estudo analítico da utilização do gás natural veicular como

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31 de Julho a 02 de Agosto de 2008
ESTUDO ANALÍTICO DA UTILIZAÇÃO
DO GÁS NATURAL VEICULAR COMO
ALTERNATIVA DE COMBUSTÍVEL
VIÁVEL PARA CARROS POPULARES
NO MUNICÍPIO DO NATAL - RN
José Padilha Chrispim Neto (FARN)
[email protected]
Dieggo Maia de Araújo (FARN)
[email protected]
Itamoary de Jesus Barros Neto (FARN)
[email protected]
Carlos Eduardo Marinho Diniz (UFRN)
[email protected]
Resumo
Há alguns anos atrás o Brasil era um país extremamente dependente
de petróleo importado do exterior, tendo sua economia afetada em
certos momentos em função da volatilidade do preço do produto devido
a crises internacionais. Para minimizar esta dependência, o país
decidiu investir em outras fontes energéticas, como o etanol através do
PROÁLCOOL, estimulado desde a década de 80. A partir da metade
da década de 90 o gás natural foi inserido definitivamente no mercado,
sendo usado inclusive para consumo veicular devido ao preço de venda
atrativo. Graças à diversificação de sua matriz energética por meio do
estímulo a utilização de combustíveis alternativos, o Brasil alcançou a
auto-suficiência na produção de petróleo e também alterou o
comportamento dos consumidores de automóveis, ao qual, puderam ter
a vantagem de analisar a viabilidade em utilizar veículos movidos a
álcool ou em optar pela conversão do motor de seus carros ao gás
natural veicular (GNV), oferecida nos postos desde 2002. A
metodologia utilizada neste estudo baseou-se em pesquisa
exploratória, bibliográfica e quantitativa, tendo como objetivo
constatar se o emprego do GNV, em automóveis de pequeno porte, é
uma alternativa viável para seus consumidores frente aos demais
combustíveis existentes para este segmento de veículos.
Abstract
Few years ago Brazil was a highly dependent country on imported oil
from abroad, and its economy was sometimes affected depending on
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the volatility of product’s price due to international crises. To minimize
this dependency, Brazil decided to invest in other energy sources such
as ethanol by PROÁLCOOL, stimulated since the 80’s. From the
middle of the decade of 90 natural gas was finally inserted in the
market, including being used for vehicular consumption due to
attractive sales price. Thanks to the diversification of its energy matrix
by stimulating the use of alternative fuels, Brazil has reached selfsufficiency in oil production and also changed the behavior of people
who buy cars, of which, could have the advantage of analyzing the
viability in use vehicles using ethanol or opt for engine’s conversion to
vehicle natural gas (VNG), offered since 2002 at oil stations. The
methodology used in this study was based on exploratory, literature
and quantitative research, with the aim to see if the use of VNG in cars
is a viable alternative for their customers compared to other existing
fuels for this segment of vehicles.
Palavras-chaves: gás natural veicular, combustíveis, viabilidade.
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1. INTRODUÇÃO
O mercado brasileiro de combustíveis a partir de 2002 vivenciou a entrada de uma
nova opção nas bombas dos postos espalhados pelo país, o gás natural, que chegou a alcançar
patamares inesperados na composição da matriz energética nacional, inserindo-se de forma a
concorrer, nos postos de combustíveis, com os dois principais combustíveis para veículos de
pequeno porte, o álcool e a gasolina, influenciando a partir daí em aspectos como a produção
da cana-de-açúcar nacional, o preço dos combustíveis nas bombas dos postos, e
principalmente no comportamento do usuário de automóveis em todo país, que a partir de
então pararam para analisar a viabilidade em converter seus veículos para o gás natural
veicular.
Para os que acompanharam a introdução do gás natural na matriz energética nacional
em 2002, focando-se prioritariamente no gás natural veicular (GNV), é notório que desde o
surgimento desta nova opção de combustível, e da vantagem “visível”, em relação às demais
opções de combustíveis para veículos automotores, a demanda por gás natural foi crescente a
cada ano.
Estas vantagens do GNV no Brasil sobre os demais combustíveis, se deram
principalmente, por causa dos estímulos criados pelo governo, para a criação e aumento da
demanda pelo gás.
A partir de então muitos consumidores aderiram ao novo combustível existente no
mercado, de tal forma que o crescimento da demanda pelo produto começou a preocupar
Governo e Petrobrás, que optaram por criar ações de controle ao crescimento da demanda por
gás natural, priorizando o uso do combustível na indústria.
De acordo com o DETRAN-RN até 15/05/08, 6,66% da frota de veículos do Rio
Grande do Norte utilizava GNV, percentual que corresponde a 39.630 veículos convertidos a
gás natural no Rio Grande do Norte.
A Potigás, distribuidora de gás natural do estado do Rio Grande do Norte, afirma que
o GNV vem se popularizando cada vez mais e que este combustível pode proporcionar até
70% de economia para o consumidor final e dessa forma gerar certas vantagens,
principalmente para os profissionais do ramo de transportes, como aumento da vida útil do
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motor do veículo, economia de gastos com combustível e redução do custo de manutenção,
por propiciar maior intervalo na troca de velas, óleo lubrificante e tubos de escapamento.
Quanto ao acesso do consumidor final ao combustível, o Rio Grande do Norte já
possui 56 postos que dispõem do GNV em suas bombas, comercializando cerca de 210 mil m³
ao dia. Dentre os 56 postos de gás natural veicular, 46 estão localizados na Grande Natal,
conforme dados fornecidos pela Potigás.
Através da análise histórica da utilização do gás natural veicular no Brasil, da
avaliação das estratégias do Governo e Petrobrás quanto às tentativas de estímulo e controle
da sua demanda e finalmente, a partir da elaboração de simulações baseadas em preço,
rendimento de cada combustível, custo do kit de conversão e tipo do veículo a utilizar o GNV
este estudo visa constatar se o emprego do mesmo, em automóveis de pequeno porte, é uma
alternativa viável para seus consumidores frente aos demais combustíveis existentes para este
segmento de veículos.
1.1.
Gás natural
A utilização do gás natural quer seja na indústria, ou como combustível para veículos
automotores é bastante recente no Brasil, sua intensificação ocorreu em meados de 2002. A
Companhia de Gás de Minas Gerais - GASMIG assim apresenta o conceito desse
combustível:
“O Gás Natural é um combustível fóssil, com constituição semelhante à do petróleo
e pode ser encontrado no subsolo ou no fundo do mar, em depósitos naturais de
rochas sedimentares, associado ou não ao petróleo. Sua origem é da decomposição
de plantas e animais, resultado de um processo de milhões anos.” (GASMIG, 2008)
De acordo com Peruzzo e Canto (2000), combustível é todo material ou substância que
reage na presença de oxigênio emitindo uma grande quantidade de energia, e liberando luz e
calor.
Desta forma o gás natural é uma substância capaz de reagir com o oxigênio liberando
energia, a qual, segundo SCARLATO et al, 1998, significa ação.
Com estas propriedades o gás natural entrou no mercado brasileiro, e também no
mercado do Rio Grande do Norte, de forma que, conforme dados publicados pela Agência
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Nacional do Petróleo (ANP), em 2007, o estado foi responsável pela produção de 4650 bep¹, o
que representa 2,1% dos 22.136.431 bep da produção nacional. A Potigás publicou que em
2007, 49% da produção de Gás Natural do Rio Grande do Norte, cerca de 173 mil m³/dia é
destinada para a indústria, composta de 55 empresas, enquanto os demais 51%, cerca de 217
mil m³/dia é destinado para o setor automotivo, composto por 53 postos distribuídos pelo
estado.
“Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os fatores
produtivos, são trocados livremente” (TROSTER, 1999, p. 46).
Tabela 1 – Consumo anual das fontes de energia no setor de transportes.
SETOR DE TRANSPORTES
IDENTIFICAÇÃO
GÁS NATURAL
UNIDADE: 10³ bep
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
116
140
275
503
862
1.169
1.390
1.711
2.030
CARVÃO VAPOR
0
0
0
0
0
0
0
0
0
LENHA
0
0
0
0
0
0
0
0
0
23.100
23.395
24.090
24.840
25.834
25.058
26.810
26.685
27.112
ÓLEO DIESEL
ÓLEO COMBUSTÍVEL
GASOLINA AUTOMOTIVA
GASOLINA DE AVIAÇÃO
QUEROSENE
ELETRICIDADE
773
755
648
712
742
699
782
806
733
14.772
13.770
13.261
12.995
12.426
13.115
13.560
13.595
14.440
62
58
58
56
42
47
47
42
54
3.145
2.931
3.124
3.215
3.092
2.194
2.345
2.553
2.381
101
101
107
103
81
84
89
102
126
ÁLCOOL ETÍLICO
6.783
6.798
5.820
5.377
6.085
5.794
6.445
6.963
6.395
ÁLCOOL ETÍLICO ANIDRO
2.850
3.205
3.046
3.208
3.871
3.875
3.979
4.079
2.777
ÁLCOOL ETÍLICO HIDRATADO
3.933
3.594
2.774
2.170
2.214
1.919
2.466
2.885
3.618
0
0
0
0
0
0
0
0
0
48.852
47.949
47.385
47.802
49.163
48.160
51.469
52.459
53.270
OUTRAS SECUNDÁRIAS DE PETRÓLEO
TOTAL
Fonte: Balanço Energético Nacional – BEN, 2007, CAP. 3.
No mercado de combustíveis veiculares o gás natural, agora conhecido como Gás
Natural Veicular (GNV) surgiu, ainda que discretamente, a partir de meados de 1998 e 1999,
conforme a tabela 1, referente ao consumo de energia no setor de transportes.
Segundo Almeida, 2007, até a década de 1990, o gás natural tinha um papel
secundário na política energética nacional, mas o governo Fernando Henrique Cardoso adotou
uma política energética que buscou elevar a participação do gás na matriz energética nacional
e a partir da negociação para importação de gás boliviano, adotou-se a meta de uma
participação do gás natural correspondente a 12% da matriz energética brasileira. Para tanto,
Petrobrás e governos estaduais criaram uma estrutura de incentivos que permitiu, em poucos
anos, criar o segundo maior mercado de GNV no mundo, de acordo com Almeida, 2007, ou
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seja, a partir da possibilidade que o país possuía em ofertar gás natural veicular, incentivou-se
a criação de uma demanda para o produto, resultando em uma adaptação do mercado de
combustíveis com o surgimento de postos de gás natural veicular e empresas que instalassem
Kits de GNV nos veículos.
“A curva de demanda de mercado mostra a relação entre a quantidade demandada de
um bem por todos os indivíduos e seu preço, mantendo constantes outros fatores (gosto,
renda, preço de bens relacionados)” (TROSTER, 1999, P. 50).
“A curva de oferta de mercado mostra a relação entre a quantidade de um bem
oferecido por todos os produtores e seu preço, mantendo constantes os outros fatores
(tecnologia, preço de fatores produtivos etc.)” (TROSTER, 1999, p. 51).
Com isso preços baixos foram oferecidos, como mostra a tabela 2, de forma que o
mercado tendesse à alcançar seu preço de equilíbrio, que para TROSTER, 1999, é aquele em
que coincidem os planos dos demandantes ou consumidores e dos ofertantes ou produtores.
Da mesma forma que “Preço é o valor estabelecido pelo vendedor para efetuar a
transferência da propriedade de um bem” (DUTRA, 1995, P.27).
Tabela 2 – Preços médios dos combustíveis no Brasil
PREÇOS MÉDIOS CORRENTES DE FONTES DE ENERGIA (1)
IDENTIFICAÇÃO
UNIDADE: US$ / Unidade Física
UNIDADE UNIDADE
2000 2001 2002 2003
2004
2005
2006
GASOLINA (2)
m³
828
706
592
682
712
957
1.166
ÁLCOOL (2)
m³
540
436
354
443
414
567
769
GÁS NATURAL COMBUSTÍVEL (3)
10³ m³
163
144
140
144
176
243
321
Dolar/venda(media do ano)
Moeda BR/US$ 1,83
2,35
2,93
3,04
2,93
2,43
2,18
(1) Moeda nacional corrente convertida a dólar corrente pela taxa média anual do câmbio. Preços ao consumidor com impostos.
(2) Cotações do Rio de janeiro, até 2004. Média Brasil a partir de 2005.
(3) Até 1994, preço de venda da Petrobrás a consumidores industriais. A partir de 1995, cotações de indústrias de vários estados
(4) Preços médios nacionais
(5) Cotações de indústrias de vários Estados.
(6) Preço médio no Rio de Janeiro.
Fonte: Balanço Energético Nacional – BEN, 2007, CAP. 3.
Neste contexto surgiram muitos consumidores interessados em converter seus veículos
para o gás natural veicular, pelas tantas vantagens que o combustível oferecia na época..
“O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) já iniciou a contagem regressiva para
alcançar a marca de 1 milhão de veículos leves movidos a GNV no país, conforme
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previsto para segundo semestre desse ano. Em março, a frota nacional somou
898.161 veículos, faltando, portanto, pouco mais de 100 mil conversões para se
chegar à meta. Somente no primeiro semestre, as conversões cresceram 55%, para
62.202, de 40.173 em igual período do ano passado. O setor também registrou o
melhor resultado de março de todos os tempos, quando mais 20.800 veículos
passaram a rodar com o combustível. Esse total representou um crescimento de 43%
sobre igual mês do ano passado” (LIMA, 2005).
Segundo WESTON e BRIGHAM, 2000, risco é a possibilidade de que algum
acontecimento desfavorável venha a ocorrer enquanto a taxa de retorno é o valor médio da
distribuição de probabilidades de resultados possíveis.
Da mesma forma, rentabilidade é o “Grau de êxito econômico obtido por uma empresa
em relação ao capital nela investido” (BRAGA, 1995, P. 30), seguido pelo lucro que segundo
SANDRONI, 2003, consiste na diferença entre receitas e despesas de uma empresa em
determinado período (um ano, um semestre etc).
Nestes moldes os brasileiros arriscaram seguir as tendências do mercado na
expectativa de realizar um negócio rentável, ou seja, atingir lucro em relação ao tipo de
combustível que utilizavam em seus veículos, o que os motivou a converterem seus veículos
para o GNV, resultando no aumento do consumo deste, como apresenta a tabela 1.
“Um investimento é o comprometimento atual de dinheiro ou de outros recursos na
expectativa de colher benefícios futuros”. (BODIE, 2000, P. 23).
Após toda essa movimentação no mercado de combustíveis brasileiro, ocorreu a crise
da indústria enérgica atingindo de forma clara o mercado de GNV nacional.
Conforme notícia publicada no site DreaMule News, 2007, o ministro de Minas e
Energia à época, Nelson Hubner, disse que não aconselhava novas conversões de carros para
o uso de GNV (Gás Natural Veicular).
“O que não dá é para a gente abandonar estas pessoas que de boa fé fizeram todo este
investimento, elas vão continuar tendo gás, até porque as distribuidoras têm um contrato com
a Petrobrás”. (Hubner apud DreaMule News, 2007)
A partir desta mudança no mercado do GNV nacional, vários consumidores se
questionaram sobre a viabilidade do investimento em conversão de veículos para o gás natural
veicular.
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2. MATERIAL E MÉTODO
Com base em todas as informações acima o delineamento desta pesquisa para
obtenção de dados classifica-se como Pesquisa Bibliográfica, segundo a classificação de
CERVO, 1996, pois procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas
em documentos.
Quanto à classificação do objetivo específico enquadra-se como um estudo
exploratório, que segundo CERVO, 1996 realiza descrições precisas da situação e quer
descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma, classificando-se
quanto a sua natureza como pesquisa quantitativa por serem feitas análises numéricas,
apresentação de dados quantificáveis, planilhas, tabelas e gráficos.
“O Quantitativo, conforme o próprio termo indica, significa quantificar opiniões,
dados (...)” (OLIVEIRA, 1998, p. 115).
O universo da pesquisa será composto pelos proprietários de veículos que utilizam
GNV, no estado do Rio Grande do Norte.
Os dados foram analisados através da elaboração do simulador que forneceu planilhas
e gráficos presentes nesta pesquisa, possibilitando a simulação de ambientes / cenários, que
possibilitaram a constatação dos limites de viabilidade do gás natural veicular em Natal/RN.
3. RESULTADOS
3.1 Simulador
A base principal para a apresentação das análises de viabilidade neste artigo foi a
construção do simulador utilizando o software Microsoft Excel 2003, no qual foram gerados
os gráficos das análises com base nos dados inseridos.
Nos cálculos realizados pelo simulador levaram-se em conta as seguintes variáveis:
1. Preços atuais dos combustíveis,
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2. Preço do kit de conversão,
3. Consumo de combustível por quilômetro,
4. Quilometragem diária percorrida e,
5. Relação de autonomia entre o GNV e os demais combustíveis.
Tabela 3 – Síntese dos Preços Praticados no Brasil para Gasolina R$/l, Álcool R$/l e GNV R$/m³.
PREÇO
PREÇO
MÉDIO
MÉDIO
GASOLINA
ÁLCOOL
ACRE
R$ 2,94
R$ 2,08
-
ALAGOAS
R$ 2,77
R$ 1,67
R$ 1,76
AMAPÁ
R$ 2,58
R$ 2,03
-
AMAZONAS
R$ 2,42
R$ 1,77
R$ 1,40
BAHIA
R$ 2,66
R$ 1,73
R$ 1,66
CEARÁ
R$ 2,38
R$ 1,71
R$ 1,75
DISTRITO FEDERAL
R$ 2,54
R$ 1,86
-
ESPÍRITO SANTO
R$ 2,61
R$ 1,74
R$ 1,57
GOIÁS
R$ 2,37
R$ 1,46
-
MARANHÃO
R$ 2,64
R$ 1,73
-
MATO GROSSO
R$ 2,78
R$ 1,41
R$ 1,52
MATO GROSSO DO SUL
R$ 2,62
R$ 1,69
R$ 1,59
MINAS GERAIS
R$ 2,37
R$ 1,59
R$ 1,59
PARANÁ
R$ 2,40
R$ 1,41
R$ 1,45
PARAÍBA
R$ 2,42
R$ 1,67
R$ 1,62
PARÁ
R$ 2,69
R$ 2,12
-
PERNAMBUCO
R$ 2,59
R$ 1,53
R$ 1,70
PIAUÍ
R$ 2,57
R$ 1,85
-
RIO DE JANEIRO
R$ 2,51
R$ 1,63
R$ 1,45
RIO GRANDE DO NORTE
R$ 2,41
R$ 1,71
R$ 1,58
RIO GRANDE DO SUL
R$ 2,52
R$ 1,75
R$ 1,74
RONDÔNIA
R$ 2,65
R$ 1,83
-
RORAIMA
R$ 2,67
R$ 2,15
-
SANTA CATARINA
R$ 2,52
R$ 1,70
R$ 1,67
SERGIPE
R$ 2,52
R$ 1,81
R$ 1,77
SÃO PAULO
R$ 2,38
R$ 1,26
R$ 1,16
TOCANTINS
R$ 2,75
R$ 1,79
-
ESTADO
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PREÇO
MÉDIO GNV
9
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O cálculo do preço médio foi baseado nas vendas de
Data de
combustíveis informadas pelas distribuidoras à ANP no ano de
Emissão
2004, através do DCP (Demonstrativo de Controle de Produtos).
16/05/2008
Fonte: ANP, 2008.
De acordo com a ANP - Agência Nacional do Petróleo, na segunda semana de Maio
deste ano, o preço médio do litro de gasolina foi de R$ 2,414/litro, enquanto o preço médio do
litro do álcool estava a R$ 1,708 e o preço do m³ do GNV a R$ 1,583, conforme apresenta a
tabela 3.
Nas análises foram consideradas que os proprietários de veículos eram particulares e
que os veículos eram populares. Foram considerados os preços atuais dos combustíveis em
questão: álcool, gasolina e gás natural veicular.
Conforme apresenta a conversora GásPoint, existem diferentes tipos de kits de
conversão para GNV, que são classificados de acordo com a tecnologia empregada no
veículo. O custo despendido com o Kit de Conversão é um dos gastos mais relevantes na hora
de tomar a decisão entre converter ou não um veículo, onde este gasto aliado ao preço do m³
são as variáveis que viabilizam financeiramente, ou não, a conversão.
Deste modo o simulador considera veículos populares mais novos, ou seja, que já
possuem o sistema de injeção eletrônica. Para este tipo de tecnologia, consideramos um Kit de
conversão de 5ª geração, o qual, segundo a Gáspoint, apresenta menor perda de potência do
motor.
Os valores de cada tipo de kit variam de acordo com a tecnologia utilizada, tamanho
do cilindro e tipo do veículo. Segundo levantamento feito no mercado local, o preço do Kit de
conversão de 5ª geração para veículos populares, como por exemplos Gol, Uno, Palio e Celta,
variam de R$ 4.200,00 a R$ 5.100,00.
Nesta simulação consideraremos um kit de conversão no valor de R$ 4.500,00.
Tabela 4 – Comparação entre autonomia do GNV em relação à Gasolina e ao Álcool.
Gasolina
5
7
10
12
15
18
km/litro
Álcool
3,5
4,5
7
8,5
10,5
12,5
m³
50
65
100
120
140
170
7,5
65
90
130
150
190
230
10
100
130
195
234
290
340
15
110
150
220
260
330
390
17
Autonomia
média
em
quilômetros
IV CNEG
Tamanho
do
cilindro em m³
10
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Equivale à
GNV
130
190
270
320
410
480
21
160
220
320
390
480
570
25
195
270
390
465
585
690
30
260
360
520
620
780
920
40
6,5
9
13
15,5
19,5
23,5
km/m³
Fonte: GásPoint, 2008.
“O consumo varia em função do trânsito, de condutor para condutor e de carro para
carro, utilizamos como referência de cálculo para o consumo ideal, o acréscimo de
20% na autonomia por litro de combustível líquido para 1 m³ de GNV.” (Globo Gás
Brasil, 2006)
Segundo o engenheiro Bastos, 2007, o rendimento do GNV é 20% superior à gasolina
e até 40%, maior do que o do álcool.
Conforme a Tabela 4, a autonomia do m³ de GNV pode ser 30% superior a gasolina e
50% ao álcool. Este artigo irá considerar em suas simulações, a autonomia do m³ do gás
natural superior em 20% sobre a gasolina e 40% superior ao álcool.
Conforme a revista Globo Gás Brasil em Novembro de 2006, um veículo popular
percorre em média 10 km/litro de gasolina, desta forma, utilizaremos este dado como base
para a construção das simulações, relacionando os percentuais de autonomia entre GNV,
gasolina e álcool, a partir desta definição.
Para especular as distâncias percorridas pelos proprietários de veículos em Natal/RN,
consultamos o Google Maps Brasil em 15/05/08. A Cidade de Natal apresenta atualmente
uma área metropolitana considerável, que pode ser comprovada através das distâncias entre
determinados bairros como por exemplo, Cidade Satélite à Cidade Alta (aproximadamente 12
Km), Nova Parnamirim à Cidade Alta (aproximadamente 14 Km), Lagoa Azul ao Alecrim
(aproximadamente 18 Km), Potengi à Candelária (aproximadamente 15 Km), Pajuçara a
Ponta Negra (aproximadamente 25 Km), além de trechos feitos por moradores de cidades
vizinhas que desenvolvem alguma atividade na capital, fazendo trechos como Parnamirim/RN
a Cidade Alta (aproximadamente 18 Km) ou até mesmo Macaíba/RN a Natal
(aproximadamente 20 Km).
Partindo deste pressuposto, o simulador considera pessoas que utilizam seus veículos
diariamente e almocem em casa, situação típica na cidade, ou, que trabalham e estudam em
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outro turno, de forma que façam diversos percursos em seus veículos diariamente. Desta
forma se considera nas simulações uma média de quilometragem de 80 Km/dia.
A partir dessas variáveis, pode-se calcular o valor gasto com combustível (C),
dividindo-se o resultado da multiplicação entre, a quilometragem da média percorrida
diariamente (Km) e o período de tempo desejado (T), pela multiplicação entre rendimento da
gasolina por litro (R) e o preço do litro do combustível (P) conforme pode ser observado na
equação 1.
C = Km x T / R x P
(1)
3.2 Cenários
Os cenários utilizados nessas simulações foram elaborados considerando a fixação dos
preços do Álcool e da Gasolina, a média da distância percorrida diariamente, preço do Kit de
conversão, autonomia dos combustíveis e simulação do valor do preço do metro cúbico do gás
natural veicular, para, desta forma, detectar-se em quanto tempo o GNV torna-se viável.
3.2.1 Primeiro Cenário
No primeiro cenário consideramos os preços atuais dos combustíveis: Gasolina R$
2,414/litro, Álcool R$ 1,708/litro e GNV R$ 1,583/m³. O preço do Kit de conversão
considerado é de R$ 4.500,00, a quilometragem diária é de 80 Km e o rendimento do veículo
por se tratar de um veículo popular, consideramos 10 Km/litro de Gasolina, com base em
pesquisa publicada pela Revista Globo Gás Brasil.
Neste cenário o preço do GNV corresponde a aproximadamente 65,57 % do preço da
Gasolina e 92,68% do preço do álcool.
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30.000,00
Valores em R$
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Tempo (meses)
Gasto com Gasolina
Gasto GNV
Gasto com Alcool
Gráfico 1 – Primeira simulação de gastos entre GNV, Gasolina e Álcool, ao longo do tempo,
considerando os preços atuais dos combustíveis.
Fonte: Simulador, 2008.
A partir dos dados citados anteriormente para o primeiro cenário, o gráfico 1 apresenta
um ponto de equilíbrio de gastos entre GNV e Gasolina no décimo oitavo mês, onde acima
deste ponto a utilização do gás natural veicular torna-se viável, ao contrário do comparativo
de gastos com GNV em relação ao Álcool, onde a viabilidade inicia-se apenas em torno do
vigésimo oitavo mês.
R$ 10.000,00
R$ 8.000,00
Valores em R$
R$ 6.000,00
R$ 4.000,00
R$ 2.000,00
R$ 0,00
(R$ 2.000,00)
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
(R$ 4.000,00)
(R$ 6.000,00)
Tempo (meses)
Economia GNV X Gasolina
Economia GNV X Alcool
Gráfico 2 – Primeiro comparativo entre a economia obtida entre um carro movido a álcool e outro
a gasolina, ao longo do tempo, considerando os preços dos combustíveis atuais.
Fonte: Simulador, 2008.
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No gráfico 2 pode-se observar a diferença entre os patamares de economia na
utilização do GNV em relação à Gasolina e em relação ao Álcool, onde ao final de quatro
anos para um proprietário de veículo a Gasolina, nas condições simuladas, teria uma
economia de R$ 8.112,48, enquanto um proprietário de veículo movido a Álcool, teria uma
economia no mesmo período de quase R$ 3.451,62, menos de 50% do desempenho alcançado
por veículos movidos a gasolina.
3.2.2 Segundo Cenário
Neste cenário foi aumentado o valor do m³ do GNV em 10%, correspondendo ao valor
de R$ 1,741/m³, valor que equivale a 72,12% do preço da Gasolina e ultrapassa o valor do
litro do Álcool em 1,93%.
30.000,00
Valores em R$
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Tempo (meses)
Gasto com Gasolina
Gasto GNV
Gasto com Alcool
Gráfico 3 – Segunda simulação de gastos entre GNV, Gasolina e Álcool, ao longo do tempo, com
aumento de 10% no preço inicial do GNV.
Fonte: Simulador, 2008.
Com base na representação gráfica 3, observa-se que para um aumento de 10% no
preço do metro cúbico do GNV, a viabilidade deste em relação a gasolina é postergada em
apenas dois meses, iniciando-se no vigésimo mês, por outro lado este aumento de preço em
relação ao álcool, representa um aumento de 6 meses, sendo alcançado somente no trigésimo
quarto mês.
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8.000,00
Valores em R$
6.000,00
4.000,00
2.000,00
0,00
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
(2.000,00)
(4.000,00)
(6.000,00)
Tempo (meses)
Economia GNV X Gasolina
Economia GNV X Alcool
Gráfico 4 – Segundo comparativo entre a economia obtida entre um carro movido a álcool e outro
a gasolina, ao longo do tempo.
Fonte:
Simulador,
Conforme
o 2008.
gráfico 4, a economia resultante da utilização do GNV em relação
a
Gasolina sofre uma redução de 18,70%, saindo de R$ 8.112,48 na primeira simulação para R$
6.595,68. Porém esta redução em R$ 1.516,80 para um usuário do álcool é muito mais
acentuada, pois, apesar de ser o mesmo valor representa 43,95% de redução. Desta forma o
valor da economia alcançada pelo álcool corresponde a 29,33% da economia atingida por
usuários de gasolina.
3.2.3 Terceiro Cenário
Dando continuidade as simulações com aumento do preço de GNV, neste cenário o
valor do m³ é superior em 20% ao preço da primeira simulação, correspondente a R$
1,899/m³, valor que equivale a 78,66% do preço da gasolina e ultrapassa o valor do litro do
álcool em 11,18%.
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30.000,00
Valores em R$
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Tempo (meses)
Gasto com Gasolina
Gasto GNV
Gasto com Alcool
Gráfico 5 – Terceira simulação de gastos entre GNV, Gasolina e Álcool, ao longo do tempo, com
aumento de 20% no preço inicial do GNV. Fonte: Simulador, 2008.
Quanto maior o valor do m³ do GNV, maior o tempo para que este torne-se viável,
conforme apresentado pelo gráfico 5, onde os gastos entre GNV e Gasolina se cruzam em
torno dos meses 23 e 24, sendo a partir deste ponto que a utilização do GNV torna-se viável
em relação a gasolina, sendo a partir do quadragésimo quarto mês para o álcool.
6.000,00
Valores em R$
4.000,00
2.000,00
0,00
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
(2.000,00)
(4.000,00)
(6.000,00)
Tempo (meses)
Economia GNV X Gasolina
Economia GNV X Alcool
Gráfico 6 – Terceiro comparativo entre a economia obtida entre um carro movido a álcool e outro a
gasolina, ao longo do tempo, com um aumento de 20% no preço do GNV.
Fonte: Simulador, 2008.
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Analisando-se o Gráfico 6 verifica-se que o gráfico de gastos entre GNV e gasolina
torna-se positivo no mês 23, chegando a R$ 5.078,88 ao final do último mês, continuando a
apresentar redução como na simulação anterior, correspondendo nesta a 22,99% em relação à
simulação passada, o que torna o resultado 37,40% menor que o resultado obtido na primeira
simulação. No caso do álcool o GNV torna-se cada vez mais inviável, apresentando desta vez
um resultado de apenas R$ 418,02 ao final do período, o que representa uma queda de 87,89%
no lucro da conversão do carro a álcool para gás natural veicular.
3.2.4 Quarto Cenário
Esta simulação considera um acréscimo no valor do m³ do GNV em 30% do preço
inicial do m³ da primeira simulação, o que corresponde a R$ 2,057/m³, valor este equivalente
a 85,21% do preço da gasolina e superior em 20,43% ao valor do litro do álcool.
30.000,00
Valores em R$
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
1
4
7
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Tempo (meses)
Gasto com Gasolina
Gasto GNV
Gasto com Alcool
Gráfico 7 – Quarta simulação de gastos entre GNV, Gasolina e Álcool, ao longo do tempo, com
aumento de 30% no preço inicial do GNV.
Fonte: Simulador, 2008.
Nesta simulação conforme o gráfico 7, observa-se que se distancia em nove meses, o
resultado alcançado pela gasolina, em relação a primeira simulação feita, tornando-se viável a
partir do vigésimo sétimo mês. O principal dado desta simulação é que com um aumento de
30% no preço de GNV em uma simulação compreendida em um período de 48 meses, o GNV
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torna-se inviável para o usuário de álcool, atingindo um prejuízo de R$ 1.098,78 ao final do
período de 48 meses.
4.000,00
3.000,00
Valores em R$
2.000,00
1.000,00
0,00
1.000,00
1
4
7
10
13 16 19
22 25 28
31 34
37 40 43
46
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
Tempo (meses)
Economia GNV X Gasolina
Economia GNV X Alcool
Gráfico 8– Quarta simulação de gastos entre GNV, Gasolina e Álcool, ao longo do tempo, com
aumento de 30% no preço inicial do GNV.
Fonte:
Simulador,
Conforme
as2008.
informações deste cenário, apresentadas no gráfico 8, o GNV
para
usuários de gasolina ainda possui uma posição de viabilidade atingindo um lucro no final do
período de R$ 3.562,08, apresentando uma redução em 56,10% em relação ao lucro atingindo
na primeira simulação.
3.2.5 Quinto Cenário
Neste quinto e último cenário simulamos o preço do GNV no mesmo patamar que o
preço da Gasolina, ou seja, R$ 2,414/m³ o que equivale a um aumento de 52,49% em relação
ao seu preço inicial.
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30.000,00
Valores em R$
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
1
4
7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Tempo (meses)
Gasto com Gasolina
Gasto GNV
Gasto com Alcool
Gráfico 9 – Quinta simulação de gastos entre GNV, Gasolina e Álcool, ao longo do tempo,
com aumento de 52,49% no preço inicial do GNV. Fonte: Simulador, 2008.
De forma óbvia para usuários de veículos a álcool esta simulação é inviável, chegando
a atingir um prejuízo de R$ 4.525,98 no final dos 48 meses. No caso da gasolina apesar de
apresentar 98,34% de redução no lucro ao final do período, a gasolina ainda apresenta uma
lucratividade correspondente a R$ 134,88 ao final do quadragésimo oitavo mês.
4. CONCLUSÕES
O estímulo dado pelo governo para utilização do GNV permitiu a criação de uma
considerável frota veicular. A conversão dos veículos aliada à introdução de veículos triflexíves e quadri-flexíves, tendem a gerar um aumento de demanda de GNV de forma
considerável. Neste contexto, a crise do gás boliviano criou uma situação onde há
possibilidade de diminuição da oferta do Gás em um futuro próximo se o governo não fizer os
investimentos necessários para se usar as reservas de gás da bacia de Campos e do Espírito
Santo.
Com um cenário de escassez para a frota em médio prazo e, baseado na lei da oferta e
da procura que em situação de escassez há aumento de preços, foi elaborado neste trabalho
cinco cenários sobre a viabilidade do GNV e sua conversão em relação a gasolina e ao álcool,
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assim, podemos concluir que em todos os cenários a conversão do GNV em relação a gasolina
é lucrativo e vale o investimento na conversão. Em relação ao álcool a conversão do veículo
para GNV torna-se inviável a partir do terceiro cenário, onde o preço do GNV corresponde a
78,66% do preço atual da gasolina.
Desta forma, se for levado em consideração o tempo de utilização do veículo pelo
consumidor até sua próxima troca, normalmente, entre três ou quatro anos ou 36 a 48 meses, a
conversão de veículos a álcool só valeria para os consumidores que desejassem ficar com o
veículo pelo máximo de tempo possível. Por isso é factível afirmar que há viabilidade da
conversão para GNV para veículos populares movidos a gasolina e/ou álcool.
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