Revista Médica de Minas Gerais 23/S3 volume 23 • suplemento 3 Outubro / 2013 issn 0103-880 X RMMG Revista Médica de Minas Gerais volume 23 • suplemento 3 Outubro / 2013 a rmmg é resultado da parceria entre as seguintes Instituições II CONGRESSO SAMMG 11 A 13 DE OUTUBRO / 2013 issn 0103-880 X Expediente Corpo Editorial EDITOR GERAL Uma publicação do INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM SAÚDE (IEPS) Conselho Curador (mandato – 2012/2014): Lincoln Lopes Ferreira (AMMG) – Presidente • Helton Freitas (UNIMED BH) – Vice-presidente • Amélia Maria Fernandes Pessôa (Sinmed) • Francisco José Penna (Faculdade de Medicina da UFMG) • João Batista Gomes Soares (CRM-MG) • Lucas Vianna Machado (FCMMG-Feluma) • Marcelo Gouveia Teixeira (SMSa-PBH) Conselho Diretor (mandato 2010/2014): Lincoln Lopes Ferreira – Diretor Presidente • Amélia Maria Fernandes Pessôa – Diretor Vice-presidente • Helton Freitas – Diretor Administrativo-Financeiro Conselho Fiscal (mandato 2010/2014): Ciro José Buldrini Filogonio • Cristiano Gonzaga da Mata Machado • Lucas Vianna Machado Mantenedoras/Apoio: Associação Médica de Minas Gerais – AMMG • Cooperativa Editora e de Cultura Médica Ltda – COOPMED • Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais – CRM-MG • Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG • Faculdade de Medicina da UFMG – FM/UFMG • Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – SES/MG • Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – SMSa/BH • Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais – SINMED-MG • Unimed-BH Cooperativa de Trabalho Médico Ltda – UNIMED-BH Conselho Gestor da RMMG: Amélia Maria Fernandes Pessôa (Sinmed) • Cláudio de Souza (CRM-MG) • Francisco José Penna (FM-UFMG) • Helton Freitas (Unimed) • José Ricardo de Paula Xavier Vilela (Coopmed) • Luciana Costa Silva (AMMG) • Lucas Viana Machado (FCMMG) • Marcelo Gouveia Teixeira (SMSa-BH) Editor Geral: Enio Roberto Pietra Pedroso Editor Administrativo: Maria Piedade Fernandes Ribeiro Leite Enio Roberto Pietra Pedroso Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil EDITORES ASSOCIADOS Cirurgia Alcino Lázaro da Silva Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Revisores: Magda Barbosa Roquete de Pinho Taranto (Português) • Maria Piedade Fernandes Ribeiro Leite (Normalização) • Maria Rita Dumond Viana (Inglês) Andy Petroianu Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Produção Editorial: Folium Clínica Médica Tiragem: 2500 exemplares Indexada em: LILACS-Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; PERIÓDICA-Índice de Revistas Latinoamericanas; LATINDEX – Sistema Regional de Información em Línea para revistas Científicas da América latina, El Caribe y Portugal. ISSN: 0103-880X e-ISSN: 2238-3181 Disponível em: www.rmmg.org Faculdade de Medicina da UFMG: <http://rmmg.medicina.ufmg.br/> Biblioteca Universitária da UFMG: <https://www.bu.ufmg.br/periodicos/revista-medica-de-minas-gerais> Portal de Periódicos CAPES: <http://www-periodicos-capes-gov-br.ez27.periodicos.capes.gov.br/> Afiliada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) Início da Publicação: v.1, n.1, jul./set. 1991 Periodicidade: Trimestral Normas para publicação, instruções aos autores e submissão de manuscritos estão disponíveis em: <www.rmmg.org> Correspondências e Artigos: Revista Médica de Minas Gerais – Faculdade de Medicina da UFMG Av. Prof. Alfredo Balena, 190 – Sala 12. CEP: 30130-100 Belo Horizonte, MG – Brasil. Telefone: 55-31-3409-9796 e-mail (artigos): [email protected] Submissão de artigos: www.rmmg.org Tarcizo Afonso Nunes Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil David de Pádua Brasil Faculdade de Ciências Médicas de MG Belo Horizonte – MG, Brasil Manoel Otávio da Costa Rocha Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Ginecologia e Obstetrícia Fernando Marcos dos Reis Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Pediatria Ennio Leão Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Dulciene Maria Magalhães Queiroz Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Luiz Henrique Perocco Braga McMaster University, Department of Surgery/Urology Hamilton, Ontário, Canadá Edmundo Anderi Júnior Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, SP – Brasil Manoel Roberto Maciel Trindade Departamento de Cirurgia da UFRGS Porto Alegre, RS – Brasil Enio Cardillo Vieira Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Marco Antonio de Avila Vitoria Organização Mundial da Saude – OMS Genebra, SUIÇA Fábio Leite Gastal Hospital Mãe de Deus Porto Alegre – RS, Brasil Marco Antonio Rodrigues Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Fabio Zicker Organizaçao Mundial da Saúde Genebra, SUIÇA Maria Inês Boechat Dept. of Radiological Sciences David Geffen School of Medicine at UCLA University of Califórnia Los Angeles – CA, USA Federico Lombardi Universtá degli Studi di Milano Milano, ITALY Francisco José Dutra Souto Universidade Federal do Mato Grosso Cuiabá – MT, Brasil Genival Veloso de França Centro de Ciências da Saúde da UFPB João Pessoa – PB, Brasil Georg Petroianu Department of Cellular Biology & Pharmacology Herbert Wertheim College of Medicine Florida International University Miami, FL – USA Mauro Martins Teixeira Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Mircea Beuran Clinical Emergency Hospital Bucharest Bucharest, ROMENIA Naftale Katz Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas René Rachou Belo Horizonte – MG, Brasil Nagy Habib Imperial College London. Department of Surgery London, UK Gerald Minuk University of Manitoba, Department of Internal Medicine Manitoba, CANADA Nicolau Fernandes Kruel Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e UNISUL Florianópolis. SC – Brasil Geraldo Magela Gomes da Cruz Faculdade de Ciências Médicas de MG Belo Horizonte – MG, Brasil Nilson do Rosário Costa Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz Rio de Janeiro, RJ – Brasil Saúde Mental Giselia Alves Pontes da Silva Centro de Ciências da Saúde da UFPE Recife – PE, Brasil Humberto Corrêa da Silva Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Henrique Leonardo Guerra PUC Minas Belo Horizonte – MG, Brasil Orlando da Silva Department of Paediatrics, UWO Neonatal Intensive Care Unit London, Ontario, Canadá Maria do Carmo Barros de Melo Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Saúde Coletiva Maria da Conceição J. Werneck Côrtes Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil CONSELHO EDITORIAL Ahmed Helmy Salem Assiut University Hospitals & Faculty of Medicine Tropical Medicine & Gastroenterology Department Assiut EGYPT Aldo da Cunha Medeiros Centro Ciências da Saúde da UFRN Natal – RN, Brasil Almir Ribeiro Tavares Júnio Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Antônio Luiz Pinho Ribeiro Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Aroldo Fernando Camargos Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Bruno Caramelli Faculdade de Medicina da USP São Paulo – SP, Brasil Bruno Zilberstein Faculdade de Medicina da USP São Paulo – SP, Brasil Carlos Teixeira Brandt Centro de Ciências da Saúde da UFPE Recife – PE, Brasil Cor Jesus Fernandes Fontes Faculdade de Medicina da UFMT Cuiabá – MT, Brasil Henrique Neves da Silva Bittencourt Centre Hospitalier Universitaire Sainte-Justine – Universite de Montreal Montreal – QC, CANADÁ Paulo Roberto Corsi Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP São Paulo, SP – Brasil Pedro Albajar Viñas Organização Mundial da Saúde Genebra, Suiça Jacques Nicoli Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Pietro Accetta UFF / Faculdade de Medicina Niterói – RJ – Brasil Jair de Jesus Mari Faculdade de Medicina da UNIFESP São Paulo – SP, Brasil Protásio Lemos da Luz Universidade de São Paulo – Incor São Paulo – SP, Brasil João Carlos Pinto Dias Centro de Pesquisas René Rachou-FIOCRUZ Belo Horizonte – MG, Brasil Renato Manuel Natal Jorge Universidade do Porto Porto – Portugal João Carlos Simões Curso de Medicina da Faculdade Evangélica do Paraná ( FEPAR) Curitiba, PR – Brasil Roberto Marini Ladeira Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Belo Horionte – MG, Brasil João Galizzi Filho Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Rodrigo Correa de Oliveira Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas René Rachou, Laboratório de Imunologia Belo Horizonte – MG, Brasil José Carlos Nunes Mota Departamento de Medicina da UFS Aracaju, SE – Brasil Ruy Garcia Marques Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro – RJ, Brasil José da Rocha Carvalheiro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP São Paulo, SP – Brasil Sandhi Maria Barreto Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Leonor Bezerra Guerra Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Sérgio Danilo Pena Instituto de Ciências Biológicas – UFMG Núcleo de Genética Médica – GENE Belo Horizonte – MG, Brasil Luiz Armando Cunha de Marco Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil William Hiatt Colorado Prevention Center Denver, Colorado, USA 23/S3 Editorial Mensagem do Presidente do II Congresso SAMMG Diferentes percepções e abordagens adotadas por médicos de distintas especialidades são observadas na prática da interconsulta, cenário em que a Medicina e seu principal objeto de estudo, o paciente, são segmentados em porções cada vez menores de conhecimento. Ainda nessa linha, são formados especialistas extremamente conceituados em cada tipo de doença. Mas, e o doente? Não me interprete mal. A aquisição de todo o conhecimento médico por apenas um indivíduo torna-se tarefa utópica e portadores de afecções raras necessitam de profissionais que compreendam bem casos bastante específicos para darem prosseguimento terapêutico adequado. No âmbito da educação médica, por outro lado, na qual estudamos para nos formarmos inicialmente generalistas, vivemos a era do encaminhamento. Aprendemos cada sistema anatomofisiológico separadamente e nos faltam direções para podermos trilhar entre aspectos psicossociais e emocionais. A complexidade do paciente se contrapõe aos raros momentos em que somos cobrados a montar todo o quebra-cabeça, e apenas algumas peças nem sempre bastam. Os Congressos da Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais surgiram em meio a essas reflexões, com o intuito de contribuir na integralização do conhecimento médico ao estudante de Medicina. Um dos braços do evento, a participação ativa dos congressistas no intercâmbio científico proporcionado no II Congresso SAMMG, é registrada neste suplemento. Fica aqui evidente a grande complexidade dessa jornada que avançou alguns passos nos dias 11, 12 e 13 de outubro de 2013. Que essa iniciativa não se restrinja a apenas um evento. E o desafio de integrar continua. Leonardo Antunes Mesquita Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG Presidente do II Congresso SAMMG Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais – Gestão 2013 PRESIDENTE Erickson Ferreira Gontijo COORDENADOR CIENTÍFICO Leonardo Antunes Mesquita SECRETÁRIO GERAL Matheus Santos Alves Ferreira COORDENADORA CULTURAL Myrian Goulart Caldas SECRETÁRIO GERAL DE FINANÇAS José Carlos Domingues Júnior COORDENADOR DE ENSINO MÉDICO Júlio Boriollo Guerra SECRETÁRIA DE RELAÇÕES EXTERNAS Bruna Fernanda Gomes de Morais COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO Marina Costa Leite 23/S3 sumário 1 • Editorial 3 • Comissão Organizadora 5 • Programação Científica 10 • Sumário dos Resumos 12 • Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle Capa: Logomarca do II Congresso SAMMG. 18 • Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento 23 • Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório da Criança e do Adolescente da Universidade Federal de Minas Gerais 28 • Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido 34 • Resumos 34 • Temas Livres 36 • Pôsteres 2 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 23/S3 II CONGRESSO SAMMG COMISSÃO ORGANIZADORA PRESIDENTE Leonardo Antunes Mesquita TESOUREIRO José Carlos Domingues Júnior SECREATÁRIA GERAL Myrian Goulart Caldas COMISSÃO CIENTÍFICA Bruna Fernanda Gomes de Morais Kamila Reder Monte-Mor Gustavo Fernandes Ferreira Alessandra Pinheiro Caminhas Ana Carolina Martins Faria de Abreu Ana Elisa Resende Tavares Ana Flávia Vieira Ferreira Andreza de Jesus Prates Astaruth Guimarães Froede Augusto Biagioni de Almeida Linhares Beatriz Santos Cordeiro Brenno Lopes Lima Lages Bruna Haueisen Figueiredo Brunno Barbalho Cardoso Camilla Santos Santiago Carla Oliveira Vinhal Carolina Maziero Versiani Caroline Alves Moreira da Silva Clarice Garcia Valadares Xavier Daniela Prates Horta Eduarda Lara Resende Eduardo Prados de Carvalho Felipe Augusto Azeredo Leão Fernanda Scaramello Gonçalves Filipe Camargo de Carvalho Flavia Emy Onaga Rezende de Souza Flávia Lage Gonçalves Guilherme Nogueira Santana Gustavo Alvarenga Bicalho Henrique Bicalho Rosa Henrique Solis F. de Mendonça Isabela Lage Pimenta Isabelle C. Oliveira Jéssica Fernandes dos Anjos Júlia Pessoa de Assis Juliana Alves da Silva Karen Figueiredo de Magalhães Larissa Figueiredo Vieira Letícia Mattos Menezes Lucas Rodrigues de Castro Lucas Tarabal da Matta Luisa Linhares de Carvalho Carim Maíra Amorim Silveira Santos Marcela Thiemi Mariana Mendes Teixeira Marina Bernardes Leão Marina Buldrini Filogônio Tecaidareau Morgana Beckler de Moro Pamela de Souza Haueisen Barbosa Paula Alves Pinheiro Paula Braga Fernandes Pedro Damião Jansen Pedro Paulo Martins Alvarenga Poliana de Araújo Gonçalves Rafael Pereira Freitas Mendes Raphael William Coelho da Rocha Rebeca da Silva Gusmão Renata Silva Lima Romero Vitor Silva Junior Sílvia Lunardi Rocha Teruã Borges de Oliveira William Rodrigues Alves COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO Felipe Vale de Araújo Breno Augusto Silva de Resende Bruna Mota Machado Gomes Débora de Pádua Monteiro Fernanda Alves Morais Ferreira Fernanda Fonseca Martins Costa Filipe Ferreira Lemos Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 3 Flávio dos Santos Campos Gabriela Resende Pretti Haroldo Oliveira de Freitas Júnior Hercules Hermes Riani Martins Silva Juliana Cristina de Oliveira Lima Laura Amaral Quintino da Silva Rafael Pereira Mansur Raissa Naiara Barros Raquel Fernandesde Barros Renata Arruda Cerqueira Sofia Pereira Tironi Thyago Oliveira de Queiroz Werlley Meira de Oliveira Wilson Ferreira de Souza Neto COMISSÃO CULTURAL Jéssica da Cruz Arantes Aline Alves Pacheco Aluísio Miranda Reis Ana Laura Rabelo Soares Pereira Anna Cecília Santana do Amaral Bruna Veloso Fernanda Luiza Alberto Braga Ian Cunha Ribeiro Christoff Izabelle Queiroz dos Santos Jonathan Phillip Souza Sá Laís Domingues Silva Laura Defensor Ribeiro Lorena Carolina Moura Pereira Paula Siqueira Lima Vivian Santos Teixeira COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERNAS Rosiane Santos Goulart Marina Resende Barata Diego Oliveira da Mata Leandro Ricardo Aquino Santos Márcio Antônio Ferreira Arantes Júnior Nathália Ribeiro Notaro Tiago Henrique Guimarães Pereira COMISSÃO DE LIGAS ACADÊMICAS Aline Andrade Godinho Cássia Verçosa Jardim Fabiana Gomes Lopes Édio Henrique do Carmo Barros Marcelo Carlos Dias de Souza COMISSÃO ESTRUTURAL Teruã Borges de Oliveira 4 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 Bárbara Lopes Farace Ana Luiza Paione Rezende Bruna Macedo Bruna Sodré Reis Bruno Ricardo de Oliveira Caio Fontes Daniel Messias Martins Alves Neiva Daniela Moreno Fagundes Dheyvisson Nazareth Rodrigues da Silva Fernando Henrique de Assis Filipe Bruno Fernandes Francisco Serapião da Silva Júnior Guilherme Massote Fontanini Gustavo Contim Rodrigues Isabela Pinto Braga Ítalo Ponsá Pinto Jéssica de Cássia Mendes Eleutério Kamilla Fernanda Babilônia Corrêa Karen de Almeida Prado Rabello Karolline Souza Guimarães Larissa Magalhães Lucia Cristina de Carvalho Mariana Fauster Michelly Monteiro Braz Mônica Araújo Rafael Pinetti Quemelli Renato Fernades Júnior Amanda Vieira Couto Sophia Cerceau Pinto Coelho COMISSÃO FINANCEIRA Marina Costa Leite Ajna Rocha Guadalupe Ana Luiza Gatti Machado Daniel I. Silveira Almeida Ester Gomes Amorim Gleydson Tadeu Correia Bambirra Gustavo Henrique Borges de brito Izabela Guimaraes Vieira Coelho Laís Martins Magalhães Almeida Marina Gontijo Pinto Marina Mafra Carvalhais Natália Nicolai Gomes Nataly Barros Ubaldo Pereira Pedro de Mello Nogueira Pedro Henrique Costa Serra Renata Campolina Veloso Rômulo Santos Peçanha Rezende Talita Cardoso Rios Thassio Siman Thiago Dutra Schaefer Matins Valéria Yasmine Marinelli Vicente programação científica PRÉ-CONGRESSO Horário 11/10 – SEXTA (18h às 22h) Assuntos Controversos em Medicina: Derrubando Estigmas Local: Auditório Borges da Costa 18h00 às 18h30 Palestra de abertura: Medicina Baseada em Evidências: Estamos no caminho certo? Palestrante: Dra. Vera Lúcia Ângelo Andrade 18h35 às 18h55 Conferência: Como diferenciar gripe e resfriado? Palestrante: Dr. Florentino Fernandes Junior 19h00 às 19h30 Intervalo 19h35 às 20h35 Mesa Redonda: Atualizações em Medicina do Exercício e do Esporte 19h35 às 19h55 Quando e com qual objetivo indicar atividades aeróbias e anaeróbias Palestrante: Dr. João Antônio da Silva Júnior 19h55 às 20h15 Lesões músculo-esqueléticas: Utilizamos bolsa de água quente ou água fria? Palestrante: Dr. Lucas de Castro Boechat 20h15 às 20h35 Diferenças na avaliação e orientação do atleta de elite e o atleta de "final de semana" Palestrante: Dr. Marconi Gomes da Silva 20h40 às 21h00 Conferência: Arnica e suas propriedades medicinais Palestrante: Dr. Weslei Luiz de Oliveira 21h05 às 21h25 Conferência: A relação entre consumo de álcool e doenças cardiovasculares Palestrante: Dr. Felipe Lopes Prado 21h30 às 22h00 Palestra Welch Allyn: As novas tecnologias no diagnóstico básico Palestrante: Camila Cristina da Silva Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 5 12/10 – SÁBADO (08h às 12h) Salas Multidisciplinares Horário Local e Tema Teatro Oromar Cardiologia, Pneumologia e Otorrinolaringologia Auditório Borges da Costa Cirurgia, Nefrologia e Imaginologia 08h00 às 08h20 Conferência: Novos métodos de diagnóstico de cepas do M. tuberculosis resistentes aos fármacos: Aplicabilidade no Brasil Palestrante: Dra. Silvana Spíndola de Miranda Conferência: Indicações para a realização de transplante pancreático Palestrante: Dr. Márcio Lauria 08h25 às 08h35 Tema Livre: Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: estudo caso-controle Autor: Priscila Isa de Resende Tema Livre: hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento Autor: Rômulo Santos Peçanha Rezende 08h40 às 09h20 Simpósio: As duas faces da Rinoplastia Simpósio: Desafios em Nefrologia 08h40 às 09h00 Indicações e realização de rinosseptoplastia funcional Palestrante: Dr. Paulo Fernando Tormin Borges Crosara Síndrome Hepatorrenal: Diagnóstico precoce e procedimentos terapêuticos Palestrante: Dra. Cláudia Alves Couto 09h00 às 09h20 Rinoplastia estética: como e quando realizar Palestrante: Dr. Sérgio Moreira Qual a conduta frente à Nefropatia por IgA? Palestrante: Dra. Silvana Miranda 09h25 às 10h10 Caso Clínico: Caso integrando Cardiopatias e Eletrocardiografia Apresentadora: Dra. Rosália Morais Torres Debatedores: Dra. Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva e Dr. Carlos Eduardo de Souza Miranda Caso Clínico: Caso abordando o Nódulo Pulmonar Solitário Apresentador: Dr. Daniel Bonomi Debatedora: Dra. Silvana Spíndola de Miranda 10h10 às 10h40 Intervalo 10h40 às 12h00 Mesa Redonda: Incorporando os novos conceitos sobre a síndrome da apneia obstrutiva do sono Mesa Redonda: Enfrentando as malformações renais e disfunções do trato geniturinário 10h40 às 10h55 Conceitos, epidemiologia e identificação do paciente com SAOS Palestrante: Acad. Marina Buldrini Principais malformações renais e indicações terapêuticas Palestrante: Acad. Pedro Damião Jansen 10h55 às 11h10 De respirador oral à evolução para SAOS Palestrante: Dra. Cláudia Pena Galvão dos Anjos Conduta e repercurssões clínicas na vigência de malformações não diagnosticadas Palestrante: Aline Aparecida Campos Reis 11h10 às 11h25 Impactos e repercussões clínicas ao paciente com SAOS Palestrante: Dr. Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas Abordando a disfunção erétil Palestrante: Dr. Antônio Peixoto de Lucena Cunha 11h25 às 11h40 Diagnóstico definitivo e terapêutica subsequente para o tratamento da SAOS Palestrante: Dra. Eliane Viana Mancuzo Procedimento cirúrgico para correção do rim em ferradura Palestrante: Dr. Augusto Barbosa Reis 11h40 às 12h00 Discussão Discussão Cursos Práticos Horário 08h00 às 12h00 6 Local e Tema Salas 5, 6 e 7 Urgências e Emergências Neurológicas Auditório José Bolivar Acidentes com Animais Peçonhentos Palestrantes: Dr. Rodrigo Moreira Faleiro, Dr. Marco Túlio Reis e Dr. Augusto César de Jesus dos Santos Palestrantes: Dra. Cecília Haddad, Dra. Luciana Silveira, Dra. Solange Magalhães Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 Atividades Culturais Horário Local e Tema Auditório Lívio Renault Sessões Médico-Culturais 08h00 às 08h15 Apresentação da dinâmica relacionada ao filme The Doctor 08h15 às 10h10 Sessão 1: Dr. House Palestrante: Dr. Florentino Fernandes Dias Júnior Sala 2 Interativo Lounge Exposições Workshop: Transmissão de Más Notícias Palestrante: Dra. Melissa Guarieiro Ramos Murad “Vida Além da Medicina” 10h10 às 10h40 10h40 às 12h00 Intervalo Sessão 2: Autópsia de Um Crime Palestrante: Dr. Murilo Ranufo Taveres Júnior Dinâmica: Palhaçoterapia Palestrante: Zildo André Vieira Flores 12h00 às 14h00 Dinâmica: Yoga Palestrante: Juliana Fonseca Martins Horário Local: Salão Multimeios 12:00 às 14:00 Apresentação de Pôsteres "Vida Além da Medicina" 12/10 – SÁBADO (14h às 18h) Salas Multidisciplinares Horário Local e Tema Teatro Oromar Endocrinologia, Geriatria e Psiquiatria Auditório Borges da Costa Clínica Médica, Infectologia e Terapia Intensiva 14h00 às 14h20 Conferência: Quando suspeitar e como diagnosticar a Síndrome de Cushing? Palestrante: Dr. Paulo Augusto Carvalho Miranda Conferência: Impactos clínicos e tratamento de bactérias multiresistentes Palestrante: Dra. Mariana de Carvalho Melo 14h25 às 14h35 Tema Livre: O uso de metilfenidato em pacientes com distúrbio de déficit de atenção e em pessoas saudáveis Autor: Thaís Ferraz Fernandes Tema Livre: Uso racional da vancomicina através das características de susceptibilidade de bactérias isoladas em pacientes hospitalizados Autor: Rafael Bernardi de Oliveira 14h40 às 15h20 Simpósio: Situações adversas em Geriatria Simpósio: Clínica Médica: Como eu faço? 14h40 às 15h00 Como abordar os vícios no paciente idoso? Palestrante: Dr. Frederico Duarte Garcia Prevenção e identificação de lesões de órgãos-alvo em pacientes com DM2 Palestrante: Dr. Paulo Fernando Meira 15h00 às 15h20 Queixas de mémoria no envelhecimento: normal ou patológico? Como diagnosticar e avaliar Palestrante: Dr. João Carlos Barbosa Machado Diferenciação e tratamento das cefaleias Palestrante: Dr. Ricardo Oliveira Horta Maciel 15h25 às 16h10 Caso Clínico: Caso integrando transtornos de humor e de personalidade Apresentador: Dra. Cíntia Satiko Fuzikawa Debatedores: Dr. Bruno Cópio Fábregas e Dr. Hugo Prais Caso Clínico: Caso abordando as hepatites Apresentador: Dr. Rodrigo Dias Cambraia Debatedores: Dra. Luciana Diniz Silva e Guilherme Santiago Mendes 16h10 às 16h40 Intervalo 16h40 às 18h00 Mesa Redonda: Abordando a iatrogenia medicamentosa Mesa Redonda: Sepse: O que precisamos saber? 16h40 às 16h55 Qual o limite entre a iatrogenia, o erro médico e as atitudes do próprio paciente? Palestrante: Acad. Carla Oliveira Vinhal Principais agentes etiológicos e situações clínicas predisponentes Palestrante: Acad. Beatriz Santos Cordeiro Continua... Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 7 ... continuação Salas Multidisciplinares Horário Local e Tema Teatro Oromar Endocrinologia, Geriatria e Psiquiatria Auditório Borges da Costa Clínica Médica, Infectologia e Terapia Intensiva 16h55 às 17h10 Interações medicamentosas mais comuns: Quais as repercussões e como evitar? Palestrante: Patricia Drumond Ciruffo Sinais de alerta na suspeita de sepse Palestrante: Dra. Mariana de Carvalho Melo 17h10 às 17h25 Dois extremos: o hipertireoidismo iatrogênico Palestrante: Dra. Luciana Sarmento Drumond Controvérsias no tratamento da sepse: O uso de corticoides é realmente benéfico? Palestrante: Dr. Alexandre Braga de Miranda 17h25 às 17h40 Iatrogenia medicamentosa em pacientes idosos: Como lidar? Palestrante: Dr. Marco Túlio Gualberto Cintra Abordagem da sepse grave, choque séptico, síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e terapias adjuntas Palestrante: Dr. Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas 17h40 às 18h00 Discussão Discussão Cursos Práticos Local e Tema Horário 14h00 às 18h00 Salas 5 Improvisações Médicas Magaiver Salas 6 Exame Físico de Ortopedia Salas 7 Revisando o Exame Físico Auditório José Bolivar Instrumentação e Paramentação Cirúrgica Palestrantes: Dr. Igor de Oliveira Claeber Siqueira, Dr. Christian Morato de Castilho e Dr. Fabiano Gonçalves Guimarães Palestrantes: Dr. Jader Andrade Neto, Dr. Pedro Ivo, Dr. Henrique Cembranelli, Dr. Leandro Leão Marim, Dr. Frederico Zatti, Palestrantes: Dr. Ricardo Menezes (13h às 17h) Palestrantes: Gisele Teixeira de Oliveira Andrade Atividades Culturais Horário 14h00 às 16h10 Local e Tema Auditório Lívio Renault Sessões Médico-Culturais Sala 2 Interativo Lounge Exposições Sessão 3: The Doctor (Exibição do filme + Devolutiva da dinâmica) Palestrante: Dr. Wellerson Durães de Alkmim Workshop: Relação Médico-Paciente Palestrante: Dr. Enio Pietra Pedroso Quadros e Charges: LOR Sessão 4: You Don't Know Jack Palestrante: Dr. Luiz Guilherme de Mendonça Dinâmica: Musicoterapia com Tambores Palestrante: Marina Horta Freire 16h10 às 16h40 16h40 às 18h00 Intervalo Solenidade de Abertura Horário Tema 19h00 às 20h00 8 Mesa de Abertura 20h00 às 20h10 Lançamento do Projeto se Liga 20h10 às 20h50 Conferência magna: A doença na família do médico Palestrante: LOR 21h00 às 22h00 Apresentação Stand Up: Grupo Queijo, Comédia e Cachaça 22h00 Coquetel Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 Quadros e Charges: LOR 13/10 – DOMINGO (10h às 14h) Salas Multidisciplinares Horário Local e Tema Teatro Oromar Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia Auditório Borges da Costa Hematologia, Oncologia e Pediatria 10h00 às 10h20 Conferência: Endarterectomia x Angioplastia na abordagem da estenose carotídea Palestrante: Dr. Túlio Pinho Navarro Conferência: Diagnóstico precoce do câncer pediátrico Palestrante: Dr. Lucas Teiichi Macedo Monteiro de Castro Hyodo 10h25 às 10h35 Tema Livre: Placenta humana como modelo de treinamento microvascular e endovascular Autor: Austen Venâncio Drummond Tema Livre: Eventos adversos nos pacientes da unidade de internação pediátrica de um hospital universitário Autor: Valéria Yasmine Marinelli Vicente 10h40 às 11h20 Simpósio: Ortopedia em foco Simpósio: A Pediatria do dia-a-dia 10h40 às 11h00 Opções de tratamento para instabilidade do ombro no paciente jovem Palestrante: Dr. Ubiratan Brum de Castro Como realizar o manejo da obesidade infantil? Palestrante: Dra. Valéria de Melo Rodrigues e Oliveira 11h00 às 11h20 Lesão meniscal no atleta: sutura ou meniscectomia? Palestrante: Dr. Thiago Ildefonso Dornellas Torres Diagnóstico e repercussões clínicas da HAS em crianças Palestrante: Dr. Nonato Mendonça Lott Monteiro 11h25 às 12h10 Caso Clínico: Caso integrando Medicina Forense, Balística e Trauma Apresentador e Debatedor: Dr. Leo Bordoni Caso Clínico: Caso envolvendo alterações hematológicas Apresentador: Dra. Andréa Conceição Brito Debatedor: Dr. Nonato Mendonça Lott Monteiro 12h10 às 12h40 Intervalo 12h40 às 14h00 Mesa Redonda: Dificuldades no atendimento do paciente politraumatizado Mesa Redonda: O comportamento das leucemias 12h40 às 12h55 O que fazer e o que não fazer no momento do acidente? Palestrante: Acad. Ana Carolina Abreu Leucemia secundária ao tratamento antineoplásico Palestrante: Acad. Glauber Coutinho Eliazar 12h55 às 13h10 Fraturas expostas: Fixação definitiva ou provisória? Palestrante: Dr. Robinson Esteves Santos Pires Leucemia mieloide aguda em crianças Palestrante: Dra. Nelma Cristina Diogo Clementino 13h10 às 13h25 Atendimento inicial do paciente neurológico grave Palestrante: Dr. Walter Ariel Perez Lozada Leucemia mieloide aguda em adultos 13h25 às 13h40 A propedêutica inicial de imagem da coluna para o paciente vítima de politraumatismo Palestrante: Dr. Marco Túlio Reis Quando não tratar? 13h40 às 14h00 Discussão Discussão Cursos Práticos Horário 10h00 às 14h00 Local e Tema Salas 5, 6 e 7 Atendimento Inicial à Urgência Auditório José Bolivar Curso de Sutura Professor Alcino Lázaro da Silva Palestrantes: Dr. Yorghos Michalaros, Marcella de Araújo Fonseca Palestrante: Dr. Cirênio Almeida Barbosa Atividades Culturais Horário 10h00 às 12h10 Local e Tema Auditório Lívio Renault Sessões Médico-Culturais Sala 2 Interativo Lounge Exposições Sessão 5: Amor e Outras Drogas Palestrante: Prof. Fabrício de Araujo Moreira Workshop: Direito Médico Palestrante: Aline de Souza Lima Dias Paes Nahass Oficina: Caricaturas Ciência e Espiritualidade Palestrante: Dra. Leonor Bezerra Guerra Dinâmica: Medicina Indígena Palestrante: Adana Kambeba 12h10 às 12h40 12h40 às 14h00 14:30 às 16:00 Intervalo Oficina: Caricaturas Premiação e Encerramento Local: Teatro Oromar Sorteio de um kit High End da Welch Allyn Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 9 Sumário dos Resumos Temas Livres TL01 - EVENTOS ADVERSOS NOS PACIENTES DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.......34 TL02 - HIPERIDROSE COMPENSATÓRIA, UMA REVISÃO: FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO..................................34 TL03 - O USO DE METILFENIDATO EM PACIENTES COM DISTÚRBIO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E EM PESSOAS SAUDÁVEIS.........34 TL04 - PLACENTA HUMANA COMO MODELO DE TREINAMENTO MICROVASCULAR E ENDOVASCULAR.........................................35 TL05 - PREDITORES PARA DESENVOLVIMENTO DE ARRITMIA VENTRICULAR MALIGNA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA: ESTUDO CASO-CONTROLE........................................................................35 TL06 - USO RACIONAL DA VANCOMICINA ATRAVÉS DAS CARACTERÍSTICAS DE SUSCEPTIBILIDADE DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS.........................................................................35 Pôsteres PO01 - A DIFICULDADE DIAGNÓSTICA NO TUMOR TROFOBLÁSTICO DO LEITO PLACENTÁRIO: UM RELATO DE CASO...............36 PO02 - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA...........................................................................................................36 PO03 - ABORDAGEM CRITERIOSA NO PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES IDOSOS: UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA......36 PO04 - ANÁLISE COMPARATIVA DA OCORRÊNCIA DE ÓBITOS EM CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME TRIADAS PELO PROGRAMA ESTADUAL DE TRIAGEM NEONATAL DE MINAS GERAIS NOS PERÍODOS DE 1998-2003 E 2007-2012............................37 PO05 - ANÁLISE DE MUTAÇÃO NO GENE KRAS EM PACIENTES BRASILEIROS COM CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS................................................................................................37 PO06 - ANÁLISE DO PERFIL E EVOLUÇÃO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS EM BELO HORIZONTE/MG......................................37 PO07 - ANTISSEPSIA DAS MÃOS: ÁLCOOL 70% É SUFICIENTE?..................................................................................................................38 PO08 - ASCITE URINÁRIA: RELATO DE CASO................................................................................................................................................38 PO09 - ASSOCIAÇÕES ENTRE COGNIÇÃO, QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE NA ESQUIZOFRENIA..................................38 PO10 - ASSOCIAÇÃO DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E HEPATITE B CRÔNICA E A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE CIRROSE HEPÁTICA E FIBROSE DE SYMMERS: RELATO DE CASO....................................39 PO11 - AVALIAÇÃO E CORRELAÇÃO DE SINTOMAS E DISTÚRBIOS DA CONDUÇÃO ATRIOVENTRICULAR ENCONTRADOS EM IDOSOS SUBMETIDOS A ELETROCARDIOGRAFIA DINÂMICA PELO MÉTODO HOLTER...................................39 PO12 - AVALIAÇÃO INTEGRADA: UM INSTRUMENTO PARA A INTERDISCIPLINARIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO.....................................................................................39 PO13 - AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ALTERAÇÕES HORMONAIS, EM MULHERES NO MENACNE COM DISFUNÇÃO SEXUAL.....40 PO14 - BENZODIAZEPÍNICOS E QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS.......................................................................................40 PO15 - CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA: ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS.....................40 PO16 - COMO A BIÓPSIA DO LINFONODO SENTINELA (BLS) É APLICÁVEL E ACURADA NO ESTADIAMENTO DO MELANOMA DE CONJUNTIVA (MC).............................................................................................41 PO17 - DELEÇÃO DA INTERLEUCINA-4 INIBE A DEPLEÇÃO DE GLUTATIONA E REDUZ LESÃO HEPÁTICA POR PARACETAMOL........41 PO18 - DEPRESSÃO E ABUSO DE SUBSTÂNCIAS ENTRE MÉDICOS............................................................................................................41 PO19 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES DEMENCIAIS........................................................................................................42 PO20 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA GRAVIDEZ........................................................................42 PO21 - DIETA EXTENSAMENTE AQUECIDA NO TRATAMENTO DA ALERGIA ALIMENTAR....................................................................42 10 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 PO22 - DISTRIBUIÇÃO DAS DÚVIDAS DE ALUNOS EM INTERNATO RURAL DE ACORDO COM ESPECIALIDADE MÉDICA..............43 PO23 - DOENÇA FALCIFORME NA GESTAÇÃO: COMPLICAÇÕES NO BINÔMIO MATERNO-FETAL.......................................................43 PO24 - EXISTE DIFERENÇA DE SOBREVIDA GLOBAL ENTRE PACIENTES COM MELANOMA COM SÍTIO PRIMÁRIO CONHECIDO COMPARADO AOS PACIENTES COM MELANOMA PRIMÁRIO DESCONHECIDO?.............................43 PO25 - FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CAROTÍDEA E OCLUSÃO BILATERAL DE ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA: RELATO DE CASO........................................................................................44 PO26 - FISIOPATOLOGIA DA FEBRE REUMÁTICA - REPERCUSSÕES CARDÍACAS DA DOENÇA............................................................44 PO27 - HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA FISIOPATOLOGIA...............................................................44 PO28 - HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA AGUDA DE ORIGEM ANEURISMÁTICA....................................................................................45 PO29 - HEPATITE AUTOIMUNE: EVOLUÇÃO CLÍNICA E RESPOSTA AO TRATAMENTO EM CRIANÇAS E ADULTOS.........................45 PO30 - INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA: AS DIVERSAS OPÇÕES DE TRATAMENTO..........................................................................45 PO31 - MECANISMOS DE REGRESSÃO NATURAL DE NEOPLASIAS............................................................................................................46 PO32 - MELANOMA CUTÂNEO: SISTEMATIZAÇÃO DA BIÓPSIA NAS LESÕES PRIMÁRIAS....................................................................46 PO33 - NEUROIMUNOLOGIA, GENÔMICA FUNCIONAL E NEUROIMAGEM: UMA ABORDAGEM INTEGRADA NO ESTUDO DA FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DA EPILEPSIA REFRATÁRIA........................46 PO34 - O ÍNDICE DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO CLIMATÉRIO E PÓS-MENOPAUSA UMA REVISÃO DE LITERATURA.......47 PO35 - O MEIO DIGITAL NA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE PEDIATRIA – PROJETO OBSERVATÓRIO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE / PEDIATRIA DE A A Z, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.................................47 PO36 - O PAPEL DA CIRURGIA BARIÁTRICA NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO II.......................................................47 PO37 - O USO DO SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO FETAL..........................................................................................48 PO38 - PENTALOGIA DE CANTRELL: RELATO DE CASO..............................................................................................................................48 PO39 - PERFUSÃO ISOLADA DE MEMBROS NO MELANOMA......................................................................................................................48 PO40 - PERSPECTIVAS FUTURAS PARA O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER (DA)...........................49 PO41 - RELATO DE CASO: CISTO BRONCOGÊNICO COMO UM TIPO DE MASSA MEDIASTINAL...........................................................49 PO42 - RELATO DE CASO: ERITEMA PIGMENTAR FIXO RELACIONADO AO USO DE DIPIRONA E NIMESULIDA...............................49 PO43 - RELATO DE CASO: SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR (SVCS).................................................................................................50 PO44 - RETINOPATIA DECORRENTE DO DIABETES MELLITUS, UMA REVISÃO DA LITERATURA.......................................................50 PO45 - SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL: RELATO DE CASO...........................................................................................................................50 PO46 - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: UM CONFLITO ÉTICO-PROFISSIONAL – RELATO DE CASO............................................................51 PO47 - TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: ASPECTOS GERAIS.............................................................................................................................51 PO48 - TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS: UMA COMPLEXA ÁREA ENTRE A PSIQUIATRIA E A CLÍNICA MÉDICA.......................51 PO49 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME METABÓLICA: PRINCIPAIS TÉCNICAS E SEUS EFEITOS ABORDADOS EM UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA.....................................52 PO50 - TRIAGEM DE SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E HIPOPNEIA ATRAVÉS DE HOLTER DE 24 HORAS, EM IDOSOS ACIMA DE 75 ANOS E CORRELAÇÃO COM AS ARRITMIAS DETECTADAS................................52 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S1-S52 11 EXPERIMENTAL Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle Predictors for development of malignant ventricular arrhythmia in Chagas heart disease: case-control study protocol Bárbara Carolina Silva Almeida1, Priscila Isa de Resende1, Laura Lopes Nogueira Pinto2, André Assis Lopes do Carmo3, Manoel Otávio da Costa Rocha4, Antônio Luiz Pinho Ribeiro5 RESUMO Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil. 2 Acadêmica do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 3 Médico cardiologista e eletrofisiologista. Pós-graduando do Programa de Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 4 Médico Infectologista. Professor Titular do Departamento de Clínica Médica e Coordenador do Centro de Pós-graduação da Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 5 Médico. Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, Diretor Geral do Hospital das Clínicas da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 1 Introdução: A doença de Chagas acomete três a quatro milhões de brasileiros. O curso clínico da doença é extremamente variável e aproximadamente um terço dos pacientes infectados desenvolve doença cardíaca potencialmente letal, incluindo arritmias ventriculares malignas e insuficiência cardíaca. Os mecanismos eletrofisiológicos mais frequentemente envolvidos na morte súbita nos chagásicos são representados pela taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. Objetivo: Descrever protocolo de estudo que busca preditores da evolução para a morte por arritmia na doença de Chagas. Metodologia: Está sendo estudada a associação de arritmias malignas com marcadores relacionados à repolarização ventricular (microalternância de onda T e intervalo Tpeak a Tend - TpTe) e aqueles relacionados ao parasitismo e à inflamação, além dos marcadores clássicos de risco na cardiopatia chagásica. Trata-se de estudo do tipo caso-controle e a amostra estimada foi de 240 pacientes chagásicos, sendo 120 casos (arritmia ventricular) e 120 controles (sem arritmia ventricular). Esses pacientes são submetidos a: entrevista médica e exame físico; eletrocardiograma, com medida do intervalo TpTe na derivação V5; ecocardiograma, holter de 24h e teste ergométrico; dosagem de TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES, BDNF, NT-proBNP e de PCR para Trypanosoma cruzi. Resultados e conclusões: O presente estudo pretende fornecer informações acerca da fisiopatologia e mecanismos patogenéticos das arritmias malignas na doença de Chagas. A identificação de marcadores não invasivos de risco para morte súbita tornará possível a identificação de subgrupos que se beneficiam do implante de CDI. Palavras-chave: Cardiomiopatias; Doença de Chagas; Mortalidade; Morte Súbita; Desfibriladores Implantáveis. ABSTRACT Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG – Brasil Endereço para correspondência: Antônio Luiz Pinho Ribeiro E-mail: [email protected] 12 Introduction: Chagas disease affects three to four million Brazilians. The clinical course of the disease is extremely variable, and about one third of infected patients develop life-threatening heart disease, including malignant ventricular arrhythmias and heart failure. The electrophysiological mechanisms most frequently associated with sudden death in Chagas disease are represented by ventricular tachycardia and ventricular fibrillation. Objective: To study predictors of progression to death from arrhythmia in Chagas disease. Methodology : It is being studied the association of markers of malignant arrhythmias related to ventricular repolarization ( micro - alternation of the T wave interval and Tpeak to Tend - TpTe ) and those related to parasitism and inflammation, in addition to the classical risk markers in Chagas heart disease. This is a case-control study and the sample was estimated at 240 chagasic patients, 120 cases (ventricular arrhythmias ) and 120 controls (without ventricular arrhythmias) These patients are being subjected to: medical interview and physical examination; Electrocardiogram, with measurement TpTe interval in lead V5; echocardiogram, Holter 24-hour stress test; determination of TNF sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP -1 and Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17 Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle RANTES, BDNF, NT -proBNP and PCR for Trypanosoma cruzi. Results and Conclusions: The present study aims to provide information about the pathophysiology and pathogenetic mechanisms of malignant arrhythmias in Chagas disease. The identification of non-invasive markers of risk for arrhythmic death will make possible to identify patients who benefit from ICD implantation. Key words: Cardiomyopathies; Chagas Disease; Mortality; Death, Sudden; Defibrillators, Implantable. INTRODUÇÃO A doença de Chagas, causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, é um grande problema médico-social no Brasil. A doença apresenta elevada morbimortalidade e consequente impacto socioeconômico. Implica internações, absenteísmos, incapacidade física e mortes precoces. Acomete três a quatro milhões de brasileiros e oito a dez milhões de pessoas no mundo. O curso clínico da doença é extremamente variável e não são bem estabelecidos fatores determinantes para a progressão da doença da forma indeterminada, totalmente assintomática e com prognóstico excelente,1 para formas com pior prognóstico. Estima-se que cerca de 20 a 40% dos indivíduos infectados irão desenvolver cardiopatia crônica,2 caracterizada por miocardite crônica, fibrose miocárdica extensa, lesão do sistema de condução e ampla redução do número de neurônios cardíacos, com deterioração progressiva da função cardíaca e aparecimento de arritmias ventriculares malignas.3 Sua patogênese envolve persistência do parasita em tecido cardíaco e lesão miocárdica imunomediada. A apresentação típica da doença cardíaca inclui três síndromes básicas: insuficiência cardíaca, tromboembolismo e arritmias cardíacas.4-6 A morte súbita, na cardiopatia avançada ou não, é um dos fenômenos característicos da doença de Chagas desde suas descrições iniciais. Os mecanismos eletrofisiológicos mais frequentemente envolvidos nesse fenômeno são a taquicardia ventricular (TV) e a fibrilação ventricular (FV). Mais de 50% da mortalidade nos pacientes com insuficiência cardíaca é atribuível à morte súbita cardíaca.7,8 O cardiodesfibrilador implantável (CDI) é uma estratégia terapêutica bem aceita para a prevenção secundária da morte súbita por fibrilação ventricular em pacientes chagásicos. Entretanto, o implante de CDI para a prevenção primária nos pacientes com cardiopatia chagásica não é bem estabelecido. O uso indiscriminado do CDI não é custo-efetivo e é economicamente inviável.9 Seu implante é um procedimento in- vasivo, com riscos intrínsecos (choques inapropriados, pró-arritmias, complicações per e pós operatórios, problemas com os eletrodos, infecção) e que pode levar a depressão, ansiedade e piora da qualidade de vida do paciente.10,11 Aproximadamente 1/3 dos pacientes que recebem o implante de CDI apresentará algum efeito adverso.12 Além disso, não há forma adequada de definir qual paciente chagásico está em risco maior para o desenvolvimento de arritmias ventriculares malignas, que se beneficiaria realmente da prevenção primária. Diversas variáveis têm sido descritas como marcadores para mortalidade na doença de Chagas. Entretanto, nesses estudos prognósticos, as populações são heterogêneas e incluem pacientes sem envolvimento cardíaco aparente e, também, pacientes em estágio variado de doença cardíaca;13 e quase a totalidade deles utilizou como desfecho a mortalidade geral e não a morte arrítmica.4 Taquicardia ventricular não sustentada ao holter ou ao teste ergométrico,14-16 potenciais tardios ao ECG de alta resolução,16 taquicardia ventricular induzida ao estudo eletrofisiológico,17 prolongamento do intervalo QT ou aumento de sua dispersão18 e, mais recentemente, a variabilidade da amplitude da onda T19 e níveis elevados de BNP20 são algumas das variáveis relacionadas ao risco aumentado de morte, com a capacidade ainda desconhecida para o desfecho de morte por arritmias ventriculares malignas. Embora várias características clínicas, como idade, classe funcional e disfunção ventricular esquerda tenham sido avaliadas como possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de arritmias fatais, a sensibilidade e a especificidade de qualquer teste isolado para prever arritmias fatais são limitadas.21 Há considerável interesse no desenvolvimento de estratégias capazes de predizer a evolução para a morte súbita por arritmias malignas na doença de Chagas; e o estabelecimento de estratificação de risco para tal evolução é necessário para viabilizar uma possível estratégia terapêutica de prevenção primária com o implante do CDI. OBJETIVO Buscar preditores da evolução para a morte por arritmia na doença de Chagas para, assim, selecionar de forma adequada os pacientes para o implante do CDI. Enfatizar-se-á o estudo de marcadores relacionados à repolarização ventricular (microalternância de onda T e intervalo Tpeak a Tend - TpTe) e aqueles relacionados ao Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17 13 Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle parasitismo (PCR quantitativo) e à inflamação (TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES e BDNF), além dos marcadores clássicos de risco na cardiopatia chagásica. Marcadores relacionados à repolarização ventricular A - Microalternância de onda T: a microalternância de onda T foi descrita em 1994 como um método simples e eficaz de predizer o risco de morte súbita na cardiopatia isquêmica.22 O teste de microalternância de onda T é um exame fácil de realizar, não invasivo, com sensibilidade e especificidade adequadas para prever arritmias fatais. O sistema HearTwave® II é capaz de identificar microalternância de onda T que, por sua vez, associa-se fortemente ao aparecimento de taquiarritmias ventriculares fatais,23-25 em diferentes condições clínicas. Em metanálise recente, concluiu-se que a microalternância de onda T tem poder preditor elevado tanto na cardiopatia isquêmica como em outras cardiopatias, com valor preditivo negativo de 97% e risco relativo de 3,7.26 Entretanto, não existem estudos sobre o valor prognóstico da microalternância de onda T na cardiopatia chagásica. B - Intervalo TpTe: o intervalo medido do pico da onda T ao final onda T no ECG de 12 derivações (Tpeak to Tend, TpTe) é uma medida da dispersão da repolarização transmural do ventrículo esquerdo e seu prolongamento representa um período de potencial vulnerabilidade para a ocorrência de arritmias ventriculares reentrantes.27,28 O intervalo TpTe tem sido associado ao aumento de mortalidade nas síndromes do QT longo adquirido e congênito,29 na cardiomiopatia hipertrófica com mutação na troponina I,30 em pacientes submetidos à angioplastia primária por infarto agudo do miocárdio31 e também na população geral.32 No entanto, não há qualquer informação correlacionando o intervalo TpTe com a ocorrência espontânea de arritmias ventriculares malignas na doença de Chagas. Marcadores relacionados ao parasitismo e à inflamação em especial no tocante aos eventos arrítmicos. Assim, sabe-se que os níveis circulantes de marcadores inflamatórios estão aumentados na cardiopatia chagásica33,34 e que podem estar relacionados ao prognóstico adverso.35 Em outras cardiopatias, elevados níveis de marcadores pró-inflamatórios e de NTproBNP relacionaram-se a alta frequência de tempestades elétricas em portadores de CDI.36 Sua relação com a arritmia ventricular na cardiopatia chagásica é ainda incerta. Em modelos experimentais, infiltrado inflamatório relaciona-se ao parasitismo tecidual,37,38 fenômeno hoje reconhecidamente importante na fisiopatologia da doença de Chagas.39 Alguns autores postulam que a intensidade do parasitismo tecidual é um importante marcador prognóstico, o que serviu de base lógica para a realização de um grande estudo terapêutico aleatorizado de tratamento específico com benzonidazol na cardiopatia chagásica, o estudo BENEFIT, ainda em curso.40 É uma hipótese atraente que focos de miocardite relacionados ao parasitismo tecidual de baixa intensidade, associados à fibrose, constituam-se em substrato eletrofisiológico para a gênese das taquiarritmias ventriculares malignas. Desse modo, o estudo das relações entre carga parasitária, marcadores de inflamação e arritmias ventriculares malignas tem importância não só para a eventual estratificação de risco, mas também para avanço no conhecimento da fisiopatologia da doença de Chagas. METODOLOGIA Tipo de desenho: observacional, caso-controle Seleção de amostra A população em estudo consiste de pacientes chagásicos ambulatoriais e internados, com indicação de CDI para profilaxia secundária (casos), com implante autorizado pela comissão de alta complexidade do SUS, segundo a Portaria no 152, de 8 de março de 2007, e pacientes chagásicos ambulatoriais, sem história prévia de arritmia ventricular sustentada (controles).41 Critérios de inclusão A maioria dos estudos citados avaliou a importância de marcadores primariamente cardiológicos, sendo que outros fatores têm sido pouco estudados, 14 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17 ■■ ■■ maior de 18 anos de idade; sorologia positiva para doença de Chagas; Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle ■■ ■■ ■■ ■■ pacientes que apresentaram taquicardia ventricular sustentada ou fibrilação ventricular, com indicação de CDI como profilaxia secundária de morte súbita conforme portaria do SUS (casos);41 pacientes portadores de cardiopatia chagásica crônica definida, sem história de arritmias ventriculares malignas, acompanhados no ambulatório de Doenças Infectoparasitárias (controles). Os pacientes chagásicos encaminhados para prevenção secundária de morte súbita foram alocados no grupo “caso”. Os pacientes do grupo-controle foram obtidos entre os pacientes sem arritmias ventriculares malignas (sem CDI), selecionados do Ambulatório de Doenças Infectoparasitárias. Critérios de exclusão O desfecho de interesse é a arritmia maligna, definida por fibrilação ventricular e taquicardia ventricular. As variáveis de interesse predefinidas (preditoras do desfecho de arritmia ventricular maligna) foram: intervalo TpTe, índice de microalternância de onda T, valores da PCR quantitativa e biomarcadores inflamatórios e NT-proBNP. As seguintes covariáveis foram consideradas na regressão logística: idade, sexo, duração do QRS, fração de ejeção do ventrículo esquerdo ao eco, taquicardia ventricular não sustentada ao holter e uso de medicação antiarrítmica e betabloqueadores. O banco de dados foi montado em Epidata e a análise estatística feita pelo sofware SPSS versão 19.0 (Statistical Package for Social Sciences). Todos os dados foram expressos em média e desvio-padrão, mediana e intervalo interquartil e número absoluto e percentagem. Para caracterização da amostra foi utilizada estatística descritiva. Os grupos foram comparados por testes estatísticos habituais para variáveis contínuas e categóricas (teste exato de Fisher, t de Student e Kruskal-Wallis). Utilizou-se regressão logística para a avaliação da associação entre as variáveis de interesse e o desfecho, ajustada para as covariáveis predeterminadas. O cálculo amostral foi realizado a partir da estatística Wald, com a correção de Bonferroni para comparações múltiplas. A magnitude do efeito e a variância foram extraídas de estudos similares e de dados ainda não publicados de estudos em andamento. Considerando-se erro alfa de 0,05 e beta de 0,20 (poder estatístico de 80%), obteve-se número total de 240 indivíduos, sendo 120 casos e 120 controles. recusa a assinar o termo de consentimento; doenças sistêmicas associadas. Plano de coleta dos dados O recrutamento dos pacientes está sendo feito no Laboratório de Marca-passo do Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular do HC-UFMG, nos leitos da Cardiologia do HC-UFMG e no ambulatório de Doenças Infectoparasitárias do HC-UFMG. Ao primeiro contato com o pesquisador responsável, os indivíduos selecionados receberam todas as informações sobre os procedimentos do estudo e apenas após concordarem com a proposta assinaram termo de consentimento livre e esclarecido para participação no projeto. Após a assinatura do termo de consentimento pós-informação, os pacientes foram submetidos aos seguintes procedimentos: ■■ entrevista médica e exame físico padronizado, com ênfase na obtenção da classificação funcional (NYHA), uso de medicações antiarrítmicas e betabloqueadores e reconhecimento de marcadores de acometimento cardíaco (dispneia, síncope, palpitações, edema, elevação do pulso venoso jugular, B3, B4); ■■ anotação em questionário padronizado da entrevista médica citada, do exame físico e dos exames laboratoriais que o paciente possui; ■■ eletrocardiograma basal de 12 derivações, com interpretação padronizada conforme código de Minessota e medida do intervalo TpTe na derivação V5; ■■ realização de ecocardiograma, holter de 24h e teste ergométrico com pesquisa de microalternância da onda T (MTWA); ■■ ecocardiograma com strain bidimensional; ■■ coleta de sangue para dosagem de TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES, BDNF, NT-proBNP e PCR quantitativo para T. cruzi40. Cálculo amostral e análise estatística Questões éticas O presente estudo está de acordo com os princípios éticos correntes e já foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (COEP 7918/12). Todos os pacientes foram convidados para participação voRev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17 15 Preditores para desenvolvimento de arritmia ventricular maligna na cardiopatia chagásica: protocolo de estudo caso-controle luntária no estudo após esclarecimento e assinatura de termo de consentimento livre esclarecido. Contribuições científicas Esta pesquisa pretende fornecer informações acerca da fisiopatologia e mecanismos patogenéticos das arritmias malignas na doença de Chagas, que ainda hoje é uma das causas mais importantes de morte precoce por doenças infecciosas no país. A identificação de marcadores não invasivos de risco para morte súbita torna possível identificar subgrupos que merecem atenção médica especial, direcionando condutas que objetivam prevenir a evolução para o óbito. A melhoria dos métodos de predição de risco arrítmico na doença de Chagas tem implicações clínicas diretas e pode ser transposta a prática médica. O estudo trabalha com originalidade ao incluir na avaliação da cardiopatia chagásica o uso de técnicas na fronteira do conhecimento em nosso meio. Outra inovação que o estudo se propõe é o fato de buscar fatores de risco para a morte súbita por arritmia maligna nos chagásicos, sendo que os fatores de risco de morte já estabelecidos na doença de Chagas referem-se a risco de mortalidade geral, e não a risco de morte arrítmica. Ao se conseguir estabelecer fatores de risco para morte arrítmica, o implante de cardiodesfibrilador poderá ser mais bem avaliado na estratégia de prevenção primária de morte súbita. Por fim, é absolutamente original a relação entre os marcadores inflamatórios e a parasitemia com arritmias malignas, o que certamente representa uma questão com amplas implicações fisiopatológicas e terapêuticas na doença de Chagas. REFERÊNCIAS 1. Ribeiro AL, Rocha MO. [Indeterminate form of Chagas disease: considerations about diagnosis and prognosis]. Rev Soc Bras Med Trop. 1998; 31(3):301-14. 2. Biolo A, Ribeiro AL, Clausell N. Chagas cardiomyopathy - Where do we stand after a hundred years? Prog Cardiovasc Dis. 2010; 52:300-16. 3. Rocha MO, Nunes MC, Ribeiro AL. Morbidity and prognostic factors in chronic Chagasic cardiopathy. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009; 104(Suppl. 1):159-66. 4. Rocha MO, Teixeira MM, Ribeiro AL. An update on the management of Chagas cardiomyopathy. Expert Rev Anti Infect Ther. 2007; 5(4):727-43. 16 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S12-S17 5. Coura JR, Borges-Pereira J. Chagas disease: 100 years after its discovery. A systemic review. 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A simpatectomia torácica é considerada método efetivo e seguro que melhora a qualidade de vida do paciente em casos de sudorese excessiva, mas pode acarretar complicações no pós-operatório. Apesar de ser um problema comum no pós-operatório da simpatectomia, essa condição ainda não é bem esclarecida. Este artigo é uma revisão sobre a hiperidrose compensatória, abordando a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento. Para isso, foram pesquisados publicações indexadas da área de saúde e livros-textos que auxiliavam na compreensão dessa condição. Palavras-chave: Hiperidrose; Sudorese; Fisiopatologia; Simpatectomia; Cirurgia; Complicações Pós-Operatórias. ABSTRACT Compensatory Hyperhidrosis has been recognized as an increase sweating that occurs in the postoperative thoracic sympathectomy surgery. Thoracic sympathectomy is indicated as an effective and safe method that improves the quality of life of patients in cases of excessive sweating, but can cause complications in the postoperative period. A review of the pathophysiology, diagnosis and treatments of Compensatory Hyperhidrosis, was developed. To do this, several peer-reviewed articles and textbooks were searched. Despite being a common problem in the postoperative sympathectomy, there is a gap in the literature about this condition. Key words: Hyperhidrosis; Sweating; Physiopathology; Sympathectomy; Surgery; Postoperative Complications. INTRODUÇÃO Instituição: Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH) Vespasiano, MG – Brasil Endereço para correspondência: Rômulo Santos Peçanha Rezende E-mail: [email protected] 18 A hiperidrose primária ou essencial é condição determinada pela exacerbação da secreção de glândulas sudoríparas écrinas, tendo o suor excessivo como principal característica. A sudorese em questão pode ser localizada com alguns locais preferenciais – mãos e axilas, tórax, região dorsal, abdome, região lombar, cintura pélvica, fossa poplítea e região plantar – ou podendo ser de forma difusa. A incidência chega a 0,5 a 1% da população, sendo uma condição clínica frequente que afeta igualmente indivíduos do sexo masculino e feminino.1 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22 Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento O tratamento da hiperidrose consiste basicamente em inibir os estímulos do sistema nervoso simpático. Para o tratamento não invasivo pode-se realizar a acupuntura, dieta evitando alimentos termogênicos, uso de medicamentos anticolinérgicos ou injeção de toxina botulínica. Porém, estes não têm mostrado resultado definitivo e satisfatório.2 No tratamento invasivo há interrupção dos ramos aferentes simpáticos para o hipotálamo por simpatectomia, simpaticotomia ou clipagem. Em termos de definição, a simpatectomia é caracterizada pela retirada das cadeias simpáticas, já a simpaticotomia é a secção seletiva dos ramos simpáticos (menos usada).3 Por fim, pode-se utilizar o clampeamento que é realizado, a inserção de grampos na cadeia simpática, a fim de tornar o processo reversível. Quanto à simpatectomia torácica, esta é tida como um método efetivo e seguro que melhora a qualidade de vida do paciente em casos de hiperidrose primária ou essencial, porém pode apresentar resultados negativos no pós-operatório.1,3 A hiperidrose compensatória (HHC) ou hiperidrose reflexa (HHR) tem sido reconhecida como o aumento da sudorese que ocorre no pós-operatório cirúrgico e, na maioria das vezes, manifesta-se em pequena intensidade. A respeito de outras complicações, podem-se citar a síndrome de Horner, dor torácica, hemotórax ou pneumotórax. A HHC de forma intensa ocorre em torno de 0,9% de todas as cirurgias e apresenta expressiva relação com o nível cirúrgico em que se realiza o procedimento.3 MÉTODOS Este trabalho constituiu-se na busca por artigos publicados em revistas indexadas entre janeiro/1933 e fevereiro/2014. Foram consultadas as bases de dados Pubmed, Scielo e Cochrane, tendo como palavras-chave os termos hiperidrose compensatória, simpatectomia, suor, pós-operatório e seus correspondentes na língua inglesa – compensatory hyperhidrosis, sympathicotomy, sweat, postoperative. Os critérios de inclusão foram: ■■ os termos pesquisados deveriam estar no título e/ ou no resumo dos artigos; ■■ a data de corte para os artigos publicados deveria estar entre janeiro de 1990 e fevereiro de 2014; ■■ os artigos deveriam se relacionar ao tema e objetivo da revisão. O critério de exclusão utilizado foram os artigos que não se adequavam ao objetivo desta revisão. DISCUSSÃO Incidência Estudos demonstram que a HHC apresenta significativa incidência, podendo, no entanto, variar de acordo com, principalmente, estado nutricional e número de gânglios seccionados. Foi demonstrado que a mais alta incidência tem se dado em adultos do sexo masculino com índice de massa corporal (IMC) superior a 24,9g/m². Além disso, evidenciou-se acentuada diferença quando comparados grupos de pacientes com um ou dois gânglios seccionados3. Em estudo de 2007, sudorese de forma moderada a importante foi relatada em 45% em nível de T2 e 19% em nível de T3, demonstrando a significativa diferença entre o nível cirúrgico a ser realizado.1 É importante lembrar que devem ser considerados os níveis de intensidade da sudorese compensatória, que variam entre leve, moderado e intenso, sendo o último o único em que é relatada ampla insatisfação no pós-cirúrgico. Dessa forma, com a melhoria da técnica cirúrgica e com o melhor conhecimento dos grupos e métodos de elevado risco, a HHC intensa pôde ser reduzida, nos últimos anos, de 4% para 0,9% nos pacientes submetidos à simpatectomia3. FISIOPATOLOGIA Para melhor entendimento da fisiopatologia, é importante relatar primeiramente a respeito da hiperidrose primária e como é causada. Assim, consegue-se ter mais compreensão sobre a fisiopatologia da HHC, que será abordada posteriormente. O hipotálamo é considerado uma das estruturas mais importantes na homeostase corporal e que possui inúmeras funções, entre elas a regulação da temperatura corporal4. A temperatura é regulada por mecanismos de feedback neurais que operam por meio de centros regulatórios da temperatura do hipotálamo. Em experimento com o uso de termódio, apurou-se que as principais áreas do cérebro que afetam o controle da temperatura são os núcleos pré-óptico e hipotalâmico anterior do hipotálamo5 (Figura 1). A temperatura fisiológica axilar varia em torno de 35,5ºC a 37ºC e variações dessa temperatura estimulam os termorreceptores periféricos e os neurônios da porção anterior do hipotálamo. Se o estímulo for de alta Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22 19 Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento temperatura, ocorre a perda de calor por três mecanismos importantes, que são: vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos por inibição dos centros simpáticos no hipotálamo posterior; sudorese; diminuição da produção de calor com inibição de calafrios e a termogênese química. No caso de estímulos a baixas temperaturas, acontece o oposto: vasoconstrição dos vasos da pele por todo o corpo por estimulação da região posterior do hipotálamo; piloereção para reter uma camada de ar próxima da pele; aumento da termogênese com promoção de calafrios, excitação simpática e secreção de tiroxina.5 Some of our patients have stated emphatically that the secretion of sweat has been considerably more profuse in the areas not affected by the operation. At first we were inclined to regard this merely as an error of observation, the usual amount of sweat being considered excessive when contrasted with the completely dry denervated area. However, the remark has been so frequently made, and it has been possible to observe the profuse secretion so often, that the possibility of compensatory hypersecretion cannot be excluded6. Na fisiopatologia da hiperidrose, primeiramente, as alterações hipotalâmicas levam à exacerbação do reflexo simpático por meio de fibras pré-ganglionares com liberação de acetilcolina, promovendo secreção excessiva, fato denominado de hiperidrose (Figura 2). O fenômeno tem uma base reflexa no hipotálamo, relacionada ao sistema de feedback7. O centro regulador do suor encontra-se no hipotálamo, na região pré-óptica. As descargas eferentes simpáticas são controladas por mecanismos de feedback negativo ou positivo de vias aferentes simpáticas.7 Em simpatectomias em nível mais superior, como T2, seccionaria praticamente todas as vias aferentes e com contínua liberação de estímulos eferentes pelo hipotálamo, levando à hiperidrose compensatória. Em secção mais caudal, menor número de fibras seria seccionado e evitaria o bloqueio do feedback (Figura 3). Quanto mais caudal a simpatectomia, menor o efeito adverso.8 Figura 2 - Fisiopatologia da Hiperidrose. Esquema feito pelos autores para o resumo da fisiopatologia da hiperidrose a fim de maior entendimento sobre a HHC. Fonte: autoria própria. Figura 3 - Fisiopatologia da Hiperidrose Compensatória. Esquema simplificado feito pelos autores sobre a fisiopatologia da HHC e como ocorre. Fonte: autoria própria. Figura 1 - Principais núcleos hipotalâmicos. Na ordem: 1- núcleo paraventricular, 2- núcleo pré-optico, 3- núcleo ventromedial, 4- núcleo supra-óptico, 5- núcleo ou área hipotalâmica posterior e 6- área hipotalâmica anterior. Fonte: ROHEN, J.W.; YOKOCHI, C. Anatomia Humana. p. 106. 20 Na busca de uma reversão ao tratamento, muitos pacientes buscam a solução cirúrgica e se deparam no pós-operatório com a hiperidrose compensatória ou hiperidrose reflexa. A fisiopatologia desse quadro vem sendo estudada desde o primeiro relato, em 1933: Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22 Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento DIAGNÓSTICO Os sintomas de HHC iniciam-se com ocorrência média de 8,2 semanas em 96,7% dos pacientes avaliados e costumam piorar para o grau máximo dentro de duas semanas após o início9. Os sintomas costumam se agravar com alterações climáticas, alterações psicológicas, dieta do paciente, entre outros fatores7. É importante considerar que, por ser um efeito colateral da simpatectomia no qual é observada a sudorese em áreas que eram previamente livres, o diagnóstico e avaliação da intensidade são basicamente clínicos, não havendo métodos complementares que sejam utilizados no cotidiano médico10. TRATAMENTO Pacientes com HHC podem ter problemas de sociabilidade devido ao constrangimento que surge com o excesso de suor.3 Além disso, o problema de bromidrose é mais comum em pacientes com excesso de sudorese que acaba acarretando prejuízo na qualidade de vida. O tratamento da HHC se direciona a fim de diminuir ou parar a sudorese excessiva para haver melhora na sociabilidade do paciente.3 Existem diversas formas de tratamento, e, além da orientação do cirurgião torácico, a avaliação multidisciplinar do paciente é altamente recomendável. Uma das medidas para controle da sudorese seria o controle do peso, uma vez que o índice de massa corpórea esta associado à maior necessidade de transpiração. Além disso, dieta evitando alimentos não termogênicos – como pimenta, chocolate, carnes vermelhas ou de porco, alho, café etc. – poderia ajudar no controle. A realização de exercícios físicos e a vestimenta mais adequada poderiam auxiliar no tratamento.3 Em um tratamento medicamentoso, muitos pacientes rejeitam o uso de medicação anticolinérgica3 como a oxibutinina, valendo a ressalva de que o simpático atua por meio da acetilcolina nas glândulas sudoríparas écrinas5. Nos tratamentos conservadores podem ser utilizados agentes tópicos à base de cloridrato de alumínio, sendo esses a primeira escolha por promoverem o bloqueio dos ductos excretores das glândulas écrinas11. Ainda, há a iontoforese que causa bloqueio temporário do ducto do suor no estrato córneo, reduzindo por 15 a 30 dias a sudorese em locais específicos11. Por fim, pode ser utilizada a toxina botulínica, que bloqueia a liberação do neu- rotransmissor acetilcolina, sendo um tratamento de fácil realização e com uma área definida.3,11 A acupuntura ainda é empregada no tratamento de HHC, mas está em fase de estudo.3 O tratamento cirúrgico poderá ser realizado por três formas: ■■ reinervação da cadeia simpática: a fim de renovar as aferências simpáticas ao hipotálamo, é realizada uma reinervação da cadeia simpática seccionada.12 Essa reinervação pode ser realizada com enxertos do nervo sural ou retalhos do nervo intercostal; ■■ reinervação cirúrgica para remoção do clip: em pacientes submetidos à técnica de clipagem das cadeias simpáticas, existe a possibilidade de remoção do clip metálico e regeneração nervosa para reverter a HHC.13 É necessário salientar que quanto mais precoce ocorrer a remoção, maior será a possibilidade de resultado positivo.3 Para a remoção, é necessário um novo procedimento cirúrgico com a retirada do clip por meio de uma pinça endoscopia; ■■ simpatectomia lombar: a simpatectomia lombar melhora a hiperidrose plantar em até 65% dos casos.14,15 No caso, ela é utilizada em pacientes com hiperidrose plantar primária ou naqueles em que após simpatectomia torácica ainda apresentam a hiperidrose plantar. Ressalta-se que a cirurgia pode potencializar a HHC16. CONCLUSÃO A hiperidrose compensatória (HHC) é um quadro comum no pós-operatório da simpatectomia torácica. Apesar de grande avanço dos estudos e mais entendimento da HHC, ainda persistem algumas dúvidas e variações de dados sobre o real risco cirúrgico. A substituição da simpatectomia pela clipagem, indicada por muitos como uma solução para os problemas, ainda é controversa. Estudo com ratos, em 2013, revela que a clipagem ainda não pode ser considerada uma técnica reversível nem totalmente eficaz17. Fica ainda a questão se o tratamento cirúrgico para hiperidrose seria eficaz com risco frequente de quadro de sudorese compensatória. O recomendado ainda é a informação para o paciente sobre os riscos da cirurgia e a respeito de outras formas de tratamento que poderiam diminuir o desconforto de pacientes com hiperidrose primária. Por fim, a própria atualização do cirurgião com novas técnicas e critérios pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica podem diminuir o risco de HHC Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S18-S22 21 Hiperidrose compensatória, uma revisão: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento ou outras condições no pós-operatório. Além disso, a preferência por níveis mais caudais seria aceitável. REFERÊNCIAS 10. Ishy A, Campos JRM,Wolosker N, Kauffman P,Tedde ML, Chiavoni CR, et al. Objective evaluation of patients with palmar hyperhidrosis submitted to two levels of sympathectomy: T3 and T4. Interact CardioVasc Thoac Surg. 2011; 12:545-9. 1. Barrichello APC, Cecílio LB, Monteiro R, Jatene FB, Bernardo WM. Hiperidrose vs sudorese compensatória: benefício de um tratamento ou risco de um novo problema?.Rev Assoc Med Bras.2007 set/out; 53(5):383-3. 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EDUCAÇÃO MÉDICA Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório da Criança e do Adolescente da Universidade Federal de Minas Gerais Pediatria de A a Z: The use of social media to dissaminate health information – The expecience of Observatório da Criança e do Adolescente from Universidade Federal de Minas Gerais Edison José Corrêa1, Joaquim Antônio César Mota2, Keyla Christy Christiane Mendes Sampaio Cunha3, Ana Conceição Norbim Prado Cunha4, Débora Vianna D’Almeida Lucas 4, Natalia Norbim Prado Cunha4 RESUMO Objetivo: Analisar o cenário atual de divulgação pela internet de informações da área da saúde com ênfase na experiência do “Pediatria de A a Z”, eixo que integra o projeto Observatório da Criança e Adolescente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM-UFMG). Metodologia: Revisão bibliográfica utilizando as bases de dados SciELO, Portal Capes e MEDLINE - PubMed. Conclusão: O desenvolvimento de estratégias com a finalidade de assegurar a segurança de quem consulta informações sobre saúde em meios eletrônicos - tais como certificação de sites por especialistas, utilização do selo HON Code of Conduct, emitido pela Health On the Net Foundation (HON) pelos sites e a utilização do “Guia Para Encontrar Informações Seguras” por quem procura - é uma questão de saúde pública. Em consonância com essa necessidade, o site do “Pediatria de A a Z” criou um espaço interativo eletrônico certificado por equipe de médicos e estagiários, a fim de orientar os responsáveis por crianças e até as próprias crianças e adolescentes sobre a maneira correta de lidar com diferentes situações. 1 Médico Pediatra. Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil. 2 Médico. Professor Associado do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 3 Médica. Professora Adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG – Brasil. 4 Acadêmica do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. Palavras-chave: Pediatria; Internet; Redes de Comunicação de Computadores; Comunicação em Saúde; Mídias Sociais. ABSTRACT Objective: To analyse the current situation of internet dissemination of health information with emphasis on the experience of Pediatria de A a Z, that integrates the project Observatório da Criança e do Adolescente from the Universidade Federal de Minas Gerais. Methods: A literature review was made using the data bases SciELO, Portal Capes and MEDLINE-PubMed Conclusions: The development of strategies in order to protect the safety of those who consult health information in electronic media, such as the certification of sites by experts, the use of HON Code of Conduct Seal, issued by Health On the Net Foundation (HON) or the use of the “Guia para Encontrar Informações Seguras” is a public health issue. According this need, Pediatria de A a Z created an interactive electronic space, certified by a team of doctors and medical students in order to guide those responsible for children or even the children and adolescentes the right way to deal with different situations. Key words: Pediatrics; Internet; Computer Communication Networks; Health Communication; Social Media. Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG – Brasil Endereço para correspondência: Ana Conceição Norbim Prado Cunha E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27 23 Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ... INTRODUÇÃO A internet é um meio amplamente utilizado para busca de informações em diversas áreas, incluindo a área da saúde. Entre os atuais usos do meio eletrônico na área de saúde, ressaltam-se iniciativas de capacitação de profissionais, como cursos não presenciais de ensino a distância e divulgação de informações, certificadas ou não, ao público em geral. O uso da internet na capacitação de profissionais de saúde tem como grande exemplo as redes de telessaúde instituídas por diversas entidades. No Brasil, o Programa Nacional de Telessaúde, instituído pelo Ministério da Saúde em parceria com diversas Universidades, tem como objetivo central o uso de tecnologias da informação e comunicação em atividades à distância relacionadas à melhoria da saúde da população por meio da qualificação de profissionais do Sistema Único de Saúde. Esse programa, segundo dados do Ministério da Saúde1, utiliza a tecnologia para promover a teleassistência, teleconsultoria e teleducação no SUS. O funcionamento ocorre a partir de Núcleos de Telessaúde Técnico-Científicos implementados em 11 estados que, conectados em rede, oferecem teleconsultorias a aproximadamente 1.500 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Até 2011 foram ofertadas mais de 40 mil teleconsultorias e 400 mil exames de apoio diagnóstico no âmbito do programa. No estado de Minas Gerais, a UFMG responsabiliza-se pelas ações do programa e atende cerca de 140 UBS. Outra utilização da internet tem sido a consulta de informações pelos pacientes na busca por esclarecer melhor suas dúvidas na área da saúde. Estudo realizado pela Health On the Net Foundation (HON)2 em julho e agosto de 2010, com o objetivo de verificar a tendência da postura do público em geral e de profissionais da área da saúde em relação ao uso da internet para fins de saúde desde 1996, constatou que médicos e pacientes consideram que a internet pode ser útil para facilitar a comunicação durante as consultas clínicas. O estudo “Acesso a informações de saúde na internet: uma questão de saúde pública?”, publicado na Revista da Associação Médica Brasileira3, revela que 89% das pessoas que buscam informações na área da saúde em sites são mulheres. Informa também que a maioria dos usuários pesquisados considera os sites com informações de especialistas mais confiáveis.4 Tais informações reiteram a ideia de que se deve considerar como estratégia de melhoria da qualidade de informações a certificação de sites por especialistas. 24 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27 Seguindo a tendência da certificação de sites, o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, em seu projeto de extensão Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente (ObservaPED), propôs-se a criar um ambiente interativo eletrônico, certificado por equipe de médicos, estagiários e outros profissionais de saúde, capaz de aproximar pais, crianças, adolescentes e profissionais de saúde. No ano de 2010, esse projeto optou pela incorporação do projeto “Pediatria de A a Z” como um eixo que consiste em um sítio eletrônico de divulgação de informações acerca de temas de saúde da área de Pediatria. Funciona como um “glossário”, sendo o conteúdo produzido por alunos da graduação do curso de Medicina da UFMG e por professores do Departamento de Pediatria da UFMG, a partir de revisão bibliográfica. Os textos são produzidos em linguagem objetiva e de fácil entendimento, orientando os cuidadores, sempre que necessário, a procurarem atendimento nos serviços de saúde. Eles são então revisados pela equipe do projeto e atualizados à medida que surgem mudanças na literatura. Assim, pode-se definir o “Pediatria de A a Z” como um espaço no site do ObservaPED que oferece divulgação de informações seguras sobre temas e termos comuns em Pediatria. OBJETIVOS O presente estudo pretende analisar o cenário atual de divulgação pela internet de informações da área da saúde, com ênfase na experiência do “Pediatria de A a Z”, eixo que integra o projeto ObservaPED do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG. ASPECTOS METODOLÓGICOS No período entre junho de 2013 e outubro de 2013, realizou-se revisão bibliográfica utilizando-se as bases de dados SciELO, Portal Capes e MEDLINE-PubMed. Realizou-se busca por artigos nacionais e internacionais (nos idiomas português, inglês e francês) relacionados ao uso da internet para a divulgação de informações a respeito da saúde e sobre o impacto da internet na relação médico-paciente. Foram utilizados os descritores pediatria, internet, meio digital e certificação de sites. A seleção dos artigos foi realizada com base no título e resumo dos artigos. Foram priorizadas as publicações com mais alto nível Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ... de evidência e as mais recentes. A partir da revisão bibliográfica realizada analisou-se o atual papel da internet na divulgação de informações relacionadas à saúde. A experiência do “Pediatria de A a Z” é descrita contextualizando-se com a atual tendência do uso da internet como fonte de informações, evidenciado na revisão bibliográfica. RESULTADOS O site do “Pediatria de A a Z”, segundo levantamento de dados realizado pela equipe de Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG, obteve cerca de 5.078 acessos em sua página principal no período de julho de 2011 a julho de 2013, sem contabilizar os acessos a cada item do site. Foi contado no primeiro semestre de 2013 o número de 11.913 acessos a verbetes. A maioria dos acessos (45%) originou-se dos estados de Minas Gerais e São Paulo, mas também foram referidos acessos dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco e Santa Catarina. Isso enfatiza o alcance do site na divulgação de suas informações. O eixo “Pediatria de A a Z” apresenta, no momento, 76 verbetes publicados em seu site que abordam temas diversos, como vacinação, doenças mais prevalentes com seus sintomas, forma de transmissão e cuidados necessários, alimentação, entre outros. Os verbetes mais visibilizados foram doença exantemática, caderneta da saúde, corrimentos e sais de reidratação oral. O meio eletrônico permite a comunicação entre o público que acessa o site e a equipe do “Pediatria de A a Z” e levou à criação de um espaço interativo onde são apresentados e discutidos mensalmente novos temas. O site do “Pediatria de A a Z” constitui fonte para melhor esclarecimento das dúvidas dos usuários e de levantamento de dados para a criação de novos verbetes. A divulgação do e-mail de contato da equipe no site permite a comunicação entre usuários e equipe. A Tabela 1 mostra os verbetes publicados no site do ObservaPED referentes ao conteúdo do “Pediatria de A a Z” e o número de acessos referentes a cada uma das letras acessadas no glossário eletrônico do site. Tabela 1 - Baseada em dados de acesso de julho de 2010 a julho de 2013. Dados fornecidos pela Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina de Minas Gerais Número de acessos Verbetes A 1439 Adoção; afastamento escolar; assaduras; alimentação; acne. B 674 Brotoeja; broto; bicho geográfico; boqueira; banho de sol. C 858 Caderneta de Saúde da Criança; candidíase oral; cartão espelho; caspa; caxumba; cafaleia; cisco nos olhos; conjuntivite; constipação intestinal; controle de eliminação de fezes e de urina; convulsão febril; coqueluche; corpo estranho nos olhos; corrimento vaginal; crupe. D 481 Dengue; dermatite atópica; dermatite de fraldas; desidratação; desmame; desnutrição; diarreia aguda; difteria; disciplina e castigo; doença mão-pé-boca; doenças transmissíveis; dor de cabeça; dor de garganta. E 457 Encoprese; enjoo; enxaqueca; erupção; escarlatina; espinha; estomatite; estrabismo; evacuações e aleitamento; exantema; exantema súbito. F 266 Fimose; ferimentos superficiais; febre. G 171 Gripes e resfriados. H 175 Higiene bucal; herpes simples; hepatite. Letra I 159 Impetigo. L 80 Larva migrans. M 242 Mononucleose infecciosa; molusco contagioso; mecônio. O 291 Oxiúro; obstrução nasal. P 243 Pereba. Q 6 Queimaduras de sol. R ? Regurgitação; roseóla infantil. S 346 Sais de reidratação oral; sapinho; sarampo; sarna; sono e repouso. T 188 Terçol; tosse. V 368 Vômitos; verruga. Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27 25 Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ... DISCUSSÃO A discussão se a internet é um meio efetivo na divulgação de informações deve ser levada em conta ao se utilizá-la. O estudo “Navegar é preciso: avaliação de impactos do uso da internet na relação médico-paciente”5 ressalta que, dos entrevistados, a maioria (95,7%) acessa a internet com a frequência de pelo menos uma vez por semana e 83,6% costumam acessar informações sobre saúde e doença. A consulta é feita para esclarecimento de informações relacionadas a casos vivenciados pelo usuário, por familiares e pessoas próximas ou após alguma consulta médica, para verificar, entender ou complementar as orientações feitas pelos médicos. Além disso, segundo análise qualitativa do estudo, parte significante dos entrevistados considera que as informações acessadas na internet sobre saúde e doenças são úteis. Eles utilizam tais informações para conversar com seus médicos em consultas posteriores e adquirir uma postura mais participativa no processo de decisão sobre sua saúde. A enquete “Utilisation d’Internet: résultats de l’enquête effectuée auprès des médecins du Canton de Genève”, realizada em novembro de 20086, por outro lado, demonstrou que 46% dos médicos entrevistados já recomendaram websites para pacientes e que 70% dos médicos com acesso à internet em seus consultórios fornecem aos pacientes uma lista impressa de sites pré-selecionados de acordo com um tópico ou doença específica, a fim de guiá-los.7 Dessa forma, este estudo mostra que a internet é um meio de grande impacto na divulgação de informações da área de saúde. Outro aspecto importante é diferenciar as informações que são divulgadas no meio eletrônico. Existem sites considerados certificados, que possuem uma equipe de especialistas que se responsabilizam pelo conteúdo divulgado, e sites não certificados, que propagam informações não comprovadas por evidências científicas ou que não têm equipe capacitada responsável pelas informações divulgadas. O estudo “A qualidade das informações sobre doenças disponíveis em websites brasileiros: uma revisão”, publicado nos Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde no ano de 20117, mostra que, entre os 173 websites analisados, 86,1% não estavam de acordo com o Manual de Princípios Éticos para Sites de Medicina e Saúde do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo. Nesse mesmo estudo foram encontradas irregularidades nos websites, de acordo com os itens avaliados, nas seguintes proporções: qualidade (84,4%), privacidade (46,2%) honestidade (18,5%), 26 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27 consentimento livre e esclarecido (15,6%), responsabilidade (13,9%), transparência (12,1%) e ética médica (2,3%). Além disso, foi constatado que havia informações inexatas em 24,3% dos websites.8 Uma estratégia para que o público que acessa a internet possa se certificar de que as informações de saúde são confiáveis é a utilização do selo HON Code of Conduct emitido pela Health On the Net Foundation (HON)2, organização não governamental criada em 1995 e que tem por objetivo promover a difusão de informações confiáveis de saúde pela internet. Essa organização tem como equipe parte do corpo médico do Geneva Hospital, em Genebra na Suíça e apoio da autoridade nacional de saúde francesa. Outra estratégia foi a criação do “Guia Para Encontrar Informações Seguras”, que é uma adaptação de um documento da Organização Mundial de Saúde à realidade do Brasil, que ressalta que a informação em saúde via internet pode complementar, mas nunca substituir a relação pessoal entre o paciente e o médico ou profissional de saúde que o assiste. Tal guia foi desenvolvido durante um cenário em que médicos alertavam sobre as informações publicadas na internet serem genéricas, não considerando as particularidades de cada paciente e, portanto, podendo oferecer certo risco ao paciente se divulgadas de maneira não certificada. Devido à importância da certificação dos sites com informações relacionadas à saúde, o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, em seu projeto de extensão ObservaPED, desenvolveu em 2010 o eixo “Pediatria de A a Z”, um “glossário”. Esse eixo objetiva divulgar, de forma certificada, à população em geral e aos profissionais da área da saúde, informações básicas sobre conceitos importantes em Pediatria, que são recorrentes no cotidiano de crianças e adolescentes e que são dúvidas frequentes nos atendimentos médicos e de outros profissionais nessa área. Trata-se de um espaço interativo, uma vez que o meio eletrônico permite atualizações fáceis e frequentes do material já publicado, e que possibilita a comunicação entre os usuários e a equipe do “Pediatria de A a Z” a partir do envio de dúvidas e sugestões. Isso também motiva e auxilia a criação de novos conceitos. Os verbetes a serem elaborados são escolhidos de acordo com os problemas clínicos mais prevalentes em ambulatórios pediátricos do SUS e, a partir de revisão bibliográfica, os estagiários produzem textos em linguagem acessível, contendo informações relevantes a respeito desses problemas. Pediatria de A a Z: o uso do meio digital para divulgação de informações sobre saúde – a experiência do projeto Observatório ... Os verbetes são revisados, aprovados pela equipe do “Pediatria de A a Z” e divulgados em espaço próprio no site do ObservaPED. Atenção especial durante a elaboração dos textos garante que essas informações não criem a ideia de que o acompanhamento médico é dispensável. A automedicação também é desaconselhada. O alto número de acessos ao site do projeto motivou a criação do fórum – um ambiente interativo virtual –, que propicia contato dinâmico entre o público e os profissionais de saúde. O fórum permite que os usuários enviem dúvidas acerca de um tema de discussão, comentários e sugestões. Para os acadêmicos participantes, o projeto é uma oportunidade de aprofundamento nos conhecimentos sobre a Pediatria, além de ser um exercício, ainda que indireto, de comunicação com a população.9-11 CONCLUSÃO Dada a importância do meio eletrônico nos dias atuais para busca e divulgação de informações de saúde, a certificação de sites por especialistas e outras estratégias que visam a assegurar a confiabilidade da informação publicada em meio eletrônico, tais como a utilização do selo HON Code of Conduct pelos sites e do “Guia Para Encontrar Informações Seguras”, é de grande importância para a promoção de saúde e para a segurança do leitor. O eixo “Pediatria de A a Z” segue a tendência de certificação de site por especialistas, com um trabalho contínuo de produção e atualização de materiais que abordam temas frequentes que surgem na prática pediátrica, e visa a orientar os responsáveis ou até mesmo as próprias crianças e adolescentes sobre a maneira correta de lidar com diferentes situações na área de saúde. Além disso, é fonte de aprendizado para os estagiários que integram a equipe, tanto pela oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em Pediatria, quanto pela representativa comunicação com a população. REFERÊNCIAS 1. Telessaúde Brasil Redes. Programa Telessaúde. APS Redes de Atenção Primária. [site] Brasília: Ministério da Saúde, BIREME/ OPAS/OMS. [Citado em 2013 jul 13]. Disponível em: http://www. telessaudebrasil.org.br/php/ 2. Pletneva N, Cruchet S, Simonet M, Kajiwara M, Boyer C. Results of the 10th HON survey on health and medical Internet use. Stud Health Technol Inform. 2011; 169:73-7. 3. 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Arq Bras Ciên Saúde. 2011 maio/ago.; 36(2):72-8. 8. Impicciatore P. Reliability of health information for the public on the world wide web: systematic survey on managing fever in children at home. BMJ. 1997; 314:8759. 9. Coelho EQ, Coelho AQ, Cardoso JED. Informações médicas na Internet afetam a relação médico-paciente. Rev Bioética. 2013; 21(1):142-9. 10. Cuenca AMB, Tanaka ACA. Influência da internet na comunidade acadêmico-científica da área de saúde pública. Rev. Saúde Pública. 2005 out.; 39(5):840-6 Disponível em: http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S003489102 00500050021&lng=en&nrm=iso 11. Lopes IL. Novos paradigmas para avaliação da qualidade da informação em saúde recuperada na Web. Ci Inf. 2004 abr. 33(1):8190. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0100-19652004000100010&lng =en&nrm=iso. Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S23-S27 27 ARTIGO ORIGINAL Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido Epidemiology and analysis of survival of patients with known and unknown primary melanoma site Gustavo de Oliveira Bretas1, Alberto Julius Alves Wainstein2, Ana Paula Drummond-Lage3, Fernando Augusto de Vasconcellos Santos 4, Milhem Jameledien Morais Kansaon5, Flávia Vasques Bittencourt6, Flávia Magalhães Cardoso1 RESUMO Acadêmico(a) do curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil. 2 Cirurgião Oncologista. Pós-doutor em Pesquisa e Vacinas para o câncer pelo Karmanos Cancer Institute (EUA). Pós-doutor em imunoterapia de tumores pelo Albert Einstein Center (EUA). Coordenador da Unidade de Oncologia do HAC – FHEMIG. Professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG).Belo Horizonte, MG – Brasil. 3 Farmacêutica. Doutora em Fisiologia e Farmacologia. Professora da FCMMG. Diretora de Pesquisa da Trymed Pesquisa Clínica S.A. Belo Horizonte, MG – Brasil. 4 Cirurgião Oncologista e do Aparelho Digestivo. Mestre em Cirurgia. Coordenador das residências de Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital Governador Israel Pinheiro – IPSEMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 5 Cirurgião Oncologista e Geral. Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo (ONCAD) da FCMMG; Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 6 Dermatologista. Pós-doutora em lesões pigmentadas New York University. Professora da Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. 1 Introdução: O melanoma é essencialmente cutâneo. Em alguns pacientes, não é possível determinar a localização do tumor primário. A incidência de melanoma com sítio primário desconhecido varia de 2 a 15%. Objetivos: Determinar se há diferença de sobrevida global entre os pacientes com melanoma primário conhecido comparado aos pacientes com melanoma primário desconhecido. Métodos: Foi realizada análise retrospectiva de pacientes com melanoma no banco de dados da Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo (ONCAD) e identificados aqueles com sítio primário desconhecido e metástases para diferentes locais. Resultados: O principal local de metástases foi o linfonodo (50%) - inguinais (25%), axilares (16%) e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares foram encontradas em três pacientes (25%). Metástases para fígado, osso e pele foram observadas em um caso cada (8,3%). Conclusão: A evolução clínica dos pacientes metastáticos com melanoma de sítio primário desconhecido é melhor em relação aos pacientes metastáticos com lesão primária conhecida, quando os dois grupos estão no mesmo estádio. Dessa forma, o fator mais determinante do curso clínico e do prognóstico é a localização das metástases. A maioria dos pacientes que apresenta doença sistêmica ao diagnóstico perde a chance de cura, como muitos pacientes com cutâneo primário fino e doença regional ao diagnóstico. Palavras-chave: Melanoma; Neoplasias Primárias Desconhecidas; Neoplasias Cutâneas; Recidiva. ABSTRACT Instituição: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo (ONCAD) Belo Horizonte, MG – Brasil Endereço para correspondência: Gustavo de Oliveira Bretas E-mail: [email protected] 28 Introduction: Melanoma is essentially cutaneous. In some patients, it is not possible to determine the location of the primary tumor. The incidence of melanoma of unknown primary site varies from 2 – 15%. Objectives: To determine whether there is difference in overall survival between patients with known primary melanoma compared to patients with unknown primary melanoma. Methods: A retrospective analysis of patients with melanoma in the database of Surgical Oncology and Digestive Surgery (ONCAD) was performed and identified those with unknown primary site and metastases to different locations. Results: Lymph node was the main site of metastases (50%) - inguinal (25%), axillary (16%) and periaortic (8.3%). Pulmonary metastases were found in three patients ( 25%). Metastasis to the liver, bone and skin were observed in one case each (8.3%). Conclusions: The clinical course of patients with metastatic melanoma of unknown primary site is better than metastatic patients with known primary lesion, when both groups are on the same stage. Thus, the most relevant determining factor affecting clinical course and prognosis is the metastasis location. Most patients present- Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33 Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido ing systemic disease at diagnosis loses the chance of cure as many patients with thin primary cutaneous and regional disease at diagnosis. Key words: Melanoma; Neoplasms, Unknown Primary; Skin Neoplasms; Recurrence. INTRODUÇÃO Os tumores com localização primária desconhecida representam aproximadamente 3 a 5% de todos os tipos de cânceres, estando entre as seis maiores causas de óbito nos países ocidentais. Pode ser reconhecido como doença órfã, porque geralmente é diagnosticado baseado nas metástases e o tumor primário permanece não detectado em muitos pacientes.1 O melanoma da pele é menos frequente do que os outros tumores de pele, porém sua letalidade é mais elevada. A incidência dessa neoplasia está aumentando em taxas muito mais aceleradas do que muitas outras malignidades.2 No Brasil, estima-se a incidência de 6.230 novos casos de melanoma por ano.3 Sua letalidade é elevada, mas se detectado nos estádios iniciais seu prognóstico pode ser considerado bom, porém não significa necessariamente a cura, já que esse câncer apresenta evolução frequentemente imprevisível. Clinicamente, o melanoma pode se apresentar como doença metastática, sem qualquer evidência de acometimento cutâneo primário. O diagnóstico de melanoma de origem desconhecida é relativamente frequente, feito em cerca de 2 a 15% dos casos4-6. Ainda não se sabe qual a causa exata dessa ausência de lesão primária, que foi primeiramente descrita por Pack et al.7, em 1952. A importância prognóstica desse diagnóstico é alvo de muitas pesquisas. Neste estudo, foram avaliadas as características de pacientes portadores de melanoma metastático de sítio primário desconhecido e a sobrevida destes de acordo com o sítio da metástase, o tipo histológico do tumor e o envolvimento de linfonodos e órgãos internos. MATERIAL E MÉTODO Foi realizada análise retrospectiva de pacientes com diagnóstico histopatológico de melanoma, sob os cuidados de uma mesma equipe em uma única instituição localizada em Belo Horizonte, entre os anos de 2001 e 2011. A amostra foi de conveniência, não probabilística, incluindo todos os pacientes com diagnóstico de melanoma no período. O total de 523 casos de melanoma cutâneo primário ou metastático foi avaliado. Foram coletados dados demográficos como idade e sexo; e dados referentes ao melanoma como localização do tumor, tipo histológico, grau de invasão baseado no nível de Clark e Breslow, crescimento vertical, índice mitótico e ulceração; metástases e localização das mesmas. RESULTADOS O total de 523 pacientes foi incluído na análise, sendo 227 (43,4%) homens e 269 (56,6%) mulheres. No momento do diagnóstico, 378 (71,3%) pacientes tinham 40 anos ou mais, 126 (24,1%) tinham menos de 40 anos e em 19 (3,63%) a idade era desconhecida. Sobre a cor da pele, 195 (37,3%) pacientes eram brancos, dois (0,38%) negros, 16 (3,05%) pardos e em 310 (59,3%) essa informação não estava disponível. Em relação à localização do tumor primário, 64 (12,23%) apresentavam melanoma na face, 10 (1,91%) na região cervical, 192 (36,71%) no tronco, 54 (10,32%) nos membros superiores, 86 (16,4%) nos membros superiores, 79 (15,1%) na região acral, sete (1,33%) no couro cabeludo e 18 (3,4%) não continham informações. Dos melanomas, 145 (27,7%) eram metastáticos, sendo que 12 (2,2%) pacientes apresentavam melanoma metastático de sítio primário desconhecido. Em relação à classificação histológica, 223 (42,63%) pacientes apresentavam o tipo extensivo superficial, enquanto 68 (13%) eram nodulares e os tipos lentiginoso acral 42 (8%), lentigo maligno 34 (6,5%) e outros ou desconhecidos, 156 (29,8%). Dos 523 pacientes, quatro (0,7%) tinham melanoma cutâneo in situ, 371 (70,9%) melanoma cutâneo invasivo e em 148 (28,2%) o índice de Clark era desconhecido ou não se aplicava. A respeito do índice de Breslow, 177 (33,84%) apresentavam índice igual ou inferior a 1 mm, enquanto 150 (26,7%) tinham o índice acima de 1 mm. Já 196 (37,5%) tinham o índice de Breslow desconhecido ou não se aplicava. Sobre o índice mitótico, 279 (53,34%) pacientes tinham melanoma com índice mitótico abaixo de seis, 53 (10,1%) tinham o índice igual ou superior a seis e em 191 (36,52%) esse índice era desconhecido. Em relação à ulceração do tumor primário, era ausente em 241 (46%), presente em 57 (10,9%) e desconhecido em 218 (36,2%) dos tumores. Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33 29 Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido Tabela 1 - Perfil dos 523 pacientes contidos no estudo Masculino Feminino Total N = 227 % = 43,4 N = 296 % = 56,6 N = 523 % = 100% > 40 anos 168 74 210 70,94 378 71,27 < 40 anos 51 22,46 75 25,33 126 24,09 Desconhecido 8 3,52 11 3,71 19 3,63 Branca 92 40 103 34,79 195 37,28 Preta 0 0 2 0,67 2 0,38 Parda 3 1,32 13 4,39 16 3,05 Amarela ou indígena 0 0 0 0 0 0 132 58,15 178 60,13 310 59,27 139 61,23 42 14,18 181 34,6 Idade ao diagnóstico Cor da pele Outra Histórico familiar Sim Não 27 11,89 188 63,51 215 41,1 Desconhecido 61 26,87 66 22,29 127 24,28 Localização do tumor primário Face 33 14,54 31 10,47 64 12,23 Cervical 6 2,64 4 1,35 10 1,91 Tronco 106 46,7 86 29,05 192 36,71 Membros superiores 18 7,93 36 12,16 54 10,32 Membros inferiores 15 6,61 71 23,98 86 16,44 Acral 24 10,57 55 18,58 79 15,1 Couro cabeludo 7 3,08 0 0 7 1,33 Desconhecido 10 4,41 8 27,02 18 3,44 Sim 74 32,6 56 18,91 130 24,85 Não 143 63 235 79,39 378 72,27 Desconhecido 10 4,4 5 1,68 15 2,86 Mestástases Tipo histológico Extensivo superficial 84 37 139 46,95 223 42,63 Lentigo maligno 20 8,82 14 4,72 34 6,5 Nodular 28 12,33 40 13,51 68 13 Lentiginoso acral 15 6,61 27 9,12 42 8,03 Outro 15 6,61 12 4,05 27 5,16 ? 65 28,63 64 21,62 129 24,66 64 28,19 113 28,17 177 33,84 Breslow ≤ 1 mm > 1 mm 86 37,88 64 31,62 150 28,68 Desconhecido 77 33,92 119 40,2 196 37,47 Clark II 52 22,9 84 28,37 136 26 III 55 24,22 69 23,31 124 23,7 17,59 IV 36 15,85 56 18,91 92 V 12 5,28 11 3,71 23 4,39 Desconhecido 72 31,71 76 25,67 148 28,29 Continua... 30 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33 Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido ... continuação Tabela 1 - Perfil dos 523 pacientes contidos no estudo Masculino Feminino Total N = 227 % = 43,4 N = 296 % = 56,6 N = 523 % = 100% 109 48,01 170 57,43 279 53,34 Índice mitótico <6 > ou = 6 20 8,81 33 11,14 53 10,13 Desconhecido 98 43,17 93 31,41 191 36,52 Ulceração Ausente 96 42,29 145 48,98 241 46,08 Presente 20 8,81 37 12,5 57 10,89 Desconhecido 104 45,81 114 38,51 218 41,68 Dos 523 pacientes com melanoma avaliados neste estudo, 12 (2,3%) tiveram diagnóstico de doença metastática sem tumor primário detectável. O principal sítio de metástases foi o linfonodo (50%) - linfonodos inguinais (25%), axilar (16%) e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares foram encontradas em três pacientes (25%). Metástases para fígado, osso e pele foram observadas em um caso para cada sítio (8,3%). A faixa etária dos pacientes com melanoma de sítio primário desconhecido ao diagnóstico variou de 33 a 83 anos, com idade média de 51,9 anos. A mais alta incidência aconteceu na faixa etária de 45 anos. Dos 12 pacientes, quatro (33,3%) eram mulheres e oito (66,6%) eram homens. Em relação ao estadiamento dos pacientes, seis (50%) eram estádio III e seis (50%) eram estádio IV. Sobre o tempo de acompanhamento, quatro (33,3%) foram acompanhados por menos de seis meses, dois (16,6%) acompanhados por seis meses a um ano e seis (50%) por mais de um ano. Desses 12 pacientes com melanoma metastático com sítio primário desconhecido, quatro (33,3%) evoluíram para óbito em seis meses, quatro evoluíram para óbito em um ano, dois perderam o seguimento e dois foram tratados e não apresentam recidivas até o momento. Dos pacientes com óbito precoce, três tinham sido estadiados como estádio IV e um como estádio III. DISCUSSÃO Em nossa série, a frequência de melanomas metastáticos com primário desconhecido (2,3%) é comparável com os dados descritos na literatura.6,8,9 Em relação ao estadiamento, estudo10 com 19 pacientes mostrou que 11 (58%) foram estadiados como IV, enquanto oito (42%) eram estádio III. Não foi observado diferença de estadiamento entre os pacientes deste estudo, já que metade foi considerada estadio III e a outra metade estadio IV. Em relação à idade ao diagnóstico, tanto o presente estudo quanto outros mostram que a média ocorre na sexta década de vida.11 O melanoma cujo sítio primário é desconhecido pode ser dividido em dois grupos clínicos: envolvimento metastático linfonodal ou não linfonodal (metástases viscerais). A etiologia do melanoma de origem desconhecida é controversa. Existem algumas teorias para justificar sua existência: ■■ melanoma previamente retirado e não diagnosticado corretamente; ■■ transformação maligna de célula de um nevo melanocítico previamente ectópica em um linfonodo ou em tecido não pele12; ■■ regressão do tumor primário provocado pelo sistema imune após o estabelecimento da metástase.13 A regressão do melanoma já é bem documentada com frequência variando de 3,7 a 8,7% dos casos – característica tumoral que só é compartilhada com o neuroblastoma e o hipernefroma2. Os critérios diagnósticos atuais do melanoma primário de sítio desconhecido incluem melanoma metastático confirmado clinicamente, histologicamente ou a partir de imuno-histoquímica; ausência de tumor cutâneo prévio, pigmentado ou não, que tenha sido excisionado sem histologia; exclusão de sítios primários não usuais como urogenital, otorrinolaringológico ou oftalmológico.2 Todos os 12 pacientes deste trabalho foram exaustivamente estudados em busca de um melanoma primário. Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33 31 Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido Nos pacientes com doença metastática linfonodal, a busca pelo tumor primário deve ser restrita à inspeção da pele e das mucosas, principalmente na região de drenagem linfática do grupo linfonodal acometido. Nos pacientes com doença visceral, exame mais detalhado deve ser feito com o auxílio de exames de imagem complementares. Todos esses pacientes devem ser submetidos aos exames de estadiamento preconizados para melanoma, principalmente a dosagem de desidrogenase láctica (LDH) e tomografia computatorizada de tórax e abdome/pelve.14 Quando indicado, esses pacientes devem ser submetidos a rectoscopia e exames ginecológico, oftalmológico e laringoscópico, na tentativa de se identificar o tumor primário. Quanto ao tratamento, o padronizado nos casos de doença nodal é a linfadenectomia radical ou modificada. Quimioterapia pode ser utilizada em esquema de adjuvância ou paliação. As drogas mais comumente usadas eram interferon-a, interleucina-2 e dacarbazina. Atualmente, os inibidores da tirosina quinase, imunomoduladores como antiPD1, PD1L e antiCTLA4 estão apresentando resultados surpreendentes, proporcionando grandes esperanças para pacientes e médicos que lidam com melanoma. A radioterapia também é utilizada em alguns esquemas de tratamento, para casos devidamente selecionados.15 Metanálise publicada em 201116 mostra resultados diferentes entre os pacientes que têm metástases nodal ou em trânsito (estádio III) e aqueles com doença sistêmica (estádio IV). As taxas de sobrevida em cinco anos variaram entre 28,6 e 75,6%, enquanto as taxas de sobrevida em 10 anos chegaram a 18,8 a 62,9%. Nos casos dos pacientes com doença visceral à distância, o prognóstico é bem pior. A taxa de sobrevida em cinco anos ficou entre 5,9 e 18%. Não houve relato de pacientes vivos após 10 anos de seguimento em algum estudo apresentado. Já em pesquisas que avaliaram a sobrevida de pacientes com melanoma metastático dentro de um mesmo estádio (III ou IV), variando o conhecimento ou não do sítio primário, foi possível associar melhor prognóstico ao grupo dos pacientes com sítio desconhecido.17 Vários fatores também têm sido apresentados influenciando a sobrevida. Entre aqueles relacionados como de melhor prognóstico, podem ser citados: baixo número de linfonodos acometidos; cirurgias precoces; metástases nodais e não sistêmicas e melanomas que sofreram regressão espontânea.18 Níveis elevados de LDH foram associados a piores prognósticos em pacientes no estádio IV.2 32 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33 CONCLUSÕES Não há dados brasileiros para prevalência de melanomas metastáticos com sítio primário desconhecido. Melanoma metastático deve ser considerado como diagnóstico diferencial para todos os pacientes que tenham alguma neoplasia de origem desconhecida, principalmente quando estes apresentarem metástases cutâneas ou linfonodais ao diagnóstico. O tratamento para a doença metastática é o mesmo dos casos de melanoma cutâneo metastático com primário conhecido, devendo ser instituído o mais precocemente possível. Os melhores índices de sobrevida pós-operatórios nos pacientes com sítio primário desconhecido sugerem o papel de uma forte resposta imune endógena contra o melanoma primário. Sempre deve ser procurado o melanoma primário, sendo que nos casos com estadiamento III e IV, o estadiamento T do tumor primário causa pouco ou nenhum impacto na sobrevida. REFERÊNCIAS 1. Hemminki K, Bevier M, Hemminki A, Sundquist J. Survival in cancer of unknown primary site: population-based analysis by site and histology. Ann Oncol. 2012 Jul; 23(7):1854-63. 2. Walton B, McCammon S, Quinn FB Jr., Quinn MS. Metastatic melanoma of unknown primary: a unique entity? Grand Rounds Presentation, Department of Otolaryngology. Galveston, TX: The University of Texas Medical Branch; 2012. 3. Instituto Nacional de Câncer. Estimativas 2012: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2012. Disponível em: www.inca.gov.br. 4. Giuliano AE,AMoseley HS, Morton DL. Clinical aspects of unknown primary melanoma. Ann Surg. 1980; 191:98-104. 5. Baab GH, McBride CM. Malignant melanoma: the patient with an unknown site of primary origin. Arch Surg. 1975; 110:896-900. 6. Dasgupta T, Bowden L, Berg JW. Malignant melanoma of unknown primary origin. Surg Gynecol Obstet. 1963; 117: 341–5. 7. Pack GT, Gerber DM, Scharnagel IM. Endresults in thetreatmentofmalignant melanoma: A reportof 1190 cases. Ann Surg. 1952; 136:905-11. 8. Sutherland CM, Chmiel JS, Bieligk S, Henson DE, Winchester DP. Patient characteristics, treatment and outcome of unknown primary melanoma in the United States for the years 1981 and 1987. Am Surg. 1996; 62:400-6. 9. Reintgen DS, McCarty KS, Woodard B, Cox E, Seigler HF. Metastatic malignant melanoma with an unknown primary. Surg Gynecol Obstet. 1983; 156:335-40. 10. Laveau F, Picot MC, Dereure O, Guilhou JJ, Guillot B. Metastatic melanoma of unknown primary site. Ann Dermatol Venereol. 2001 Set; 128(8-9):893-8. Epidemiologia e análise de sobrevida de pacientes com melanoma metastático de sítio primário conhecido e desconhecido 11. Weide B, Faller C, Elsässer M, Büttner P, Pflugfelder A, Leiter U, et al. melanoma patients with unknown primary site or nodal recurrence after initial diagnosis have a favourable survival compared to those with synchronous lymph node metastasis and primary tumour. PLoSOne. 2013 Jun; 25; 8(6):e66953. 15. Anbari KK, Schuchter LM, Bucky LP, Mick R, Synnestvedt M, Guerry D, 4th, et al. 16. Melanoma of unknown primary site. Cancer. 1997; 79:1816-21. 12. McCarthy SW, Palmer AA, Bale PM, Hirst E. Naevuscells in lymph nodes. Pathology. 1974; 6:351-8. 17. Kamposioras K, Pentheroudakis G, Pectasides D, Pavlidis N. Malignant melanoma of unknown primary site. To make the long story short. A systematic review of the literature. Crit. Rev. Oncol. Hematol. 2011;78:112-26. 13. Giuliano AE, Moseley HS, Irie RF, Golub SH, Morton DL. Immunologic aspects of unknown primary melanoma. Surgery. 1980; 87:101-5. 18. Lee C, Faries MB, Wanek LA, Morton DL. Improved survival after lymphadenectomy for nodal metastasis from an unknown primary melanoma. J Clin Oncol. 2008; 26:535-41. 14. Balch CM, Gershenwald JE, Soong S, Thompson JF, Atkins MB, Byrd DR, et al. Final version of 2009 AJCC melanoma staging and classification. 2009; J Clin Oncol. 2009 Dec 20;27(36):6199-206. Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S28-S33 33 TEMAS LIVRES TL01 - EVENTOS ADVERSOS NOS PACIENTES DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Vicente VYM1, Gusmão RS1, Vasconcelos MM1, Gualberto LIPS1, Nigri P1, Campos AF1, Souza LG1, Souza TLM1, Martins MA1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: Um dos pré-requisitos da saúde de qualidade é garantir tratamento isento de danos. Porém, podem ocorrer eventos adversos (EA) ao enfermo. EA são injúrias decorrentes dos cuidados prestados ao paciente, não relacionadas à sua doença, com extensão ou não do tempo de internação e até morte. Objetivos: Identificar e especificar os EA relacionados a erros de medicação, equipamentos, hemoderivados e infecção hospitalar e outros descritos em fichas de notificação de EA, ocorridos em pacientes internados no Centro de Tratamento Intensivo Pediátrico (CTI-PED). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal feito por meio de levantamento de dados através da análise de prontuários de pacientes internados no CTI-PED do Hospital das Clínicas da UFMG de setembro a novembro de 2011. Foram estratificados os tipos de EA por faixa etária e tempo de permanência hospitalar. Resultados: Numa população de 99 pacientes, 44 sofreram EA (incidência de 44%), totalizando 155 eventos. Destes, os mais significativos foram relacionados a medicamentos, 54%, e equipamentos, 35%. As faixas etárias mais acometidas foram as de pacientes de 30 dias até 1 ano, de 1 até 5 anos, e 10 a 18 anos. Destes 55%, 45% e 41% sofreram EA, respectivamente. Quanto ao tempo de permanência, sofreram EA os pacientes internados: por até 5 dias, 29% ; de 6 a 10 dias, 52%; de 11 a 20 dias, 58%; de 21 a 30 dias ou mais, 100%. Discussão: Embora os resultados obtidos sejam corroborados pela literatura, talvez eles estejam subestimados, já que não se pode ter certeza de que todos os EA avaliados foram mesmo notificados. Porém, esta pesquisa não deixa de ter grande valor por se tratar de um projeto piloto. Conclusão: O estudo permite inferir que a incidência de EA no CTI-PED no período observado foi alta e a maioria deve-se a erros relacionados à medicação. Foi verificado que o tempo permanência está diretamente relacionado à maior ocorrência de EA. Poderão ser traçadas intervenções para prevenir EA a partir dos dados ora obtidos. Palavras-chave: Eventos adversos, Centro de Tratamento Intensivo, Pediatria. E-mail: [email protected] TL02 - HIPERIDROSE COMPENSATÓRIA, UMA REVISÃO: FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Rezende RSP1, Brito MMO1, Caldeira IR1, Gontijo RP1, Santos GCM1 Instituições: 1FASEH Introdução: A Hiperidrose Compensatória (HHC) ou Hiperidrose Reflexa (HHR) tem sido reconhecida como o aumento da sudorese que ocorre no pós-operatório de cirurgia de simpatectomia torácica. A simpatectomia torácica é apontada como um método efetivo e seguro que melhora a qualidade de vida do paciente em casos de suor excessivo, mas pode acarretar complicações no pós-operatório. A epidemiologia varia de acordo com o local da simpatectomia torácica, sendo os principais em nível de T2 com 97,3% dos pacientes apresentando HHC e em nível de T3 96% manifestando HHC. Objetivo: Relatar a fisiopatologia da HHC, discutir os principais fatores precipitantes que podem acarretar ou agravar esse distúrbio e apresentar os possíveis tratamentos. Discussão: A HHC ocorre no pós-operatório da cirurgia de simpatectomia torácica, sendo caracterizada por graus variados e acometendo regiões que não apresentavam sudorese anormal. A fisiopatologia auxilia no entendimento da HHC e pode ser descrita por um bloqueio do feedback negativo dos estímulos aferentes ao hipotálamo, pela secção das vias aferentes. O diagnóstico pode ser realizado após a cirurgia, quando os sinais e sintomas já iniciam e podem agravar com alterações no clima, psicológicas ou emocionais do paciente; deve-se observar as regiões acometidas; pacientes podem trocar de roupa várias vezes ao dia interferindo sobremaneira nas suas atividades corriqueiras e profissionais com consequência na qualidade de vida. O tratamento consiste em tratamentos não-medicamentos, com controle do peso, dieta não-termogênica, exercício físico, sono; e o tratamento medicamentoso que consiste em aplicações tópicas, aplicações intradérmicas de toxina botulínica ou medicamentos por via oral. Considerações finais: A HHC acarreta problemas maiores em nível psicológico ao paciente, podendo ser evitada realizando simpatectomias torácicas em nível mais caudal ou utilizando a técnica de clipagem, que vem apresentando bons resultados. Palavras-chave: Hiperidrose compensatória, Complicações pós-cirurgicas, Sudorese. E-mail: [email protected] TL03 - O USO DE METILFENIDATO EM PACIENTES COM DISTÚRBIO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E EM PESSOAS SAUDÁVEIS Fernandes TF1, Cardoso BB2, Cardoso DB3 Instituições: 1Universidade Federal de São João Del Rei, 2Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, 3Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: O distúrbio de déficit de atenção (DDA) é caracterizado por padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade. Os sintomas frequentemente apresentados são: dificuldade em manter a atenção, hiperatividade, inquietação e impulsividade. O uso de metilfenidato (Ritalina® e Concerta®) vem sendo amplamente utilizado, tanto para tratar indivíduos com déficit de atenção, como para melhorar funções cognitivas em pessoas saudáveis. Objetivos: Realizar uma revisão de literatura sobre o uso de metilfenidato em pessoas com déficit de atenção e em pessoas saudáveis que desejam melhorar a capacidade de concentração. Discussão: O metilfenidato é um medicamento estimulante leve do Sistema Nervoso Central, que potencializa a ação das substâncias cerebrais noradrenalina e dopamina, melhorando a capacidade de concentração. Essa substância é recomendada para pacientes com diagnóstico de déficit de atenção. Entretanto, vem sendo amplamente utilizada por pessoas que desejam melhorar a capacidade de concentração e diminuir o cansaço, principalmente estudantes que precisam estudar por um longo período com um desempenho melhor, como os estudantes universitários e os que desejam passar em concursos. Existem perigos relacionados ao uso inadequado do medicamento. O consumo aumenta os riscos de problemas do coração e pode levar a um quadro de arritmia cardíaca. Além disso, tratando-se de uma anfetamina, a droga apresenta também um potencial de abuso, razão pela qual é controlada e só pode ser comprada com receita especial. Por isso, muitas pessoas recorrem ao mercado ilegal para comprar o medicamento. Considerações finais: Observa-se um alarmante fenômeno mundial da expansão de uso de psicotrópicos. O metilfenidato é um dos principais medicamentos usados, pois objetiva melhorar a concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos tempo. Entretanto, seu uso abusivo pode trazer consequências negativas se usado por pessoas que não necessitam da medicação. Palavras-chave: Metilfenidato, Ritalina, Déficit de atenção. E-mail: [email protected] 34 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 TL04 - PLACENTA HUMANA COMO MODELO DE TREINAMENTO MICROVASCULAR E ENDOVASCULAR Drummond AV1, Godinho JVVG1, D’Assumpção LCG1, Prosdocimi AMA1, Oliveira MMR1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: As técnicas microcirúrgicas envolvendo a vasculatura cerebral são bem estabelecidas e devem fazer parte do arsenal técnico do neurocirurgião. Elas exigem, porém, treinamento rigoroso e preciso em um modelo similar ao da anatomia cerebral. Dentre os vários modelos experimentais descritos há uma escassez geral de estudos sistematizando-os e correlacionando-os à microvasculatura cerebral. Objetivos: Correlacionar a vasculatura placentária com a cerebral e sistematizar o uso da placenta humana como método de treinamento microvascular e endovascular em neurocirurgia. Metodologia: Foram analisadas 12 placentas oriundas do serviço de Patologia da UFMG. Estas foram lavadas e seus vasos canulados. O calibre dos vasos foi mensurado com paquímetro digital durante fluxo constante de soro à 74 mmHg. Foram medidas até 4 ramificações dos vasos, 3 a 5 mm antes das bifurcações. Ramificações com calibres destoantes e em 90° foram desconsideradas. Foi obtida a autorização por escrito das gestantes envolvidas, e o projeto aprovado pelo COEP/UFMG. Resultados: As medidas dos calibres tanto das artérias quanto das veias placentárias encontradas a partir da terceira bifurcação são as que mais se assemelham às principais artérias cerebrais. Discussão: Dentre os vários modelos experimentais para treinamento microvascular e endovascular em neurocirurgia, a placenta humana se apresenta como o mais econômico, com a melhor estrutura vascular e variabilidade no calibre dos vasos. A literatura, porém, é falha ao correlacionar a vasculatura placentária com a cerebral, além de não haver relato do uso da placenta para a prática endovascular. Além disso, as técnicas para coloração, fixação, extração da vasculatura e dissecção da placenta também ainda não haviam sido descritas. Conclusão: A padronização do uso da placenta humana no treinamento representa um avanço na formação do neurocirurgião, com grande potencial como modelo experimental eficaz e de baixo custo. Palavras-chave: Neurocirurgia, Treinamento, Microcirurgia. E-mail: [email protected] TL05 - PREDITORES PARA DESENVOLVIMENTO DE ARRITMIA VENTRICULAR MALIGNA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA: ESTUDO CASO-CONTROLE Resende PI1, Almeida BCA1, Carmo AAL1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A doença de Chagas acomete três a quatro milhões de brasileiros. O curso clínico da doença é extremamente variável e, aproximadamente um terço dos pacientes infectados desenvolvem doença cardíaca potencialmente letal, incluindo arritmias ventriculares malignas e insuficiência cardíaca. As etiologias mais frequentemente envolvidas com a morte súbita nos pacientes chagásicos são a taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular. Objetivo: Buscar preditores da evolução para a morte por arritmia na Doença de Chagas, para assim selecionar de forma adequada os pacientes para o implante do cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). Metodologia: Está sendo estudada a associação de arritmias malignas com marcadores relacionados à repolarização ventricular (micro-alternância de onda T) e aqueles relacionados ao parasitismo (PCR quantitativo) e à inflamação (TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES e BDNF), além dos marcadores clássicos de risco na cardiopatia chagásica. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle e a amostra estimada foi de 240 pacientes chagásicos, sendo 120 casos (arritmia ventricular) e 120 controles (sem arritmia ventricular). Esses pacientes são submetidos a: • Entrevista médica e exame físico padronizado, • Ecocardiograma, Holter de 24 h e teste ergométrico com pesquisa de micro-alternância da onda T (MTWA). • Ecocardiograma com strain bidimensional • Dosagem de TNF, sTNFR1, sTNFR2, IL-6, MCP-1 e RANTES, BDNF, NT-proBNP e realização de PCR quantitativo para T. cruzi. Resultados e conclusões: O presente estudo pretende fornecer informações acerca da fisiopatologia e mecanismos patogenéticos das arritmias malignas na doença de Chagas. A identificação de marcadores não invasivos de risco para morte súbita tornará possível a identificação de subgrupos que podem se beneficiar da prevenção primária de morte súbita através do implante do CDI. Palavras-chave: Cardiopatia chagásica, CDI. E-mail: [email protected] TL06 - USO RACIONAL DA VANCOMICINA ATRAVÉS DAS CARACTERÍSTICAS DE SUSCEPTIBILIDADE DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS Oliveira RB1, Penso C1, Barbosa GL1,2, Pagnussat LR1, Zin BB1, Nesello G1, Langaro E1, Barelli C1 Instituições: 1Universidade de Passo Fundo, 2Hospital São Vicente de Paulo Introdução: Relatos a partir de dados hospitalares informaram que o uso inapropriado de vancomicina (vanco) está na ordem de 40% a 60%. Isto apresenta certo alerta, pois o uso deste antibiótico é frequentemente visto como fator de risco para colonização ou infecção de enterecocos resistentes à vanco. Objetivo: O objetivo deste estudo é descrever o perfil de susceptibilidade de bactérias isoladas em pacientes internados após o uso da vanco. Metodologia: Realizou-se um estudo de coorte concorrente, incluindo pacientes maiores de 12 anos, internados num hospital de referência regional no norte do Rio Grande do Sul tratados com vanco, excluindo os que tiveram alta/óbito nas primeiras 24h de uso desse antibiótico. As variáveis do estudo foram definidas a partir do laudo de liberação da vanco baseado no protocolo clínico (PC) e nos resultados laboratoriais de cultura (RLC) e testes de susceptibilidade (TS). Os dados finais foram analisados por parâmetros de estatística descritiva inferencial. Resultados: Foram avaliadas 248 prescrições de vanco. A terapia com vanco foi baseada em RLC e TS antimicrobiana em 21,4% dos pacientes. A cultura microbiana (CM) foi realizada em 190 prescrições. Destas, 107 CM positivas houve isolamento de S. aureus (41,1%), estafilococos coagulase negativos (29%) e bacilos gram negativos (20%). Entre os isolados S. aureus (44), 75% foram oxacilina resistente e 100% sensíveis à vanco e à linezolida. Pelo E-test, 25% dos isolados apresentaram concentração inibitória mínima maior ou igual a 2 (MIC ³ 2). Discussão: As informações de CM e a dosagem da MIC constituíram excelentes formas de auxílio diante da utilização racional de vanco no ambiente hospitalar. Conclusão: A maior utilização das informações com RLC pela atuação do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar associada ao PC apresentaram sucesso na monitorização terapêutica da vanco. Palavras-chave: Vancomicina, Protocolo Clinico, Cultura microbiana. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 35 PÔSTERES PO01 - A DIFICULDADE DIAGNÓSTICA NO TUMOR TROFOBLÁSTICO DO LEITO PLACENTÁRIO: UM RELATO DE CASO Tavares AER1, Faria ARV1, Mesquita LA1, Loures LF2, Batista EC2, Silva Filho AL 2 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Instituto Jenny de Andrade Faria/ Hospital das Clínicas Introdução: Cerca de 10% das doenças do trofoblasto gestacional (DTG) são compostas por neoplasias com potencial para invasão local e metastização. Entre essas incluem, maioritariamente, molas invasivas ou coriocarcinoma ou ainda tumores raros como o tumor trofoblástico do leito placentário (TTLP) e o tumor trofoblástico epitelioide (TTE). Objetivos: Por compreender cerca de 0,2% das neoplasias trofoblásticas e haver menos de 300 casos relatados na literatura, o TTLP ainda é pouco conhecido por profissionais da saúde. Assim, o objetivo desse trabalho é difundir conhecimentos sobre esse agravo ao acadêmico. Relato: Paciente do sexo feminino, 34 anos, queixa de amenorreia há quase 9 meses, dor pélvica há quase 2, e dispaurenia. Funções fisiológicas preservadas. Marido vasectomizado. G3PN3A0. Última gestação há 11 anos. Nega DSTs ou cervicopatias. Ao exame físico: abdome doloroso a palpação profunda em andar inferior. Ao toque: colo fechado, grosso e presença de massa uterina móvel, não se separando útero-massa. Dosagem de β- HCG e demais hormônios dentro dos valores de referência. USG endovaginal: útero aumentado e irregular. Múltiplos focos hiperecogênicos difusos. Extensa coleção anecóica intrauterina. HD: DIP e abcesso hemático. Conduta: Encaminhamento para a cirurgia. À videolaparoscopia: Massa com aspecto vegetante, infiltrativo e cruenta no istmo uterino com cerca 6 cm. Biópsia de peça cirúrgica simples evidenciando aglomerados de células do cito e sinciotrofloblasto, com núcleos volumosos, pleomórficos, além de focos de calcificação. Imunohistoquímica indicando TTLP. Discussão: O TTLP tem origem nas células do trofoblasto intermediário, extra viloso, e é um tumor de crescimento lento. Pode ocorrer após qualquer tipo de gravidez e manifestar-se até mais de 10 anos depois. Dado que estes tumores segregam pequenas quantidades de ßHCG, os títulos são normalmente baixos. A cirurgia é o tratamento de primeira linha, pois este tumor é quimioresistente. Palavras-chave: Ginecologia, doenças trofoblásticas gestacionais, tumor trofoblástico do leito placentário. E-mail: [email protected] PO02 - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Franco AFQ1, Costa M1, Carvalho MC1, Esteves WAM1 Instituições: 1Universidade de Itaúna Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma pandemia e uma das prioridades entre as enfermidades crônicas da Organização Mundial de Saúde. Estima-se que quase três milhões de brasileiros sejam portadores de IC. Os estudos atualizados têm mostrado que a IC com fração de ejeção preservada (ICFEP) responde por metade dos pacientes com IC. A ICFEP tem alta incidência em idosos, hipertensos, diabéticos, obesos, sendo mais prevalente entre mulheres. Dessa forma, é uma síndrome clínica comum e sub diagnosticada, de cujos tratamentos ainda não mostraram eficácia na redução da sua elevada morbimortalidade. Objetivos: Evidenciar a existência da ICFEP, apresentando orientações que permitirão o diagnóstico e a propedêutica corretos para aplicabilidade na atenção primária. Discussão: A ICFEP não é causada por uma contratilidade miocárdica anormal e deve ser compreendida como uma síndrome complexa, com um componente periférico (vasculatura arterial) e um componente central (miocárdio) acometido por estímulos agressores. Os pacientes com ICFEP podem se apresentar de três formas: síndrome de diminuição de tolerância aos esforços; síndrome de retenção de líquidos ou apenas com achados de disfunção diastólica (DD) assintomática. Portanto, estabeleceram-se três etapas obrigatórias para o diagnóstico da ICFEP: presença de sinais ou sintomas de IC; presença de fração de ejeção do ventrículo esquerdo maior ou igual a 50% e evidências de DD (relaxamento, enchimento e rigidez). Os métodos padrão-ouro para o diagnóstico são o EcoDopplercardiograma convencional, Doppler tecidual e peptídeos natriuréticos (BNP/Pró-BNP). Considerações finais: São fundamentais o diagnóstico precoce da ICFEP e o tratamento das comorbidades associadas, já que influenciarão diretamente na redução da morbimortalidade, tendo em vista que o tratamento da ICFEP é empírico e ainda exige mais resultados em estudos randomizados. Palavras-chave: Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, Insuficiência, Preservada. E-mail: [email protected] PO03 - ABORDAGEM CRITERIOSA NO PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES IDOSOS: UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA Reggiani TAS1, Santana HDAS1, Moreira PM1, Pimentel CCSB1, Tótola J1 Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior Introdução: Aproximadamente 10,8% da população brasileira serão de pessoas com mais de 60 anos de idade, segundo o DATASUS. Devido a grande representatividade dessa população no SUS, torna-se cada vez mais importante ensinar e conscientizar os profissionais de saúde sobre os cuidados com os pacientes idosos. Por possuírem comorbidades clínicas associadas e devido às mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento, o ato cirúrgico realizado em paciente idoso exige cuidados específicos e individualizados, tornando o pré, per e pós-operatório um desafio para todos os profissionais de saúde de uma equipe multidisciplinar. Objetivos: Estabelecer as ações necessárias e a importância de um tempo pós-operatório adequado ao paciente idoso, incluindo normas e condutas e as comorbidades clínicas associadas, para um reestabelecimento imediato do paciente. Discussão: No pós-operatório ocorrem diversas alterações neuroendócrinas em resposta ao trauma anestésico cirúrgico. Como consequência, atos cirúrgicos menos invasivos, menos traumáticos e com menor duração, geram menor influência sobre o equilíbrio orgânico, muitas vezes já comprometido. Nessa população, na maioria das vezes acometida por doenças consumptivas, cardiovasculares (ICC, HAS), endócrinas (DM), respiratórias (DPOC) e osteoarticulares (osteoastrose), exigem-se ações específicas no pré, per e pós-operatório que levem em conta as afecções associadas a capacidade adaptativa do organismo, garantindo assim, menor morbimortalidade. Considerações finais: O provimento de cuidados na saúde de pacientes idosos representa ainda um grande desafio para os profissionais de uma equipe multidisciplinar em saúde, mas também do sistema público e privado. Trata-se de um cuidado dinâmico, contínuo e multidisciplinar. Ocorre traumatismo e desencadeiam alterações orgânicas, os atos cirúrgicos representam um grande desafio para o cirurgião e toda equipe. Palavras-chave: Idoso, Atos cirúrgicos. E-mail: [email protected] 36 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO04 - ANÁLISE COMPARATIVA DA OCORRÊNCIA DE ÓBITOS EM CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME TRIADAS PELO PROGRAMA ESTADUAL DE TRIAGEM NEONATAL DE MINAS GERAIS NOS PERÍODOS DE 1998-2003 E 2007-2012 Lima GO1, Silva LML1, Sabarense AP1, Viana MB1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A doença falciforme (DF) é considerada a doença hereditária monogênica mais comum no Brasil. Em Minas Gerais, a incidência da DF é de 1:1400 recém-nascidos triados, tendo como base o Programa de Triagem Neonatal (PTN-MG). A DF é caracterizada pela predominância da hemoglobina S (HbS). Em certas situações ocorre polimerização da HbS com consequente deformação das hemácias em forma de foice. Essas não circulam adequadamente na microcirculação, resultando em obstrução do fluxo sanguíneo capilar e sua destruição precoce, o que acarreta graves manifestações clínicas. A mortalidade em crianças abaixo de 5 anos com DF é devida a infecções fatais, sequestro esplênico ou crise aplástica. Objetivo: Realizar análise comparativa da ocorrência dos óbitos de crianças com DF nos períodos de 1998-2003 e 2007-2012. Metodologia: Estudo descritivo e transversal dos óbitos ocorridos. O estudo comparativo da ocorrência de óbitos entre os períodos de 1998-2003 e 2007-2012 tem o desenho de coorte prospectiva. Resultados e Discussão: Foram diagnosticadas 2.591 crianças com DF entre 1998 e 2012; 15 foram excluídas da análise devido a abandono ou transferência, sem nenhuma consulta. Ocorreram 193 óbitos, sendo 98 meninos e 95 meninas. Desses, 153 foram em crianças com genótipo SS ou S/beta0 talassemia, 34 com genótipo SC e 6 em crianças com genótipo S/beta+ talassemia. Dois terços das crianças que faleceram residiam em municípios de pequeno porte. Embora o grupo 2007-2012 tenha estimativa de sobrevida aos 5 anos superior à do grupo 1998-2003, a diferença não foi estatisticamente significativa (p=0.31). Conclusão: Apesar de termos um programa de triagem neonatal com rígido controle de tratamento, a mortalidade de crianças com DF ainda não se alterou significativamente desde a implantação do PTN em 1998. Necessita-se de desenvolvimento econômico e social do estado e ampliação, pela educação continuada, do conhecimento sobre a DF entre os profissionais de saúde e familiares. Palavras-chave: Doença Falciforme, Mortalidade, Triagem Neonatal. E-mail: [email protected] PO05 - ANÁLISE DE MUTAÇÃO NO GENE KRAS EM PACIENTES BRASILEIROS COM CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS Bicalho AJFD1, Oliveira FGR1, Couto PGP1, Rodrigues LB1, Sábato CS1, Sarubi HC1, Marco LAC1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: O câncer de pulmão é o tipo de câncer que apresenta maior mortalidade mundial. A família de proteínas RAS tem sido relacionada ao desenvolvimento de tumores em humanos. O oncogene KRAS reside no cromossomo 12p12 e codifica a proteína p21ras, envolvida na transdução de sinal de MAP-quinase, via de modulação de proliferação e diferenciação celular. Mutações no KRAS, principalmente nos códons 12, 13 e 61 (exons dois e três) estão presentes em cerca de 25% dos tumores de câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC), mas o impacto global dessas mutações na clínica em NSCLC permanece desconhecido. Objetivo: Desvendar os mecanismos moleculares relacionados com o desenvolvimento e progressão do câncer. Métodos: Para determinar a presença de mutações do KRAS em uma população brasileira, estudamos 50 pacientes com NSCLC. As regiões-alvo dos exons 2 e 3 do KRAS foram amplificados usando primers específicos. As amostras de PCR foram posteriormente purificadas e sequenciadas. Também foi verificada a ancestralidade dos pacientes usando 40 indels informativos de ancestralidade. Resultados: Nenhuma mutação em KRAS foi encontrada e a análise de ascendência revelou maior componente africano entre pacientes com câncer do que os controles. Discussão e conclusões: De acordo com dados da literatura, nosso estudo é o primeiro a examinar a associação entre mutações no gene KRAS e NSCLC na população brasileira. A falta de mutação pode ser explicada pelo fato de que o adenocarcinoma (o principal subtipo de câncer, associado com mutações no KRAS) é o menos prevalente em nossa amostra, (24%). Estes achados sugerem que outros genes estão relacionados ao NSCLC. Portanto, é necessário investigar possíveis alterações moleculares em outros genes relacionados a tumores. Palavras-chave: Câncer de Pulmão, KRAS, Biologia Molecular. E-mail: [email protected] PO06 - ANÁLISE DO PERFIL E EVOLUÇÃO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS EM BELO HORIZONTE/MG Lima GO1, Ferreira RK 2, Santos GRA1, Murta SMGF2, Giordano LFC2 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Introdução: A doença renal crônica possui elevada morbimortalidade, sendo que sua incidência e prevalência têm aumentado em todo o mundo. O transplante renal é uma eficiente opção terapêutica para pacientes em fase terminal da doença, representando o fim do tratamento dialítico e um aumento da sobrevida do paciente. Objetivo: Analisar o perfil do paciente transplantado renal e o desfecho do transplante no primeiro ano pós-transplante. Métodos: Estudo de coorte, analítico e retrospectivo dos prontuários de 115 pacientes submetidos ao transplante renal intervivo no Hospital Universitário São José (Belo Horizonte), entre os anos de 2009 e 2011. Resultados e Discussão: A maioria dos pacientes transplantados pertencia ao sexo masculino (63,5%). Em relação ao tipo de doador, 82,4% eram relacionados. As comorbidades mais frequentemente associadas aos transplantados foram: hipertensão arterial sistêmica, osteodistrofia, diabetes mellitus e dislipidemia. Não foi possível determinar a causa da doença renal crônica em 48,7% dos pacientes. A re-operação foi necessária em 20,9% e a indução foi realizada em 15,8% dos pacientes. Apenas 16,5% apresentaram disfunção precoce do enxerto. O tempo médio de cirurgia, internação e CTI foi de 279 minutos, 14 e 3 dias, respectivamente. A média da creatinina sérica foi de 1,6 mg/dL no 1º mês, 1,5 mg/dL no 6º mês e 1,4 mg/dL no 1º ano. Conclusão: O maior tempo de internação/CTI, o maior valor de creatinina no 1º mês, a re-operação, a necessidade de indução e a presença de disfunção precoce do enxerto foram associados ao pior prognóstico no primeiro ano pós-transplante. Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Transplante Renal, Evolução. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 37 PO07 - ANTISSEPSIA DAS MÃOS: ÁLCOOL 70% É SUFICIENTE? Barros RF1, Almeida MLP1, Regazzoni LAA1, Rodrigues ACP1 Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano Introdução: A relação entre o ambiente, higiene e infecções é, hoje, amplamente aceita. Infecções nosocomiais são problema frequente entre pacientes hospitalizados, aumentando o tempo de internação, a mortalidade e os gastos públicos. Essas infecções podem ser disseminadas diretamente por contato pessoa-pessoa, ou indiretamente através de fomites, sendo as mãos dos atendentes importante vetor para transmissão de vírus e bactérias, muitas vezes multirresistentes. Objetivo: Avaliar se a antissepsia das mãos dos profissionais de saúde com álcool 70% é suficiente para, isoladamente, reduzir a colonização do examinador, dispensando a lavagem de mãos com água e sabão, na prática clínica. Discussão: A higiene mais rigorosa das mãos acarretou decréscimo significativo das taxas de infecções e mortalidade, sendo reconhecida como a mais importante arma contra as infecções hospitalares. Apesar disso, ainda é difícil incluir tal prática na rotina dos trabalhadores de saúde. BISCHOFF, WE; et al (2000) observou que o fácil acesso a dispensers com desinfetante sem enxágue para mãos, a base de álcool, aumentou significativamente a frequência da desinfecção das mãos, entre os trabalhadores. Tal aumento levou EIREF, SD; LEITMAN, IM; RILEY, W. (2012) a questionarem o papel dos dispensers também como fomites. Esse estudo evidenciou 100% dos dispensers analisados contaminados com uma ou mais espécies de bactérias tanto da flora comensal da pele, como com microorganismos gram-negativos entéricos. Considerações finais: Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a taxa média de infecção hospitalar é de cerca de 15% do total de pacientes internados, gerando importante custo adicional à assistência a saúde. Dessa forma, urge a necessidade de viabilizar a antissepsia de mãos e materiais de uso corriqueiro de forma fácil, próxima aos leitos, com baixo custo e alta efetividade. Palavras-chave: Infecções nosocomiais, Antissepsia, Álcool 70% E-mail: [email protected] PO08 - ASCITE URINÁRIA: RELATO DE CASO Barros RF1, Guerra VM1, Coelho MCF2 Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano, 2Hospital Santa Casa de Misericórdia Introdução: O extravasamento de urina diretamente na cavidade peritoneal pode levar à ascite urinária. As principais causas são: ruptura de bexiga, ruptura de ureter e ruptura da pelve renal. O paciente se apresenta com ascite tensa, refratária de muito rápido reacúmulo, associado à oligúria, hiponatremia, hipercalemia e creatinina aumentada. À paracentese propedêutica, o fluido ascítico apresenta-se amarelado, presença de ureia e concentração de creatinina e potássio mais altas que as plasmáticas. Objetivos: Análise de caso de ascite urinária que, apesar da baixa frequência de tal patologia, foi atendido no ambulatório de gastroenterologia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Relato de Caso: AF, masculino, 66 anos. Paciente admitido em 15/08/2013 com relato de aumento do volume abdominal e hematoquezia, sem repercussão hemantimétrica ou recorrência do sangramento. Sem outras queixas. Realizada paracentese propedêutica: estudo de líquido ascítico sem PBE, proteína total: 3,4 (Exsudato). Evoluiu com piora da ascite, da função renal e limitação à expansão torácica. HPP: tumor de bexiga, feita neobexiga em 1996, HAS, DRC com hidronefrose bilateral. US abdominal externo evidenciou massa em epigastro. HD: Tumor metastático? Hepatite medicamentosa? Conduta: Realizada paracentese de alívio. Retirado 4L em 29/08 e 5,3L em 04/09. Sem critérios infeciosos. Descoberta etiologia urinária da ascite, foi proposta intervenção cirúrgica. Paciente evoluiu com choque, foi operado na urgência com uso de noradrenalina evoluindo para óbito no pós-operatório imediato. Discussão: Apesar de patologia rara e da pouca literatura disponível sobre ascite urinária em adultos, é importante diagnóstico diferencial nos casos de ascite refratária de muito rápido reacúmulo, em pacientes sem lesão hepática. Palavras-chave: Ascite, refratária, Urinária. E-mail: [email protected] PO09 - ASSOCIAÇÕES ENTRE COGNIÇÃO, QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE NA ESQUIZOFRENIA Pereira TA1, Campos SM2, Oliveira K3, Guimarães FC4, Quintão JHC1, Camargos MH1, Pereira LFF1, Santos CLS1, Salgado JV1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Instituto de Ciências Biológicas, 3Instituto Raul Soares, 4FHEMIG Introdução: A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico caracterizado por sintomas positivos e negativos, prejuízo cognitivo e incapacidade funcional. O tratamento farmacológico disponível é eficaz normalmente apenas para a sintomatologia positiva. Objetivos e métodos: Foram avaliados 33 pacientes com diagnóstico de Esquizofrenia, sem comorbidades neurológicas, entre 18-50 anos, estáveis do ponto de vista da sintomatologia positiva. Tudo em acordo com as exigências do comitê de ética. A qualidade de vida foi avaliada com a escala QLS-BR. A SCoRS e BACS examinaram habilidades motoras; aprendizagem; memória operacional; atenção; fluência verbal e resolução de problemas. Foram feitas análises de correlação pelo teste de Spearman no MATLAB. Resultados: A associação entre o domínio de fluência verbal da BACS e o fator rede social foi relevante demonstrando que pacientes com melhor fluência verbal exibiam quadros mais satisfatórios em relação às relações interpessoais. A correlação entre a sub-escala de nível ocupacional da QLS e a sub-escala do informante da SCORS reflete que quanto mais grave a dificuldade cognitiva do paciente pior o desempenho ocupacional do paciente no que se refere a sub-emprego, utilização do tempo, funcionamento e satisfação ocupacionais. A relação entre a pontuação na PANSS negativa e a pontuação na BACS em relação à memória verbal, fluência verbal e memória de trabalho mostrou correlação. Indicando que haveria menor sintomatologia negativa em acordo com maior preservação dessas funções. Conclusões: A pior disfunção executiva e cognitiva coexiste com uma sintomatologia negativa mais grave. A ausência de relação entre a QLS e a sub-escala do paciente da SCORS pode envolver a falta de insight dos pacientes. Estes dados devem ser considerados preliminares devido ao número reduzido de sujeitos, mas são também encorajadores pela força da correlação encontrada. Palavras-chave: Esquizofrenia, Qualidade de vida, Funcionalidade. E-mail: [email protected] 38 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO10 - ASSOCIAÇÃO DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E HEPATITE B CRÔNICA E A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE CIRROSE HEPÁTICA E FIBROSE DE SYMMERS: RELATO DE CASO Flores L1, Costa AL1, Carvalho G1, Moraes V1, Menezes EG1 Instituições: 1Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH Introdução: O rastreamento das diferentes causas de hepatopatia crônica também se justifica nos portadores de esquistossomose mansônica, com atenção especial ao dg. diferencial entre cirrose hepática e fibrose de Symmers-Bogliolo. Objetivos: Relatar o caso de um paciente cujo diagnóstico tardio de hepatite B (HBV) crônica (associada à esquistossomose) contribuiu para o agravamento da fibrose e para o desenvolvimento de complicações da cirrose hepática. Relato de Caso: J. R. S., masculino, 47 a., natural de Curvelo-MG, com esquistossomose diagnosticada há 5 a., tratado com oxamniquine. US abdominal: sinais de hepatopatia crônica. Biópsia: “fibrose periportal (esquistossomose)”. Reinternação 4 anos depois com adinamia, ascite e febre. Propedêutica etiológica para hepatopatias crônicas revelou HBV crônica, com cirrose hepática descompensada (Child B7) e hipertensão portal. EDA: varizes esofagianas de pequeno calibre. Instituída ATB para peritonite bacteriana espontânea. Revisão das lâminas da biópsia hepática prévia: “cirrose hepática”. Alta hospitalar (Child A6), para controle ambulatorial e tratamento antiviral. Discussão: O quadro clínico inicial do paciente parecia ser decorrente da esquistossomose. Um segundo fator de agressão (HBV) não foi identificado, o que contribuiu para a aceleração da fibrose. A persistência do vírus após o tratamento da esquistossomose permitiu a progressão da inflamação hepática e da fibrose, o que levou à descompensação da hepatopatia e à piora do prognóstico. Conclui-se, portanto, que pacientes com evidências de hepatopatia crônica devem ser submetidos rotineiramente à extensa propedêutica etiológica, ainda que haja um diagnóstico evidente para a doença em questão. Há ainda que se destacar a importância da correta diferenciação entre os quadros histológicos hepáticos na esquistossomose e na cirrose, o que pode contribuir para o diagnóstico preciso da(s) hepatopatia(s) de base. Palavras-chave: Esquistossomose, Hepatite B, Coinfecção. E-mail: [email protected] PO11 - AVALIAÇÃO E CORRELAÇÃO DE SINTOMAS E DISTÚRBIOS DA CONDUÇÃO ATRIOVENTRICULAR ENCONTRADOS EM IDOSOS SUBMETIDOS A ELETROCARDIOGRAFIA DINÂMICA PELO MÉTODO HOLTER Mesquita LA1, Morais BFG1, Abreu LAN2, Abreu LAA3, Souza SB3, Freitas OGA3, Freitas OGA4 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, 3Minascor Centro Médico, 4Centro Médico / IEP Santa Casa de Belo Horizonte Introdução: A utilização da eletrocardiografia dinâmica de 24 horas pelo método Holter (Holter) no diagnóstico dos bloqueios atrioventriculares (BAVs) é consagrada pela literatura. Entretanto, estudos atuais correlacionando a sintomatologia dos pacientes idosos a estes bloqueios são raros e suscitam necessidade constante de investigação. Objetivos: Determinar a correlação de sintomas e distúrbios da condução atrioventricular em idosos submetidos ao Holter. Método: Estudo retrospectivo, coorte, de 6.492 exames Holter, ambos sexos, de agosto de 2009 a fevereiro de 2013. Seleção dos participantes: 75 anos ou mais, totalizando 1.452 indivíduos (971 mulheres e 481 homens). Análise estatística: software estatístico IBM/SPSS, com p<0,05. Resultados: Média de 83,5 anos, 491 exames com BAV de primeiro grau, 132 BAV de segundo grau Mobitz tipo 1, 41 BAV Mobitz tipo 2, BAV tipo 2:1 em 56 e BAV total em 62 exames. Sintomas (22% dos exames) sendo os mais frequentes associados ao BAV: tontura (31%), cansaço/fadiga (19%), “falta de ar” (dispneia – em 16%) e síncope (2,9%). O BAV de primeiro grau não esteve correlacionado signficativamente a sintomas; outros apresentaram graus de significância. Discussão: A correlação entre os bloqueios atrioventriculares e sintomas ocorridos durante o Holter em pacientes com idade igual ou superior a 75 anos mostrou-se efetivo em correlacionar alguns dos sintomas apresentados. O BAVT esteve associado a sintomas mais graves e, o BAV de I grau não apresentou associação significativa com os sintomas. Estes dados são semelhantes a relatos de literatura internacional. Ainda há divergência na literatura sobre a correlação dos sintomas e arritmias, sendo necessário estudos adicionais, prospectivos, para elucidar a questão. Conclusão: O valor diagnóstico do Holter em participantes com idades entre 75 e mais velhos mostrou-se efetivo e apresenta uma correlação de sintomas semelhantes a relatada em literatura internacional. Palavras-chave: Idosos, Bloqueios Atrioventriculares, Holter de 24 horas. E-mail: [email protected] PO12 - AVALIAÇÃO INTEGRADA: UM INSTRUMENTO PARA A INTERDISCIPLINARIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO Mendes HG1, Rezende AC1, Alves J1, Gregorio L1, Oliveira PS1, Machado MA1, Alvim CG1, Gontijo ED1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A educação médica contemporânea deve estimular a autonomia do aluno no que se refere à evolução das competências clínicas. Relatamos aqui a experiência desenvolvida ao longo de 2012 e 2013, sobre um sistema de avaliação integrada aplicado ao final do terceiro ano de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Objetivos: Identificar áreas do conhecimento médico em que o desempenho dos alunos é insatisfatório e sua capacidade de raciocínio clínico. Verificar, ainda, a efetividade e a aceitação de ferramentas avaliativas integradas implantadas na graduação. Metodologia: A Avaliação Integrada é composta por um seminário e uma prova final, abordando todas as disciplinas do terceiro ano. O seminário é baseado na discussão de casos clínicos, focados no raciocínio clínico, trabalho em equipe, habilidades de comunicação e integração de conteúdo. A prova demanda associação de temas e elaboração de raciocínio abrangente através de questões discursivas e de múltipla escolha. Os alunos relataram a sua impressão da avaliação posteriormente. Essa retroalimentação e os dados quanto ao desempenho na prova foram então analisados. Resultados: Entre os 329 alunos avaliados, 85% sentiram-se motivados a participar de Avaliação Integrada e 90% concordaram que o sistema contribuiu para o desenvolvimento do raciocínio clínico. 82% trabalharam bem em equipe. As notas do exame final obedecem a uma distribuição gaussiana. Discussão: Foi possível apontar as lacunas de conhecimento e analisar a evolução do raciocínio clínico dos alunos até a metade do curso médico. A Avaliação Integrada mostrou-se eficiente na associação de várias áreas do conhecimento e pode ser considerada uma importante ferramenta educacional. Conclusão: A abordagem integrada é bem avaliada pelos estudantes e ajuda a formar um aluno crítico, enquanto estimula uma abordagem interdisciplinar e o aperfeiçoamento de competências médicas. Palavras-chave: Educação Médica, Interdisciplinaridade, Competências Clínicas. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 39 PO13 - AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ALTERAÇÕES HORMONAIS, EM MULHERES NO MENACNE COM DISFUNÇÃO SEXUAL Silva DNR1, Vale FBC1, Geber S1 Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A disfunção sexual feminina (DSF) é uma desordem do interesse sexual, da excitação subjetiva e genital, do orgasmo e/ou dor/dificuldade para permitir a relação sexual. Tem-se conhecimento que hormônios estão envolvidos nos na modulação da resposta sexual. Objetivo: Avaliar a frequência das alterações dos níveis de prolactina, hormônio estimulante da tireoide (TSH), testosterona total, globulinas ligadoras dos hormônios sexuais (SHBG) e no índice de testosterona livre em mulheres no menacme, com disfunção sexual do desejo, excitação, orgasmo e vaginismo/dispareunia. Metodologia: Estudo transversal, incluindo 60 mulheres atendidas no Hospital das Clínicas da UFMG, no período de março de 2011 a agosto de 2012. Para diagnóstico da disfunção sexual foi utilizado anamnese dirigida padronizada e solicitado às pacientes exames para a identificação do perfil hormonal para níveis séricos de prolactina, TSH, testosterona total, SHBG e testosterona livre calculada. Resultados: Dos 60 pacientes selecionadas, 71,7% apresentaram o diagnóstico do Distúrbio do Desejo Sexual Hipoativo (HSDD), 15% Anorgasmia e 3,3% apresentaram Disfunção da Dor Sexual. Das 5 pacientes com disfunção da dor sexual, 3 (5%) apresentavam dispareunia e 5 (8,3%) vaginismo. Das mulheres com HSDD, 20,9% tinham níveis séricos baixos de Testosterona Total. Foram observados níveis baixos de Testosterona Livre em 53,5% das pacientes com HSDD, em 55,6% das pacientes com Anorgasmia e em 40% das pacientes com vaginismo. Os níveis séricos de prolactina estavam elevados em 16,3 % das pacientes com HSDD. Os níveis séricos de TSH estavam elevados em 7% das pacientes com HSDD. Conclusão: Existe uma importante associação entre a Síndrome de Insuficiência Androgênica Feminina e a DSF. Palavras-chave: Menacne, Disfunção sexual, Insuficiência Androgênica. E-mail: [email protected] PO14 - BENZODIAZEPÍNICOS E QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Maia DF1, Lima PA1, Tavares AR1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: Os problemas de saúde fazem do idoso uma pessoa frágil e suscetível a enfermidades, que outrora não seriam problemas – gripes, diarreias e quedas, por exemplo. A suscetibilidade às quedas ainda aumenta quando alguns dos fármacos podem aumentar a fragilidade do idoso, como os benzodiazepínicos, largamente discutidos na literatura. Objetivo: verificar se a utilização do fármaco resulta no aumento de quedas entre idosos. Metodologia: Os moradores do Lar de Idosos São José foram divididos em dois grupos: idosos que fazem uso de benzodiazepínicos e idosos que não fazem uso de benzodiazepínicos e seus prontuários foram consultados para verificar a ocorrência de queda entre eles e comparar em qual dos grupos esse evento é mais frequente. Resultados: Dezesseis idosos fazem uso de benzodiazepínicos diariamente e, destes, oito apresentaram queda no último ano, uma porcentagem de 50%. Dentre os vinte e três idosos que não usam benzodiazepínicos diariamente, seis apresentaram quedas no último ano, correspondendo a 26,08% da população. Discussão: O uso de benzodiazepínicos podem gerar efeitos indesejados, os quais podem ocorrer mesmo com o uso de doses terapêuticas. São eles: graus variados de tonteira, lassitude, tempo de reação aumentado, falta de coordenação motora, comprometimento das funções mental e motora, confusão, amnésia anterógrada, e alterações nos padrões de sono. Esses efeitos são os mais prejudiciais em idosos e constituem fator importante no aumento do risco de queda. Conclusão: O uso contínuo de benzodiazepínicos está associado ao aumento da frequência de quedas em idosos. Assim, é necessária a prescrição consciente dessa classe de fármacos aos idosos, a fim de evitar danos ao organismo, maiores gastos com a saúde e a invalidez ou asilamento precoces dos idosos. Palavras-chave: benzodiazepínicos, quedas, idosos institucionalizados. E-mail: [email protected] PO15 - CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA: ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS Dias VA1, Esteves WAM2 Instituições: 1Universidade de Itaúna, 2Hospital Vera Cruz Introdução: A Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva (CHMO) é uma doença de caráter genético, com prevalência na população geral de 1:500. Caracteriza-se por hipertrofia idiopática assimétrica do ventrículo esquerdo (VE), acometendo principalmente o septo interventricular (SIV). As manifestações clínicas são variáveis e decorrem da hipo-diastolia secundária à disfunção diastólica e à obstrução dinâmica da via de saída do VE. A terapia inicial com fármacos inotrópicos negativos pode ser ineficaz e, nos casos refratários, são utilizadas terapias não farmacológicas que incluem alcoolização septal, miectomia cirúrgica e implante de marca-passo. Objetivos: Apresentar e discutir as modalidades de tratamento não medicamentoso na CMHO. Discussão: A miectomia cirúrgica consiste na ressecção cirúrgica do SIV com melhora dos sintomas, sendo indicada em pacientes jovens. A alcoolização septal caracteriza-se por embolização com solução alcoólica de um ramo septal da artéria descendente anterior, reduzindo a espessura da parede do SIV. Deve ser realizada por profissionais experientes em pacientes que tenham anatomia favorável para reduzir o risco de arritmia ventricular e bloqueio cardíaco. Os estudos têm apontado que ambas as abordagens supracitadas para a modificação septal têm segurança e efetividade semelhantes, o que contribui para controvérsias de qual seria o padrão-ouro de tratamento. O implante de marca-passo pode ser benéfico para alguns pacientes reduzindo até 40 a 51% no gradiente intraventricular, mas seus benefícios sintomáticos e funcionais foram pouco evidentes nos ensaios realizados, o que tem limitado seu uso na prática. Considerações finais: A inexistência de estudos randomizados limita a definição de qual seria a melhor forma de tratamento não farmacológico. Assim, há necessidade de estudos que analisem a eficácia e esclareçam a indicação dessas terapias nos pacientes com CMHO. Palavras-chave: cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, miectomia cirúrgica, alcoolização septal. E-mail: [email protected] 40 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO16 - COMO A BIÓPSIA DO LINFONODO SENTINELA (BLS) É APLICÁVEL E ACURADA NO ESTADIAMENTO DO MELANOMA DE CONJUNTIVA (MC) Cardoso FM1, Bretas GO1, Kansaon MJM2, Wainstein AJA 2 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2ONCAD – Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo Introdução: O MC é um tumor raro, representando menos de 1% dos tumores malignos do olho. Porém, apresenta altas taxas de mortalidade (20% em 10 anos). Seu principal tratamento consiste em excisão da lesão com margem ampla e livre. A indicação da BLS ajuda no estadiamento e na definição de prognóstico do tumor. Objetivos: Descrever a metodologia da BLS em quatro casos de MC e estabelecer rotinas e indicações para essa ferramenta propedêutica nesses casos. Relato de Caso: Foi realizada a BLS em quatro pacientes diagnosticados com MC e associados a prática com a literatura publicada nesse assunto. Todos os pacientes apresentavam uma lesão melanocítica de crescimento rápido no olho. Eles foram submetidos à biópsia incisional e a histopatologia confirmou o diagnóstico de melanoma. Portanto, foi decidido por realizar a BLS juntamente com excisão cirúrgica ampla. Os pacientes foram submetidos à linfocintilografia para localizar o linfonodo sentinela (LS). Na sala cirúrgica, o Gamma Probe foi utilizado para localizar exatamente o LS e retirá-lo. A imunoistoquímica foi realizada com S100, HMB45 e Melan A. Discussão: A técnica no LS foi exequível em 100% dos quatro pacientes, com a identificação precisa do LS utilizando corante azul patente e marcadores radioativos. Todos os LS analisados foram negativos à histologia e à imunohistoquímica. Nenhum dos pacientes apresentou recorrência local ou regional. Considerações finais: Se, na BLS, o LN não possuir metástases, o paciente é poupado da linfadenectomia radical, mas, se não for, o paciente deverá ser submetido à linfadenectomia regional. Palavras-chave: melanoma, conjuntiva, biópsia de linfonodo sentinela. E-mail: [email protected] PO17 - DELEÇÃO DA INTERLEUCINA-4 INIBE A DEPLEÇÃO DE GLUTATIONA E REDUZ LESÃO HEPÁTICA POR PARACETAMOL Pires AD1, Marques PE1, Amaral SS1, Pereira RVS1, Ferreira LG1, David BA1, Menezes GB1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A Falência Hepática Aguda (FHA) é um quadro associado a altos níveis de morbi-mortalidade e a grande ônus para o sistema de saúde. Uma das causas em ascendência para a FHA é a overdose por Paracetamol (APAP), a qual apresenta patogênese associada à ativação do sistema imune. Portanto, o estudo do papel da Interleucina-4 (IL-4) se torna relevante na exacerbação da lesão hepática inicial. Método: Overdose oral de APAP (dose 200 – 500mg/kg) em camundongos convencionais (WT) e em IL-4 nocautes (IL-4 -/-). A lesão hepática foi quantificada por meio da análise dos níveis séricos de alanina-aminotransferase (ALT) no soro e pelo infiltrado neutrofílico no parênquima hepático (quantificação mieloperoxidase (MPO)). Quantificação direta de macrófagos no fígado (mensuração de N-acetilglicosamina (NAG)) e avaliação metabólica da intoxicação (mensuração de glutationa – GSH). Análise histológica e in vivo (microscopia intravital) do tecido hepático. Resultados: A administração de APAP em baixas doses (200mg/Kg) não causa dano hepático, ao passo que nas demais doses uma extensa necrose é observada e confirmada por histologia. Animais WT tratados com APAP apresentam elevados níveis séricos de ALT e MPO, de forma dose dependente. Animais IL-4 -/- apresentam maior sobrevida, associada a baixos níveis séricos de ALT e à inibição da depleção dos níveis de GSH. Além disso, o grupo WT apresenta aumento da atividade de NAG, ao contrário do grupo nocaute. Discussão: A redução dos níveis de ALT confirma a proteção dos animais IL-4 -/- quando analisado em concomitância com altos níveis de sobrevivência do grupo, assim como redução das zonas de necrose no fígado. Tal fato se justifica pelo atraso na depleção dos níveis de glutationa, implicando em maior metabolização do APAP. Conclusão: A produção da Interleucina-4 consiste no elo entre a resposta imune e metabólica durante a FHA induzida por Paracetamol, podendo ser uma via de intervenção nos pacientes com tal quadro. Palavras-chave: Interleucina-4, Falência hepática, Glutationa. E-mail: [email protected] PO18 - DEPRESSÃO E ABUSO DE SUBSTÂNCIAS ENTRE MÉDICOS Silva SM1, Vilela L1, Castro JO1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: Enfrentados silenciosa e solitariamente por grande parte dos médicos, os transtornos mentais e problemas relacionados ao abuso do álcool e de outras drogas apresentam alta incidência nesse meio, mostrando-se como tema que merece a mais ampla discussão. Aqui, temos por objetivo apresentar a frequência destes transtornos, explicitando a relação entre eles. Método: Foram utilizados artigos publicados por especialistas, periódicos da ABP, CFM, reportagens e depoimentos. Discussão: É um consenso que a profissão médica apresenta, em si, um conjunto de estressores que acompanham os médicos em seu cotidiano: alta carga de trabalho, privação de sono, convivência com a dor, possibilidade do erro, etc. Alguns autores vão além: afirmam que os médicos tendem a escolher a profissão por temerem a própria morte. Para eles, o exercício da medicina seria a concretização da onipotência, em que o profissional é capaz de curar, retardar ou anular a ameaça de morte. No entanto, a realidade da limitação frente à morte gera culpa, angústia, ansiedade e frustração devido à necessidade de enfrentar seus medos na prática diária. O estresse, somado a quaisquer problemas pessoais, pode culminar em depressão, abuso de álcool e de outras drogas, além do suicídio – que tem maior incidência entre os médicos do que em qualquer outra profissão. Pesquisas da UNIFESP corroboram este olhar, mostrando que em um grupo de 192 médicos 67,7% foram diagnosticados com algum transtorno mental acompanhado de dependência de álcool ou de outras drogas. Conclusão: Dados como esse explicitam a gravidade da situação e também a associação entre os transtornos mentais e o abuso de substâncias entre médicos, riscos a que estão sujeitos tanto no nível físico quanto emocional. Palavras-chave: Médicos, uso de substâncias, dependência, saúde mental E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 41 PO19 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES DEMENCIAIS Faria ARV1, Tavares AER1, Mesquita LA1, Faria ARV1, Caramelli P1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: Amparado pela maior expectativa de vida, o número de brasileiros acima de 65 anos deve praticamente quadruplicar até 2060. Esta tendência faz com que a Medicina se volte cada vez mais para as patologias que acometem indivíduos nas fases pré-senil e senil, dentre as quais as Síndromes Demenciais têm papel de destaque. As Síndromes Demenciais são caracterizadas pela presença de déficit progressivo na função cognitiva, com maior ênfase na perda de memória, e interferência nas atividades sociais e ocupacionais. Objetivo: Revisar os diversos diagnósticos reunidos sob a denominação de “Síndromes Demenciais”. Discussão: O diagnóstico diferencial das demências deve, primeiramente, identificar os quadros secundários a outras patologias, de etiologias diversas, tais como alterações metabólicas, intoxicações e infecções. Nas demências degenerativas primárias e nas formas vasculares, o diagnóstico etiológico carrega implicações terapêuticas e prognósticas. Dentre os principais quadros demenciais, devem ser destacados: 1 – Doença de Alzheimer: responde por cerca de 60% de todas as demências, o que a torna sua principal causa. Quanto ao curso clínico, apresenta-se com início insidioso e deterioração progressiva. O prejuízo de memória é o evento clínico de maior magnitude. 2 – Demência vascular: É largamente aceito que as doenças cerebrovasculares possam ser responsáveis pelo desenvolvimento de quadros demenciais. As demências vasculares constituem a segunda maior causa de demência. Ainda não há consenso sobre os mecanismos fisiopatológicos exatos que levam à demência. 3 – Demência frontotemporal: caracteriza uma síndrome neuropsicológica marcada por disfunção dos lobos frontais e temporais, geralmente associada à atrofia dessas estruturas, e relativa preservação das regiões cerebrais posteriores, levando a mudanças significativas na personalidade e na linguagem do indivíduo. Considerações finais: Sabe-se que o diagnóstico definitivo da maioria das síndromes demenciais depende do exame neuropatológico. Porém, uma avaliação clínica cuidadosa associada a determinações bioquímicas e de neuroimagem, podem possibilitar maior acurácia no diagnóstico. Inovações tecnológicas servindo-se de métodos de neuroimagem estrutural e funcional, bem como de técnicas de biologia e genética molecular, têm apresentado perspectivas para o diagnóstico precoce das demências, particularmente da Doença de Alzheimer. Palavras-chave: Síndromes Demenciais, Neurologia, Neuropatologia. E-mail: [email protected] PO20 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA GRAVIDEZ Pereira AL1, Fagundes MR1, Ribeiro LMG1, Caetano RM1, Tafuri M2 Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Maternidade Santa Fé Introdução: As síndromes hipertensivas da gravidez são frequentes e apresentam grande variabilidade de apresentação: hipertensão crônica, hipertensão gestacional, pré-eclampsia, pré-eclampsia sobreposta a hipertensão crônica e eclampsia. Suas complicações são a principal causa de morte materna no Brasil atualmente, e a grande maioria dessas possuem tratamento e prevenção eficaz. Dessa forma, o diagnóstico adequado, realização de pré-natal eficiente e encaminhamento a serviço especializado são essenciais para melhora das condições materno-fetais e diminuição da morbidade e mortalidade decorrentes dessas patologias. Objetivos: Identificar e classificar as principais síndromes hipertensivas da gravidez, assim como definir a conduta mais adequada para cada caso. Discussão: O diagnóstico diferencial das síndromes hipertensivas da gravidez é: 1- hipertensão crônica (aumento de PA maior que 140/90 em duas medidas anteriores ou diagnosticada com menos de 20 semanas de gestação na ausência de doença trofoblástica); 2- hipertensão gestacional (presença de aumento de PA sem proteinúria após 20 semanas de gestação); 3- pré-eclampsia (Leve: PA maior que 140/90 em duas medidas e proteinúria maior que 300mg/24hs. Grave: PA maior que 160/110 ou proteinúria maior que 2g/24hs ou creatinina maior que 1,2 ou presença de sintomas ou síndrome HELLP); 4- pré-eclampsia sobreposta a hipertensão crônica (aumento de PA com surgimento de proteinúria após 20 semanas de gestação); 5- eclampsia (presença de convulsões em gestantes com pré-eclampsia). Considerações finais: Síndromes hipertensivas na gravidez são a principal causa de morte materna no Brasil, seguida pelas síndromes hemorrágicas e as infecções. Seu diagnóstico precoce é muito importante e a eclampsia, principal complicação, é evitável e possui tratamento eficaz desde que diagnosticada precocemente. Palavras-chave: Gravidez, Hipertensão. E-mail: [email protected] PO21 - DIETA EXTENSAMENTE AQUECIDA NO TRATAMENTO DA ALERGIA ALIMENTAR Pena BM1, Rocha CL1, Krein TLS1, Silva FM2 Instituições: 1Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais, 2Hospital Infantil João Paulo II Introdução: A hipersensibilidade alimentar é definida como uma reação clínica adversa reproduzível após ingestão de proteínas alimentares, mediada por resposta imunológica anormal. As reações de hipersensibilidade podem ser mediadas ou não pela IgE. Cerca de 90% das reações alérgicas são causadas por oito principais alimentos: leite de vaca, ovo, amendoim, nozes, soja, trigo, peixe e crustáceos. O processamento térmico dos alimentos é um elemento importante no tema porque o calor induz alterações estruturais nas proteínas e assim, mudanças em sua natureza alergênica. Objetivos: Estudar alergia alimentar e o impacto do tratamento com dieta extensamente aquecida, mediante análise de artigos científicos, livros e publicações recentes. Discussão: A estrutura da proteína, propriedades intrínsecas, a composição global e o processamento sofrido pelo alimento influenciam o potencial alergênico do alimento. O processamento do alimento pode diminuir a alergenicidade da proteína de várias maneiras. Reações químicas entre proteína, gordura e açúcar na matriz do alimento podem levar a uma menor disponibilidade da proteína para o sistema imune. Com isso, o sistema imune gastrointestinal teria dificuldade de reconhecer a proteína em questão, diminuindo a possibilidade de se desenvolver sintomas clínicos. Considerações finais: A importância do aquecimento vai além da questão de qual proteína é mais ou menos alergênica, pois tem impacto na criação de novas dietas protéicas, novos ingredientes e criação de novos métodos de processamento, que podem diminuir a alergenicidade dos alimentos. Palavras-chave: Alergia Alimentar, Dieta Extensamente Aquecida, Crianças. E-mail: [email protected] 42 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO22 - DISTRIBUIÇÃO DAS DÚVIDAS DE ALUNOS EM INTERNATO RURAL DE ACORDO COM ESPECIALIDADE MÉDICA Santos RC1, Santos AF1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Objetivo: Durante o período de internato rural, os alunos em seus heterogêneos atendimentos são questionados acerca de assuntos diversos e sobre os quais, muitas vezes, ainda não se sentem seguros para uma resposta definitiva. Para isso, o serviço de telemedicina da UFMG disponibiliza um canal de comunicação entre alunos participantes do internato rural e os professores orientadores no qual as dúvidas são esclarecidas. Para que tal programa seja aprimorado, fez-se necessário descobrir quais as temáticas/especialidades das perguntas são mais frequentes possibilitando aprimorar a distribuição de colaboradores disponíveis assim como uma melhor preparação dos alunos antes de partirem. Para isso foi proposto pelo Departamento de Medicina Preventiva e Social, por meio da professora Alaneir de Fátima dos Santos, uma pesquisa teórica no material já coletado por esse departamento. Essa é uma etapa de um amplo trabalho descritivo no qual ainda pertencerá a separação por temática dentro de cada especialidade. Metodologia: Essa pesquisa baseou-se nos dados obtidos no setor de medicina preventiva e social, em programa Planilha do Microsoft Office Excel 97-2003 (.xls) o qual contém nome do aluno participante do internato rural, sua formação acadêmica em curso, data, assim como a dúvida em formato de pergunta e especialidade capaz de respondê-la. Resultado: Foi observado que de 2659 perguntas enviadas no ano de 2012 pelos alunos, 614 foram de dermatologia, 311 de clínica médica, 227 ginecologia e obstetrícia, 157 cardiologia, 109 endocrinologia, com 1241 perguntas de outras especialidades. Conclusão: As dúvidas mais frequentes foram de dermatologia, seguidas por clínica médica e Ginecologia e obstetrícia e cardiologia. Assim pode ser questionado o porquê de tais especialidades serem mais frequentes, assim como colabora para uma melhor distribuição dos orientadores e melhor preparação dos alunos para iniciarem o programa de internato rural. Palavras-chave: DMPS, Internato rural, UFMG. E-mail: [email protected] PO23 - DOENÇA FALCIFORME NA GESTAÇÃO: COMPLICAÇÕES NO BINÔMIO MATERNO-FETAL Cunha ACNP1, Araújo ACRA1, Di Flora ALM1, Silva LF1, Ozanan GC1 Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A doença falciforme é um grupo de doenças genéticas que têm em comum a hemoglobina S. Os eritrócitos falcizados promovem vaso-oclusão e dano tecidual, e sua destruição precoce provoca anemia hemolítica. As gestações apresentam morbidade materno-fetal significativa e estas, em parte, estão associadas a demanda metabólica, ao estado de hipercoagulabilidade e a estase vascular típicos da gestação. Objetivos: Revisão de literatura acerca das complicações materno-fetais na gestação complicada pela doença falciforme. Discussão: A vaso-oclusão característica da doença pode ocorrer na placenta, causando a redução do O2 na circulação placentária e sua liberação diminuída para o feto. Por isso, observa-se uma maior incidência abortamento, parto prematuro, restrição do crescimento intrautero, natimortalidade, baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia. Assim, é mandatória uma propedêutica fetal adequada. A gestação também pode apresentar impacto negativo para a doente falciforme. São relativamente comuns pré-eclâmpsia, crises álgicas, infecções urinárias e puerperais, piora da anemia e agravamento das lesões ósseas e retinopatia. Pode ocorrer ainda sepse e síndromes torácicas agudas. A gestante falciforme não apresenta indicação formal de transfusões sanguíneas profiláticas de rotina, mas para os pacientes com complicações graves elas são uma importante terapêutica. Conclusão: Na gestação falciforme é importante rastrear complicações maternas, tratando-as de forma precoce, agressiva e eficaz. É importante ainda rastrear aloimunização materna. É essencial rastreamento ultrassonográfico do crescimento e vitalidade fetal. O acompanhamento por equipes multidisciplinares, o cuidado pré-natal criterioso, a instituição de medidas educativas e a disponibilidade de serviço hospitalar especializado no atendimento dos drepanocíticos são estratégias fundamentais na redução da morbi-mortalidade materno-fetal. Palavras-chave: Doença falciforme, gravidez, aloimunização E-mail: [email protected] PO24 - EXISTE DIFERENÇA DE SOBREVIDA GLOBAL ENTRE PACIENTES COM MELANOMA COM SÍTIO PRIMÁRIO CONHECIDO COMPARADO AOS PACIENTES COM MELANOMA PRIMÁRIO DESCONHECIDO? Cardoso FM1, Bretas GO1, Kansaon MJM2, Bittencourt FV2, Wainstei AP2, Santos FAV2, Wainstein AJA 2 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais, 2ONCAD – Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo Introdução: O melanoma é essencialmente cutâneo. Em alguns pacientes, não é possível determinar a localização do tumor primário. A incidência de melanoma com sítio desconhecido varia de 1 – 15%. Objetivos: Determinar se há diferença de sobrevida entre os pacientes com melanoma primário conhecido comparado aos pacientes com sítio desconhecido. Metodologia: Realizamos uma análise retrospectiva de 262 pacientes com melanoma e identificamos 12 casos de melanoma com sítio primário desconhecido e metástases para diferentes sítios. Resultados: Os dados apresentados são referentes aos 12 pacientes com sítio desconhecido. O principal sítio de metástases é o linfonodo (50%) – linfonodos inguinais (25%), axilar (16%) e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares foram encontrados em 3 pacientes (25%). Metástases para fígado, osso e pele foram observados em um caso cada (8,3%). Discussão: Após o diagnóstico das metástases, de acordo com a literatura, a sobrevida global dos pacientes com sítio desconhecido é comparável à sobrevida dos pacientes com melanoma de sítio conhecido quando relacionadas aos mesmos tipos de metástases. Em nossos dados, mesmo pacientes que inicialmente se apresentavam com melanoma estadio III com primário desconhecido tiveram um prognóstico pior porque a maioria era IIIc ao diagnóstico enquanto que na literatura os pacientes eram diagnosticados como IIIa ou IIIb. Conclusão: A evolução clínica dos pacientes metastáticos com melanoma desconhecido é semelhante aos pacientes com lesão primária conhecida. O maior fator determinante do curso clínico e do prognóstico é a localização das metástases. Palavras-chave: melanoma, sobrevida, sítio primário conhecido E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 43 PO25 - FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CAROTÍDEA E OCLUSÃO BILATERAL DE ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA: RELATO DE CASO Reggiani TAS1, Santana HDAS1, Moreira PM1, Pimentel CCSB1, Ulhoa SF1 Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior Introdução: A aterosclerose é uma doença degenerativa multicausal, com incidência em mais de 50% da população adulta mundial. A artéria carótida é um dos segmentos arteriais mais acometidos, sendo responsável por cerca de 90% das doenças cerebrovasculares extracranianas. Objetivo: Esclarecer achados clínicos, laboratoriais e em exames de imagem que justifiquem o rastreamento de doença aterosclerótica carotídea. Relato de Caso: Paciente, 65 anos, apresentou queixa de ansiedade há 03 anos. Queixou-se ainda de cefaleia focal variável, iniciada há aproximadamente 10 anos. Quanto à presença de patologias pregressas, relatou diagnóstico de Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus tipo II há 04 e 03 anos, respectivamente. No ano de 1999, a mesma paciente apresentou quadro súbito de perda de força muscular em membro superior direito, associado a parestesia em mesmo membro, sendo que nesse período foi realizada TC de crânio, cujo laudo evidenciou lesões isquêmicas cerebrais. Destaca-se a ausência de outras medidas propedêuticas para investigação etiológica do episódio, sendo realizado, apenas no ano de 2002, Duplex scan de carótidas e vertebrais, que mostrou lesões ateroscleróticas carotídeas bilaterais. No ano de 2006 realizou angiografia de carótidas e vertebrais, que evidenciou oclusão de aa. carótidas internas bilaterais. Ao exame psíquico, constatou-se desorientação temporal, hipomnésia de evocação e fixação, linguagem e pensamento com curso lentificado. Foi realizado ainda o Mini-exame do estado mental (MEEM), com total de 17 pontos. Discussão: Idade (> 64 anos), gênero, valor da pressão arterial, colesterolemia, baixos níveis de HDL e elevados níveis de triglicerídeos indicam risco e justificam o rastreamento para doença aterosclerótica. História de acidente vascular cerebral, coronariopatia isquêmica, precordialgia, obesidade e tabagismo também são fatores fortemente relacionados. Palavras-chave: Aterosclerose, Artéria carótida, Doenças cerebrovasculares. E-mail: [email protected] PO26 - FISIOPATOLOGIA DA FEBRE REUMÁTICA - REPERCUSSÕES CARDÍACAS DA DOENÇA Silva SOS1, Sasdelli IM1, Sampaio MM1, Carvalho RS1, Prado FL1 Instituições: 1Faculdade de Ciencias Medicas de Minas Gerais Introdução: O coração é uma bomba que funciona por ciclos cardíacos, que é um conjunto de eventos que ocorrem do início de um batimento cardíaco até o início do próximo, em que as valvas átrio ventriculares impedem o refluxo sanguíneo dos ventrículos para os átrios durante a sístole ventricular e as valvas semilunares evitam o refluxo das artérias pulmonares e da aorta para os ventrículos durante a diástole. O coração pode ser acometido pela febre reumática, que é doença inflamatória não-supurativa, auto-imune, secundária a um quadro de faringoamigdalite, gerado por infecção pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, sendo que a sequela mais significativa da doença é a doença valvular fibrótica deformante, que produz disfunção permanente e insuficiência cardíaca grave, a febre reumática é avaliada de acordo com os critérios de Jones. Objetivos: Discutir a fisiopatologia da febre reumática com enfoque nas repercussões cardíacas. Discussão: A cardite é a manifestação mais grave da doença, sendo que o quadro clínico e o prognóstico da febre reumática são determinados pelas lesões das valvas cardíacas. A valva mitral é a mais comumente lesada. De acordo com a gravidade do comprometimento cardíaco, a cardite pode variar desde a forma subclínica até a fulminante. O ecocardiograma é um método diagnóstico indispensável, por permitir analise detalhada das lesões cardíacas e detecção de anormalidades valvares em pacientes sem apresentação clínica de cardite. O tratamento da cardite baseia-se no controle do processo inflamatório, dos sinais de insuficiência cardíaca e das arritmias. A cirurgia cardíaca pode ser necessária para reparar ou substituir as valvas cardíacas em pacientes com lesão grave. Considerações finais: A detecção precoce da infecção por estreptococos, juntamente com exames de diagnóstico, tratamento adequado e continuado proporcionam melhor qualidade de vida para os pacientes com essa afecção. Palavras-chave: Fisiologia Cardíaca, Febre Reumática, Alterações Cardíacas. E-mail: [email protected] PO27 - HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA FISIOPATOLOGIA Alvarenga PPM1, Pires PH1, Gazzola LPL1 Instituições: 1UNIBH Introdução: A hemocromatose hereditária (HH) é doença genética provocada por mutações nos genes que codificam proteínas relacionadas à homeostase do ferro, resultando no acúmulo excessivo do íon no organismo, em órgãos como fígado, pâncreas e coração. Apesar de se reconhecer quatro tipos de HH, será abordada a HH tipo 1, uma herança monogênica autossômica recessiva, que afeta o gene que codifica a proteína HFE. Entretanto, a base de dados da OMIM reconhece atualmente outros três tipos de HH: Tipo 2 ( subtipos A e B), Tipo 3 e Tipo 4. Objetivos: Apresentar a hemocromatose hereditária, que, mesmo sendo uma doença genética frequente, principalmente em homens caucasianos, ainda é pouco discutida no meio acadêmico. Discussão: O corpo humano não possui nenhum mecanismo específico de excreção de ferro, sendo sua concentração regulada por enzimas que realizam a absorção através da mucosa duodenal, como o produto do gene HFE, uma glicoproteína transmembrana que controla a endocitose do mineral. Havendo mutação no gene HFE, os níveis funcionantes dessa proteína estão diminuídos, o que, por sua vez, reduz a expressão de Hepcidina, um peptídeo inibitório da absorção intestinal de ferro. Assim, a absorção de ferro pelo organismo será intermitente, levando ao lento e progressivo acúmulo nos tecidos, com consequentes depósitos teciduais difusos de hemossiderina, cirrose e fibrose pancreática. Considerações finais: O estudo da patologia é de suma importância, visto que, diagnosticada precocemente, propicia ao paciente tratamento adequado, diminuindo assim as complicações clínicas causadas pela doença, como carcinoma hepatocelular, diabetes e disfunção cardíaca. Palavras-chave: Hemocromatose Hereditária, Homeostasia, Lesões Teciduais. E-mail: [email protected] 44 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO28 - HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA AGUDA DE ORIGEM ANEURISMÁTICA Lima PS1, Camarinha BC1, Silva LD1, Oliveira MM1, Barros GDVM1 Instituições: 1Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Introdução: A hemorragia subaracnoidea (HSA), condição na qual o sangue invade o espaço subaracnoide, é responsável por 5% de todos os casos de acidentes vasculares cerebrais (AVC). A incidência aumenta com a idade e é mais frequente nas mulheres, sendo que, diferente dos outros AVC’s, não diminuiu nos últimos anos. Hoje a taxa de mortalidade está estimada em 50% – 10 a 15% dos pacientes morrem antes do atendimento médico. Neste trabalho, a ênfase será a HSA devido ao rompimento de aneurismas que é a causa mais comum de HSA espontâneo. Objetivo: Levar ao conhecimento da comunidade acadêmica aspectos da hemorragia subaracnoidea aguda, como incidência, manifestações clínicas, tratamento e prognóstico, demonstrando a importância do diagnóstico e tratamento precoce uma vez que esta é uma doença de alto índice de mortalidade. Discussão: A HSA começa habitualmente por uma cefaleia abrupta, em 80% dos pacientes – a pior que já sentiram – seguida por rigidez de nuca. Sintomas menos comuns são vômitos, alteração do nível de consciência e déficits neurológicos focais. Alguns pacientes, apresentam ainda, a cefaleia sentinela, atribuída a pequenas hemorragias vindas do aneurisma. Esta precede a HSA e seu diagnóstico pode salvar a vida do paciente. A realização de uma tomografia computadorizada (TC) não contrastada é a primeira medida diagnóstica em pacientes com suspeita de HAS. Quando os achados na TC são normais a punção lombar é indicada. A angiografia cerebral é o padrão ouro para o diagnóstico, porém nem sempre é necessária. Seu tratamento inicial visa reduzir a lesão cerebral em evolução, alterações no estado mental e o risco de um novo sangramento antes de um procedimento de reparo efetivo. Nos quadros mais graves, devem-se assegurar a perfusão e a oxigenação adequadas do cérebro. O tratamento definitivo dos aneurismas é a excisão cirúrgica, e desde 1980 preconiza-se uma excisão imediata em 48 a 72h, que previne novos sangramentos e permite um tratamento agressivo do vasoespasmo. As complicações mais importantes são ressangramento, hidrocefalia e vasoespasmo. Alguns sobreviventes são incapacitados por alterações cognitivas. Considerações finais: Nos serviços de emergência a HSA ainda é subdiagnosticada. Dessa forma, é indispensável que esta patologia seja mais estuda para que complicações e sequelas sejam menos frequentes. Palavras-chave: Aneurisma, Hemorragia subaracnoide, Cefaleia. E-mail: [email protected] PO29 - HEPATITE AUTOIMUNE: EVOLUÇÃO CLÍNICA E RESPOSTA AO TRATAMENTO EM CRIANÇAS E ADULTOS Resende EL1, Guimarães LH1, Couto CA1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A hepatite autoimune (HAI) é uma doença inflamatória do fígado que cursa com destruição progressiva de seu parênquima e evolui – na ausência de tratamento adequado – para cirrose hepática. Tem sido descrita doença mais grave em crianças. Objetivo: Avaliar o quadro clínico, laboratorial, histopatológico e resposta ao tratamento, quanto à idade de início dos sintomas, maior ou menor de 16 anos. Metodologia: Estudo transversal, resultante da análise retrospectiva de dados e acompanhamento clínico prospectivo de 130 pacientes com HAI atendidos no HC-UFMG entre 1995 a 2013. Consideraram-se pacientes com idade acima de 16 anos adultos. Resultados: 72 pacientes (55,38%) eram adultos e 58 (44,62%) eram pediátricos (p=0,01). De 70 adultos, 63 (90%) tinham HAI Tipo 1,2 pacientes (2,86%) Tipo 2 e 5 (7,14%) HAI sem marcador; enquanto no grupo pediátrico, 39/54 (72,22%) pacientes eram do Tipo 1, 6 (11,11%) Tipo 2 e 9 (16,67%)sem marcador (p=0,03). 66/71 (92,96%) apresentaram alterações laboratoriais, comparado a 100% de 57 pacientes pediátricos (p=0,01). A cirrose ocorreu em 26/60 (43,33%) dos adultos e 30/42 (71,43%) das crianças (p=0,004). Quanto à resposta completa ao tratamento, ocorreu em 29/63 (46,03%) e 24/36 (66,67%) em adultos e crianças, respectivamente (p=0,04). 6/47 (12,77%) adultos recidivaram durante o tratamento, enquanto o mesmo ocorreu em 12/30 (40%) dos pacientes pediátricos (p=0,006). Discussão: Alterações clínicas no início da doença predominaram nas crianças; os adultos responderam pior ao tratamento. Isto sugere que há uma provável diferença na fisiopatologia autoimune da doença quanto à idade do paciente, o que influenciaria no seu prognóstico. Conclusões: A HAI ocorre em todas as faixas etárias, sendo a Tipo 1 predominante. Pacientes pediátricos apresentaram maior risco de apresentar alterações laboratoriais e cirrose na apresentação clínica, contudo, eles responderam melhor ao tratamento. A pesquisa segue em andamento. Palavras-chave: Hepatopatia, Hepatite Autoimune, Gastroenterologia. E-mail: [email protected] PO30 - INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA: AS DIVERSAS OPÇÕES DE TRATAMENTO Tavares AER1, Faria ARV1, Faria ARV1, Mesquita LA1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A insuficiência venosa crônica (IVC) é definida como uma anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso. Pode afetar o sistema venoso superficial, profundo ou ambos. Assim, compreende um conjunto de alterações que ocorrem na pele e no tecido subcutâneo decorrentes de uma hipertensão venosa de longa duração. Objetivo: Difundir ao acadêmico conhecimentos sobre o tratamento de uma morbidade que, apesar de bastante conhecida, ainda gera grandes impactos sobre a qualidade de vida do paciente e limitações de suas atividades laborais e de lazer. Discussão: O tratamento da IVC é bastante variado. Uma das opções mais difundidas são as meias elásticas de compressão graduada. Elas atuam através da diminuição no diâmetro do vaso, suprimindo ou atenuando o refluxo venoso. Já as cirurgias são indicadas na presença de refluxo em junção safeno-femoral ou safeno-poplítea e quando fica claramente demonstrado que esses troncos não representam via de maior importância no esvaziamento venoso. Atualmente o padrão-ouro para tratamento cirúrgico de varizes é a ligadura da crossa com fleboextração. Uma outra opção é a escleroterapia, podendo ser feita com soluções detergentes, compostas ou principalmente osmóticas. Elas causam lesão endotelial ou desidratação. A escleroterapia térmica ou fototermólise é executada devido ao menor coeficiente de absorção do sangue em relação a pele. Porém, depende do estado de bronzeamento e tipo de pele do paciente. Conclusão: Em se tratando de uma doença muito prevalente na população mundial, os argumentos sobre novas modalidades de tratamento devem estar bem fundamentados visto o fácil acesso aos meios de comunicação em massa presente nestes dias. Palavras-chave: Angiologia, Varizes, Insuficiência Venosa, Cirurgia Vascular, Escleroterapia, Meias Compressivas. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 45 PO31 - MECANISMOS DE REGRESSÃO NATURAL DE NEOPLASIAS Jansen PD1, Alvarenga JC1, Cassali GD1 Instituições: 1Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: O câncer é uma das doenças mais agressivas que atingem o ser humano, sendo seu tratamento um desafio da medicina atual. A remissão completa é o resultado ótimo esperado em qualquer terapia. Entretanto, alguns tipos tumorais podem apresentar regressão espontânea, sem o uso de fármacos ou intervenções cirúrgicas. Esse fato é mais observado em neoplasias benignas, embora existam relatos em neoplasias malignas. O mecanismo de regressão destes tumores não é completamente elucidado. Objetivos: Realizar uma revisão de literatura sobre regressão espontânea de tumores, através da descrição dos principais mecanismos elucidados, análises estatísticas e relatos de caso. Discussão: Segundo a literatura consultada, diferentes tumores apresentam mecanismos de regressão distintos, como: apoptose, resposta imune e capacidade proliferativa das células. Enquanto no hemangioma e mastocitoma, a involução está relacionada a mecanismos de apoptose, no histiocitoma, a regressão está relacionada com a resposta imune, com ativação de células TCD4+, observando-se denso infiltrado inflamatório. Já no papiloma, ocorre diferenciação terminal em queratinócitos, perdendo sua capacidade proliferativa; e no melanoma, a regulação gênica na fase proliferativa leva a regressão. No hepatocarcinoma, a involução está relacionada com hipóxia das células tumorais. Considerações finais: Diferentes tipos tumorais parecem apresentar diferentes mecanismos que determinam a sua regressão. Considerando que cada tipo tumoral apresenta evoluções diferentes, o “gatilho” que leva a involução ainda é desconhecido. O maior conhecimento dos mecanismos de regressão tumoral é fundamental para possibilitar o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Palavras-chave: Tumor, Regressão Espontanea, Involução de Tumores. E-mail: [email protected] PO32 - MELANOMA CUTÂNEO: SISTEMATIZAÇÃO DA BIÓPSIA NAS LESÕES PRIMÁRIAS Santos MR1, Sá MLL1, Salmen MS1, Santos LR1, Barbosa CA1 Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior Introdução: O melanoma cutâneo (MC) representa 6% dos tumores de pele, com 70. 000 casos novos/ano na população mundial. Por se tratar de tumor agressivo, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são as melhores abordagens para seu controle devido a altos riscos de metástases linfáticas e hematogênicas. O tumor apresenta a fase de crescimento radial, no qual a lesão ainda é plana, pequena e possui comportamento benigno; e a fase de crescimento vertical, de pior prognóstico, apresentando células malignas localizadas na derme reticular ou mesmo invadindo o subcutâneo. A impressão é de que 1/2 dos melanomas surge em associação com nevos preexistentes. Objetivos: Na vigência de lesão suspeita, realizamos biópsia que deve ser profunda o suficiente para o estadiamento baseado nos níveis de Clark e Breslow. Deve-se dar preferência à biópsia excisional para tumores com até 2 cm de extensão na superfície da pele, sendo que as margens devem ser entre 1-3 mm das bordas da lesão. Tumores em face, região palmar e plantar, subungueal e lesões maiores que 2,0 cm, deve-se realizar biópsia incisional. Discussão: A classificação de Breslow tornou-se mais prática que a de Clark, devido a maior reprodutibilidade e melhor correlação com o prognóstico. Sinais precoces em um nevo que podem sugerir malignidade são: variações de cor, prurido, aumento do tamanho, irregularidade das bordas e satelitose. Após a ressecção cirúrgica e confirmação histológica, procede-se o estadiamento para se definir a proposta terapêutica. Conclusão: O diagnóstico precoce e o adequado manejo da lesão inicial são, ainda, as melhores e únicas formas de se abordar o portador de melanoma. Palavras-chave: melanoma cutâneo. E-mail: [email protected] PO33 - NEUROIMUNOLOGIA, GENÔMICA FUNCIONAL E NEUROIMAGEM: UMA ABORDAGEM INTEGRADA NO ESTUDO DA FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DA EPILEPSIA REFRATÁRIA Mudado F1, Rosa D1, Martins L1, Torres J1, Costa B2, Shutze M1, Silva MAR1 Instituições: 1Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais, 2Clínica Neurocirúrgica da SCM-BH Introdução: A epilepsia é uma doença crônica, que atinge 50 milhões de pessoas no mundo e caracteriza-se por crises epilépticas repetidas, causadas por atividade elétrica excessiva de um grupo limitado de neurônios, com potencial de propagação. As crises são controláveis com o uso de medicamentos antiepilépticos, entretanto, cerca de 30% dos pacientes apresentam persistência das crises a despeito do tratamento. Objetivo: Estudar as interações clínicas, genético-ambientais, e neurobiológicas como fatores de risco ou proteção, no desenvolvimento da epilepsia, tendo como ponto de partida a associação entre neuroinflamação e a epilepsia do lobo temporal mesial. Investigar fenômenos neuroinflamatórios, expressão gênica e marcadores imunológicos centrais e periféricos em pacientes com epilepsia. Metodologia: Os pacientes são recrutados na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Todos têm diagnóstico de epilepsia fármaco-resistente e são submetidos à amigdalohipocampectomia. O recrutamento de controles acontece via Faculdade de Medicina da UFMG. Os pacientes são submetidos a exames de imagem: ressonância magnética pré-operatória e PET/CT, este último para a análise do metabolismo cerebral através de glicose marcada com fluor18. Além disso é feita a análise de citocinas por meio de citomertria de fluxo realizada seguindo o método de imunofluorescência. Resultados: Dados preliminares da citometria mostram não haver aumento nas citocinas avaliadas após estímulo, sugerindo um estado de hiperestimulação nos pacientes com Epilepsia Refratária. As análises de imagem estão em processamento. Discussão: Foi possível observar, até o momento, que o perfil imunológico destes pacientes não foi alterado após estímulo, sugerindo um estado de hiperestimulação. Conclusão: Por estas razões, novos modelos e abordagens inovadoras no diagnóstico e tratamento de pacientes com epilepsia refratária a medicamentos são necessários. Palavras-chave: Epilepsia, Tratamento Refratário na Epilepsia, Amigdalohipocampectomia. E-mail: [email protected] 46 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO34 - O ÍNDICE DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO CLIMATÉRIO E PÓS-MENOPAUSA UMA REVISÃO DE LITERATURA Godinho LMM1, Herculano BS1, Amorim MFFFM1, Rego MBA1, Prado FL1 Instituições: 1Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Introdução: As doenças cardiovasculares são as maiores causas de mortalidade por patologia determinada no mundo. No Brasil, correspondem a 34,2% das causas de mortalidade em mulheres, sendo consideravelmente superior se comparado, por exemplo, ao câncer de mama. Objetivo: Revisar estudos previamente realizados que abordaram as consequências cardiovasculares da queda estrogênica no organismo feminino no período do climatério e pós-menopausa. Discussão: Sabe-se que o estrógeno é um hormônio feminino que participa não só do desenvolvimento das características sexuais secundárias da mulher, mas possui também um importante efeito cardioprotetor. Foi corroborado que o estrógeno possui diversos mecanismos cardioprotetores, dentre eles a redução dos níveis séricos de LDL e VLDL, bem como o aumento dos níveis de HDL. Como ações não relacionadas ao metabolismo lipídico, destacam-se formação do complexo hormônio-receptor nos tecidos do sistema cardiovascular, modulação da expressão gênica das enzimas envolvidas na síntese do colágeno e da elastina, redução da formação dessas moléculas na matriz extracelular, aumento da formação vascular colateral com o aumento do fluxo sanguíneo arterial, melhorando a perfusão tecidual. Considerações finais: A perda dos mecanismos cardioprotetores estrogênicos está entre as principais mudanças fisiológicas que acometem as mulheres no período de interrupção do ciclo menstrual, e sua influência sobre a dinâmica cardiovascular merece ser objeto de maior número de pesquisas, visto que a relação entre queda hormonal e risco cardiovascular é ainda desconhecida por grande parte dos indivíduos. Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio, Climatérico, Menopausa. E-mail: [email protected] PO35 - O MEIO DIGITAL NA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE PEDIATRIA – PROJETO OBSERVATÓRIO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE / PEDIATRIA DE A A Z, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Cunha ACNP1, Cunha NNP1, Lucas DVDA1, Mota JAC1, Cunha KCMS1,2 Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Universidade José do Rosário Vellano Introdução: Atualmente milhares de pessoas acessam a Internet em todo o mundo, em busca de esclarecimento sobre dúvidas relacionadas à saúde. É essencial que essas informações sejam confiáveis, pois podem influenciar o comportamento do indivíduo e determinar um impacto sobre sua saúde. Nesse contexto, em 2010 o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, em seu projeto Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente, criou um ambiente interativo eletrônico, certificado por equipe de docentes, médicos e estagiários. Uma de suas seções é o Pediatria de A a Z, para divulgação de informações acerca de temas da área de Pediatria. O projeto tem apoio da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon)/ UFMG. Objetivos: Relatar experiência de projeto eletrônico — Pediatria de A a Z — para a divulgação e difusão de informações e orientações sobre a atenção à saúde da criança e do adolescente. Discussão: Estudo realizado por Pletneva et. al.1, ao verificar a tendência da postura do público em relação ao uso da Internet para fins de saúde, desde 1996, constatou que médicos e pacientes a consideram útil para facilitar a comunicação durante as consultas clínicas. Moretti et. al2 apontam que a maioria dos usuários pesquisados considera os sites com informações de especialistas os mais confiáveis. Tais informações reiteram a ideia de que se deve considerar como estratégia de melhoria da qualidade de informações a certificação de sites por especialistas. Assim, Pediatria de A a Z divulga conceitos em linguagem apropriada, com informações certificadas e essenciais ao cuidado de crianças e adolescentes. Considerações finais: Pediatria de A a Z, site certificado, é uma estratégia para que o público, na Internet, possa obter informações de saúde confiáveis. Está disponível em: http://www.medicina. ufmg.br/observaped/ Palavras-chave: Pediatria, Internet, Sites Certificados E-mail: [email protected] PO36 - O PAPEL DA CIRURGIA BARIÁTRICA NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO II Silva Junior RV1, Queiroz VBS1, Souza JKF2 Instituições: 1Unifenas-BH, 2Universidade Federal de Ouro Preto Introdução: A prevalência do Diabetes Mellitus tipo II (DM2) está aumentando em um ritmo alarmante. Mais de 1,1 bilhões de adultos em todo o mundo está com sobrepeso e desses, 312 milhões são obesos. Neste sentido, a divulgação de informações sobre o tema mostra-se de suma importância por permitir uma melhor compreensão sobre a problemática da DM2. Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica que apresente as técnicas de cirurgias bariátricas mais eficazes no tratamento de DM2. Metodologia: Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o impacto da cirurgia bariátrica no tratamento do DM2, utilizando as plataformas Scielo e Medline, solicitando artigos em revistas indexadas e com bom fator de impacto. Resultados: Buchwald et al. afirma que pessoas obesas portadoras de DM2 podem se beneficiar substancialmente com a realização da cirurgia bariátrica, sendo o tratamento mais eficaz para alcançar e manter uma perda de peso significativa. Segundo Schauer et al., houve uma melhora acentuada nos pacientes submetidos à intervenção cirúrgica, aqueles que realizaram o By-Pass Gástrico em Y de Roux (BGYR) e Gastrectomia Sleeve apresentaram valores de hemoglobina glicada de 6,4±0,9% e 6,6±1,0%, respectivamente enquanto que na intervenção clínica os valores ficaram entre 7,5±1,8%. E de acordo com Oliveira, como uma alternativa muito eficiente para o tratamento da obesidade, a cirurgia bariátrica pode representar uma economia significativa para os cofres públicos, sendo uma alternativa viável às políticas de saúde pública. Discussão: Estudos demonstram que cirurgia bariátrica surge como uma opção eficiente em pacientes obesos e mais eficaz do que o tratamento clínico. Cirurgias como a DBP e o BGYR apresentam resultados em longo prazo que podem representar até mesmo a cura da DM2, o que não substitui a necessidade de mudança de estilo de vida, bem como o tratamento clínico individualizado. Palavras-chave: Diabetes, Bariatrica, Cirurgia. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 47 PO37 - O USO DO SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO FETAL Resende PI1, Cunha ACNP1, Rocha CFB1, Lima GO1, Osanan GC2 Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Hospital das Clínicas Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A prematuridade é importante fator de risco para doenças neurológicas, notadamente para paralisia cerebral. Comparando-se com gestações a termo, a chance de déficit neurológico ocorrer: entre 34 e 36 semanas é 3 vezes maior; entre 30 e 33 semanas aumenta 8 a 14 vezes, entre 28 e 30 semanas é 46 vezes maior e quando a gestação é inferior a 28 semanas o risco aumenta 80 vezes. O sulfato de magnésio tem sido referendado como importante droga na prevenção da paralisia cerebral em prematuros. Objetivos: Realizar revisão bibliográfica acerca do uso do sulfato de magnésio na neuroproteção, visando identificar motivos de seu uso. Discussão: A partir de 1990, estudos observaram associação entre o uso do sulfato de magnésio e uma menor frequência de morbidades neurológicas. Ensaios clínicos posteriores avaliaram seu uso na neuroproteção fetal e neonatal. A lesão da substância branca periventricular resultante da vulnerabilidade dos oligodendrócitos imaturos antes de 32 semanas de gestação é comumente observada em casos de paralisia cerebral. Os mecanismos moleculares pelos quais o sulfato de magnésio impede a paralisia cerebral em prematuros não são totalmente compreendidos. As possíveis ações neuroprotetoras do sulfato de magnésio parecem dever-se ao bloqueio do receptor específicos, ação antioxidante e antiplaquetária. Somando-se ao seu efeito mais conhecido que é melhorar a perfusão cerebral, tais ações protegeriam o concepto de lesões neurológicas. Atualmente, existem dúvidas sobre a melhor dose e idade gestacional para utilizá-lo com este objetivo. Considerações finais: Como o sulfato de magnésio pré-natal parece ser capaz de reduzir significativamente a paralisia cerebral, o seu uso tem sido recomendado pelas principais academias de obstetrícia do mundo. Palavras-chave: neuroproteção, paralisia cerebral, prematuro. E-mail: [email protected] PO38 - PENTALOGIA DE CANTRELL: RELATO DE CASO Ferreira ML1, Gatto LRS1, Lemos PAB1, Cunha KCCMS1 Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano UNIFENAS Objetivos: Relatar um caso de pentalogia de Cantrell ocorrido no Hospital Santa Casa de Misericórdia de MG no ano de 2012, na equipe de Cirurgia Pediátrica do município de Belo Horizonte, MG. Relato de Caso: Recém-nascido em seu 7º dia de vida, proveniente de Araçuaí, MG, do sexo feminino, que nasceu a termo de parto natural, peso=2610g, estatura=49cm, foi admitido no serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Santa Casa de Misericórdia de MG. Apresentava má formações complexas e extrofia cardíaca completa, caracterizadas por ectopia cordis, onfalocele volumosa, defeito esternal e pericárdico e lábio leporino, o que sugeria Pentalogia de Cantrell forma grave, com extrofia cardíaca total. Ao exame, ictérica, cianótica, saturação 60%, bulhas de ausculta difícil devido a ectopia cordis, FC= 140bpm e PA=73/41mmHg, além de onfalocele volumosa. Apresentava sepse precoce, sendo iniciado tratamento com Oxacilina e Meropenen. Criança evoluiu com piora do quadro hemodinâmico e séptico, ao exame foi identificada secreção esverdeada de odor fétido em região torácica, além de edema generalizado, recebendo tratamento com Dobutamina e Furosemida. Sepse permaneceu, sendo feito uso de Vancomicina e Meropenem. Criança continuou recebendo aminas vasoativas e uma hemotransfusão, onfalocele iniciou processo de epitelização significativo após uso de Sulfadiazina de Prata. O tratamento cirúrgico paliativo foi optado e baseou-se em uma sutura da tela de silicone com Marlex na margem da incisão para proteção cardíaca e epitelização da onfalocele. Criança manteve quadro séptico vindo à óbito após 12 dias do ato cirúrgico. Considerações finais: Ainda hoje, devido à raridade e complexidade dos pacientes com esta síndrome, contamos apenas com relatos de caso para auxiliar o tratamento paliativo, sendo este trabalho realizado visando auxiliar e fornecer mais informações sobre o tema. Palavras-chave: Cantrell, Pentalogia, Cirurgia, Tratamento. E-mail: [email protected] PO39 - PERFUSÃO ISOLADA DE MEMBROS NO MELANOMA Gonçalves FS1, Kansaon MJM2, Santos FAV2, Wainstein AJA 2 Instituições: 1FASEH, 2ONCAD – Oncologia Cirúrgica e Cirurgia do Aparelho Digestivo Introdução: A Perfusão Isolada de Membros (PIM) tem sido empregada como alternativa no tratamento de melanoma locorregional e irressecável de membros e consiste na perfusão de altas doses de quimioterápico e hipertérmico nos principais ramos arteriovenosos ao nível do membro acometido. Objetivos: Avaliar a casuística do serviço de cirurgia oncológica da ONCAD em relação à PIM, comparando os resultados obtidos com a literatura internacional. Metodologia: Estudo composto por 18 pacientes, avaliados de forma prospectiva e não aleatória, sendo incluídos os portadores de melanoma localmente avançado (presença de metástase em trânsito, metástase linfonodal e/ou satelitose) e lesão primária irressecável em membros, de ambos os sexos e com idade entre 18 e 80 anos. Resultados: 8 pacientes tiveram remissão completa da doença após o procedimento, sendo que os demais tiveram regressão ou controle de sua progressão. Em 6 pacientes a doença progrediu ou recidivou após 24 meses. A principal complicação pós-operatória foi edema de membro (80%), seguido de déficit motor (60%) e dor (20%). Nenhum dos pacientes apresentou síndrome compartimental. Discussão: A PIM constitui ótima alternativa à amputação do membro, visto que pode levar à remissão completa ou parcial das lesões, preservando a função do membro afetado e a qualidade de vida dos pacientes. Sua completa padronização é alvo de debates e estudos, em função da dificuldade de comparação entre os centros que realizam o procedimento e de oferecer a técnica de alto custo e complexidade. Conclusão: O presente estudo mostrou que a PIM pode ser realizada com eficácia e segurança. Visamos padronizar técnicas operatórias no tratamento do melanoma localmente avançado de membros para pacientes de hospitais terciários do SUS, buscando alternativas de menor toxicidade e melhor resposta clínica para uma doença de incidência crescente em nosso meio. Palavras-chave: Melanoma, Tratamento, Perfusão. E-mail: [email protected] 48 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO40 - PERSPECTIVAS FUTURAS PARA O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) Lage JMFT1, Costa TV1, Caires VV1 Instituições: 1UNIFENAS-BH Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é uma das patologias neurodegenerativas mais frequentes associadas à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas levam à deficiência progressiva e incapacitação. Atualmente a terapêutica farmacológica se resume a inibidores da enzima acetilcolinesterase e à memantina que, apesar de serem úteis no retardo da doença, ainda são insatisfatórias no tratamento a longo prazo. Ensaios clínicos testam drogas mais eficazes capazes de retardar, interromper ou reverter o quadro demencial. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi revisar, na literatura médica, os ensaios clínicos mais promissores e que estão em fase III de evolução. Discussão: Ao todo cinco drogas estão em fase III de pesquisa e mostraram benefícios em relação ao placebo: o Alfa-tocoferol, Bapineuzumab, Dimebon®, Imunoglobulina intravenosa e Resveratrol. O Alfa-tocoferol em revisões feitas mostrou eficácia em pacientes com comprometimento leve. O Bapineuzumab demonstrou diminuição da placa fibrilar, sendo mais efetivo em pacientes com comprometimento leve a moderado. O Dimebon® mostrou benefícios cognitivos e comportamentais significativos para pacientes com comprometimento leve a moderado. A imunoglobulina intravenosa retardou o declínio cognitivo bem como reduziu a atrofia do cérebro. O Resveratrol reduziu a formação de placa amiloide e aumentou a expressão de genes antioxidantes. Considerações finais: Todas as drogas em fase III pesquisadas demonstraram benefício em relação ao placebo no que diz respeito à melhora cognitiva e comportamental, sendo que a droga com resultados mais promissores até o momento é o Dimebon®, pois mostrou benefício em todas as medidas de cognição e comportamento em pacientes com DA leve a moderada. Palavras-chave: Alzheimer, Terapia farmacológica, Perspectivas Futuras. E-mail: [email protected] PO41 - RELATO DE CASO: CISTO BRONCOGÊNICO COMO UM TIPO DE MASSA MEDIASTINAL Pereira DMA1, Pontelo TM2, Amorim PHO1 Instituições: 1Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, 2Centro Universitário UNI-BH Introdução: As massas mediastinais podem ter caráter benigno ou maligno e, entre as benignas, estão os cistos que variam no tamanho, local de apresentação e origem embrionária. Objetivos: Descrição de uma investigação de massa mediastinal e o tratamento oferecido a determinada paciente. Relato de Caso: Mulher, 46 anos, atendida num hospital de Belo Horizonte em Novembro/2012 com queixa de “dor no peito acompanhada de canseira e tosse” e diagnóstico prévio de lesão pulmonar em mediastino. Queixava-se havia 2 meses de dispneia aos médios esforços e tosse seca. Negou comorbidades prévias, uso regular de medicamentos, alergias e tabagismo. Em Setembro/2012, exames de imagem: Raio-X e Tomografia de Tórax evidenciaram lesão expansiva em mediastino superior e pulmão direito, sendo submetida a duas broncoscopias com resultado inconclusivo. Optado pela realização de toracotomia direita e ressecção da lesão mediastinal. A lesão cística estava aderida ao ápice pulmonar direito, veia cava e nervo vago, medialmente, e veia ázigos, inferiormente. Realizada dissecção com liberação das estruturas adjacentes aderidas e liberação completa do cisto. Esôfago torácico sem sinais aparentes de lesão. Sem alterações identificáveis ao inventário da cavidade. Ato sem intercorrências. Resultado do anatomo-patológico: cisto broncogênico. Discussão: O cisto broncogênico congênito é originário de alterações no desenvolvimento do tubo aerodigestivo normal (4ª semana de vida fetal). A maioria é unilocular, de origem mediastinal (15-20% origina no parênquima pulmonar/lobo inferior), e também podem estar presentes no pescoço, dura-máter e diafragma. Podem ocasionar desde problemas respiratórios ao nascimento até sintomas tardios em adultos. Podem também comprimir estruturas adjacentes e causar infecção, hemorragia e ruptura. Todos os cistos broncogênicos respondem melhor se tratados por ressecção simples ou segmentar. Cistos infectados devem ser drenados, e ressecados após ausência de infecção. Palavras-chave: Cisto Broncogênico. E-mail: [email protected] PO42 - RELATO DE CASO: ERITEMA PIGMENTAR FIXO RELACIONADO AO USO DE DIPIRONA E NIMESULIDA Coelho IGV1, Machado ALG1, Almeida LMM1, Leite MC1, Lyon S1 Instituições: 1FASEH Introdução: O eritema pigmentar fixo (EPF) é uma reação exclusiva a drogas que recorrem em mesma região cutânea ou mucosa, sendo caracterizada por lesões eritematopigmentares bem delimitadas, únicas ou múltiplas, medindo alguns centímetros de diâmetro. A lesão inicia-se eritemato-violácea e evolui se tornando acastanhada. Essa patologia não tem predileção por sexo, raça e acomete com mais frequência pacientes na terceira década de vida. Qualquer droga pode causar EPF, porém os principais responsáveis são AINES, analgésicos, antitérmicos e antibióticos. Acometem preferencialmente os membros, região sacral, genitália, face e os sintomas mais comuns são prurido e queimação local. Embora o mecanismo imunológico seja incerto, pesquisas sugerem que seja um processo inflamatório (Hipersensibilidade tipo IV). Objetivo: Relatar um caso de EPF por uso de dipirona e nimesulida em uma paciente assistida pela Clínica Escola da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH) assim como as principais características da doença, evidenciando a importância do diagnóstico precoce para tratamento. Relato de Caso: Paciente, sexo feminino, parda, 24 anos, estudante, ex-portadora de enxaqueca crônica. Relata uso de dipirona para crises de enxaqueca e, eventualmente nimesulida para outras intercorrências. Refere lesões hipercrômicas, ovais, de bordas regulares em região submandibular direita e no lábio inferior. Após a retirada desses medicamentos evidenciou-se desaparecimento da lesão do lábio e despigmentação parcial da área afetada em região submandibular. Discussão: É fundamental que o médico reconheça a importância dessa patologia no contexto clinico já que reações alérgicas a medicamentos são a segunda ou terceira manifestação mais comum de eventos adversos a medicamentos. É importante também que se avalie os diagnósticos diferenciais do EPF para a correta identificação dessa patologia visto que o seu tratamento consiste principalmente na retirada do medicamento. Palavras-chave: Eritema. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 49 PO43 - RELATO DE CASO: SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR (SVCS) Antão JC1, Sá MLL1, Santos MR1, Alves NL1, Gontijo RV1 Instituições: Instituto Metropolitano de Ensino Superior Introdução: A SVCS é o conjunto de sinais e sintomas decorrentes da estase venosa no seguimento venoso braquiocefálico, devido à obstrução da veia cava superior. A obstrução pode ser causada por compressão extrínseca, invasão tumoral ou trombose. O paciente pode apresentar dispneia progressiva, ortopneia e tosse que se agravam em posição supina, também são achados do exame físico, o edema progressivo de face, pescoço e membros superiores, circulação colateral na parece torácica anterior com fluxo em direção caudal e nota-se uma pele de coloração cianótica. É importante pesquisar linfonodomegalias, tumorações em mama e tireoide, baqueteamento digital e neoplasia de pulmão. O diagnóstico geralmente é clínico e deve ser confirmado por exames de imagem e anátomo-patológico. O tratamento da SVCS deve ser direcionado para sua etiologia. Relato de Caso: Paciente feminino, 36 anos, melanoderma, admitida com relato de aparecimento progressivo de um nódulo cervical à esquerda, há nove meses, com sinais flogísticos, edema e pletora facial, sem dor e febre. Há dois meses apresentou quadro de tosse seca e dispneia aos pequenos esforços, acompanhada de circulação colateral em parede torácica anterior com fluxo descendente. A paciente ainda apresentava anemia microcítica hipocrômica com anisocitose. Ao exame de tomografia de tórax, apresentou volumosa massa heterogênea localizada no mediastino ântero-superior, associado a linfonodomegalias cervicais. Na radiografia apresentou volumoso derrame pleural à direita, colabando totalmente o pulmão ipsilateral. A biopsia da massa cervical e o estudo imuno-histoquímico mostraram tratar-se de linfoma de Hodgkin clássico com esclerose nodular variante superficial. Discussão: Paciente evoluiu com os sinais e sintomas da SVCS por obstrução extrínseca decorrente do linfoma de Hodgkin. Com indicação de tratamento oncológico. Observou-se ainda uma contagem de hemoglobina de 9,3 g/dL, VCM de 62ft e RDW de 24,2, confirmando o achado de anemia microcítica e hipocrômica. Diante do caso descrito, observa-se a importância do diagnóstico precoce, do tratamento e monitorização do paciente, e indicar terapêutica oncológica que induza a remissão dos sinais e sintomas. É possível notar que a doença de Hodgkin, neste caso, ratifica a literatura, sendo esta patologia uma das principais causas de SVCS. Palavras-chave: Veia cava. E-mail: [email protected] PO44 - RETINOPATIA DECORRENTE DO DIABETES MELLITUS, UMA REVISÃO DA LITERATURA Mendes B1, Brito C1, Gonçalves A1, Jardim C1, Júnior AMS1 Instituições: 1Unifenas BH Introdução: A retinopatia diabética (RD) é uma complicação microvascular comum do Diabetes Mellitus (DM), sendo identificada em um terço dos pacientes. Um bom controle glicêmico, bem como da pressão arterial e do perfil lipídico contribuem para a redução do desenvolvimento da RD. Objetivo: O objetivo deste estudo foi, por meio de uma revisão da literatura, estabelecer a relação entre DM e o aparecimento da RD, identificando o momento mais adequado de se realizar o seu rastreamento. Discussão: A RD é uma complicação microvascular comum do DM, e o controle metabólico de pacientes com DM tipo 1 e 2 apresenta relação direta com seu desenvolvimento. A RD constitui 80% de todas as alterações oftalmológicas encontradas em portadores de DM. Para se prevenir a RD é necessário um bom controle glicêmico e tratamento de comorbidades como dislipidemia e hipertensão arterial. Há uma convergência na literatura no que tange o rastreamento da RD, sendo a fundoscopia o exame de eleição. Esta deve ser realizada ao momento do diagnóstico no DM2, e cinco anos após progressão do DM1 se o portador tiver mais que 10 anos de idade. Pacientes com RD, provavelmente irão apresentar, em algum momento, complicações macrovasculares, e isso reforça a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado para RD. Considerações finais: Este estudo possui grande relevância científica, uma vez que a RD é a principal causa de cegueira não traumática, e o DM é uma doença muito comum nos consultórios médicos. Conclui-se que o rastreio de RD através da fundoscopia deve ser realizado ao momento do diagnóstico no DM2, e após os 10 anos de idade no DM1, anualmente. Um bom controle glicêmico também é essencial para retardar os efeitos da RD. Palavras-chave: Retinopatia Diabética, Fundoscopia, Diabetes Mellitus. E-mail: [email protected] PO45 - SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL: RELATO DE CASO Reggiani TAS1, Real CMV1, Moreira PM1, Santana HDAS1, Fábregas BC1 Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior Introdução: A síndrome extrapiramidal é um quadro clínico que pode ocorrer secundariamente ao uso de antipsicóticos, especialmente com antipsicóticos típicos de alta potência, como o haloperidol. Na maioria dos pacientes, as manifestações consistem em sintomas parkinsonianos como rigidez, que geralmente são reversíveis após descontinuar a terapia. A distonia também pode ocorrer, se manifestar como crise oculógira, opistótono, torcicolos, contrações de língua, roda dentada, entre outros. Acatisia é outra manifestação da síndrome extrapiramidal. Discinesia tardia é um efeito extrapiramidal que se manifesta por movimentos hipercinéticos coreoatetóicos involuntários. Outro evento adverso ao uso de antipsicóticos menos frequente, porém grave, é a síndrome neuroléptica maligna. Objetivos: O presente trabalho objetiva relatar um caso de síndrome extrapiramidal em uma paciente em acompanhamento ambulatorial e discutir os principais aspectos clínicos. Discussão: Mulher, 39 anos, solteira, em acompanhamento ambulatorial desde março de 2012. Compareceu para consulta de retorno em março de 2013, quando foram detectados sintomas depressivos, sendo prescrito sertralina 50mg/dia. Com finalidade de minimizar polifarmácia, suspendeu-se o biperideno (até então com dose de 2mg/dia) e manteve-se o haloperidol 10mg/dia, a levomepromazina 100mg/dia e a carbamazepina 800mg/ dia. Medicamentos estes que a paciente faz uso para controle da esquizofrenia hebefrênica. A paciente tem diagnóstico concomitante de retardo mental leve. No entanto, no retorno mensal, em abril de 2013, apresentou quadro compatível com síndrome extrapiramidal, com crise oculógira, não dolorosa. Ausência de parkinsonismo, acatisia e contração muscular (opistótono, torcicolo) ou sinal de roda dentada. Na ocasião a dose de sertralina foi reajustada para 25mg/dia, a de haloperidol foi reduzida para 7,5mg/dia, sendo reintroduzido o biperideno na dose de 2mg/dia. As demais medicações foram mantidas. Houve, então, melhora clínica e remissão completa da crise oculógira 15 dias após a consulta. Conclusão: Dados encontrados em literatura sugerem que os sintomas apresentados por esta paciente tenham sido decorrentes da utilização do haloperidol, e da suspensão do biperideno. Palavras-chave: Síndrome extrapiramidal, Haloperidol. E-mail: [email protected] 50 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 PO46 - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: UM CONFLITO ÉTICO-PROFISSIONAL – RELATO DE CASO Barros RF1, Guerra VM1, Lustosa F1, Coelho MCF2 Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano, 2Hospital Santa Casa de Misericórdia Introdução: “É vedado ao médico deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo”. Essa é uma das leis que rege o exercício da medicina no Brasil. Bem fundamentada, ninguém discute sua importância e validade na teoria. Na prática, o médico ao ver sua atuação limitada por preceitos religiosos, se sente frustrado e impotente. Objetivo: Discutir o papel da religião na prática médica. Relato de Caso: AMA, masculino, 56 anos, religião testemunha de Jeová. Paciente admitido no Hospital Santa Casa de Misericórdia em 03/09/2013 com vômitos borráceos e melena associados a emagrecimento, prostração, hiporexia e anemia (Hm: 1,93; Hb: 4,0; Ht: 12,10). Diagnosticado com câncer gástrico com metástase hepática. Conduta: Hemotransfusão para estabilização do paciente e abordagem cirúrgica paliativa. Paciente por motivos religiosos recusa terapêutica proposta e contacta Igreja que apresenta aos médicos responsáveis opções à transfusão. Apesar da falta de evidencia científica, optou-se pela administração de eritropoietina + Noripurum, medicação fornecida e custeada pela Igreja. Paciente apresentou hematêmese e piora da anemia, sem resposta satisfatória à terapêutica, evoluindo para óbito. Discussão: O óbito de um paciente causa frustração à equipe assistencialista que se empenha na cura dos pacientes. O correto diagnóstico e estabelecimento de conduta adequada diminuem esse sentimento, porém quando as condutas esbarram em preceitos religiosos e, por isso, são recusadas, o sentimento de impotência é devastador. Considerações finais: O paciente AMA era terminal e o objetivo da equipe assistencialista era proporcionar qualidade de vida. A recusa ao tratamento reduziu pouco sua expectativa de vida. Porém, há casos diferentes, nos quais, devido ao bom prognóstico das doenças, o estabelecimento de tratamento adequado pode sim salvar vidas. Palavras-chave: Hemotransfusão, Ética, Religião. E-mail: [email protected] PO47 - TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: ASPECTOS GERAIS Barros RF1, Souto MC1 Instituições: 1Universidade José do Rosário Vellano Introdução: O transplante é a transferência de tecido de um doador a um receptor. É opção terapêutica para pacientes portadores de doenças orgânicas terminais nos quais o tratamento convencional foi ineficaz. É ato de extrema importância, porém esbarra no difícil momento da perda vivida pela família, responsável por autorizar tal procedimento. Objetivo: Esclarecer médicos e estudantes sobre o processo de transplante, visando capacitá-los a melhor orientar a população em geral. Discussão: Visando equidade na seleção de doadores e receptores de órgãos, instituiu-se a Política Nacional de Transplantes que tem como diretrizes a não maleficência em relação aos doadores, a beneficência em relação aos receptores e a gratuidade da doação. O processo de transplante é dividido em fases que seguem a ordem: 1. Detectar potencial doador; 2. Comunicar coordenação de transplantes; 3. Avaliação e manutenção da vitalidade de órgãos com monitoramento contínuo, infusão de fluidos e eletrólitos, suporte cardiovascular e ventilatório; 4. Diagnóstico e confirmação de morte encefálica por duas equipes diferentes, com 24 horas de intervalo entre avaliações; 5. Consentimento familiar; 6. Documentação da morte encefálica; 7. Encontrar, seguindo fila de espera, receptores compatíveis; 8. Remoção de órgãos por equipe designada pela coordenação de transplantes, na sequência: 1. Coração e pulmões; 2. Fígado; 3. Pâncreas; 4. Intestino delgado; 5. Rins; 6. Enxertos vasculares; 7. Córnea, pele e outros; 9. Distribuição dos órgãos; 10. Transplante para o receptor final. Considerações finais: O médico é chamado a auxiliar difícil decisão, para isso, o profissional deve estar bem informado e apto a prestar auxílio visando confortar a perda de ente querido ao mesmo tempo em que promove a saúde coletiva ao viabilizar que a vida continue para tantos outros que aguardam na fila de transplante de órgãos. Palavras-chave: Transplante, Órgãos, Ética. E-mail: [email protected] PO48 - TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS: UMA COMPLEXA ÁREA ENTRE A PSIQUIATRIA E A CLÍNICA MÉDICA Maciel MP1, Carvalho VCL1, Loures MVR1, Albergaria DA1, Silva LL 2, Moura F1 Instituições: 1Universidade Federal de Ouro Preto, 2Universidade Federal de Juiz de Fora Introdução: Transtorno psicossomático se caracteriza pela manifestação de conflitos e desequilíbrios psicológicos por meio de sintomas corporais que são atribuídos a doenças físicas, todavia, não possuem evidência patológica. São comuns nos serviços de atendimento primário, geram altos custos para a saúde pública e dificultam diagnósticos e condutas terapêuticas. Objetivos: Realizar uma revisão sistemática sobre Transtornos Psicossomáticos, abordando sua complexidade e imprecisão nos diagnósticos, juntamente com as dificuldades de classificação e conduta terapêutica. Discussão: Na Psiquiatria, tais distúrbios classificam-se como Transtornos Somatoformes compostos de um grupo mais específico como Transtorno de Somatização, Transtorno Somatoforme Indiferenciado, Transtorno Conversivo, Transtorno Doloroso, Hipocondria, Transtorno Dismórfico Corporal e Transtorno de Somatização Sem Outra Especificação. Na Clínica Médica, existem as Síndromes Somáticas Funcionais caracterizadas por um conjunto de sintomas e síndromes que podem ser exemplificadas como a síndrome do intestino irritável, dispepsia funcional não ulcerosa, fibromialgia, dor torácica não cardíaca, dor facial atípica, cefaleias, alergias múltiplas. A sobreposição dos quadros clínicos dificulta a elaboração do diagnóstico e facilita as comorbidades, expondo o paciente ao atendimento em múltiplas especialidades e à frustração na relação médico-paciente. Isso revela a complexidade desses transtornos e a elevada necessidade de se modificar termos de conceitualização, classificação diagnóstica e conduta terapêutica. Considerações finais: A alta prevalência de transtornos psicossomáticos na sociedade moderna demonstra a necessidade de uma abordagem terapêutica composta de uma integração entre a psicoterapia, o tratamento medicamentoso e a visão do paciente como um ser histórico, constituído de mente, corpo e meio social. Palavras-chave: Transtornos Psicossomáticos, Psiquiatria, Clínica Médica. E-mail: [email protected] Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 51 PO49 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME METABÓLICA: PRINCIPAIS TÉCNICAS E SEUS EFEITOS ABORDADOS EM UMA VISÃO PARA ACADÊMICOS DE MEDICINA Pimentel CCSB1, Santana HDAS1, Moreira PM1, Reggiani TAS1, Tótola J1,2 Instituições: 1Instituto Metropolitano de Ensino Superior, 2Hospital Márcio Cunha Introdução: A Síndrome Metabólica (SM), anteriormente conhecida como Síndrome X, é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco para doenças cardiovasculares usualmente relacionados à obesidade, resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão arterial, estimada em 2,5 vezes. As cirurgias bariátricas implicam em perda de 20%-70% do excesso de peso, tornando-se um método eficaz e duradouro. Objetivos: Confirmar o diagnóstico da SM e identificar fatores de risco cardiovascular associados. Avaliar os efeitos do tratamento cirúrgico para obesidade mórbida através das duas técnicas mais utilizadas, gastroplastia em Y-de-Roux e gastrectomia vertical, no sentido de reduzir peso corporal, melhorar comorbidades associadas a obesidade, além da qualidade de vida e complicações. Discussão: A gastroplastia em Y-de-Roux é a técnica mais utilizada no mundo, gerando, segundo pesquisas com acompanhamento de 12 meses pós-cirurgico, redução significativa do peso corporal, da pressão arterial sistólica e diastólica, triglicerídeos, glicemia de jejum e elevação do HDL. A gastrectomia vertical tem a vantagem de gerar diminuição da sensação de fome por diminuir a secreção de grelina, causando significativa redução de peso, porém menor que técnica a Y-de-Roux. Além disso também melhora diversos fatores metabólicos, como perfil lipídico, valores pressóricos e glicemia, mesmo em seguimentos a longo prazo. Considerações finais: As duas técnicas atualmente mais utilizadas no mundo geram grande perda de peso e, além disso, diminuição da resistência à insulina e fatores de risco cardiovasculares de forma duradoura. Em casos de pacientes superobesos, o tratamento cirúrgico ainda se associa à diminuição da mortalidade geral, gerando uma nova expectativa e qualidade de vida para os pacientes. Palavras-chave: Sídrome metabólica, Cirurgia metabólica, Gastroplastia em Y-de-Roux. E-mail: [email protected] PO50 - TRIAGEM DE SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E HIPOPNEIA ATRAVÉS DE HOLTER DE 24 HORAS, EM IDOSOS ACIMA DE 75 ANOS E CORRELAÇÃO COM AS ARRITMIAS DETECTADAS Morais BFG1, Mesquita LA1, Abreu LAN1, Souza SB2, Abreu LAA 2, Freitas OGA 2, Freitas OGA3 Instituições: 1Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 2Minascor Centro Médico, 3Minascor Centro Médico / IEP Santa Casa de Belo Horizonte Introdução: A Síndrome da apneia obstrutiva do sono e hipopneia (SAOSH) tem alta prevalência, aumenta com envelhecimento e obesidade, e pode desencadear hipertensão arterial, fibrilação atrial (FA), isquemia cardíaca e infarto. Em 2012, a monitorização eletrocardiográfica de 24 horas (Holter) passou a ser utilizada na triagem da SAOSH, mas não foi estudada em muito idosos. Objetivos: Triar a SAOSH pelo Holter, correlacionar o tempo total de apneia e ciclos de apneia ao sexo, às variáveis clínicas e arritmias detectas em indivíduos com mais 75 anos. Metodologia: Estudo coorte, transversal, ambos sexos, ≥75 anos, submetidos ao Holter (fevereiro 2012 a fevereiro 2013). Exclusão: uso medicação anti-arrítmica, presença de FA, flutter atrial, marcapasso e arritmias que interferem na detecção da SAOSH. Análise estatística com significância p=0,05. Resultados: Total de 149 indivíduos, inclusos 130, média de 81 anos. Divididos dois grupos quanto ao sexo: homens=65; mulheres=65. Não houve diferença significativa quanto: idade; IMC; proporção hipertensos (p=0.723); diabéticos (p=0.765); tempo total apneia (p=0.127); número ciclos de apneia (p=0.299). Incidência detecção apneia: homens=40% e mulheres=33,85% (p=0.467). Observado diferença significativa entre grupos: incidência arritmias ventriculares (homens 95%, p=0.0041); total arritmias ventriculares (p=0.014); arritmias ventriculares pareadas e total (p=0.046, p=0.013). Não houve diferença quanto: apneia e arritmias ventriculares e supraventriculares total nas mulheres (p=0.114, p=0.918) e homens (p=0.564, p=0.651); número total ciclos apneia e duração total apneia quanto às arritmias. Discussão: A incidência de arritmia ventricular é maior em homens corroborando com estudos anteriores. Não apresentou associação entre detecção da apneia, duração ou número ciclos da apneia e arritmia. Conclusão: O Holter é efetivo na triagem SAOSH, com alta incidência indivíduos acima dos 75 anos, independente do sexo e sem correlação com arritmias detectadas. Palavras-chave: Síndrome da apneia obstrutiva do sono e hipopneia, Holter de 24 horas, Idosos. E-mail: [email protected] 52 Rev Med Minas Gerais 2013; 23 (Supl 3): S34-S52 Expediente Corpo Editorial EDITOR GERAL Uma publicação do INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM SAÚDE (IEPS) Conselho Curador (mandato – 2012/2014): Lincoln Lopes Ferreira (AMMG) – Presidente • Helton Freitas (UNIMED BH) – Vice-presidente • Amélia Maria Fernandes Pessôa (Sinmed) • Francisco José Penna (Faculdade de Medicina da UFMG) • João Batista Gomes Soares (CRM-MG) • Lucas Vianna Machado (FCMMG-Feluma) • Marcelo Gouveia Teixeira (SMSa-PBH) Conselho Diretor (mandato 2010/2014): Lincoln Lopes Ferreira – Diretor Presidente • Amélia Maria Fernandes Pessôa – Diretor Vice-presidente • Helton Freitas – Diretor Administrativo-Financeiro Conselho Fiscal (mandato 2010/2014): Ciro José Buldrini Filogonio • Cristiano Gonzaga da Mata Machado • Lucas Vianna Machado Mantenedoras/Apoio: Associação Médica de Minas Gerais – AMMG • Cooperativa Editora e de Cultura Médica Ltda – COOPMED • Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais – CRM-MG • Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG • Faculdade de Medicina da UFMG – FM/UFMG • Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – SES/MG • Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – SMSa/BH • Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais – SINMED-MG • Unimed-BH Cooperativa de Trabalho Médico Ltda – UNIMED-BH Conselho Gestor da RMMG: Amélia Maria Fernandes Pessôa (Sinmed) • Cláudio de Souza (CRM-MG) • Francisco José Penna (FM-UFMG) • Helton Freitas (Unimed) • José Ricardo de Paula Xavier Vilela (Coopmed) • Luciana Costa Silva (AMMG) • Lucas Viana Machado (FCMMG) • Marcelo Gouveia Teixeira (SMSa-BH) Editor Geral: Enio Roberto Pietra Pedroso Editor Administrativo: Maria Piedade Fernandes Ribeiro Leite Enio Roberto Pietra Pedroso Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil EDITORES ASSOCIADOS Cirurgia Alcino Lázaro da Silva Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Revisores: Magda Barbosa Roquete de Pinho Taranto (Português) • Maria Piedade Fernandes Ribeiro Leite (Normalização) • Maria Rita Dumond Viana (Inglês) Andy Petroianu Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Produção Editorial: Folium Clínica Médica Tiragem: 2500 exemplares Indexada em: LILACS-Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; PERIÓDICA-Índice de Revistas Latinoamericanas; LATINDEX – Sistema Regional de Información em Línea para revistas Científicas da América latina, El Caribe y Portugal. ISSN: 0103-880X e-ISSN: 2238-3181 Disponível em: www.rmmg.org Faculdade de Medicina da UFMG: <http://rmmg.medicina.ufmg.br/> Biblioteca Universitária da UFMG: <https://www.bu.ufmg.br/periodicos/revista-medica-de-minas-gerais> Portal de Periódicos CAPES: <http://www-periodicos-capes-gov-br.ez27.periodicos.capes.gov.br/> Afiliada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) Início da Publicação: v.1, n.1, jul./set. 1991 Periodicidade: Trimestral Normas para publicação, instruções aos autores e submissão de manuscritos estão disponíveis em: <www.rmmg.org> Correspondências e Artigos: Revista Médica de Minas Gerais – Faculdade de Medicina da UFMG Av. Prof. Alfredo Balena, 190 – Sala 12. CEP: 30130-100 Belo Horizonte, MG – Brasil. Telefone: 55-31-3409-9796 e-mail (artigos): [email protected] Submissão de artigos: www.rmmg.org Tarcizo Afonso Nunes Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil David de Pádua Brasil Faculdade de Ciências Médicas de MG Belo Horizonte – MG, Brasil Manoel Otávio da Costa Rocha Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Ginecologia e Obstetrícia Fernando Marcos dos Reis Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Pediatria Ennio Leão Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Dulciene Maria Magalhães Queiroz Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Luiz Henrique Perocco Braga McMaster University, Department of Surgery/Urology Hamilton, Ontário, Canadá Edmundo Anderi Júnior Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, SP – Brasil Manoel Roberto Maciel Trindade Departamento de Cirurgia da UFRGS Porto Alegre, RS – Brasil Enio Cardillo Vieira Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Marco Antonio de Avila Vitoria Organização Mundial da Saude – OMS Genebra, SUIÇA Fábio Leite Gastal Hospital Mãe de Deus Porto Alegre – RS, Brasil Marco Antonio Rodrigues Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Fabio Zicker Organizaçao Mundial da Saúde Genebra, SUIÇA Maria Inês Boechat Dept. of Radiological Sciences David Geffen School of Medicine at UCLA University of Califórnia Los Angeles – CA, USA Federico Lombardi Universtá degli Studi di Milano Milano, ITALY Francisco José Dutra Souto Universidade Federal do Mato Grosso Cuiabá – MT, Brasil Genival Veloso de França Centro de Ciências da Saúde da UFPB João Pessoa – PB, Brasil Georg Petroianu Department of Cellular Biology & Pharmacology Herbert Wertheim College of Medicine Florida International University Miami, FL – USA Mauro Martins Teixeira Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Mircea Beuran Clinical Emergency Hospital Bucharest Bucharest, ROMENIA Naftale Katz Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas René Rachou Belo Horizonte – MG, Brasil Nagy Habib Imperial College London. Department of Surgery London, UK Gerald Minuk University of Manitoba, Department of Internal Medicine Manitoba, CANADA Nicolau Fernandes Kruel Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e UNISUL Florianópolis. SC – Brasil Geraldo Magela Gomes da Cruz Faculdade de Ciências Médicas de MG Belo Horizonte – MG, Brasil Nilson do Rosário Costa Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz Rio de Janeiro, RJ – Brasil Saúde Mental Giselia Alves Pontes da Silva Centro de Ciências da Saúde da UFPE Recife – PE, Brasil Humberto Corrêa da Silva Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Henrique Leonardo Guerra PUC Minas Belo Horizonte – MG, Brasil Orlando da Silva Department of Paediatrics, UWO Neonatal Intensive Care Unit London, Ontario, Canadá Maria do Carmo Barros de Melo Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Saúde Coletiva Maria da Conceição J. Werneck Côrtes Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil CONSELHO EDITORIAL Ahmed Helmy Salem Assiut University Hospitals & Faculty of Medicine Tropical Medicine & Gastroenterology Department Assiut EGYPT Aldo da Cunha Medeiros Centro Ciências da Saúde da UFRN Natal – RN, Brasil Almir Ribeiro Tavares Júnio Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Antônio Luiz Pinho Ribeiro Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Aroldo Fernando Camargos Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Bruno Caramelli Faculdade de Medicina da USP São Paulo – SP, Brasil Bruno Zilberstein Faculdade de Medicina da USP São Paulo – SP, Brasil Carlos Teixeira Brandt Centro de Ciências da Saúde da UFPE Recife – PE, Brasil Cor Jesus Fernandes Fontes Faculdade de Medicina da UFMT Cuiabá – MT, Brasil Henrique Neves da Silva Bittencourt Centre Hospitalier Universitaire Sainte-Justine – Universite de Montreal Montreal – QC, CANADÁ Paulo Roberto Corsi Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP São Paulo, SP – Brasil Pedro Albajar Viñas Organização Mundial da Saúde Genebra, Suiça Jacques Nicoli Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Pietro Accetta UFF / Faculdade de Medicina Niterói – RJ – Brasil Jair de Jesus Mari Faculdade de Medicina da UNIFESP São Paulo – SP, Brasil Protásio Lemos da Luz Universidade de São Paulo – Incor São Paulo – SP, Brasil João Carlos Pinto Dias Centro de Pesquisas René Rachou-FIOCRUZ Belo Horizonte – MG, Brasil Renato Manuel Natal Jorge Universidade do Porto Porto – Portugal João Carlos Simões Curso de Medicina da Faculdade Evangélica do Paraná ( FEPAR) Curitiba, PR – Brasil Roberto Marini Ladeira Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Belo Horionte – MG, Brasil João Galizzi Filho Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Rodrigo Correa de Oliveira Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas René Rachou, Laboratório de Imunologia Belo Horizonte – MG, Brasil José Carlos Nunes Mota Departamento de Medicina da UFS Aracaju, SE – Brasil Ruy Garcia Marques Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro – RJ, Brasil José da Rocha Carvalheiro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP São Paulo, SP – Brasil Sandhi Maria Barreto Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Leonor Bezerra Guerra Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil Sérgio Danilo Pena Instituto de Ciências Biológicas – UFMG Núcleo de Genética Médica – GENE Belo Horizonte – MG, Brasil Luiz Armando Cunha de Marco Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte – MG, Brasil William Hiatt Colorado Prevention Center Denver, Colorado, USA Revista Médica de Minas Gerais 23/S3 volume 23 • suplemento 3 Outubro / 2013 issn 0103-880 X RMMG Revista Médica de Minas Gerais volume 23 • suplemento 3 Outubro / 2013 a rmmg é resultado da parceria entre as seguintes Instituições II CONGRESSO SAMMG 11 A 13 DE OUTUBRO / 2013 issn 0103-880 X