Tópico 7 - Alexandre B. Cunha

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ECONOMIA INTERNACIONAL: NOTAS
DE AULA
Elaboração: Alexandre B. Cunha
7
O MODELO MUNDELL-FLEMING COM PMC
E CÂMBIO FIXO
O modelo Mundell-Fleming é versão para economia aberta do modelo IS-LM.
– Ele também é conhecido como modelo IS-LM-BP.
– Diversos livros-textos discutem o modelo IS-LM-BP. Exemplos: Dornbusch e
Fischer (1982), Sachs e Larrain (2000) e Simonsen e Cysne (2009).
Há versões do modelo Mundell-Fleming com e sem PMC (perfeita mobilidade de
capital). No tocante ao regime cambial, há versões com câmbio …xo e com câmbio
‡exível.
– Este tópico: câmbio …xo com PMC.
– Tópico 8: câmbio ‡utuante com PMC;
– Tópico 9: sem PMC, ambos os regimes cambiais.
Tendo em vista o papel central dos regimes cambiais para o modelo MundellFleming, efetuaremos a seguir uma breve discussão sobre os mesmos.
7.1
Regimes Cambiais
As subseções 7.1.1, 7.1.2 e 7.1.3 deste documento são baseadas na parte inicial do
capítulo 10 de Sachs e Larrain (2000).
Para o aluno que deseja estudar mais profundamente o tema desta seção, recomendase a leitura do capítulo 2 de Eun e Resnick (2011).
1
Notas de Aula para Economia Internacional
7.1.1
Elaboração: Alexandre B. Cunha
Histórico
O arranjo de câmbio predominante no período 1870-1914 era o sistema de câmbio
…xo, pois as principais economias do mundo estavam no padrão ouro.
Houve abandono do padrão-ouro em 1914 (I Guerra Mundial).
O sistema de Bretton Woods foi implantado ao …m da II Guerra Mundial.
– Dólar no padrão-ouro; outras moedas ancoradas no dólar.
O sistema de Bretton Woods entrou em colapso em 1971.
Desde 1973 as principais moedas do mundo industrializado estão em um esquema
de câmbio ‡utuante administrado (o que implica uma ‡utuação suja).
O surgimento do euro foi um importante evento.
7.1.2
Principais Características do Regime de Câmbio Fixo
Em um sistema cambial …xo, o banco central …xa o preço da moeda nacional em
relação a uma moeda estrangeira.
Para que tal política tenha algum signi…cado econômico, ele deve ser acompanhada
pela conversibilidade da moeda doméstica.
Quando falarmos em câmbio …xo nós implicitamente estaremos assumindo que há
conversibilidade.
A âncora unilateral ocorre quando um país …xa a taxa de câmbio sem que nenhum
outro país se comprometa a defender a cotação em questão. Exemplos: Estônia e
Hong Kong.
Ocorre um arranjo cambial cooperativo quando dois ou mais governos assumem
a responsabilidade compartilhada pela manutenção da (s) taxa (s) de câmbio.
Exemplo: países do Sistema Monetário Europeu antes da implantação do euro.
Principal vantagem: estabilidade cambial.
Principal desvantagem: perda de autonomia na condução da política econômica.
2
Notas de Aula para Economia Internacional
7.1.3
Elaboração: Alexandre B. Cunha
Principais Características do Regime de Câmbio Flutuante
Em tal regime a autoridade monetária não tem compromisso em manter a taxa de
câmbio em um dado nível.
Se o banco central efetivamente não intervêm no mercado cambial, ocorre uma
‡utuação limpa. Caso contrário, ocorre uma ‡utuação suja.
Seja E a taxa de câmbio. Se E > 0 em um regime de câmbio …xo, diz-se que
ocorreu uma desvalorização. Se E > 0 em um regime de câmbio ‡utuante,
diz-se que ocorreu uma depreciação. Antônimos (caso E < 0): valorização e
apreciação.
Principal vantagem e principal desvantagem: contrário do regime de câmbio …xo.
As vantagens e desvantagens dos regimes de câmbio …xo e ‡utuante constituem um
dos tópicos mais polêmicos na área de macroeconomia internacional. Os economistas estão longe de chegar a um consenso.
7.1.4
Regimes Cambiais na Atualidade
Esta subseção é baseada na classi…cação dos regimes cambiais adotada pelo FMI.
– http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2008/eng/0408.htm
Regimes limites: …xo e ‡utuante.
Regime de fato vs. regime declarado.
Tabela/matriz: [x] signi…ca x países seguem a política em questão.
– vertical: regime cambial
sentido #: (1) não há moeda nacional [10]; (2) currency board [13]; (3)
…xos distintos de (1) e (2) [68]; (4) pegged com bandas horizontais [3]; (5)
crawling peg [8]; (6) crawling band [2]; (7) ‡utuação gerenciada [44]; (8)
‡utuação independente [40].
Relativamente poucos países em (4), (5) e (6).
– horizontal: arcabouço (framework) de política monetária
sentido !: (1) âncora cambial (dólar [66], euro [27], cesta [15], outras
moedas [7]) [66+27+15+7 = 115]; (2) meta para os agregados monetários
[22]; (3) metas de in‡ação [44]; (4) outros [11].
3
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
– Muitos países “pequenos”com câmbio …xo.
– Economias grandes e países desenvolvidos: câmbio não é …xo.
E o caso do euro? Será que os países membros não deveriam estar classi…cados como com câmbio …xo?
China: crawling peg.
– A matriz está “cheia”na diagonal.
– Possível erro? 10+13+68+3+8+2+44+40 = 188 < 192 = 115+22+44+11
7.2
O Modelo Mundell-Fleming
Nossa tarefa: modi…car o modelo IS-LM-DA-OA para uma economia aberta.
7.2.1
A Taxa Real de Câmbio
A taxa real de câmbio (q).
q=
EP
P
Podemos interpretar q como o preço relativo entre duas cestas de bens.
7.2.2
A Curva IS
Identidade básica da curva IS (equilíbrio no mercado do produto):
Y = CD + ID + G + ZD ,
onde Z = X
(1)
X .
– Importante: Z não é o saldo da balança comercial, pois essa variável também
inclui o comércio de serviços.
Alguns textos denominam Z de exportações líquidas.
Consumo:
C D = C(R; Y
–
C1
0, 0 < C2 < 1, C22
T)
(2)
0, C(R; T ) > 0
Investimento:
I D = I(R), I 0 < 0
4
(3)
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
Exportações líquidas:
Z D = Z(q; Y; Y )
–
Z1 > 0, Z2 < 0, jZ2 j < C2 , Z22
(4)
0, Z3 > 0
–
Z1 > 0: a condição de Marshall-Lerner é satisfeita (ver seção 7.10).
–
jZ2 j < C2 : um acréscimo em Y determina um aumento da demanda pela
produção doméstica.
Combine as quatro igualdades acima. Você concluirá que
Y = C(R; Y
T ) + I(R) + G + Z(q; Y; Y ) .
(5)
A última igualdade é a equação da curva IS.
A curva IS é decrescente, pois
@Y
C1 + I 0
=
<0.
@R
1 (C2 + Z2 )
(6)
– Vale ressaltar que 0 < C2 + Z2 < 1.
jZ2 j < C2 ) Z2 < C2 ) 0 < C2 + Z2
C2 < 1 ) C2 + Z2 < 1 + Z2 < 1
Adicionalmente,
@Y
=
@G
1
1
>0,
(C2 + Z2 )
pois C2 + Z2 < 1.
De forma similar,
@Y
@Y
@Y
< 0,
> 0,
>0.
@T
@q
@Y
(7)
– Desta forma, uma elevação em G desloca a curva IS para a direita; o mesmo
vale para elevações em q e Y . Uma elevação em T desloca a curva IS para a
esquerda.
7.3
A Curva LM
Exatamente a mesma que no modelo IS-LM para economias fechadas. Ou seja,
M
= L(R; Y ); L1 < 0, L2 > 0 .
P
5
(8)
Notas de Aula para Economia Internacional
7.4
Elaboração: Alexandre B. Cunha
A Curva BP
A curva BP é composta pelos pontos (Y; R) que, dados os valores de q, Y , R e
e
, equilibram as contas externas do país.
Considere a seguinte identidade básica do balanço de pagamentos:
Z
RLEE + K + KC = 0 ,
(9)
onde RLEE é a renda líquida enviada ao exterior, K corresponde ao saldo do
movimento de capitais autônomos e KC é o saldo do movimento de capitais compensatórios.
– Obs.: SCC = Z
RLEE.
– Ou seja, a igualdade (9) simplesmente re‡ete uma propriedade básica do
balanço de pagamentos: o somatório vertical de todos os seus itens é necessariamente igual a zero.
A igualdade (9) é o ponto de partida para a obtenção da equação da curva BP.
Assumiremos que:
– As variáveis RLEE e KC são exógenas.
– O comportamento de Z é descrito por (4). Ou seja,
Z = Z(q; Y; Y ) .
As derivadas parciais tem as propriedades discutidas anteriormente.
– O saldo de capitais autônomos é dado por
K = K(R
onde
e
=
R
e
) , K0
0,
(10)
) + KC = 0 .
(11)
Ee E
.
E
– Concluímos então que
Z(q; Y; Y )
RLEE + K(R
R
e
R
e
É possivel a…rmar que
~
Z(q; Y; Y ) + K(R
)=0,
~ = RLEE + K + KC . Diversos autores procedem dessa forma.
onde K
Porém, por razões que …carão claras mais à frente, nós procederemos de
maneira distinta.
6
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
A igualdade (11) é equivalente a
Z(q; Y; Y ) + K(R
Denote o termo
e
R
)=
KC + RLEE .
KC + RLEE por . Concluímos que
Z(q; Y; Y ) + K(R
e
R
)=
.
(12)
A última igualdade é a equação da curva BP. Lembre que KC corresponde ao
crescimento das reservas internacionais do banco central decorrentes das transações
do país com o exterior.
– Se
= RLEE, então as operações entre residentes e não residentes não
impactam as reservas internacionais do BC.
– Mantenha RLEE constante. Então:
> 0: o banco central passou a acumular reservas internacionais mais
rapidamente.
< 0: o banco central passou a perder reservas internacionais mais
rapidamente.
Com relação à inclinação da curva BP, observe que
@Y
=
@R
K0
Z2
A curva BP será representada no espaço Y
0.
(13)
R. Logo:
– Se K 0 2 (0; 1), então a curva BP é positivamente inclinada (grá…co 1A).
– Se K 0 = 0, então a curva BP é uma reta vertical (grá…co 1B).
– Se K 0 = 1, então a curva BP é uma reta horizontal.
K 0 = 1: a função K é in…nitamente elástica (grá…co 2A)
R<R + e)K= 1
R>R + e)K=1
R > R + e : K indeterminado
Grá…co 2B.
– Importante: K 0 não necessariamente é constante. Logo, o argumento acima
poderia ser apresentado com mais rigor.
Deslocamentos da curva BP.
7
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
– Assuma que K 0 2 [0; 1). É possível mostrar que
@Y
=
@q
Z1
@Y
> 0,
=
Z2
@Y
@Y
K0
@Y
1
Z3
@Y
> 0,
< 0,
=
< 0.
= e =
Z2
@R
@
Z2
@
Z2
Conclusão:
Elevações em q ou Y deslocam a curva BP para a direita.
Elevações em R , e ou deslocam a curva BP para a esquerda.
– O caso em que K 0 = 1 é ainda mais simples. As únicas variáveis relevantes
são R e e .
7.4.1
Inclinação da Curva BP: Considerações Adicionais
Vários autores associam a inclinação da curva BP exclusivamente ao grau de mobilidade de capital.
– Curva BP horizontal: perfeita mobilidade de capital
– Curva BP vertical: não há mobilidade de capital (ou perfeito controle do
movimento de capitais).
– Curva BP positivamente inclinada: imperfeita mobilidade de capital.
Apesar de ser popular, esta visão não necessariamente é correta. Detalhes mais à
frente.
– Devido a popularidade de tal visão, ela será adotada neste curso apesar de
não ser estritamente correta.
– Vale ressaltar que essa visão surgiu antes de vários avanços nas áreas de
Finanças e Macroeconomia.
Suponha que, seja por razões legais ou de cunho puramente econômico, não existe
movimento de capitais autônomos entre o país em análise e o exterior. Neste caso,
K 0 = 0 e curva BP é uma reta vertical.
– Ou seja, o equilíbrio das contas externas depende somente de Z e .
Suponha agora que existe perfeita mobilidade de capital. Ou seja, os residentes
do país podem livremente comprar e vender ativos no exterior. Similarmente,
estrangeiros podem comprar e vender livremente ativos domésticos.
8
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
– Suponha, por simplicidade, que os únicos ativos transacionados sejam títulos
do Tesouro dos EUA e títulos do Tesouro do Brasil.
De…nitivamente, precisamos da hipótese acima para chegarmos a alguma
conclusão.
– Há dois casos possíveis: os ativos (i) são ou (ii) não são substitutos perfeitos.
Substitutos perfeitos:
Conceito microeconômico.
Os ativos tem a mesma taxa de retorno não interessa o que acontecer
até a maturidade do ativo.
– Discutiremos cada um desses casos a seguir.
Considere inicialmente o caso (ii). Mantidas constantes as variáveis R e e , um
acréscimo em R faz com que os investidores aumentem a proporção da sua riqueza
que eles manterão sob a forma de títulos brasileiros. Isso faz com que K cresça de
forma não explosiva.
– Forma não explosiva: K > 0, K < 1.
– Para que o acréscimo em K seja permanente é preciso que a riqueza mundial
esteja crescendo continuamente e/ou ou ajuste no portfólio dos agentes seja
lento.
Com relação ao caso (i), se a economia doméstica for pequena relativamente à
economia norte-americana, então a curva BP será uma reta horizontal que interceptará o eixo vertical no ponto em que a taxa de juros satis…zer a igualdade
R = R + e.
– Grá…co 2B.
– Neste caso, R = R + e e o valor de K se ajustará de forma que a igualdade
(12) seja respeitada.
– Importante: a posição da curva BP é de…nida exclusivamente por R e e .
Desta forma, mudanças nas demais variáveis (q, Y e ) que aparecem na
igualdade (12) não impactam a curva em questão.
Impostos sobre a movimentação de capital podem deslocar a curva BP.
– Se há taxação, então devemos trabalhar com as taxas de juros líquidas de
impostos.
– Usualmente, os impostos não determinam a inclinação da curva.
Exemplo: se a curva BP for horizontal, então não necessariamente ela o
deixará de ser devido à introdução de um imposto.
9
Notas de Aula para Economia Internacional
7.5
Elaboração: Alexandre B. Cunha
Equilíbrio Simultâneo nos Mercados de Produto e de Moeda
e no Balanço de Pagamentos
^ T^; M
^ ; q^; Y^ ; R
^ ; ^e ; ^ ), o vetor (Y^ ; R)
^ corresponderá ao
Para um dado vetor (P^ ; G;
ponto de equilíbrio do modelo IS-LM-BP se e somente se as igualdades (5), (8) e
(12) forem simultaneamente satisfeitas.
– Grá…cos 3A, 3B e 3C.
Considere o grá…co 3A. Será que podemos ter certeza de que a inclinação
da LM é maior que a da BP? Não. Temos uma expressão para a inclinação
da BP na equação (13). A inclinação da LM pode ser obtida através da
diferenciação de (8). Esse procedimento leva a
@Y
=
@R
L1
.
L2
Compare as duas igualdades.
^ depende de (P^ ; G;
^ T^; q^; Y^ ; R
^ ; ^e ; ^ ).
– Obviamente, (Y^ ; R)
Chegamos o mais longe que poderíamos chegar sem introduzir hipóteses adicionais
sobre o regime cambial e a inclinação da Curva BP.
7.6
7.6.1
Câmbio Fixo e Curva BP Horizontal
Equilíbrio e Política Econômica quando P é constante
Manteremos P constante ao longo desta subseção.
M >0
– Grá…co 4
Ponto A: equilíbrio inicial.
Banco central compra títulos no mercado aberto; LM se desloca para a
direita.
Em uma economia fechada, a menos de um ajuste de preços, A~ corresponderia ao novo equilíbrio.
~ < R . Logo, A~ não pode corresponder a um equilíbrio.
Porém, R
~ < R , os agentes tentarão se desfazer dos seus títulos domésticos
Como R
e desejarão comprar títulos estrangeiros. Isso causará uma pressão para
desvalorizar a moeda nacional. O banco central será obrigado a vender
10
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
reservas (e retirar moeda de circulação). Esse processo continuará até
que a curva LM volte para a sua posição original e o equilíbrio seja
restabelecido no ponto A.
– Observe que a posição da curva LM é endógena!
De fato, poderíamos trabalhar somente com as curvas IS e BP.
A curva BP de…ne R.
Dado R, a curva IS de…ne Y .
– Conclusão: quando há perfeita mobilidade de capital e câmbio …xo, o banco
central não controla a oferta de moeda.
Formulação alternativa: a combinação de câmbio …xo com livre mobilidade de capital faz com que a oferta de moeda seja endógena.
O aluno não deverá jamais esquecer deste fato!
– Trindade (ou trio ou tríade) impossível: em um dado instante no tempo, uma
economia pode apresentar no máximo duas das seguintes três características:
(1) câmbio …xo; (2) perfeita mobilidade de capital e (3) política monetária
independente.
Inglês: trilemma ou impossible trinity.
G > 0 e/ou
T <0
– Grá…co 5;
e
R = 0,
Y > 0.
> 0 (crise de con…ança)
– Grá…co 6;
R > 0,
Y < 0.
Sabemos que o BC perdeu reservas, pois L(R ; Y0 ) > L(R +
e
1 ; Y1 ).
Desvalorização cambial não antecipada.
– Hipótese:
– Grá…co 7;
e
= 0 após a desvalorização.
R = 0,
Y > 0.
Sabemos que o BC ganhou reservas, pois L(R ; Y0 ) < L(R ; Y1 ).
– O que acontecerá se
e
for positiva após a desvalorização?
A curva BP se desloca para cima. O impacto sobre Y depende do quão
forte for esse deslocamento; R certamente aumenta.
11
Notas de Aula para Economia Internacional
7.6.2
Elaboração: Alexandre B. Cunha
A Curva DA
O produto de equilíbrio no modelo IS-LM-BP depende de P .
Y < 0 (Grá…cos 8A e 8B).
~ é devido à variação em P . O deslocaO deslocamento de LM0 para LM
~ para LM1 é decorrente da venda de reservas cambiais por
mento de LM
parte do banco central.
~ poderia estar à esquerda de LM1 . Essas duas curvas podeA curva LM
riam ser iguais, mas isso seria uma grande coincidência.
– P > 0:
R = 0,
– Curva DA:
Y = H(P; G; T; E; P ; Y ; R ;
e
), H1 < 0.
(14)
O omissão de e M foi proposital, pois a curva BP é horizontal e M é
uma variável endógena.
7.6.3
Política Macroeconômica e a Curva DA
M > 0: nada acontece.
G > 0 e/ou
T < 0: curva DA se desloca para a direita (grá…cos 9A e 9B).
E > 0: curva DA se desloca para a direita (análise grá…ca idêntica à anterior).
7.7
A Curva OA
Exatamente como no tópico anterior. Isto é, a expressão da curva OA é dada por
Y =
7.8
W
P
,
0
<0.
(15)
Equilíbrio no Modelo IS-LM-BP-OA-DA com Câmbio Fixo
e PMC
Curto prazo: grá…cos 10A e 10B.
Longo prazo: grá…cos 11A e 11B.
Transição para o equilíbrio de longo prazo: grá…cos 12A e 12B.
– Provavelmente o deslocamento de LM0 para LM1 envolve intervenções do BC
no mercado de câmbio.
12
Notas de Aula para Economia Internacional
7.9
Elaboração: Alexandre B. Cunha
Política Econômica no Modelo IS-LM-BP-OA-DA com Câmbio Fixo e PMC
G > 0 e/ou
T <0
– Grá…cos 13A e 13B.
~ expansão …scal.
IS0 ! I S:
~ : BC compra dólares.
LM0 ! LM
DA0 ! DA1 : dois deslocamentos anteriores.
I S~ ! IS1 : elevação de P (P0 para P1 ).
~ ! LM1 : elevação de P e, provavelmente, intervenções do BC no
LM
mercado de câmbio.
OACP0 ! OACP2 : elevação de W (Y1 > Y ).
IS1 ! IS2 : elevação de P (P1 para P2 ).
LM1 ! LM2 : elevação de P (P1 para P2 ) e, provavelmente, intervenções
do BC no mercado de câmbio.
– Elevação temporária (curto prazo) em Y ; elevação permanente (curto e longo
prazos) em P , R não se altera.
E > 0 (variação não antecipada)
– Análise grá…ca idêntica à anterior.
7.10
Apêndice: a Condição de Marshall-Lerner
Assumimos que Z1 > 0. Sob que condições isso realmente se veri…ca?
Observe que Y = C + I + G + Z e Z = X
estão mensuradas na mesma unidade.
X . Obviamente, todas as variáveis
Suponha que o país em análise exporte um bem (digamos, bem 1) e importe outro
(bem 2). Adicionalmente, assuma que todas as variáveis estão mensuradas em
unidades do bem 1.
– Poderíamos relaxar essa hipótese introduzindo um preço relativo adicional.
Seja x a quantidade do bem 2 que o país importa. Desta forma,
X = qx .
13
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
– Justi…cativa? Pense na restrição orçamentária de um consumidor que escolhe
dois bens. Ela pode ser escrita como y = p1 c1 + p2 c2 ou py1 = c1 + pp21 c2 .
Argumento alternativo. Seja P o preço (em moeda estrangeira) do bem
importado. Logo, o preço na moeda doméstica é EP . Logo, EP x =
P X , de onde concluímos que X = (EP =P )x = qx .
Assim sendo,
Z(q; Y; Y ) = X(q; Y )
qx (q; Y ) , X1 > 0, x1 < 0.
– Suponha que ocorra um acréscimo em q. Haverá um crescimento em X e uma
queda em x . Esses dois efeitos tendem a reduzir Z. Porém, as importações
…cam mais caras. Esse efeito tende a elevar Z.
A derivada parcial Z1 é dada por
Z1 (q; Y; Y ) = X1 (q; Y )
x (q; Y ) .
qx1 (q; Y )
Como x1 < 0, sabemos que X1 qx1 > 0. Porém, x
podemos garantir que Z1 seja positivo.
(16)
0. Assim sendo, não
– Diz-se que condição de Marshall-Lerner é satisfeita quando Z1 > 0.
Se x = 0, então condição de Marshall-Lerner será satisfeita. Resta considerar o
caso em que x > 0.
Podemos expressar a última igualdade em termos de elasticidades. Multiplique os
seus dois lados por q=X. Tal procedimento leva a
q
X
q
Z1
X
Z1
q
X
q
= X1
X
= X1
qx1
q
X
qx
q
x1
X x
x
q
)
X
qx
.
X
Denote por " e " as elasticidades de X e x com respeito a q. Assim sendo,
q
X
q
Z1
X
q
Z1
X
Z1
X
X
"
)
X
X
X
X
= "+
j" j
)
X
X
X
= "+
(j" j 1) .
X
= "
14
Notas de Aula para Economia Internacional
Elaboração: Alexandre B. Cunha
Logo,
j" j
1 ) Z1 > 0 .
Ou seja, se as importações forem elásticas, então um acréscimo em q leva a uma
elevação em Z. Se j" j < 1, então a derivada Z1 pode ser negativa ou nula.
– Observe o papel da razão X =X no caso em j" j < 1.
A curva J: a resposta das quantidades exportada e importada a depreciação real
não é imediata.
Referências
DORNBUSCH, Rudiger & FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 2a¯ edição. São Paulo:
McGraw-Hill do Brasil, 1982.
EUN, Cheol S. e RESNICK, Bruce G. International Financial Management. 6a¯ edição.
Boston: McGraw-Hill/Irwin, 2011.
SACHS, Je¤rey D. & LARRAIN B., FELIPE. Macroeconomia em uma Economia
Global. São Paulo: Pearson Makron Books, 2000.
KRUGMAN, Paul R. e OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional. 8a¯ edição.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
SIMONSEN, Mario Henrique & CYSNE, Rubens Penha. Macroeonomia: 4a¯ edição.
São Paulo: Atlas, 2009.
15
De Facto Classification of Exchange Rate Regimes and Monetary Policy Frameworks -... Página 1 de 2
Exchange rate Monetary Policy Framework
arrangement
Exchange rate anchor
(Number of
countries)
U.S. dollar (66)
Euro (27)
Exchange
arrangement
with no
separate legal
tender (10)
Ecuador
Palau
El Salvador Panama
Marshall
Timor-Leste
Islands
Micronesia,
Fed. States
of
Montenegro
San Marino
Kiribati
Currency
board
arrangement
(13)
Antigua
and
Barbuda2
Djibouti
2
Dominica
2
Grenada
Hong Kong
SAR
St. Kitts
and Nevis2
St. Lucia
St. Vincent
and the
2
Grenadines
Bosnia and
Herzegovina
Bulgaria
3
Estonia
3
Lithuania
Brunei
Darussalam
Other
conventional
fixed peg
arrangement
(68)
Angola
Argentina
Aruba
Bahamas,
The
Bahrain
Bangladesh
Barbados
Belarus
Belize
Eritrea
Guyana
Honduras
Jordan
Kazakhstan
Lebanon
Malawi
Maldives
Mongolia
Netherlands
Antilles
Oman
Qatar
Rwanda
Saudi
Arabia
Seychelles
Sierra Leone
Solomon
Islands
Sri Lanka
Suriname
Tajikistan
Trinidad and
Tobago
Turkmenistan
United Arab
Emirates
Venezuela,
Rep.
Bolivariana
de
Vietnam
Yemen, Rep.
of
Zimbabwe
Benin
Burkina
4
Faso
Cameroon5
Cape Verde
Central
African Rep.
Pegged
exchange rate
within
horizontal
bands (3)
Crawling peg
(8)
2
4
5
Fiji
Kuwait
Libya
Morocco
Russian
Federation
Samoa
Tunisia
Other1
(22)
(44)
(11)
Argentina
Malawi
Rwanda
Sierra
Leone
Syria.
Tonga
Botswana
Iran, I.R.
of.
Crawling band Costa Rica
(2)
Azerbaijan
Managed
floating with
no predetermined
Algeria
Singapore
Vanuatu
Cambodia
Kyrgyz
Rep.
Lao P.D.R.
Bhutan
Lesotho
Namibia
Nepal
Swaziland
Inflation targeting
framework
Chad5
Comoros
Congo, Rep.
of5
Côte
4
d'Ivoire
Croatia
Denmark3
Equatorial
5
Guinea
5
Gabon
Guinea4
Bissau
3
Latvia
Macedonia,
FYR
4
Mali
4
Niger
4
Senegal
4
Togo
Slovak
Rep.3
Bolivia
China
Ethiopia
Iraq
Nicaragua
Uzbekistan
Composite Other(7)
(15)
Monetary
aggregate
target
http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2008/eng/0408.htm
Afghanistan,
I.R. of
Burundi
Gambia,
6
Armenia
Colombia
Ghana
Guatemala
Dominican
Rep.
Egypt
India
16/02/2014
De Facto Classification of Exchange Rate Regimes and Monetary Policy Frameworks -... Página 2 de 2
path for the
exchange
rate (44)
Liberia
Mauritania
Mauritius
Myanmar
Ukraine
Independently
floating (40)
The
Georgia
Guinea
Haiti
Jamaica
Kenya
Madagascar
Moldova
Mozambique
Nigeria
Papua New
Guinea
São Tomé
and Príncipe
Sudan
Tanzania
Uganda
Indonesia
Peru
Romania
6
Serbia
Thailand
Uruguay
Zambia
Albania
Australia
7
Austria
7
Belgium
Brazil
Canada
Chile
Cyprus7
Czech
Rep.
Finland7
France 7
Germany7
Greece7
Hungary
Iceland
Ireland7
Israel
7
Italy
Korea,
Rep. of
Malaysia
Pakistan
Paraguay
7
Luxembourg
7
Malta
Mexico
7
Netherlands
New Zealand
Norway
Philippines
Poland
Portugal7
Slovenia 7
South Africa
7
Spain
Sweden
Turkey
United
Kingdom
Congo,
Dem. Rep.
of
Japan
8
Somalia
Switzerland
United
States
1/ Includes countries that have no explicitly stated nominal anchor, but rather monitor various indicators in
conducting monetary policy.
2/ The member participates in the Eastern Caribbean Currency Union.
3/ The member participates in the ERM II.
4/ The member participates in the West African Economic and Monetary Union.
5/ The member participates in the Central African Economic and Monetary Community.
6/ The central bank has taken preliminary step toward inflation targeting and is preparing for the transition
to full-fledged inflation targeting.
7/ The member participates in the European Economic and Monetary Union.
8/ As of end-December 1989.
http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2008/eng/0408.htm
16/02/2014
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