ECONOMIA INTERNACIONAL: NOTAS DE AULA Elaboração: Alexandre B. Cunha 7 O MODELO MUNDELL-FLEMING COM PMC E CÂMBIO FIXO O modelo Mundell-Fleming é versão para economia aberta do modelo IS-LM. – Ele também é conhecido como modelo IS-LM-BP. – Diversos livros-textos discutem o modelo IS-LM-BP. Exemplos: Dornbusch e Fischer (1982), Sachs e Larrain (2000) e Simonsen e Cysne (2009). Há versões do modelo Mundell-Fleming com e sem PMC (perfeita mobilidade de capital). No tocante ao regime cambial, há versões com câmbio …xo e com câmbio ‡exível. – Este tópico: câmbio …xo com PMC. – Tópico 8: câmbio ‡utuante com PMC; – Tópico 9: sem PMC, ambos os regimes cambiais. Tendo em vista o papel central dos regimes cambiais para o modelo MundellFleming, efetuaremos a seguir uma breve discussão sobre os mesmos. 7.1 Regimes Cambiais As subseções 7.1.1, 7.1.2 e 7.1.3 deste documento são baseadas na parte inicial do capítulo 10 de Sachs e Larrain (2000). Para o aluno que deseja estudar mais profundamente o tema desta seção, recomendase a leitura do capítulo 2 de Eun e Resnick (2011). 1 Notas de Aula para Economia Internacional 7.1.1 Elaboração: Alexandre B. Cunha Histórico O arranjo de câmbio predominante no período 1870-1914 era o sistema de câmbio …xo, pois as principais economias do mundo estavam no padrão ouro. Houve abandono do padrão-ouro em 1914 (I Guerra Mundial). O sistema de Bretton Woods foi implantado ao …m da II Guerra Mundial. – Dólar no padrão-ouro; outras moedas ancoradas no dólar. O sistema de Bretton Woods entrou em colapso em 1971. Desde 1973 as principais moedas do mundo industrializado estão em um esquema de câmbio ‡utuante administrado (o que implica uma ‡utuação suja). O surgimento do euro foi um importante evento. 7.1.2 Principais Características do Regime de Câmbio Fixo Em um sistema cambial …xo, o banco central …xa o preço da moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira. Para que tal política tenha algum signi…cado econômico, ele deve ser acompanhada pela conversibilidade da moeda doméstica. Quando falarmos em câmbio …xo nós implicitamente estaremos assumindo que há conversibilidade. A âncora unilateral ocorre quando um país …xa a taxa de câmbio sem que nenhum outro país se comprometa a defender a cotação em questão. Exemplos: Estônia e Hong Kong. Ocorre um arranjo cambial cooperativo quando dois ou mais governos assumem a responsabilidade compartilhada pela manutenção da (s) taxa (s) de câmbio. Exemplo: países do Sistema Monetário Europeu antes da implantação do euro. Principal vantagem: estabilidade cambial. Principal desvantagem: perda de autonomia na condução da política econômica. 2 Notas de Aula para Economia Internacional 7.1.3 Elaboração: Alexandre B. Cunha Principais Características do Regime de Câmbio Flutuante Em tal regime a autoridade monetária não tem compromisso em manter a taxa de câmbio em um dado nível. Se o banco central efetivamente não intervêm no mercado cambial, ocorre uma ‡utuação limpa. Caso contrário, ocorre uma ‡utuação suja. Seja E a taxa de câmbio. Se E > 0 em um regime de câmbio …xo, diz-se que ocorreu uma desvalorização. Se E > 0 em um regime de câmbio ‡utuante, diz-se que ocorreu uma depreciação. Antônimos (caso E < 0): valorização e apreciação. Principal vantagem e principal desvantagem: contrário do regime de câmbio …xo. As vantagens e desvantagens dos regimes de câmbio …xo e ‡utuante constituem um dos tópicos mais polêmicos na área de macroeconomia internacional. Os economistas estão longe de chegar a um consenso. 7.1.4 Regimes Cambiais na Atualidade Esta subseção é baseada na classi…cação dos regimes cambiais adotada pelo FMI. – http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2008/eng/0408.htm Regimes limites: …xo e ‡utuante. Regime de fato vs. regime declarado. Tabela/matriz: [x] signi…ca x países seguem a política em questão. – vertical: regime cambial sentido #: (1) não há moeda nacional [10]; (2) currency board [13]; (3) …xos distintos de (1) e (2) [68]; (4) pegged com bandas horizontais [3]; (5) crawling peg [8]; (6) crawling band [2]; (7) ‡utuação gerenciada [44]; (8) ‡utuação independente [40]. Relativamente poucos países em (4), (5) e (6). – horizontal: arcabouço (framework) de política monetária sentido !: (1) âncora cambial (dólar [66], euro [27], cesta [15], outras moedas [7]) [66+27+15+7 = 115]; (2) meta para os agregados monetários [22]; (3) metas de in‡ação [44]; (4) outros [11]. 3 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha – Muitos países “pequenos”com câmbio …xo. – Economias grandes e países desenvolvidos: câmbio não é …xo. E o caso do euro? Será que os países membros não deveriam estar classi…cados como com câmbio …xo? China: crawling peg. – A matriz está “cheia”na diagonal. – Possível erro? 10+13+68+3+8+2+44+40 = 188 < 192 = 115+22+44+11 7.2 O Modelo Mundell-Fleming Nossa tarefa: modi…car o modelo IS-LM-DA-OA para uma economia aberta. 7.2.1 A Taxa Real de Câmbio A taxa real de câmbio (q). q= EP P Podemos interpretar q como o preço relativo entre duas cestas de bens. 7.2.2 A Curva IS Identidade básica da curva IS (equilíbrio no mercado do produto): Y = CD + ID + G + ZD , onde Z = X (1) X . – Importante: Z não é o saldo da balança comercial, pois essa variável também inclui o comércio de serviços. Alguns textos denominam Z de exportações líquidas. Consumo: C D = C(R; Y – C1 0, 0 < C2 < 1, C22 T) (2) 0, C(R; T ) > 0 Investimento: I D = I(R), I 0 < 0 4 (3) Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha Exportações líquidas: Z D = Z(q; Y; Y ) – Z1 > 0, Z2 < 0, jZ2 j < C2 , Z22 (4) 0, Z3 > 0 – Z1 > 0: a condição de Marshall-Lerner é satisfeita (ver seção 7.10). – jZ2 j < C2 : um acréscimo em Y determina um aumento da demanda pela produção doméstica. Combine as quatro igualdades acima. Você concluirá que Y = C(R; Y T ) + I(R) + G + Z(q; Y; Y ) . (5) A última igualdade é a equação da curva IS. A curva IS é decrescente, pois @Y C1 + I 0 = <0. @R 1 (C2 + Z2 ) (6) – Vale ressaltar que 0 < C2 + Z2 < 1. jZ2 j < C2 ) Z2 < C2 ) 0 < C2 + Z2 C2 < 1 ) C2 + Z2 < 1 + Z2 < 1 Adicionalmente, @Y = @G 1 1 >0, (C2 + Z2 ) pois C2 + Z2 < 1. De forma similar, @Y @Y @Y < 0, > 0, >0. @T @q @Y (7) – Desta forma, uma elevação em G desloca a curva IS para a direita; o mesmo vale para elevações em q e Y . Uma elevação em T desloca a curva IS para a esquerda. 7.3 A Curva LM Exatamente a mesma que no modelo IS-LM para economias fechadas. Ou seja, M = L(R; Y ); L1 < 0, L2 > 0 . P 5 (8) Notas de Aula para Economia Internacional 7.4 Elaboração: Alexandre B. Cunha A Curva BP A curva BP é composta pelos pontos (Y; R) que, dados os valores de q, Y , R e e , equilibram as contas externas do país. Considere a seguinte identidade básica do balanço de pagamentos: Z RLEE + K + KC = 0 , (9) onde RLEE é a renda líquida enviada ao exterior, K corresponde ao saldo do movimento de capitais autônomos e KC é o saldo do movimento de capitais compensatórios. – Obs.: SCC = Z RLEE. – Ou seja, a igualdade (9) simplesmente re‡ete uma propriedade básica do balanço de pagamentos: o somatório vertical de todos os seus itens é necessariamente igual a zero. A igualdade (9) é o ponto de partida para a obtenção da equação da curva BP. Assumiremos que: – As variáveis RLEE e KC são exógenas. – O comportamento de Z é descrito por (4). Ou seja, Z = Z(q; Y; Y ) . As derivadas parciais tem as propriedades discutidas anteriormente. – O saldo de capitais autônomos é dado por K = K(R onde e = R e ) , K0 0, (10) ) + KC = 0 . (11) Ee E . E – Concluímos então que Z(q; Y; Y ) RLEE + K(R R e R e É possivel a…rmar que ~ Z(q; Y; Y ) + K(R )=0, ~ = RLEE + K + KC . Diversos autores procedem dessa forma. onde K Porém, por razões que …carão claras mais à frente, nós procederemos de maneira distinta. 6 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha A igualdade (11) é equivalente a Z(q; Y; Y ) + K(R Denote o termo e R )= KC + RLEE . KC + RLEE por . Concluímos que Z(q; Y; Y ) + K(R e R )= . (12) A última igualdade é a equação da curva BP. Lembre que KC corresponde ao crescimento das reservas internacionais do banco central decorrentes das transações do país com o exterior. – Se = RLEE, então as operações entre residentes e não residentes não impactam as reservas internacionais do BC. – Mantenha RLEE constante. Então: > 0: o banco central passou a acumular reservas internacionais mais rapidamente. < 0: o banco central passou a perder reservas internacionais mais rapidamente. Com relação à inclinação da curva BP, observe que @Y = @R K0 Z2 A curva BP será representada no espaço Y 0. (13) R. Logo: – Se K 0 2 (0; 1), então a curva BP é positivamente inclinada (grá…co 1A). – Se K 0 = 0, então a curva BP é uma reta vertical (grá…co 1B). – Se K 0 = 1, então a curva BP é uma reta horizontal. K 0 = 1: a função K é in…nitamente elástica (grá…co 2A) R<R + e)K= 1 R>R + e)K=1 R > R + e : K indeterminado Grá…co 2B. – Importante: K 0 não necessariamente é constante. Logo, o argumento acima poderia ser apresentado com mais rigor. Deslocamentos da curva BP. 7 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha – Assuma que K 0 2 [0; 1). É possível mostrar que @Y = @q Z1 @Y > 0, = Z2 @Y @Y K0 @Y 1 Z3 @Y > 0, < 0, = < 0. = e = Z2 @R @ Z2 @ Z2 Conclusão: Elevações em q ou Y deslocam a curva BP para a direita. Elevações em R , e ou deslocam a curva BP para a esquerda. – O caso em que K 0 = 1 é ainda mais simples. As únicas variáveis relevantes são R e e . 7.4.1 Inclinação da Curva BP: Considerações Adicionais Vários autores associam a inclinação da curva BP exclusivamente ao grau de mobilidade de capital. – Curva BP horizontal: perfeita mobilidade de capital – Curva BP vertical: não há mobilidade de capital (ou perfeito controle do movimento de capitais). – Curva BP positivamente inclinada: imperfeita mobilidade de capital. Apesar de ser popular, esta visão não necessariamente é correta. Detalhes mais à frente. – Devido a popularidade de tal visão, ela será adotada neste curso apesar de não ser estritamente correta. – Vale ressaltar que essa visão surgiu antes de vários avanços nas áreas de Finanças e Macroeconomia. Suponha que, seja por razões legais ou de cunho puramente econômico, não existe movimento de capitais autônomos entre o país em análise e o exterior. Neste caso, K 0 = 0 e curva BP é uma reta vertical. – Ou seja, o equilíbrio das contas externas depende somente de Z e . Suponha agora que existe perfeita mobilidade de capital. Ou seja, os residentes do país podem livremente comprar e vender ativos no exterior. Similarmente, estrangeiros podem comprar e vender livremente ativos domésticos. 8 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha – Suponha, por simplicidade, que os únicos ativos transacionados sejam títulos do Tesouro dos EUA e títulos do Tesouro do Brasil. De…nitivamente, precisamos da hipótese acima para chegarmos a alguma conclusão. – Há dois casos possíveis: os ativos (i) são ou (ii) não são substitutos perfeitos. Substitutos perfeitos: Conceito microeconômico. Os ativos tem a mesma taxa de retorno não interessa o que acontecer até a maturidade do ativo. – Discutiremos cada um desses casos a seguir. Considere inicialmente o caso (ii). Mantidas constantes as variáveis R e e , um acréscimo em R faz com que os investidores aumentem a proporção da sua riqueza que eles manterão sob a forma de títulos brasileiros. Isso faz com que K cresça de forma não explosiva. – Forma não explosiva: K > 0, K < 1. – Para que o acréscimo em K seja permanente é preciso que a riqueza mundial esteja crescendo continuamente e/ou ou ajuste no portfólio dos agentes seja lento. Com relação ao caso (i), se a economia doméstica for pequena relativamente à economia norte-americana, então a curva BP será uma reta horizontal que interceptará o eixo vertical no ponto em que a taxa de juros satis…zer a igualdade R = R + e. – Grá…co 2B. – Neste caso, R = R + e e o valor de K se ajustará de forma que a igualdade (12) seja respeitada. – Importante: a posição da curva BP é de…nida exclusivamente por R e e . Desta forma, mudanças nas demais variáveis (q, Y e ) que aparecem na igualdade (12) não impactam a curva em questão. Impostos sobre a movimentação de capital podem deslocar a curva BP. – Se há taxação, então devemos trabalhar com as taxas de juros líquidas de impostos. – Usualmente, os impostos não determinam a inclinação da curva. Exemplo: se a curva BP for horizontal, então não necessariamente ela o deixará de ser devido à introdução de um imposto. 9 Notas de Aula para Economia Internacional 7.5 Elaboração: Alexandre B. Cunha Equilíbrio Simultâneo nos Mercados de Produto e de Moeda e no Balanço de Pagamentos ^ T^; M ^ ; q^; Y^ ; R ^ ; ^e ; ^ ), o vetor (Y^ ; R) ^ corresponderá ao Para um dado vetor (P^ ; G; ponto de equilíbrio do modelo IS-LM-BP se e somente se as igualdades (5), (8) e (12) forem simultaneamente satisfeitas. – Grá…cos 3A, 3B e 3C. Considere o grá…co 3A. Será que podemos ter certeza de que a inclinação da LM é maior que a da BP? Não. Temos uma expressão para a inclinação da BP na equação (13). A inclinação da LM pode ser obtida através da diferenciação de (8). Esse procedimento leva a @Y = @R L1 . L2 Compare as duas igualdades. ^ depende de (P^ ; G; ^ T^; q^; Y^ ; R ^ ; ^e ; ^ ). – Obviamente, (Y^ ; R) Chegamos o mais longe que poderíamos chegar sem introduzir hipóteses adicionais sobre o regime cambial e a inclinação da Curva BP. 7.6 7.6.1 Câmbio Fixo e Curva BP Horizontal Equilíbrio e Política Econômica quando P é constante Manteremos P constante ao longo desta subseção. M >0 – Grá…co 4 Ponto A: equilíbrio inicial. Banco central compra títulos no mercado aberto; LM se desloca para a direita. Em uma economia fechada, a menos de um ajuste de preços, A~ corresponderia ao novo equilíbrio. ~ < R . Logo, A~ não pode corresponder a um equilíbrio. Porém, R ~ < R , os agentes tentarão se desfazer dos seus títulos domésticos Como R e desejarão comprar títulos estrangeiros. Isso causará uma pressão para desvalorizar a moeda nacional. O banco central será obrigado a vender 10 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha reservas (e retirar moeda de circulação). Esse processo continuará até que a curva LM volte para a sua posição original e o equilíbrio seja restabelecido no ponto A. – Observe que a posição da curva LM é endógena! De fato, poderíamos trabalhar somente com as curvas IS e BP. A curva BP de…ne R. Dado R, a curva IS de…ne Y . – Conclusão: quando há perfeita mobilidade de capital e câmbio …xo, o banco central não controla a oferta de moeda. Formulação alternativa: a combinação de câmbio …xo com livre mobilidade de capital faz com que a oferta de moeda seja endógena. O aluno não deverá jamais esquecer deste fato! – Trindade (ou trio ou tríade) impossível: em um dado instante no tempo, uma economia pode apresentar no máximo duas das seguintes três características: (1) câmbio …xo; (2) perfeita mobilidade de capital e (3) política monetária independente. Inglês: trilemma ou impossible trinity. G > 0 e/ou T <0 – Grá…co 5; e R = 0, Y > 0. > 0 (crise de con…ança) – Grá…co 6; R > 0, Y < 0. Sabemos que o BC perdeu reservas, pois L(R ; Y0 ) > L(R + e 1 ; Y1 ). Desvalorização cambial não antecipada. – Hipótese: – Grá…co 7; e = 0 após a desvalorização. R = 0, Y > 0. Sabemos que o BC ganhou reservas, pois L(R ; Y0 ) < L(R ; Y1 ). – O que acontecerá se e for positiva após a desvalorização? A curva BP se desloca para cima. O impacto sobre Y depende do quão forte for esse deslocamento; R certamente aumenta. 11 Notas de Aula para Economia Internacional 7.6.2 Elaboração: Alexandre B. Cunha A Curva DA O produto de equilíbrio no modelo IS-LM-BP depende de P . Y < 0 (Grá…cos 8A e 8B). ~ é devido à variação em P . O deslocaO deslocamento de LM0 para LM ~ para LM1 é decorrente da venda de reservas cambiais por mento de LM parte do banco central. ~ poderia estar à esquerda de LM1 . Essas duas curvas podeA curva LM riam ser iguais, mas isso seria uma grande coincidência. – P > 0: R = 0, – Curva DA: Y = H(P; G; T; E; P ; Y ; R ; e ), H1 < 0. (14) O omissão de e M foi proposital, pois a curva BP é horizontal e M é uma variável endógena. 7.6.3 Política Macroeconômica e a Curva DA M > 0: nada acontece. G > 0 e/ou T < 0: curva DA se desloca para a direita (grá…cos 9A e 9B). E > 0: curva DA se desloca para a direita (análise grá…ca idêntica à anterior). 7.7 A Curva OA Exatamente como no tópico anterior. Isto é, a expressão da curva OA é dada por Y = 7.8 W P , 0 <0. (15) Equilíbrio no Modelo IS-LM-BP-OA-DA com Câmbio Fixo e PMC Curto prazo: grá…cos 10A e 10B. Longo prazo: grá…cos 11A e 11B. Transição para o equilíbrio de longo prazo: grá…cos 12A e 12B. – Provavelmente o deslocamento de LM0 para LM1 envolve intervenções do BC no mercado de câmbio. 12 Notas de Aula para Economia Internacional 7.9 Elaboração: Alexandre B. Cunha Política Econômica no Modelo IS-LM-BP-OA-DA com Câmbio Fixo e PMC G > 0 e/ou T <0 – Grá…cos 13A e 13B. ~ expansão …scal. IS0 ! I S: ~ : BC compra dólares. LM0 ! LM DA0 ! DA1 : dois deslocamentos anteriores. I S~ ! IS1 : elevação de P (P0 para P1 ). ~ ! LM1 : elevação de P e, provavelmente, intervenções do BC no LM mercado de câmbio. OACP0 ! OACP2 : elevação de W (Y1 > Y ). IS1 ! IS2 : elevação de P (P1 para P2 ). LM1 ! LM2 : elevação de P (P1 para P2 ) e, provavelmente, intervenções do BC no mercado de câmbio. – Elevação temporária (curto prazo) em Y ; elevação permanente (curto e longo prazos) em P , R não se altera. E > 0 (variação não antecipada) – Análise grá…ca idêntica à anterior. 7.10 Apêndice: a Condição de Marshall-Lerner Assumimos que Z1 > 0. Sob que condições isso realmente se veri…ca? Observe que Y = C + I + G + Z e Z = X estão mensuradas na mesma unidade. X . Obviamente, todas as variáveis Suponha que o país em análise exporte um bem (digamos, bem 1) e importe outro (bem 2). Adicionalmente, assuma que todas as variáveis estão mensuradas em unidades do bem 1. – Poderíamos relaxar essa hipótese introduzindo um preço relativo adicional. Seja x a quantidade do bem 2 que o país importa. Desta forma, X = qx . 13 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha – Justi…cativa? Pense na restrição orçamentária de um consumidor que escolhe dois bens. Ela pode ser escrita como y = p1 c1 + p2 c2 ou py1 = c1 + pp21 c2 . Argumento alternativo. Seja P o preço (em moeda estrangeira) do bem importado. Logo, o preço na moeda doméstica é EP . Logo, EP x = P X , de onde concluímos que X = (EP =P )x = qx . Assim sendo, Z(q; Y; Y ) = X(q; Y ) qx (q; Y ) , X1 > 0, x1 < 0. – Suponha que ocorra um acréscimo em q. Haverá um crescimento em X e uma queda em x . Esses dois efeitos tendem a reduzir Z. Porém, as importações …cam mais caras. Esse efeito tende a elevar Z. A derivada parcial Z1 é dada por Z1 (q; Y; Y ) = X1 (q; Y ) x (q; Y ) . qx1 (q; Y ) Como x1 < 0, sabemos que X1 qx1 > 0. Porém, x podemos garantir que Z1 seja positivo. (16) 0. Assim sendo, não – Diz-se que condição de Marshall-Lerner é satisfeita quando Z1 > 0. Se x = 0, então condição de Marshall-Lerner será satisfeita. Resta considerar o caso em que x > 0. Podemos expressar a última igualdade em termos de elasticidades. Multiplique os seus dois lados por q=X. Tal procedimento leva a q X q Z1 X Z1 q X q = X1 X = X1 qx1 q X qx q x1 X x x q ) X qx . X Denote por " e " as elasticidades de X e x com respeito a q. Assim sendo, q X q Z1 X q Z1 X Z1 X X " ) X X X X = "+ j" j ) X X X = "+ (j" j 1) . X = " 14 Notas de Aula para Economia Internacional Elaboração: Alexandre B. Cunha Logo, j" j 1 ) Z1 > 0 . Ou seja, se as importações forem elásticas, então um acréscimo em q leva a uma elevação em Z. Se j" j < 1, então a derivada Z1 pode ser negativa ou nula. – Observe o papel da razão X =X no caso em j" j < 1. A curva J: a resposta das quantidades exportada e importada a depreciação real não é imediata. Referências DORNBUSCH, Rudiger & FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 2a¯ edição. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. EUN, Cheol S. e RESNICK, Bruce G. International Financial Management. 6a¯ edição. Boston: McGraw-Hill/Irwin, 2011. SACHS, Je¤rey D. & LARRAIN B., FELIPE. Macroeconomia em uma Economia Global. São Paulo: Pearson Makron Books, 2000. KRUGMAN, Paul R. e OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional. 8a¯ edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. SIMONSEN, Mario Henrique & CYSNE, Rubens Penha. Macroeonomia: 4a¯ edição. São Paulo: Atlas, 2009. 15 De Facto Classification of Exchange Rate Regimes and Monetary Policy Frameworks -... Página 1 de 2 Exchange rate Monetary Policy Framework arrangement Exchange rate anchor (Number of countries) U.S. dollar (66) Euro (27) Exchange arrangement with no separate legal tender (10) Ecuador Palau El Salvador Panama Marshall Timor-Leste Islands Micronesia, Fed. States of Montenegro San Marino Kiribati Currency board arrangement (13) Antigua and Barbuda2 Djibouti 2 Dominica 2 Grenada Hong Kong SAR St. Kitts and Nevis2 St. Lucia St. Vincent and the 2 Grenadines Bosnia and Herzegovina Bulgaria 3 Estonia 3 Lithuania Brunei Darussalam Other conventional fixed peg arrangement (68) Angola Argentina Aruba Bahamas, The Bahrain Bangladesh Barbados Belarus Belize Eritrea Guyana Honduras Jordan Kazakhstan Lebanon Malawi Maldives Mongolia Netherlands Antilles Oman Qatar Rwanda Saudi Arabia Seychelles Sierra Leone Solomon Islands Sri Lanka Suriname Tajikistan Trinidad and Tobago Turkmenistan United Arab Emirates Venezuela, Rep. Bolivariana de Vietnam Yemen, Rep. of Zimbabwe Benin Burkina 4 Faso Cameroon5 Cape Verde Central African Rep. Pegged exchange rate within horizontal bands (3) Crawling peg (8) 2 4 5 Fiji Kuwait Libya Morocco Russian Federation Samoa Tunisia Other1 (22) (44) (11) Argentina Malawi Rwanda Sierra Leone Syria. Tonga Botswana Iran, I.R. of. Crawling band Costa Rica (2) Azerbaijan Managed floating with no predetermined Algeria Singapore Vanuatu Cambodia Kyrgyz Rep. Lao P.D.R. Bhutan Lesotho Namibia Nepal Swaziland Inflation targeting framework Chad5 Comoros Congo, Rep. of5 Côte 4 d'Ivoire Croatia Denmark3 Equatorial 5 Guinea 5 Gabon Guinea4 Bissau 3 Latvia Macedonia, FYR 4 Mali 4 Niger 4 Senegal 4 Togo Slovak Rep.3 Bolivia China Ethiopia Iraq Nicaragua Uzbekistan Composite Other(7) (15) Monetary aggregate target http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2008/eng/0408.htm Afghanistan, I.R. of Burundi Gambia, 6 Armenia Colombia Ghana Guatemala Dominican Rep. Egypt India 16/02/2014 De Facto Classification of Exchange Rate Regimes and Monetary Policy Frameworks -... Página 2 de 2 path for the exchange rate (44) Liberia Mauritania Mauritius Myanmar Ukraine Independently floating (40) The Georgia Guinea Haiti Jamaica Kenya Madagascar Moldova Mozambique Nigeria Papua New Guinea São Tomé and Príncipe Sudan Tanzania Uganda Indonesia Peru Romania 6 Serbia Thailand Uruguay Zambia Albania Australia 7 Austria 7 Belgium Brazil Canada Chile Cyprus7 Czech Rep. Finland7 France 7 Germany7 Greece7 Hungary Iceland Ireland7 Israel 7 Italy Korea, Rep. of Malaysia Pakistan Paraguay 7 Luxembourg 7 Malta Mexico 7 Netherlands New Zealand Norway Philippines Poland Portugal7 Slovenia 7 South Africa 7 Spain Sweden Turkey United Kingdom Congo, Dem. Rep. of Japan 8 Somalia Switzerland United States 1/ Includes countries that have no explicitly stated nominal anchor, but rather monitor various indicators in conducting monetary policy. 2/ The member participates in the Eastern Caribbean Currency Union. 3/ The member participates in the ERM II. 4/ The member participates in the West African Economic and Monetary Union. 5/ The member participates in the Central African Economic and Monetary Community. 6/ The central bank has taken preliminary step toward inflation targeting and is preparing for the transition to full-fledged inflation targeting. 7/ The member participates in the European Economic and Monetary Union. 8/ As of end-December 1989. http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2008/eng/0408.htm 16/02/2014