Aula: 11 Temática: Propriedades dependentes da Luz Nesta aula elucidaremos as propriedades dependentes da luz, como o brilho, a cor, o pleocroismo. Brilho Os minerais têm, na sua grande maioria, um brilho característico. O brilho pode ser definido como sendo o modo como a superfície de uma mineral reflete a luz, em intensidade e qualidade. Podem definir-se três tipos fundamentais de brilho: 1) Brilho metálico - característico dos minerais opacos, ou quase opacos, e tem a aparência brilhante de um metal. As superfícies destes minerais são bastante refletoras. 2) Brilho submetálico - característico dos minerais não opacos, contudo, menos intenso que o brilho metálico. 3) Brilho não-metálico - característico de substâncias transparente ou translúcido e sem a aparência brilhante de um metal; no brilho não-metálico incluem-se, entre outros, os seguintes tipos de brilho: ▪ Vítreo: brilho característico de minerais translúcidos com a aparência do brilho do vidro. ▪ Resinoso: brilho característico de minerais translúcidos com aparência de resina ▪ Nacarado: aparência iridescente da pérola. ▪ Gorduroso: brilho do óleo. ▪ Sedoso: característico de minerais fibrosos. ▪ Adamantino: brilho intenso em minerais transparentes. O brilho, além de depender do grau de polimento da superfície refletora, depende também de dois fatores fundamentais: QUÍMICA DOS MINERAIS - da natureza das forças de ligação; - do índice de retração da luz. Por exemplo, minerais ligados covalentemente e com elevados índices de retração tendem a apresentar brilho adamantino. Outros, ligados ionicamente e com baixos índices de retração tendem a apresentar brilho vítreo. O brilho metálico caracteriza os minerais com os mais elevados índices de retração - os minerais opacos. O brilho nacarado é o resultado de múltiplas reflexões da luz a partir de planos situados abaixo das superfícies de minerais translúcidos. Cor Muitos minerais apresentam uma cor característica. Os minerais de brilho metálico, por exemplo, apresentam na sua grande generalidade, cores constantes e definidas, facilitando a sua identificação. A cor de um mineral deve ser observada numa superfície recente, uma vez que pode sofrer alterações. E enquanto que uns minerais apresentam cores características constantes, outros apresentam uma gama, mais ou menos variada, de cores. É o caso do quartzo (desde incolor, a rosa, lilás, amarelo, fumado) e da Fluorita (incolor, branca, amarela, verde violeta). Os minerais podem então ser classificados quanto à cor, em: ▪ minerais idiocromáticos - minerais que apresentam sempre a mesma cor; ▪ minerais alocromáticos - minerais cuja cor é susceptível de variar. A variação de cor nos minerais alocromáticos pode ser devida à presença de elementos estranhos ou por alteração na sua rede cristalina. Esta variação de cores reveste-se, em muitos casos, de grande interesse econômico. É o caso do coríndon incolor que se converte no coríndon vermelho, comercialmente conhecido por rubi, devido à integração na sua rede cristalina de vestígios de cromo; por outro lado, estas mesmas inclusões de cromo transformam o berilo incolor na esmeralda. QUÍMICA DOS MINERAIS Observe mais algumas das propriedades: Jogo de cores → a cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado (diamante, opala). Mudança de cores → idem, mas a variação é lenta (labradorita). Iridescência → espectro de cores no interior (fraturas, clivagens) ou na superfície (revestimento superficial) do mineral (bornita, calcopirita). Opalescência → reflexão leitosa ou nacarada no interior do mineral (opala). Embaçamento → a cor da superfície é diferente da cor do interior do mineral (calcocita, bornita, calcopirita). Asterismo → formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é observado ao longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais hexagonais. Luminescência → emissão de luz, exceto as provocadas por incandescência. Normalmente é tênue, melhor observável no escuro. ▪ triboluminescência: emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em minerais não metálicos e anidros (fluorita, esfalerita). ▪ termo luminescência: emissão de luz provocada por aquecimento (fluorita). ▪ fluorescência e fosforescência: emissão de luz provocada por exposição a determinados tipos de radiação, como luz ultravioleta, raios-x, raios catódicos. (fluorita, scheelita) Transparência → capacidade do mineral de ser atravessado pela luz e permitir ou não que se veja através dele. Tipos: ▪ transparente: é possível ver contornos de objetos através do mineral. ▪ translúcido: há passagem de luz, mas não é possível distinguir contornos de objetos. ▪ opaco: não permite a passagem de luz, mesmo em seções delgadas. Pleocroismo Fenômeno que certos minerais anisotrópicos1 transparentes e coloridos, apresentam, de absorverem a luz de maneira seletiva, segundo suas diferentes 1 Diz-se de um corpo fisicamente homogêneo, mas cujos valores de certas propriedades físicas e químicas variam com a direção. QUÍMICA DOS MINERAIS direções de vibração. Desta forma, quando um mineral é pleocróico, girando-se a platina do microscópio, ele muda de cor. Quando a direção de vibração para a qual se verifica a máxima absorção ficar paralela à direção de vibração do polarizador inferior, a cor do mineral será escura. Por consequência, quando a direção de vibração do polarizador inferior for paralela à direção de vibração para a qual se observa a menor absorção, a cor exibida pelo mineral será clara. ▪ Pleocroísmo de Minerais Uniaxiais: os minerais uniaxiais coloridos, que apresentam o fenômeno do Pleocroísmo, exibem duas cores extremas: uma na direção do raio extraordinário e outra segundo a do raio ordinário. Assim, diz-se que estes minerais são dicróicos. Exemplo: A turmalina tem índices de refração: nε = 1,610 e nω= 1,631, ou seja, um mineral uniaxial negativo (nε < nω), portanto com a direção de maior alongamento segundo a direção do eixo cristalográfico é a direção de "c", que por sua vez coincide com o eixo óptico. ▪ Pleocroísmo de minerais Biaxiais: os minerais biaxiais coloridos que apresentam o fenômeno do Pleocroísmo exibem três cores extremas de Pleocroísmo, que são determinadas nas direções X, Y e Z. Como em um plano só pode haver dois índices de refração associados (posto que X, Y e Z são perpendiculares entre si), é necessário observarmos as cores associadas uma, ou no máximo duas a duas, nos diferentes cristais do mineral de interesse. Exemplo: Piedmontita. A piedmontita (um sorossilicato da família do epidoto) possui índices de refração nα = 1, 725; nβ = 1,730 e nγ = 1,750, e portanto é um mineral de caráter óptico biaxial de sinal positivo. QUÍMICA DOS MINERAIS