulação colateral na parece torácica anterior com fluxo em direção caudal e nota-se uma pele de coloração cianótica. É importante pesquisar linfonodomegalias, tumorações
em mama e tireoide, baqueteamento digital e neoplasia de pulmão. O diagnóstico geralmente é clínico e deve ser confirmado por exames de imagem e anátomo-patológico. O tratamento da SVCS deve ser direcionado para sua etiologia. Relato de Caso: Paciente feminino, 36 anos, melanoderma, admitida com relato
de aparecimento progressivo de um nódulo cervical à esquerda, há nove meses, com sinais flogísticos, edema e pletora facial, sem dor e febre. Há dois meses
apresentou quadro de tosse seca e dispneia aos pequenos esforços, acompanhada de circulação colateral em parede torácica anterior com fluxo descendente.
A paciente ainda apresentava anemia microcítica hipocrômica com anisocitose. Ao exame de tomografia de tórax, apresentou volumosa massa heterogênea
localizada no mediastino ântero-superior, associado a linfonodomegalias cervicais. Na radiografia apresentou volumoso derrame pleural à direita, colabando
totalmente o pulmão ipsilateral. A biopsia da massa cervical e o estudo imuno-histoquímico mostraram tratar-se de linfoma de Hodgkin clássico com esclerose
nodular variante superficial. Discussão: Paciente evoluiu com os sinais e sintomas da SVCS por obstrução extrínseca decorrente do linfoma de Hodgkin. Com
indicação de tratamento oncológico. Observou-se ainda uma contagem de hemoglobina de 9,3 g/dL, VCM de 62ft e RDW de 24,2, confirmando o achado de
anemia microcítica e hipocrômica. Diante do caso descrito, observa-se a importância do diagnóstico precoce, do tratamento e monitorização do paciente, e
indicar terapêutica oncológica que induza a remissão dos sinais e sintomas. É possível notar que a doença de Hodgkin, neste caso, ratifica a literatura, sendo
esta patologia uma das principais causas de SVCS.
Palavras-chave: Veia cava.
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PO44 - RETINOPATIA DECORRENTE DO DIABETES MELLITUS, UMA REVISÃO DA LITERATURA
Mendes B1, Brito C1, Gonçalves A1, Jardim C1, Júnior AMS1
Instituições: 1Unifenas BH
Introdução: A retinopatia diabética (RD) é uma complicação microvascular comum do Diabetes Mellitus (DM), sendo identificada em um terço dos pacientes.
Um bom controle glicêmico, bem como da pressão arterial e do perfil lipídico contribuem para a redução do desenvolvimento da RD. Objetivo: O objetivo deste
estudo foi, por meio de uma revisão da literatura, estabelecer a relação entre DM e o aparecimento da RD, identificando o momento mais adequado de se realizar o seu rastreamento. Discussão: A RD é uma complicação microvascular comum do DM, e o controle metabólico de pacientes com DM tipo 1 e 2 apresenta
relação direta com seu desenvolvimento. A RD constitui 80% de todas as alterações oftalmológicas encontradas em portadores de DM. Para se prevenir a RD é
necessário um bom controle glicêmico e tratamento de comorbidades como dislipidemia e hipertensão arterial. Há uma convergência na literatura no que tange
o rastreamento da RD, sendo a fundoscopia o exame de eleição. Esta deve ser realizada ao momento do diagnóstico no DM2, e cinco anos após progressão do
DM1 se o portador tiver mais que 10 anos de idade. Pacientes com RD, provavelmente irão apresentar, em algum momento, complicações macrovasculares, e
isso reforça a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado para RD. Considerações finais: Este estudo possui grande relevância científica,
uma vez que a RD é a principal causa de cegueira não traumática, e o DM é uma doença muito comum nos consultórios médicos. Conclui-se que o rastreio de
RD através da fundoscopia deve ser realizado ao momento do diagnóstico no DM2, e após os 10 anos de idade no DM1, anualmente. Um bom controle glicêmico
também é essencial para retardar os efeitos da RD.
Palavras-chave: Retinopatia Diabética, Fundoscopia, Diabetes Mellitus.
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PO45 - SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL: RELATO DE CASO
Reggiani TAS1, Real CMV1, Moreira PM1, Santana HDAS1, Fábregas BC1
Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior
Introdução: A síndrome extrapiramidal é um quadro clínico que pode ocorrer secundariamente ao uso de antipsicóticos, especialmente com antipsicóticos
típicos de alta potência, como o haloperidol. Na maioria dos pacientes, as manifestações consistem em sintomas parkinsonianos como rigidez, que geralmente
são reversíveis após descontinuar a terapia. A distonia também pode ocorrer, se manifestar como crise oculógira, opistótono, torcicolos, contrações de língua,
roda dentada, entre outros. Acatisia é outra manifestação da síndrome extrapiramidal. Discinesia tardia é um efeito extrapiramidal que se manifesta por movimentos hipercinéticos coreoatetóicos involuntários. Outro evento adverso ao uso de antipsicóticos menos frequente, porém grave, é a síndrome neuroléptica
maligna. Objetivos: O presente trabalho objetiva relatar um caso de síndrome extrapiramidal em uma paciente em acompanhamento ambulatorial e discutir
os principais aspectos clínicos. Discussão: Mulher, 39 anos, solteira, em acompanhamento ambulatorial desde março de 2012. Compareceu para consulta de
retorno em março de 2013, quando foram detectados sintomas depressivos, sendo prescrito sertralina 50mg/dia. Com finalidade de minimizar polifarmácia,
suspendeu-se o biperideno (até então com dose de 2mg/dia) e manteve-se o haloperidol 10mg/dia, a levomepromazina 100mg/dia e a carbamazepina 800mg/
dia. Medicamentos estes que a paciente faz uso para controle da esquizofrenia hebefrênica. A paciente tem diagnóstico concomitante de retardo mental leve.
No entanto, no retorno mensal, em abril de 2013, apresentou quadro compatível com síndrome extrapiramidal, com crise oculógira, não dolorosa. Ausência de
parkinsonismo, acatisia e contração muscular (opistótono, torcicolo) ou sinal de roda dentada. Na ocasião a dose de sertralina foi reajustada para 25mg/dia, a de
haloperidol foi reduzida para 7,5mg/dia, sendo reintroduzido o biperideno na dose de 2mg/dia. As demais medicações foram mantidas. Houve, então, melhora
clínica e remissão completa da crise oculógira 15 dias após a consulta. Conclusão: Dados encontrados em literatura sugerem que os sintomas apresentados por
esta paciente tenham sido decorrentes da utilização do haloperidol, e da suspensão do biperideno.
Palavras-chave: Síndrome extrapiramidal, Haloperidol.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
PO46 - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: UM CONFLITO ÉTICO-PROFISSIONAL – RELATO DE CASO
Barros RF1, Guerra VM1, Lustosa F1, Coelho MCF2
Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano, 2Hospital Santa Casa de Misericórdia
Introdução: “É vedado ao médico deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como
exercer sua autoridade para limitá-lo”. Essa é uma das leis que rege o exercício da medicina no Brasil. Bem fundamentada, ninguém discute sua importância
e validade na teoria. Na prática, o médico ao ver sua atuação limitada por preceitos religiosos, se sente frustrado e impotente. Objetivo: Discutir o papel da
religião na prática médica. Relato de Caso: AMA, masculino, 56 anos, religião testemunha de Jeová. Paciente admitido no Hospital Santa Casa de Misericórdia
em 03/09/2013 com vômitos borráceos e melena associados a emagrecimento, prostração, hiporexia e anemia (Hm: 1,93; Hb: 4,0; Ht: 12,10). Diagnosticado
com câncer gástrico com metástase hepática. Conduta: Hemotransfusão para estabilização do paciente e abordagem cirúrgica paliativa. Paciente por motivos
religiosos recusa terapêutica proposta e contacta Igreja que apresenta aos médicos responsáveis opções à transfusão. Apesar da falta de evidencia científica,
optou-se pela administração de eritropoietina + Noripurum, medicação fornecida e custeada pela Igreja. Paciente apresentou hematêmese e piora da anemia,
sem resposta satisfatória à terapêutica, evoluindo para óbito. Discussão: O óbito de um paciente causa frustração à equipe assistencialista que se empenha na
cura dos pacientes. O correto diagnóstico e estabelecimento de conduta adequada diminuem esse sentimento, porém quando as condutas esbarram em preceitos religiosos e, por isso, são recusadas, o sentimento de impotência é devastador. Considerações finais: O paciente AMA era terminal e o objetivo da equipe
assistencialista era proporcionar qualidade de vida. A recusa ao tratamento reduziu pouco sua expectativa de vida. Porém, há casos diferentes, nos quais, devido
ao bom prognóstico das doenças, o estabelecimento de tratamento adequado pode sim salvar vidas.
Palavras-chave: Hemotransfusão, Ética, Religião.
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PO47 - TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: ASPECTOS GERAIS
Barros RF1, Souto MC1
Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano
Introdução: O transplante é a transferência de tecido de um doador a um receptor. É opção terapêutica para pacientes portadores de doenças orgânicas
terminais nos quais o tratamento convencional foi ineficaz. É ato de extrema importância, porém esbarra no difícil momento da perda vivida pela família, responsável por autorizar tal procedimento. Objetivo: Esclarecer médicos e estudantes sobre o processo de transplante, visando capacitá-los a melhor orientar
a população em geral. Discussão: Visando equidade na seleção de doadores e receptores de órgãos, instituiu-se a Política Nacional de Transplantes que tem
como diretrizes a não maleficência em relação aos doadores, a beneficência em relação aos receptores e a gratuidade da doação. O processo de transplante é
dividido em fases que seguem a ordem: 1. Detectar potencial doador; 2. Comunicar coordenação de transplantes; 3. Avaliação e manutenção da vitalidade de
órgãos com monitoramento contínuo, infusão de fluidos e eletrólitos, suporte cardiovascular e ventilatório; 4. Diagnóstico e confirmação de morte encefálica
por duas equipes diferentes, com 24 horas de intervalo entre avaliações; 5. Consentimento familiar; 6. Documentação da morte encefálica; 7. Encontrar, seguindo
fila de espera, receptores compatíveis; 8. Remoção de órgãos por equipe designada pela coordenação de transplantes, na sequência: 1. Coração e pulmões;
2. Fígado; 3. Pâncreas; 4. Intestino delgado; 5. Rins; 6. Enxertos vasculares; 7. Córnea, pele e outros; 9. Distribuição dos órgãos; 10. Transplante para o receptor
final. Considerações finais: O médico é chamado a auxiliar difícil decisão, para isso, o profissional deve estar bem informado e apto a prestar auxílio visando
confortar a perda de ente querido ao mesmo tempo em que promove a saúde coletiva ao viabilizar que a vida continue para tantos outros que aguardam na fila
de transplante de órgãos.
Palavras-chave: Transplante, Órgãos, Ética.
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PO48 - TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS: UMA COMPLEXA ÁREA ENTRE A PSIQUIATRIA E A CLÍNICA MÉDICA
Maciel MP1, Carvalho VCL1, Loures MVR1, Albergaria DA1, Silva LL 2, Moura F1
Instituições: 1Universidade Federal de Ouro Preto, 2Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: Transtorno psicossomático se caracteriza pela manifestação de conflitos e desequilíbrios psicológicos por meio de sintomas corporais que são
atribuídos a doenças físicas, todavia, não possuem evidência patológica. São comuns nos serviços de atendimento primário, geram altos custos para a saúde
pública e dificultam diagnósticos e condutas terapêuticas. Objetivos: Realizar uma revisão sistemática sobre Transtornos Psicossomáticos, abordando sua
complexidade e imprecisão nos diagnósticos, juntamente com as dificuldades de classificação e conduta terapêutica. Discussão: Na Psiquiatria, tais distúrbios
classificam-se como Transtornos Somatoformes compostos de um grupo mais específico como Transtorno de Somatização, Transtorno Somatoforme Indiferenciado, Transtorno Conversivo, Transtorno Doloroso, Hipocondria, Transtorno Dismórfico Corporal e Transtorno de Somatização Sem Outra Especificação. Na
Clínica Médica, existem as Síndromes Somáticas Funcionais caracterizadas por um conjunto de sintomas e síndromes que podem ser exemplificadas como a
síndrome do intestino irritável, dispepsia funcional não ulcerosa, fibromialgia, dor torácica não cardíaca, dor facial atípica, cefaleias, alergias múltiplas. A sobreposição dos quadros clínicos dificulta a elaboração do diagnóstico e facilita as comorbidades, expondo o paciente ao atendimento em múltiplas especialidades
e à frustração na relação médico-paciente. Isso revela a complexidade desses transtornos e a elevada necessidade de se modificar termos de conceitualização,
classificação diagnóstica e conduta terapêutica. Considerações finais: A alta prevalência de transtornos psicossomáticos na sociedade moderna demonstra a
necessidade de uma abordagem terapêutica composta de uma integração entre a psicoterapia, o tratamento medicamentoso e a visão do paciente como um ser
histórico, constituído de mente, corpo e meio social.
Palavras-chave: Transtornos Psicossomáticos, Psiquiatria, Clínica Médica.
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Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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PO49 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME METABÓLICA: PRINCIPAIS TÉCNICAS E SEUS EFEITOS
ABORDADOS EM UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA
Pimentel CCSB1, Santana HDAS1, Moreira PM1, Reggiani TAS1, Tótola J1,2
Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior, 2Hospital Márcio Cunha
Introdução: A Síndrome Metabólica (SM), anteriormente conhecida como Síndrome X, é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de
risco para doenças cardiovasculares usualmente relacionados à obesidade, resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão arterial, estimada em 2,5 vezes. As
cirurgias bariátricas implicam em perda de 20%-70% do excesso de peso, tornando-se um método eficaz e duradouro. Objetivos: Confirmar o diagnóstico da
SM e identificar fatores de risco cardiovascular associados. Avaliar os efeitos do tratamento cirúrgico para obesidade mórbida através das duas técnicas mais
utilizadas, gastroplastia em Y-de-Roux e gastrectomia vertical, no sentido de reduzir peso corporal, melhorar comorbidades associadas a obesidade, além da
qualidade de vida e complicações. Discussão: A gastroplastia em Y-de-Roux é a técnica mais utilizada no mundo, gerando, segundo pesquisas com acompanhamento de 12 meses pós-cirurgico, redução significativa do peso corporal, da pressão arterial sistólica e diastólica, triglicerídeos, glicemia de jejum e elevação
do HDL. A gastrectomia vertical tem a vantagem de gerar diminuição da sensação de fome por diminuir a secreção de grelina, causando significativa redução
de peso, porém menor que técnica a Y-de-Roux. Além disso também melhora diversos fatores metabólicos, como perfil lipídico, valores pressóricos e glicemia,
mesmo em seguimentos a longo prazo. Considerações finais: As duas técnicas atualmente mais utilizadas no mundo geram grande perda de peso e, além disso,
diminuição da resistência à insulina e fatores de risco cardiovasculares de forma duradoura. Em casos de pacientes superobesos, o tratamento cirúrgico ainda
se associa à diminuição da mortalidade geral, gerando uma nova expectativa e qualidade de vida para os pacientes.
Palavras-chave: Sídrome metabólica, Cirurgia metabólica, Gastroplastia em Y-de-Roux.
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PO50 - TRIAGEM DE SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E HIPOPNEIA ATRAVÉS DE HOLTER DE 24 HORAS, EM IDOSOS ACIMA
DE 75 ANOS E CORRELAÇÃO COM AS ARRITMIAS DETECTADAS
Morais BFG1, Mesquita LA1, Abreu LAN1, Souza SB2, Abreu LAA 2, Freitas OGA 2, Freitas OGA3
Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Minascor Centro Médico, 3Minascor Centro Médico / IEP Santa Casa de Belo Horizonte
Introdução: A Síndrome da apneia obstrutiva do sono e hipopneia (SAOSH) tem alta prevalência, aumenta com envelhecimento e obesidade, e pode desencadear hipertensão arterial, fibrilação atrial (FA), isquemia cardíaca e infarto. Em 2012, a monitorização eletrocardiográfica de 24 horas (Holter) passou a ser utilizada
na triagem da SAOSH, mas não foi estudada em muito idosos. Objetivos: Triar a SAOSH pelo Holter, correlacionar o tempo total de apneia e ciclos de apneia ao
sexo, às variáveis clínicas e arritmias detectas em indivíduos com mais 75 anos. Metodologia: Estudo coorte, transversal, ambos sexos, ≥75 anos, submetidos ao
Holter (fevereiro 2012 a fevereiro 2013). Exclusão: uso medicação anti-arrítmica, presença de FA, flutter atrial, marcapasso e arritmias que interferem na detecção
da SAOSH. Análise estatística com significância p=0,05. Resultados: Total de 149 indivíduos, inclusos 130, média de 81 anos. Divididos dois grupos quanto ao
sexo: homens=65; mulheres=65. Não houve diferença significativa quanto: idade; IMC; proporção hipertensos (p=0.723); diabéticos (p=0.765); tempo total apneia
(p=0.127); número ciclos de apneia (p=0.299). Incidência detecção apneia: homens=40% e mulheres=33,85% (p=0.467). Observado diferença significativa entre
grupos: incidência arritmias ventriculares (homens 95%, p=0.0041); total arritmias ventriculares (p=0.014); arritmias ventriculares pareadas e total (p=0.046,
p=0.013). Não houve diferença quanto: apneia e arritmias ventriculares e supraventriculares total nas mulheres (p=0.114, p=0.918) e homens (p=0.564, p=0.651);
número total ciclos apneia e duração total apneia quanto às arritmias. Discussão: A incidência de arritmia ventricular é maior em homens corroborando com
estudos anteriores. Não apresentou associação entre detecção da apneia, duração ou número ciclos da apneia e arritmia. Conclusão: O Holter é efetivo na triagem SAOSH, com alta incidência indivíduos acima dos 75 anos, independente do sexo e sem correlação com arritmias detectadas.
Palavras-chave: Síndrome da apneia obstrutiva do sono e hipopneia, Holter de 24 horas, Idosos.
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52
Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52
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